Podcast quinzenal de histórias políticas atuais e atemporais. Afinal, toda história acaba em pizza.
Os Movimentos de Ódio nos EUA - Parte 2 #103
Nesse século 21 os Estados Unidos já iniciaram duas guerras fora do seu país: uma no Iraque e outra no Afeganistão.
Os flagelos desses conflitos retornaram até os EUA, curiosamente, através dos próprios soldados que deveriam proteger o país.
Radicalizados, os veteranos de guerra acabaram tornando-se os principais responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas. Utilizando seu conhecimento bélico, eles foram responsáveis diversos atentados à bomba e tiroteios contra aqueles que consideravam "inimigos da América"
Inspirando-se diretamente na antiga Klu Klux Klan, os grupos de ódio nos EUA proliferaram nos últimos anos, adotando uma tática e ideologia militar em seu cerne.
Como exemplo, o fundador do grupo neonazista "Atomwaffen", Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista "A Base", Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
Quando a Invasão do Capitólio em Washigton DC ocorreu nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, dos 897 indiciados, 118 tinham antecedentes militares.
Outros grupos de ódio como os Proud boys, A Base, Three Percenters e integrantes do Movimento boogaloo, são apenas alguns dos vários exemplos de grupos extremistas ativos hoje no país hoje.
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6/2/2023 • 4 hours, 46 minutes, 39 seconds
Os Movimentos de Ódio nos EUA Parte 1 #102
Hoje, existem cerca de 1221 grupos paramilitares supremacistas nos Estados Unidos; movimentos de ódio fundados principalmente por veteranos de guerra.
Devido a estresse pós-traumático e dificuldade para se reinserir na sociedade, diversos homens brancos ao retornar para casa mesclam suas visões militaristas e políticas.
Isso os leva a fundarem grupos paramilitares de direita, um costume recorrente nos EUA há mais de séculos. Por exemplo, em 1865, após a Guerra Civil Americana, o general confederado Nathan Bedford Forrest, voltou para sua casa no Tennessee e fundou a Klu Klux Klan.
Isso também aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando o piloto George Rockwell voltou para os EUA e fundou o partido Nazista Americano.
Da mesma forma, após retornar da Guerra do Vietnã na, década de 1970, Louis Beam reformulou a Klu Klux Klan, criando o conceito de células independentes e membros que atuassem como "Lobos Solitários".
Antes do 11 de setembro de 2001 o maior atentado terrorista dos EUA foi feito dessa forma em 1995: um veterano da Guerra da Golfo, Timothy McVeigh, detonou sozinho uma bomba em Oklahoma City, matando 168 pessoas.
No século 21, as guerras no Iraque e Afeganistão igualmente radicalizaram uma geração de veteranos, responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas.
Como exemplo, o fundador do grupo neonazista "Atomwaffen", Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista "A Base", Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
Embora fundado por ex-militares, a maioria dos integrantes dos grupos são jovens solitários sem treinamento militar, que descobriram a existência das organizações em redes sociais, sites de notícias ou por influencers de extrema-direita.
Entretanto, a prioridade dos grupos de ódio são sempre recrutar membros com instruções bélicas: O aplicativo do grupo neonazista "A Base" tinha um questionário para saber se o recruta tinha conhecimento com explosivos, engenharia reversa e combate militar.
Através de assassinatos e atentados à bomba, os principais alvos das organizações são mesquitas, igrejas afro-americanas, assim como espaços de congregação de imigrantes e integrantes de esquerda, como boates, parques ou manifestações.
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5/26/2023 • 3 hours, 50 minutes, 55 seconds
Quando a Klan treinou os Nazistas #101
O número de milícias neonazistas nos EUA explodiu a partir de 1950.
Todos utilizavam a Primeira Emenda do país - que garante o direito à liberdade de expressão - e a Segunda Emenda - que garante o direito à porte de armas - como respaldo para existirem.
Mas por que esse crescimento abrupto ocorreu?
Em parte, devido à Klu Klux Klan. Depois de introduzir uma série de valores racistas e antissemitas no país, a Klan entrou em declínio após a 2º Guerra Mundial, mas seus princípios influenciaram uma geração de novos líderes supremacistas.
Um deles, foi um político americano chamado George Lincoln Rockwell, que em 1959 formou o Partido Nazista Americano.
Agora, influenciados pelo Partido Nazista Americano e por outros grupos associados a Klu Klux Klan, as milícias supremacistas cristãs proliferaram, com o acesso à metralhadoras semiautomáticas, explosivos e minas terrestres.
Através de atentados com carros-bomba e missões suicidas, os grupos tinham a intenção de assassinar "traidores da pátria" e fazer uma "limpa" na sociedade.
Os grupos também tinham seus próprios jornais, canais de rádio e livros, que serviram de base ideológica para mobilizar outros possíveis membros.
Uma das milícias mais influentes da época foi o "A Aliança, A Espada e o Braço do Senhor". Considerados "exóticos" pela mídia, seus membros eram entrevistados na televisão e apareciam em reportagens por todo país.
Toda essa visibilidade acabou dando mais alcance ao grupo, levando a outros homens brancos racistas a aliarem-se à organização.
As ideias de tais organizações foram impressas em diversos livros, que tornaram-se um "guia" para diversos outros líderes de guerrilhas de extrema-direita na década de 1960 e 1970.
Um dos mais influentes foi o livro "Diários de Turner" dizia que afro-americanos, gays, judeus e comunistas estavam infiltrados no governo dos EUA preparavam-se para iniciar um "governo mundial"
Por isso - de acordo com o livro - era de suma importância que homens brancos deviam unir-se em grupos armados, para impedir que os EUA fossem dominados por "raças-impuras".
Entre as décadas de 1960-1990, o livro "os Diários de Turner" foram citados como inspiração em pelo menos 40 ataques terroristas, homicídios e crimes de ódio.
Em 1997, o governo dos EUA identificou cerca de 380 diferentes milícias com acesso à armas de guerra e outros 478 grupos patriotas que eram uma possível ameaça nacional.
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5/15/2023 • 5 hours, 14 minutes, 20 seconds
Klan: O Renascimento de um Império #100
Em 1925, a Klu Klux Klan tinha mais de 6 milhões membros, infiltrados em todos os setores da sociedade dos Estados Unidos.
No estado da Indiana mais de 30% da população era filiada à Klan; no Oregon, 40%.
Contra a imigração, o álcool e a integração racial, todos que desvirtuassem dos seus princípios estavam condenados a linchamentos e execuções.
No sul, a organização influenciou outros movimentos suprematistas, responsáveis por destruir as residências, lojas e bairros de afro-americanos.
Apenas em 1919, mais de 60 desses ataques ocorreram, o que levou à milhões de afro-americanos deixarem o sul para morar no norte e oeste do país.
Um imigrante chamado Henry Adams, que deixou a cidade de Shreveport, Louisiana, falou que:
“Todos os estados do Sul caíram nas mãos dos mesmos homens que nos escravizaram. "
Empregando profissionais de relações públicas, um jornal próprio e até uma banda musical, a Klan tornou-se multifacetada:
Havia uma sessão da organização destinada à meninos adolescentes, a "Junior Ku Klux Klan", enquanto as meninas ingressavam na "Tri-K-Klub" e crianças e bebês, na “Ku Klux Kiddies”
Havia também um clube específico para mulheres: a Women of the Ku Klux Klan foi criada em 1923, conquistando 250 mil membros em poucos meses.
Esses clubes eram mobilizados para organizar desfiles, palestras, comícios e boicotes a empresas locais pertencentes a afro-americanos, católicos e judeus.
Espalhando-se em uma velocidade recorde, a KKK chegou até o Canadá, onde fazia oposição a imigração afro-americana e a grupos católicos.
A Klan estava até mesmo nas telas de cinema: um filme que vangloriava os Cavaleiros da Klan, chamado "O Nascimento de uma Nação" fez tanto sucesso no país que foi exibido dentro da Casa Branca e para o Presidente Woodrow Wilson, que disse:
“É tudo terrivelmente verdadeiro.“
Tamanho foi a força da Klan que em 8 de agosto de 1925 mais de 50 mil membros marcharam na frente da Casa Branca, em Washington.
Entretanto, a Klan encontrava resistência de diversos grupos, como a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor, a NAACP, que denunciava os abusos do grupo, realizando lobby contra os governadores e prefeitos inseridos pela KKK.
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4/14/2023 • 3 hours, 30 minutes, 21 seconds
KKK: O Império Invisível #99
A Klu Klux Klan foi um verdadeiro império que conquistou o coração e mentes de milhões de cidadãos brancos dos Estados Unidos.
Embora não tivesse capital, nem imperador, o império da Klan era invisível, pois estava em todo lugar.
Com milhões de integrantes, milhares de financiadores e centenas de pessoas capazes de protegê-la, a Klan foi responsável por vigiar e punir qualquer um que desvirtuasse de seus princípios.
Tendo como seus princípios a defesa da raça anglo-saxã, do protestantismo e da segregação racial, a Klu Klux Klan atuou como uma verdadeira autoridade em espaços rurais e urbanos nos EUA por mais de um século.
Em muitas localidades, sua importância superava o de xerifes, prefeitos e governadores.
Estava nas mãos da Klan e de seus “cavaleiros” o poder de tirar a vida de qualquer um que quisesse.
A organização lançou as raízes na política e na sociedade de todos os Estados Unidos, cujos valores reverberam até hoje.
Fundada em 1865, logo após o fim da guerra civil, a KKK teve, no seu auge, por volta dos anos 1920, mais de 6 milhões de associados oficiais, isso sem contar suas células paralelas e grupos aliados.
A organização teve, entre seus associados, governadores, delegados, militares, legisladores e empresários, que muitas vezes eram amparados pela lei.
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3/29/2023 • 2 hours, 56 minutes, 45 seconds
O Povo Versus a Coca-Cola #98
Os Estados Unidos é o país que concentra mais megacorporações no mundo: de 2000, cerca de 590 estão lá.
Na posição número 100º, está a Coca-Cola: uma marca que é muitas vezes considerada como a segunda bandeira do país.
Fundada em 1892 como uma bebida tônica para dar mais energia, rapidamente ganhou os paladares de pessoas influentes em todo mundo: o autor estadunidense Ernest Hemingway era conhecido por bebe-la regularmente, tal como o inventor Thomas Edison, que possuía uma grande quantidade de refrigerantes no seu laboratório.
Entretanto, a bebida também ganhava críticos: o líder indiano Mahatma Gandhi incentivava seus seguidores a boicotar a bebida por causa de seu papel na exploração do trabalho infantil e das práticas comerciais desonestas.
Em 1904, o chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Dr. Harvey Washington Wiley, falou sobre isso que:
"A Coca-Cola é uma das fraudes mais flagrantes na história da alimentação e das bebidas. É um veneno insidioso e lento, que inevitavelmente irá minar a saúde do usuário. Eu me recuso a permitir que meus filhos usem isso".
Apenas 12 anos depois da Coca ser fundada, outro tônico surgiu, a Pepsi, inicialmente apenas para combater a indigestão.
Mais tarde, ela firmou-se como a principal concorrente da Coca, representando os valores de consumidores mais ousados e jovens, diferentes dos valores tradicionais da coca.
Ambas as marcas espalharam por todos os continentes do mundo e foram parar até mesmo nas mãos de soldados nos campos da 2º guerra mundial.
Quase 100 anos depois da fundação da Coca e da Pepsi, as duas empresas possuíam as mesmas fórmulas químicas que tinham desde o século 20.
Entretanto, no ano de 1985, tudo isso iria mudar, em uma ação que alguns historiadores consideram como o “erro de marketing do século”.
Durante 79 dias, a Coca-Cola foi alvo de intensos protestos, em um episódio que envolveu tráfico internacional de bebidas, psicologia de massas, Guerra Fria e até mesmo Fidel Castro e Michael Jackson.
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3/13/2023 • 4 hours, 46 minutes, 13 seconds
Guerra de Canudos #97
Em 1897, uma verdadeira guerra civil ocorreu no Brasil: mais de 11 mil soldados do Exército Brasileiro foram mandados para massacrar os 25 mil camponeses de Canudos.
Os militares receberam ordens claras de massacrar todos os habitantes do povoado e reduzir a cidade à cinzas.
Porém, Canudos não se rendeu.
Embora seja muitas vezes definido erroneamente como uma rebelião religiosa, Canudos foi muito mais do que isso: foi um conflito intimamente ligado à posse e a concentração de terras no sertão.
A cidade de Canudos, um local de abrigo para aqueles que estavam desamparados ou perseguidos por desavenças políticas, colocou em xeque o poder de muitos latifundiários e militares, que não podiam mais explorar os camponeses do sertão com tanta facilidade.
Assim, militares e policiais de todo o Brasil foram convocados para destruir a cidade de Antônio Conselheiro, sem nenhum embasamento legal para a expedição.
Entretanto, Canudos parecia inderrotável.
Utilizando táticas de guerrilha, os sertanejos derrotaram 4 expedições do exército brasileiro, levando a baixas vergonhosas para diversos majores, coronéis, generais e oficiais.
Após uma guerra exaustiva, os mais de 25 mil sertanejos foram massacrados sem nenhuma discriminação:mulheres, velhos e crianças foram executados pelos soldados.
O fecho do livro “Os Sertões” escrito por Euclides da Cunha, é cirúrgico sobre esse aspecto:
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo."
Mas mesmo com o fim de Canudos, o movimento sertanejo continuou.
As raízes lançadas por Antônio Conselheiro espalharam-se pelo sertão do nordeste.
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2/24/2023 • 4 hours, 5 minutes, 23 seconds
Canudos: A Jornada de Antônio Conselheiro #96
O que você sabe sobre Canudos e Antônio Conselheiro?
Normalmente, Canudos é abordado como uma rebelião desenfreada, um movimento quase religioso, que beirava a seita, conduzido por uma figura que muitos consideravam como um “messias” chamado de Antônio Conselheiro.
Entretanto, Canudos não foi nada disso.
Canudos foi uma sublevação de trabalhadores da terra: uma cidade fundada e administrada, principalmente por Antônio Vicente Mendes Maciel — que viria a ser chamado de Antônio Conselheiro.
Para muitos camponeses do sertão, Canudos era o único lugar que acolhia os flagelados, que encontraram nele uma forma de se rebelar contra o domínio das elites latifundiárias locais.
Mas muito antes de Canudos, o Conselheiro já era conhecido por todo o Sertão.
Vestindo sua característica túnica de algodão, com barbas e cabelos compridos, ele peregrinou ao longo de 20 anos, percorrendo todos os estados do atual nordeste do Brasil.
Durante suas peregrinações, além de acolher os necessitados, o Conselheiro construiu diversas obras públicas: ergueu e reformou casas, igrejas e pontes.
Abolicionista, ia de fazenda em fazenda, amaldiçoando os latifundiários escravistas e acolhendo todos os ex-escravizados que podia.
Entretanto, as elites desprezavam Antônio Conselheiro, principalmente por desafiar os latifundiários e a igreja da época.
Em pouco tempo, as autoridades tentariam dar fim no seu desejo missionário de construir uma cidade igualitária na Bahia.
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2/10/2023 • 2 hours, 37 minutes, 48 seconds
Todos os Tanques Levam à Tianamen #95
O que aconteceu na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989?
Ao longo de 49 dias, junto à uma greve de fome, milhares de estudantes chineses ocuparam uma das mais importantes praças no centro da cidade até que suas pautas fossem atendidas pelo governo.
Suas demandas envolviam maiores investimentos na educação, fim da inflação, da corrupção, do controle de mídia e por uma maior participação popular nas decisões tomadas pelo Partido Comunista.
Porém, o movimento com quase 2 meses de duração teve diversas modificações nas suas pautas, muitas inclusive, sequestradas por diferentes grupos.
Os protestos que inicialmente pautavam uma maior transparência e reformulação de políticas econômicas, acabou, em certo grau, adotando um tom golpista, que buscava acabar com o Partido Comunista, embora essa não fosse uma opinião apoiada pela maioria dos estudantes chineses.
Em um contexto durante a Guerra Fria e a busca de uma hegemonia global, era do interesse de muitos países ocidentais, principalmente dos EUA, que o Partido Comunista de fato sucumbisse e a China ficasse isolada do mundo.
Não à toa, enquanto os protestos ainda ocorriam, o movimento foi bombardeado de notícias falsas: jornais como BCC ou Washington Post, em 1980 adotaram um discurso que o movimento era sobre democracia x ditadura ou de capitalismo x socialismo, quando, na verdade, a maioria dos manifestantes eram socialistas.
Entretanto, o fim dos protestos, que terminou em confrontos, tiroteios e morte de centenas de civis, foi uma oportunidade de muitas mídias estrangeiras inflarem seus discursos falsos.
Embora o governo chinês reconheça que houveram conflitos e mortes em Tiananmen, nas suas palavras, “entre 300 - 500 vítimas” muitas mídias estrangeiras deram números falsos de que 3 mil, 5 mil ou até 10 mil pessoas foram mortas pelo governo chinês em um verdadeiro massacre.
Esse oportunismo gerou um legado que reverbera até o dia de hoje: passado mais de 30 anos, o que aconteceu na Praça Tiananmen ainda é imerso em fake news, ainda mais na língua portuguesa, onde pouquíssimos são os conteúdos que se aprofundam sobre o que ocorreu.
O fato do assunto ser um tabu político na China, também contribui para que ele permaneça submerso em desinformação.
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1/30/2023 • 4 hours, 42 minutes, 9 seconds
O Partido, os Estudantes e a Praça #94
No fim da década de 1980, os estudantes universitários de Pequim, na China, foram responsáveis por liderar o maior protesto da história da cidade.
Apenas no ano de 1988, mais de 210 protestos estudantis ocorreram por toda a China.
Eles reivindicavam maiores investimentos na educação, exigindo o fim da alta inflação e da corrupção, tanto na área pública quanto privada.
Os estudantes de Pequim estavam inseridos em um ambiente acadêmico que propiciava o surgimento de manifestações: a maioria das 67 universidades de Pequim estavam próximas umas das outras.
Essa proximidade facilitava a difusão de ideias, pautadas nos dormitórios estudantis e espalhadas até as ruas de Pequim.
As principais mobilizações ocorriam em uma icônica praça no centro da cidade: a Praça Tiananmen, a Praça da Paz Celestial.
A maioria dos estudantes de Pequim dividiam-se entre a ala da esquerda, críticos ao regime de Mao e outros mais à direita, inspirados por pensadores liberais dos EUA.
Embora fossem separados por diferentes princípios, os estudantes eram unidos devido às suas ideias não-conformistas, pois ambos estavam insatisfeitos com o rumo do governo na última década, encabeçado por Deng Xiaoping.
Após sucessivos protestos iniciados por estudantes liberais em 1985, 1987 e 1988, em 1989 o movimento cresceu e foi apoderado por vários setores da sociedade chinesa.
Ao longo dos meses de abril e maio de 1989, mais de 1 milhão de pessoas protestaram na Praça Tiananmen : não apenas estudantes, mas operários, políticos, policiais e até membros do exército chinês.
Muitos integrantes do Partido Comunista Chinês, abriram o diálogo com os estudantes, apoiaram o movimento e até o financiaram.
Por exemplo, o Ministério da Cultura da China foi responsável por doar 360 yuans aos estudantes; um vice-comandante de divisão do Exército de Libertação Popular da China, doou mil; o presidente do Partido da Democracia Progressiva da China, Lei Jieqiong, doou outros mil yuans.
Organizações trabalhistas também entraram no movimento: os Trabalhadores da Companhia Têxtil Geral de Pequim doaram dez mil.
Enquanto isso, a Federação Chinesa de Sindicatos e o Comitê de Angariação de Fundos da Loteria de Bem-Estar Social da China doaram 100.000 yuans cada.
Em 1989, foi registrado que quase 60% da população chinesa apoiava o direito dos estudantes de protestar, com apenas 10% se opondo e 30% sem opinião concreta sobre o movimento.
Em determinado momento, os protestos não estavam mais em Pequim: tinham se espalhado por toda a China: em 19 de maio daquele ano, mais de 400 cidades chinesas estavam envolvidas com os protestos de uma forma ou outra.
O Secretário Geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang anunciou que os protestos eram legítimos e as demandas dos estudantes deveriam ser levadas em consideração.
Entretanto, a ala conservadora do Partido Comunista Chinês pensava diferente.
Liderados por Deng Xiaoping, que tinha iniciado suas reformas de liberação econômica, o movimento foi rotulado como burguês e contra revolucionário, encabeçado por alguns estudantes liberais.
De fato, o movimento foi iniciado pelos liberais, mas mais tarde, foi adotado e reconduzido por muitos estudantes de esquerda, que iniciaram uma greve de fome na praça.
Entretanto, aquelas semanas de demonstração popular terminaria de forma diferente do que muitos estudantes imaginavam.
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12/26/2022 • 3 hours, 31 minutes, 28 seconds
China: Da Revolução à Inflação #93
A China durante a década de 1980 passou por uma violenta rápida transformação em todos os setores da sociedade 🇨🇳
Tudo estava crescendo: população, economia, inflação e até mesmo a violência urbana.
Após a morte de Mao Tsé-Tung em 1976, os novos líderes do Partido Comunista Chinês começaram a adotar medidas que podiam ser vistas como anti-maoístas 👀
Por exemplo, enquanto em 1970 a propriedade privada era abolida na China, em 1978 - 2 anos após a morte de Mao - o Partido Comunista comunicou que agora as empresas chinesas privadas se tornariam um “importante componente da economia”.
O novo líder da China, Deng Xiaoping, instituiu um programa chamado de as “4 Modernizações”: reformas na indústria, na agricultura, na ciência e nas forças armadas chinesas.
Muitos chineses consideravam Deng Xiaoping um anti-revolucionário, vendido para o capital estrangeiro. Entretanto, Deng Xiaoping se dizia socialista, mas que apenas estava adotando um socialismo diferente do de Mao Tsé Tung.
Como o próprio Deng Xiaoping dizia:
“Não existe uma contradição fundamental entre socialismo e economia de mercado. Não importa se é um gato branco ou um gato preto; desde que ele consiga pegar ratos, ele é um bom gato” 🤔
Assim, empresas estrangeiras e nacionais estabeleceram suas sedes em Pequim, Xangai e Shenzhen: emitindo ações e contratando cada vez mais chineses.
Entretanto, mesmo com as modernizações de Deng Xiaoping, a vida do trabalhador e do estudante chinês médio piorou.
Bolsas estudantis da época de Mao Tsé Tung foram cortadas; as vagas de emprego, embora numerosas, começaram a ser muito mais criteriosas, levando a níveis de desemprego altíssimos.
Milhares de empresas estrangeiras revelaram ser apenas fachadas, com muitas servindo para lavar dinheiro de empresários do exterior e de políticos chineses.
Os chineses acreditavam que a corrupção era endêmica na sociedade: em 1989, o jornal chinês Banyuetan realizou uma pesquisa em vinte e oito províncias, pedindo aos entrevistados que classificassem oito problemas sociais.
O resultado foi que 78,15 por cento disseram que a corrupção era o que mais os preocupava, uma porcentagem maior que ficou o próximo problema social: a alta inflação, com 60%. 😳
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12/12/2022 • 2 hours, 44 minutes, 54 seconds
Vlad, o Empalador #92
Vlad III Drácula foi príncipe do Reino da Valáquia, atual Romênia, ao longo de três reinados diferentes que vão desde o ano de 1448 até 1477Membro da Casa Drăculeşti, Vlad foi um dos monarcas mais importantes da Europa Balcânica durante a transição turbulenta da época medieval para a época moderna.
Hoje, ele é considerado um herói para muitos romenos, principalmente devido à resistência que apresentou contra seus inimigos otomanos ⚔️
Entretanto, para seus inimigos, seu nome inspirava terror devido à crueldade dos seus métodos de execução, sendo o seu favorito, o empalamento.
Isso fez com o que Vlad ganhasse o título de “O Empalador”: ele empalava todos que se opunham ao seu governo sem distinção: homens, mulheres, velhos e jovens.
O príncipe da Valáquia não tinha dó nenhuma em perseguir seus oponentes, seja pela espada, pela estaca ou até mesmo pela peste, mandando doentes disfarçados de viajantes para infectar tropas estrangeiras 🦡
Não eram raros os banquetes e jantares reais que o nobre oferecia para seus inimigos políticos, eventos disfarçados de congregações amigáveis, mas que no fim, os convidados acabavam na estaca.
Além de empalar, Vlad também promoveu decapitações, execuções públicas, mutilações, genocídios, tributação excessiva e xenofobia. O curto período de seu reinado é quase desproporcional ao número de atos que cometeu, guerras que lutou, pessoas que matou e locais que visitou.
Panfletos, livros e pinturas foram feitos e distribuídos por toda a Europa retratando a crueldade de Vlad o Empalador. Tão popular eram as histórias e registros sobre ele, que Vlad se tornou o governante da Valáquia mais bem retratado da história.
E mesmo depois de passados mais de 400 anos da sua morte, Vlad iria inspirar um escritor irlandês chamado Bram Stoker no seu romance “Drácula'', de 1897, em que o autor somaria as características dos contos vampíricos dos balcãs à figura do príncipe valáquia 🧛♂️
Mas como dizem, a realidade é mais estranha que a ficção e o monarca da Valáquia é muito mais intrigante do que o Drácula de Stoker.
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11/25/2022 • 3 hours, 34 minutes
Drácula na Transilvânia #91
O Drácula realmente existiu, mas não era um vampiro: Vlad III foi príncipe da Valáquia, atual Romênia, no meio do século 15 🦇
Conhecido por sua crueldade, o monarca era temido até mesmo alguns dos governantes mais poderosos da época, como o sultão otomano Maomé 2.
Para muitos, o maior legado de Vlad III Drácula foi uma pilha de centenas de milhares de cadáveres, condenados à morte pelo empalamento.
Entretanto, para outros, o monarca foi um dos que mais trouxe estabilidade para a região, em uma época em que os balcãs eram assolados por guerras religiosas e políticas.
Vlad III Drácula assumiria o trono da Valáquia ao menos três vezes, capturado e mantido como prisioneiro pelo menos duas vezes durante sua vida.
Seus descendentes governariam a Valáquia mais de 200 anos após sua morte, tornando a Transilvânia e a Romênia lar de histórias sanguinárias 🩸
Nos séculos seguintes, o Drácula se tornou um indivíduo fascinante digno de poemas inteiros, lendas, e peças de arte.
Em 1897, o escritor Bram Stoker escreveu um romance sobre seres sobrenaturais na Inglaterra vitoriana, mas cujo principal antagonista levava o nome de um personagem histórico que já tinha morrido há mais de 400 anos.
No romance, o Drácula de Bram Stoker seduzia jovens mulheres britânicas e se portava como um aristocrata elegante.
No entanto, esse personagem carecia de característica e crueldade se comparado com o verdadeiro Vlad III Drácula que viveu no século 15.
Até hoje, Vlad é considerado um herói pelo povo romeno devido à sua resistência contra os otomano 👀
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11/11/2022 • 3 hours, 46 seconds
A Rainha Celta: Boudica #90
No século I, a guerreira celta Boudica liderou uma das maiores rebeliões contra os romanos na Grã-Bretanha.
Nascida no leste da Inglaterra, atual cidade de Norfolk, a rainha Boudica do povo Iceni mobilizou mais de 230 mil rebeldes bretões-celtas em dezenas de campanhas militares.
Devido aos pesados tributos e rigidez a que os bretões eram submetidos, a ocupação romana da Grã-Bretanha deixava os nativos cada vez mais descontentes.
Movida por um sentimento de rebelião combinado com vingança por ter sido humilhada pelos romanos, a guerreira Boudica incendiou as 3 cidades romanas mais importantes da Inglaterra: a atual Londres, Colchester e Saint Albans.
Ao longo dos anos, diversos governadores romanos foram enviados para suprimir a revolta de Boudica, até uma batalha decisiva que ocorreu no atual País de Gales no ano 61.
Após sua morte, sua bibliografia foi escrita por historiadores romanos com uma clara perspectiva pró-Roma, diminuindo alguns de seus feitos.
Assim, a guerreira foi vista por historiadores ingleses por muitos séculos como uma "líder selvagem" dos bretões celtas.
Apenas no meio do século 19 sua história foi resgatada sob uma nova perspectiva, enquanto a Inglaterra era governada por uma mulher, a Rainha Vitória.
Até hoje, Boudica é uma figura controversa, caracterizada principalmente pela sua resistência contra os romanos e também por sua suposta crueldade, responsável por varrer cidades inglesas inteiras.
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10/28/2022 • 2 hours, 52 minutes, 55 seconds
Os Bretões e Júlio César #89
Júlio César foi um dos responsáveis por expandir a as fronteiras da República Romana, o que envolveu praticar um verdadeiro genocídio contra muitos povos nativos da Europa Ocidental.
Os bretões, na Grã-Bretanha, foram um desses povos.
Anexando vários territórios da Europa Ocidental à Roma, os romanos buscavam substituir a cultura de qualquer povo estrangeiro à sua cultura.
Entretanto, César encontrou inimigos fortíssimos, muitos dos quais não conseguiu vencer.
Na Alemanha, os romanos foram derrotados pelo Germanos, nunca conseguindo colocar bases militares além do Rio Reno.
Já na Gália, atual França, César ordenou o massacre dos gauleses, em um dos primeiros genocídios registrados de forma escrita na Europa Ocidental.
Outros milhares de gauleses foram vendidos como escravizados por todo o Império Romano, tornando César imensamente rico.
Já na Grã-Bretanha, várias campanhas militares e acordos diplomáticos com os bretões foram necessários para que a ilha fosse ocupada por Roma.
Mobilizados, alguns bretões resistiram por séculos contra romanos, liderando movimentos de resistência de escalas gigantescas.
Entretanto, a história dos bretões remonta muito antes de seu embate contra Roma.
Desde o Neolítico, os bretões construíram templos, como Stonehenge, construíram cidades fortificadas, como Old Sarum e até criaram cumes e montes artificiais, como Salisbury.
Nessa edição, vamos conhecer as cidades e crenças dos bretões, até as suas lutas nas falésias britânicas contra as tropas de César.
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10/14/2022 • 2 hours, 36 minutes, 40 seconds
Thomas Edison V.s Hollywood #88
No início do século 20, a cidade de HollywoodLand no estado da Califórnia era uma simples vila rural, cujos habitantes viviam da produção de frutas cítricas 🍊
Entretanto, aqueles agricultores jamais imaginariam que, em pouco tempo, a paisagem da cidade mudaria drasticamente: as chácaras, os campos e as estradas de terra dariam espaço a enormes galpões e ruas asfaltadas para a produção de filmes.
Hollywoodland se tornaria o polo da indústria cinematográfica, não apenas dos Estados Unidos, mas do mundo.
A indústria apenas surgiu na Califórnia pois do outro lado do país, na costa leste, um rico monopolizava a área cinematográfica: Thomas Edison.
O inventor, que normalmente é creditado como um visionário, na verdade tinha a seu dispor uma equipe de milhares de pessoas que produziam as suas tecnologias, nas quais ele recebia crédito.
Essa é uma visão curiosamente oposta que muitas pessoas têm de Thomas Edison 🤔
O que é inegável, é que o Edison mudou a história do mundo. Mas não da forma bonita como muita gente pensa.
Nesta edição, além das batalhas judiciais entre Edison e Hollywood, vamos descobrir como o cinema foi do preto e branco para o colorido, assim como quais foram os primeiros filmes a serem feitos no Brasil e quais foram as principais barreiras tecnológicas que a área teve que superar.
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9/30/2022 • 4 hours, 41 minutes, 59 seconds
A Invenção do Cinema #87
Quando o primeiro filme do mundo foi feito em 1888, ainda existia escravidão no Brasil.
Foram necessárias várias décadas de processos químicos, espionagem industrial e até mesmo corridas de cavalos (sim) para que essa filmagem fosse feita.
Porém, não havia um consenso entre os inventores cinematográficos em como exibir seus filmes publicamente.
Inventores como Thomas Edison, exibia-os dentro de pequenas caixas de madeira com um visor individual, que rodava um filme de 50 segundos ao inserir uma moeda. Esse era o Cinetoscópio.
Já os franceses Irmãos Lumières, através de um projetor, projetavam seus filmes em telas de teatro, realizando a primeira sessão de cinema fotográfico em 1895, em Paris.
Seriam então, os Lumiére, os pais do cinema? 🤔
Não exatamente, pois antes de Thomas Edison e dos Irmãos Lumiére, outro francês já havia inventado uma câmera que filmava a 12 frames por segundo: Louis Le Prince.
🚨 Porém, a sua história acabou em tragédia, provavelmente em crime 🚨
Enquanto era processado por Thomas Edison, no dia que registraria a patente da sua câmera fotográfica, Le Prince sumiu em uma estação de trem e nunca mais foi visto 👀
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9/16/2022 • 3 hours, 36 minutes, 23 seconds
A Corrida Pela Fotografia #86
No século 19, inventores na França, Inglaterra e Brasil disputavam pelo posto de bater a 1º fotografia do mundo 📸
A primeira fotografia foi batida pelo francês Joseph Niépce, que em 1826 registrou uma paisagem da janela da sua casa.
Entretanto, a primeira pessoa a utilizar o verbo "fotografar" foi um morador de Campinas, São Paulo: foi francês Hercule Florence, em 1833.
De 1826 a 1829, Hercule integrou a Expedição Langsdorff, que percorreu os atuais Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas e Pará, de barco, a cavalo e a pé 🌎
Como tarefa, Hercule realiza uma série de desenhos e pinturas aquarelas, nos quais retrata a fauna, a flora, a paisagem e a população dos locais visitados.
Buscando ter mais agilidade e fidelidade em seus registros, desde a década de 1830, o desenhista Hercule estudava técnicas da fixação de imagens através do uso da luz.
Embora bem sucedido em alguns dos seus experimentos, nenhum deles envolvendo a fotografia sobreviveram até os dias de hoje.
Suas correspondências à Academia Científica na Europa, foram todas ignoradas 😩
Mesmo sem financiamento e sem incentivo à tecnologia no Brasil, Hercule registrava imagens com o uso da luz 6 anos antes da existência do Daguerreótipo na França.
Com o surgimento do Daguerreótipo na França, a tecnologia da fotografia espalhou-se ao mundo em uma velocidade incrível, chegando ao Brasil em 1840.👉👉 A fotografia mais antiga do Brasil foi batida em 17 de janeiro de 1840, pelo francês Louis Compte Retrata o Largo do Paço do Rio de Janeiro, atual Praça XV.
Ainda em janeiro de 1840, o francês Compte apresentou a tecnologia do daguerreótipo para um jovem de 14 anos: Dom Pedro IIDom Pedro II foi o primeiro brasileiro a bater uma fotografia do Brasil (pois Hercule Florence e Louis Compte eram franceses).
Ao longo do 2º Reinado, o imperador trouxe a tecnologia fotográfica para o Brasil, facilitando o trabalho de futuros fotógrafos e estúdios fotográficos no Brasil 🎞️
Ao longo dos próximos anos, diversos fotógrafos cariocas registrariam em detalhes o Rio de Janeiro e a sociedade brasileira, como Marc Ferrez e Augusto Malta.O Brasil também tornou-se um ponto turístico e fotográfico para muitos europeus que aqui vinham aqui registrar uma civilização "nos trópicos" e uma sociedade marcada pela escravidão e grandes latifúndios.
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9/2/2022 • 3 hours, 27 minutes, 9 seconds
O Dourado Império de Mali #85
Mansa Musa, o rei do Mali que viveu no século 14 é considerado a pessoa mais rica que já existiu, mesmo quando comparado aos bilionários do século 21 💰
Sua fortuna era de $508 bilhões de dólares.
Como comparação, isso representa 1/3 do valor do PIB do Brasil em 2020, que foi 1,445 trilhões de dólares.
Além de sua riqueza descomunal, o Mansa também era dono de um vasto império na África Ocidental 🌍
O Império de Mali era um centro comercial, minerador e de educação, referência para muitos comerciantes e professores de toda África e Eurásia.
O reino possuía universidades islâmicas - as Madrasas - sendo a mais famosa a Universidade de Sankoré, fundada no século 10 na cidade de Timbuktu 📚
Um dos motivos que catalisou a fama do Mansa Musa e do seu império foi a peregrinação que o rei fez a Meca no ano de 1324 - uma viagem de mais de 12 mil quilômetros.
Acompanhado por uma caravana de milhares de soldados, comerciantes, escravizados e intelectuais, o Mansa se fez visível em todas as cidades em que passou.
Em Cairo, o rei distribuiu tanto ouro para comerciantes, que acabou por desvalorizar o preço do metal na cidade, causando uma verdadeira inflação.
Cairo demoraria ainda 12 anos para se recuperar dessa inflação, tornando o Mansa uma figura quase lendária no Egito 🇪🇬
Essa é a história do Império de Mali e de Mansa Musa, cujo legado ecoa em muitos lugares do mundo árabe, mesmo depois de passados mais de 700 anos.
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8/19/2022 • 3 hours, 10 minutes, 33 seconds
Em Nome do Imperador: O Fim da Shindo Renmei #84
De 1946 - 1947, a organização Shindo Renmei foi responsável por dezenas de homicídios, atentados à bomba e vinculação de propagandas políticas falsas no Brasil.
Fundada por imigrantes japoneses em São Paulo, a instituição negava que o Japão tinha perdido a 2º Guerra Mundial, buscando restaurar o espírito samurai nipônico 🇯🇵
Para a Shindo, o Japão, uma terra divina, protegida pelos deuses, sendo seu próprio imperador um descendente dos deuses, jamais poderia perder uma guerra.
No interior de São Paulo, uma verdadeira perseguição acontecia entre os policiais do DOPS e os imigrantes japoneses.
Ao todo, a polícia paulista deteve, identificou e fichou 31.380 imigrantes japoneses suspeitos de ligações com a seita.
Milhares de japoneses, sem provas, eram torturados nos porões do DOPS ou mandados para o presídio da ilha Anchieta, a menos de 1km de distância de Ubatuba, onde o isolamento era quase absoluto.
Em cidades como Osvaldo Cruz e Tupã, linchamento de japoneses por brasileiros eram frequentes, colocando os municípios em estado de sítio.
Em 1947, o presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra foi aconselhado a barrar completamente a imigração japonesa do Brasil ou a criar campos de "contenção" dos mesmos.
Até hoje, as lembranças dos crimes da Shindo e da violência dos brasileiros com os japoneses vivem entre muitas famílias do interior de São Paulo.
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8/5/2022 • 3 hours, 14 minutes, 38 seconds
A Máfia Japonesa no Brasil: Shindo Renmei #83
Fundada por imigrantes japoneses em São Paulo, a organização Shindo Remnei acreditava que o Japão tinha VENCIDO a 2º Guerra Mundial, silenciando quem pensasse o contrário 🇯🇵
Durante 13 meses, a sociedade executou 23 japoneses “derrotistas” e feriu outros 147.
Nas cidades de Tupã, Bastos, Marília, Presidente Prudente, Osvaldo Cruz e na própria capital São Paulo, os bairros japoneses foram palco de chacinas da organização.
Ao todo, a polícia paulista deteve, identificou e fichou 31.380 imigrantes japoneses suspeitos de ligações com a instituição 👀
A Shindo tinha uma vasta rede de financiamento e propaganda, espalhando notícias falsas via rádio, revistas e jornais.
De acordo com a Shindo, o Japão havia ocupado o oeste dos Estados Unidos; Winston Churchill estava foragido; todo o sudeste asiático pertencia ao Japão; o imperador Hirohito detinha a mais poderosa bomba atômica 🤔
Financiada através de sócios contribuintes de todo o Brasil, a sociedade também aplicava golpes financeiros, como a venda de ienes e condecorações de guerra falsas.
Para a maioria dos japoneses que viviam em terras brasileiras na década de 1940, o Japão era uma nação divina e o imperador personificava essa divinização.
De acordo com eles, o Japão tinha sido criado por dois irmãos, o deus Izanagi e a deusa Izanami.
Seu primeiro monarca era descendente de Amaterasu Omikami, a deusa do Sol, cujos poderes governavam todas as coisas.
Assim, o Japão, perder uma guerra carecia de lógica, pois isso, de acordo com a crença japonesa, isso nunca tinha ocorrido na história.
Mesmo se Japão estivesse perto de perder uma guerra, seria mais provável que os 100 milhões de súditos do imperador (os japoneses ao redor do globo) matarem-se através do Seppuku do que aceitar a derrota.
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7/22/2022 • 2 hours, 7 minutes, 53 seconds
Janízaros: A Elite Otomana #82
O Império Otomano foi um dos impérios mais poderosos do mundo, existindo por 6 séculos: de 1299 até 1922 🇹🇷
Seus guerreiros mais formidáveis e temidos por toda a Europa eram os janízaros: a infantaria de elite do sultão.
Quem eram eles? 👇
Ainda crianças, os janízaros eram raptados pelos otomanos das suas cidades originais dos balcãs, convertidos à força do cristianismo ao islamismo, tornando-se parte da família do sultão.
Enviados para as maiores cidades do Império Otomano, os meninos passavam por um sistema de ensino e treinamento que durava muitos anos até se tornarem janízaros.
Após se formarem, os homens podiam trabalhar nas mais diversas tarefas dentro do Corpo de Janízaros: como guerreiros, policiais, bombeiros, músicos e cozinheiros.
Mantido em estrita disciplina, os janízaros não podiam casar, ter filhos ou serem donos de negócios.
Entretanto, todas essas regras mudariam nos séculos seguintes.
Os janízaros se mobilizaram a ponto de conseguir direitos políticos, indicar conhecidos para a Corte Imperial Otomana, podendo elevar sultões ao poder ou os destronar.
Os sultões, a partir de determinado momento, se tornaram sujeitos de seus próprios escravizados.
Após tentar reformar o Corpo de Janízaros, os sultões Osman II e Selim III foram mortos pelos janízaros, assim como diversos vizires.
Depois de muitas rebeliões e governos paralelos instituídos pelos janízaros, o Corpo de Janízaros foi finalmente extinguido em 1826 pelo sultão Mahmud II
Este episódio, não é apenas sobre os Janízaros: é um grande recorte sobre a cultura, política e cotidiano do Império Otomano nos séculos 16 e 17 🌙
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7/1/2022 • 3 hours, 38 minutes, 21 seconds
Cubatão: O Vale da Morte #81
Em 1980, a cidade de Cubatão, na região metropolitana de São Paulo, foi considerado o município mais poluído do mundo e apelidado de Vale da Morte.
Por que Cubatão era tão poluído? Cerca de 27 indústrias químicas estavam instaladas na cidade, emitindo gases tóxicos, comprometendo a saúde dos seus 80 mil moradores.
Essa poluição era grave principalmente na Vila Socó: um bairro de palafitas construído sob um mangue em Cubatão.
Os moradores da Vila Socó tinham o maior índice de doenças respiratórias do Brasil. Cerca de 12 em cada 10 mil bebês nasciam sem cérebro, um número 3x maior que a média nacional.
Em 1980, Cubatão tinha um orçamento de 25 bilhões de cruzeiros, o que hoje são mais de 9 milhões de reais. Porém, a cidade não tinha um único m² de rede de esgotos.
Pela proximidade com Santos, o maior porto da América Latina, Cubatão se tornou uma grande área industrial. Entretanto, não era o melhor local pra isso 👇
A região fica em um vale, cercada pela Serra do Mar. Assim, os gases nocivos se acumulavam no local, dificultando a circulação de ar, criando um efeito "bolsão."
Várias denúncias eram feitas sobre a insalubridade da cidade, mas todas eram barradas pelo governo militar: desde 1964, Cubatão era considerada uma zona de interesse militar pelos seu potencial elétrico, industrial e hídrico.
Ou seja, jornalistas e pesquisadores que investigassem a poluição de Cubatão podiam ser processados ou presos por espionagem.
Somado a isso, uma das maiores preocupações dos moradores da Vila Socó era um oleoduto da Petrobrás que cruzava a principal rua da cidade: entre 1971 e 1975, o oleoduto teve 1 vazamento a cada 10 dias.
Cercada por diversas casas, de 1977 até 1984, o oleoduto já havia se rompido 19 vezes.
Legalmente, o equipamento não poderia estar ali: a Petrobrás deveria enterra-lo ou realocar todos os moradores próximos. Porém, nada foi feito por décadas.
Em fevereiro de 1984 o oleoduto não suportou a pressão e vazou 700 mil litros de gasolina na Vila Socó.
Como muitas casas não possuíam energia elétrica e sim lâmpadas à gás, um incêndio começou, se espalhando rapidamente pelo mangue.
Em questão de minutos, a Vila Socó foi consumida pelas chamas, matando mais de 500 pessoas.
Apenas após o incêndio, a Vila Socó recebeu infraestrutura: o mangue começou a ser aterrado e residências de alvenaria foram construídas para substituir as de madeira.
Os sobreviventes que perderam familiares receberam até 8 mil reais, enquanto aqueles que perderam suas moradias receberam até 4 mil reais.
Porém, só 8 famílias tiveram a perda de seus familiares indenizados e só 28 casas foram construídas para as 3 mil que ficaram desabrigadas.
Em 1985, os moradores remanescentes foram transferidos mais tarde para um bairro planejado, que recebeu o nome de Vila São José.
Até hoje, nenhuma autoridade de Cubatão ou da Petrobrás foram penalizadas de alguma forma.
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6/17/2022 • 3 hours, 25 minutes, 3 seconds
O Holocausto Brasileiro #80
Durante 9 décadas, do início do século 20 até a década de 1990, o Hospital de Barbacena em Minas Gerais foi responsável pela tortura e morte de mais de 60 mil brasileiros.
Abandonados por suas famílias, homens, mulheres, crianças e idosos eram enviados à força para o hospital.
Os internados no Barbacena não eram doentes mentais. Eram epiléticos, autistas, bipolares, moradores em situação de rua, homoafetivos, pessoas com sífilis, inimigos da elite local, crianças sem pais, prostitutas ou alcoólatras.
Entretanto, nenhum dos pacientes recebeu a devida atenção para lidar com seus problemas: durante boa parte do século 20, os manicômios no Brasil operaram de uma forma abusiva física e psicológica.
Os pacientes viviam em cubículos, sem alimento, sem saneamento, frequentemente submetidos a sessões de eletrochoques, espancamentos e tomando medicamentos hipnotizantes.
O Hospital ainda esteve envolvido em trabalho escravizado, tráfico e venda de órgãos.
Apenas no início da década de 1980, com o afrouxamento da Ditadura no Brasil em relação a mídia, várias fotos e reportagens foram feitas em manicômios em todo o país.
Isso atraiu atenção de profissionais de psicologia e psiquiatria de todo Brasil, revelando a urgência de uma luta antimanicomial, principalmente em Barbacena.
Hoje, muitos pacientes que sobreviveram ao Hospital Colônia de Barbacena relembram as décadas de tormento que passaram.
Entretanto, a luta antimanicomial permanece: muitos hospitais psiquiátricos por todo Brasil já foram denunciados por tortura física e psicológica, resquícios da metodologia higienista do século passado.
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6/3/2022 • 3 hours, 33 minutes, 57 seconds
Entre os Tupinambás: Hans Staden #79
Após permanecer 9 meses como prisioneiro dos tupinambás em Ubatuba, o alemão Hans Staden ganhou confiança o suficiente dos chefes indígenas para não ser devorado.
Participando de guerras, caças e rituais, Staden escreveu um dos relatos mais detalhados de como era o Brasil no meio do século 16: seus povos, fortes, guerras por terra e por mar 🌳
Em 1554, Staden presenciou os primeiros conflitos da Confederação dos Tamoios, uma longa guerra entre povos tupi e portugueses.
No mesmo ano, conseguiu firmar um acordo com os tupinambás e retornar à Europa, onde escreveu seu detalhado relato sobre os 5 anos que permaneceu nas selvas da colônia.
O Livro “Duas Viagens ao Brasil” tornou-se um sucesso de vendas na Europa, principalmente devido às suas xilogravuras (ilustrações) dos tupinambá 📖
Entretanto, em rápido tempo caiu no esquecimento. Ironicamente, só ganharia uma tradução em português acessível na década de 1930.
Mesmo tão rico historicamente e narrativamente, o livro é pouco conhecido, até mesmo entre os próprios brasileiros.Qual o motivo disso? É o que abordaremos nesta edição 🤔
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5/20/2022 • 2 hours, 4 minutes, 3 seconds
Hans Staden: Perdido no Brasil Colonial #78
No meio do século 16, o mercenário e arcabuzeiro alemão Hans Staden aportou 2x nas costas do recém-fundado Brasil.
A primeira, em 1549, passando por Pernambuco e pela Paraíba, e a segunda, em 1550, passando pelo atual Rio de Janeiro, São Paulo e a ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis.
Staden se encontrou com grandes figuras do Brasil Colonial, como São Tomé de Souza, governador geral do Brasil e fundador de Salvador, assim como Duarte Coelho, fundador de Olinda e dono da capitania de Pernambuco.
Em 1554, Staden foi trabalhar em Bertioga, onde foi prisioneiro dos indígenas tupinambá por 9 meses, levado para a aldeia de Ubatuba, atual São Paulo.
Lá, conheceu importantes chefes indígenas, como o chefe Cunhambebe, responsável por formar a Confederação dos Tamoios, que uniu diversos povos tupi aos franceses para combater os portugueses.
Com 25 anos na época, Staden viveu para contar o que viu: a densa mata tropical, ilhotas, cachoeiras, praias, rios, mangues os engenhos portugueses, os navios franceses, assim como a prática antropofágica de alguns povos tupi.
De volta na Alemanha, publicou em 1557 o Livro “Duas Viagens ao Brasil” acompanhado de xilogravuras (ilustrações) baseados nos seus 5 anos de viagem.
O livro, tornou-se um sucesso de vendas na Europa, principalmente devido às suas ilustrações dos povos tupi.
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5/6/2022 • 1 hour, 49 minutes, 39 seconds
Experimentos e Expedições Nazistas no Brasil #77
O Partido Nazista realizou uma série de expedições e experimentos no Brasil na década de 30 👇
Nesta edição, comentamos 3 experimentos e expedições nazistas que ocorreram em solo brasileiro:
A Expedição do Jari na Amazônia, a Fazenda de Monte Alegre em São Paulo e os Experimentos eugenistas em Espírito Santo
Na Amazônia, de 1935 - 1937, os nazistas percorreram o Amapá ao longo do Rio Jari.
Essa expedição tinha propósitos cartográficos, científicos e propagandísticos para o 3º Reich.
Os alemães foram anunciados como os "primeiros homens brancos do norte da Amazônia" fotografando e filmando o cotidiano dos indígenas Aparaí que "não tinham contato com a civilização moderna" (todos os pontos eram falsos)
Os materiais audiovisuais foram mais tarde exibidos na Alemanha, reforçando o estereótipo “colonial” e “subdesenvolvido” que o Brasil possuía em relação à Europa.
Um alemão da comitiva, Otto Schulz-Kampfhenkel, chegou a elaborar um plano de invasão e colonização da Amazônia pelo norte do Brasil, apresentado aos comandantes do Terceiro Reich.
Se o seu projeto, chamado de Projeto Guiana, tivesse sido aceito, o Amapá seria, futuramente, invadido por soldados de 3º Reich.
Um dos membros da expedição, Joseph Greiner, faleceu no Amapá, ganhando uma sepultura em formato de cruz com uma suástica, que existe até hoje próximo à cachoeira de Santo Antônio.
No segundo caso dessa edição, abordamos o episódio da Fazenda de Campina Monte Alegre, em São Paulo.
Na cidade de Campina do Monte Alegre, interior de São Paulo, próxima a Uberaba, havia uma fazenda gerida por integralistas com tendências nazistas.
Seus proprietários, eram ligados à elite industrial, política e urbanística do Rio de Janeiro, os Rocha Miranda.
Além de ser uma sede de encontro integralista, alguns tijolos do local possuíam a suástica nazista, assim como o gado da propriedade.
Ao longo de 1930, mais de 50 crianças pardas e pretas foram raptadas de orfanatos no Rio de Janeiro, mandados para trabalhar nas fazendas Cruzeiro do Sul e Santa Albertina, propriedade dos Rocha Miranda.
Os meninos não podiam deixar a fazenda, sendo libertos apenas quando o Brasil entrou em guerra com o Eixo e proibiu o integralismo e o nazismo.
Por fim, na terceira história abordamos os experimentos feitos pelo 3º Reich em 1937 no Espírito Santo.
O Instituto Tropical de Hamburgo encomendou uma pesquisa para descobrir se os imigrantes germânicos no Brasil poderiam comprometer a "raça ariana" por fatores climáticos.
O experimento avaliava a cor dos cabelos, da pele, media tamanho do crânio, largura da mandíbula e do nariz.
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4/22/2022 • 2 hours, 23 minutes, 28 seconds
Pompeia e Herculano: Na Sombra de um Vulcão #76
Herculano e Pompeia são as cidades mais bem preservadas da Roma Antiga.
No ano 79 dC, uma grande erupção do monte Vesúvio atingiu ambas as cidades, liberando um poder explosivo 100 mil vezes maior que a bomba atômica de Hiroshima de 1945.
Milhões de toneladas de lava, pedra-pomes e cinzas foram lançadas ao céu. Eles formaram uma grande coluna de 20 quilômetros de altura que caíram sob ambas as cidades.
Enquanto os habitantes de Pompéia morreram soterrados por cinzas vulcânicas, os habitantes de Herculano morreram devido a uma onda de calor intensa de 300 - 500 graus.
A camada de cinzas que cobriram as cidade transformou-se em tufo, uma rocha vulcânica de baixa densidade, que conservou diversos objetos como casas, móveis, jarros, panos e até mesmo alimentos, como pães carbonizados da Roma Antiga 🥖
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4/9/2022 • 3 hours, 50 minutes, 54 seconds
Nazismo Tropical #75
O Brasil foi o país com o maior número de integrantes do partido nazista fora da Alemanha na década de 1930.
Com 2.900 integrantes, estava presente em 17 dos 21 estados brasileiros da época.
Ele atuava em escolas, em clubes, em bancos, em escritórios, rádios, jornais e palestras, seja em áreas rurais ou urbanas.
O partido nazista do Brasil funcionou por 10 anos, de 1928 a 1938
Era parte de uma rede de filiais do Partido Nazista da Alemanha, distribuídas por 83 países e presente nos 5 continente ao redor no mundo.
No Sul e Sudeste, por ter uma maior taxa de colonização alemã, os nazistas eram mais numerosos, enquanto os estados do nordeste, centro-oeste e norte tinham grupos menores do partido, como o caso de Pernambuco, com 43 integrantes, 39 na Bahia e 27 no Pará.
Mas, o que fez o Brasil ter tantos nazistas?
O profundo racismo com outras etnias, a política anticomunista da época e as tendências fascistas do governo Vargas, são algumas dessas explicações.
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3/25/2022 • 3 hours, 25 minutes, 25 seconds
Nossos Vizinhos Cósmicos #74
Quais são os principais planetas vizinhos da Terra capazes de comportar vida? 🤔
Mesmo com centenas de candidatos, ainda assim não escutamos nenhum sinal de vida vindo do espaço.
O Paradoxo de Fermi, propõe que se a vida inteligente é tão rara no universo, nós podemos ser o 1º planeta a comporta-lo, ou possivelmente, vivemos em uma simulação.
Buscando responder a isso, a Escala de Kardashev propõe a existência de civilizações com até 5 graus de desenvolvimento tecnológico.
De acordo com a escala, isso colocaria a Terra em uma civilização tecnológica de 0.7.
Dessa forma, poderíamos estar "ignorando" civilizações com graus tecnológicos mais avançados, pois ainda não temos os equipamentos necessários para encontrá-los 🔎
Que tecnologias seriam essas e em que planetas poderiam estar escondidas?
É o que abordamos nesta edição 🎙️
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3/11/2022 • 3 hours, 35 minutes, 59 seconds
Procurando Vida Lá Fora #73
Existem cerca de 100 quintilhões de planetas habitáveis no universo 🪐
Caso houvesse apenas 1 planeta habitável por galáxia, ainda assim haveriam mais de 2 trilhões de planetas podendo abrigar a vida.
Mais de 4 mil planetas já foram identificados, entretanto, em nenhum deles foi encontrado qualquer indício de vida.
Qual seria o motivo desse grande silêncio?Estamos procurando pela vida de forma errada, ou será que somos os primeiros a chegar aqui? 🤔
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2/25/2022 • 2 hours, 45 minutes, 21 seconds
A Invasão dos Ouvintes #72
Esse é um episódio especial do Geopizza, comemorando o início de 2022 (ou quase isso) 🥳
Vamos entrevistar 6 apoiadores do Geo, de 3 estados do Brasil e de 3 países diferentes que vão falar das particularidades das suas cidades e estados.
O Geopizza só existe graças ao apoio de centenas de ouvintes, espalhados por todos os cantos do Brasil e do mundo 🌎
Da mesma forma que eles aprendem muito com o Geo, nós aprendemos muito com eles 😊
Nesta edição, falamos com os ouvintes de:
Nova Jersey, EUA (Lílian)
Lençóis Paulista, SP (Fernando)
Paris, França (Bruno)
Nova Friburgo, RJ (Edu)
Sydney, Australia (Rodrigo)
e Teresina, Piauí (Letícia)
Todos eles fazem parte do nosso lindo Geoburgo, nossa comunidade multicultural exclusiva pros apoiadores.
Na próxima quinzemana, a programação do Geo volta ao normal!
Depois da trilogia do Haiti, estávamos precisando de umas "férias" 😌
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2/11/2022 • 2 hours, 54 minutes, 32 seconds
A Revolução Haitiana #71
O Haiti foi o 2º país a se tornar independente do continente americano 🇭🇹
Esse é o último episódio da trilogia da independência do Haiti..
A Revolução Haitiana é considerada a rebelião escravista mais bem sucedida da história, entretanto, a luta de independência deixou fortes cicatrizes no país que duram até hoje.
No ano de 1801, o Haiti era um dos maiores destinos comerciais e culturais do Caribe.
Governado por Toussaint L'Ouverture, era um espaço de convivência entre brancos, pardos e pretos.
Entretanto, Napoleão Bonaparte, Primeiro Cônsul da França, pretendia reestabelecer a escravidão no Haiti e em outras colônias francesas.
Em 1801, Napoleão mandou uma das maiores armadas da França ao Haiti - com 20 mil soldados - para prender Toussaint e reestabelecer a escravidão.
O plano de Napoleão não funcionaria como esperado. Ao longo de 2 anos, somado às doenças tropicais, cerca de 87% dos franceses mandados por Napoleão faleceram.
Durante o conflito, o general haitiano Jean Jacques Dessalines tornou-se a maior figura pró-independência do Haiti, responsável por ordenar a primeira bandeira e constituição do país.
Em 1804, Dessalines foi coroado o imperador do Haiti, Jacques I
Entretanto, sua política foi menos conciliadora, menos popular e bem mais autoritária que de Toussaint, gerando problemas para todos os haitianos 😬
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1/28/2022 • 3 hours, 34 minutes, 17 seconds
O Jacobino Negro: Toussaint L'Ouverture #70
Toussaint L'Ouverture, escravizado até os 30 anos de idade, foi líder de uma rebelião abolicionista e governador no Haiti.
Novo podcast no ar!
Durante metade da sua vida, Toussaint foi um escravizado doméstico com grande afinidade com seu mestre.
Assim, teve mais tempo e recursos para investir na sua educação.
Em 1776, foi libertado pelo seu mestre e em 1791, aderiu à uma rebelião abolicionista contra o governo colonial francês no Haiti.
Em pouco tempo, tornou-se comandante de mais de 80 mil rebeldes.
Toussaint queria que o Haiti fosse um lar de convivência entre pretos, brancos e pardos.
Entretanto, outros generais haitianos, como Jean Jacques Dessalines, viam isso como uma ingenuidade.
Para muitos haitianos, os brancos deveriam ser eliminados completamente da ilha.
A todo custo, Toussaint tentava conciliar às classes, lutando pela abolição da escravidão e pacificação da população.
Ao longo de 10 anos liderando o movimento, Toussaint coordenou um exército rebelde, aliou-se aos espanhóis, aos franceses, lutou contra os britânicos e contra seus rivais haitianos.
Nessa pauta, cobrimos cerca de 8 anos da Revolução Haitiana - de 1791 a 1799 - um período repleto de invasões estrangeiras e guerras civis entre os generais haitianos.
Vários problemas políticos e ambientais que o Haiti enfrenta hoje em dia, já estavam presentes no século 18.
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1/14/2022 • 3 hours, 6 minutes, 12 seconds
Haiti: A Colônia que Enriqueceu a França #69
O Haiti foi uma colônia francesa do século 17 ao 19, responsável por ⅔ de todo o comércio da França.
Nesse período, a colônia de São Domingos (nome antigo do Haiti) foi a colônia mais lucrativa da América e o maior mercado de venda e compra de escravizados do mundo.
São Domingos era o orgulho da França e a inveja das outras nações imperialistas.
Os produtos feitos com matéria prima haitianas eram vendidos na Europa em forma de conhaque, vinho e perfumes.
Isso fomentou a indústria de cidades francesas como Lyon, Marselha e Bordeaux.
Em 1789, o Haiti era um dos maiores portos da América, recebendo por dia uma média de 1.587 navios, número superior ao de Marselha, na França.
Diariamente, isso empregava mais de 24 mil marinheiros e mais de 750 grandes embarcações francesas
Em 1789, os mercadores da cidade francesa de Nantes, sozinhos, tinham 50 milhões de toneladas de produtos investidos no Caribe.
De cada 25 franceses, um era empregado devido à colonização do Haiti.
Toda essa lucratividade vinha do trabalho de meio milhão de escravizados, dos quais ⅔ eram africanos.
Os brancos eram só 32 mil que comandavam mais de 500 mil escravizados de toda ilha.
Cerca de 85% da população da ilha era composta de escravizados.
Em agosto de 1791, 2 anos após o início da Revolução Francesa, os escravizados no Haiti se revoltaram em uma luta de independência, uma revolução, que durou 12 anos.
A Revolução Haitiana é considerada a rebelião escravista mais bem sucedida da história, mas o conflito tomou rumos inesperados para todos os lados envolvidos.
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12/31/2021 • 2 hours, 55 minutes, 23 seconds
Sambaquis: O Litoral Pré-Colonial #68
Sambaquis são grandes montanhas de ossos de peixes e conchas, feitas por nativos brasileiros 🐚
Erguidos ao longo de milênios, sambaqui significa "amontoado de conchas" em tupi.
Em alguns desses montes, foram encontrados anzóis, flechas, arpões, quebra-cocos, facas e machados de povos pré-colombianos 🏹
Os sambaquis tiveram diversas finalidades ao longo dos milênios, principalmente servindo como um espaço sagrado para sepultamentos.
Isso explica a grande quantidade de utensílios, restos humanos e animais presentes nos sambaquis.
Graças a eles, é possível entender os hábitos e cultura dos povos que aqui viviam.
Os sambaquis deixaram de ser habitados possivelmente em torno do ano 1000, quando os tupi espalharam-se pelo litoral brasileiro.
A diferença de hábitos culturais e alimentares encontrados nos montes, indica que foram construídos por uma sociedade distinta dos tupi.
Quando os europeus desembarcaram no Brasil, em pouco tempo perceberam que as estruturas eram obras de nativos.
No século 16, muitas conchas foram moídas e utilizadas como cal na construção de engenhos de açúcar e edifícios.
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12/17/2021 • 1 hour, 47 minutes, 39 seconds
O Reino de Zimbábue #67
O Reino de Zimbábue foi um dos maiores reinos do sul da África! 🌍
Emergindo entre os séculos 13 - 15, tinha uma população de até 20 mil pessoas.Graças ao comércio de ouro e marfim, os produtos do Zimbábue eram transportados através do Oceano Índico até Pequim e Veneza.
O Grande Zimbábue era controlado por um rei e uma corte aristocrática, morando em casas de pedra em cima de uma colina.
As casas de pedra acabaram por nomear o atual país: “Zimbábue” na língua xona, significa "casa das pedras" 🪨
Na base da colina, morava a população, que vivia do trabalho com a mineração, gado e marfim.
O reino do Zimbábue possuía mais de 150 estados tributários, com chefes locais que controlavam o acesso aos recursos.
A sociedade era normalmente comandada por homens, representantes de famílias reais.
Em torno do ano de 1450, outros reinos no sul africano tornaram-se mais ricos que o de Zimbábue, como o Reino de Monomotapa.
Somado com a erosão do solo, o Grande Zimbábue foi gradualmente abandonado.
Os reinos do sul da África permaneceram famosos entre comerciantes de toda a Eurásia, porém, com a chegada portuguesa na região, tudo mudaria.
Muitas cidades do leste e sul africano foram queimadas e reduzidas às cinzas pelos portugueses.
Buscando evitar conflitos, muitos reinos africanos diminuíram em população e economia
No século 19, com a colonização da África, criou-se uma interpretação que o sul africano nunca tivesse comportado grandes cidades, reinos ou povoados.
Muitos artefatos construídos em ouro no século 15, foram derretidos e transformados em barras de ouro por arqueólogos e empresários europeus 😪
Apenas a partir de 1980, com a independência do Zimbábue, esse panorama tem mudado.
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12/3/2021 • 3 hours, 3 minutes, 33 seconds
As Cidades Antes do Tempo #66
Quais são as cidades mais antigas do mundo? 🤔
Por enquanto, elas estão na Turquia, datando de 10 mil aC 🔥
Enquanto mamutes andavam sobre a Terra e a agricultura não existia, vários centros populacionais foram fundados na Anatólia.
Erguidos entre o Paleolítico e o Neolítico, as cidades mais importantes da região eram Göbekli Tepe, Karahantepe, Kurt Tepesi e Çatalhöyük.
Em Çatalhöyük havia mais de 10 mil pessoas, que moravam em edifícios de 2 andares e praticavam rituais complexos.
Mais tarde, essa cultura influenciou outras civilizações no Crescente Fértil, como a Mesopotâmia 🔥
Foi no sul da Turquia que foram encontrados os mais antigos indícios de domesticação do trigo e de animais.
Essa cultura do sul da Anatólia, que construiu edifícios, templos e monólitos ainda não possui nenhum nome 👀
É possível que nos próximos anos, cada vez mais se estude as primeiras civilizações começando pela Turquia e não pelo Crescente Fértil.
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11/19/2021 • 3 hours, 27 minutes, 23 seconds
A Santa Viking: Olga de Kiev #65
Olga de Kiev foi uma das maiores rainhas do leste europeu, considerada a 1º governante da antiga Rússia, o reino de Kiev Russ.
Descendente de vikings, Olga era conhecida principalmente pela sua diplomacia e campanhas militares bem-sucedidas.
A rainha unificou vários povos eslavos sob um só reino durante o século 10, também introduzindo o cristianismo na região.
Temida por muitos povos do leste europeu, como os drevilianos, Olga foi responsável por destruir cidades inteiras, como Iskorosten, na atual Ucrânia.
O Reino de Kiev Russ, administrado por Olga, tornou-se um dos mais ricos do leste europeu, principalmente após firmar parcerias com o Império Bizantino.
Quase 6 séculos após a morte de Olga, a Igreja Ortodoxa Russa canonizou-a em uma Santa, por ter difundido a fé cristã na época medieval.
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11/5/2021 • 2 hours, 36 minutes, 29 seconds
Maceió Está Afundando #64
Mais de 67 mil pessoas foram evacuadas de 5 bairros diferentes de Maceió, pelo risco de desabamento de suas casas 👇
Desde 2010, o solo da região começou a apresentar rachaduras, algo intensificado em 2018.
As áreas mais críticas afundaram de 1,5m - 2m, uma média de 25 cm por ano. A previsão é que a região possa afundar mais 3 - 6m nas próximas décadas. Até 2022, podem aparecer crateras de 50 - 80m de diâmetro, mas não muito profundas.
Isso ocorreu por causa da extração de sal-gema pela petroquímica Braskem, em curso desde 1976.
A empresa possuía 35 minas subterrâneas de sal-gema em uma região geológica instável, em 5 bairros diferentes de Maceió, desativadas em 2019. O sal-gema é utilizado na cozinha e em processos industriais, para produzir PVC e soda cáustica.
A Braskem já concordou, na Justiça, em pagar mais de R$ 10 bilhões para indenização de moradores e comerciantes, além de realocação de escolas e hospitais.
Os bairros abandonados, tornaram-se focos de mosquitos, ratos e baratas. Geólogos e profissionais estimam que a situação possa se estabilizar apenas em torno de 10-20 anos.
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10/22/2021 • 2 hours, 34 minutes, 45 seconds
Fordlândia: O Tio Sam no Pará #63
Henry Ford foi dono de 2 cidades no Pará: Fordlândia e Belterra.
No início do século 20, a Ford Company construiu ruas, casas e fábricas na Amazônia.
O processo durou 2 décadas e custou quase meio bilhão de dólares.
Para fabricar pneus de borracha em seus carros, Henry Ford foi até o norte brasileiro.
Oferecendo um salário de até 5 dólares ao dia, muitos brasileiros, bolivianos, colombianos e venezuelanos foram trabalhar e morar em Fordlândia.
Ford acreditava que era possível implantar a mesma cultura de trabalho industrial de Michigan, seu estado natal dos EUA, no interior do Pará.
Porém, isso ignorava a cultura e rotina dos brasileiros.
Ao longo do tempo, várias desavenças surgiram entre os operários e os administradores de Fordlândia, levando a rebeliões e protestos.
A falta de infraestrutura de Fordlândia e as crescentes mortes dos operários por malária resultaram em grandes paralisações industriais.
Ford opunha-se a qualquer forma de organização trabalhista e sindical, desmantelando-os com a ajuda do exército brasileiro.
Belterra foi fundada como uma 2º tentativa de plantação e extração de seringueiras, porém, assim como Fordlândia, terminaria em fracasso financeiro.
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10/8/2021 • 2 hours, 50 minutes, 38 seconds
Manaus e Belém: As Metrópoles da Borracha #62
A elite brasileira tentou transformar Manaus e Belém em cidades tipicamente europeias a partir de 1860 - Parises na América - desprezando toda cultura indígena já ali estabelecida.
Em Manaus, embora o indígena fosse romantizado em óperas e pinturas, eram proibidos de andar com suas vestes tradicionais e de tomar banhos em rios.
Mesmo suprimindo a cultura local, os brancos apropriaram-se dos hábitos, alimentos e utensílios indígenas.
Com a riqueza do látex, Manaus tornou-se uma das maiores economias do Brasil no início mas essa riqueza era quase exclusiva aos barões da borracha.
Denúncias de escravidão em seringais tornaram-se tão numerosas em 1900 a ponto de consules britânicos viajarem ao Brasil para apurar os casos, levando a prisão de alguns latifundiários.
Enquanto teatros eram erguidos para a nobreza, bairros de trabalhadores formavam-se na beira de igarapés.
Com a queda do preço da borracha, uma crise política e econômica eclodiu no Norte.
Em Manaus, em 1910, a Marinha bombardeou a cidade em tentativa de depor o governador Antonio Bittencourt.
Em Belém, em 1912, o senador Lauro Sodré articulou um golpe contra o prefeito Antônio Lemos.
As vibrantes capitais da borracha, agora tinham seus prédios ecléticos crivados de bala e seus bulevares tomados pela vegetação amazônica.
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9/24/2021 • 2 hours, 23 minutes, 9 seconds
O Ouro Branco da Amazônia #61
No final do século 19, enquanto os barões da borracha mandavam lavar suas roupas na Europa, mais de 70% da população de Belém não tinha dinheiro para comprar um peixe no mercado.
De 1870 - 1910, a indústria da borracha foi tão lucrativa quanto a indústria do café, mas diferente do sudeste, era concentrada na mão de uma quantidade menor de indivíduos.
Fugindo da seca, quase meio milhão de nordestinos, principalmente cearenses e baianos, migraram ao Grão-Pará para trabalhar nos seringais.
Outros homens, embalados por mitos de pessoas que ficaram ricas após encontrar o "ouro branco na Amazônia" também migravam ao Norte do país.
Porém, a realidade era diferente: através do diário dos seringueiros, de estrangeiros, ou de intelectuais como Euclides da Cunha, a situação precária dos seringais da Amazônia foi amplamente registrada.
Endividados e doentes, muitos trabalhadores nunca retornaram às suas cidades de origem.
Os antigos seringueiros, antes acostumados com um trabalho de subsistência e descentralizado, viram suas liberdades e seus salários cada vez menores com a chegada do Ciclo da Borracha.
Enquanto isso, o controle de firmas aviadoras - os bancos de Belém e Manaus - só aumentava.
Ao longo do tempo, britânicos e franceses que antes consideravam a Amazônia um retrato da decadência civilizatória, agora procuravam investir pesadamente no Brasil.
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9/10/2021 • 1 hour, 52 minutes, 5 seconds
Quando o Racismo Parou Los Angeles #60
Uma sociedade desigual, implica em uma sociedade violenta.
Antes do assassinato de George Floyd em 2020, os distúrbios raciais de Los Angeles foram os maiores e mais destrutivos da história dos EUA.
Los Angeles tinha vários motivos para ser uma bomba-relógio racial:
Em 1910, cerca de 80% dos bairros da cidade tinham leis que proibiam a integração residencial de afro-americanos e brancos.
Na década de 1940, a situação piorou: 95% das moradias em Los Angeles estavam proibidas para certas minorias.
Diversas imobiliárias, proprietários e construtoras adotavam uma prática de segregação residencial conhecida como “redlining”:
Através de uma linha vermelha, era delimitado onde imigrantes e afro-americanos deveriam morar, caso contrário, isso causaria a desvalorização do aluguel de bairros brancos.
Somado a isso, a polícia de Los Angeles foi uma das primeiras polícias militares do mundo.
O ex-veterano da 2º Guerra Mundial, Daryl Gates, tornou-se chefe de polícia de Los Angeles, defendendo a militarização da instituição.
Para Gates, os policiais deveriam ter treinamento, autonomia e equipamentos semelhantes ao exército americano.
Daryl Gates também fundou a SWAT, além de um programa anti-drogas chamado DARE, que mais tarde influenciou no PROED no Brasil (pois é)
A logística da militarização da polícia dos EUA foi exportada para muitos países latino-americanos no meio do século 20, para conter a Guerra às Drogas.
Em Los Angeles, após quase 1 século violência policial desproporcional, o absolvimento de 4 policiais envolvidos no linchamento de Rodney King desencadearia uma semana de motins e protestos interruptos.
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8/27/2021 • 3 hours, 5 minutes, 21 seconds
Jim Crow: A Escravidão com Outro Nome #59
A escravidão foi um dos maiores traumas do continente Americano.
Mesmo com a abolição da escravatura, muitos países evitaram a integração racial, principalmente os Estados Unidos.
A escravidão foi abolida oficialmente nos EUA em 1865, mas por quase 100 anos os afro-americanos foram segregados da população branca através das leis de Jim Crow.
Trabalhadores pretos exerciam os cargos mais arriscados, com os menores salários.
Embora o voto foi concedido a todas pessoas de cor, grupos racistas como a Klu Klux Klan, com apoio de senadores e governadores, impediam a participação afro-americano no eleitorado.
Na 1º Guerra, soldados pretos ficavam em tendas separadas dos soldados brancos.
Eram eles que cavavam trincheiras na Europa, removiam as granadas não detonadas e enterravam os mortos.
O soldado Harry Haywood, do 370º Regimento de Infantaria, falou:
“Eu estava lutando na guerra errada. Os alemães não eram o inimigo - o inimigo estava aqui em casa. ”
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8/13/2021 • 2 hours, 48 minutes, 54 seconds
O Recife sem Maurício de Nassau #58
Maurício de Nassau foi demitido do cargo de governador do Brasil após 7 anos de gastos excessivos, públicos e pessoais.
Com a ausência do conde, a situação no Brasil só pioraria.
Os novos governantes do Brasil Holandês permaneceram gastando excessivamente com festas, eventos e roupas para si.
Com a restauração da monarquia em Portugal, iniciou-se um movimento português para recuperar suas colônias.
Sem fundos para travar uma guerra, a recém-construída Recife foi destruída pelos próprios neerlandeses para evitar que caísse nas mãos dos portugueses.
Palácios, pontes, edifícios, praças, reduzidos a escombros.
Durante 7 anos, a Insurreição Pernambucana vitimou pela fome e doença milhares de brasileiros, indígenas, africanos e neerlandeses.
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7/30/2021 • 2 hours, 14 minutes, 27 seconds
O Recife com Maurício de Nassau #57
Por 7 anos, o alemão Maurício de Nassau governou o Brasil Holandês
No seu governo, as ruas de Recife foram pavimentadas, pontes foram construídas, além de palácios, jardins e até um observatório astronômico.
Recife, antes um pequeno povoado, agora era uma cidade de mais de 20 mil habitantes.
Mesmo repleto de obras públicas, a sociedade brasileira estava repleta de crises econômicas e guerras ⚔️
Não havia terreno vago para novos moradores, gerando casos de cólera, sífilis e fome.
Nassau tentava conciliar os choques culturais entre portugueses e neerlandeses, mas sem sucesso.
Ao longo dos anos, os gastos de Nassau endividaram o Brasil e os Países Baixos, que optou por retirá-lo do cargo em 1642.
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7/23/2021 • 2 hours, 3 minutes, 7 seconds
O Brasil Holandês #56
O Brasil Holandês é uma das época mais mistificadas do Brasil Colonial
É um período atrelado à urbanização e ao "progresso" no nordeste, principalmente em Recife.
Mas...será que foi isso mesmo? 🤔
Por mais de 7 anos, os neerlandeses deixaram rastros de destruição pelo Brasil, em episódios pouco comentados.
Doenças, crises imobiliárias e econômicas foram apenas algumas das características que os batavos deixaram por aqui.
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7/9/2021 • 2 hours, 35 minutes, 25 seconds
A Cartografia Medieval #55
Como era mapeado o tamanho e formato dos continentes na época medieval? 🤔
Nesta edição vamos falar de ciência, mitologia, navegações e religião
Ao contrário do que se popularizou, a época medieval não foi um momento de "estagnação cultural" ou "tecnológica".
Dentre as várias invenções do período, a cartografia foi um dos principais campos impactados.
No século 12, cartógrafos árabes já tinham mapeado boa parte da Eurásia 🌍
Havia diferentes tipos de mapas, cada um para uma finalidade: mapas para navegação, mapas artísticos e mapas religiosos.
Mas como eles eram feitos? Venha com o Geo e descubra 💫
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6/25/2021 • 2 hours, 15 minutes, 19 seconds
Porto Alegre: Fundação e Urbanização #54
Durante sua história colonial, o Rio Grande do Sul foi o vazio elástico entre 2 grandes impérios: Portugal e Espanha.
Porto Alegre foi a 3º capital da província do Rio Grande do Sul, fundada em um contexto de constante guerra contra os espanhóis.
Na época, viajantes registraram como o "gaúcho" era a soma de 2 principais elementos: a guerra e a cultura indígena.
A partir do meio do século 19, o Rio Grande do Sul passou por profundas mudanças sociais, abolindo a escravatura 4 anos antes da Lei Áurea, em 1884.
No início do século 20, sua capital recebeu um grande processo de urbanização e de periferização.
Fontes completas no nosso site.
6/11/2021 • 3 hours, 42 minutes, 34 seconds
Guiana, Jim Jones e o Templo do Povo #53
Em 1978, cerca de 918 pessoas, adultos e crianças morreram envenenados em culto na Guiana.
A cidade de Jonestown foi um projeto de colonização do reverendo Jim Jones, que buscava criar uma sociedade livre do capitalismo.
Foi fundada perto da fronteira da Guiana com a Venezuela.
Entretanto, a colônia era apenas uma forma de isolar os fiéis do Templo do Povo do contato com o mundo externo.
Assim, Jim Jones levou a manipulação de seus fiéis a outro patamar.
Inicialmente misturando tópicos como integração racial, socialismo e religião, Jim Jones mostrou-se cada vez mais sádico e contraditório, agora em controle de sua própria colônia.
5/28/2021 • 3 hours, 3 minutes, 13 seconds
Montando uma Seita: Jim Jones #52
Jim Jones fundou uma das maiores seitas do século 20.
O reverendo era considerado um dos maiores ativistas da época, fazendo trabalho em favelas do Brasil.
Jones morou no Rio de Janeiro por alguns meses e Belo Horizonte por 2 anos.
Em seu auge, a congregação do Templo do Povo teve mais de 2 mil membros.
Dentro das portas do seu templo, Jones era conhecido por sua manipulação, utilizando pautas raciais para ganhar fama e dinheiro.
5/15/2021 • 2 hours, 35 minutes, 9 seconds
Minas: Entre Ouro e Revoltas #51
Os conflitos em Minas vão muito além da famosa Conjuração Mineira.
Morros inteiros foram queimados e africanos mortos para suprimir revoltas que são pouco lembradas.
A partir de 1755, a rigidez de Portugal sob o Brasil aumentaria.
Cada pepita de ouro, seria crucial para reconstruir um país devastado por um grande terremoto.
4/30/2021 • 2 hours, 8 minutes, 52 seconds
O Ciclo do Ouro e a Formação do Brasil #50
O Ciclo do Ouro moldou o atual Brasil!
A fundação das principais cidades brasileiras, nossa composição étnica e muitos outros fatores, foram definidos nessa época.
4/16/2021 • 2 hours, 2 minutes, 55 seconds
A Luta LGBTQI+ no Brasil #49
De 195 países no mundo, só 29 deles reconhecem a união de pessoas do mesmo sexo.
Cerca de 71 deles criminalizam as relações, seja com punições físicas ou legislativas.
Quase 85% de todas as nações no mundo não as reconhece de nenhuma forma.
No Brasil da Ditadura Militar, delegados e policiais recolhiam as pessoas com "condutas impróprias" à centros de detenção.
A OMS só descriminalizou a homossexualidade como uma "doença internacional" em 1981, levando o Brasil a fazer o mesmo em 1985.
4/3/2021 • 2 hours, 59 minutes, 39 seconds
Homoafetividade no Brasil Higienista #48
No Brasil, desde 1850 até 1985, sentir atração pelo mesmo sexo foi considerado um "desvio da personalidade".
Higienistas e médicos encaminhavam gays à manicômios, onde através de tratamentos hormonais e técnicas psiquiátricas, "revertiam" a orientação sexual de homens e mulheres.
A "Medicina Preventiva", cunhada no início do século 20, incentivava pais, educadores e donos de empresa, a denunciar homoafetivos as autoridades brasileiras.
3/20/2021 • 3 hours, 17 minutes, 17 seconds
Libéria: O Sonho Americano na África #47
Em 1816 os Estados Unidos fundou uma colônia na África, a Libéria, para deportar sua população afro-americana.
A "realocação" dos alforriados foi proposta ainda no século 18, por figuras como Thomas Jefferson, um dos fundadores do país.
Nos EUA, ideias abolicionistas espalhavam-se, mas poucos eram a favor da unidade entre as raças.
Abolicionistas ou escravagistas concordavam que, os Estados Unidos, um país construído sob a escravidão africana, não seria o lar de um afro-americano liberto.
Brancos, temerosos com rebeliões escravocratas, incentivavam a deportação de afro-americanos, "devolvendo-os" para a África, mesmo que fossem americanos.
Em 1858, Abraham Lincoln falou em Illnois que:
“Eu nunca fui a favor de alguma igualdade social das raças branca e negra."
"Não sou a favor de ter eleitores negros, de qualificá-los para ocupar cargos, ou de de casar com pessoas brancas.”
Lincoln defendia a criação de uma "reserva" para abrigar pretos libertos no Panamá, Linconia.
A iniciativa foi rejeitada por governos da América Central.
No século 19, a Inglaterra já estava deportando sua população preta:
Afro-canadenses eram enviados de Ontário para Serra Leoa, uma colônia britânica, pois lá não viveriam com o homem branco.
Com o apoio financeiro do presidente James Monroe e do sobrinho de George Washington, Bushrod Washington, foi acordado que seria fundado uma colônia para pretos libertos ao lado de Serra Leoa.
A empresa American Colonization Society foi fundada, comprando uma grande faixa de terra de Serra Leoa que a apelidou de Libéria - "terra da liberdade".
Sua capital seria Monróvia, em tributo ao presidente James Monroe.
Os primeiros colonos afro-americanos deportados para Libéria enfrentariam diversas dificuldades, como malária e conflito com os nativos.
Quase 45% de todos afro-americanos que chegavam na Libéria morriam de malária.
Foi a colonização mais mortal do século 19.
A escravidão era ilegal na colônia, porém muitos indígenas da Libéria foram submetidos a um sistema análogo à escravidão por uma rica elite mercantil.
Para não pagar mais impostos para sua empresa fundadora, a Libéria votou a favor da sua independência em 1847.
Embora a população preta fosse quase hegemônica no país, uma minoria parda controlava os recursos financeiros e naturais do recém-criado país.
3/6/2021 • 2 hours, 52 minutes
Quando a Especulação Quebrou a Inglaterra #46
No século 18, a Inglaterra possuía a maior dívida pública do mundo, assim como a maior balança comercial até então.
Em uma tentativa de abater seu endividamento, a Coroa Britânica investiu em uma solução que quase levou à sua ruína total.
2/20/2021 • 2 hours, 33 minutes, 54 seconds
Fugindo do Feudo, Caindo na Cidade #45
Na Europa, a transição de uma vida rural para a urbana não significou uma melhora para vida de muitos cidadãos, muito pelo contrário.
No século 13, as cidades inglesas eram conhecidas como locais violentos, de perseguição religiosa e com epidemias constantes.
Os feudos, embora marcados pela desigualdade entre senhores e servos, eram locais relativamente mais seguros do que os centros comerciais.
2/6/2021 • 2 hours, 55 minutes, 30 seconds
A Amazônia Pré-Colonial #43
Durante muito tempo a Amazônia foi vista como um "vazio demográfico".
O calor excessivo e a grande umidade não propiciaria o surgimento de civilizações. Mas isso cada vez mais mostra-se equivocado.
Estima-se que em 1500, havia 8 milhões de habitantes na Amazônia, de diferentes troncos-linguísticos, que construíam elaborados assentamentos urbanos que surpreenderam os colonizadores ibéricos.
1/10/2021 • 2 hours, 25 minutes, 13 seconds
Acelerando a Corrida Espacial #41
Após ser anistiado pelos EUA através da Operação Paperclip na 2° Guerra, Von Braun foi um dos responsáveis por levar o homem à Lua na década de 60.
Para evitar que os soviéticos se apropriassem dos planos de engenharia alemã, os americanos transferiram diversos cientistas alemães para os EUA.
De 1945 - 1959, cerca de 1600 alemães foram anistiados e transferidos para os Estados Unidos muitos denunciados por crimes de guerra contra a humanidade, mas com críticas abafadas pelo governo americano.
Filiado a SS, Von Braun criou o foguete V-2, um míssil intercontinental que poderia acoplar uma bomba, ogiva nuclear ou uma pessoa.
Os projetos do V-2 foram também encontrados pelos soviéticos, que o utilizaram como um modelo para desenvolver seus próprios foguetes, como o R-1 ou o R-7.
Nos Estados Unidos, a equipe de von Braun foi responsável pela criação de mísseis como o Saturno V - o maior e mais pesado foguete já lançado na história.
O engenheiro tornou-se um dos mais proeminentes defensores da exploração espacial na década de 1950, escrevendo livros e aparecendo na televisão como na série Man in Space, em uma parceria com Walt Disney.
Embora fosse um ícone cultural e científico, Von Braun e sua equipe estavam atrás na corrida espacial em comparação com a União Soviética.
A nação lançou o primeiro satélite e o primeiro homem ao espaço, levando aos americanos considerarem planos mais ambiciosos, como levar o homem à lua.
Em 1960, a NASA foi criada pelo presidente Eisenhower, tornando von Braun diretor do Marshall Space Flight Center da NASA.
Através de seu foguete Saturno V, a missão Apollo 11 em 1969 colocou o homem na Lua, representando uma vitória americana na área da exploração espacial.
12/14/2020 • 2 hours, 33 minutes, 33 seconds
O Cerco de Viena #39
Em 1683, duas das maiores potências do mundo - o Império Otomano e o Sacro Império Romano Germânico - pretendiam encerrar sua rivalidade que cultivavam por séculos.
Em setembro do mesmo ano, com a finalidade capturar a joia do Sacro Império, Viena, os otomanos iniciariam uma das maiores batalhas da Idade Moderna.
No século 17, embora as cortes europeias ganhassem cada vez mais regalias devido ao ouro roubado de civilizações asteca e inca, a vida do trabalhador comum mostrava-se cada vez mais difícil.
Aluguéis e mercadorias encareciam para bancar os custos elevados da corte, levando a fomes e epidemias generalizadas.
Somado a isso, Impérios iniciavam cada vez mais campanhas militares para adquirir mais territórios e tributar outros reinos, sendo o Cerco de Viena um dos conflitos mais característicos do fim do século.
11/15/2020 • 2 hours, 43 minutes, 4 seconds
Dos Cortiços às Favelas #36
Em 1904, mais de 700 casas foram destruídas e 14 mil pessoas desalojadas para dar espaço à atual Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro.
A população, movida para as periferias, concentrou-se principalmente para o Morro da Providência, criando suas casas da forma que podiam.
A partir de 1850 o Brasil ia de um país agrário para uma nação industrial, contudo muitas capitais provincianas não tinham planejamento urbano ou saneamento básico.
A chegada de levas de imigrantes portugueses explicitava que o país não tinha casas para comportar os próprios brasileiros, quem dirá os europeus.
Ao longo do século 19, com a aprovação da Lei Eusébio de Queiroz e do Ventre Livre, o número de escravizados libertos a procura de moradia crescia exponencialmente.
Os alugueis mostravam-se caros para a realidade de qualquer afrodescendente no Brasil, levando muitos a viverem em moradias comunitárias, junto com outros imigrantes pobres.
Esses eram os cortiços, não bem vistos pela autoridades brasileiras, conhecidos por abrigar "os mais diversos vícios e imoralidades"
Na visão dos higienistas, responsáveis pelo saneamento da cidade, os cortiços eram responsáveis por gerar (não transmitir) doenças como a febre amarela.
Com a abolição da escravatura em 1888, milhares de ex- escravizados habitaram novos cortiços, que muitas vezes eram antigas mansões de seus senhores convertidas em moradias comunitárias.
Foi essa situação que influenciou Aluísio Azevedo a escrever seu romance de 1890, O Cortiço.
Com a proclamação da república através do golpe de Deodoro, os higienistas tornaram-se mais influentes em todo Brasil, ascendendo a cargos de poder.
O higienista Barata Ribeiro foi eleito prefeito do Rio em 1892 e em sua visão, eliminar os cortiços e as "classes perigosas" era tão ou mais urgente quanto a vacinação da população.
10/8/2020 • 2 hours, 25 minutes, 45 seconds
A Tragédia Tóxica de Bhopal #35
Em 1984 em Bhopal, na Índia, um desastre de uma fábrica americana de pesticidas matou mais de 500 mil indianos - e ainda causa graves danos à saúde da população devido a falta de contenção de riscos.
A empresa de pesticidas Union Carbide, com sede em Nova York e uma filial em Bhopal, não conseguiu vender seus estoques de pesticida, causando em um crescente prejuízo que levou ao sucateamento de seus protocolos de segurança.
Inevitavelmente, um vazamento de gás tóxico atingiu a cidade e diversos bairros, contaminando os lençóis freáticos de toda a cidade.
O acontecimento foi abafado na mídia europeia e americana, devido ao envolvimento dos Estados Unidos.
Hoje, a fábrica onde ocorreu o acidente ainda existe e está abandonada, repleta de produtos químicos tóxicos que contaminaram toda a cidade.
Nenhum funcionário americano de alto escalão foi demitido e penalizado.
Até hoje, vítimas indianas tentam buscar recompensação financeira por causa da tragédia, mas foram impossibilitados de buscar reparações judiciais em tribunais americanos.
9/21/2020 • 2 hours, 7 minutes, 36 seconds
A Mãe de Todas as Demos #34
Quando a internet foi criada? Na década de 1990? Efetivamente sim, mas o compartilhamento de informações entre computadores já existia através de outros sistemas desde 1973.
Porém, antes mesmo do século 20, o ser humano já compartilhava informações através outras máquinas que não eram computadores – os telégrafos desde o século 19.
A ideia de criar uma rede de informações globais, onde alguém fosse capaz conversar com outras pessoas através de máquinas, veio junto com a invenção do telégrafo.
Em 1891, dois advogados belgas criaram um projeto com um propósito semelhante a internet, o Mundaneum. A máquina possuiria uma grande biblioteca digital que poderia ser acessada por telégrafos diferentes. Por limitações tecnológicas e com a 1º Guerra Mundial, o Mundaneum nunca foi construído.
Na década de 40, durante a 2 ºGuerra Mundial, o cientista Vannevar Bush que estava diretamente envolvido no conflito, percebeu que se as pessoas não adquirissem mais conhecimento estariam fadadas a travar guerras devido aos seus desejos egoístas.
Caso o “QI coletivo” não fosse aumentado, seria só questão de tempo até o mundo destruir-se em uma guerra nuclear.
Vannevar Bush cunhou o conceito de “Memex”, um dispositivo que acessaria a “Rede Mundial de Informações”, tornando possível ler e receber mensagens de diversas pessoas, assim como acessar bibliotecas no mundo inteiro.
O Memex nunca foi produzido, mas ele influenciou profundamente um engenheiro na década de 60 chamado Douglas Engelbart.
Engelbart foi o primeiro cientista e utilizar um computador – até então uma calculadora – para enviar mensagens através da ARPANET, uma antecessora da internet. Além disso, Engelbart criou o primeiro mouse, o primeiro teclado e o primeiro computador pessoal, o OnLine System
Graças as suas invenções, empreendedores como Steve Jobs e Bill Gates apropriaram-se de suas tecnologias na corrida para criar o primeiro computador pessoal acessível na década de 70.
9/8/2020 • 3 hours, 13 minutes, 59 seconds
Astecas: Da Glória à Tragédia #33
No século 16 o Império Asteca (mexica) era o 2º maior império das Américas após os Incas. Porém, mais da metade de seu território era composto de estados tributários, que organizavam rebeliões e colocavam em risco seu domínio frequentemente.
Em 1519, invasores vindos do outro lado do Atlântico iriam não apenas desafiar a autoridade mexica, mas também unir diversos mesoamericanos em uma extensa campanha militar
Escute o podcast no:
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Os espanhóis foram recebidos na capital do Império Mexica, Technoticlan pelo imperador Montezuma em uma atitude pacífico e diplomática. Durante 6 meses os europeus permaneceram na cidade, mas suas constantes demandas por ouro e atitudes violentas em relação à população resultou em uma rebelião por parte dos mexicas.
Durante 2 semanas, centenas de espanhóis foram mortos e os sobreviventes fugiram da cidade, em um episódio conhecido como Nocthe triste
O comandante da operação no México, Hernan Cortés, após comandar sucessivas batalhas por terra contra os mexicas, percebeu que não os venceria em um confronto direto, mesmo com reforços.
Assim, por mais de 2 anos, com a ajuda de milhares de mesoamericanos como os Tlaxcalanos, Texcocans e Cempoala e Huexotzinco um enorme cerco foi planejado para destruir as barragens de Technoticlan e inunda-la, destruindo a agricultura, causando fome e doenças na capital mexica.
As campanhas militares de Cortés foram desaprovadas por seus soldados e até mesmo pelo governador de Cuba, Diego Velazquez, que tinha o encarregado para a campanha. A ambição pessoal de Cortés em obter o ouro mexica fez com que a Coroa Espanhola mandasse oficiais espanhóis para prende-lo.
Contudo, Cortés obteve influencia entre outros soldados e executou outros contrários à sua campanha de dominiação
O Cerco de Tehnoticlán durou 2 anos, junto com batalhas por mar e por terra. O episódio foi um dos maiores e mais complexos confrontos entre nativos-americanos e europeus, registrado por diversos pontos de vista.
8/26/2020 • 3 hours, 18 minutes, 4 seconds
Astecas: Entre o Milho e o Sangue #32
A mesomérica pré-colombiana foi o lar de centenas de povos. A partir de 500 dC, os olmecas, maias e zapotecas eram as principais civilizações que estabeleceram cidades centralizadas como San Lorenzo, Monte Albam e Tikal. O comércio entre os diferentes povos em breve criaria uma escrita, arquitetura e religião em comum entre as civilizações.
Em 750, os Toltecas estabeleceram uma poderosa cultura militar expansionista com uma complexa ordem social. O Império Tolteca foi o maior da América Central, mas teve sua queda em 1063, provavelmente devido a uma rebelião ocasionado por uma severa seca, a mesma que devastou as cidades maias.
Os toltecas foram sucedidos pelos astecas que habitaram o centro do México a partir do século 14, com campanhas militares expansionistas, submetendo outros povos em estados vassalos e tributários.
A partir de 1428, os astecas tornaram-se o maior império da mesomérica, com uma complexa estrutura social.
Os astecas foram os primeiros que estabeleceram uma educação universal para todos os habitantes de seu império, ensinando conceitos matemáticos, militares, astronômicos e religiosos para seus habitantes, sendo eles astecas ou de outros povos como toltecas, chichimecas ou maias. Todas as classes sociais, incluindo escravizados, deveriam frequentar o ensino público.
Sendo politeístas, cada cidade asteca tinha um padroeiro diferente, sendo sua capital, Tenochtitlán em homenagem ao deus do Sol e da Guerra, Huitzilopochtli.
Em sua mitologia, os astecas só existiam pois os deuses haviam se sacrificado para criar o seu mundo. Por isso, ser sacrificado em homenagem aos deuses era uma das maiores honras da sociedade, sendo que anualmente de 500 – 700 sacrifícios ocorriam anualmente apenas na capital asteca.
Embora prisioneiros de guerra fossem sacrificados eventualmente, quanto maior era a classe do indivíduo, maior era a importância do sacrifício oferecido. Portanto, em eventos religiosos ou devido a mudanças climáticas, sacerdotes eram muitas vezes sacrificados.
8/10/2020 • 1 hour, 51 minutes, 58 seconds
O Genocídio Belga no Congo Pt2 #31
No início do século 20, a atual República Democrática do Congo era propriedade privada do rei belga Leopoldo II. Todos os lucros da região oriundo do trabalho forçado de congolenses através da extração de borracha possibilitaram que o rei construísse diversos palácios pessoais e obras públicas por toda Bélgica.
As atrocidades cometidas pelo exército de Leopoldo, Force Publique já eram reportadas por jornalistas e missionários por mais de duas décadas, através de relatos, fotos e testemunhos, mas desmerecidas pelo rei e seus apoiadores como notícias falsas que queriam atrapalhar seu "trabalho humanitário". Diversos jornalistas e missionários, ao levantar a voz contra o rei foram ostracizados, boicotados e tiveram suas carreiras manchadas para sempre.
Para silenciar as críticas, Leopoldo tornou a Bélgica sede da Exposição Universal de 1897, onde criou um museu para exibir os tesouros coloniais do Congo, além de congolenses capturados e trazidos pela Bélgica. Alguns congoleses foram vendidos para "zoológicos humanos" nos EUA e França. O Museu Real da África Central, construído para sediar a Exposição Universal, existe até hoje em Tervuren, com um extenso inventário congolês.
Em 1900, jornalistas formaram a Associação de Reforma do Congo, que pretendia encerrar as atrocidades de Leopoldo através de palestras, comícios, panfletos, revistas e fotografias. A associação teve a participação de pessoas notáveis como do escritor Mark Twain, Arthur Conan Doyle (criador do Sherlock Holmes) Booker T. Washington e Bertrand Russell.
De 1877 - 1906, estima-se que mais de 10 milhões de congolenses morreram sob o sistema de Leopoldo. Contudo, o que repercutia na Bélgica eram as relações amorosas do rei, que com 65 anos tinha uma nova amante de 16 anos, Caroline Delacroix.
Que final teve Leopoldo e o que ocorreu com o Congo durante o resto do século 20? Descubra na última parte do Genocídio Belga do Congo do Geo
7/26/2020 • 2 hours, 3 minutes, 22 seconds
O Genocídio Belga no Congo Pt1 #30
Em 1885, uma conferência em Berlim entre as principais potências europeias acordaram que todo o continente africano menos a Libéria (independente dos EUA em 1847) e a Etiópia tornariam-se protetorados europeus.
A reunião, sem nenhum africano presente, também reconheceu uma área de 2.345.000 km² no centro africano como propriedade do rei belga, Leopoldo II. O Estado Livre do Congo, era uma ambição do rei em realizar um trabalho missionário através de sua pessoas física, com o argumento de combater a escravidão entre outros africanos, assim como o canibalismo e o paganismo.
Contudo, a ambição de Leopoldo era econômica e sua instituição filantrópica era apenas uma fachada para a Comunidade Internacional. Desde pequeno, o rei tinha fascínio em colônias e sonhava em ter um território lucrativo. Após estabelecer-se na região e ignorar totalmente a existência de reinos e povos que já existiam no atual Congo - mais de 30 milhões de pessoas - Leopoldo criou seu exército privado, a Force Publique, para suprimir revoltas, estabelecendo uma cota de extração de borracha e marfim que os congolenses eram obrigados a cumprir.
Caso falhassem em cumprir suas cotas, os congoleses tinham suas mãos cortadas como sinal de punição. O trabalho forçado de Leopoldo estendia-se a todos africanos no Estado Livre do Congo, assim como crianças, mulheres e idosos, muitas vezes captados à força para servir na Force Publique.
Através de uma campanha de mídia falsa que censurava todo tipo de denúncia feita na região, Leopoldo moldou uma imagem de filantropo, desmerecendo todo o trabalho de jornalistas, militares e missionários que denunciavam suas atrocidades.
O Estado Livre do Congo foi propriedade privada do rei por quase 30 anos, enriquecendo o rei belga que promoveu dezenas de obras públicas na Bélgica como parques, prédios, museus, palácios pessoais e até mesmo uma Exposição Universal em 1897.
Em 1900, jornalistas formaram a Associação de Reforma do Congo que tinha ambição de encerrar as atrocidades de Leopoldo. A associação promoveu palestras, comícios, distribuiu panfletos, revistas e fotografias sobre a causa. A associação teve a participação de pessoas como notáveis da época Mark Twain, Arthur Conan Doyle (criador do Sherlock Holmes) Booker T. Washington e Bertrand Russell.
Após 6 anos de atividade, a Associação tornou a propriedade de Leopoldo indefensável, obrigando o governo belga a anexar o território como colônia, retirando-a como propriedade privada do rei. Contudo, Leopoldo e todos os envolvidos nas atrocidades no Congo, nunca foram julgados e sequer multados, muito pelo contrário. Henry Stanley, que comandou a Force Publique, foi promovido para o Parlamento Britânico de 1900-1905.
7/13/2020 • 2 hours, 4 minutes, 45 seconds
A Era de Ouro da Índia #29
O subcontinente indiano foi durante boa parte de sua história habitado por dezenas de reinos independentes, povos que falavam diferentes…
6/28/2020 • 2 hours, 24 minutes, 37 seconds
A Lei Seca nos EUA Pt2 #28
Há 100 anos, o país que era conhecido como a terra da liberdade proibiu todo consumo de álcool. A lei…
6/14/2020 • 2 hours, 44 minutes, 8 seconds
A Lei Seca nos EUA Pt1 #27
Durante 13 anos foi ilegal beber qualquer bebida alcoólica nos Estados Unidos. A lei seca foi aprovada na esperança de…
5/31/2020 • 2 hours, 21 minutes, 16 seconds
A Construção de Brasília #26
Brasília foi a maior cidade projetada e inaugurada do século 20.
A ideia de transferir a capital brasileira para o Planalto Central remete desde o século 18. Originalmente, Marquês de Pombal, o 1º ministro de Portugal que transferiu a capital de Salvador para o Rio, tinha originalmente a intenção de interioriza-la. Como não se conhecia o interior brasileiro, a ambição foi descartada.
Apenas com a Proclamação da República e a exploração do estado de Goyaz, positivistas viram a construção da cidade como uma forma de se desvincular de seu passado colonial do Rio de Janeiro. A construção da cidade de Vera Cruz, seria a capital que marcaria um novo começo.
Durante a Época Vargas na década de 30, o governo lançou o programa "Expansão para o Oeste" na qual Goiânia foi construída para ser a nova capital de Goiás. Com os ânimos efervescidos, começaram a ser estudadas as áreas para a construção de Brasília, contudo os trabalhos só inciaram no mandato do próximo presidente, Juscelino Kubitschek.
Ao contrário do que se imagina, Brasília não foi inaugurada em 5 anos, e durante toda a década de 60 até 70, o Brasil possuía 2 capitais. Em uma estimativa atualizada, calcula-se que teriam sido gastos mais de US$ 83 bilhões para a construção da cidade. Infelizmente feita às pressas, muito dos dados sobre a construção da cidade não foram registrados.
Com seus atuais 2,977 milhões de habitantes,Brasília é hoje a 3º cidade mais populosa do Brasil, além de 7º concentração urbana mais populosa do país.
Hots: Rodrigo Zottis e Alexander Desmouceaux
Convidado: Thanius Silvano Martins
Cardápio da semana (dicas culturais):
Livro: No Tempo da GEB - Hermes Anquino Teixeira
Filme Koyaanisqatsi
Jacaré da Pampulha no twitter
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5/17/2020 • 2 hours, 26 minutes, 47 seconds
As Maiores Epidemias da História #25
Epidemias muitas vezes aceleram (e não atrasam) nosso desenvolvimento a longo prazo! Sem a existência da Peste Negra, por exemplo,…
5/3/2020 • 2 hours, 17 minutes, 47 seconds
A Gripe Espanhola #24
Além do covid-19, outro vírus se espalhou por todo mundo e obrigou as pessoas ficarem em casa. Em 1918, a…
4/19/2020 • 2 hours, 35 minutes, 54 seconds
Gripes mortais: Sars, Mers e o Covid-19 #23
Países como Coréia do Sul, Japão e Singapura estão tendo melhores resultados em combater o covid-19 pois tiveram experiências posteriores…
4/5/2020 • 2 hours, 21 minutes, 28 seconds
A grande diáspora irlandesa #22
Epidemias mudam o rumo de um país e às vezes do mundo inteiro. Algo semelhante (mas mais mortal) ao que vivenciamos agora ocorreu na Irlanda metade do século 19.
Em 1840, um fungo se espalhou pelo principal alimento dos camponeses irlandeses – a batata. A praga causou fome generalizada, pobreza, aumento de doenças e migrações em massa para outros países. Os irlandeses fugiram para nações como os Estados Unidos e o Canadá. No início do século 20, mais de 25% dos nova-iorquinos tinham ascendência irlandesa.
Por atitudes negligentes de seus políticos, doenças como cólera infectaram a população do país por mais de 5 anos, fazendo vítimas junto com a fome.
O governo colonial britânico, minou o transporte de alimentos para a ilha da Irlanda priorizando em alimentar o povo inglês diante da escassez. De 1849 e 1852, a população irlandesa se reduziu entre 20 e 25%. O país tornaria-se uma das nações mais pobres e violentas do continente europeu até o fim do século 20. Contudo hoje, é o 3º país com maior IDH de toda europa.
Até hoje, o país nunca se recuperou do legado deixado pela fome. Atualmente a Irlanda tem menos de 5 milhões de habitantes, enquanto antes da imigração tinha 8 milhões.
No século 20, as cicatrizes deixado pelo colonialismo britânico incentivou o surgimento de grupos paramilitares a favor da independência contra o domínio inglês, como o IRA que viria a tornar-se um grupo terrorista a partir da década de 60, realizando dezenas de atentados nas principais cidades britânicas, como Belfast. Mais de 33 milicias surgiram a partir do IRA, muitas em resposta a violência irlandesa, encabeçada por ingleses protestantes, como o UDA e UDF. No século 20, a Irlanda foi o país com maior quantidade de atentados terroristas na Europa.
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Cardápio da semana (dicas culturais):
Filmes:
Michael Collins (1996)
Black '47 (2018)
Em nome do pai (1993)
Gangues de Nova York (2002)
Um sonho distante (1992)
As Cinzas de Ângela (1999)
Documentário The Great Famine (1995)
Terra da Discórdia (1990)
Os ventos da Liberdade (2006)
Hunger (2008)
Livros
The Famine Plot, de Tim Pat Coogan
The Irish Famine, de Diarmaid Ferriter e Colm Tóibín
The Graves Are Walking: The Great Famine and the Saga of the Irish People, de John Kelly
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3/29/2020 • 2 hours, 36 minutes, 1 second
O Glorioso Império Inca #21
O Império Inca foi o maior Império pré-colombiano de todas as Américas, com mais de 3 mil km de extensão.
De 1438 até 1533, os incas utilizaram da conquista militar à assimilação pacífica, para incorporar uma grande porção do oeste da América do Sul, incluindo grande parte do atual Equador, Peru, e partes da Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia. O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua, com sede em Cusco, Peru.
Com uma população de aproximadamente 10 milhões de pessoas no século 15, o império era a soma do conhecimento e cultura de diversos povos andinos sob o domínio dos incas, com mais de 2 mil km de estradas, um sistema postal, reservatórios de comida e armas, e uma arquitetura resistente a terremotos e desastres naturais.
Após a chegada dos espanhóis na região em 1532, estes, em menores quantidades que os incas fizeram alianças politicas com grupos rivais para derrubar o Império. Devido aos surtos de varíola trazidas pelos espanhóis e principalmente após a captura e assassinato do imperador Atahualpa, a civilização inca começou a se desmantelar em 1533, sendo muitos escravizados pelos espanhóis para extração de minério.
Dicas culturais (cardápio da semana):
Livro The Last Days of the Incas (2012)
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3/15/2020 • 3 hours, 15 minutes, 41 seconds
A empresa mais valiosa que já existiu #20
A empresa mais valiosa da história existiu no século 17 e foi Companhia das Índias Orientais e Ocidentais Neerlandesa.
Em menos de 40 anos desde sua fundação, adquiriu 8.2 trilhões de dólares: quase 7x o valor do PIB anual do Brasil.
Fundada em 1602, a VOC tornou-se um protoconglomerado através do comércio internacional, construção naval, venda de escravizados e comércio de especiarias.
Em 1621, os neerlandeses fundaram sua 2º "ramificação" a Companhia das Índias Orientais, que cuidaria de todos os assentamentos no hemisfério geográfico oriental enquanto a VOC cuidaria do ocidente. Nova York, Recife e Suriname, foram todos locais colonizados pelo a WIC.
Em 1637 ambas as empresas possuíam mais de 150 navios mercantes, 40 navios de guerra, 50 mil funcionários e um exército privado de 10 mil soldados com sede em Amsterdã, Países Baixos.
Outras empresas como Companhia do Mississípi e a Companhia dos Mares do Sul também acumularam também riquezas de trilhões de dólares, mas foram rapidamente ultrapassadas pelo domínio colonial neerlandês.
Graças aos seus lucros, os Países Baixos fundaram a primeira bolsa de valores do mundo, na qual um cidadão poderia investir em títulos da empresa, financiando a construção de navios e expedições militares. Esse modelo foi copiado por outras empresas coloniais, como a Companhia dos Mares do Sul, fundada no século 18.
Contudo, a descentralização econômica também foi um problema: a especulação de investidores em cima de títulos com pouquíssimo ou nenhum valor, gerou em 1720 a primeira grande bolha financeira da história, na qual a Companhia dos Mares do Sul quebrou poucos anos após sua fundação. Acionistas como Isaac Newton, perderam milhares de libras no episódio.
No início do século 19 a VOC acumulou enormes dívidas, sendo liquidada em 1812, com suas posses coloniais passadas para o governo neerlandês. Em 1800, os neerlandeses chegaram na Indonésia, sua colônia mais lucrativa seguida do Suriname.
Durante quase 350 anos, os neerlandeses participaram de diversas decisões políticas e sociais do arquipélago indonésio, sendo expulsos apenas em 1945 pelos indonésios e japoneses.
Fontes: https://bit.ly/2BxhIId, https://bit.ly/2VPnE61, https://bit.ly/3gov2Nu, https://bit.ly/2BEUJe8
Dicas culturais (cardápio da semana):
The Act Of Killing (2012)
The Look of Silence (2014)
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3/1/2020 • 2 hours, 38 minutes, 54 seconds
O Paradoxo do Irã #19
O Irã é uma nação mais complexa que homens barbudos queimando bandeiras dos Estados Unidos nas ruas de Teerã.
Ao contrário do Egito, Turquia e Emirados Árabes, a vida no Irã não é voltada para religião. Após a Revolução de 79, os adeptos ao islã caíram drasticamente. O país lidera as estatísticas no Oriente Médio (após Israel) em agnósticos, índice de alfabetização e participação da mulher no mercado de trabalho. Mesmo com suas constantes ameaças de retaliação aos Estados Unidos, o presidente Rohani e até mesmo o Aiatolá Khamenei já visitaram os Estados Unidos com sua família para fazer compras e estudar.
Embora o consumo de bebidas alcoólicas, cultura ocidental, redes sociais e festas sejam proibidas, em qualquer camelô de rua é possível encontrar DVDs estadunidenses. Em qualquer café de esquina, toca música ocidental com jovens usando o Facebook em seus celulares. Em diversas residencias, ocorre festas com álcool e maconha. Se a polícia moral vier incomodar, um pequeno suborno, ou até mesmo uma cerveja resolvem o problema.
Assim como o Brasil, o Irã é uma nação hipócrita e multifacetada, onde as aparências existem mais no papel do que no cotidiano.
Só nele, se encontra a língua farsi, a cultura persa e uma nação de maioria muçulmana xiita.
Desde o século 19, o Império Persa foi ocupado pelos 3 impérios mais poderosos que existiam: O Império Otomano, Russo e Britânico. Após seculos de ocupação, fomes e doenças, o Império Persa estava esfacelado, acabando definitivamente com um golpe de um general militar apoiado pelos britânicos em 1925. Por mais de 50 anos, os britânicos participaram diretamente de todas decisões políticas do Irã, até a Revolução de 79.
Cardápio da semana (dicas culturais):
Livro: Os Iranianos - Samy Adghirini
Livro: Todos os Homens do Xá - Pedro Jorgensen e Stephen Kinzer (2004)
Documentário: Iran 1919 - Al Jhazeera
Documentário: 444 days - Iran Hostage Crisis
Filme: Incêndios (2010)
Filme: Argo (2012)
Sugestões de ouvintes:
Quadrinho: Persépolis
Série: Le Bureau des légendes
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2/17/2020 • 2 hours, 56 minutes, 20 seconds
Dubai é um milagre econômico? #18
A cidade de Dubai nos Emirados Árabes Unidos foi durante grande parte de sua história um pequeno posto comercial, crescendo…
2/2/2020 • 1 hour, 29 minutes, 29 seconds
A Operação Prato Pt2: Os Militares #17
A Operação Prato foi criada pelas Forças Armadas e a Força Aérea para investigar acontecimentos estranhos no Pará nas cidades de Colares e Viseu, em que moradores e animais estavam sendo feridos por luzes estranhas. A partir de 1 mês dos primeiros avistamentos, mais da metade da população de ambas cidades fugiram por pânico.
O coronel Uyrangê Hollanda foi encarregado de liderar a Operação Prato com outros militares, para reportar tudo que ocorria para o exército. Após diversos avistamentos reportados por Hollanda, a operação foi encerrada abruptamente por superiores 3 meses após seu início, embora os acontecimentos estranhos continuaram. Todos os participantes da operação foram proibidos de contar detalhes sobre o caso após seu encerramento. As 2 mil folhas do relatório, 16 horas de filmes 500 e fotos da operação foram grande parte ocultadas do público.
Na década de 90, Hollanda decide ceder uma entrevista de mais de 2 horas publicamente, mas poucas semanas depois, é encontrado morto em sua casa.
Na 2º e última parte sobre a Operação Prato do Geopizza, abordamos o que foi uma das operações militares menos transparentes de todo o Brasil e teorizar sobre o que ela possivelmente abordou.
Cardápio da Semana (dicas culturais):
Filme Fogo no Céu (1993)
Livro Carl Jung: Flying Saucers: A Modern Myth of Things Seen in the Sky (1959)
Caso Roswell por the Last Podcast on the Left
Projeto MkUltra de The Last Podcast on the Left
Relato Bernie e Betty Hill
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1/19/2020 • 1 hour, 13 minutes, 42 seconds
A Operação Prato Pt1: Os ataques #16
Desde a invenção da escrita há registros de acontecimentos sem explicações lógicas, levando o ser humano a formular histórias fantásticas para convencer sua mente. Antigamente, a Aurora Boreal era visto como uma manifestação divina, o início do desenvolvimento de aviões stealth em 1960 eram vistos como OVNIS. Contudo, até hoje há fenômenos não há explicações, como o Raio Globular, quando raios em formato circular pairam sobre o chão e mais tarde desaparecem.
Um dos fenômenos que ainda não há explicação foi algo que ocorreu no interior do Pará, de 1977 até 1980, em militares, médicos, jornalistas e cidadãos comuns na cidade de Colares e Viseu observaram acontecimentos estranhos durante a noite em toda a região. Centenas de vítimas apareceram com ferimentos homogêneos, obrigando o então Governo Militar a abrir uma investigação sobre o ocorrido, junto com Serviço Nacional de Inteligência, a Operação Prato. O episódio contou com algumas mortes, humanas e de animais.
Até hoje, alguns moradores das cidades têm traumas desse ocorrido que já faz mais de 40 anos. As luzes que apareceram no interior do Pará, já foram relatadas em quase todo o Norte brasileiro. A Operação Prato rendeu mais de 20 horas de gravações em vídeo e centenas de fotos. Seria tudo isso fruto de surto coletivo e farsa?
Nessa 16º edição do Geopizza, Zottis e Alexander, 2 mentes céticas e científicas vão (de novo) no interior do Pará analisar o que pode ter sido a Operação Prato, um dos maiores eventos ufológicos do Brasil que ainda não possui explicação formal.
Obs: O Cardápio da Semana ficou na parte 2 do podcast!
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1/12/2020 • 1 hour, 19 minutes, 41 seconds
Um cidadão do século 20 #15
Nessa edição conversamos com nosso primeiro convidado, Waldo dos Santos que nasceu em 1936 no interior do Rio Grande do Sul.
Waldo cresceu numa casa de barro, caçando para se alimentar, sem acesso à agua encanada nem eletricidade. Mais tarde, se tornou pedreiro e mestre de obras, formando 2 familias e morando em 3 cidades diferentes.
Nessa edição, através dos relatos do Waldo, percorremos a industrilização do Brasil, o governo militar, a inflação econômica dos anos 80 e como era ser um trabalhador braçal no meio do seculo 20 comparado à nossa vida de trabalho digital do século 21.
Cardápio da Semana (dicas culturais):
Filmes:
Nadando em Dinheiro - 1952
Bye Bye Brazil - 1980
Zuzu Angel - 2006
Legalidade - 2019
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12/30/2019 • 2 hours, 13 minutes, 27 seconds
Vivendo em Roma #14
A Roma Antiga surgiu no século 8 a.C. e durou até o século 5, sendo uma das civilizações mais longas…
12/14/2019 • 1 hour, 58 minutes, 30 seconds
Brasil Indígena #13
Pindorama era o nome dado ao Brasil pelos indígenas antes da chegada dos europeus. Esses habitantes somavam de 4 a 5 milhões que falavam cerca de 1300 línguas diferentes.
Hoje, são 800 mil habitantes distribuídos em 230 povos, falantes de 200 línguas. Isso representa uma queda de 98% da população índigena desde a chegada dos europeus, representando hoje 0.47% da população nacional.
Embora a coroa e governo brasileiro tenha protagonizado muito dos genocídios praticado contra esses povos, toda nossa identidade nacional possui elementos indígenas. A cultura, vocabulário e culinária brasileira foi moldado pelos habitantes milenares que já estavam aqui há milhares de anos.
Cardápio da Semana (dicas culturais):
Série "Guerras do Brasil" na Netflix
Entrevista com Ailton Krenak em Provocações
Canal: Culturas Indígenas do canal Itaú Cultural no Youtube
Livro O Tempo e o Vento: O Continente, de Érico Veríssimo
Livro Deuses, Túmulos e Sábios - livro das escadarias
Filme: O Abraço da Serpente - Embrace the Serpent - 2015
Filme: Aguirre, a Cólera dos Deuses - 1972
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12/1/2019 • 1 hour, 45 minutes
Não esqueça das Guianas #12
No Brasil, dizemos que vivemos um legado "colonial", uma mentalidade política atrasada. Mas a Guiana Francesa, Guiana Britânica e Suriname, colônias até a década de 70, vivem essa realidade colonial mais que qualquer país da América Latina. A Guiana Francesa, ainda é um território ultramarino da França - uma colônia que nunca recebeu independência.
Na Guiana, até hoje a homossexualidade ainda é punida com castigos físicos, onde também está o menor PIB da América do Sul. No Suriname o setor primário corresponde a mais de 50% do PIB e na Guiana Francesa se utiliza mais o transporte marítimo do que o rodoviário.
Todos já ouviram o argumento de "se o Brasil fosse colonizado por ingleses, franceses ou neerlandeses seria como os Estados Unidos", bom, não é bem por aí. A região política do Caribe - que engloba as Guianas e Suriname é o maior exemplo disso.
Cardápio da Semana (dicas culturais): Livro e filme "Papillon" 1973 de Franklin J. Schaffner
Canal do Youtube: Richard World Travel
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11/17/2019 • 1 hour, 28 minutes, 8 seconds
A Maldição do Petróleo #11
Desde 1980, o mundo se tornou mais rico, democrático e pacífico. No entanto, isso só é verdade para países sem petróleo. Continentes com grandes quantidades de petróleo como África, América Latina, e Ásia não estão mais ricos, democráticos ou pacíficos, do que foram três décadas atrás.
Alguns estão em situação pior. De 1980 a 2006, a renda per capita caiu mais de 10% na Venezuela, 45% no Gabão e 85% no Iraque. Muitos produtores de petróleo - como Argélia, Angola, Colômbia, Nigéria, Sudão e Iraque - foram marcados por décadas de guerra envolvendo um recurso mineral específico: petróleo.
Hoje, os estados petrolíferos têm 50% mais chances de serem governados por autocratas e mais 2x mais probabilidade de ter guerras civis do que os estados não petrolíferos.
O Oriente Médio é a materialização desse problema, a região possui mais da metade das reservas de petróleo do mundo e fica muito atrás do resto do mundo em relação à democracia, igualdade de gênero e reformas econômicas.
Nos acompanhe na 11ºedição do podcast do Geopizza para entender porque esse recurso tem muito mais chance de arruinar uma nação do que leva-la a prosperidade.
Cardápio da Semana (dicas culturais):
Livro "A Maldição do Petróleo" de Michael L. Ross, 2016 ( The Oil Curse: How Petroleum Wealth Shapes the Development of Nations )
Filme: There Will be Blood, 2007
11/3/2019 • 1 hour, 43 minutes, 25 seconds
Serra Pelada, a montanha dourada no Pará #10
Durante a época colonial das Américas havia uma lenda de uma cidade construída em ouro no meio da Amazônia, El…
10/20/2019 • 1 hour, 41 minutes, 42 seconds
Iluminando a Idade das Trevas #09
Quando nos falam em Idade das Trevas imaginamos trabalhadores na Idade Média sobrevivendo a um tempo de pestes, guerras e…
9/29/2019 • 1 hour, 43 minutes, 33 seconds
Césio 137 em Goiânia, o brilho da morte #08
Em 1987, 19 gramas de Césio 137 em Goiás matou 4 pessoas e afetou mais de 1600 em setembro daquele ano. Hoje, mais de 700 vítimas possuem problemas físicos ou psicológicos devido à exposição ao elemento Césio-137, oriundo de uma máquina de radiografia, encontrada em um terreno abandonado. Seu conteúdo foi exposto por dois catadores de lixo que pretendiam reciclar o aparelho e desconheciam da radiação.
Mesmo após a contaminação parcial da cidade de Goiânia, o governo local mentiu para a população e disse que o mal estar das vítimas foi ocasionado por um vazamento de gás: essa negligência custou a saúde de dezenas de policiais e profissionais que realizaram a limpeza da região contaminada. Famílias inteiras foram evacuadas da zona de risco, com mais de 110 mil pessoas inspecionadas no Estádio Olímpico de Goiânia. A tragédia sobre a fonte radioativa só foi revelada ao público mais tarde por parte de jornalistas.
Até hoje, mais de 700 vítimas que deveriam receber pensão para adquirir remédios que controlam a radiação do organismo chegam a receber ⅓ do valor dos remédios. Muitas tornaram-se depressivas, tabagistas ou alcoólatras.
Os médicos e físicos responsáveis por esse acidente - donos do terreno onde a máquina de radiografia estava abandonada incorretamente durante anos - não foram indiciados de nenhuma forma, tendo suas identidades já reveladas desde a década de 90.
Na 8º edição do podcast do Geopizza, narramos uma história nacional extremamente recente que ainda deixa cicatrizes em Goiânia e em todo o Brasil, prova da irresponsabilidade do governo estadual e federal.
Cardápio da Semana (dicas culturais):
Seriado: Chernobyl da HBO - 2019
Entrevista do Fantástico - 2007
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9/15/2019 • 1 hour, 45 minutes, 19 seconds
Os Crimes do Japão Imperial Pt2 #07
SAIU a 7º edição do podcast do Geopizza!
Embora os nazistas utilizassem prisioneiros de guerra para experimentos médicos e genéticos em seus campos de concentração, o Japão levava experimentação humana à nível sádico: utilizam cobaias para hospedar vírus e bactérias como sífilis, peste bubônica e antrax, realizavam vivisecações (autópsia quando uma pessoa estava viva), amputavam membros e e testavam até onde o corpo humano resistia à níveis extremos de frio, calor, perda de sangue e resistência à explosivos.
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Estima-se que até 300.000 homens, mulheres e crianças chinesas, passaram pela unidade 731 de 1931 - 1945 sendo vítimas deste experimentos desumanos, financiados e executados pelo exército japonês. Diversos "testes" que ocorreram na unidade foram utilizados para fabricar armas biológicas que o país pretendia utilizar durante a 2º Guerra.
Em vez de serem julgados por crimes de guerra, os pesquisadores envolvidos na Unidade 731 receberam imunidade dos Estados Unidos em troca dos dados que eles reuniram através da experimentação, como aconteceu com pesquisadores nazistas na Operação Paperclip. Contudo, alguns foram presos pelas forças soviéticas foram julgados em Khabarovsk, em 1949. Os relatos de vítimas foram, em grande parte, ignorados ou desacreditados no Ocidente como propaganda comunista.
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8/30/2019 • 41 minutes, 17 seconds
Os Crimes do Japão Imperial Pt 1 #06
O genocídio praticado pelo Império Japonês antes e durante a 2º Guerra é um fenômeno desconhecido por muitos.
Cidades foram apagadas do mapa, milhões foram escravizados para o ramo da construção civil, prostituição forçada ou até mesmo como suprimentos de carne para canibalismo, assim como cobaias para experimentos científicos.
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Não há sentindo em comparar tragédias, mas os alemães mataram aprox 6 milhões de judeus e 20 milhões civis, enquanto os japoneses assassinaram aprox 43 milhões de civis asiáticos ( chineses, filipinos, malaios, vietnamitas, cambojanos, etc).
As nações saquearam os países conquistados numa escala monumental, embora os japoneses tenham pilhado mais, por um período mais longo. Se você fosse um prisioneiro de guerra dos nazistas de origem européia (mas não russa) tinha 4% de chance de morrer antes do fim da guerra; o índice de mortalidade dos mantidos pelos japoneses era quase 30%.
Muitos chefes militares, cientistas que torturaram prisioneiros
O próprio imperador do Japão da época, Michinomiya Hirohito, foram perdoados pelos Estados Unidos - que se apossou de todos seus experimentos científicos e os usou futuramente em laboratórios como os da NASA.
Na 6º edição do podcast de Geopizza, debatemos o assunto mais pesado até então: porquê o Império do Japão com sua creça fundamentalista racista praticou uma enorme carnificina, muitas vezes esquecida.
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8/18/2019 • 55 minutes, 38 seconds
República das Bananas #05
O Brasil é frequentemente chamado de República das Bananas. Essa expressão veio da América Central – do sec 19 ao…
8/4/2019 • 1 hour, 44 minutes, 36 seconds
Como a pizza conquistou o mundo – Geopizza #03
De um pão recheado de classe baixa até uma das comidas mais famosas do mundo; a pizza foi apropriada e modificada por muitas culturas até se tornar o que é hoje.
Atravessando milênios da história, o alimento surgiu como um algo venenoso, sendo mal visto pela sociedade.
Por fim, acabou por tornar-se uma ferramenta de integração geopolítica entre governantes, povos e países inimigos.
Como isso aconteceu, envolveu as Grandes Navegações, reis e rainhas, guerras e crises.
Na terceira edição do podcast Geopizza, analisamos como um dos alimentos mais famosos do mundo se tornou o que é hoje.
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7/7/2019 • 33 minutes, 53 seconds
O Incesto na História #02
O incesto sempre foi mal visto pela sociedade, mas antigamente, isso não importava tanto. Os Habsburgo, a Família Real Britânica, o Império Egipcío e muitos outros praticaram incesto entre e irmãos e primos para dar continuidade ao seu reinado.
Isso resultou em grandes problemas - físicos e mentais. Na segunda edição do podcast do Geopizza, vamos contar as principais pérolas que esses reinos incestuosos deixaram de legado.
Mais tarde, a ciência deu a luz: pela falta de variança genética, um filho de um relacionamento incestuoso tem mais chances de ter câncer, deformidades cerebrais e baixa imunidade.
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6/23/2019 • 41 minutes, 51 seconds
Exploração Espacial e o futuro do trabalho – Geopizza #01
No primeiro podcast do Geopizza, debatemos as previsões feitas pelo escritor Isaac Asimov em1983, sobre como seria a tecnologia em…