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A Beleza das Pequenas Coisas

Portuguese, Social, 1 season, 241 episodes, 7 hours, 51 minutes
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Conversas conduzidas por Bernardo Mendonça com as mais variadas personagens que contam histórias maiores do que a vida. Ou tão simples como ela pode ser
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Tiago Rodrigues (parte 2): “Faço teatro a aproveitar a imperfeição e a rugosidade da tentativa como força vital. Não quero saber de rodapés, quero é janelas abertas”

Nesta segunda parte do episódio, o encenador e dramaturgo Tiago Rodrigues responde aos áudios surpresa da atriz Isabel Abreu e do diretor artístico da Culturgest, Mark Deputter, e revela como lida com a falha e a integra como vantagem na sua vida e nas suas criações. Fala ainda de como a sua experiência e gosto pelo jornalismo o tem ajudado a ter um certo olhar na escrita teatral, e partilha um certo truque que transporta consigo, que faz com que as pessoas acreditem da maneira que acreditam quando estão ao seu lado nas suas criações. Há ainda tempo para Tiago ler - de forma magistral - um artigo assinado pelo seu pai, o jornalista Rogério Rodrigues (um texto insólito, sofisticado e enxuto que deu origem à música “Teresa Torga”, de Zeca Afonso). E poderão ouvir algumas das músicas que o acompanham. Que novas histórias andam na sua cabeça para irem parar a palco? Qual a sua palavra em francês preferida? De que pequenas belas coisas são feitos os dias do Tiago? Tudo para escutarem nesta segunda parte. Boas audições!See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/27/202447 minutes, 45 seconds
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Tiago Rodrigues (parte 1): “Para escrever o discurso mais perfeito de um fascista passei horas a estudar como eles mentem e manipulam. E passei horas a tomar duche para me libertar”

Quatro anos após a estreia do premiado espetáculo “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, o ator, encenador, dramaturgo e atual diretor artístico do Festival de Avignon, em França, Tiago Rodrigues, acaba de publicar o seu texto da peça em livro, pela Tinta da China. Na memória de quem a viu ficou a ressoar o discurso final de um fascista, que provocava a ira do público, e levantou uma rica discussão sobre a democracia e as suas ameaças. Nesta conversa, feita no rescaldo do espetáculo “Na Medida do Impossível”, na Culturgest, em Lisboa, sobre as experiências limite de profissionais humanitários em situações impossíveis, Tiago Rodrigues, Prémio Pessoa em 2019, reflete sobre as revoluções que faltam fazer para a saúde da democracia nos 50 anos do 25 de Abril.  A segunda parte desta entrevista sai no dia 27 de abril. O podcast 'A Beleza das Pequenas Coisas' tem o apoio da DS Automobiles.See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/25/20241 hour, 6 minutes, 35 seconds
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Ana Paula Tavares (parte 1): “É preciso virarmos a mesa. Não havia nenhum romantismo nesse passado que provocou grande sofrimento sobre as mulheres”

Após a independência de Angola, a guerra continuou e Paula Tavares fugiu muitas vezes, mas escreveu e ensinou sempre. Tinha 33 anos quando publicou o seu primeiro livro de poesia, “Ritos de passagem”, em 1985. A obra foi catalogada de imprópria para senhoras de bom nome e bom porte. Porque a sua poesia rasgava com a ideia de mulher-continente, dando-lhe corpo, identidade e sexualidade. Mas é hoje uma das vozes literárias mais amadas e destacadas de Angola, com diversas antologias poéticas publicadas no mundo. O seu último livro, “Poesia Reunida - seguido de Água Selvagem”, saiu em 2023, pela Caminho, e é um tremor poético. Enquanto historiadora e professora da Faculdade de Letras, em Lisboa, assina Ana Paula Tavares e colabora atualmente com a RDP África. “Um bom poema deve conter simplicidade, que o faz sobreviver ao tempo. Cada dia com menos palavras, cada palavra com menos sílabas só para poder ouvir os sopros.” Ouçam-na aqui nesta conversa em podcast com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
4/19/20241 hour, 36 minutes, 33 seconds
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Ana Paula Tavares (parte 2): “A velhice tem-me ensinado a virtude da lentidão. Ajuda a sermos mais perfeitos e a termos mais atenção pelas coisas”

Na segunda parte desta conversa, a poeta e historiadora Ana Paula Tavares começa por responder a uma pergunta colocada pelo amigo e escritor angolano Ondjaki. Se pudesse fazer uma pergunta a um dos seus mortos, que pergunta seria? E a quem faria essa pergunta? E, já agora, tem algum grande arrependimento? Há ainda espaço para ouvir alguns poemas de Paula Tavares, para conhecer as músicas que a acompanham e descobrir o que a idade lhe tem ensinado. Que sonhos Ana Paula Tavares ainda tem por cumprir e a que livros e poemas regressa sempre? Escutem-na com tempo. E poesia.   See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/19/202434 minutes, 14 seconds
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Raquel Freire (parte 1): “Há uma parte da população que gostaria de voltar à ditadura fascista. Nem pensem. Somos muitas mais a querer liberdade e democracia!”

Raquel Freire é uma cineasta e argumentista que acredita profundamente no poder do cinema na construção da liberdade e de mundos novos. E filma o que a incomoda, o que a apaixona, o que a inquieta e o que quer mudar e libertar no país. Autora de uma vasta filmografia e do recente “Mulheres do meu país”, que passou na RTP, a cineasta alerta para o facto do cinema ter sido realizado até agora maioritariamente “por homens para homens”. Como contraponto aos heróis de Abril, Raquel prepara neste momento a longa metragem “Mulheres de Abril”, sobre as heroínas que lutaram pela liberdade em Portugal e em África. “Perguntei a várias destas mulheres antifascistas, como lidavam com o medo em momentos críticos. Quando tinham a Pide atrás, estavam a fugir ou foram torturadas. Elas pensavam nos sonhos que tinham e no que queriam, respiravam fundo dez vezes e continuavam. Recentemente, quando tive um linfoma, e senti medo da doença, fiz o mesmo que elas.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/11/20241 hour, 7 minutes, 56 seconds
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Raquel Freire (parte 2): “Sou uma radical do amor. É através do amor que vivo, que me exprimo, e é a luz que me guia em todas as minhas acções”

Na segunda parte deste episódio, a cineasta Raquel Freire responde emocionada ao testemunho do irmão Vasco. Qual a sua próxima revolução? Quais são as revoluções que importa fazer agora nos 50 anos do 25 de abril? Raquel Freire partilha como enfrentou a doença oncológica que descobriu ter no final do ano passado, deixa um elogio ao SNS e conta como superou o medo, com o apoio do irmão, da família e das suas amizades. “A todas as pessoas que passam ou que um dia passarem por isto, não se isolem”, afirma. Raquel repete com a escritora, poetisa e ativista Maya Angelou a frase “Não trocaria esta jornada por nada.” Mas Raquel acredita que é possível criar mundos novos com o cinema e planeia filmar até aos 100 anos. Raquel Freire conta ainda aqui um pouco do que poderá ser visto no filme e série “Mulheres de Abril”, com estreia marcada para 2025, que acaba de receber o apoio do ICA. E ainda partilha as músicas que a acompanham, lê um excerto do livro “Tudo do amor”, de Bell Hooks, e outro texto de Audre Lorde, que tem sido um mantra para si: “Quero viver o resto da minha vida, seja ela longa ou curta, com o máximo de gentileza que conseguir gerir decentemente, amando todas as pessoas que amo e fazendo o máximo que puder do trabalho que ainda tenho para fazer. Vou escrever fogo até que ele saia dos meus ouvidos, dos meus olhos, do meu nariz - de todo o lado. Até que seja cada respiração minha. Vou-me libertar como um maldito meteoro!” Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/11/202440 minutes, 44 seconds
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Joana Vasconcelos (parte 1): “O erro tem de ser superior ao sucesso. Há que ter a coragem para errar. Quase todas as minhas peças começaram por grandes erros”

É uma das mais internacionais artistas portuguesas. Durante anos foi conhecida como “a artista do tampão” por causa da obra “A Noiva”, um candelabro feito com 14 mil tampões com que se estreou na Bienal de Veneza, em 2005. Com um percurso de mais de 30 anos, Joana Vasconcelos é reconhecida pelas suas esculturas monumentais e instalações imersivas que andam por todo o mundo. Em 2012 tornou-se a primeira mulher com uma exposição individual no Palácio de Versalhes, em França. Mas não teve autorização para incluir a peça fulcral da sua obra. “Não é possível tampões em Versailhes”, foi-lhe dito. Desde setembro a sua nova exposição “Plug-In”, no MAAT, em Lisboa, já recebeu para cima de 260 mil pessoas, tornando-se a mais vista da história deste museu. Dia 6 de abril celebra-se este feito com uma ‘finissage’, ao longo de 12 horas de atividades. Um dos seus maiores desejos é abrir as portas do AMA, um misto de museu e atelier, em Lisboa, para quem quiser visitar o seu lugar de criação. Ouçam-na aqui nesta conversa em podcast com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
4/5/20241 hour, 28 minutes, 38 seconds
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Joana Vasconcelos: (parte 2): “A minha sombra existe e é forte. Quanto maior a luz, mais presente está a sombra. Quero libertar-me das minhas sombras”

Na segunda parte deste podcast, Joana Vasconcelos começa por responder às questões colocadas pela sua amiga e empresária Catarina Portas. Fala da diversidade de pessoas e das muitas mãos mágicas que trabalham nas suas peças, de várias origens e nacionalidades. E conta como Mohamed, um refugiado sírio, costureiro de profissão, passou a fazer parte da sua equipa. Joana fala ainda da sua relação com a fé e a astrologia. E explica em pormenor o projeto “Corpo Infinito”, que coexiste no seu ateliê, de acesso gratuito para toda a sua equipa, com várias atividades e terapias para o bem estar físico e mental.  A artista plástica partilha também quais as músicas que andam na sua cabeça, as próximas obras que está a conceber e em que consiste o seu AMA, um dos seus grandes projetos sonhados, misto de museu e atelier, que deverá abrir as portas a todas as pessoas que queiram visitar o seu espaço de criação. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/5/202433 minutes, 27 seconds
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Lisa Vicente (parte 1) “Emociono-me sempre a fazer partos. Mas é tão valioso gostar de fazer um parto, como é valioso acompanhar uma mulher que pede uma interrupção da gravidez. Não há coisas mais válidas do que outras”

Lisa Vicente é uma médica ginecologista, obstetra e sexóloga que trabalhou muitos anos na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, e apesar de já ter feito mais de mil partos, garante continuar a emocionar-se com cada um. Mas afirma não achar menos válidas as vezes em que ajudou na interrupção voluntária da gravidez. Ou quando atendeu mulheres que sofreram mutilação genital ou foram sobreviventes de violência sexual. “Nenhuma das coisas deve ser considerada mais bonita do que a outra.” Há cinco anos publicou o livro “O Atlas da V.”, como resposta à desinformação sobre os órgãos genitais femininos, ainda envoltos em mistério, até mesmo para muitas mulheres. Em 2023 foi distinguida com o “Prémio Ativa” na categoria de Ciência, “por ser uma militante ao serviço da saúde da mulher”. Nas suas consultas atende mulheres cisgénero, pessoas trans e deixa a máxima: “Incluamos a diversidade como riqueza da sociedade.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/29/20241 hour, 2 minutes, 25 seconds
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Lisa Vicente (parte 2) “O desafio destes tempos é estarmos mais confortáveis e conhecedores da diversidade dos corpos, das identidades, vivências e capacidades. Incluamos a diversidade como riqueza da sociedade”

A médica Lisa Vicente começa esta segunda parte da conversa algo emocionada com as palavras deixadas pelo poeta e dramaturgo André Tecedeiro. E começa por responder à questão se os profissionais de saúde são ainda demasiado conservadores e preconceituosos e o que importa mudar e transformar nas mentalidades de quem trabalha na área da saúde. Lisa fala também da sua recente grande mudança de vida, em 2023, ao ter deixado de fazer parte da equipa de obstetras da Maternidade Alfredo da Costa, para escapar à voragem do excesso de trabalho que a consumia demasiado. E dá conta que, por vezes, escolher o incerto é o mais certo nesta vida. Mesmo que essas escolhas signifiquem deixar para trás algumas coisas de que goste, ganhou outras. Lisa comenta ainda este novo cenário político na AR e o que considera importante mudar ou celebrar meio século depois do 25 de abril. E ainda nos dá música e poesia, ao ler dois poemas de André Tecedeiro que lhe entraram na pele. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/29/202453 minutes, 14 seconds
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Rui Costa Lopes (parte 1): “Com esta direita radical há uma perda de vergonha de certas ideias de preconceito e discriminação que estavam adormecidas na cabeça das pessoas e começam a ficar normalizadas”

Foi sem surpresa que o psicólogo social Rui Costa Lopes viu o partido da direita radical português ter um crescimento galopante nos últimos 5 anos ao passar de 1 deputado para os atuais 50. Isto porque há muito que este investigador estuda um certo gigante que andava adormecido na sociedade e que despertou do silêncio quando o líder do Chega começou a propagar ideias e crenças extremistas que andavam caladas. Rui Costa Lopes acaba de publicar um livro que explica em parte este fenómeno. Chamou-lhe “Preconceito e Discriminação em Portugal”, numa edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde analisa a raiz deste problema, desmonta ideias e crenças negativas sobre minorias e aponta soluções. Eis o ponto de partida para esta conversa. “Achávamos que a experiência do passado nos protegia da extrema direita, mas a memória luso-tropicalista e representações benevolentes do passado podem explicar em parte estes resultados.” Oiça aqui a primeira parte da entrevista com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/22/20241 hour, 6 minutes, 31 seconds
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Rui Costa Lopes (parte 2): “Celebremos os 50 anos do 25 de Abril dando valor e lugar à moderação e repensemos as certezas, com escuta, diálogo e empatia”

Nesta segunda parte, Rui Costa Lopes começa por responder ao cientista político e amigo Pedro Magalhães, que lhe aponta o sentido de humor “implacável” do Rui. O que o faz rir? E como o humor pode ser uma boa arma para a empatia? Rui fala da sua mudança para os Açores e a epifania que o levou a dar-se conta que a sua felicidade estava nas coisas mais simples, deixando de lado o peso das grandes missões de vida. E aqui partilha os seus novos prazeres na ilha, a vontade de juntar uma cabra ao seu agregado familiar, uma breve leitura do clássico “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, que traduz bem esta sua nova fase e dá-nos a ouvir algumas das músicas que o acompanham. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/22/202439 minutes, 42 seconds
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João Salaviza (parte 2): "Os prémios permitem continuar a filmar, mas não dizem nada sobre a sua qualidade. Não teria dado prémios a metade dos filmes que ganharam Palmas de Ouro, Ursos de Ouro e Óscares"

Nesta segunda parte, o realizador João Salaviza partilha mais sobre a experiência imersiva de viver durante parte do ano numa aldeia de povos indígenas, que já o batizaram com o nome de um guerreiro mítico Krahô, o “Ua-Ua”. João fala ainda de como a sua filha, a Mira, lhes permitiu aceder ao mundo mágico das crianças indígenas, o que trouxe mais densidade e verdade ao filme. Como tem sido essa troca? O que tem ganho o seu cinema com isso? Qual a grande lição que os Krahô lhe passaram e que trouxe para a vida e para a forma como filma? Salaviza fala ainda dos desafios vividos durante os 15 meses das filmagens de “A Flor do Buriti” e reflete sobre o período difícil que os Krahô enfrentaram durante a problemática governação de Bolsonaro e a pandemia. E, nesta segunda parte, há ainda lugar para boas sugestões: Salaviza revela qual o último filme que o arrebatou, qual o livro que o marcou recentemente e as músicas que o acompanham. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/15/202446 minutes, 11 seconds
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João Salaviza (parte 1): “Perdermos a capacidade de espanto é uma tragédia individual e social. O cinema pode devolver-nos perguntas e o espanto”

Há dez anos que o realizador João Salaviza, e a companheira Renée Nader Messora, filmam o povo indígena Krahô, no Brasil. A sua nova longa-metragem, “A Flor do Buriti”, que ganhou o “Prix d´Ensemble”, em Cannes, é o resultado dessa longa relação com os Krahô, com estreia marcada para o próximo dia 23 de março nos cinemas. Uma obra que nos transporta até à aldeia da Pedra Branca, na região de Tocantins, no Norte do Brasil, e que nos confronta com a cultura e a história de resistência dos Krahô durante séculos de invasões, massacres e roubos. Salaviza, que já foi premiado por outros filmes no passado com o “Urso de Ouro” e a “Palma de Ouro”, conta-nos neste podcast como tudo mudou na sua vida e na sua obra nesta última década, depois de conhecer Renée e o povo Krahô, que o batizou a si e à sua família com nomes indígenas e o inspiraram a mudar o foco do seu cinema. See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/15/202449 minutes, 6 seconds
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Diana Niepce (parte 1): “Não me coloquem no papel da vítima ou da heroína, como num ‘meme’ inspiracional do Instagram. As pessoas com deficiência não existem para inspirar os corpos normativos com histórias de superação”

Diana Niepce é bailarina, coreógrafa e escritora e anda há uma vida a desafiar os limites do corpo e a cruzar os caminhos da arte e da vida. Em 2014 foi forçada a reinventar-se quando a meio de um ensaio sofreu uma aparatosa queda de um trapézio que a deixou tetraplégica. Desde aí, Diana Niepce tem questionado o preconceito dos outros sobre os corpos com deficiência, ou fora da norma, voltou aos palcos com novas possibilidades artísticas e, através das suas obras, tem desmistificado o que é isso de um corpo frágil ou forte e afirmado a virtude da diferença. Nesse movimento, em 2022 foi premiada pela SPA com a peça “Anda, Diana”, e este mês estreou o ciclo “Corpos Políticos”, com curadoria sua, que vai até 16 de março, na Culturgest, em Lisboa. Nesta primeira parte Diana é surpreendida com um testemunho do encenador e dramaturgo Rui Catalão, assim como da fundadora e diretora executiva da associação “Acesso Cultura”, Maria Vlachou, que acrescentam novos ingredientes e olhares sobre Diana e lhe deixam perguntas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/8/20241 hour, 5 minutes, 44 seconds
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Diana Niepce (parte 2): “O estranhamento e a imperfeição são deslumbrantes. Sermos diferentes não é um defeito. Continuemos a lutar por uma democracia que não é uma visão única, com valores que não são opiniões subjetivas”

Na segunda parte deste episódio, Diana Niepce abre o livro “Anda, Diana”, um diário de auto-ficção onde narra de forma crua e íntima, e com um humor bastante mordaz, o que passou nos tempos que se seguiram ao seu acidente de 2014. E, ao afirmar-se como um “corpo político”, revela o que espera destas legislativas de 10 de março e o que importa lembrar, melhorar e celebrar nestes 50 anos da nossa democracia. Diana partilha ainda as músicas que a acompanham na vida, na dança ou no duche, e fala de amor, sexo e humor. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/8/202438 minutes, 27 seconds
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Alexandra Lucas Coelho (parte 1): “O espelho está voltado para Israel. Como podem os descendentes dos judeus de Auschwitz transformar Gaza num campo de extermínio?”

Alexandra Lucas Coelho anda há mais de duas décadas a decifrar os conflitos e guerras no Médio Oriente, uma região que voltou a estar nas bocas do mundo desde o dramático ataque do Hamas, no sul de Israel, a 7 de outubro de 2023. Autora de 14 livros, e com vários prémios de jornalismo e literatura, escreve contra todo o tipo de fronteiras, contra as opressões, contra a ideia do “nós e os outros”. E para ajudar a explicar o que originou a tragédia humanitária sem precedentes que se vive atualmente em Gaza e que já matou 30.000 palestinianos, a escritora lançou este mês uma nova edição revista do seu primeiro livro, “Oriente Próximo”, obra de não ficção sobre Israel e a Palestina, situada entre 2005 e 2007. Alexandra destinou os direitos de autor deste livro para Gaza. E aqui descreve o cenário perturbador que viu e testemunhou na reportagem que fez há pouco tempo na Cisjordânia Ocupada e Jerusalém e o relato duro do amigo W que está em Gaza. Nesta primeira parte pode ainda ouvir-se o testemunho da palestiniana Shahd Wadi, doutorada em Estudos Feministas pela Universidade de Coimbra, e do editor e fundador da Caminho, Zeferino Coelho, que deixa uma pergunta a Alexandra.See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/1/20241 hour, 20 minutes, 30 seconds
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Alexandra Lucas Coelho (parte 2): “Escrevo contra todo o tipo de fronteiras. Viver é uma luta de libertação. Somos todos florestas densas e vastas e tantas vezes vêem em nós apenas uma árvore”

Na segunda parte deste podcast, Alexandra responde ao seu editor Zeferino Coelho, fala sobre os seus romances, que são de um género sem género, e como para si escrever e viver “é uma luta de libertação”. A escritora assume que não lhe interessa ir ao encontro do que os outros esperam dela. “Quando respondermos às expectativas dos outros estaremos a fazer o nosso pior trabalho. Só há uma vida. E é sagrada. E deve ser vivida em toda a liberdade. Não fiquem presos às expectativas de ninguém. As florestas são vastas e densas. E preciosas são as pessoas que não só não esperam de nós o que fizemos e veem em nós o que ainda não fizemos e não vimos.” Alexandra dá-nos a ouvir algumas das músicas que acompanham este seu “Oriente Próximo”, lê um poema poderoso de Uri Orlev, poeta judeu sobrevivente do Holocausto - dá-nos conta de uma inexplicável coincidência de datas que se apercebeu no carro a caminho desta entrevista que passou a dar outros ecos à poesia de Uri - e ainda lê um excerto da sua autoria sobre uma festa de hip hop num cenário de ataques e bombas. E agora que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, e nos aproximamos das votações legislativas, Alexandra revela o que mais admira nesta nova geração, que não encontrou na sua, o que espera do novo governo, o que deseja para o país e o que importa celebrar, recordar e melhorar na nossa democracia. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/1/202459 minutes, 40 seconds
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Episódio especial com Lela, a madame das noites picantes de um dos mais antigos bares de alterne lisboetas: "Esta vida é um romance"

Neste episódio especial vamos recuar ainda mais no tempo, aos primórdios deste podcast, mais precisamente a junho de 2016 quando entrámos no mais antigo bar de alterne lisboeta, o Piri-Piri, dispostos a deixar os preconceitos à porta - ou pelo menos tentar - para entrevistar Maria Amélia, por todos chamada de Lela, a dona daquele lugar boémio que há 81 anos conta parte da história da capital. Um bar que serviu durante décadas companhia, marotice, mas “não sexo”, como Lela fez questão de frisar nesta conversa, porque o seu negócio sempre foi o da bebida. Neste podcast, a ‘madame’ desconstrói algumas ideias feitas sobre espaços como este e, no caso dela, garante ter sido sempre mulher de um homem só. Diz que o melhor do seu dia é chegar a casa e ter um jantar feito pelo seu marido, regado com um bom vinho branco gelado. Monogamias e romantismos aparte, Lela juntou ao cocktail desta conversa uma boa dose de malícia e humor, sem falsos moralismos, ao revelar o jogo da casa e as manhas e os segredos desta pequena barca do prazer, com vocação de confessionário, situada no número 61 da Rua da Glória, junto à Praça da Alegria, onde o inferno é estar só. Atualmente com 65 anos, Lela continua a orgulhar-se de ser “a madame das noites picantes” ou “a cigana da praça da alegria”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/12/202454 minutes, 51 seconds
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Episódio ao vivo com Márcia e Susana Peralta: “Temos recursos infinitos dentro de nós, há coisas que as máquinas nunca vão conseguir fazer melhor do que os humanos”

Susana Peralta e Márcia foram as convidadas de Bernardo Mendonça neste episódio d' A Beleza das Pequenas Coisas especial ao vivo no Festival de Podcasts Expresso by Hyundai. O ano que agora começa traz imensos desafios à democracia e as duas convidadas traçam os seus desejos para o ano novo, analisam a situação atual e tecem comentários sobre a Inteligência ArtificialSee omnystudio.com/listener for privacy information.
1/5/202433 minutes, 14 seconds
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Especial Fim de Ano com Lídia Jorge: “Os escritores olham para a realidade de olhos fechados a procurar a alma do mundo. Somos como fósforos, ardemos no escuro. Somos testemunhas do tempo”

Durante dois anos a prestigiada escritora Lídia Jorge escreveu um romance que partiu de um pedido da sua mãe, pouco antes de morrer. Confinada num lar de idosos, pediu que a obra se chamasse “Misericórdia” para que as pessoas se tratassem com mais humanidade e empatia. Lídia acedeu ao pedido e escreveu o seu livro mais íntimo, uma exaltação da vida, da curiosidade, da sabedoria mesmo quando a morte espreita. Uma obra que acaba de ser distinguida com o Prémio Médicis Étranger, em ex-aequo com o romance "Impossibles Adieux", da sul-coreana Han Kang. Nesta edição especial, relançamos a conversa com Lídia Jorge, realizada em outubro de 2022 para este podcast, que viaja na memória até à infância da escritora, aos tempos vividos em África onde teve o seu filho, até à crise atual no país, sobre a qual afirmou: “É errado um discurso triunfalista dos números quando as pessoas estão a sofrer muito. Há um contraste entre aquilo que é o discurso político e a vida das pessoas.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/29/20232 hours, 27 minutes, 19 seconds
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Especial Natal com Siza Vieira: "O sentido da vida é navegar no meio dos escolhos e planícies onde nos deslocamos. Está-me sempre a faltar tempo. O trabalho não me salva da melancolia, mas ajuda-me muito"

É uma das maiores figuras da arquitetura mundial e um dos mais premiados de sempre. Há 31 anos, Álvaro Siza Vieira foi o primeiro arquiteto português a receber um Pritzker - considerado o Nobel da arquitetura. Pode mesmo dizer-se que Siza reescreveu a história da arquitetura projetando-a para o futuro. Nesta edição especial, republicamos esta grande entrevista feita a Siza Vieira neste podcast em junho de 2022, onde faz um balanço do percurso, critica o “estado de agonia” da profissão e lamenta não ter mais trabalho e não estar a deixar mais obra relevante no país. E deixa uma crítica ao sistema, à mentalidade do “quem dá menos“ e do “para quem é bacalhau basta“, e afirma: “Acha-se que um arquiteto só serve para o capricho de quem tem dinheiro. Acredito na habitação social com qualidade para todos.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/22/20232 hours, 18 minutes, 10 seconds
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Tânia Graça (parte 1): “A minha luta pela liberdade das mulheres vem da falta dela. Os meus primeiros anos não foram bons. Mas vejo cor na cinza. É uma ferida que fiz florir”

Ela é uma das vozes mais interessantes da nova geração a falar no espaço público de sexualidade, relações, feminismo interseccional, masculinidade tóxica, identidade de género, orientações, desejos, educação e liberdade. Durante a pandemia tornou-se conhecida no instagram por encorajar as mulheres a explorar o seu corpo e a viver as relações e a sexualidade de forma saudável e prazerosa, sem preconceitos."O orgasmo feminino é um ato político porque quando nos masturbamos, mostramos que fazemos o que quisermos com o nosso corpo, é uma retomada da sua posse.” Atualmente a sexóloga Tânia Graça faz dupla com Ana Markl no programa “Voz de Cama”, da Antena 3, que saltou para o palco do Teatro Maria Matos, numa série de conversas ao vivo com sala cheia. Questões sobre sexualidade e relações não faltam. E, no final da primeira parte, Tânia é surpreendida por um áudio de Ana Markl, que deixa uma pergunta bem interessante...See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/15/20231 hour, 15 minutes, 53 seconds
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Tânia Graça (parte 2): "Mulheres vocais, que trabalham muito, de sucesso, podem ter ao seu lado homens igualmente incríveis. Tenho neste momento comigo não só alguém que me aceita, mas que me celebra"

No ínicio desta segunda parte, Tânia começa por falar da amizade relâmpago com Ana Markl, com quem faz dupla no programa “Voz de Cama”, na Antena 3, das cumplicidades criadas, e da aprendizagem mútua, experiência em antena e nos espetáculos ao vivo. E responde à pergunta de Ana em relação a certos medos futuros sobre a “masculinidade tóxica”. E qual a tolerância que Tânia tem com amigos que têm comportamentos ou comentários machistas e misóginos? A sexóloga responde e dá exemplos. E revela mais sobre a sua intimidade e o passado difícil que explica em boa parte a razão de ser das suas lutas e causas. E há ainda espaço para a música que a acompanha e para revelar alguns dos seus maiores desejos ...See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/15/20231 hour, 1 minute, 11 seconds
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Especial José Tolentino Mendonça, Prémio Pessoa 2023: “A vida tem sido esplêndida para mim. Tem-me dado um património de sede, uma latência de desejo”

Foi em Angola onde o padre, cardeal e poeta Tolentino Mendonça ouviu as primeiras grandes histórias. A avó analfabeta foi a sua ‘primeira biblioteca’, ao contar-lhe mundos de realismo mágico. Aos onze anos entrou no seminário do Funchal por um chamamento que não sabe explicar de onde veio. No dia em que foi distinguido com o Prémio Pessoa 2023 republicamos a entrevista de vida que deu em dezembro de 2016. Uma conversa rica de memórias e reflexões críticas sobre os valores da sociedade contemporânea, onde não falta a poesia. "O verdadeiro presente é deixarmo-nos tocar pelos outros"See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/14/20231 hour, 16 minutes, 18 seconds
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Diogo Faro (parte 1): “Dizem que sou polémico. Não defendo orgias obrigatórias. O que defendo é mais habitação, melhor SNS e menos discriminação”

Autor do podcast “Desta para Melhor”, Diogo Faro intitula-se nas redes sociais como o “Sensivelmente Idiota”, faz humor político e tem a mira apontada contra opressões e injustiças sociais. Atualmente, está em cena com o espetáculo “Amor, quero beijar mais pessoas”, junto com a atriz Joana Brito Silva, todas as quartas-feiras, no Teatro Villaret, em Lisboa. Um texto escrito por esta dupla, baseado na experiência enquanto casal não monogâmico. “Perante 400 pessoas, quando perguntamos se alguma vez pensaram na não monogamia ou se já tiveram atração por outra pessoa numa relação fechada, quase toda a gente diz que sim. E está tudo bem.” No final desta primeira parte, Diogo é surpreendido por um áudio da namorada e atriz Joana Brito Silva, que faz um retrato dele e deixa uma questão gastronómica envolta em mistério…See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/8/202357 minutes, 41 seconds
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Diogo Faro (parte 2): “Muitos humoristas já fizeram piadas sobre mim. Tornou-se fácil baterem-me por ser humorista e ativista. São todos muito originais com a mesma piada”

Logo no início da segunda parte deste episódio, o comediante Diogo Faro confirma o seu talento em juntar pessoas - "talvez seja mesmo o talento que me possa gabar sem qualquer vergonha", esclarece dúvidas e equívocos sobre o universo da não monogamia com consentimento e as regras que ele e a namorada e atriz Joana Brito Silva estabeleceram para esta relação que já tem dois anos. E daí fala de sexualidade e a forma fluída como a encara, o valor da amizade e  como tem gerido os momentos de crise económica e queda emocional. "Devo tudo aos meus amigos e família."  E, claro, ainda há espaço para a poesia, a literatura - elege o melhor livro de 2023 - e as músicas que o acompanham, cheias de valor sentimental e boas histórias. E dá-nos conta dos próximos destinos para onde quer viajar em 2024. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/8/20231 hour, 3 minutes
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Maria José Campos (Parte 1): “Continua a haver muitas pessoas com medo de fazer o teste de VIH por causa da discriminação. Esse silêncio mata”

Maria José Campos é um dos nomes mais incontornáveis no apoio às pessoas infectadas com VIH em Portugal desde os anos 80 quando dava consultas no Hospital Egas Moniz, onde estavam internadas as primeiras pessoas doentes com o vírus. Fez parte da fundação da Associação Abraço, depois da ILGA, e foi coordenadora científica do Check Point LX. Até abril deste ano, altura em que se reformou, dava consultas de infectologia no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa. No Dia Mundial da Luta Contra a SIDA a médica faz o retrato da situação atual e dos últimos 40 anos e alerta para o perigo do estigma, do medo e da ignorância que ainda mata e exclui. E, no final desta primeira parte, é surpreendida com uma áudio comovente da atriz e ativista trans Jó BernardoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
12/1/20231 hour, 4 minutes, 58 seconds
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Maria José Campos (Parte 2): “Acredito que nas próximas eleições as pessoas vão decidir bem. E não vão dar espaço a uma direita racista, homofóbica e sem qualificação, num ataque à democracia”

Na segunda parte desta conversa, Maria José começa por falar da amizade e do tanto que aprendeu com Jó Bernardo sobre a comunidade trans. Recorda ainda como começou no ativismo e se tornou aliada e cúmplice da comunidade LGBTQIA+ e recusou “as plumagens” da ribalta. E se teve uma fatura profissional e pessoal por ser uma mulher contra um certo sistema, numa sociedade e classe profissional que considera ainda muito “conservadora”, “castradora” e “masculinizada”, sublinha o tanto que aprendeu e o mundo que ganhou com as comunidades da margem. E volta a comover-se com um novo áudio, desta vez de Ricardo Fuertes, técnico nas áreas do VIH e dependências, que aqui conta outros lados seus e deixa-lhe uma pergunta de boa reflexão. E há ainda espaço para se falar de sexualidade, sem culpas e vergonhas, e da importância de levar esse tema sem preconceitos seja à mesa com amigos ou nas consultas médicas. Maria José revela aqui que aos 68 anos, depois de sair de cena do mundo da medicina, está a aprender a nadar, a falar italiano e, imagine-se, bordado japonês. E como não podia faltar, traz-nos música e literatura. As suas escolhas literárias são: “Puta feminista” de Georgina Orellano, e “O Negócio da Saúde - como a medicina privada cresceu graças ao SNS”, de Bruno Maia. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/1/20231 hour, 3 minutes, 58 seconds
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Ana Moura (parte 1): “Engavetar uma artista é matá-la. Até porque não somos só uma coisa a vida inteira. Estamos em constante transformação”

Ela é uma das artistas portuguesas mais internacionais, e mais surpreendentes, que melhor refletem este tempo, sem esquecer o passado e as raízes africanas, que leva o fado na rouca voz e no coração uma janela escancarada para o mundo, e para tantas outras sonoridades. Em 2022, Ana Moura ousou desarrumar os móveis de casa, e limpar o pó às expectativas dos outros, libertando-se das caixinhas onde a tinham arrumado, para lançar “Casa Guilhermina”, com Pedro da Linha, Pedro Mafama, Conan Osíris, entre outros. E apresenta agora o novo single “Lá vai ela”, onde canta a nova fase de dona e senhora da sua música e da sua vida. E aqui chega a trautear em exclusivo um semba de Bonga que cantava na infância. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/24/202356 minutes, 49 seconds
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Ana Moura (parte 2): “A comunidade 'queer' tem-me ensinado muito sobre autoestima, porque enfrenta desde sempre dificuldades na vida, e olhares pela janela, e conseguem ainda assim manifestar amor. É de enorme grandeza”

Na segunda parte desta conversa, Ana Moura responde a Selma Uamusse, fala da maternidade, da importância da família, das suas raízes africanas, que ela leva para a sua música, comenta sobre os olhares preconceituosos de algumas pessoas sobre os seus, e recorda e celebra Prince e Sara Tavares. E é ainda surpreendida pelos testemunhos dos músicos Herlander e Rita Dias, que juntam outras questões para a conversa. Ana Moura revela também como a comunidade ‘queer’ a tem "ensinado muito sobre autoestima", mesmo apesar das dificuldades na vida, e olhares pela janela, "e conseguem ainda assim manifestar amor. É de uma enorme grandeza." E ainda há lugar para Ana revelar o que anda a ler e as músicas que a acompanham e inspiram. Isto e muito mais…See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/24/20231 hour, 2 minutes, 21 seconds
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Cláudia R. Sampaio (parte 1): “Na poesia vou a sítios muito obscuros. É como estar à beira de um precipício, quase a cair, e ficar nessa vertigem. Viver é uma vertigem”

Cláudia R. Sampaio é das poetas mais necessárias e marcantes da contemporaneidade. A sua poesia é desassombrada, torrencial, por vezes crua e em carne viva, com fúria, fogo, cinza e lava, delírio, abismo e subversão. A autora escreve até às entranhas e nunca se furta a expor as dores, a experiência da doença mental e a lucidez perante si, os outros e o mundo. A obra mais recente é a antologia “Já Não Me Deito em Pose de Morrer”, da coleção “Elogio da Sombra”, da Porto Editora, com curadoria de Valter Hugo Mãe. Um livro tesouro que contém relíquias poéticas de Cláudia, que é também pintora e está ligada ao projeto “Manicómio”. Uma vez quiseram-na louca, como escreveu num poema, mas maior loucura estará em quem não a ler e escutar. No final desta primeira parte, o escritor Valter Hugo Mãe deixa um retrato sobre Cláudia, e junta uma pergunta que vai fundo na poeta. See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/17/20231 hour, 31 minutes, 33 seconds
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Cláudia R. Sampaio (parte 2): “Talvez o medo que tenha seja de mim própria. Medo de falhar aos outros, do dia de amanhã e do estado do mundo. Sou muito lúcida”

No arranque desta segunda parte, Cláudia responde a uma pergunta do escritor Valter Hugo Mãe. E discorre sobre alguns dos medos que ainda vivem em si. Mais à frente, é surpreendida por mais um retrato aúdio, sobre si, pela também poeta Raquel Nobre Guerra, que é amiga íntima e a compara a uma romã, de uma forma muito bela, certeira e poética. Raquel lança-lhe também algumas achas para a fogueira das questões que ardem em acesas respostas. E ainda há espaço para a música e para a leitura de dois dos seus poemas preferidos: “O Poeta em Lisboa”, de António José Forte, e “Homens que São como Lugares Mal Situados”, de Daniel Faria.See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/17/20231 hour, 4 minutes, 40 seconds
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Beatriz Gosta (parte 1): “Um pseudo-humorista chamou-me puta, porque sou uma mulher livre. Dá dó. Acordem, não é ofensa uma mulher ser dona do corpo e da vontade”

Ela é sempre um acontecimento. Através do humor faz cheque-mate a pessoas machistas, retrógradas, conservadoras ou pudicas. Chama-se Marta Bateira, mas tornou-se conhecida em 2015 no Youtube como Beatriz Gosta, um alter ego de língua solta, sotaque orgulhoso do norte, sexualmente livre e empoderada, de carisma do outro mundo, que chegou rapidamente à rádio e à televisão. Foi também para acontecimentos destes, de 'Beatrizes' que metem o pé na porta e ocupam o espaço público, a reivindicar igualdade de direitos e a assumir tanto os seus desejos, como os desafios e cansaços da gravidez e da maternidade, que se fez o 25 de Abril. Em 2023, Beatriz Gosta estreou novo espetáculo, “Resort”. Espécie de sonho com pulseirinha e bar aberto perante uma realidade que a tem virado do avesso. Oiça aqui a primeira parte da entrevista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/10/202346 minutes, 40 seconds
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Beatriz Gosta (parte 2): “No hotel, depois de um show de sucesso, palmas, ‘selfies’, adrenalina, ligas a TV, róis um chocolate e bate aquela solidão. Sentes falta de partilhar”

Na segunda parte desta conversa, Marta Bateira começa por falar da melancolia e solidão de uma artista ao chegar ao hotel sozinha, após um espetáculo com casa cheia. “No hotel, depois de um show de sucesso, palmas, ‘selfies’, adrenalina, ligas a TV, róis um chocolate que trouxeste do camarim e bate aquela solidão. Sentes falta de partilhar aquilo com alguém.” E revela o lado desafiante das relações amorosas, quando se é independente e se criou “uma casca grossa”. E ainda há tempo para se discutir a fundo machismo tóxico e sexismos, a crise na Habitação, política e até o prazer e a sexualidade saudável, com muito humor, sem falsos pudores, numa conversa muito 'hilária' e desarrumada.See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/10/20231 hour, 12 minutes, 30 seconds
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Nelson Nunes (parte 1): “Escrever pode ser uma finta à morte, sabendo que ela vai ganhar. No amor e no humor há esse adiamento da morte. É bom falarmos e rirmos dela”

Em 2019, Nelson Nunes escreveu o primeiro romance “Preciosa”, onde contou, entre a realidade e a ficção, a história de violência doméstica que ele e a sua mãe sofreram. Este mês o escritor lança novo livro, sobre um dos grandes temas da literatura que mais inquietam a Humanidade: a morte. Chamou-lhe “Enquanto vamos sobrevivendo a esta doença fatal”, publicado pela Zigurate, e, com rigor e investigação, disseca o tema e vai fundo nos seus ângulos mortos, com as perspectivas de quem viveu grandes perdas, quem pensou no suicídio, na eutanásia, ou recebeu uma sentença de morte. “Perante a morte, se nos rirmos um bocado dela, estamos a ganhar, sabendo que vamos perder daqui a um tempo.” Nelson chega a ler um excerto do seu livro e, no final desta primeira parte, é surpreendido com um áudio e uma pergunta do escritor e dramaturgo Rui Cardoso Martins.See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/3/20231 hour, 1 minute, 5 seconds
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Nelson Nunes (parte 2): “Não tomamos bem as rédeas do nosso tempo. Por isso, na mesa onde escrevo, tenho uma folha a dizer 'não'. Para tudo o que não é importante”

No arranque desta segunda parte, Nelson responde ao escritor e dramaturgo Rui Cardoso Martins. E faz o exercício de imaginar as suas últimas palavras em vida. E perante outro desafio, de Carlos Vaz Marques, o seu editor na Zigurate, a que chama de “fera”, revela o título original deste seu novo livro que não foi do agrado de Carlos. E ainda fala do sentido de urgência com que vive, o gatilho que o leva a escrever, a importância de uma boa relação com um editor, e como se imagina no futuro que aí vem. O escritor dá também a sua perspetiva sobre os desafios do amor em tempos de Tinder, fala do sobressalto da guerra e, mais à frente, dá a conhecer as músicas que o acompanham, e lê um excerto da obra “A Morte do Pai”, de Karl Ove Knausgard, um dos seus escritores preferidos. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/3/20231 hour, 10 minutes, 18 seconds
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Maurício de Sousa (parte 1): “A vida é feita de fado, samba e rock and roll. Se sou uma rock star da BD? Não tenho tanta preocupação em me colocar num pedestal. Sempre estive do meu tamanho”

Ele é um dos maiores ícones da banda desenhada mundial, a par de Walt Disney, Hergé, Quino ou Hugo Pratt. Maurício de Sousa é o pai da Mônica, Magali, Cebolinha ou Cascão e desde os anos 60 que as personagens de “A Turma da Mônica” são referência de várias gerações e responsáveis pela alfabetização de milhões de pessoas no Brasil. A sua BD já vendeu mais de um bilhão de revistas em mais de 40 países - de Portugal à Indonésia ou Japão. Agora, aos 88 anos, o cartunista e escritor Maurício de Sousa afirma ter pressa de viver e fazer, e as suas histórias estão no teatro, no cinema, na TV, no Youtube ou em exposições de arte. De visita a Portugal para a mostra “Mônica 60 anos - sempre fui forte”, que estará até 29 de outubro na 34ª edição da Amadora BD, em Lisboa, prepara-se para em 2024 ver adaptada a vida ao grande ecrã. E meio a sério, meio a brincar, afirma: “Quero ganhar um Óscar. Claro!” No final da primeira parte, Maurício é surpreendido com um testemunho da filha Magali... See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/27/20231 hour, 40 seconds
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Maurício de Sousa (parte 2): “O sentido da vida é fazer com que as pessoas ao nosso lado estejam felizes. Tenho pressa, quero ter mais tempo para entender, ouvir, ler, viver, e chegar a mais mundos com ‘A Turma da Mônica’”

Esta segunda parte arranca com emoção e memória, com Maurício de Sousa a recordar a infância da comilona filha Magali, que deu origem à famosa personagem viciada em melancia, que tem um gato chamado Mingau. Aqui ficamos a saber que o verdadeiro gato tinha outro nome e outras curiosidades. Num percurso com tanto sucesso, como Maurício se relacionou durante o seu caminho com a falha e o momento de quase falência? E como é ganhar tantos anos de vida, mantendo a curiosidade, a vontade de inovar, aprender e de estar em contacto com a infância? É esse o segredo da juventude? Maurício responde nesta segunda parte do podcast, é ainda surpreendido pelos testemunhos do filho Mauro (que representará a vida do pai no cinema) e do ilustrador Vitor Cafaggi. E haverá espaço para a música, e para ouvir o vozeirão de Maurício que nos surpreende a trautear o tema "Granada". Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/27/202352 minutes, 15 seconds
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Filipe Sambado (parte 1): “Não grito no café ´Sou uma pessoa não binária! Tratem-me pelos pronomes certos!’ Gostamos é que nos tratem bem e que possamos ver a bola juntos”

Se há artistas que são constante reinvenção, metamorfose e faísca musical, Filipe Sambado faz parte dessa constelação, com um lugar bem firmado na pop nacional. No seu novo quarto álbum de originais "Três Anos de Escorpião em Touro", Filipe Sambado volta a surpreender e revela-se num registo mais intimista e melancólico depois da experiência da pandemia e de várias mudanças: a reafirmação de género enquanto pessoa não binária, os desafios de ser “pai ou papita” da filha Celeste, junto com a ansiedade e depressão. E aqui se revela, sem interesse em pedestais. “Não me sinto corajosa. Tenho muito medo no geral. Mas percebo que para fazer certas coisas tenho de o enfrentar.” Qual o poder de uma canção? “Ouvirmos o que estávamos a precisar de compreender e não conseguimos explicar. E pode ter o valor de uma dança.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/20/20231 hour, 3 minutes, 1 second
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Filipe Sambado (parte 2): “Gostaria que as minhas músicas fossem ‘hits’, preocupo-me em chegar ao público, mas quando faço uma canção quero é sentir que chega a um ponto de sublime”

No arranque da segunda parte deste podcast, Cecília Henriques, companheira de Filipe, deixa-lhe um testemunho de amor apaixonado e arrebatador, do interior de uma casa de banho. E coloca-lhe uma pergunta de resposta complexa. E aqui é recordado o início desta história de amor que tem várias nuances, sempre pontuada com muito humor. E ainda se fala dos desafios da paternidade e de uma relação amorosa longa, de saúde mental e como Filipe olha para o futuro e para o espelho retrovisor do passado. Como habitual, ainda há espaço para mais música e para a poesia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/20/202358 minutes, 54 seconds
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Catarina Vasconcelos (parte 1): “Faço filmes porque a minha mãe morreu e porque quero ter muitas vidas dentro desta. Filmar é viver mais e espreitar muito”

Com a sua primeira longa-metragem, “A Metamorfose dos Pássaros”, de 2020, a cineasta Catarina Vasconcelos já passou por mais de 70 festivais, depois de duas dezenas de distinções, nomeadamente o “Fipresci” da crítica do Festival de Berlim ou o prémio de melhor realização no IndieLisboa, e recebeu 4 troféus nos prémios Sophia. Esta obra, entre a realidade e a ficção, sobre a sua mãe e a sua avó, que partiram cedo demais, soma mais de 15 mil espectadores em sala, além das plataformas de streaming. A fasquia está alta e o futuro a Catarina pertence, que após a curta “Nocturno Para uma Floresta”, prepara nova longa sobre a relação das pessoas com a morte e aqui desvenda mais sobre si e o seu cinema.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/13/20231 hour, 12 minutes, 34 seconds
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Catarina Vasconcelos (parte 2): “Eu leio poesia e sou romântica e a Cláudia lê ciência e acha que o amor romântico é uma seca. O amor e a liberdade podem tudo”

Na segunda parte desta conversa, Catarina responde à questão surpresa colocada pela sua companheira, a cineasta Cláudia Varejão, sobre como vê neste momento a cidade de Lisboa. O que a inquieta, preocupa e estimula? E como olha Catarina para o nosso país 50 anos depois do 25 de Abril? E o que importa reconstruir, desconstruir e fazer nos próximos 50 anos para vivermos numa sociedade com menos desigualdades, ódios e 'ismos'? Neste episódio, há ainda espaço e tempo para falarmos sobre amor, humor e sobre a sua fé, nos outros, na arte e na natureza. E há ainda lugar para a poesia e para a música que a acompanha.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/13/20231 hour, 5 minutes, 19 seconds
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Manuel Beja (parte 1): “No futebol masculino e nas empresas portuguesas não conheço pessoas LGBT fora do armário. A visibilidade é importante e tem valor político”

Manuel Beja entrou este ano a bordo do voo da agenda mediática enquanto chairman da TAP, uma viagem cheia de turbulências provocada pelo despedimento de Alexandra Reis, ex-administradora da TAP. A aterragem foi imprevista, já que o Governo decidiu demiti-lo, com “justa causa”. Nesta primeira entrevista após a demissão, o gestor afirma que “não há justa causa”, elogia Pedro Nuno Santos, avisa que o Estado deve manter posição relevante na privatização da companhia aérea e admite entrar com um processo de indemnização. O gestor recorda ainda as insinuações veladas que o Chega lhe fez na Comissão de Inquérito, o momento em que referiu o seu marido, afirma a importância da visibilidade LGBTQIA+ na sociedade e em cargos de topo nas empresas, e alerta para os perigos da extrema direita. “Espalham o ressentimento, promovem uma regressão civilizacional, fomentam a divisão, o ódio e a falta de solidariedade contra ciganos, estrangeiros, refugiados, contra quem tem uma religião diferente da sua, contra tudo aquilo que é humano mas não é igual a eles próprios”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/6/202352 minutes
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Manuel Beja (parte 2): “Iniciei a adoção do meu filho no Brasil, onde vivi. O Guilherme veio para casa com um ano e um mês. Tornou-me mais feliz e completo”

Na segunda parte deste episódio em podcast, o gestor Manuel Beja começa por responder a duas perguntas colocadas pela presidente da ILGA, Ana Aresta, fala dos desafios do ativismo, e o que os pode levar a estar à beira de um ataque de nervos, comenta a realização pessoal que a paternidade lhe trouxe, e recorda o ano mais feliz da sua vida quando, há 20 anos, adotou o seu filho Guilherme, no Brasil. Manuel Beja conta ainda a forma como celebrou com uma grande festa os seus 50 anos, os fantasmas e inquietações que atualmente o acompanham, e revela também alguns dos seus prazeres, que incluem o vólei, o pádel e o ciclismo. E ainda nos dá a conhecer as músicas que o acompanham e dois poemas com que se identifica.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/6/20231 hour, 8 minutes, 51 seconds
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Laborinho Lúcio (parte 1): “Gostaria que a Igreja estivesse preparada para desocultar a sexualidade dos padres e acabasse com a castidade”

Foi ministro da Justiça na década de 90, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, e é atualmente juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça e escritor. Autor de quatro romances, publicou em 2022 “As Sombras de Uma Azinheira”, sobre o confronto de um país antes e depois da revolução. Nesta conversa em podcast, Laborinho Lúcio, deixa um olhar crítico sobre o estado da Justiça em Portugal e após integrar a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, reflete sobre o que falta fazer para haver uma efetiva mudança numa certa cultura de silêncio e ocultaçãoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
9/29/202357 minutes, 10 seconds
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Laborinho Lúcio (parte 2): “Tenho 81 anos e o meu desejo é demorar o máximo tempo possível a estar velho. A vida é fantástica, cabeçada aqui e ali, e tenho pena que acabe”

Na segunda parte desta conversa, Laborinho Lúcio começa por responder a uma pergunta do jurista e político Guilherme d´Oliveira Martins e faz-se justiça ao homem que é atualmente, acima de tudo, um escritor com quatro obras de ficção publicadas. Começou a escrever já depois dos 70 - a provar que podemos ter várias vidas nesta vida, e que podemos reinventar-nos em qualquer idade. E sobre si afirma que “é um jovem romancista com um grande futuro atrás”. E ainda fala dos desafios da Educação e da Inteligência Artificial, revela as músicas que o acompanham, lê um poema de Natália Correia para celebrar o centenário do seu nascimento, e recorda o momento em que a escritora e poeta o chegou a ‘expulsar’ do bar “Botequim”. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/29/20231 hour, 16 minutes, 58 seconds
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Capicua (parte 1): “Os homens nunca são fãs das mulheres. Nos concertos delas é raro estarem homens na primeira fila. Género não deveria ser critério”

Quem é Capicua na fila do pão? Ela é uma das vozes femininas mais comprometidas a elevar a sua arte a um lugar de reflexão cultural, social e política. E fá-lo sabendo que as palavras podem ser uma boa arma contra a alienação. Capicua, ou Ana Matos Fernandes, afirmou-se no rap há mais de uma década, com novas rimas e narrativas. E se o futuro do rap é dela, aos 40 anos, Capicua afirma que não é fácil para uma mulher amadurecer nos palcos. “Na música o envelhecimento das mulheres é completamente desautorizado e desaconselhável.” Autora de três álbuns de rap, lança neste episódio várias críticas à falta de diversidade de género nos cartazes dos festivais e à diferença nos cachets entre homens e mulheres artistas. E ainda conta como navegou do rap ao fado, ao escrever as 11 letras do próximo disco da fadista Aldina Duarte. No final desta primeira parte, Aldina Duarte intervém para lançar uma pergunta sobre uma certa solidão...  See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/22/20231 hour, 7 minutes, 47 seconds
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Capicua (parte 2): “O feminismo não é um Porto-Benfica, é uma luta pela igualdade, pelos direitos humanos e também é bom para a saúde mental dos homens”

Nesta segunda parte da conversa, Capicua fala de uma certa alienação em que vivemos, das suas ambições e sonhos e critica a nova ditadura do algoritmo, que perverte a validação dos artistas e os convites para festivais. "Gostava que os programadores musicais dessem mais espaço às mulheres e fossem imunes à ditadura do algoritmo. Se não és 'influencer', com muitos seguidores, 'streamings' e 'views' consegues menos concertos. A validação artística está mais quantitativa." Capicua fala também sobre a "exaustão feminina", que é todo um tratado de desigualdade de género que se perpetua. E ainda revela as músicas que a acompanham e como se projeta no futuro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/22/202355 minutes, 48 seconds
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Vem aí uma nova temporada de conversas 🎧 ❤️ 🌈

Olá belezas! Na próxima sexta feira, dia 22 de setembro, podem ouvir o primeiro episódio da nova temporada deste podcast. A convidada especial será a Ana Matos Fernandes, mais conhecida por Capicua, que regressa para mais uma conversa livre e desassombrada. E, em jeito de aperitivo para o prato principal, podem escutar aqui um breve excerto do episódio que vem aí e conhecer em primeira mão o novo génerico deste podcast, da autoria de Márcia, com a colaboração de Tomara. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/15/20233 minutes, 3 seconds
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Miguel Guilherme (parte 1): “Terei tido momentos de ilusão a achar-me o maior. Considerarmo-nos o pináculo de algo é ridículo e a realidade dá-nos chapadas”

É um dos atores mais carismáticos, talentosos e amados deste país. O seu currículo é extenso onde se somam inúmeros sucessos no teatro, no cinema, na televisão e na rádio. Foi nos anos 80 que se tornou conhecido num anúncio de eletrodomésticos e daí passou a integrar durante anos a turma de Herman José em inúmeros programas de humor. Na televisão são muitas as séries que protagonizou e que ficaram no imaginário de todas as pessoas, como o “O Fura-Vidas”, “Bocage” ou o “Conta-me Como Foi”, que regressa aos ecrãs em junho. Mas Miguel está de volta também aos palcos, agora em cena com a atriz Luísa Cruz no espetáculo “A peça para dois atores”, de Tennessee Williams, com encenação de Diogo Infante, no Teatro da Trindade, em Lisboa, até 25 de junho. Uma história sobre dois irmãos atores abandonados por toda a companhia num teatro decrépito. E aqui se fala de saúde mental, de confinamento forçado, e da linha ténue, por vezes perigosa, entre ficção e realidade, entre a verdade e a mentira. Sobre o jogo da luta de egos deixa claro: “A ideia da competição para mim é abjeta, desinteressa-me, talvez porque sempre fui muito inseguro. Sou mais de cooperar, vou buscar o melhor no outro e isso eleva-nos. É assim que gosto de representar e é assim que devia ser na vida." Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/26/20231 hour, 3 minutes, 10 seconds
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Miguel Guilherme (parte 2): "Quero ter prazer e estar em pleno em tudo o que faço. Estou com menos medo de falhar e da morte agora que estou mais velho”

Nesta segunda parte da conversa, o ator Miguel Guilherme é logo questionado se se vê como um cacto, e se pica quem lhe chega perto. A dica foi-nos dada por Rita Blanco. E, nesse caminho, Miguel conta-nos como foi que surgiu essa sua paixão e hobbie por estas plantas do deserto, que o levou a abrir uma banca como florista no mercado do Príncipe Real. E depois revela o que gostaria de ter feito na vida que ainda não fez ou que ainda quer fazer, os medos que perdeu e as notícias da atualidade que mais o inquietam. E ainda há espaço para a literatura, num momento imperdível quando Miguel lê de forma sublime um poema de Ricardo Reis, e depois dá-nos música e sugere leituras para este verão. E entre portas e travessas fala-se das vantagens da maturidade, do sexo na idade madura e do horizonte que o ator deseja para a sua vida. Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/26/202344 minutes, 47 seconds
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Gisela Casimiro (parte 1): “Acontecem-me pessoas que se transformam em poemas. Mas a poesia surge-me até na piscina quando reparo numa luz que não havia”

Há três anos, um poema seu afixado na rua e publicado no livro “Erosão” (2018) criou um tremor na polícia e foi alvo de um processo judicial por chamar a atenção para a realidade do racismo nas forças policiais. O caso foi arquivado, mas a polémica gerada em torno do seu poema ‘Quando For Grande’ chegou a ser comparada à da obra “Novas Cartas Portuguesas”, das ‘três Marias’, que viram a sua escrita feminista ser julgada em tribunal em plena ditadura, em 1973. Este mês, a escritora, poeta e dramaturga Gisela Casimiro acaba de publicar dois novos livros autobiográficos: um de poesia, “Giz”, e outro de crónicas, “Estendais”, onde partilha as suas dores, alegrias e sonhos e as das pessoas com quem se cruza nos transportes públicos, nos mercados, na rua, na vida, como uma garimpeira que sabe reconhecer a riqueza das histórias mundanas. O músico brasileiro Emicida considera que a “sua caneta pode ser uma navalha” para desfazer preconceitos que têm o corpo ou a cor da pele como alvo. Mas a obra de Gisela faz-nos também olhar para os poemas que as pessoas podem ser. Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/19/20231 hour, 11 minutes, 23 seconds
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Gisela Casimiro (parte 2): “Sempre fui mais alvo de raiva do que a pessoa que pudesse exprimir a sua raiva. Mas o que me move é o sonho”

Na segunda parte desta conversa, a escritora e poeta Gisela Casimiro responde a uma mensagem áudio que o músico e amigo Dino D´Santiago gravou para este podcast. Fala sobre temas difíceis sobre os quais escreve, como o aborto e outras violências que colocam a pele e até o cabelo das pessoas negras como alvo de racismo e de assédio ou apropriação cultural. Gisela fala ainda dos sonhos que a inspiram e são matéria poética, do amor em tempos de apps de encontros, de como projeta o futuro, os lugares que ainda quer ocupar e as cidades no mundo onde quer viver. E lê alguns dos seus poemas, junta um excerto do seu livro de crónicas e surpreende com um texto da escritora e poetisa americana Maya Angelou. E ainda nos dá música e revela um pouco do romance que está a escrever. Ouçam-na no podcast "A Beleza das Pequenas Coisas", com Bernardo Mendonça  See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/19/20231 hour, 10 seconds
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Isabel Moreira (parte 1): “António Costa desmontou um ‘bluff’ porque o discurso catastrofista do Presidente não cola com os bons resultados do Governo"

Há 12 anos que Isabel Moreira é deputada do PS na Assembleia da República e, desde o início, tem sido combativa na luta contra as discriminações existentes na lei e uma aliada importante das minorias no combate ao racismo, à homofobia, à transfobia e outros preconceitos sociais. O seu combate mais longo e “doloroso” foi na defesa da lei da eutanásia que acaba de ser aprovada no Parlamento depois de quatro vetos do Presidente, a quem Isabel não poupa críticas. Sobre a crise atual no Governo com origem no caso Galamba, afirma: “Aquele episódio é deplorável, há pontas soltas e uma comissão de inquérito. Ainda não estou esclarecida. O que me preocupa é como o SIS atuou. Mas admito que haja uma explicação." E nesta primeira parte da conversa, a deputada fala dos perigos da extrema direita, do bullying e ofensas que alguns deputados do Chega fazem nos corredores da AR, e ainda deixa uma crítica e um conselho a Costa e Medina: “Temos que ser menos obsessivos com o défice e com as contas certas e fazer um choque salarial na função pública.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/12/202355 minutes, 30 seconds
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Isabel Moreira (parte 2): “Estou sem lugar desde que o meu pai morreu. A dor é tão profunda. Ele legitimava-me com um amor incondicional”

Nesta segunda parte da conversa, a deputada do PS Isabel Moreira responde a uma pergunta lançada pelo antropólogo e seu amigo Miguel Vale de Almeida sobre que horizontes de esperança o PS pode ainda dar, fala de uma certa solidão que vem de sempre, por ter crescido à esquerda numa família conservadora de direita, e por ser uma carta fora do baralho no seu próprio partido. E vai mais a fundo a traduzir a forma como as discriminações são sentidas na pele de muitas pessoas e a importância dos aliados e aliadas nas lutas sociais das minorias. Isabel relata ainda de forma comovente o doloroso luto que está a passar pela perda do seu pai, o histórico democrata-cristão Adriano Moreira, que partiu no final do ano passado com 100 anos. E confessa o desamparo e a sensação de ter ficado "sem lugar" num emotivo testemunho de amor, que estende à sua mãe. Isabel ainda fala de como se libertou da culpa judaico-cristã e de como vive de forma livre a sua sexualidade e amores sem se importar com o olhar dos outros ou de convenções machistas e retrógradas. E aproveita para explicar como o feminismo pode ser igualmente libertador para os homens. E ainda nos dá música e lê um texto escrito pelo pai sobre o tempo. Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/12/20231 hour, 4 minutes, 18 seconds
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Hugo van der Ding (pt2): “Nos dias maus é no humor onde vou buscar força. Mas se estou mal, danço, leio, choro e dou espaço à tristeza"

Há quatro anos que Hugo van der Ding anima as manhãs da Antena 3 com a rubrica 'Vamos Todos Morrer', através de notas necrológicas de figuras dignas de antologia que trazem conhecimento e gargalhadas em doses generosas. Figura popular pelas tiras humorísticas como 'A Criada Malcriada', 'Cavaca para Presidenta' ou 'Juliana Saavedra, a psicanalista que deixa os pacientes na merda', Hugo não é tipo de rótulos, nem de um talento só: tem feito teatro, televisão, livros e assinado inúmeros programas na rádio e em podcast. Destaque para o 'Vamos para a Tua Terra', onde todas as semanas nos dá a conhecer um país, ou uma parte do mundo, através dos olhos de quem lhe chama a sua casa de partida. E através destas conversas desmonta o insulto que a extrema-direita tem usado como arma contra migrantes, refugiados ou pessoas racializadas. “Quando alguém grita ‘vai para a tua terra’ sabe lá o que essa pessoa passou para chegar ao que achamos que é a nossa terra. Se ouvirmos as suas histórias de vida, acredito que seremos todos melhores.” Prestes a terminar o primeiro romance, Hugo avisa: “Quero retirar-me das coisas que me obrigam a aparecer, ir morar para o campo e viver mais da escrita.” Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/5/20231 hour, 4 minutes, 47 seconds
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Hugo van der Ding (pt1): “Se perdermos tempo a desmontar o sexismo, homofobia, racismo, as pessoas chegam lá. É o que quero fazer com a minha voz"

Há quatro anos que Hugo van der Ding anima as manhãs da Antena 3 com a rubrica 'Vamos Todos Morrer', através de notas necrológicas de figuras dignas de antologia que trazem conhecimento e gargalhadas em doses generosas. Figura popular pelas tiras humorísticas como 'A Criada Malcriada', 'Cavaca para Presidenta' ou 'Juliana Saavedra, a psicanalista que deixa os pacientes na merda', Hugo não é tipo de rótulos, nem de um talento só: tem feito teatro, televisão, livros e assinado inúmeros programas na rádio e em podcast. Destaque para o 'Vamos para a Tua Terra', onde todas as semanas nos dá a conhecer um país, ou uma parte do mundo, através dos olhos de quem lhe chama a sua casa de partida. E através destas conversas desmonta o insulto que a extrema-direita tem usado como arma contra migrantes, refugiados ou pessoas racializadas. “Quando alguém grita ‘vai para a tua terra’ sabe lá o que essa pessoa passou para chegar ao que achamos que é a nossa terra. Se ouvirmos as suas histórias de vida, acredito que seremos todos melhores.” Prestes a terminar o primeiro romance, Hugo avisa: “Quero retirar-me das coisas que me obrigam a aparecer, ir morar para o campo e viver mais da escrita.” Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/5/202346 minutes, 46 seconds
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Isabela Figueiredo: “Escrevo sobre assuntos que partem da minha ferida aberta. Eu enfio-me dentro dos meus livros"

Com o novo romance, “Um Cão no Meio do Caminho”, a escritora Isabela Figueiredo aponta desta vez o foco a um dos grandes males da vida moderna, a solidão que mora nas periferias dos grandes centros. Desta vez, as personagens estão menos coladas a si, mas continuam a dar corpo e voz a muitas das feridas a que Isabela sempre regressa para curar. “A escrita ajuda-me muito a fazer terapia”. E, neste podcast, a escritora assume que as suas obras não têm escapado às discussões “woke” no meio literário internacional. “No meu livro 'A Gorda', se lhe fosse amputado o título e todas as referências a ‘gordas’, desapareceria como obra. E também percebo que ofende as pessoas quando leem “os pretos” no Caderno de Memórias Coloniais. “É uma questão que me colocam muito em França e na Alemanha. Mas escrevi-o com olhar crítico. Não posso amputar a História do que existiu, do que foi. É uma ginástica difícil”. Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/28/20231 hour, 46 minutes, 48 seconds
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Mia Tomé: “Cresci a destoar do que era a norma, por causa do meu corpo, cara e voz. Essas impedições fizeram-me voar de outra forma”

Mia Tomé deu voz aos poemas do disco de vinil “Projeto Natália”, que acaba de ser lançado para celebrar o centenário de Natália Correia, com o músico Mário George Cabral. Aos 28 anos, a atriz tem-se dividido entre o cinema, o teatro e a rádio, e atualmente conduz o podcast “Por uma canção”, na Antena 3, onde dá a conhecer as bandas sonoras do teatro português. A ultimar um projeto audiovisual filmado no Arizona, nos EUA, sobre as “Mulheres do Oeste Americano” desvalorizadas na história, Mia está determinada a criar mais lugares para o universo feminino, fora dos sonhos. “Os sonhos são para quem está a dormir. Se estão a dormir as coisas não acontecem. É preciso acordar e fazer pela vida!”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/21/20231 hour, 41 minutes, 2 seconds
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Especial com Alberto Pimenta: “Não me considero em nenhuma lista de bem pensantes e bem falantes. Sou alguém à procura de quem sou”

Voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, esta com o escritor e poeta Alberto Pimenta. A gravação foi feita no arranque de 2020, antes da pandemia, na sala do apartamento de Alberto Pimenta. Tudo começa com uma simples pergunta: “Para que serve a poesia?” A resposta segue tão desconcertante e maravilhosa quanto é a sua poesia e personalidade. Eterno experimentalista e artista de vanguarda, deu que falar nos anos 70, numa performance em que entrou numa jaula de chimpanzé, no Jardim Zoológico de Lisboa, exibindo uma tabuleta com a palavra “Homem”. Autor de vasta obra, o seu livro mais icónico é “O Discurso sobre o Filho da Puta”. E afirma: “Há muitos. Estão dispersos. Estão na política, sobretudo. Naturalmente nas Forças Armadas.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/14/20231 hour, 56 minutes, 16 seconds
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Francisco Louçã: “Há irritantes em Portugal que acham que as pessoas vivem melhor se tiverem menos, se o salário for pior”

O economista e professor universitário Francisco Louçã considera que se o país fosse agora a votos o BE dobraria o número de deputados, apesar de as sondagens indicarem queda de dois pontos, mas assume que a recuperação da fratura pelo chumbo do seu partido ao OE é lenta. Louçã, que foi fundador e coordenador do BE de 2005 a 2012 - ainda antes da “Geringonça” - apelida como “bacoco” o orgulho do Governo pelas contas certas, alerta que Costa está a coroar Ventura como o líder da direita e deixa recado: “Costa abre caminho para um Governo PSD-Chega.” Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
4/7/20231 hour, 51 minutes, 40 seconds
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Clara Não: “Sou uma mulher ‘queer’. Não me importa o genital da pessoa, nem o género com que se identifica para me relacionar”

É uma das vozes feministas portuguesas da nova geração com mais destaque. Através dos seus desenhos e escritos, a ilustradora e ativista Clara Não alerta as mulheres a lutarem pelo descanso, relações amorosas e sexuais saudáveis, igualdade de direitos e amor-próprio. E usa a arma do humor e ironia para desmontar preconceitos, discriminações, machismos, racismos e outros ‘ismos’, muitas vezes através de experiências pessoais que relata nas crónicas no Expresso ou no Instagram. "Já se vê jovens, especialmente mulheres, com consciência sobre o que é feminismo, mas são pequenas ilhas de luz.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/31/20231 hour, 31 minutes, 29 seconds
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Especial Inclusão: até que ponto a frase “todos diferentes, todos iguais” se sente na lei e no quotidiano das pessoas com deficiência?

Portugal tornou-se no primeiro país europeu a aprovar uma estratégia nacional para as pessoas com deficiência e, a partir deste ano, as empresas com mais de 100 trabalhadores passaram a ser obrigadas a integrar pessoas com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%. Mas o caminho para a inclusão é longo. Para discutir connosco estes temas recebemos em estúdio a Secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, a nutricionista e consultora para a diversidade e inclusão Catarina Oliveira e o co-fundador da “Access Lab”, Tiago Fortuna. A SE aponta para uma certa “cegueira branca” que persiste na sociedade perante a diferença, e deixa o aviso sobre a lei das quotas. “Tenham mesmo medo porque vem aí a multa. Vamos ser implacáveis com isto.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/24/20231 hour, 47 minutes, 19 seconds
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Daniel Sampaio: “Este discurso da Igreja velha não é empático. É o mais terrível, o “pedimos perdão” não se sente que é sincero”

Seis semanas depois da apresentação do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa, são muitas as dúvidas sobre a estratégia que a instituição tomará depois do terramoto de denúncias. O médico psiquiatra Daniel Sampaio, que integrou a Comissão, aponta críticas ao clericalismo no poder e espera mudanças. "O discurso da Igreja velha não é empático. Talvez seja a característica mais terrível. O discurso é “pedimos perdão”, “vamos indemnizar”, “vamos estar atentos”, mas não se sente que é sincero. O que se traduz numa ausência de medidas." E acrescenta uma inquietação? "Que apoio psicológico as vítimas estão a ter? Zero. Ninguém fala das vítimas desamparadas.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/16/20231 hour, 44 minutes, 20 seconds
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Cláudia Varejão: “O cinema é um lugar de libertação. E se a vida fosse assim? Os meus filmes são possibilidades de fazer diferente”

Em 2022, com a longa-metragem “Lobo e Cão”, a cineasta Cláudia Varejão recebeu o prémio principal da secção “Dia dos Autores”, no festival de Cinema de Veneza. Um filme que aponta a câmara a jovens “queer”, com orientações sexuais e identidades de género diversas, que vivem numa comunidade pobre e opressiva da ilha de São Miguel, nos Açores. A poucos dias da 95ª cerimónia dos Óscares, quando questionada se esse troféu está no horizonte, responde: “Um Óscar? Seria uma trabalheira. O que mais desejo é poder morrer a filmar, e estar insatisfeita e curiosa até ao fim."See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/10/20231 hour, 47 minutes, 4 seconds
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Pilar del Rio: “Não sou dócil, nem servil com o sistema patriarcal”

Depois de um ano intenso de celebração do centenário de José Saramago, que levou a obra do Nobel da Literatura a todo o mundo, pelas mãos de Pilar del Rio, que preside à Fundação Saramago, a jornalista fala agora do seu livro, “A Intuição da Ilha”. Uma obra que desvela os bastidores dos anos passados em Lanzarote. E aqui comenta sobre os abusos da Igreja, os perigos da crise social e climática, o “terrorismo do machismo”, o direito à Eutanásia e a importância da linguagem inclusiva para nomear os vários géneros e identidades. “A violência de género é a coisa mais repugnante que se está a passar. Elas sofrem em nome das pátrias, do patriarcado, de Deus, em todas as civilizações e culturas.” E deixa um recado para a Igreja: “Os padres devem poder ter relações sexuais e casar-se uma, duas, três, cinco vezes. Como todos nós podemos. E, ao se permitirem relações normais, deixará de haver estes atos criminosos, canalhas e imorais que é o abuso de menores e pessoas dependentes.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/3/20231 hour, 40 minutes, 56 seconds
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Nuno Baltazar: “Não precisamos de tanta roupa. Não é só o lixo em que se transformam, é o lixo de onde vêm à custa de mão-de-obra imoral”

Há mais de duas décadas que Nuno Baltazar é um dos nomes mais interessantes e incontornáveis da moda de autor portuguesa. As mulheres são o mar profundo que norteia as suas criações e que lhe valeram inúmeros prémios, como o Globo de Ouro de melhor designer do ano, em 2013, e a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 2015. Para ele a beleza tem muitas formas. “Sempre achei a falha e o desequilíbrio fascinantes, porque é humano, tem camadas. A perfeição é aborrecida.” Em 2019 bateu com a porta do Portugal Fashion e afirma ter ganho ar. “O Portugal Fashion é um trampolim para uma carreira política dos dirigentes da ANJE. E os criadores de moda vestem um papel ingrato. Estava a ser destratado. Aprendi que quando temos a coragem para ter voz passamos a ser mais respeitados.” No próximo dia 12 de março, Nuno Baltazar apresenta a sua 38ª coleção, pelas 19h30, na Moda Lisboa, em Marvila. Uma criação a que chamou “Transverse”, a cruzar a cultura popular com a cultura queer, numa reflexão sobre os novos movimentos identitários.See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/24/20231 hour, 45 minutes, 21 seconds
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Luca Argel: “O passado colonial é uma ferida não tratada, está na origem de desigualdades e boa parte da sociedade está em negação”

Há semanas o cantautor luso-brasileiro Luca Argel assinou no jornal “Público” a crónica “Peça desculpas, senhor Presidente”, dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa - que virou canção - como um pedido de reconhecimento das raízes de velhos problemas assentes no colonialismo português. “É olhando para o passado que a gente compreende o presente e projeta o futuro.” O seu álbum “Samba de Guerrilha”, de 2021, é a prova que as canções de intervenção podem ser samba e sonhar transformações sociais. “A arte estará a cumprir o seu maior potencial quando desconforta e comove. Gosto da música que confronta.” Autor de inúmeros livros de poesia - publicados em Portugal, Espanha e Brasil - Luca tem dado que falar com o tema “Países que ninguém invade” que cantou em dueto com “A garota não” e lança agora novo disco, “Sabina”, dia 22 de fevereiro, com canções solares e dançantes que evocam os corpos invisíveis da vida quotidiana.See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/17/20231 hour, 46 minutes, 44 seconds
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Manuel Moreira: “Todas as revoluções são recebidas com resistência. Às vezes, tem de se gritar, invadir, reclamar espaços vedados a grupos”

É ator e uma das vozes críticas no espaço de debate “Malditas Segundas-Feiras”, na SIC Notícias, a ocupar um lugar até agora pouco habitado. Rosto conhecido de várias séries e novelas, e com larga experiência no teatro, Manuel Moreira integra o elenco da peça “O Misantropo – por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière” que fará parte da digressão “Odisseia Nacional”, do Teatro Nacional D. Maria II. Neste episódio, o ator faz reparos ao Governo sobre a forma como tem gerido a crise na Habitação ou na Cultura, e estranha que o chamem de ‘ativista’. Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
2/10/20231 hour, 36 minutes, 18 seconds
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Rafael Morais: “Quero ser um ator e uma pessoa em vertigem. Quero explorar os limites, correr riscos. Prefiro falhar seguindo o instinto”

No grande ecrã ele dá vida ao pintor modernista Amadeo de Souza-Cardoso, no filme biográfico “Amadeo”, realizado por Vicente Alves do Ó. Mas Rafael já provou ser camaleão. E se é convincente no corpo de Amadeo, foi igualmente brilhante a interpretar ‘Joca’, um pequeno traficante cadastrado, em “Sangue do Meu Sangue”, de João Canijo, ou enquanto irmão apaixonado pela irmã no filme “Como Desenhar Um Círculo Perfeito”, de Marco Martins - que lhe valeram nomeações para os Globos de Ouro. Na Netflix deu que falar nas séries “White Lines” e “Glória”, entra agora em “Rabo de Peixe”, e poderá ser visto nos filmes de João Canijo “Mal Viver” e “Viver Mal”, no filme “Pátria”, de Bruno Gascon; e no filme “A Cup of Coffee and New Shoes On”, de Gentian Koçi, escolhido como candidato oficial da Albânia para os Óscares. O futuro é dele. “Gosto do cinema que vira o espelho, que incomoda, provoca e abana.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/3/20231 hour, 24 minutes, 51 seconds
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Jessica Athayde: “Durante anos quis ser protagonista de novela. Sentia desvalorização. Agora quero ir para fora e representar em inglês”

É das atrizes com mais palco nas redes sociais, com mais de um milhão de seguidores. E há muito que deixou de temer posicionar-se sobre temas que dividem opiniões. Já foi notícia pelo seu combate aos distúrbios alimentares, pelas agressões que sofreu por não corresponder ao “corpo perfeito”, por assumir uma depressão pós-parto, ou pela forma como educa o filho Oli. Há dois anos a atriz decidiu bater com a porta da TVI, cansada da máquina trituradora das telenovelas, em busca de outras oportunidades. E tudo mudou quando Bruno Nogueira a convidou para a série “Princípio, meio e fim”, na SIC. Daí, veio o cinema, com o “Pai Tirano”, a série “O Clube”, na SIC, e o teatro, na peça “Dois+Dois”, sobre os limites do amor, do sexo e da fidelidade, em cena no Villaret, em Lisboa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/27/20231 hour, 45 minutes, 13 seconds
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Ana Aresta: “Nós, pessoas gays, lésbicas, bi, trans, intersexo, não binárias, não somos anedotas, somos poderosas!”

A presidente da ILGA Portugal considera que, apesar dos grandes avanços na lei, o país é ainda “muito homofóbico e transfóbico”, com base em recentes relatos e estudos sobre a violência e discriminação contra estas comunidades nas famílias, escolas e outras instituições portuguesas. “Só entre 2020 e 2021 os pedidos de apoio à vítima na ILGA aumentaram 60%.” Ana Aresta alerta, no entanto, que a comunidade trans é a mais vulnerável de toda a sigla. “No caso das pessoas trans, migrantes, racializadas, nem a nossa legislação as salva. E estão a ser usadas como arma da extrema-direita para atacar os direitos humanos.” Nesta conversa, Ana Aresta explica como o ativismo a ajudou a ‘sair do armário’ e conta pela primeira vez publicamente como a psicoterapia a ajudou a tratar de feridas profundas do passado. “Percebi que tinha guardado no subconsciente um cenário de abusos sexuais na infância. Estou num processo de reconquista da minha intimidade.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
1/20/20231 hour, 43 minutes, 34 seconds
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Especial ao vivo 50 anos de Expresso com Dulce Maria Cardoso e Kalaf Epalanga

A escritora e cronista Dulce Maria Cardoso e o escritor, músico e produtor Kalaf Epalanga estiveram presentes na celebração dos 50 anos do Expresso na Conferência “Deixar o Mundo Melhor”, na Fundação Champalimaud, para falarem sobre os temas que consideram essenciais no debate público. Dulce diz-se preocupada com a emergência climática, “porque sem planeta, os outros temas perdem a importância”, a globalização e novas formas de colonialismo, a crise económica, inflação e perda de poder de compra. Kalaf Epalanga acrescenta a preocupação pela verdade alternativa, “a mentira transformada em verdade que tem elegido tantos políticos". Esta conversa teve lugar na histórica mesa de reuniões, na qual - desde a primeira edição a 6 de janeiro de 1973 - são decididas as manchetes do Expresso.See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/13/202350 minutes, 11 seconds
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Especial 50 Anos de Expresso com Aldina Duarte e Valter Hugo Mãe

Bernardo Mendonça apresenta um episódio especial d'A Beleza das Pequenas Coisas com a cantora Aldina Duarte e o escritor Valter Hugo Mãe ao vivo no auditório da Fundação Champalimaud na celebração dos 50 anos de Expresso.See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/6/202332 minutes, 9 seconds
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Especial Ano Novo Cruzeiro Seixas: “É preciso uma grande percentagem de loucura para se viver. Quem não a tem já nasceu morto”

Voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, esta com o pintor e poeta Cruzeiro Seixas, gravada em fevereiro de 2017, no quarto onde ele viveu, na Casa do Artista, nos últimos anos de vida. No momento em que conversámos, Cruzeiro Seixas era já o último representante vivo do surrealismo português e esta foi uma das suas últimas entrevistas. Aqui abre o livro e revela que Mário Cesariny foi o homem que mais amou. “Ainda me faz muita falta...”. Com uns admiráveis 96 anos, Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas afirmou também neste podcast que só vivera metade do que queria e que mantinha sempre a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamentava ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir desta vida não o assustava. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.” Esta é pois uma conversa rara e especial que recordo com bastante saudade e que vale mesmo a pena ouvirem ou recordarem. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/30/20221 hour, 6 minutes, 40 seconds
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*Especial Natal* Maria Teresa Horta: “Os poemas continuam a assaltar-me em alturas impróprias”

Voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com a escritora e poetisa Maria Teresa Horta, gravada em novembro de 2019, na sala da sua casa. Feminista e insubmissa, ela é uma das poucas poetisas portuguesas a afirmar o desejo na sua escrita, e sempre lutou pela liberdade. Autora de obras polémicas, como “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, “Minha Senhora de Mim” e “Novas Cartas Portuguesas” (esta última assinada com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, conhecidas como “As Três Marias”), que escandalizaram um certo Portugal puritano, valeram à escritora um espancamento na rua e a quase prisão. Diversas vezes premiada, aqui fala do último livro “Quotidiano Instável”, que reúne as crónicas que escreveu no jornal “A Capital” entre 1968 e 1972. Um quase romance, que descola da realidade para contar vida(s). E, neste episódio, a poetisa fala do seu desassossego que a deixa acordada a escrever madrugadas inteiras e conta algumas páginas do bom livro que a sua vida de daria. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/23/20221 hour, 26 minutes, 36 seconds
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Djaimilia Pereira de Almeida: “É um ato político e de coragem eu, mulher negra, acordar, beber um café, fumar três cigarros e escrever”

A crítica acarinhou-a logo em 2015 quando se estreou com o romance “Esse Cabelo”, depois foi distinguida com o Prémio Oceanos 2019 com “Luanda, Lisboa, Paraíso”, e, em 2020, teve direito ao segundo lugar do mesmo prémio com “A Visão das Plantas”. Nascida em Luanda, Djaimilia Pereira de Almeida cresceu nos subúrbios de Lisboa. Deixa claro que não quer que a sua literatura encaixe em rótulos e que nela obtém prazer e cura. “A escrita trata das minhas dores todas. Quando tenho um problema que me angustia, uma pergunta que me aflige ou uma dor qualquer, o que faço é escrever. Escrever lava-me.” Djaimilia acaba de publicar “Ferry” (ed. Relógio D’Água), sobre um amor que é uma ilha à prova de sonhos afundados. “A verdade é que a maioria das pessoas passa a vida à procura de relações assim.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/16/20221 hour, 23 minutes, 42 seconds
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Isabél Zuaa: "As pessoas dizem 'ah, fez-lhe a vida negra...' Se lhe fez a vida negra, fez-lhe a vida boa. Porque ser negra é bom!"

É uma das atrizes portuguesas mais prestigiadas no Brasil e anda há mais de uma década entre travessias no cinema, dança, teatro e performance. Largamente premiada no grande ecrã, este ano recebeu uma menção honrosa no Los Angeles Brazilian Film Festival pelo filme “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky. No teatro, as suas co-criações “Aurora Negra” e “Cosmos” trouxeram um novo movimento que aborda a arte como possibilidade de reparação histórica e agitação de consciências. “É dever de um artista refletir sobre os seus tempos, como dizia Nina Simone. Em tudo o que faço quero estar com as minhas fragilidades e fortalezas e reverberar com a ficção sobre o presente e futuro para nos libertarmos e curarmos.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
12/9/20221 hour, 44 minutes
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Hilda de Paulo: “Não é esperada a intelectualidade das pessoas trans, nem da preta retinta. Vivemos ainda o eco do colonialismo”

É artista multidisciplinar, curadora, investigadora, escritora, poeta e afirma-se como “travesti terceiro mundista e transfeminista”. No início deste ano apresentou no Porto a palestra-performance-oficina “O que vem depois da Esperança”, onde reflete de forma crítica como as pessoas trans têm sido representadas com base no preconceito ao longo dos tempos no imaginário português. Em julho assinou no Expresso o artigo de opinião “A Revolução inicia-se na Educação: “A Navalha Mais Afiada Contra a Transfobia é o Conhecimento”. Neste episódio, conta as muitas lutas, travessias e violências que superou até aqui chegar e deixa um olhar para o futuro: "Quando se fala da dificuldade das pessoas trans de procurarem emprego, a realidade não bate com a lei. Uma maior entrada de pessoas trans nas universidades será extremamente poderoso. É preciso pensarmos nessa transformação." See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/2/20221 hour, 51 minutes, 18 seconds
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Marta Rebelo: "Salazar dizia: 'Fado, Futebol e Fátima' e a mentalidade dos políticos não mudou neste Mundial do Catar"

Tornou-se conhecida enquanto deputada do PS, entre 2005 e 2009, mas nos últimos anos, após superar uma grande depressão, tem-se dedicado a alertar a opinião pública para a urgência dos cuidados das doenças mentais. "O Governo ainda não encarou este tema com a seriedade que merece. Estima-se que pelo menos 40% das pessoas com sintomas de problemas mentais não tenham resposta médica. A pandemia da saúde mental é tão grande que ignorá-la é maluquice!" Atualmente a trabalhar como consultora de comunicação digital, Marta Rebelo recorda nesta conversa as várias discriminações que sofreu no Parlamento, e afirma que tem um “desamor à carneirada” e ao “preconceito mansinho à portuguesa”. A propósito da reportagem de investigação da SIC “Quando o ódio veste farda”, deixa o recado: "Os poderes públicos estão a falhar na seleção e formação das pessoas para as forças de segurança. Não acho normal que uma pessoa racista seja polícia. Um polícia tem a função de manter a segurança de todos os portugueses, com neutralidade. E alguns comportam-se como bandidos".” See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/25/20222 hours, 13 minutes, 2 seconds
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Susana Peralta: “O país é bafiento ao nível da misoginia, não é inclusivo para minorias. Está ainda dominado pelo 'mainstream' engravatado”

Ela é uma das mais interessantes comentadoras da atualidade. A sua lente é interseccional e particularmente atenta às desigualdades e enviesamentos do país e do mundo. Susana Peralta é professora de economia da Nova SBE, especialista em economia Política e economia Pública, cronista regular do jornal Público e um dos elementos do podcast “Fora do Baralho”, da Rádio Observador. E chega a afirmar: "A verdadeira pobreza é a falta de liberdade! A falta de liberdade no mundo de trabalho traz imensos abusos. Quando o principal desafio das pessoas é por comida na mesa ou pagar a renda da casa, quer dizer que não são livres!" See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/18/20222 hours, 4 minutes, 18 seconds
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Márcia: “Devia haver mais atividade cultural no interior do país. Ser músico não é só ir para o 'Ídolos', ganhar e ser famoso”

É uma das cantoras e compositoras mais interessantes e singulares da música portuguesa da atualidade. Depois de 4 discos e vários prémios, acaba de sair do forno o 5º álbum de originais de Márcia, “Picos e Vales”, que surgiu após a autora superar um período pessoal particularmente difícil quando em 2021 lhe foi diagnosticado cancro da mama. Nestes últimos anos, a cantora tem percebido a importância de mostrar as suas fragilidades, as imperfeições, os lados difíceis da vida, porque é isso que nos aproxima uns dos outros. "Escondi-me durante anos a fio, desconfortava-me expor-me. Queria que a minha música fosse conhecida, mas eu não. Ando num processo de desfazer as pedras desse muro."See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/11/20221 hour, 38 minutes, 5 seconds
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Mísia: “Com a crise as pessoas estão preocupadas em sobreviver e os artistas ficarão a cantar na internet com pijama e a mostrarem os calos”

Mísia abre o seu coração e regressa com novo disco, “Animal Sentimental”, que vem com um livro autobiográfico, onde a cantora faz um ‘rewind’ à sua vida pessoal e artística. E aqui recorda as suas muitas vidas e capítulos, fala pela primeira vez da matriz de abandono que vem da infância, da inveja portuguesa de que foi alvo, da luta com a doença oncológica, o episódio de violência doméstica num casamento passado e o seu namoro com a morte e vontade de celebrar a vida e os poetas. “O fado serve para limpar as migalhas do coração. Sou mesmo um animal sentimental. Isso salvou-me sempre. Fez-me sentir que estava viva. Mesmo na dor eu existi com muita força.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
11/4/20222 hours, 2 minutes, 59 seconds
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Lídia Jorge: “Os escritores estão debaixo da mesa a ver que migalhas caem e quem vive delas. É preciso estar com quem vive de migalhas”

Durante os últimos dois anos a prestigiada escritora Lídia Jorge escreveu um romance que partiu de um pedido da sua mãe, pouco antes de morrer. Confinada num lar de idosos, pediu que a obra se chamasse “Misericórdia”, para que as pessoas se tratassem com mais humanidade e empatia. E Lídia escreveu o seu livro mais íntimo, uma exaltação da vida, da curiosidade, da sabedoria mesmo quando a morte espreita. Sobre a crise atual, a escritora, que faz parte do Conselho de Estado, afirma: “É errado um discurso triunfalista dos números quando as pessoas estão a sofrer muito. Há um contraste entre aquilo que é o discurso político e a vida das pessoas. É um reparo que faço ao Governo!” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas, com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/28/20222 hours, 24 minutes, 55 seconds
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Mariana Mortágua: “Os 125€ acontecem uma vez. É quase como se tivéssemos um país de mão estendida à espera de um apoio do Governo"

Nos últimos nove anos, Mariana Mortágua tornou-se uma das figuras políticas portuguesas mais relevantes, desde a participação na comissão de inquérito ao BES a questionar os então ‘Donos Disto Tudo’. Depois da ‘geringonça’ e do grande tombo das últimas eleições, que fez o Bloco de Esquerda passar de 19 para cinco deputados, Mariana não se arrepende do chumbo ao Orçamento do Estado. “Um partido que se deixa vergar não é útil.” A deputada do BE critica em Fernando Medina “a mesma lógica de austeridade” de Vítor Gaspar e Passos Coelho, reflete sobre o crescimento da extrema direita e comenta o machismo na política portuguesa: [José Luís] “Arnaut irrita-se com as meninas do Bloco porque fazem frente a figuras como ele que têm de assumir responsabilidades pela porta giratória em que se tornou a política portuguesa.” E ainda revela outros lados de si, além da política. See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/21/20221 hour, 46 minutes, 21 seconds
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Eduardo Madeira: “Todas as piadas são válidas, mas é mais corajoso fazer piadas para bispos, presidentes, diretores, dirigidas para cima”

É um dos mais relevantes nomes do humor português. Um dos talentos é conseguir imitar de forma extraordinária as mais variadas figuras públicas. Já foi uma espécie de “rock star” no grupo musical satírico “Cebola Mol”, com Filipe Homem Fonseca, escreveu para jornais, editou dois discos e cinco livros. “Os momentos de glória são tão importantes como os de derrota. Mesmo após um prémio pensas…e agora? E se for golpe de sorte?” See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/14/20221 hour, 56 minutes, 7 seconds
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Francisca Van Dunem: “Um ministro não ganha para o que faz. É só para pessoas com um grande amor à causa pública ou que estão no desemprego"

Esteve seis anos no Governo a liderar a pasta da Justiça e enquanto ministra orgulha-se do combate à corrupção, de ter aliviado as prisões dos crimes mais leves e de ter ampliado o mapa judiciário. Mas confessa que o cargo teve uma pesada fatura moral e financeira para si e para a sua família. “Honrou-me muito ter passado pelo Governo e servir o meu país, mas do ponto de vista financeiro foi uma tragédia.” Depois de um notável percurso no Ministério Público, Van Dunem jubilou-se e afirma estar a viver a fase mais “livre” e “feliz” da sua vida, dedicando-se à família, aos livros e ao seu jardim.  Saiba mais em expresso.ptSee omnystudio.com/listener for privacy information.
10/6/20222 hours, 5 minutes, 5 seconds
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Karol Conká: “Defendo-me do machismo e racismo sendo combativa!"

Em fevereiro de 2021, a rapper e compositora Karol Conká foi eliminada do “Big Brother Brasil” com uma rejeição recorde. Fora do programa, enfrentou o ódio e a agressividade de milhões de pessoas. Foi duro o tombo e, como sempre, a música salvou-a e ajudou-a a enfrentar “monstrinhos e feridas.” A propósito do novo álbum “Urucum”, Karol afirma ter abraçado a sua vulnerabilidade. “Ninguém merece ser reduzido aos erros. Todo o mundo erra. Se formos eliminar as pessoas que erram não sobrará uma pessoa.” Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
9/30/20221 hour, 24 minutes, 12 seconds
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Siza Vieira: “Acha-se que um arquiteto só serve para o capricho de quem tem dinheiro. Acredito na habitação social com qualidade para todos”

É uma das maiores figuras da arquitetura mundial e um dos mais premiados de sempre. Há 30 anos, Álvaro Siza Vieira foi o primeiro arquiteto português a receber um Pritzker - considerado o Nobel da arquitetura. Pode mesmo dizer-se que Siza reescreveu a história da arquitetura projetando-a para o futuro. A um mês de completar 89 anos, Siza Vieira faz um balanço do percurso, critica o “estado de agonia” da profissão e lamenta não ter mais trabalho e não estar a deixar mais obra relevante no país. “Quando me é atribuído um prémio fico satisfeito mas, ao mesmo tempo, digo 'vou ter mais problemas para ter trabalho.'“ Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas“, com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
6/3/20222 hours, 14 minutes, 15 seconds
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João Reis: “Consigo fazer da dor matéria combustível de trabalho. Apesar do palco poder ser um lugar de enorme solidão. Há muita carne viva"

É um dos atores mais prestigiados do país. Com um longo percurso no teatro, no cinema e na televisão, João Reis apresenta agora a série documental “Planeta A”, na RTP1, que o levou a viajar durante dois anos por vários lugares do mundo para falar de pobreza extrema e desigualdade, poluição ou aquecimento global. Entre as gravações da telenovela “Por ti”, na SIC, e a encenação da peça “A Praia”, de Peter Asmussen, em cena de 6 a 17 de julho, no Teatro São Luiz, em Lisboa, o ator afirma não dar importância aos novos palcos das redes sociais: “Claro que me incomoda que os atores e atrizes sejam medidos por ‘likes’. Há pessoas com um trabalho extraordinário que não têm visibilidade e outras que a têm, mas o seu trabalho fica reduzido a pó.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/27/20222 hours, 5 minutes, 36 seconds
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Maria Filomena Mónica: "Nunca me sinto feliz. Tenho sempre um desejo absurdo de sofrer"

Dezassete anos depois da autobiografia “Bilhete de Identidade”, que esteve envolta em grande polémica, a socióloga Maria Filomena Mónica volta a publicar um livro mais pessoal. Mas, desta vez, estes escritos são o seu olhar sobre as centenas de cartas, postais e documentos que herdou da sua família, para arrumar as memórias, onde chega a desenterrar segredos, sobre a sua mãe e a sua avó, que nunca imaginara. Chamou-lhe “Duas Mulheres”, com a chancela da Relógio d´Água, e, através delas, procura perceber melhor o passado e a mulher em que se tornou. Neste episódio, reflete ainda sobre o amor, a finitude e a forma salvífica como a escrita a tem ajudado a sobreviver ao cancro. Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/20/20221 hour, 39 minutes, 6 seconds
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Gaya de Medeiros: "Não quero ser reduzida a uma ferida ou a um estigma social. Quero trazer narrativas que promovam a empatia"

Tem nome de deusa do caos e é através da dança que transforma as suas inquietações em emoção, beleza e suor. Em 2021, deu que falar na performance “Atlas da Boca”, considerada pelo jornal Expresso como um dos melhores espetáculos do ano. Na televisão, chegou às semifinais do programa televisivo “Got Talent Portugal 2020”, na RTP, e no grande ecrã acaba de protagonizar a curta “Um Caroço de Abacate”, com Ivo Canelas, e realização de Ary Zara, distinguida com dois prémios e uma menção honrosa. Sobre si, esta bailarina e mulher trans, nascida em Belo Horizonte, no Brasil, chega a afirmar: "Estou cansada de incomodar. O meu corpo já desapazigua, então quero trazer leveza e balanço do mar. Não quero ser uma britadeira a bater incessantemente num ponto. Quero ser uma onda." Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/13/20221 hour, 47 minutes, 42 seconds
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Inês Meneses: “Sou atraída pela verdade. E lido muito mal com a mentira. Não se pode dizer tudo, mas temos de ser verdadeiros”

Há 18 anos que Inês Meneses conduz o programa “Fala com Ela”, que criou na Radar e passou a morar na Antena 1. Um espaço singular de escuta e conversa que foi distinguido, em 2015, com o Prémio da SPA, para “Melhor Programa de Rádio, e em 2019, no Festival Podes. Autora também do “PBX”, com Pedro Mexia, e de “O Amor É”, com Júlio Machado Vaz, na Antena 1, Inês Meneses afirma celebrar a vida a cada momento. Conhecida pelo seu humor mordaz e gosto em mergulhar nas matérias do coração e da sexualidade, Inês assinou durante anos sob pseudónimo no DN as crónicas “O Sexo e a Cidália” e, mais recentemente, escreveu em nome próprio os livros “Amores (Im)Possíveis”; “Caderno de Encargos Sentimentais ou “O coração ainda bate”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/6/20221 hour, 59 minutes, 33 seconds
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João Grosso: "Formei-me no combate ao medo. Os outros que me queriam negar, exaltaram-me, fizeram-me lutar por aquilo que me pertencia"

É um dos mais prestigiados atores do nosso país, com um amor particular à poesia. Largamente premiado, está em digressão pelo país com o espetáculo “Última Hora”, de Rui Cardoso Martins, com encenação de Gonçalo Amorim. Durante as últimas semanas, foi um dos performers da obra “1983”, de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, ao habitar o cenário de uma paragem de autocarro dos anos 80, envolta em estigma e solidão. "Continua a haver preconceito com a diferença. Isso mexe com a dignidade e com o direito que qualquer pessoa tem a explanar o seu ser em toda a sua grandeza." E recorda o momento em que teve um processo em tribunal, em 1987, por cantar na televisão pública o hino nacional em versão punk-rock, ou quando foi espancado por 'skinheads' para proteger a vida de um rapaz. "O ódio ainda anda por aí. Combate-se o ódio com Educação e Cultura."See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/29/20221 hour, 24 minutes, 50 seconds
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Edite Estrela: "É altura de as mulheres desempenharem os altos cargos da nação. As mulheres servem para trabalhar, mas também para decidir"

A propósito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela, começa por deixar a mensagem: “Há os heróis do 25 de Abril, mas é justo que a História reconheça também o papel das mulheres, que têm sido esquecidas.” Feminista e acérrima defensora da igualdade de género, deixa claro que há uma revolução contra o patriarcado por se cumprir. “A democracia não se cumpre se prescindir do contributo de metade da população. Temos de afastar a ideia de que as mulheres trabalham e os homens brilham, que as mulheres são formiguinhas e os homens podem ser cigarras e usufruir do trabalho das mulheres.” Neste podcast, Edite Estrela recorda que quando se filiou no PS e foi deputada na AR, havia poucas mulheres no parlamento. “Era o reino do masculino. Foi precisamente quando se introduziu o sistema de quotas que se começou a feminizar a política." O seu nome chegou a ser apontado para a presidência da AR nesta nova legislatura. Tal não aconteceu, mas nesse processo houve uma campanha negativa sobre si, em relação ao qual comenta: “Estou convencida que fui mais atacada por ser mulher. Há sempre uma tendência para se escrutinar mais a mulher na política.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/22/20221 hour, 46 minutes, 22 seconds
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Natália Luíza: “Gosto de provocar revoluções. É preciso abalar as estruturas. Antes era violenta, agora faço-o com doçura. É mais eficaz!”

É co-diretora artística do Teatro Meridional, em Lisboa, e tem em cena a peça “Vida Inversa”, com encenação sua e texto de José Luís Peixoto, sobre um mundo distópico que se parece com o nosso. Afirma que é mais feliz a dizer poesia e a dançar. "A poesia dá-me longe, dá-me céu, dá-me Deus nas pequenas coisas. E ajudou-me a levantar sempre." Com um prestigiado percurso na televisão, teatro e cinema, Natália Luiza afirma que a idade a fez libertar carga. “Sinto que já estou a descer a colina. O corpo vê a paisagem inteira. Sou mais feliz agora. Lido de outra maneira com o tempo e preocupo-me muito menos com minudências.” Este mês acaba de lançar o site a-gente.pt, para todos os atores e atrizes que não são representados por agentes, e planeia lançar um podcast com leituras das mais variadas obras da literatura portuguesa. “As revoluções têm de acontecer permanentemente. Temos que ser Abril todos os dias.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/15/20222 hours, 6 minutes, 19 seconds
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Joana Gama: “O talento e o trabalho podem ser uma maldição. Acredito mais no prazer. É importante encontrarmos o que gostamos de fazer"

Joana Gama é uma das pianistas portuguesas mais incontornáveis da sua geração. Mistura de forma inovadora a música com a dança, a fotografia, o teatro ou o cinema. Faz dupla com Luís Fernandes, piano e eletrónica, e vai apresentar a peça de teatro musical "J-CHOES – J'ai faim" a dia 8 de abril no Teatro Viriato, em Viseu, e a 11 de abril no Goethe-Institut, em Lisboa. Uma obra cheia de humor poético que parte de uma hipótese surrealista: e se Erik Satie aparecesse numa festa musical-culinária dos amigos artistas John Cage e Hans Otte? Sobre a importância das coisas simples a que Joana dá cada vez mais atenção chega a dizer: “Há dias abriu uma flor de esteva no terraço de casa. Foi uma emoção. Se se tivesse mantido uma maior ligação à natureza não estaríamos envolvidos nestas atrocidades, não só relativamente à guerra, como ao capitalismo e aos desastres ambientais.“See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/8/20221 hour, 18 minutes, 42 seconds
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Cláudia Lucas Chéu: "Gosto de ser uma lanterna que ilumina os sítios mais escuros e desagradáveis"

A escritora, poeta, dramaturga, argumentista e atriz Cláudia Lucas Chéu, autora de títulos como “Beber pela Garrafa”, “Mulher Sapiens” e “Ode Triumphal à Cona”, sobe agora ao palco do Teatro Nacional D. Maria II para protagonizar “Orlando”, a peça que escreveu a partir do texto de Virgínia Woolf com encenação de Albano Jerónimo, em cena de 5 a 10 de abril, na sala Garrett. Uma obra que é uma travessia até à verdade, uma celebração e um grito de revolta da comunidade LGBTQIA+. Uma peça que ganha outro peso e significado em tempos de guerra: “Não conheço emoção mais potente do que o amor. É mais poderosa do que o ódio.” See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/1/20221 hour, 34 minutes, 55 seconds
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Joana Espadinha: "O 'streaming' é injusto para quem cria a música. Os músicos recebem muito pouco. É mesmo ridículo“

Foi em setembro de 2021 que a cantora e compositora Joana Espadinha lançou o último álbum “Ninguém Nos Vai Tirar o Sol”, um mantra luminoso com canções pop, para levantar o ânimo apesar da pandemia, das tristezas e das guerras. Este ano foi autora do tema “Ginger Ale”, interpretado por Diana Castro, que ficou em 2º lugar ex-aequo na final do Festival RTP da Canção, inspirado na experiência da maternidade. “A maternidade é muito romanceada. Não é só um fardo, mas também é. Fala-se pouco do seu lado difícil. É feita dos melhores e piores momentos.“ Sobre o processo de escrita das suas canções chega a afirmar: “Gosto de fazer refrões que sejam fáceis o suficiente para as pessoas cantarem, mas não o suficiente para serem pirosos”. Ouçam-na no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/25/20221 hour, 35 minutes, 36 seconds
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Manuel Aires Mateus: “Lisboa já não é uma cidade inclusiva e isso é um desastre. Mata a cidade”

Para Aires Mateus “a arquitetura é sempre percebida através do vazio”. E o que constrói “é o limite do vazio.” “A arquitetura só acaba quando a vida se desenrola sobre ela.” Apesar da excelência, relevância e prestígio da sua obra, o arquiteto afirma neste episódio que tem gosto em assinar projetos de habitação para clientes da classe média, com orçamentos reduzidos, desde que haja paixão e entusiasmo por parte de quem lhe encomenda a obra. “Prefiro desenhar na escassez do dinheiro do que na abundância. A arquitetura faz-se desses limites e racionalidade.”  See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/18/20221 hour, 47 minutes, 53 seconds
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Jorge Silva Melo (1948-2022): “Gostava de trabalhar sempre. Espero morrer trabalhando”

Quantas vidas terá vivido nesta vida Jorge Silva Melo? Ele que é encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português. Ele que passou a infância na antiga cidade de Silva Porto, em Angola, que se formou realizador na London Film School e, mais tarde, estagiou em Berlim, Milão e foi ator em Paris. Decidiu regressar para o seu país porque para si pátria é culpa e responsabilidade. Fundador do “Teatro da Cornucópia” e dos “Artistas Unidos” é um mestre e mobilizador de artistas, histórias e projetos. O Expresso recupera esta entrevista, de 6 de dezembro de 2019, ao Beleza das Pequenas Coisas no dia da morte de Jorge Silva Melo (1948-2022)See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/15/20221 hour, 17 minutes, 15 seconds
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Ana Rocha de Sousa: “Ter um filme nos Óscares? É um sonho que vou concretizar”

Esta gravação foi feita dias antes da realizadora Ana Rocha de Sousa partir para Los Angeles, nos EUA, onde estará durante semanas em residência artística para o seu próximo filme, que está a preparar há um ano. “Trata-se de um filme focado em questões sociais. É uma tragédia, mas que pretende ajudar a trazer esperança.” A realizadora quer continuar a usar a lente do cinema para provocar reflexão e discussão sobre problemas sociais que são fonte de injustiças, abusos e violências. “O cinema ajuda-nos a esta possibilidade infinita de trazer mudança. Essa foi a mais bonita descoberta para mim.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/11/20222 hours, 5 minutes, 23 seconds
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José Milhazes: “Receio que Putin leve a Rússia para a cova com ele!”

Apesar do sotaque poder iludir sobre as suas origens, José Milhazes é natural de Vila do Conde, crescido numa família modesta na vila piscatória de Caxinas. O pai era pescador, tal como o avô, mas Milhazes decidiu cedo navegar para a ex-União Soviética, onde chegou em 1977 com uma mala de cartão cheia de ilusões em busca do ‘paraíso comunista’. O tal ‘paraíso’ revelou muitos infernos e contradições, mas foi em solo russo que se formou em História e viveu durante 38 anos, a trabalhar como tradutor e correspondente português da TSF, do Público e da SIC.See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/4/20221 hour, 1 minute, 23 seconds
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Carlos Coutinho Vilhena: “Estamos todos a um ‘tweet’ de sermos cancelados! O mundo está mais consciente, empático, alerta. O segredo para não se ser cancelado é a honestidade!”

É um dos humoristas mais populares da nova geração. No verão de 2021 lançou o documentário “O Clube da Felicidade”, que navega entre a ficção e a realidade, e relata a experiência de ter ido viver para uma rulote numa aldeia comunitária para buscar novas ideias criativas e experiências. E este ano está a esgotar salas com “Conversas de Miguel”, um espetáculo feito com o amigo Pedro Teixeira da Mota. “Não acredito no talento. A fatia maior e mais importante para a criação é a carpintaria e o trabalho.” Ouçam-no neste episódio de “A Beleza das Pequenas Coisas”, uma conversa com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/25/20221 hour, 30 minutes, 50 seconds
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Renata Cambra: “Uma mulher, jovem, com voz na política é uma ameaça aos poderes instalados”

Renata Cambra chamou a atenção mal apareceu num debate na RTP, que colocou frente a frente os líderes dos partidos que não tiveram assento parlamentar na última legislatura. No Twitter o seu nome passou, de um momento para o outro, a ser uma das ‘trends’ mais citadas. E já houve quem considerasse a porta-voz do Movimento Alternativa Socialista como a nova estrela da política nacional, a rainha dos adereços nas últimas Legislativas ou a candidata que quer meter o dedo na ferida no Parlamento. O que é certo é que Renata quase duplicou o resultado do seu partido nestas últimas eleições legislativas com o mote “Acordar a Esquerda!”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/18/20221 hour, 48 minutes, 38 seconds
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Alice Neto de Sousa: “Sou poeta e falo das minhas inquietações. Fico contente por chamar os olhos do público para estes 'ismos'. A próxima é sobre as prostitutas do metro do Martim Moniz”

Ela é um fenómeno nas redes sociais e tem espalhado poesia, como quem espalha perfume, inquietação, humanidade e consciência social por onde passa e é vista. Há quem lhe chame a nossa Amanda Gorman, a poeta americana que deu que falar na tomada de posse do Presidente Joe Biden. Mas as comparações são sempre injustas e redutoras. A sua popularidade disparou quando começou a circular um vídeo em que declama os versos de “Poeta”, um texto da sua autoria que já a habita no avesso da pele, e que fala sobre o instante revelador em que uma criança se dá conta de que os lápis com que ia pintar têm uma cor chamada “cor de pele”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/11/20221 hour, 36 minutes, 2 seconds
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António Barreto: “Há a sensação na sociedade de que existe a justiça dos ricos, dos poderosos e depois há o resto”

A gravação desta conversa decorreu no escritório do sociólogo António Barreto, no bairro da Lapa, em Lisboa, com uma estante de livros de análise política e social do chão ao teto. Começámos pelo inesperado resultado das eleições legislativas, já que contra o que previam as sondagens, o país pintou-se de cor de rosa e o PS venceu estas legislativas com maioria absoluta. Sobre isso chega a dizer: “A população votou no PS pela ingratidão dos dois partidos à esquerda que estão destruídos.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/4/20221 hour, 49 minutes, 40 seconds
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António Damásio: “Toda a nossa vida vai sair transformada depois da Covid, e ainda estamos no meio da pandemia”

É um dos mais relevantes e premiados neurocientistas mundiais. E nesta entrevista em podcast, feita entre Lisboa e Los Angeles, o investigador António Damásio reflete sobre o atual embaraço que são os vírus, que continuam a ser uma das principais fontes de humilhação da ciência e da medicina, o perigo da rapidez de informação nas redes sociais que nos torna ‘menos e mais inteligentes’ - um dos paradoxos do momento - e um futuro em que as máquinas possam ter uma espécie de ‘sentimentos’.See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/24/20211 hour, 28 minutes, 12 seconds
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Bando dos Quatro: “Sampaio praticou a receita da inclusão e do diálogo”

O "Bando dos Quatro", que tinha Jorge Sampaio como figura principal, reunia-se regularmente para almoçar num restaurante à beira-Tejo. Na pandemia este quarteto de amigos passou a falar quase todos os dias num grupo de WhatsApp. Agora, um mês depois da morte do ex-Presidente, o psiquiatra José Gameiro, e os antigos assessores de Sampaio em Belém, Jorge Simões e Jorge Reis Novais, juntam-se numa última conversa para celebrar esta amizade num episódio especial do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” onde se revelam alguns pequenos segredos de bastidores. “Sampaio telefonava-me dando sugestões à ministra da Saúde. 'Diga-lhe, que ela quando fala tem de olhar para as pessoas.'"See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/8/20211 hour, 30 minutes, 6 seconds
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Joana Barrios: “Gosto muito de viver e de curtir o caminho com disponibilidade. Fascino-me com plantas que surgem no meio do alcatrão"

Tornou-se conhecida do grande público por cozinhar nos programas televisivos de Cristina Ferreira, mas Joana Barrios é uma criativa com muitas mais frentes. É atriz do Teatro Praga, escreve sobre moda, apresentou o programa “Armário”, na RTP2, que lhe valeu o Prémio Autores 2020, da SPA, publicou dois livros de culinária, o “Nhom Nhom” e “O da Joana”, e é um dos novos rostos do canal 24 Kitchen, onde partilha alguns dos seus “super poderes” na cozinha. “Quando digo que ‘cozinhar é um super poder’, não é só uma bonita parangona impressa num avental. Podes ser anti-sistema se cozinhares e levares a tua marmita. Eu levo-a para todo o lado.” Joana afirma que está “permanentemente em construção” e que se questiona muito. Às vezes, demais. E garante que tudo o que comunica tem uma intenção ativista. “Para mim, a moda, a alimentação e o teatro vivem todos dentro de uma lógica de ecologia, não só ambiental, mas social e económica.” Apesar dos momentos menos bons do passado, afirma gostar muito da vida, das pessoas, que se encanta com coisas simples e que está a viver alguns dos seus sonhos. “Sou naturalmente muito para ‘arriba’. Nunca para ‘abajo’. Temos de saber aceitar os nossos momentos felizes. E continuo a dizer de forma divertida que quero ganhar um Óscar”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/28/20211 hour, 48 minutes, 29 seconds
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Joaquim Letria: “Estamos cada vez mais entregues à bicharada. Mas não culpo os jovens”

Durante décadas, Joaquim Letria foi figura principal da televisão e do jornalismo português. Começou no extinto “Diário de Lisboa”, passou pela BBC, em Londres, foi repórter internacional da agência "Associated Press", fundou “O Jornal”, o “Tal e Qual”, a revista “Sábado” e, na RTP, foi autor e apresentador de programas de informação e 'talk shows'. Em 75, junto com José Carlos Megre, moderou o mítico debate para as presidenciais entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, de onde saiu a célebre frase “olhe que não, doutor, olhe que não!” Sobre esse momento decisivo da democracia, tem uma opinião muito própria. “Soares ganhou porque vendeu às pessoas o que queriam ouvir. Cunhal foi mais verdadeiro. Votei em Cunhal." Voz crítica do jornalismo atual, Letria lamenta também que a ONU ‘sopre para o lado’ enquanto a Faixa de Gaza continua a ser bombardeada por Israel e fala da importância do tempo para se chegar à verdade dos factos. Aos 77 anos, afirma que houve “sempre” quem o quisesse apagar do retrato e avisa: "Não quero reformar-me nunca. Jamais. Com esta idade podemos até ser melhor do que éramos. Sinto-me com mais qualidade."See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/21/20211 hour, 39 minutes, 23 seconds
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Paulo Moura: “Um dos grandes desafios das sociedades é como gastamos o tempo. É um bem absoluto, não desvaloriza, vale mais que dinheiro”

Boa parte da sua vida conta-se em reportagem nas zonas de crise do mundo inteiro, do Kosovo à Argélia, de Angola à Líbia, entre tantos outros lugares em estado de fogo. “Não ir a destinos de guerra não me deixa em paz. Há lugares onde se decidem coisas importantes para a Humanidade. E sinto necessidade de estar lá, mesmo que sejam momentos desagradáveis.” Em 2011, Paulo Moura recebeu o prémio Gazeta de Imprensa pelo conjunto de reportagens sobre a ‘Primavera Árabe’, mas nos últimos anos tem-se dedicado à escrita de viagens e à literatura. Sempre para refletir sobre o mundo e compreender os outros. “Quero perceber o que há em mim deles. Mesmo os facínoras. Esta é a essência do jornalismo. Mas tentar compreender não significa justificar, nem absolver.” Autor de 10 livros de não-ficção acaba de lançar “Cidades do sol - em busca de utopias nas grandes metrópoles da Àsia”, onde pretende descobrir com que sonham os habitantes do futuro. Esta conversa parte daí para as interrogações do presenteSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/14/20212 hours, 15 minutes, 4 seconds
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Ivo Canelas: “A minha preocupação com o 'por favor gostem de mim' é menor. Mas ando sempre a controlar o medo, o pânico”

Depois de um ano que nos deitou abaixo, é catártico poder (re)ver o ator Ivo Canelas no monólogo “Todas as Coisas Maravilhosas”, do inglês Duncan Macmillan, que fala sobre saúde mental e a importância de não perdermos a capacidade de nos deslumbrarmos com os outros, a música, a vida. O espetáculo já foi visto por mais de 15 mil espectadores e está em cena até final de maio, no “Estúdio Time Out”, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Nesta entrevista Ivo fala da importância da dúvida e de como ela o desarruma e desconcerta tantas vezes. “Cada vez mais tenho menos certezas absolutas. Percebo mais claramente o ridículo que são essas certezas absolutas." Sobre o sonho do cinema americano, que continua bem vivo em si, afirma: “É uma luta constante. Os 'nãos' continuam a acontecer. Mas continuo a sentir em mim a 'vibe' de que é possível. E é na subida para a montanha que está o prazer, não é o alcançar o pico. Porque se chegarmos ao topo vamos pensar 'ok, então qual vai ser a próxima montanha mais alta? Esta insatisfação é essencial para vivermos”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/7/20211 hour, 22 minutes, 23 seconds
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Sara Barros Leitão: “Não é um nome que faz com que a denúncia de assédio seja mais credível. A vítima deve sempre ser ouvida”

É uma atriz e criadora cheia de urgência. Diz de si que nasceu atrasada, tanto é o que quer fazer no palco e fora dele. Sara Barros Leitão descreve-se como feminista, ativista, incoerente, revolucionária. E afirma usar o espaço de cena e o papel e a caneta como um bidão de gasolina para atear fogos no pensamento, desfazer em cinzas a desigualdade e preconceito e trazer a lume a história das pessoas esquecidas e invisíveis. “A minha questão sempre foi como uso o meu privilégio para mudar o mundo. O privilégio tem de ser distribuído tal como a riqueza." Aos 30 anos, com um percurso em teatro, cinema e televisão, já foi nomeada para os Prémios Sophia, Prémios Áquila, Globos de Ouro e, em 2020, venceu a 1.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, que reconhece os talentos emergentes do teatro. “Um dos grandes desafios para um jovem artista é sobreviver e lutar contra a precariedade." Sobre as denúncias de assédio no meio audiovisual português, afirma nesta entrevista que conhece essa realidade e que é testemunha do caso tornado público pela atriz Sofia Arruda. “Estas denúncias que vão sendo feitas têm de ser acompanhadas com uma grande discussão pública que está agora a começar"See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/30/20211 hour, 44 minutes, 24 seconds
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José Gameiro: “A preguiça é um direito de cada um de nós, o direito de não fazer nada. As melhores ideias aparecem quando estou a preguiçar”

Há mais de 40 anos que o médico psiquiatra ouve os desabafos e angústias dos casais em crise. E nesta conversa deixa claro que, mais do que a infidelidade, o pior veneno para o casal é a crítica destrutiva e sistemática. Sobre a pandemia, assume que se enganou ‘redondamente’ no início e que não esperava que provocasse tanto impacto na saúde mental. E prevê que a crise económica irá piorar largamente o bem-estar psicológico das pessoas. Sobre si, aos 71 anos revela que continua a saber tirar gozo da vida. “Sou um gajo de prazeres. Não consigo viver sem tempo, sem os pequenos prazeres. E sempre que possível, todos os fins de semana eu e um amigo pilotamos um avião e decidimos aonde vamos tomar café no país. O que mais gosto é descolar, sair do chão e andar pelo ar”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/23/20211 hour, 44 minutes, 51 seconds
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Afonso Reis Cabral: “À primeira oportunidade haverá uma catarse coletiva. Em pouco tempo voltamos ao normal e não ao novo normal”

É autor de dois romances aplaudidos pela crítica, “O Meu Irmão” (Prémio LeYa 2014), e “Pão de Açúcar” (Prémio José Saramago 2019) e, em 2019, durante vinte e quatro dias percorreu sozinho Portugal a pé pela mítica Estrada Nacional 2, de Chaves a Faro, onde se cruzou com inúmeras histórias inusitadas, que registou no livro “Leva-me Contigo”. Mas há muito que as viagens são um dos seus maiores prazeres, desde que aos 13 anos viajou de boleia num camião TIR até à Alemanha. A preparar o próximo romance, que deverá sair ainda este ano, assegura que não usará tão cedo a pandemia como pano de fundo para as suas histórias. O que haverá sempre é conflito. “A boa literatura usa sobretudo a quebra, a falha e o conflito. E esse conflito é da natureza humana.” Quanto aos conflitos da atualidade, deixa o recado: “Não me parece que faça qualquer sentido travar uma vacina que nos está a salvar. Um dos atuais venenos são as campanhas de desinformação constantes em relação às vacinas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/16/20211 hour, 36 minutes, 8 seconds
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Maria Manuel Mota: “Todo este nacionalismo de vacinas é irracional e errado. As partes só ganham quando o mundo estiver a salvo”

Ela é uma das mais relevantes cientistas portuguesas que anda há uma vida a estudar uma vacina para a malária, e no início de 2020 colocou a sua equipa ao serviço do país para ser criado o primeiro kit de diagnóstico português do novo coronavírus. Nessa altura a diretora do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e Prémio Pessoa 2013 afirmou ao Expresso que o causador desta pandemia “é um vírus relativamente bonzinho". Agora, Maria Manuel Mota refaz a frase que dissera: “Este vírus não é bom ou mauzinho. É um organismo que luta pela sua sobrevivência. Temos de ter muito cuidado até termos imunidade de grupo. Mas a verdade é que isto podia ser muito pior.” A cientista sublinha que esta não foi a primeira vez, nem será a última, que o mundo sofreu uma pandemia. E deixa o aviso neste podcast: “A atual pandemia devia ensinar-nos que só vamos estar a salvo quando todos estiverem a salvo no mundo. O Reino Unido pode estar muito contente por atingir a imunidade de grupo, mas quer viver na sua ilha sozinho? Não. O que está a acontecer no Brasil é perigosíssimo para o mundo inteiro"See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/9/20211 hour, 43 minutes, 48 seconds
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Afonso Cruz: "A perversidade é uma parte fundamental da arte. Na minha escrita há isso. A boa arte cria uma rutura que dá lugar a algo novo"

Afonso Cruz é um multi premiado autor de mais de 3 dezenas de livros publicados em várias línguas, como "Jesus Cristo Bebia Cerveja" ou “Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas”. Ao estilo renascentista, Afonso é também ilustrador, cineasta de animação, músico da banda “The Soaked Lamb” e produz cerveja. Em abril lança ‘O Vício dos Livros’, que fala sobre o amor e o ódio aos livros e as histórias que surgem a partir daí. O escritor que se mudou há 12 anos de Lisboa para um monte alentejano confessa que a pandemia lhe criou um ‘engarrafamento literário’. O seu próximo romance deverá sair este verão, com um enredo que nos remete para o início dos anos 60 e a construção do muro de Berlim. "Gosto da sensação de ócio quando escrevo. Por vezes sofro um pouco com a escrita. Mas entrego-me a esse sofrimento com prazer."See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/2/20211 hour, 16 minutes, 52 seconds
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Beatriz Gomes Dias: “Uma criança negra que me veja na Assembleia e na TV como candidata à Câmara de Lisboa vai poder sonhar chegar lá”

Foram precisos quase 50 anos de democracia para que a Assembleia da República passasse a ter três mulheres negras com assento parlamentar. Beatriz Gomes Dias, deputada do Bloco de Esquerda, é uma dessas mulheres, responsável pelas áreas do combate ao racismo, defesa dos direitos das pessoas migrantes e da cultura, que voltou agora a ser notícia por ser a candidata escolhida pelo BE à Câmara de Lisboa, tornando-se a primeira mulher negra na corrida a esta autarquia. “É importante a representatividade e que haja mulheres como eu com uma agenda política que defenda todas as comunidades que sofrem opressão e discriminação. Mas é preciso inscrever também no nosso tecido coletivo social que as pessoas negras podem representar o país, podem representar uma cidade, podem representar toda a gente.” E Beatriz que sonha uma nova Lisboa mais verde, inclusiva, com menos carros e habitação mais acessível, deixa um recado nesta conversa em podcast sobre uma realidade que quer mudar: “Quando chegamos de manhã ao Parlamento vemos que a maior parte das pessoas da limpeza são mulheres negras. E percebemos como a estrutura da sociedade está ainda organizada"See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/26/20211 hour, 43 minutes, 47 seconds
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Dalila Carmo: "Ser mulher nesta indústria é lixado. Um homem da minha faixa etária não seria dispensado à mesma velocidade"

Ela já foi corpo, voz e emoção de largas dezenas de mulheres ao longo de mais de 30 anos a representar na televisão, no teatro e no cinema. Nesta conversa a atriz Dalila Carmo, de 46 anos, assume um novo ciclo pessoal e profissional depois da rescisão imprevista com a TVI e refere que o fator idade terá sido uma das razões para a dispensa do canal. Mas a própria vê o momento como uma oportunidade. "Sinto que fiz novelas a mais. A indústria sugou-me um bocadinho." Ainda sobre a saída do canal onde esteve mais de duas décadas acrescenta: “João César Monteiro tinha uma frase em que dizia: ‘Não são vocês que me expulsam, sou eu que me vou embora.’ É o momento para criar as minhas próprias oportunidades.” Dia 22 de abril, a atriz regressa aos palcos com a peça “Noite de Estreia”, no Teatro da Trindade, em Lisboa, uma obra inspirada num dos filmes mais emblemáticos de John Cassavetes, sobre a crise existencial de uma atriz de meia-idadeSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/19/20211 hour, 42 minutes, 15 seconds
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Fado Bicha: “Se Portugal está no armário? Sim. É o país dos modestos e moderados”

Se a cantiga é uma arma, eles são uma bazuca. Uma bazuca musical arco-íris disparada sem pedir licença para ocupar um espaço no meio tradicional do fado. E têm a mira apontada contra a homofobia, transfobia, bifobia e todas as formas de discriminação como o racismo e machismo. Eles são o Fado Bicha, Tiago Lila ou Lila Fadista na voz e João Caçador na guitarra elétrica, que há quatro anos assumiram o lado mais ‘queer’ do fado. E passaram a cantar as feridas, desejos e lutas de uma diversidade de pessoas LGBTI+ que até há pouco tempo não apareciam no retrato nem nas canções. Há quem os adore e quem os odeie. Não fazem música para deixar os outros indiferentes. “É bom quando a arte causa desconforto no público e uma ação”, considera João Caçador. “Já houve pessoas a dizer-nos que sentiam que estávamos a fazer justiça poética por elas em palco", afirma Lila. O disco de estreia desta dupla, previsto para 2020, ficou adiado por causa da pandemia, mas entretanto agigantou-se para 18 faixas e já tem nome: “Ocupação”. Ocupem o vosso tempo a ouvi-losSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/12/20211 hour, 53 minutes, 56 seconds
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Isabela Figueiredo: “Sempre me vi como imprópria. Anormal. Desadequada.”

Começou a dar que falar há doze anos com um livro de memórias coloniais porque se incomodou com a narrativa suave do pós-colonialismo. E nele assumiu a relação amor-ódio com o pai. “Aquilo que sou hoje também vem do trabalho escravo e mal pago que o meu pai roubou aos africanos que eram os seus empregados.” Mas em 2016 a escritora Isabela Figueiredo voltou a agitar as águas com o primeiro romance, “A Gorda”, uma bomba literária que nos levou a calçar os sapatos de uma mulher com excesso de peso que um dia decide reduzir o tamanho do estômago. Uma obra de autoficção que afinal tem muito de si, já que Isabela escreveu o livro logo após se submeter à mesma cirurgia, o que a levou a perder mais de 40 quilos. “Esse livro é uma declaração de dor, de perda e solidão”. O próximo romance já está escrito e tem uma abordagem da vida algo ‘punk’ ou, como chega a dizer, ‘é muito vegan’: “É sobre ter o direito a não ser nada, a não ser importante e a viver sem trabalhar”. E sobre os prémios lança a farpa: “Mas porque é que só atribuem o Prémio Camões aos 90 anos? Aos 90 anos já não se pode gastar o ‘guito’ numa viagem”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/5/20211 hour, 9 minutes, 16 seconds
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Pedro Simas: “Percebo o receio do Governo de falar em desconfinamento porque vai induzir euforia e descontrolar tudo na sociedade”

O virologista e investigador principal do Instituto de Medicina Molecular, Pedro Simas, que foi um dos signatários de uma carta aberta divulgada esta semana a pedir a reabertura urgente das escolas, é da opinião que haverá pouca vantagem em manter o confinamento muito mais tempo. E está convicto de que as escolas até o 6º ano deverão abrir em breve. “Estamos perto de atingir um planalto em que já não vamos conseguir baixar o número de infeções por dia.” No entanto, o cientista também assume que este cenário de melhoria pode virar. “Pelo menos 70% da população portuguesa ainda não tem imunidade ao vírus. O potencial de disseminação é ainda grande. E aí confio no Governo para saber se há risco ou não de descontrolo social.” Ouça esta conversa em podcast, onde o investigador assume como um enorme desgosto pessoal o levou a uma travessia interior que o transformou num homem mais forte e confianteSee omnystudio.com/listener for privacy information.
2/26/20211 hour, 25 minutes, 14 seconds
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Maria do Rosário Pedreira: “Vivemos tempos sem empatia, pela falta de leitura e excesso de digitalização, o que nos torna menos humanos”

É uma das mais notáveis editoras portuguesas, responsável pelas publicações do grupo Leya. Foi Maria do Rosário Pedreira que descobriu e publicou autores agora consagrados como José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, João Tordo ou Nuno Camarneiro. Há mais de vinte anos que se dedica a tirar manuscritos das gavetas, ajudando a dar a conhecer o talento literário nacional. Ou como gosta de dizer anda “à procura de agulhas no palheiro”. Por isso chamam-na de “caça-talentos” e há quem a considere uma espécie de José Mourinho da literatura. Não acredita na morte do livro, mas afirma-se desesperançada com as novas gerações. “Aquilo que mais me aparece são livros que parecem guiões escritos por uma geração influenciada pelas novelas más”. Do seu ponto de vista, as séries de ficção vieram substituir a literatura porque é mais fácil ir atrás de uma coisa que não faz pensar. “O confinamento não aumentou leitores. As pessoas quiseram alienar-se com séries.” Leitora experimentada e poetisa premiada, além de letrista e escritora, assume escrever mais quando está triste e que os poemas já a salvaram da solidão e até de uma grande depressãoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
12/11/20201 hour, 40 minutes, 16 seconds
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Rui Tavares: “A democracia é como a saúde mental: para a perderes só precisas de a ter”

Homem de esquerda, o historiador e político Rui Tavares alerta a direita portuguesa sobre o perigos da coligação com o Chega, que viabilizou o novo governo nos Açores. “É preciso marcar a diferença entre quem está e quem não está lealmente na democracia. A direita não pode estar a falar com o líder desse novo partido extremista, nem fazer orelhas moucas às críticas.” Sobre a polémica retirada de confiança política do Livre à sua única deputada eleita, Joacine Katar Moreira, Rui Tavares deixa claro que esse momento “difícil” do partido que ajudou a fundar está ultrapassado. “A diferença entre o Livre e os outros [partidos] é que o Livre não está aqui para varrer nada para debaixo do tapete. No Livre valem mais os seus princípios do que o poder. E é isso que vai fazer com que regresse ao parlamento e faça finalmente a sua trajetória na política portuguesa.” Ainda sobre as presidenciais afirma: “Uma Presidente como a Ana Gomes traria um grau de escrutínio importante a Belém”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/4/20201 hour, 50 minutes, 55 seconds
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“A única coisa de que me arrependo é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre”

O filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido o ano passado com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa revela ainda um encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”. No dia em que se soube da sua morte, o Expresso republica esta conversa íntima para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/1/20201 hour, 20 minutes, 56 seconds
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Valter Hugo Mãe: “Vamos voltar a uma aparente normalidade, mas ainda mais degenerada e predadora”

Num ano de introspecção o escritor Valter Hugo Mãe mergulhou a fundo nas memórias do passado para escrever o seu livro mais pessoal e intimista, “Contra Mim”, lançado em outubro, onde revisita a infância e adolescência para verificar a que distância está do que se prometeu e sonhou. Uma obra à procura da criança que cedo percebeu que “as palavras eram jóias” a sair da boca das pessoas. Autor de sete romances, de onde se destaca “O Remorso de Baltazar Serapião”, prémio Saramago em 2007, deixa claro que esta última obra só aconteceu pela clausura a que foi obrigado. “Perante este pasmo assustado da pandemia senti-me exposto a um certo espelho. Tive a sensação de estar em dobro. O que significa que a solidão é de facto um espelho diante de nós.” Para o escritor o paraíso são os outros, mas não augura nada de bom para os próximos tempos. “Vamos evoluir num sentido mais consumista, as pessoas estarão mais egoístas. Porque, de repente, sentem necessidade de serem compensadas. Num sentido profundamente infantil. Quando libertas de alguma coisa que acham que não mereceram, tornam-se carentes e mimadas. E já vamos assistindo a isso”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/27/20201 hour, 54 minutes, 36 seconds
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Diogo Infante: “Foi o meu filho que me inspirou a partilhar publicamente o meu casamento e a sua adoção”

É um dos nomes mais relevantes do teatro, do cinema e da televisão. E regressa dia 26 de novembro aos palcos, no Teatro da Trindade, em Lisboa, para protagonizar Ricardo III, de William Shakespeare. “Este nosso Ricardo III é quase um psicopata sanguinário. Um homem manipulador, feio, torto, que provoca asco. Vão ter uma surpresa ao vê-lo.” Sobre o momento difícil que os artistas e profissionais das artes atravessam, o ator e encenador considera que “nunca antes as fragilidades da Cultura estiveram tão expostas, tão em carne viva”, mas não atribui culpas a Graça Fonseca. “A ministra da Cultura está empenhada, mas provavelmente de mãos atadas a negociar com outros ministérios e a conquistar um espaço que lhe é difícil.” Quanto aos desafios da paternidade, revela que o filho Filipe, agora com 17 anos, é um amigo atento que o ajuda a ser melhor pai e melhor pessoa. “Saiu-me a sorte grande. É absolutamente adorável quando ele olha para mim e diz ‘tem cuidado’ ou ‘se calhar estás a fazer isto demais’. É um ser que me ama, que se preocupa, que está atento. E isso é verdadeiramente transformador e responsabilizador”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/20/20201 hour, 8 minutes, 28 seconds
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Aldina Duarte: “Sou uma sobrevivente. Não é durante as crises e tragédias que me vou abaixo”

Aldina Duarte afirma que não quer viver só para cantar, que gosta de ficar horas a contemplar as nuvens a desaparecer do Tejo. Começou o ano a comover uma multidão na discoteca Lux-Frágil, em Lisboa, quando apresentou o novo disco “Roubados”, onde recria doze clássicos do fado para celebrar os 25 anos na música. Depois a pandemia alterou-lhe os planos, mas não lhe arrancou o ânimo. “Não é durante as crises e tragédias que me vou abaixo. É muito depois, quando estiver tudo estabilizado.” Apesar de fadista, Aldina diz ter mais tendência para viver no futuro. “Estou agora a tentar viver o presente de forma construtiva. Quero sair uma pessoa melhor desta experiência violenta e rara.” De volta aos palcos para quatro concertos, em Lisboa, Castelo Branco, Faro e Vila Real, a artista deixa claro que recusou fazer parte de tributos a Amália porque “não há nada a mexer nesses temas emblemáticos.” Sobre as novas solidões afirma: “Não foi só o vírus que nos isolou. Há muito que as pessoas estavam a televiver numa bolha tecnológica em função do trabalho e do dinheiro”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/13/20201 hour, 33 minutes, 32 seconds
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Cruzeiro Seixas, numa das suas últimas grandes entrevistas: “Fui mais reprimido como homossexual depois do 25 de Abril”

Era o último representante vivo do surrealismo português. Mário Cesariny foi o homem que mais amou: “Ainda me faz muita falta...”. Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas faleceu este domingo, a um mês de completar 100 anos, e por isso o Expresso recupera uma entrevista ao podcast "A Beleza das Pequenas Coisas", realizada em fevereiro de 2017. O pintor e poeta afirmava que só vivera metade do que queria e mantinha a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamentava ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir não o assustava. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/9/20201 hour, 4 minutes, 50 seconds
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Mónica Calle: “Houve sempre dois lugares onde sou livre, na relação sexual e no teatro”

Há quase 30 anos que a atriz e encenadora Mónica Calle questiona o lugar do seu corpo no palco e procura levar o teatro às zonas marginais da cidade para que elas passem a ser o centro. Começou em 92, no Cais do Sodré, quando era um bairro de má fama, onde fundou a companhia Casa Conveniente. E há seis anos mudou-se para o bairro da Zona J, em Chelas, para criar um diálogo próximo com a comunidade. O ator Bruno Candé, assassinado em Julho por alegadas motivações racistas, fazia parte da sua equipa, era um dos seus. “Recordo o seu talento, a generosidade e gargalhada inconfundível. Uma das melhores pessoas que conheci na vida”. Sobre estes duros tempos afirma: “Através do palco pudemos resistir ao medo. Uma sociedade em que todos temos medo uns dos outros está condenada”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/6/20201 hour, 38 minutes, 18 seconds
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Dulce Maria Cardoso: “Não tratamos bem os mais velhos, o que diz muito de nós enquanto sociedade. Somos uns ingratos, ambiciosos e tontos”

Dois anos depois de “Eliete”, o quinto e mais recente romance de Dulce Maria Cardoso, a escritora fala de como este ‘novo normal’ lhe trocou os planos. Uma conversa que vai do passado ao futuro e a este presente distópico que maltrata especialmente os idosos. “A pandemia mostrou despudoradamente as más condições dos lares, o abandono, a solidão. Quando se perde a empatia pelos outros tornamo-nos impiedosos e a vida torna-se um inferno”. Dulce garante que “Eliete” não vai usar máscara no próximo volume da história, adiado para 2021, e que tudo se esclarecerá quanto à ligação a Salazar. Uma forma que a escritora encontrou para falar dos fascismos. “Estamos muito lentamente a regressar a ideais que já julgava impossíveis. Temos de perceber o sistema imunitário que permite que a ferida aconteça. Há quem diga que o populismo é a ideologia dos que se sentem traídos.” Sobre o mistério da criação na literatura, deixa a pista: “A ficção tem a ver com encontrar a melhor mentira que sirva a verdade”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/30/20201 hour, 25 minutes, 17 seconds
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Francisco George: "Não acredito numa rutura do SNS”

Durante 12 anos foi o homem da saúde pública, enquanto diretor-geral da Saúde, no cargo que é agora ocupado por Graça Freitas. Quando o país e o mundo passaram a falar da covid-19, Francisco George recorda que ligou à sucessora para criticar a escolha do nome. “A única discordância que tenho com Graça Freitas é que devíamos ter chamado à covid, a doença do coronavírus. Em bom português." Sobre a Direcção-Geral de Saúde também faz um reparo: "A DGS devia ter sido fortalecida com mais meios humanos. Não foi. E isso é crítico." Nesta conversa em podcast, o atual presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e médico especializado em virologia e epidemiologia recusa um cenário de colapso do SNS, que considera fazer parte da vida portuguesa, e confessa faltar-lhe coragem para sair da vida pública, mas que o fará em breve. “Há que saber sair de cena.” Sobre a proposta de lei para as máscaras serem obrigatórias na rua afirma: "Sou a favor. É como ser obrigatório o cinto de segurança no carro"See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/23/20201 hour, 31 minutes, 30 seconds
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Vhils: “Quero humanizar o betão das cidades”

A sua arte é de rua. Mas é também dos melhores museus e galerias do mundo inteiro. Um mês antes da pandemia, Vhils inaugurou “Haze”, a primeira grande exposição individual num museu nos Estados Unidos, onde abordou “a neblina” e o “invisível nas cidades”. E lança agora a exposição “Momentum”, em Paris, onde reflete sobre o momento suspenso que vivemos. “O meu trabalho é uma arma que expõe coisas menos positivas que acontecem pelo mundo fora.” O Expresso esteve com o artista no Centro de Arte Contemporânea de Cincinnati, numa conversa que viajou pelos 20 anos da sua obra e que continuou meses depois para Vhils contar como o confinamento mexeu com a sua vida e a sua arte. O artista deixa um alerta: “Nestes tempos de disrupção e incerteza é importante que se olhe para a saúde mental como prioridade.” Bem vindos à 6ª temporada do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/16/20201 hour, 27 minutes, 2 seconds
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Fernanda Lapa: “Um país que não trata bem os artistas está moribundo”

A atriz e encenadora Fernanda Lapa assume que é a teimosia que a faz levantar-se todas as manhãs com a convicção absoluta que nada, nem ninguém, a fará parar de trabalhar. Nem o raio do bicho. E, tal como o poeta José Gomes Ferreira, está cheia de “saudades do futuro.” O futuro que aí vem com a reabertura das portas do seu teatro, “A Escola de Mulheres”, no Clube Estefânia, em Lisboa, que acaba de celebrar 25 anos e que contribuiu para a evolução do papel das mulheres no teatro em Portugal. A vida de Fernanda dava várias peças de teatro, da comédia ao drama, feita de alegrias, conquistas e perdas. “Tenho tido desgostos profundos, mas sou uma privilegiada apesar de tudo.” Mas é sobre o futuro incerto do setor das artes, a desesperança, frustração e falta de dinheiro dos atores e técnicos e as novas “medidas absurdas” impostas para a reabertura das salas de espetáculo, a 1 de Junho, que arranca esta conversa. “Este país não é para artistas, nem para velhos, nem para novos”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/22/20201 hour, 37 minutes, 49 seconds
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Germano de Sousa: “A maioria de nós vai apanhar covid-19”

Ele é patologista e administrador de uma rede de laboratórios privados que está na linha da frente na realização de testes de diagnóstico e serológicos para a covid-19. Desde março, só nos seus laboratórios foram realizados mais de 87 mil testes, alguns a pedido do SNS. Sobre as acusações de faturar milhões com a pandemia, Germano de Sousa nega o que considera serem "bocas perfeitamente parvas" e diz-se "farto desse tipo de conflitos com a verdade, de origem ideológica". O antigo bastonário da Ordem dos Médicos prevê uma vacina até à próxima primavera e faz um reparo à DGS: "Deveríamos ter começado a usar máscaras mais cedo." E ainda recorda as peripécias passadas com Zeca Afonso, em Coimbra, os momentos difíceis durante a guerra em Angola, como lá teve de fazer o primeiro parto da sua mulher ou as partidas que o amigo e atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa lhe pregava de madrugada, em Cascais. No final, canta-nos um fado à capela. E para que serve um podcast senão para momentos destes? Ouça e subscreva a “A Beleza das Pequenas Coisas"See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/15/20201 hour, 36 minutes, 31 seconds
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Filipe Homem Fonseca: “A gargalhada é a imortalidade possível”

Ele é uma das maiores referências na escrita para humor em Portugal e um criativo multifacetado: argumentista, dramaturgo, escritor, humorista, músico e realizador. Licenciado em publicidade, Filipe Homem Fonseca começou a dar que falar no final dos anos 90 quando integrou as Produções Fictícias. Têm a sua assinatura programas como ‘Herman Enciclopédia’, ‘Contra-informação’, ‘Major Alvega’ ou, mais recentemente, ‘Os Donos Disto Tudo’ ou ‘A Patrulha da Noite’. O que é natural em Filipe é o desassossego e a vontade de fazer, mesmo em confinamento. Por isso escreveu e realizou com cinco amigos “O Mundo Não Acaba Assim”, a primeira série de ficção portuguesa a ser produzida integralmente a partir das respectivas casas, que acaba de estrear na RTP1. Sobre o papel do humor em tempos de guerra contra um vírus, chega a afirmar: “Rir e fazer comédia numa altura destas é uma forma de resistência e de vida.” Uma conversa para ouvir integralmente neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/8/20201 hour, 45 minutes, 8 seconds
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Isabel Jonet: “Há pessoas a passar fome. A pobreza mata e vai matar”

Passaram 26 anos desde que Isabel Jonet entrou como voluntária para o Banco Alimentar contra a Fome e hoje é presidente de uma instituição que angaria alimentos para 2.600 entidades. E se antes desta pandemia os Bancos Alimentares apoiavam 380 mil pessoas, os números dispararam no último mês. Na recém criada Rede de Emergência Alimentar já chegaram 12.060 novos pedidos de ajuda, de famílias ou de grupos, que abrangem cerca de 58 mil pessoas. “Esta onda de crise criou inesperados novos pobres”. São os profissionais das artes, do turismo, dos ginásios, empresários, e demais trabalhadores precários e da economia informal que, de uma forma súbita e imprevista, ficaram sem sustento. É o outro vírus, o da pobreza, que cresce no país e, como prevê Jonet, ‘vai matar’. Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/30/20201 hour, 29 minutes, 41 seconds
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Francisco Miranda Rodrigues: “A solidão tem mais impacto na saúde do que a obesidade”

Ele é o bastonário de uma ordem criada em 2008 que conta com 22 mil inscritos, a ordem dos psicólogos. Uma profissão muito procurada por altura dos incêndios, em 2017, para apoio psicológico e agora, nesta crise pandémica, a procura voltou em força. Se é certo que a covid-19 está a provocar um impacto emocional em todos os portugueses e que a venda de antidepressivos e ansiolíticos disparou em março, Francisco Miranda Rodrigues alerta que “este novo normal terá consequências diferentes para uns e outros.” Para ouvir neste episódio do podcast A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/24/20201 hour, 36 minutes, 43 seconds
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Adolfo Mesquita Nunes: “Se olharmos para a crise económica, é evidente que não vai ficar tudo bem”

A poucos dias de entrarmos no 3º estado de emergência falámos com Adolfo Mesquita Nunes, que foi deputado, secretário de Estado do Turismo, braço direito de Assunção Cristas e um dos rostos da modernidade do CDS, que se tem mostrado crítico sobre a “falta de gravidade e solenidade” do Presidente em algumas ocasiões públicas. Apontado no passado como um forte candidato à liderança do seu partido, Adolfo acabou por deixar o caminho aberto ao atual líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, figura que não apoiou e da qual diverge. Mas esse combate ficou para trás para se dedicar à advocacia e ao cargo de administrador não executivo da Galp. Adolfo rejeita as afirmações de Rui Rio sobre antipatriotismo "típicas de regimes autocráticos" e insiste que o governo tem de ter coragem de combater a crise sanitária a par da crise económica, "que também mata". E revela como a canção de Maria Guinot “Silêncio e Tanta Gente”, vencedora do Festival da Canção, em 1984, traduz o confinamento em casa, onde tem aproveitado para ler e até fazer brigadeiros de chocolate ‘light’. Para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/17/20201 hour, 25 minutes, 39 seconds
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Daniela Ruah: “À noite vejo filmes e costuro máscaras para dar”

Há dez anos que a atriz Daniela Ruah anda a perseguir perigosos criminosos na série americana NCIS Los Angeles, que conta com 11 milhões de espectadores por episódio. Mãe de dois filhos e casada com o duplo David Paul Olsen, assume que a maturidade já não a faz sonhar tanto com o Óscar, porque as séries andam mais estimulantes e é a família o que mais a preenche. Este mês regressou aos ecrãs portugueses com a série "A Espia", na RTP, onde protagoniza uma mulher da alta sociedade que se envolve em espionagem em plena II Guerra Mundial. Há semanas em casa com o marido e filhos, em Los Angeles, começou agora a costurar máscaras para ajudar a comunidade. “Em três dias fiz 90 máscaras.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/9/20201 hour, 8 minutes, 10 seconds
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Bruno Maia: “Tenho medo que deixemos de conseguir tratar as pessoas no SNS”

Nas últimas eleições legislativas o médico neurologista Bruno Maia esteve por um triz para ser eleito deputado do BE pelas listas do Porto. Defensor de causas que têm dividido a sociedade, como a despenalização da morte assistida ou a legalização da canábis, está a poucos dias de avançar para a frente de batalha, a unidade de cuidados intensivos do Hospital de São José, em Lisboa, onde estão os casos graves com covid-19. Bruno Maia defende um “SNS forte para travar a pandemia” que está a atingir o país e o mundo e confessa: “tenho medo do colapso do sistema de saúde”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/3/20201 hour, 14 minutes, 13 seconds
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Manuel Lemos Peixoto: “Depois do isolamento será a grande festa”

O terapeuta de casais Manuel Lemos Peixoto, que durante anos foi presidente da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, considera que ultrapassado o receio da doença e da morte, irá pulsar na maioria o desejo da vida, do prazer e... de alguns excessos. O terapeuta recorda o que aconteceu na I e II Guerra Mundial, e aposta que depois de superada a pandemia, as populações vão encontrar-se mais, brindar mais, abraçar-se mais, beijar-se mais e praticar mais sexo do que antes. Mas os casais agora confinados em casa estão a ser postos à prova e surgirão inevitavelmente muitas crises. “Ou parte ou racha ou se cura. Pode ser uma oportunidade para a mudança. A palavra crise em chinês escreve-se com dois subsímbolos, um representa “perigo” e outro representa “oportunidade”. Uma conversa surpreendente e esclarecedora em tempos de “guerra” para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/27/20201 hour, 16 minutes, 39 seconds
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Albano Jerónimo: “Qualquer bom ator é perverso. Eu sou”

Ele é um dos atores mais aplaudidos, elogiados e desejados da sua geração. Alia beleza, carisma, intuição, densidade dramática, ambição e enorme capacidade de trabalho. Eis a fórmula perfeita para um ator de sucesso à escala mundial. Depois de protagonizar no cinema ‘um homem maior do que a vida’ no premiado filme “A Herdade”, de Tiago Guedes, Albano Jerónimo revela aqui, em primeira mão, o papel de destaque que representará numa nova série da Netflix, de produção inglesa, “The One”, que mistura conspiração com ficção científica, a estrear em setembro. E afirma: “O cinema americano está morto. O verdadeiro cinema, onde se fala de pessoas e de relações, está nas séries da Netflix e HBO.” Uma excelente conversa para ouvir em casa, ou onde estiver, neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/20/20201 hour, 12 minutes, 24 seconds
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João Tordo: “É um bocadinho ridículo pensar que levar 12 garrafas de gel e 80 rolos de papel higiénico para casa me vai libertar da doença”

Ele é um dos melhores escritores da sua geração. O seu terceiro romance, “As Três Vidas” valeu-lhe o Prémio Saramago 2009. Autor de 13 romances, traduzidos para inúmeros países, surpreendeu o ano passado com “A Noite em que o Verão Acabou”, a primeira experiência no universo do crime. No final de março publicará novo livro, o “Manual de Sobrevivência de um Escritor”, onde revelará muito do seu mundo literário e não faltará um capítulo sobre a inveja. “No meio literário há imensa inveja”, afirma. Nesta conversa fala também do recente isolamento social a que se impôs por ter participado no Festival literário Correntes d´Escritas, onde esteve o escritor chileno Luís Sepúlveda, contagiado com o vírus Covid-19See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/13/20201 hour, 27 minutes, 57 seconds
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Especial Covid-19: Tudo aquilo que precisa de saber para gerir a sua vida face à pandemia

Vera Arreigoso, jornalista do Expresso especializada em temas de saúde, analisa o mais recente boletim epidemiológico da DGS sobre os infetados em Portugal, esclarece quais os principais sintomas e responde às principais preocupações dos portugueses neste momento - "posso viajar?" e "o que faço com os miúdos em casa sem escola?". Ouça este especial do Expresso sobre o novo coronavírusSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/12/202012 minutes, 22 seconds
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Rafael Esteves Martins: “Olho para o Parlamento e lembro-me sempre de um pombal”

Começou a ser notado pela imprensa quando chegou de saia à Assembleia da República na tomada de posse da então deputada do Livre, Joacine Katar Moreira. Meses depois voltou a ser notícia por ter solicitado ao serviço de segurança do Parlamento para acompanhar a deputada porque ela não queria fazer mais declarações aos jornalistas. O caso gerou indignação e obrigou à intervenção do presidente do Parlamento. Os amigos mais próximos dizem que as suas maiores qualidades são ser “leal e ético”, os jornalistas que o acompanham acusam-no de “sobranceria”. Questionado se imagina Joacine candidata à Presidência, responde: “gostaria que ela cumprisse o seu mandato”. Uma conversa livre, bem disposta e desassombrada que pode ouvir neste episódio podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/6/20201 hour, 39 minutes, 22 seconds
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Alberto Pimenta: “Tenho sido um grande contrabandista de ideias e palavras”

Alberto Pimenta é um dos nossos maiores poetas. Eterno experimentalista e artista de vanguarda, deu muito que falar nos anos 70, numa performance em que entrou numa jaula de um chimpanzé, no Jardim Zoológico de Lisboa, exibindo uma tabuleta com a palavra “Homem”. Autor de uma vasta obra, o seu livro mais conhecido e traduzido é “O Discurso sobre o Filho da Puta”. E chega a afirmar nesta conversa: “Há muitos. Estão dispersos. Estão na política, sobretudo. Naturalmente nas Forças Armadas.” Depois de “Zombo”, lançado em 2019, já há novo livro de poesia no horizonte que se deverá chamar “Há Tudo”. E se não há tudo, há certamente muito para conhecer, refletir e ouvir sobre Alberto Pimenta neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/28/20201 hour, 55 minutes, 35 seconds
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Edgar Pêra: “Duvido que a Netflix seja o modelo do futuro”

Chamam-lhe o guerrilheiro do cinema português, pela estética vanguardista e experimentalista que tem arriscado na mistura de formatos e estéticas. Do Super 8, à película tradicional, do digital ao 3D, Edgar Pêra já realizou dezenas de filmes, todos com uma boa dose de obscura ironia, como “A Janela (Maryalva Mix)”, “O Barão” ou “Cinesapiens”. Afirma que não filma para as pipocas ou pela espuma dos dias, mas para que as suas histórias cheguem à geração seguinte. “Ambiciono ser um realizador bomba-relógio ou um ‘sniper’ para atingir o futuro com os meus filmes.” Prestes a iniciar a rodagem do seu filme mais ambicioso de sempre, "The Nothingness Club", propõe-se a entrar na cabeça de Fernando Pessoa onde moram todos os seus heterónimos e... até um 'serial killer'. Nesta conversa em podcast, o realizador a quem encontram semelhanças com George Clooney, não descarta o sonho do Óscar para melhor filme e comenta alguns dos premiados de 2020See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/14/20201 hour, 22 minutes, 40 seconds
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Salvador Sobral: “Jamais cantaria como canto se não tivesse tido a doença cardíaca”

Passaram três anos desde que Salvador Sobral acabou com o enguiço nacional e venceu a Eurovisão com “Amar pelos Dois”. Foi a vitória do anti-herói, de um músico desenquadrado dos brilhos festivaleiros que conquistou o mundo inteiro e fez história a interpretar o tema da sua irmã, Luísa Sobral. Em 2019, Salvador Sobral lançou o segundo disco “Paris, Lisboa”, depois de recuperar do transplante do coração, e sente-se agora abençoado por poder dançar em palco quando lhe apetece ou jogar à bola sempre que pode. Está de volta aos palcos para cantar clássicos de Jacques Brel, que considera “o maior intérprete de todos os tempos.” E aqui trauteia alguns desses temas e revela-se com a autenticidade que todos lhe conhecem. “A Eurovisão é uma coisa da qual me orgulho, os Ídolos não”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/7/20201 hour, 4 minutes, 20 seconds
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Ana Gomes: “Gostava de ver uma mulher na Presidência”

Ela é a figura política do momento. E tem sido uma das principais vozes incómodas na denúncia e combate à corrupção. Seja no caso do Football Leaks, Lux Leaks, Panamá Papers ou Luanda Leaks. E tem-no feito de forma desassombrada. Falou do Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, de ‘ter um passado de delinquente e ser devedor à banca’, apelidou Isabel dos Santos de ‘ladra’ do povo angolano, afirmou em tempos que o PS se tornara ‘um instrumento de corruptos e criminosos’ e exige agora a demissão do ex-ministro das finanças, Teixeira dos Santos, e do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Nesta conversa, Ana Gomes nega vir a ser candidata a Belém, mas não fecha definitivamente a porta a essa hipótese. Recorda o caso dos submarinos que comprometeu Paulo Portas, quando era vice-primeiro-ministro, e considera que ele “foi a determinada altura o artífice da relação com Angola, com o MPLA, um dos agentes de defesa de José Eduardo dos Santos”. Mas não só de política é feita a vida de Ana Gomes que chega a trautear... Rossini. Tudo isto para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/31/20201 hour, 19 minutes, 59 seconds
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Cláudia Raia: “Bolsonaro não conhece os artistas, a cultura está a ser esfaqueada, mas nunca acabará. Nós artistas somos resistência”

A atriz brasileira Cláudia Raia, conhecida pelos portugueses das telenovelas desde os anos 80, é uma voz crítica do atual Governo de Bolsonaro, embora deixe claro que não é de esquerda e não votou em Lula da Silva. “O Brasil não está a passar por uma ditadura, só que quase... Regredimos muito. A cultura é vista com maus olhos e os artistas são vistos como bandidos. Então — como disse uma cantora brasileira — vivam sem arte, num breu. Ninguém consegue.” De volta a Portugal com a comédia romântica “Conserto para Dois”, onde contracena com o marido Jarbas Homem de Mello, a atriz revela que, apesar dos elogios pela beleza e boa forma física aos 53 anos, incomoda muitos homens. “Uma mulher empoderada como eu assusta os machistas.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/24/20201 hour, 20 minutes, 2 seconds
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Mamadou Ba: “Continuo a receber ameaças de morte, nomeadamente de polícias, comandos e GNR”

O dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba, afirma ter recebido a 'milésima' ameaça de morte velada a 15 de janeiro, data de aniversário do líder e ativista histórico americano Martin Luther King Jr.: "Deixe nosso país. Leve sua família para seu país de origem. Você foi avisado." Em anexo, a imagem de uma bala. Mamadou garante que boa parte destas ameaças provêm de elementos das forças de segurança pública, mas que isso não o detém na sua luta antirracista. Reafirma que não se arrepende de ter escrito "a bosta da bófia", no rescaldo dos acontecimentos no bairro da Jamaica, defendendo que 'caracterizou' "a atuação da polícia, não a polícia" e que é “objeto permanente de bullying da extrema-direita, que o persegue. “Por isso já mudei de casa duas vezes…” Considera que Portugal tem de fazer uma catarse sobre o seu passado colonial e que “nenhuma pessoa branca pode avaliar o grau de violência que sofre uma pessoa racializada.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/17/20201 hour, 11 minutes, 13 seconds
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Catarina Wallenstein: “Nunca serei uma atriz medida por likes”

Com um longo e premiado percurso no cinema, teatro e televisão, a atriz Catarina Wallenstein surpreendeu em 2019 ao estrear-se como realizadora no filme-guerrilha “Tragam-me a Cabeça de Carmen M.”, ao lado do brasileiro Felipe Bragança. Aí é também a protagonista de uma história que celebra a figura exótica e tropical de Carmen Miranda, como se fosse a recuperação de um certo Brasil perdido. Catarina continua com o jeito de miúda dos tempos do filme que a tornou conhecida, “Singularidades de uma Rapariga Loura”, de Manoel de Oliveira, mas revela ter perdido muitas máscaras. “Já não tenho essa coisa de querer parecer composta, perfeita, querida, simpática, [para] agradar a toda a gente.” Sobre a figura internacional do ano, Greta Thunberg, afirma: “A questão importante não é a Greta, mas as questões do clima. Todo este movimento mediático à sua volta parece-me os gatinhos [nas redes] para mais ‘likes’. Ela é um gatinho com tranças.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/20/20191 hour, 17 minutes, 24 seconds
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Rita Redshoes: “A beleza não ajudou. Viam-me apenas como menina bonita a cantar. E eu tenho um lado bastante masculino”

O novo álbum da cantora, compositora e multi-instrumentista Rita Redshoes só chegará em março de 2020, mas já tem um single, “O Amor Não É Razão”, e um nome luminoso: “Lado Bom”. Nesta conversa, Rita assume alguns lados menos bons do seu caminho: os preconceitos e rótulos que sofreu – por ser mulher e bonita, os eternos medos e a depressão que durante anos sentiu sem saber a causa. A música foi sempre a consolação desta rapariga sonhadora, que se revela agora por inteiro. “Tenho um lado do cérebro que normalmente só os taxistas têm”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/13/20191 hour, 4 minutes, 8 seconds
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Jorge Silva Melo: “É legítima a vontade de matar o pai. Alguns atores fizeram isso comigo”

Quantas vidas terá vivido nesta vida Jorge Silva Melo? Ele que é encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português. Se juntarmos as vidas todas dos palcos, do grande ecrã e dos livros, temos vidas suficientes para uma cidade. Ou pelo menos, uma aldeia. Ele que passou a infância na antiga cidade de Silva Porto, em Angola, que se formou realizador na London Film School e, mais tarde, estagiou em Berlim, Milão e foi ator em Paris. Decidiu regressar para o seu país porque para si pátria é culpa e responsabilidade. Fundador do “Teatro da Cornucópia” e dos “Artistas Unidos” é um mestre e mobilizador de artistas, histórias e projetos. Encontramo-lo em ensaios da próxima peça “A Máquina Hamlet”, de Heiner Müller, que estreia dia 15 de janeiro. Um pretexto para falar da “esperança, imensa maldição”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/6/20191 hour, 17 minutes, 15 seconds
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Dino D´Santiago: “Lisboa é uma cidade crioula, aculturada, que se mistura e sabe conviver com as diferenças”

Há quem o chame de embaixador da nova música portuguesa e de uma nova Lisboa, mestiça, reinventada, multicultural. Madonna escolheu-o como guia musical da nossa capital e foi através dele que melhor conheceu o Fado, o funaná ou as batucadeiras de Cabo Verde. Os temas de Dino D ´Santiago traduzem um vibrante mundo novo, transnacional. Ou ‘Mundu Nôbu’, nome do último álbum. Talvez Nuno Artur Silva, o novo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, tenha mesmo razão por afirmar que o discurso do 10 de Junho deveria ter sido feito por Dino porque “é o melhor exemplo do que é hoje Lisboa, para lá do turismo.” Agora que acaba de lançar o último EP “Sotavento”, Dino revela mais das suas raízes, e embora confesse já ter sofrido o racismo na pele, afirma: “Olho para mim como uma herança muito positiva do que foi o colonialismo”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/29/20191 hour, 19 minutes, 55 seconds
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Geovani Martins: “O meu maior medo era passar a vida a servir alguém. Agora é ser preso. Moro numa favela, mas tenho medo é da polícia”

Ele é considerado a mais poderosa revelação da literatura brasileira nos últimos anos. Nascido e criado nas favelas cariocas, datilografou numa máquina de escrever o livro de contos “O Sol na Cabeça”, onde revela o entra e sai do narcotráfico no morro, a ameaça constante da polícia, os bandidos a assaltarem estrangeiros, as vidas quotidianas no limite com o balázio da pobreza prestes a estoirar-lhes a cabeça. Aos 26 anos, Geovani Martins prepara-se para ver a sua obra adaptada ao cinema e não é manso na crítica aos governantes do seu país. "Em 2019 a polícia carioca matou mais de 1200 pessoas. Não existe pena de morte no Brasil, mas ela é aprovada nas ruas pelos governantes. A literatura é a minha arma para criar novas narrativas e promover a empatia.” Uma conversa obrigatória para ouvir neste episódio do podcast "A Beleza das Pequenas Coisas"See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/22/20191 hour, 26 minutes, 50 seconds
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Rita Blanco e Rui Zink: “É horrível como nos tratamos uns aos outros. Há cada vez mais fascistas. Não aprendemos nada com o passado”

É de forma emocionada que Rita Blanco fala do fascismo que volta a levantar cabeça por cá e pelo mundo. O escritor Rui Zink concorda e acrescenta: “Há um grunho em potência dentro de cada um de nós. Temos que ter cuidado. Não há um gene fascista, mas há coletivos e indivíduos mais fáceis de empurrar do que outros”. Passaram 25 anos desde a primeira vez que Blanco e Zink se sentaram lado a lado, e logo no provocador programa de televisão “A Noite da Má Língua”, na SIC, que teve vários elencos, mas que na sua última versão - além desta dupla - contou ainda com Miguel Esteves Cardoso, Manuel Serrão e Júlia Pinheiro. O espírito crítico, livre, louco e subversivo desses tempos voltou a estar presente neste encontro perante uma plateia na Fabrica Features Lisboa, no Chiado. Isto por ocasião do Podes Festival, a 1.ª edição do Festival de Podcasts Nacionais, para o qual o programa “A Beleza das Pequenas Coisas” foi convidado a realizar uma emissão ao vivo. Entre risos e aplausos, estes dois provaram que continuam bons na má línguaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
11/15/20191 hour, 8 minutes, 11 seconds
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Maria Teresa Horta: “Há quem me veja como uma escritora maldita”

A poesia é para ela uma urgência. Feminista, insubmissa e uma das poucas poetisas portuguesas a afirmar o desejo na sua escrita, Maria Teresa Horta sempre lutou pela liberdade. É autora de obras polémicas, como “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, “Minha Senhora de Mim” e “Novas Cartas Portuguesas” (esta última assinada com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, conhecidas como “As Três Marias”), que escandalizaram o Portugal puritano e valeram à escritora um espancamento na rua e a quase prisão. Diversas vezes premiada, publica agora “Quotidiano Instável”, que reúne as crónicas que escreveu no jornal “A Capital” entre 1968 e 1972. Um quase romance, que descola da realidade para contar vida(s). E aqui neste episódio em podcast a poetisa conta algumas páginas do livro que a sua vida dariaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
11/8/20191 hour, 25 minutes, 55 seconds
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Ney Matogrosso: “O Brasil está rachado. Uma dessas metades caminhou para trás assustadoramente”

Ney é um rei na arte de transformar um show musical num acontecimento e numa transgressão neste novo Brasil que, de repente, parece ter recuado mais de 30 anos. A “Rolling Stone” brasileira chamou-o “Deus do sexo da música brasileira”. Mas ele é mais do que isso. Em 1977, Ney Matogrosso foi escolhido por reclusos de uma prisão para lá atuar, por considerarem-no o representante da liberdade. Sobre ele já disseram que era uma mistura entre Bowie e Carmen Miranda. Ou de Jack Nicholson... com Josephine Baker. Comparações sempre injustas para quem é único na sua arte. Em 2020 sairá um biopic que retratará a sua vida. E Ney Matogrosso está agora de volta aos palcos e a Portugal com o espetáculo “Bloco na Rua”: Coliseu do Porto, dia 3 de novembro, e Coliseu de Lisboa, a 5 e 6 do mesmo mês. Sobre a vertigem do passado, quando o desejo falava mais alto, partilha: “Cheguei num ponto da minha vida em que se eu não 'transasse' não dormia." Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/31/20191 hour, 10 minutes, 26 seconds
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Diogo Faro: “Para mim é mais desafiante fazer humor com machistas, racistas e homofóbicos”

É conhecido como o “Sensivelmente Idiota”, tem-se dividido entre talkshows no Youtube, espetáculos de stand-up, vox pops, escrita de livros e crónicas satíricas para o Sapo24 e sobre o Sporting para a Tribuna Expresso. Mas o que mais distingue o comediante Diogo Faro é fazer do humor uma arma poderosa para a defesa do feminismo, das minorias étnicas e LGBT, dos refugiados e do clima. Por isso há quem o chame de 'politicamente correto' e quem o ameace de morte. Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/25/20191 hour, 14 minutes, 29 seconds
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Beatriz Batarda: “Somos todos ridículos, caramba. Não nos podemos levar assim tão a sério”

É uma das mais brilhantes atrizes deste país. O ano passado Beatriz Batarda estreou-se na televisão e surpreendeu na série “Sara” - ideia de Bruno Nogueira e realização de Marco Martins - ao protagonizar uma atriz de teatro e do cinema que se cansou de chorar e decide fazer telenovelas. Uma sátira ao meio artístico português que não poupa ninguém. Ao longo de mais de 25 anos de profissão, Batarda já foi muitas mulheres e assume as cicatrizes que ficam, e que ‘são parte do gozo’ de representar. A viver um dos melhores momentos da sua vida, está mais disponível para a imperfeição, onde há mais humanidade. Uma conversa para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/18/20191 hour, 35 minutes, 1 second
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Luís Severo: “Gosto mais quando odeiam o que faço do que quando me acham um músico médio, uma ofensa bué chata”

O músico e escritor de canções Luís Severo, um dos nomes da música mais consensuais da sua geração, para quem este ano “O Sol Voltou”, que é o nome do terceiro álbum, editado em maio, recebeu-nos na sala de sua casa para uma conversa sem meias tintas e muita cantoria. Aos que o consideram bem mais maduro do que os seus 26 anos podem fazer esperar, responde: “Alma velha? Comparado com os Beatles sou uma alma ridiculamente jovem.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/11/20191 hour, 11 minutes, 53 seconds
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Vicente Jorge Silva: “Rui Rio é um provinciano. Costa é o habilidoso”

É um dos nomes incontornáveis da imprensa portuguesa. Deu que falar no antigo regime por fintar o lápis azul quando estava à frente do “Comércio do Funchal”, depois mais tarde pela forma como dirigiu a Revista do Expresso, onde se liam nomes ilustres como Eduardo Prado Coelho, António Mega Ferreira, Miguel Esteves Cardoso, Clara Ferreira Alves ou Augusto Seabra, e, mais tarde, ao agitar as águas do jornalismo português com a fundação do jornal “Público”, onde foi o primeiro diretor. Aos 73 anos, fala da doença, da passagem pela política, e de como olha para a sua vida como se fosse um filme em fast foward. “Estou numa espécie de miradouro, olho para o passado e tudo parece um filme acelerado. ” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas ”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/4/20191 hour, 40 minutes, 24 seconds
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Zita Seabra: “As mudanças são o meu ato de liberdade”

É talvez a mulher com o percurso de maior abrangência política do país. Trocou o Royal Ballet pelo comunismo para combater a ditadura na clandestinidade, foi deputada do PCP, depois virou à direita, para ser deputada no PSD, e surpreende agora como mandatária nacional da Iniciativa Liberal para as legislativas de 6 de Outubro. Zita Seabra afirma que vive bem com o seu passado socialista, mas é sobre o presente e futuro da direita que se preocupa: “A direita está em estado terminal, mas tem capacidade de renascer”. E revela estar a escrever um livro a meias com um jovem refugiado afegão para chamar a atenção para aqueles que fogem dos seus países em guerra. “Vou‌ ‌fazê-lo‌ ‌para‌ ‌que‌ ‌as‌ ‌crianças‌ ‌possam‌ ‌perceber‌ ‌o‌ ‌que‌ ‌é‌ ‌vir‌ ‌de‌ ‌um‌ ‌país‌ ‌em‌ ‌guerra‌ ‌como‌ ‌o Afeganistão‌. É importante ajudar e acolher estes meninos como um familiar que chega. É neste Portugal que eu acredito”. Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/27/20191 hour, 38 minutes, 15 seconds
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Marco Paulo: “As pessoas perguntam-me ‘Porque é que Marcelo nunca condecorou Marco Paulo?’”

Ele é o eterno rei da música romântica portuguesa. Nasceu João Simão da Silva mas fez-se Marco Paulo. O galã dos caracóis, dos dois amores, o cantor do vozeirão e do jogo do microfone. Não há ninguém como ele que, ao longo de mais de 50 anos de carreira, vendeu perto de 5 milhões de discos. No dia 12 de Outubro, Marco Paulo voltará à cena para cantar no Coliseu de Lisboa alguns dos clássicos que todos conhecem como os temas do seu novo disco. É na sua casa, onde vive rodeado de muitos cães e patos, onde Marco Paulo nos leva até ao passado e ao futuro numa das suas entrevistas mais surpreendentes. “Não sou um cantor antigo. Sou dos anos 80, dos anos 90 e de 2019.” Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/20/20191 hour, 17 minutes, 21 seconds
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Pacheco Pereira: “Espero que nas legislativas a direita entre com os pés esquerdos”

O historiador, cronista e ex-deputado do PSD José Pacheco Pereira, "o homem que anda aos papéis" para ‘salvar a usura da memória’ recebeu-nos num dos espaços da sua Ephemera, a maior biblioteca-arquivo privada do país. Quando questionado se é um turista no passado responde: “Viajo no passado como Darwin e Humboldt viajaram pela América Latina.” Uma conversa que marca o arranque da quarta temporada do podcast A Beleza das Pequenas CoisasSee omnystudio.com/listener for privacy information.
9/13/20191 hour, 19 minutes, 1 second
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Camané: “Aquilo que mais gostava era de cantar até morrer. Nos homens o fado envelhece melhor"

É uma das melhores vozes portuguesas de sempre. Foi Amália que lhe abriu as portas para gravar o primeiro disco, porque achava que aquele puto “estava no bom caminho”. E que caminho. Um fadista de corpo e alma que reuniu como poucos, e a pouco e pouco, a unanimidade da crítica, dos seus pares e do público. Camané enche coliseus e enche-nos o peito com a sua verdade e as suas interpretações únicas, que entre a tradição e a inovação, têm criado novos caminhos, novas vidas e novos fados para o fado. E, nesta conversa feita na sala de sua casa, Camané regressa ao passado, quando tinha uns certos heróis secretos: “Em miúdo sonhava voar como o Super-Homem para visitar as raparigas de quem gostava e, às escondidas, ouvia Amália, Marceneiro, Carlos do Carmo, os meus outros heróis”. Aos 50, fala das inseguranças de sempre, deixa críticas a certos fadistas que têm pouco a ver com fado e prepara-se para voltar a desafiar-se. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/2/20181 hour, 52 minutes, 24 seconds
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André Tecedeiro: “Continuo a ser mãe para o meu filho mesmo depois de me assumir como homem trans. Na gramática dele mãe é... masculino”

Um dos dias mais felizes da sua vida aconteceu este ano quando viu finalmente reconhecido no papel o nome com que sonhara há muito para si, André. O filho de 11 anos e a companheira Laura receberam-no em casa com cartazes que diziam: “Bem-vindo mãe-André, feliz nome novo”. Foi um longo caminho até aqui chegar, até se assumir como um homem trans. Com uma larga obra na poesia e nas artes plásticas, André Tecedeiro lançou em Março um novo livro, “O Número de Strahler” e está a estudar psicologia para “ajudar os outros a ultrapassarem os seus próprios medos e muros”. André decidiu não esconder a sua transição para acabar com os preconceitos: “Percebi que era mais valioso fazer a mudança de género à frente de todos, servindo de testemunho de que isto é possível, quebrando estereótipos e medos.” Uma conversa onde conta a criança que foi, o tanto que aprende com o próprio filho, o ‘vício’ pelos livros, o fim do medo e o amor que tem pela Laura. “Nunca pensei que um amor assim fosse possível”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas"See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/26/20181 hour, 25 minutes, 14 seconds
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Capicua: “Marcelo previne a aparição dos messias populistas que canalizam a atenção e descontentamento das pessoas, como Bolsonaro e Trump”

Ela é a comandante da guerrilha cor-de-rosa. Abelha rainha da colmeia do Rap - que abriu novos caminhos e ocupou um espaço vazio num meio tradicionalmente masculino. E, por vezes, machista. Ela é a Ana Matos Fernandes, já grafitou paredes como Odd (ímpar, em inglês), mas é acima de tudo conhecida como a Capicua ou a Capi. Há dez anos que esta MC canta a sua história e as suas causas - o feminismo e as injustiças políticas e sociais do seu país. Depois do disco luso-brasileiro “Língua Franca” (em parceria com Valete, Emicida e Rael) Capicua prepara-se para dois partos em 2019. No 5.º mês de gravidez, será mãe do seu primeiro filho e lançará até à próxima primavera o seu próximo disco: “É o álbum mais solar e dançável que alguma vez fiz”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/19/20181 hour, 42 minutes, 31 seconds
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Joana Marques: “Não me apetece fazer piadas brejeiras ou piadas com crianças que morrem de cancro. Nada contra, mas não me fazem rir”

Ela é a Joana Marques, a procuradora dos muitos ridículos do nosso quotidiano, a que faz rir. E muito. Começou como guionista nas Produções Fictícias e hoje é das figuras mais interessantes do humor português. Atualmente nas manhãs da Antena 3, é autora da rubrica satírica “Extremamente Desagradável” e faz parte do painel do “Irritações”, da SIC Radical. Este ano lançou o livro “O Meu Coração Só Tem Uma Cor — 90 minutos à Porto”, que contou com prefácio de Pinto da Costa, que lhe elogiou o talento e lhe chamou “dragona”. E esta ‘dragona’ chega a lançar aqui as suas chamas: “Não gosto da Madonna, não sou grande fã do Nilton, não adoro Maria Vieira. Fazem parte do leque de pessoas que não convidaria para jantar cá em casa. Já o Goucha, está convidado. Quando ele quiser...” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/12/20181 hour, 39 minutes, 28 seconds
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Miguel Gonçalves Mendes: “O mundo é um desastre. Trump, Bolsonaro. Se queremos amar e mudar o que nos rodeia, temos de fazer algo”

O que se anda a passar no mundo até pode ser uma trampa, mas há filmes que nos fazem acreditar na humanidade. E percebê-la mais a fundo. Exemplo disso são as obras do realizador Miguel Gonçalves Mendes, tão transgressoras e subversivas, como cheias de verdade, esperança e poesia. Ele é o realizador do documentário português mais visto de sempre, “José e Pilar”, que conquistou a crítica e o público internacional ao revelar a intimidade do escritor e Nobel da literatura José Saramago, e da sua mulher Pilar del Rio, como nunca antes. Já antes Miguel Gonçalves Mendes retratara o poeta e surrealista Mário Cesariny e, este ano, levou-nos aos labirintos da cabeça do filósofo Eduardo Lourenço, em “O Labirinto da Saudade”. Mas o filme que vai estrear em 2019 é ainda mais ambicioso e empolgante. Chama-se “O Sentido da Vida” e fê-lo embarcar numa viagem ao redor do mundo a fim de questionar a nossa existência. Qual o sentido da vida? É ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/5/20181 hour, 47 minutes, 38 seconds
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Nuno Lopes: “Há atores do Instagram que trabalham para serem famosos mas não são artistas. Prefiro trabalhar com os outros”

Ele é um dos nossos melhores atores, de uma versatilidade e verdade fora de série, o que o tem levado a distinguir-se no cinema, no teatro, na televisão. A fazer-nos rir, chorar ou, por vezes, engolir em seco com ficções próximas da realidade. O prémio que Nuno Lopes recebeu há dois anos no Festival de Cinema de Veneza, pela sua representação de um boxeur cobrador de dívidas — um santo a arder no inferno, em “São Jorge”, de Marco Martins, foi mais um aplauso internacional a confirmar isso mesmo. Agora regressa ao humor na série televisiva “Sara”, na RTP2. Uma sátira criada por Bruno Nogueira e realizada por Marco Martins, onde representa um ator de novelas e do Instagram, inspirado em famosos da nossa praça. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
9/28/20181 hour, 44 minutes, 7 seconds
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Maria Antónia Palla: “O meu filho, António Costa, é bem educado. Em Angola há protocolo a mais e coisas importantes a menos - a democracia”

Feminista, repórter de mão cheia, sindicalista, é mãe do nosso primeiro-ministro, António Costa, com o qual não fala de política. “Há o António, a quem eu chamo ‘Babush’, que quer dizer ‘menino’ em goês, e há o primeiro-ministro, aquele senhor que eu conheço mais pela televisão, de quem discordo várias vezes, como na falta de apoio à habitação e na insistência nas relações com Angola”. Sobre as criticas que lhe apontaram à forma como geriu publicamente a tragédia dos incêndios do ano passado, comenta: “O meu filho não é expansivo, como nenhum indiano é. Ele é reservado nas emoções. Não quer dizer que não as tenha...” Uma conversa para ouvir no regresso do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, que entra na quarta temporadaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
9/21/20181 hour, 41 minutes, 30 seconds
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Música, sensibilidade e poesia: a extraordinária vida de Phil Mendrix (1947-2018)

Filipe Mendes, mais conhecido por Phil Mendrix - “o nosso Jimi Hendrix” -, deu há três anos ao Expresso a sua última grande entrevista. Disponibilizada no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, a conversa errante com este guitarrista histórico do rock português (passou pelos Chinchilas, Roxigénio, Quarteto 1111 e Ena Pá 2000) arrancou ao ritmo dos seus acordes distorcidos e surpreendeu a cada minuto com a sensibilidade, humor, poesia e o sem fim de histórias e aventuras na estrada deste sonhador do rock que desejava um dia inaugurar um museu com o seu nome e as suas guitarras. Morreu esta segunda-feira. Tinha 70 anosSee omnystudio.com/listener for privacy information.
8/13/201836 minutes, 7 seconds
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Benjamim faz a música, Rita Blanco está farta de ser atriz e Sobrinho Simões quer entreter a morte: edição 100 da Beleza das Pequenas Coisas

Este é um episódio de celebração que comemora 100 conversas em podcast. E que contou com uma locução de Augusto Seabra, a voz do Expresso e da SIC, uma música original de Benjamim, tão simples quanto bela, ilustrações de Ana Gil e até um enorme bolo para soprarmos as 100 velas. E como é um episódio especial contou com uma dupla também especial: a atriz Rita Blanco e o professor e investigador Manuel Sobrinho Simões. “Sempre lhe achei graça. Ela tem muita curiosidade, que é uma coisa que nos liga muito. E tem lata em perguntar, e eu também tenho”, diz Sobrinho Simões. “Acho que é mais do que lata, temos gosto em comunicar com os outros. Conheci-o num casamento e fiquei encantada. Tenho uma enorme admiração por si e, ainda por cima, é giro”, conta a atriz. “A Beleza das Pequenas Coisas” é centenáriaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
5/4/20181 hour, 56 minutes, 22 seconds
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D. Duarte Pio: “Desde 1910 que a moral republicana só funciona em ditadura”

Apesar de ser um adepto da democracia e da liberdade, D. Duarte Pio, duque de Bragança e chefe da Casa Real Portuguesa, defende que o país seria mais livre e menos corrupto se voltasse a ser governado por um regime monárquico. Ou seja, por ele, dado que é o herdeiro do trono português. “Há uma tolerância geral no país para a pequena corrupção. E isto tem que ver com a falta de motivações morais e espirituais.” Sobre o atual chefe de Estado português chega a dizer: “O Presidente Marcelo atua como um rei, pela sua inteligência política”. E revela que um Presidente dos Estados Unidos chegou um dia a incentivá-lo a candidatar-se à Presidência da República. Uma conversa onde fala ainda do seu amor, Isabel de Herédia, das razões para uma paternidade tardia, e em que ficamos a saber que até se ri das caricaturas que fazem dele. “Desde que não me ponham gago. Que é uma coisa que eu não sou.” Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/27/20181 hour, 40 minutes, 52 seconds
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Miguel Guilherme: “Sem cultura, nós transformamo-nos nuns animais. E nós, portugueses, estamos meio cá meio lá”

Na verdade, animais já somos. Embora racionais, podemos sempre ficar mais primitivos e animalescos se não nos educarmos com conhecimento e cultura. É esta a ideia e o alerta do ator Miguel Guilherme: “Nós não temos uma tradição cultural. Somos muito atrasados. Sempre fomos. No 25 de Abril falhámos no ensino e na cultura. Mas é reversível. Tenho esperança. Saímos de um Governo que apertou o cinto e as pessoas estavam agora à espera de algo diferente. O António Costa é um ótimo político, mas às vezes é distraído…” Isto e muito mais para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/20/20182 hours, 7 minutes, 30 seconds
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Clara Ferreira Alves: “Toda a gente acha Portugal uma choldra ignóbil. Mas é uma boa choldra onde toda a gente quer viver”

“Choldra ignóbil” saiu da pluma de Eça de Queirós mas é usada por Clara Ferreira Alves para falar do país que não considera tão manso como o pintam. “O português não é suave, faz-se suave quando lhe convém.” A colunista do Expresso e escritora fala sobre Portugal e o mundo, a ligação ao Médio Oriente - que a levou a escrever o primeiro livro, “Pai Nosso” - e o que a inspira a escrever o próximo romance: “Na escrita não me interessa a felicidade, interessa-me o horror.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/13/20182 hours, 3 minutes, 54 seconds
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Nuno Artur Silva: “O humorista não derruba a Gioconda, o humorista coloca um bigode na Gioconda”

“Não havia necessidade.” A frase é da mãe de Herman José tomada de empréstimo por Nuno Artur Silva para a personagem “Diácono Remédios”, popularizada por Herman. Uma expressão que calha bem neste processo de afastamento de Nuno Artur Silva da administração da RTP, pela alegada incompatibilidade e conflito de interesses por ter mantido durante estes últimos três anos um vínculo com as Produções Fictícias e com o Canal Q. Uma coisa é certa: o canal público está com mais séries nacionais, mais documentários e ‘milagrosamente’ reinventou o Festival da Canção levando-nos à vitória com Salvador Sobral. Sobre a sua imprevista saída da estação pública, Nuno deixa claro: “Poderei ter cometido algumas ingenuidades. Mas a mulher de César não tem de parecer séria. A mulher de César tem de ser séria. E eu fui sério e transparente do princípio ao fim na RTP.” Sobre o que chama campanha difamatória acrescenta: “Orgulho-me bastante dos inimigos que fiz nestes últimos tempos. Faz-me sentir que estou do lado certo.” Nesta conversa o argumentista, escritor e apresentador, recorda os anos 80 em que foi um jovem anarquista, os anos 90 em que fundou as Produções Fictícias e lançou alguns dos maiores do humor e fala do futuro. “Irei fazer todas as coisas que ainda não fiz”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/6/20182 hours, 7 minutes, 3 seconds
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Benjamim: “Não procuro a fama, o sucesso. Não ando a correr atrás de visualizações, nem de ser a grande cena para a seguir desaparecer....”

Ele é um dos mais interessantes e promissores músicos da nova geração. É conhecido por Benjamim, já foi Walter Benjamin e, na verdade, chama-se Luís Nunes. Em pequeno estudou música clássica, viveu 4 anos em Londres, onde se formou engenheiro de som, mas decidiu regressar em tempos de crise porque tinha muito para cantar na sua língua. Foi no Alvito, Alentejo, onde criou o primeiro disco de canções pop em português, “Auto-Rádio”, depois andou em digressão durante 33 dias seguidos pelo país a bordo do seu velho Volkswagen. No ano passado lançou novo disco, “1986”, desta vez bilingue, com o inglês Barnaby Keen e adianta que o próximo álbum será mais eletrónico. Além disso, tem produzido discos de outros artistas como Márcia, Noiserv, B Fachada ou, mais recentemente, Joana Espadinha - que concorreu este ano ao Festival RTP da Canção com um tema seu, 'Zero a Zero'. Se nunca escutou Benjamim descubra aqui a sua história e a sua música que é “anarquia", "verdade", "liberdade”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/30/20182 hours, 14 minutes, 45 seconds
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Soraia Chaves: “Uma mulher que fale abertamente sobre a sua sexualidade ainda é vista como a Eva, a pecadora, a origem do mal…”

Ela é a mulher-desejo do cinema português. Foi a tentadora Amélia no filme “O Crime do Padre Amaro”, a manipuladora Maria, em “Call Girl”, ou a extravagante e erótica Maria Emília, em “A Vida Privada de Salazar”. Nesta conversa a atriz assume ter sido confundida com a personagem Maria, uma prostituta de luxo, quando tentou a sua sorte junto de agentes, produtores e realizadores, em Los Angeles, nos EUA. “Disseram-me que o ideal era beber um copo, jantar e seduzir os realizadores. Fiquei tão chocada com aquilo que me vim embora. E não me deixou vontade de lá voltar”, confessa pela primeira vez em público. Vencedora de um Globo de Ouro, Soraia Chaves acaba de dar corpo à desassombrada poetisa Natália Correia na série “Três Mulheres”, da RTP1, e está prestes a protagonizar a nova telenovela da SIC. Ainda se surpreende como as pessoas criam tanta discussão e assunto acerca das cenas de nudez. “A exposição da alma é bem mais generosa e difícil do que a exposição de um corpo.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/23/20181 hour, 58 minutes, 47 seconds
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Luís Franco-Bastos: “Um amigo que se ofenda com uma piada não é um amigo assim tão bom. O único mau humor é o que não tem graça”

Ele é a voz de Portugal. Ou melhor, é a voz de muitos dos nossos cromos. Da política ao futebol e, até mesmo ao humor, Luís Franco-Bastos consegue a proeza de imitar tal e qual o registo e os trejeitos vocais de Cristiano Ronaldo, Alberto João Jardim, Bruno de Carvalho, Marcelo Rebelo de Sousa e muitos, muitos mais. Este humorista, especializado em ‘stand up’, cumpre agora dez anos de carreira e já tem um talk show num canal do Youtube, o “Erro Crasso” - que apresenta com o jovem humorista Pedro Teixeira da Mota - onde está a fazer televisão fora da televisão. “O Youtube e a internet são um poder que trouxe uma democratização da cultura e da arte. As pessoas veem o que querem e quando querem. Um artista já não tem de passar pelos postos de decisão de um diretor de programas acabrunhado e quadradão.” Nesta conversa, o humorista recorda o dia da morte da mãe em que estreou um espetáculo a solo: “O humor salvou-me nesse dia. Subi ao palco, pus a ferida no congelador, e evitei outra tragédia: cancelar o meu espetáculo”. Para ouvir neste episódio do podcast A Beleza das Pequenas Coisas. Que conta, claro, com algumas ‘participações especiaisSee omnystudio.com/listener for privacy information.
3/16/20181 hour, 59 minutes, 13 seconds
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Manuela Azevedo: “Aprendi a dançar e a cantar com um irmão enquanto tinha as ovelhas a pastar. Começou aí o prazer pela música...”

Parece um título de um poema bucólico. Mas não é. Os primeiros anos de vida de Manuela Azevedo, a voz dos Clã, também se escrevem com poesia, dança e muita música pop e clássica. Manuela nasceu numa pequena localidade, em São Simão da Junqueira, Vila do Conde, e esteve para ser advogada, "como Perry Mason". Mas um convite do músico Hélder Gonçalves ditou-lhe o destino. “Arriscar é importante para descobrirmos coisas novas sobre nós próprios e sobre a vida. É escolher o lado errado, o coração, o mais imprevisível.” Há 26 anos que ela e a sua banda nos dão asas nos pés e nos ajudam a dançar nesta corda bamba do quotidiano. Depois de oito álbuns editados, e um próximo a caminho, Manuela volta a esticar a corda e estreia-se agora na peça musical “Montanha-Russa”, em cena de 9 a 27 de março, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. “É perigoso uma pessoa levar-se demasiado a sério.” Uma conversa reveladora para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/9/20181 hour, 45 minutes, 17 seconds
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Daniel Oliveira: “Conheci estalinistas e fascistas com corações maravilhosos. Todos nós transportamos monstros e anjos”

É um dos nossos mais relevantes fazedores de opinião. Filho do poeta Herberto Helder, sempre recusou ser conhecido como tal ou falar dessa relação. “É sempre pesadíssimo ser filho de alguém. E ser pai também.” Ao contrário de Herberto, a política foi sempre a sua paixão. Daniel é “canhoto na política” desde que se lembra. Foi jornalista, distinguido com o Prémio Gazeta Revelação, escreveu nos blogues “Barnabé” e “Arrastão”, pertenceu ao Partido Comunista e foi dirigente e assessor do Bloco de Esquerda, de onde saiu em 2013. Autor do livro “Década de Psicopatas”, não encontra atualmente em Portugal nenhum político que admire. “E será cada vez mais difícil haver. Há menos espaço para pessoas extraordinárias na política.” Sobre as suas contradições afirma: “Apesar de ligar menos ao dinheiro do que a maioria das pessoas, não consegui ser completamente despegado dele. Por liberdade. Como o meu pai.” E ainda lê em exclusivo um texto desconhecido de Herberto Helder, que integrará um novo livro de crónicas e reportagens do poeta, em Angola, intitulado “Em Minúsculas”, que será editado em breve. Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/2/20182 hours, 2 minutes, 57 seconds
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Maria Elisa: “Claro que fui assediada. Mais de 90% das mulheres da TV e vida artística responderão que sim, se forem honestas”

Foi a primeira mulher na televisão portuguesa a fazer entrevistas políticas e aos 30 já era diretora de programas na RTP. Despertou amores e ódios, foi deputada independente do PSD e saiu zangada da estação pública, onde era figura principal. Garante que vive bem fora de cena, mas com energia para voltar ao seu ‘habitat’ natural, a televisão. “Acho é patético querer ir contra o tempo.” Perto dos 60 encontrou um novo amor. “Conheci o meu marido numa fase em que estava sozinha, triste. Atraiu-me nele a leveza.”Para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/23/20181 hour, 54 minutes, 26 seconds
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Kalaf: “O racismo em Portugal continua absolutamente presente mas está mais sofisticado”

Chamam-lhe “o grande agitador cultural”. Isto por abraçar há mais de uma década a mestiçagem musical entre Luanda, Lisboa e o mundo. Ele é Kalaf Epalanga, antes conhecido por Kalaf Ângelo, músico dos Buraka Som Sistema, que lançou agora o seu primeiro romance, “Também os brancos sabem dançar”. Uma conversa que começa por juntar Cavaco Silva à kizomba e termina com um testemunho de amor. Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/16/20181 hour, 56 minutes, 49 seconds
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Jel: “O humor em Portugal é elitista, confinado a quem teve uma vida burguesa. Não há pretos, ciganos ou malta do subúrbio a fazer humor”

Ele anda na luta artística há uns bons anos. Jel, aliás Nuno Duarte, é humorista, produtor, realizador e músico. Há uns tempos 'mandou tudo abaixo' e, junto com o irmão, foi um homem da luta incómodo, subversivo, de megafone na mão, cantarolando palavras de ordem que irritaram a classe política, e não só. Uma dupla que chegou mesmo a vencer há sete anos o Festival RTP da Canção, com o tema 'A Luta é Alegria', e a ter um programa em horário nobre na SIC. Mas, às tantas, a fórmula esgotou-se e a dupla decidiu retirar-se. “Eu podia continuar a fazer os “Homens da Luta” até ao fim da vida, como o Avô Cantigas, mas não quero. Prefiro continuar à procura de um estilo que me sirva”. Dedicado agora à realização de documentários, às crónicas e ao stand up comedy, Jel assume que “já chocou o que tinha a chocar”, que está a passar por uma pequena crise de meia-idade. “Estou mais maduro, mas se calhar com menos graça.” Uma conversa sem máscaras para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/9/20181 hour, 53 minutes, 35 seconds
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Fernanda Torres: “Os meus momentos de glória são muito parecidos com os meus fracassos”

Ela é uma das atrizes mais prestigiadas do Brasil, por cá tornou-se popular com a participação na série televisiva de humor “Os Normais”. Filha de duas figuras maiores da representação – Fernanda Montenegro e Fernando Torres – cedo ganhou uma identidade artística que a levou a ser distinguida, logo aos 21 anos, com o prémio de melhor atriz em Cannes, pelo filme “Eu sei que vou te amar”. Há cinco anos arriscou a literatura e estreou-se no primeiro romance, “Fim”, sobre a vida e a morte de cinco velhos amigos cariocas. A crítica rendeu-se à sua escrita, o que a motivou a escrever o segundo, “A Glória e o seu Cortejo de Horrores”, sobre as desventuras de um ator de meia idade caído em desgraça. “Todo o livro é uma autobiografia. Não existe nenhum autor que não escreva a partir da sua visão”, revela Fernanda nesta conversa franca sobre o bom e o menos bom que ficou lá atrás e as maravilhas e descobertas da maturidade. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/2/20181 hour, 49 minutes, 51 seconds
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Jorge Molder: “O tempo é o chefe do gangue, o tempo subverte o corpo, a vida, as verdades”

Há quem lhe chame o fotógrafo-filósofo ou o filósofo-fotógrafo. Ele é um dos nomes maiores da arte contemporânea e foi o primeiro artista português a ter uma obra na coleção de arte da UNESCO, que integra trabalhos de artistas como Picasso, Miró, Henry Moore, Giacometti ou Le Corbusier. Há quarenta anos que Jorge Molder usa a fotografia e o vídeo, os autorretratos e as autorrepresentações, e enfrenta a própria camera como performer e ator para nos contar histórias através de imagens. Agora que aos 70 anos parte da sua obra acaba de ser publicada em livro na coleção Ph., pela Imprensa Nacional, Molder conta-nos a relação com o tempo e o envelhecimento, como a arte “pode ter um lado muito superficial e desatento”, e revela-nos ainda os jogos de computador que disputa com os netos, as músicas que o acompanham e o que realmente importa na vida, o amor. “É urgente a nossa relação com as pessoas, porque só temos uma vida.” Para ouvir urgentemente neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/22/20171 hour, 54 minutes, 38 seconds
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Mariana Mortágua: “As conquistas sociais destes dois anos mostram que o BE tem capacidade técnica e política para governar”

Francisco Louçã prevê que ela venha a ser a futura ministra das Finanças. Será? Mariana Mortágua chuta a questão para canto, mas garante que o BE “está preparado para governar” em 2019. E que até lá continuará “a dar a cara pelo acordo” com o Governo. O que é certo é que Mariana é uma das estrelas políticas do momento, que deu que falar há dois anos quando confrontou os poderosos ‘Donos Disto Tudo’ na comissão de inquérito do caso BES. Com um forte sentido de justiça social e moral – “sou uma radical defensora dos direitos humanos” – é particularmente crítica com as ‘portas giratórias’ entre o poder político e económico que acusa de serem “frequentes” no PS, PSD e CDS: “Tem havido pouquíssima higiene na gestão de cargos públicos.” Nesta conversa a deputada recorda a infância, os caminhos que a levaram à política, aponta os erros do Governo, fala da ‘falência’ da direita, comenta o escândalo na IPSS Raríssimas que, “ao contrário do que a direita quer fazer crer, não é caso único, não é apenas uma maçã podre num cesto imaculado”. e ainda nos dá música, escolhe as figuras do ano e revela-nos quais são os seus prazeres e ambições. Para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/15/20171 hour, 56 minutes, 44 seconds
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José Gil:“O discurso dos afetos passivos de Marcelo não chega. É preciso despertar uma afetividade ativa nos portugueses”

O filósofo e pensador José Gil faz um balanço sobre os principais acontecimentos e figuras que marcaram o país e o mundo em 2017. E não hesita a eleger Marcelo Rebelo de Sousa como a figura do ano. "É o melhor Presidente que nós já tivemos. Levou-nos a esquecer Cavaco. E isso é extraordinário. O país inteiro estava a precisar disso. Mas é preciso um passo seguinte...” Sobre a geringonça afirma que trouxe mais auto-estima e "menos medo à superfície". E ainda recorda a infância em África, os tempos fulgurantes em Paris e fala do desassossego e da volúpia do pensamento que vive aos 78 anos. "De certa maneira não sou deste tempo porque insisto em pensar." Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/8/20171 hour, 50 minutes, 41 seconds
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Catarina Furtado: “Quando fui atirada para a opinião pública aos 19 anos era politicamente correta. Mas agora digo tudo o que penso”

Nos anos 90 era a “namoradinha de Portugal” e continua a ser um dos sorrisos mais bonitos da nossa televisão. Mas Catarina Furtado é bem mais do que uma beleza televisiva. É a única portuguesa embaixadora da Boa Vontade da ONU e há 18 anos que tem usado os holofotes sobre si para falar publicamente de causas humanitárias como o casamento forçado com menores, a gravidez em adolescentes, a mutilação genital feminina, a violência de género nas escolas e na sociedade, o racismo, a homofobia. “Sobre mim só sei que ainda tenho muito para dar”, afirma. Uma conversa franca onde faz um balanço sobre o passado, revela os medos de sempre, as conquistas, a frustração com os formatos televisivos atuais e ainda o que tem aprendido com o amor. “Está tudo nos afetos”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/1/20171 hour, 47 minutes, 21 seconds
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Ana Zanatti: “Quero ousar sempre!”

A ousadia veste-a bem. Assim como o charme e a elegância. A atriz e escritora Ana Zanatti protagonizou cenas de sexo e nudez no teatro e no cinema num país conservador acabado de sair da ditadura, amou quem quis sem se importar com a opinião dos outros e, há oito anos, revelou publicamente ser homossexual durante a apresentação pública do primeiro movimento da sociedade civil de defesa dos direitos dos homossexuais pelo casamento. Ou, como escrevia no seu diário de juventude, que sempre sentiu ‘aimer les femmes’. No ano passado publicou o livro “O Sexo Inútil” para mostrar como a comunidade LGBTI ainda sofre com a homofobia e o preconceito. “A lei anda sempre à frente, mas as mentalidades levam gerações a mudar.” E ainda recorda a sua infância, os medos, as conquistas, o primeiro beijo e o que a vida lhe ensinou. “A idade ensinou-me a não perder a jovialidade” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/24/20171 hour, 36 minutes, 43 seconds
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César Mourão: “Não me rio com quase nada”

A César o que é de César, e ele tem um talento particular a fazer comédia sem rede e sem guião, a que nos faz rir do imprevisto. Por isso mesmo, prepara-se para estrear este domingo, dia 19, na SIC, o programa “D´Improviso”, onde desafiará figuras públicas a improvisar em situações inusitadas. Nesta conversa o ator, que tem andado pelos caminhos da comédia, revela que não é de riso fácil e sabe bem que o sucesso e a popularidade têm um prazo: “Isto não vai durar sempre. Tenho a impressão de que estou em late check out num quarto de hotel maravilhoso, com a senhora da receção sempre a ligar-me: ‘Olhe, está aqui mais gente para ocupar o quarto... Queremos limpá-lo.’ Por isso tenho sempre a mala meio feita.” César revela ainda o seu lado mais tímido e melancólico, a relação com a filha e alguns ‘superpoderes’ que fazem dele um artista virtuoso. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas"See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/17/20171 hour, 54 minutes, 54 seconds
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Eduardo Gageiro: “Tenho pena de não ter fotografado Salazar a cair da cadeira. No caixão ele parecia um abutre”

Chamam-lhe o “fotógrafo do povo e da revolução”. Ele confessa-se “um homem de coragem por trás de uma máquina”. Aos 82 anos, Eduardo Gageiro conta a sua história e as histórias do país que documenta desde os 12 anos, quando tomou de empréstimo uma máquina de plástico do irmão. Numa época em que ser fotógrafo de jornais era tantas vezes ser um mero “bate-chapas” do sistema, Gageiro arriscou ir além: revelou o Portugal a preto e branco de Salazar, a tragédia das cheias de 1967 (que aconteceu há 50 anos), esteve na linha da frente do 25 de Abril, registou o atentado nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, ou as glórias de Eusébio e Amália. Nesta conversa, Gageiro faz contas à vida, à doença e à solidão, assume um certo mau feitio, mas assegura que “nunca foi mau para ninguém” e espera “durar mais dois anitos” para ver a inauguração da sua Casa da Imagem. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/10/20171 hour, 50 minutes, 14 seconds
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Marta Crawford: “Quando os filhos se iniciam sexualmente, os pais não lhes perguntam se tiveram prazer. Eu preocupei-me com isso”

A sexóloga e terapeuta familiar Marta Crawford anda há mais de 20 anos a ajudar a desvendar os caminhos do prazer e a desatar os nós relacionais no seu consultório e na televisão. E há avanços. “Elas já reclamam o prazer e eles já assumem que não estão sempre prontos para o sexo.” Muitos pedem ajuda cada vez mais cedo: “A maior parte das pessoas que me procura no consultório está na casa dos 20 e 30 anos”. Nesta conversa, Marta também se deita no divã e conta que nem sempre viveu a sexualidade sem vergonhas, medos e culpas. “Tive de me libertar. Havia muito pudor.” Para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/3/20171 hour, 44 minutes, 34 seconds
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José Luís Peixoto: “Desta vez não levo livros para a Coreia do Norte. Qualquer pretexto pode ser muito perigoso...”

O escritor José Luís Peixoto acaba de partir pela sexta vez para a Coreia do Norte, numa altura em que as relações do regime mais fechado do mundo com o Ocidente estão particularmente crispadas. Há cinco anos, na primeira vez que esteve em Pyongyang, arriscou levar escondida a obra “D.Quixote de La Mancha”, de Cervantes, para um país que não autoriza a entrada de nenhum livro do exterior. “Neste momento não aconselho ninguém a esticar a corda”. É sobre essa e outras viagens a destinos inusitados e exóticos que o escritor nos conta como tem sido a sua vida e a sua literatura nos últimos anos. “Viajar é a certeza de estar vivo. Com a rotina corremos o risco de deixar de sentir.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/27/20171 hour, 39 minutes, 44 seconds
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Manuela Moura Guedes: “Acho que José Sócrates é um psicopata”

Oito anos depois de ter sido afastada do Jornal Nacional das sextas-feiras da TVI, uma decisão que garante ter sido a mando do ex-primeiro ministro José Sócrates, Manuela Moura Guedes fala sobre o caso da “Operação Marquês", o controlo do sistema judicial, o silêncio do PS e a geringonça de Costa, e revela ainda estar pronta para voltar ao jornalismo, numa entrevista que pode ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/20/20171 hour, 50 minutes, 50 seconds
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Ana Moura: “Foi com Prince que perdi os meus maiores medos”

É a artista portuguesa mais internacional da atualidade. O seu sentir é de fadista, mas há nela uma energia de estrela rock que lhe assenta tão bem e a juntou em tempos aos Rolling Stones e, mais tarde, a Prince. Um dos maiores artistas do reinado da pop revelou-se o seu maior fã e chamava-a mesmo ‘Our Queen’. Depois de “Desfado”, o seu disco mais platinado de sempre, Ana Moura regressa agora aos palcos do Coliseu de Lisboa (dia 14 de outubro) e do Porto (dia 21) para celebrar a tripla platina de “Moura”, um disco onde se reinventou e se mostrou livre das amarras do fado. “Perdi o medo dos julgamentos. Estou cansada de toda a gente ter uma opinião sobre mim e o meu futuro.” O futuro à deusa Moura pertence que numa conversa emotiva recorda os tempos de menina, o disco de rock que gravou aos 18, as noites longas nas casas de fado, a solidão que a acompanhou durante anos e o encontro com Prince que lhe mudou a atitude para a vida e para a música. E ainda há um ‘fado que não é bem fado’, de Cartola, que canta à capela em exclusivo para o Expresso. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/13/20171 hour, 21 minutes, 4 seconds
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Alexandre Quintanilha: “Não tenho orgulho nem vergonha de ser cientista, branco, homossexual ou africano de alma. É o que sou”

O cientista e deputado independente do PS, Alexandre Quintanilha, recorda a infância passada em Moçambique, a educação progressista dos pais, as primeiras paixões, os caminhos que o levaram à ciência e os desafios do coração que o levaram a conhecer há quase quarenta anos, em São Francisco, o amor da sua vida – o escritor Richard Zimler. “Sou muito romântico. Gosto do processo de aproximação a outra pessoa. Sei que sofro mais por ser um romântico, mas não estou nada arrependido. Só não percebo porque é que têm de existir barreiras ao amor.” Revela ainda os combates sociais e do conhecimento que trouxe para o Governo a bordo da geringonça (uma expressão que até aprecia bastante), as contradições da ‘sua’ América e os perigos que o mundo enfrenta. Ainda há tempo para nos dar música, refletir sobre os mistérios do amor e o que ainda quer viver. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/6/20171 hour, 30 minutes, 35 seconds
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Nuno Markl: “Para se fazer comédia há que ter um certo trauma e coisas a torturar-nos cá dentro”

O podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” regressa de bom humor com Nuno Markl. Ele é um dos nossos mais talentosos humoristas e contadores de histórias. Anda há mais de 20 anos a morder histórias reais, surreais e ficcionais para trazer boa disposição à rádio, à televisão ou ao cinema. Aos 46 anos prepara-se para estrear a sua primeira série de ficção, “1986”, na RTP, e no próximo dia 6 de outubro subirá ao palco do Coliseu de Lisboa para celebrar os 20 anos da rubrica “O Homem Que Mordeu o Cão”. Markl recebeu-nos na cave da sua moradia para falar dos limites da comédia, das suas eternas inquietações e obsessões, a recente zanga com as redes sociais, as transformações provocadas pela paternidade e as músicas e séries que o acompanhamSee omnystudio.com/listener for privacy information.
9/29/20171 hour, 35 minutes, 15 seconds
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Maria José Morgado: “Os criminosos incompetentes são um desânimo”

Conhecida por muitos como a ‘dama de ferro’, a atual procuradora-geral distrital de Lisboa não gosta que a chamem “justiceira”. “O justiceiro nunca é justo.” Numa longa conversa em que explica como a troika e a austeridade “tiveram a vantagem de trazer a denúncia da corrupção”, Maria José Morgado fala ainda do vício pelo exercício físico, do amor eterno pelo seu companheiro e da melancolia que a acompanha: “Sou uma pessoa triste e gosto da tristeza”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
6/16/20171 hour, 13 minutes, 18 seconds
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João Quadros: “Prefiro destruir os poderosos do que pôr as pessoas a rirem-se da profunda tragédia dos outros”

É talvez o mais destravado e livre dos argumentistas portugueses. O seu humor não é nada manso e funciona como uma purga sobre os temas e personagens da atualidade que o incomodam. João Quadros é o autor de muitos dos textos de comédia que têm marcado a televisão e a rádio nas últimas décadas. O popular sketche “Eu É Que Sou o Presidente da Junta”, eternizado por Herman, saiu da sua cabeça, mas é Bruno Nogueira o seu parceiro do humor desde há muito. Quadros fala dos ódios de estimação – como Fátima, Cavaco Silva e Passos Coelho, a relação com o Twitter, as dores do coração, os limites do humor e as suas convicções à esquerda. “Não há gajos de direita a fazer humor. Não têm jeito...” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
6/9/20171 hour, 41 minutes, 3 seconds
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“Quem me põe o rótulo de bombista é da direita assanhada: as Brigadas Revolucionárias não mataram ninguém e lutaram pela igualdade”

A médica endocrinologista Isabel do Carmo liderou nos anos 70 um movimento de guerrilha contra a ditadura que a levou à prisão. “Não me arrependo de nada. A luta armada era a única forma de contribuir para desgastar o antigo regime.” Isabel recorda ainda os 9 meses que esteve na ‘solitária’, as dificuldades por que passou para garantir comida no prato dos filhos e o longo caminho que fez até hoje. Além das bombas que agitaram o regime do Estado Novo e o Verão Quente de 75, Isabel fala de outras bombas, as bombas calóricas, dos mitos e os enganos alimentares: desconfia do equilíbrio da dieta vegan e considera um disparate a moda antiglúten e antilactose. E ainda nos dá (boa) música. “Vivo os anos mais tranquilos da minha vida.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
6/2/20171 hour, 29 minutes, 21 seconds
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Olga Roriz: “Vou dançar para sempre. Prefiro morrer num estúdio a ensaiar um aluno do que em casa”

Há cerca de três anos, a coreógrafa Olga Roriz, quando completava 60 anos de vida, 40 de carreira e 20 da sua companhia de dança, adoeceu. O corpo de bailarina com o qual sempre fora capaz de tudo revelou-se frágil. “Durante meses perdi o meu poder físico. E isso foi horrível. Foi na natação que redescobri esse poder. E a dança curou-me.” Olga ergueu-se dessa dura batalha e mostrou a fibra de quem decidiu dançar até ao fim. Na sua última criação, “Antes que Matem os Elefantes”, falou do drama da Síria e prepara-se para regressar ao tema na próxima coreografia, “Síndrome”, com estreia marcada para 30 de junho, no Teatro São Luiz, em Lisboa. “A guerra deixa-me zangada.” Numa conversa confessional, Olga fala do ‘fantasma’ da idade, das ‘demasiadas paixões’ que viveu, da solidão, da eterna comparação com a alemã Pina Bausch, das músicas que a acompanham e dos sonhos e vontades que ainda tem. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/26/20171 hour, 21 minutes, 58 seconds
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“A única coisa de que me arrependo é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre”

O filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido o ano passado com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa revela ainda um encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”. No dia em que faz 94 anos, o Expresso republica esta conversa íntima para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/23/20171 hour, 20 minutes, 56 seconds
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Ricardo Robles, candidato do BE a Lisboa: “Lisboa está uma cidade-montra. Qualquer dia estarão turistas a fotografar turistas”

O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles, uma das vozes mais críticas do atual presidente da autarquia, Fernando Medina, acusa-o de estar a expulsar os lisboetas do centro para a periferia por “uma gula” económica e um “descontrolo” que está a dar lugar a cada vez mais hotéis e turistas. Considera um erro as propostas do PS e de Assunção Cristas para a expansão do metro e propõe como estações prioritárias Campolide, Campo de Ourique, Alcântara, Belém e Ajuda. Até agora pouco se sabia sobre Robles. Numa conversa descontraída, fala da nova aventura de ser pai de duas crianças pequenas, do gosto por andar de bicicleta na cidade, do fascínio pelo mar, da paixão pelo Benfica, do prazer das viagens [e recorda aquela que o levou durante três meses a percorrer a América do Sul] assim como das músicas que o acompanham. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/19/20171 hour, 10 minutes, 17 seconds
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Os criadores do ‘Jovem Conservador de Direita’: “Havia muita direita com medo de uma ditadura do tipo Coreia do Norte. E esticámos a corda”

Os três inventores do colunista Jovem Conservador de Direita desvendam pela primeira vez a personagem, revelam os políticos em que se inspiraram, os ódios gerados e a desinformação criada nas manifestações antigeringonça. Para ouvir neste episódio do podcast "A Beleza das Pequenas Coisas"See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/12/20171 hour, 26 minutes, 53 seconds
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Júlia Pinheiro: “‘A Noite da Má Língua’ deixou-me uma bactéria perigosa. Acredito no lado justiceiro da televisão”

Foi há 23 anos que Júlia Pinheiro apresentou o programa que dessacralizou a forma como se falava da classe política na televisão, ao lado de um painel de ilustres personagens de cabeça fascinante e língua afiada. Eram eles Miguel Esteves Cardoso, Rita Blanco, Rui Zink e Manuel Serrão. “A pena que eu tive de não haver ‘A Noite da Má Língua’ agora, com os escândalos todos dos bancos. Doeu-me tanto...”. Uns bons anos antes, foi a visita do Papa João Paulo II a Lisboa, e em particular o fascínio de observar o repórter que o acompanhava, que a fez trocar a antropologia pelo jornalismo. Ao longo do seu percurso já fez um pouco de tudo na rádio e na ‘caixinha mágica’. Do ‘trash’ ao jornalismo justiceiro, aquele que muda vidas, como o que faz diariamente no programa “Queridas Manhãs”, na SIC. Júlia é a nossa Oprah. Mas sem poder entregar carros ao público. “Não temos essa escala. Mas quando consigo resolver alguns problemas dos meus entrevistados vou mais contente para casa.” Nesta conversa, Júlia fala das suas escolhas, do passado, dos filhos e das ‘armadilhas’ da maternidade, do futuro da televisão, das músicas que a acompanham e do que ainda sonha fazer. “Num programa sem palmas e sem [ter de anunciar o número] 760, eu era muito feliz.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
5/5/20171 hour, 31 minutes, 59 seconds
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Bagão Félix: “A política felizmente não foi trampolim para nada. Depois de ministro nunca mais recebi qualquer convite”

Há doze anos que Bagão Félix está afastado da política. Foi ministro da Segurança Social e das Finanças nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes e é com orgulho que diz não ter tido nenhum ‘tacho’ decorrente dessa experiência. Mas assume que pagou um preço: “Fiquei com uma marca de ministro das Finanças. É a consequência das regras do monopólio”. Amante do mistério da botânica, em particular das árvores, Bagão Félix encontra na sua quinta no Alentejo o melhor lugar para se ouvir melhor. Apaixonado pelo Benfica, tem um papagaio chamado Pelé que com ele aprendeu a cantar “A Marselhesa”. E para as suas netas é o “avô enciclopédia”, o avô que sabe tudo. Até contar anedotas, que nos conta também. “Sou um eterno curioso. A curiosidade é a única coisa que não envelhece connosco. Espero morrer na busca de uma última curiosidade.” Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza Das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/28/20171 hour, 30 minutes, 49 seconds
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Celeste Rodrigues: “A vida todos os dias é uma aventura. E a música torna as pessoas mais bonitas”

Celeste Rodrigues, fadista, continua a cantar aos 94 anos e a deliciar os que a ouvem com a profundidade da sua voz que tem tudo: sentimento, beleza, emoção e sabedoria. A sua história é maior do que a vida, e é sempre arrepiante assistir à maneira como se entrega de cada vez que sobe ao palco ou atua numa casa de fados. Foi nos anos 50 que Celeste, irmã de Amália Rodrigues, atingiu a notoriedade com o tema ‘Olha a Mala’. “Nessa altura deixei de ser chamada ‘a irmã da Amália’. Passei a ser a ‘olha a mala’.”, brinca. Êxitos à parte, Celeste garante que ‘no fado não há mortos nem caídos’ e quer ser recordada mais como ser humano do que como artista. “Nunca tive ambição. Nem a Amália teve. Nunca pensámos ser artistas. Aconteceu tudo de improviso. Ela porque tinha uma voz fantástica. E a minha não é desagradável. Não acordo ninguém. Embalo. É o segredo.” Um episódio especial para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/21/20171 hour, 11 minutes, 3 seconds
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Celeste Rodrigues, aos 94 anos: “A vida todos os dias é uma aventura. Gostava de chegar aos 100 e gravar um último disco”

Celeste Rodrigues, fadista, irmã de Amália, continua a cantar aos 94 anos e a deliciar os que a ouvem com a profundidade da sua voz que tem tudo: sentimento, beleza, emoção e sabedoria. A sua história é maior do que a vida, e é sempre arrepiante assistir à maneira como se entrega de cada vez que sobe ao palco ou atua numa casa de fados. Foi nos anos 50 que Celeste atingiu a notoriedade com o tema ‘Olha a Mala’. “Nessa altura deixei de ser chamada ‘a irmã da Amália’. Passei a ser a ‘olha a mala’.”, brinca. Êxitos à parte, Celeste garante que ‘no fado não há mortos nem caídos’ e quer ser recordada mais como ser humano do que como artista. “Nunca tive ambição. Nem a Amália teve. Nunca pensámos ser artistas. Aconteceu tudo de improviso. Ela porque tinha uma voz fantástica. E a minha não é desagradável. Não acordo ninguém. Embalo. É o segredo.” Um episódio especial para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/21/20171 hour, 11 minutes, 3 seconds
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Herman José: “Não posso dizer tudo o que quero. Ainda sou novo para ser velho, mas quando for velhote serei absolutamente insuportável”

Anda há mais de quarenta anos a fazer-nos rir, e o nosso humor não seria o mesmo sem ele. Herman José tem sido genial na arte de subverter e caricaturar o país. Ao longo do seu percurso já teve momentos bons e menos bons, alguns particularmente desafiantes, mas soube reinventar-se na TV e fora dela, regressando à estrada e aos espetáculos ao vivo. Foi numa pausa das gravações do seu programa “Cá por Casa”, na RTP1, que Herman nos recebeu na sua quinta, em Azeitão, o seu refúgio e laboratório criativo. Uma conversa que revisita o seu passado, desfaz mitos, revela algumas mágoas e alegrias e os seus prazeres e luxos. “A felicidade está imenso nos bens materiais. Mas apaixonei-me sempre por pessoas tesas.” Herman garante que respeita as pessoas que têm fé, mas considera que sofrem muito mais na vida: "A divindade nunca se mexeu para nada". Herman, o verdadeiro artista, para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/14/20171 hour, 26 minutes, 1 second
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Anabela Moreira: “A peregrinação a Fátima não é um caminho santo. São só pessoas no limiar do sofrimento. Eu cheguei perto da loucura”

Há dois anos a atriz Anabela Moreira andou mais de 400 quilómetros, entre Bragança e Fátima, para sentir no corpo e na pele, o que significa esse longo caminho de fé até ao lugar dos "milagres", que celebra este ano o seu centenário. Foi uma experiência dura, de laboratório, que Anabela fez para poder representar a personagem Céu, no filme “Fátima”, de João Canijo, com estreia marcada para o próximo dia 27 de abril. As restantes 10 atrizes do elenco passaram por episódios semelhantes. “Acho que foi a maior loucura que todas nós fizemos por um realizador. Certamente foi a maior loucura que fiz na vida. Porque, às tantas, estava em causa a nossa saúde. Andámos por estradas perigosas, sem bermas, junto a camiões, sem qualquer segurança. Por vezes senti-me louca. Ninguém imagina o sofrimento que é.” Este é o mote para uma conversa generosa no seu teatro, o Teatro Turim, em Benfica, onde recorda o caminho pessoal, o passado na moda, os vários métodos para chegar à verdade das personagens, a descoberta da realização, as angústias e tormentos, os prazeres da mesa e as músicas que lhe alimentam a alma. Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
4/7/20171 hour, 25 minutes, 11 seconds
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Herberto Smith: “Ser negro neste país é ainda carregar um manto pesado. Mas ser-se português não é sinónimo de se ser branco”

São os jovens negros apagados do retrato, arrumados no gueto, ignorados ou malfalados, que vivem na pele a ‘thug life’, o racismo, a falta de emprego, a marginalidade, aqueles que cativam a atenção da lente do fotógrafo Herberto Smith. “Quero encontrar o lado vulnerável, belo e humano desses rapazes dos bairros problemáticos. Dar-lhes rosto, voz e ‘empoderá-los’, trazer-lhes autoestima, integrá-los e tirá-los dos guetos. Ainda vou erguer um exército de criativos africanos.” Uma conversa que vai fundo na experiência de se ser negro em Portugal, pela voz de um fotógrafo que nos anos 90 viveu no epicentro da noite, da moda e que hoje tem uma missão maior: retratar e rescrever a memória africana em Portugal. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/31/20171 hour, 9 minutes, 42 seconds
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Gisela João: “Cada vez que canto estou a lamber as minhas feridas. E espero lamber também as feridas dos que me ouvem”

Quem ouvir esta conversa corre o risco de ficar tomado pela voz desta mulher e da sua simplicidade, também ela complexa. Foi há dois anos que Gisela João pisou pela primeira vez os palcos dos Coliseus. Mas, antes, esta minhota de Barcelos lançara o seu primeiro disco (2013), que foi logo um espanto, e recebeu um aplauso generalizado que lhe ditou o destino: viver todas as vidas através do fado. Em palco, os sapatos saem-lhe depressa dos pés, para o sentimento ser mais livre. No próximo dia 31 sobe ao palco do Coliseu do Porto e a 7 de abril estará no Coliseu de Lisboa para apresentar o seu último disco, “Nua”. E promete dar-se por inteiro. “Quero que seja uma festa. Que as pessoas fiquem felizes pra ‘carago’. Que aconteça fado!”. Neste encontro, Gisela revela o que lhe vai na alma, recorda a infância, os escapes, os prazeres, os talentos ‘do cacete’ e o que a move na vida. Tudo isto neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/24/20171 hour, 25 minutes, 44 seconds
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Isabel Moreira: “Eu só quero ser um espírito livre. E pago o preço disso com a solidão. Os homens têm medo de mulheres livres”

É uma mulher corajosa, lutadora, afirmativa, que vive permanentemente atormentada com os problemas de uma multidão de gente que espera que ela abra caminho para um país mais livre, sem preconceitos. “Luto todos os dias por uma sociedade menos sexista e homofóbica. A luta pela igualdade é aditiva. Entranha-se na pele. É um comboio que se apanha para a vida. É para sempre.” A deputada socialista Isabel Moreira recorda como foi crescer à esquerda numa família conservadora de direita e como ganhou o gosto pela política por causa do pai, o histórico democrata cristão Adriano Moreira. Uma conversa de verdade, onde Isabel recorda a infância, o que a levou à política, a solidão que vive, o passado de violência que ainda a atormenta, o prazer pela escrita, pela dança e as músicas que a levam a agitar-se na pista como se a vida estivesse para acabar. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/17/20171 hour, 21 minutes, 25 seconds
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Lena d’Água, a alma danada: “Desculpem lá se não morri jovem e bela”

De símbolo sexual do rock português dos anos 80 ao recato de uma aldeia no meio da natureza, passou uma vida. Muita coisa mudou, mas a voz doce e cristalina mantém-se intacta, assim como o seu jeito livre e desalmado de ser. Deu que falar nas últimas semanas por ter arriscado concorrer ao Festival RTP da Canção, o que representou para si uma espécie de “renascimento”. Mote para uma conversa que percorre os loucos anos do rock, os vícios, os amores e os desejos: “Vou gravar um disco e ainda quero encher o Coliseu. A idade é mais um assunto na cabeça dos outros do que para mim”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/10/20171 hour, 17 minutes
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Rita Blanco: “Enquanto vivo outras vidas distraio-me da minha própria morte”

É uma das nossas melhores atrizes. Ao longo do seu caminho já foi muitas mulheres no cinema, no teatro e na televisão . “Estou velhinha de viver tantas vidas tão intensamente.” Fora dos palcos, Rita Blanco detesta as máscaras dos outros — a ‘teatra’ do quotidiano — e usa o humor para as desarrumar, para lhes encontrar um lado mais genuíno. “As pessoas protegem-se demasiado, raramente são verdadeiras. E quando não consigo comunicar com elas sai-me o ‘alien’ e fico disparatada e provocadora.” Aos 54 anos, a atriz diz que largou carga e está mais serena. “Já não me preocupa o que os outros acham de mim, nem preciso ser amada por todos. Já só preciso de poucas pessoas e poucas coisas perto de mim”. Uma conversa de verdade, que passa pelas angústias de ser mãe de uma adolescente, o amor aos animais, a tristeza pelo fim do Teatro da Cornucópia ou o momento em que esteve prestes a ser apresentada como a nova ‘chica’ para o realizador Pedro Almodôvar. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
3/3/20171 hour, 11 minutes, 14 seconds
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Sobrinho Simões: “Daqui a 50 anos toda a gente vai ter cancro e mais do que um. Mas não vamos morrer disso”

O professor e investigador Manuel Sobrinho Simões, fundador do IPATIMUP e Prémio Pessoa, considerado em 2015 o patologista mais influente do mundo, revela ter medo de contrair cancro, “uma doença terrível se estiver avançada.” Mas apesar de garantir que no futuro será uma doença de todos, por estarmos a viver cada vez mais, a maioria dos cancros serão tratáveis. “Alguns terão mesmo cura.” Sobre si, diz que tem tido uma ‘sorte de gaiola’ – sorte grande, leia-se – por nunca ter tido grandes problemas de saúde até agora, nos seus dinâmicos 69 anos. Assume ter medo do escuro ainda hoje, mas o seu grande fantasma é a reforma. “Não me imagino a parar e a ir para casa. Mas receio que não me deixem continuar.” Uma conversa que passa pela infância, o futuro, a música e o cinema – um dos seus grandes prazeres. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/24/20171 hour, 9 minutes, 37 seconds
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“Qualquer mulher com voz neste país é considerada 'histérica'. Houve homens que me disseram que devia estar calada, na cozinha”

A apresentadora de televisão Rita Ferro Rodrigues, feminista convicta, defensora da causa LGBTI e co-fundadora do site e associação Capazes considera que o país ainda está demasiado ‘ferido’ pela misoginia e machismo. Tanto à esquerda como à direita. E que há ainda mulheres que sofrem desse mal. “As pessoas não percebem que nós não queremos ser iguais aos homens. Queremos é ter os mesmos direitos cívicos dos homens. Sem discriminações.” Prestes a apresentar o novo programa da SIC, “Juntos à Tarde”, ao lado de João Baião, com estreia marcada para o dia 1 de março, recorda o dia em que entrevistou Amália Rodrigues, com 12 anos; o bullying e assédio que sofreu na adolescência; a descoberta precoce da televisão; a desilusão pelo jornalismo e as razões que a levaram ao ativismo social. Uma conversa para ouvir e refletir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/17/20171 hour, 10 minutes, 41 seconds
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Miss Suzie: a mulher que faz da vida um espetáculo

Suzie Peterson tem mais do que sete vidas nos palcos. E fora deles também. Em maio será uma sexy corista no novo filme de Bruno de Almeida, ”Cabaret Maxime”, para o qual assinou o guarda-roupa, e está a criar os figurinos do novo espaço boémio do chefe José Avillez. “Plumas, lantejoulas e cabaré sou eu! Vivo a vida a trazer fantasia aos outros.” Uma conversa genuína onde assume as dores, as feridas e perdas, a fase de rebeldia e escuridão, e como agarrou ‘a vida pelos cornos’. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/10/201759 minutes, 45 seconds
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Cruzeiro Seixas, uma vida surrealista entre o céu e o inferno: “Fui mais reprimido como homossexual depois do 25 de Abril"

É o último representante vivo do surrealismo português. Mário Cesariny foi o homem que mais amou. “Ainda me faz muita falta...” Aos 96 anos, o pintor e poeta Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas afirma que só viveu metade do que queria e mantém a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamenta ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir não o assusta. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.” Uma conversa especial para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
2/3/20171 hour, 4 minutes, 50 seconds
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Sofia Aparício, a eterna mulher camaleão: “Não me arrependo de nada, nem das drogas. Mas não gosto de hábitos, gosto de experiências”

Aos 13 anos o estilista José Carlos descobriu-a num cabeleireiro que a mãe frequentava e Sofia tornou-se a manequim portuguesa mais icónica dos anos 90. Viveu os loucos anos 80 e 90 do Bairro Alto, não se privou de nada, nem das drogas. “Adoro que isso faça parte da minha vida. Também porque deixou de fazer. Não sou adicta a nada.” A sua grande luta é que a deixem de escolher para os papéis das mulheres bonitas. Porque ambiciona ser tão camaleão nos palcos como foi nas passerelles. Uma conversa franca para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/27/20171 hour, 7 minutes, 22 seconds
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O bom escultor, o mau paroquiano e os vilões no poder da ilha da Madeira

Amândio de Sousa, um dos mais interessantes escultores portugueses do século XX, com obra premiada no país, morrerá convicto de que poderia ter sido muito mais do que foi. Mas um grande amor levou-o a regressar à Madeira, a terra onde nasceu, de onde fugiu, mas da qual nunca escapou. Porque às vezes só o amor importa. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/20/201756 minutes, 12 seconds
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Só para adultos: estas loiras vão seduzir-vos e matar-vos de riso

Paula Porca vive na “Avenida Q” e é o tipo de mulher que todos os homens quiseram e nunca puderam ter. Inês Aires Pereira é a atriz que lhe dará voz num irreverente musical para adultos, original da Broadway. A estreia deste espetáculo está marcada para 8 de fevereiro, no Teatro da Trindade, em Lisboa, numa mistura da estética dos Marretas com assuntos para gente crescida. A incluir até sexo ao vivo... mas com bonecos fofinhos. Uma conversa bem-disposta para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/13/20171 hour, 6 minutes, 16 seconds
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É vosso dever gostar desta ‘señorita’

Mitó Mendes é a voz da banda feminina que deu que falar em 2016. Junto com Sandra Baptista (no acordeão e baixo elétrico) forma a dupla “Señoritas” com o álbum de estreia “Acho Que É Meu Dever não Gostar”. E é vosso dever conhecê-las e ouvi-las. Um projeto nascido depois do adeus d´A Naifa (a banda criada por João Aguardela e Luís Varatojo) com temas que vão fundo nas feridas, frustrações e raivas de tantos de nós. Além de cantora e musica, Mitó é também terapeuta de medicina chinesa e estudiosa de técnicas ancestrais de cura. “Já vivi várias vidas nesta vida e espero viver muitas mais”. Uma conversa cheia de histórias e revelações e um balanço musical do ano que passou. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
1/6/20171 hour, 5 minutes, 56 seconds
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A entrevista de vida de Tolentino Mendonça, no podcast A Beleza das Pequenas Coisas

Foi em Angola onde ouviu as primeiras histórias. A avó analfabeta foi a sua ‘primeira biblioteca’, ao contar-lhe mundos de realismo mágico. Aos onze anos entrou no seminário do Funchal por um chamamento que não sabe explicar de onde veio. Padre, poeta e professor universitário acaba de ser distinguido com o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes pelo seu livro “A Noite Abre Meus Olhos”. Para o ano promete mais duas obras e continuar a ser um homem das margens, do acolhimento das diferenças, sempre atento à cultura e aos ares deste tempo. Uma conversa rica de histórias, reflexão e poesia para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, originalmente publicado em 2016See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/23/20161 hour, 16 minutes, 18 seconds
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A Bela e os monstros que transforma em arte

Bela é a sua obra, Bela é o seu nome e bela é a capacidade para transformar os ‘monstros’ do quotidiano (e da história) em objetos artísticos inspiradores. Este é o mês da artista plástica Bela Silva, que tem três exposições em simultâneo em Lisboa. Mas este é também o seu ano: chegou aos 50 e celebrou a vida numa viagem marcante até ao Peru. Um mote para uma conversa bem-disposta que mistura os caminhos da sua arte, com a aventura de subir de havaianas o Machu Picchu até ao engate azarado de uma amiga - a ‘madame caganita’. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/16/20161 hour, 4 minutes, 21 seconds
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Manu, a deusa do burlesco que sonha atuar um dia (de chicote na mão) para o deputado João Galamba

Manuela Rocha apresenta-se em palco há cinco anos como Manu de la Roche. Uma beldade do burlesco, natural de Aveiro, que anda pelo país e pelo mundo a protagonizar shows eróticos, de estilo vintage, sem nunca mostrar tudo. Ela é gata, ela é fera, ela é Cleópatra, ela é miss cabaret ou uma dominatrix de chicote na mão. Mas nunca fica totalmente nua. Porque o mistério é uma das armas da sua sensualidade e o desejo está mais no que não se vê do que no que se mostra. Dita Von Teese é a musa que a inspira. João Galamba é o deputado por quem suspira... e a quem gostava de mostrar a sua arte — assume-o com alguma timidez. Alguém que sabe seduzir uma plateia inteira, também o saberá fazer na vida? Quem é esta mulher sem o disfarce? É o ponto de partida para uma conversa com muita líbido e temperatura neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
12/9/20161 hour, 6 minutes, 33 seconds
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A voz que gritou “demissão” a Passos Coelho condenada a seis meses de prisão: “Se a ideia é amedrontar, vão causar revolta"

Duas semanas depois de Ana Nicolau ter sido condenada a seis meses de prisão por ter gritado quatro singelas palavras, “demissão” e “metes nojo ao povo”, na Assembleia da República, no dia 11 de março de 2015 (ou ao pagamento de uma multa de 1440 euros), a realizadora e ativista recebeu-nos em sua casa, abriu uma garrafa de vinho e brindou “à liberdade de expressão”. Garantiu que vai recorrer e que não está só. “Fui pelos outros. Os outros somos nós e nós somos os outros.” Uma conversa para ouvir neste episódio do podcast "A Beleza das Pequenas Coisas", onde se fala também de música, cinema e de sonhosSee omnystudio.com/listener for privacy information.
12/2/20161 hour, 11 minutes, 31 seconds
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Júlio Isidro, que não quer ser mais aplaudido à entrada que à saída: “Estou à espera que alguém adoeça para voltar ao canal 1”

A primeira vez que fez testes para a televisão foi recusado por ser considerado feio. Mas o jeito que tinha para comunicar e para a 'bricolage' levou-o a estrear-se aos 15 anos num programa juvenil com o neurocirugião João Lobo Antunes e a atriz Lídia Franco. Desde aí fez um pouco de tudo na TV e na rádio. Ele é do tempo em que a caixinha era mesmo mágica e parecia mais à frente do que os novos tempos. Nos anos 80 levou os jovens portugueses a ouvir música na "Febre de Sábado de Manhã”, onde lançou inúmeras bandas rock e pop. E foi com o programa “Passeio dos Alegres” que, aos domingos à tarde, deu a conhecer aos portugueses António Variações, Rui Veloso ou as múltiplas personagens de Herman José. Neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, Júlio abre o livro da sua vida, revela os segredos de bastidores dos seus 56 anos de carreira, as memórias – as boas e as más – sem nunca deixar de apontar para o futuro. Porque ele, mais do que passado, é um homem de regressos ao futuro e ainda tem muita televisão para fazer e sonharSee omnystudio.com/listener for privacy information.
11/25/20161 hour, 24 minutes, 40 seconds
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Dina, uma celebração com amor, rock e dinamite

Foi a primeira cantautora da pop portuguesa. São várias as canções de Dina que nos ficaram no ouvido. Hinos ao amor e à vida. Foi três vezes ao Festival da Canção e acabou por vencer com “Amor de Água Fresca”. Mas a sua obra vai muito além dos festivais. Tem seis discos gravados e músicas que atravessam a pop, a folk, o funk e o rock. Em 2012 despediu-se do público porque a saúde obrigou-a a mais recato. Agora que completa 40 anos de carreira, será homenageada no dia 25 de Novembro no Festival Vodafone Mexefest por Ana Bacalhau, B Fachada, Best Youth, Da Chick, D´Alva, Márcia, Mitó e Tocha Pestana. A poucas semanas desse concerto (que promete encher sorrisos e corações), Dina abriu-nos a porta de casa e falou da sua obra, da sua vida, das suas escolhas, vitórias e arrependimentos. Uma conversa sem filtros para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/18/20161 hour, 24 minutes, 36 seconds
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Os desenhos de Sérgio salvaram-no quando a vida quase lhe escapava

Há números de sorte, outros de azar. E há ainda aqueles que marcam a superação e o renascimento. Aos 48 anos, o ilustrador Sérgio Condeço foi subitamente hospitalizado com uma infeção no pâncreas e assim permaneceu durante 48 dias, valendo-lhe 48 agrafos cirúrgicos no abdómen. Durante essa temporada passou a ilustrar tudo o que o rodeava, todos os pensamentos, todas as histórias surreais contadas pelos outros doentes, as dores, os medos, a hora das visitas, as rotinas, os sonhos e até a viçosa nespereira que espreitava à janela da sala dos cuidados monitorizados. Esboços em papel que o salvaram. Doze desses desenhos estão expostos na Galeria Verso Branco, em Lisboa, e que inspiraram uma conversa cheia de tudo o que uma vida pode conter. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/11/20161 hour, 19 minutes, 41 seconds
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Eduardo Lourenço, o amor, o mundo, e o encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”

Aos 93 anos, o filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido este ano com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, faz um balanço do seu caminho e chega a comentar com uma nota nostálgica: “A única coisa de que me arrependo verdadeiramente é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre”. Uma conversa íntima para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
11/4/20161 hour, 20 minutes, 56 seconds
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Gonçalo Tocha, o foguetão criativo que vai da terra até à lua

Pode uma longa depressão ter como salvação a música, o cinema e o retrato das dores de uma vida? Pode. Gonçalo Tocha é a prova disso e conta-nos como a arte o ajudou a escapar da escuridão e a sonhar formas de partilhar alegria, amor e novos mundos aos outros. Descubram-noSee omnystudio.com/listener for privacy information.
10/28/20161 hour, 22 minutes, 25 seconds
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No sofá vermelho com Marisa Matias, que não levou a peito o “engraçadinha” de Jerónimo. “Há misoginia a rodos na política”

A eurodeputada do Bloco de Esquerda foi a candidata improvável à Presidência da República e obteve quase meio milhão de votos, o melhor resultado de sempre do seu partido. Jerónimo chamou-a ‘candidata engraçadinha’, mas ela não levou a peito. O trabalho que Marisa Matias faz leva-a muitas vezes ao Líbano, à Síria, Jordânia e Egito enquanto presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com os países do Maxereque, onde conhece o lado infernal do mundo. Quanto à crise e os novos impostos, responde assim: “Não há austeridade de direita, nem de esquerda. A austeridade é estúpida. Ponto final”. Uma conversa íntima, sem o aborrecimento do politicamente correto, onde recorda o amigo Miguel Portas, conta as mezinhas que as pessoas lhe receitam por causa da voz rouca, a falta de jeito para conduzir ou as músicas que a acompanham. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”See omnystudio.com/listener for privacy information.
10/21/20161 hour, 20 minutes, 44 seconds
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Mayra e o sonho com Bowie que a levou de novo às canções

Mayra Andrade, a voz de mel e mar que veio de Cabo Verde, afirmou-se em Paris mas encontrou em Lisboa a casa, os afetos e a luz que há tanto desejava. A sua biografia é uma longa viagem que começa em Cuba. Aos 17 anos foi viver sozinha para Paris caminhando na fronteira da tradição entre a morna, o jazz ou a pop. Tem quatro discos gravados e 15 anos de palco e canções. Um sonho recente com David Bowie levou-a de novo a compor. E conta-o com um pormenor delicioso e poético. Uma conversa ‘lovely’ para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas” que recorda o velho rádio cor de rosa onde Mayra gravava programas de rádio, os ‘concursos de lambada’ e de ‘miss Ténis’ da infância até a fase recente em que descobriu como é bom combinar o amor com solitudeSee omnystudio.com/listener for privacy information.
10/14/20161 hour, 23 minutes, 43 seconds