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45 Graus

Portuguese, Social, 1 season, 197 episodes, 4 days, 12 hours, 26 minutes
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O 45 Graus é um podcast independente onde pode ouvir conversas intensas com quem pensa os grandes temas da Ciência, Sociedade, Economia, Política, Filosofia e muito mais. José Maria Pimentel - curioso por natureza e economista por formação - recebe para uma discussão descomprometida especialistas e pensadores de várias áreas. No 45 Graus não há temas à partida desinteressantes ou demasiado vulgares, mas evita-se, sempre que possível, a 'espuma dos dias'. Website -> http://45graus.parafuso.net
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#173 José Gomes André - O sistema e a cultura política dos EUA, para europeu entender

José Gomes André é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigador de Filosofia Política. É um dos maiores especialistas em Portugal na História e nas ideias políticas que definiram o sistema político dos Estados Unidos. Doutorou-se em Filosofia Política na mesma faculdade, com uma dissertação dedicada ao pensamento de James Madison. Trabalha actualmente num pós-doutoramento sobre federalismo, no horizonte da filosofia política moderna e contemporânea.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice: (0:00) Housekeeping (mecenas e workshops) (2:02) Introdução ao episódio (5:27) Aos olhos de um europeu, o que é singular no sistema político dos EUA e na sua génese? | Série John Adams HBO (19:52) De onde vem a ideia dos “checks & balances”? | Federalist Papers | Federalismo (31:26) Impacto do sistema eleitoral (círculos uninominais) e os Swing States na Eleição Presidencial | O Colégio Eleitoral na Eleição Presidencial | Importância identitária da Constituição para os norte-americanos | Emendas à Constituição  (49:10) Herança do sistema britânico | Sistemas legais EUA vs UK. | Episódio Thiago Hansen (57:47) De onde vem a aversão dos americanos ao Governo central? | Importância dos Estados.  (1:09:29) Diferença entre senado e Câmara dos Representantes (1:15:34) O que mais surpreenderia hoje os Founding Fathers? | Estudo Pew Research | Robert Putnam - Bowling Alone (perda de capital social nos EUA) (1:22:38) Próxima eleição presidencial (Novembro de 2024) [gravado a 3 de Setembro]. | Sites referidos: realclearpolitics.com, projects.fivethirtyeight.com/polls, Silver Bulletin, Crystal Ball Livros recomendados: American Political Parties and Elections, A Very Short Introduction, de L. Sandy Maisel | American Civilization: An Introduction, de David Mauk e John Oakland | Tópicos de Filosofia e Ciência Política : Federalismo - Das Raízes Americanas aos Dilemas Europeus, de Viriato Soromenho-Marques Allan Lichtman - The Keys to the White House ______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira  
10/16/20241 hour, 42 minutes, 51 seconds
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Extra: Ian Van Engelgem - The EU's Role in Humanitarian Aid and Health Assistance

This episode is a partnership with the EU Civil Protection and Humanitarian Aid (DG ECHO). Ian Van Engelgem is a Health Advisor with the EU’s Department for Civil Protection and Humanitarian Aid Operations. Ian is based in Dakar, Senegal, where he draws from a wealth of experience in humanitarian health aid. He began his career as an emergency ward doctor in Belgium, before moving to Guinea with Médecins Sans Frontières, where he provided vital medical assistance to refugees from the Sierra Leone conflict. Since then, Ian has worked across countries like Afghanistan, Cambodia, and Kenya, with a focus on providing healthcare to displaced populations and controlling disease outbreaks. Currently, he advises on health and nutrition policies, guiding the EU's humanitarian aid during crises. _______________ Índice: (0:00) Introduction (3:23) The need for Humanitarian Aid in today’s World. (12:38) How does EU Humanitarian Aid work in practice? Echo flight. Humanitarian Air Bridge (EU HAB). International humanitarian law (20:40) The crises in the Democratic Republic of Congo (DRC) (23:17) EU Health Assistance  (31:38) Evolution of EU capacity (34:16) New MPox epidemic, declared by WHO as a “public health emergency of international concern” (39:58) EU Health Assistance: mental health interventions (45:11) What to expect in the future from EU Humanitarian Aid? _______________ Did you know that the European Union is playing an increasingly pivotal role in the global response to humanitarian crises? That is precisely the subject of today’s episode, with a focus on health assistance. In this conversation, Ian Van Engelgem, Health Advisor with DG ECHO, highlights the growing need for humanitarian aid in today’s world. He explains the EU’s role, through institutions like DG ECHO, in directly intervening in crises, describing the scope of its operations—from its budget size to the main countries receiving aid. We explore the EU’s use of different mechanisms to assist those facing situations ranging from conflicts to disease outbreaks, such as the Covid pandemic or the 2014 Ebola epidemic. We discussed some of the most relevant cases today, such as the Democratic Republic of Congo (DRC), a country grappling with both conflict and ongoing disease outbreaks, such as the current Mpox epidemic, which the WHO recently classified as a “public health emergency of international concern.” A key focus of our conversation is health assistance, including how previously overlooked aspects like mental health are now receiving greater attention. Ian shares his insights into how humanitarian aid is evolving and what the future holds for EU operations in this space. For our Portuguese-speaking listeners, you might recall my recent episode with João Silva, also from DG ECHO, where we discussed the EU’s civil protection efforts in fighting natural disasters, from wildfires to floods. In today’s episode, I found it particularly interesting to explore how the EU’s humanitarian aid complements and expands on its civil protection work—and I hope you’ll find it just as enlightening. _______________ This episode was edited by Hugo Oliveira
10/4/202451 minutes, 5 seconds
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#172 José Gameiro - “O que aprende um terapeuta de casais sobre as relações e as pessoas?”

José Gameiro nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, com especialidade em psiquiatria, e doutorou-se em Psicologia e Saúde Mental na Universidade do Porto. É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Assina, no Expresso, a crónica «Diário de um psiquiatra», onde fala sobretudo de relações e terapia de casais. É autor de vários livros sobre estes temas, o último dos quais, publicado este ano, provocadoramente chamado «Manual de Infidelidade». Foi uma grande conversa. O convidado é conversador espirituoso (como vão ver) e é talvez a pessoa em Portugal com mais experiência a lidar com casais: desde os problemas mais comuns ao que distingue os casais que funcionam bem.  (Episódio apenas audio.) -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice: (0:00) Introdução (3:57) O que ser terapeuta conjugal ensina sobre as relações. | O maior desafio no casal é lidar com as diferenças (18:18) O dinheiro e a carreira (28:24) Como funciona, na prática, a terapia de casal? Carl Whitaker. Cultura EUA vs Portugal (39:57) O terapeuta, com a experiência, constroi uma intuição sobre os casais? (44:30) Diferenças no casal e papeis de género. | Casais do mesmo sexo. | Estudo de Masters and Johnson (52:21) Infidelidade: padrões e diversidade (1:08:31) Os casais não devem dizer e discutir tudo? | A “verdadaça” (1:16:26) Lições para a vida conjugal de uma vida de terapeuta de casais (1:21:46) O mais importante numa relação é sentir-se compreendido | E o mais devastador é a crítica sistemática (1:26:32) O modelo de guarda partilhada de casais separados continua a discriminar os homens? (1:31:53) “Somos sobretudo amigos” ______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira  
10/2/20241 hour, 34 minutes, 7 seconds
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#171 Diana Grilo Silva - Reinventar organizações: menos hierarquia, autonomia e feedback radical

Veja este episódio também no Youtube. Diana Grilo Silva é “Head of Interactions” na Critical Techworks (CTW), uma empresa software que resulta de uma ‘joint-venture' entre a portuguesa Critical Software e a BMW, e que se distingue por várias práticas de gestão radical, que dão forma a uma nova forma de trabalhar, disruptiva, horizontal e autónoma. A Diana é formada em Engenharia Informática pela Universidade de Évora, e antes da CTW passou pela Nokia e pela Talkdesk, entre outras empresas.    -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico: https://forms.sendpulse.com/7e62c1e4f5 _______________ Índice: (0:00) Introdução (5:44) Como pode uma empresa crescer sem ficar mais vertical, com mais níveis hierárquicos? | Seguir o exemplo das células e da mitose (14:58) Equipas em autogestão e separar responsabilidade de gestão entre delivery e gestão de pessoas | O que faz um(a) SCRUM master? (34:16) Gestão e a armadilha do Princípio de Peter (40:59) Um método radical para a avaliação de desempenho e feedback. | Avaliação na CT, baseada em 4 atributos principais. | É a própria pessoa que decide! (49:18) Aprender a dar feedback | No inicio é sempre estranho. Começar com perguntas. (1:08:33) Metodologia Scrum. Usar Scrum para fazer obras em casa? |  (1:12:02) Importância de incentivar a experimentação. “Falhar depressa” | Sandboxing | Post-mortem (1:17:40) O que nos motiva no trabalho? TED Talk Dan Pink | Lei de Goodhart (1:35:05) Desafios de ser mulher na área tecnológica (artigo da convidada) Livros recomendados: Reinventing Organizations, Frederic Laloux | The Connected Company, Dave Gray | Holacracy: The New Management System for a Rapidly Changing World, Brian J. Robertson ______________ Esta conversa foi editada por: DBF Estúdio  
9/18/20241 hour, 51 minutes, 38 seconds
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[BEST OF] #99 pt1 Desidério Murcho - “Todos devíamos saber Lógica para raciocinarmos melhor”

O 45 Graus está de férias; por isso, não há episódios novos. É uma boa altura para re-publicar alguns dos melhores episódios das últimas temporadas (os mais ouvidos e que mais feedback tiveram dos ouvintes). Esta 1ª parte da conversa com Desidério Murcho é um episódio já com quase 4 anos, mas é ainda um dos que os ouvintes mais me falam. E com boa razão: foi dos episódios do 45 Graus que mais me marcaram e inspirou alguns conteúdos dos workshops de Pensamento Crítico. A quem não teve oportunidade de ouvir na altura, espero que gostem — e não deixem de ouvir também a 2ª parte desta conversa. Até breve. ________________________________________________________ Inscreva-se aqui nos workshops de Pensamento Crítico, módulo "Desinformação e Números que Enganam: em Lisboa, Porto e Online __________________________________________ Desidério Murcho (1965) estudou Filosofia na Universidade de Lisboa e depois no King’s College de Londres. É professor na Universidade Federal de Ouro Preto desde 2007. Autor de Filosofia em Directo (2011), um êxito editorial com mais de 21 mil exemplares vendidos, Sete Ideias Filosóficas que Toda a Gente Deveria Conhecer (2011), Pensar Outra Vez (2006), O Lugar da Lógica na Filosofia (2003) e Essencialismo Naturalizado (2002). Coautor dos livros Janelas para a Filosofia (2014), 50 Lições de Filosofia (2012-2013), entre outros, e organizador dos livros A Ética da Crença (2010), Viver para Quê? (2009) e Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (2006), Desidério Murcho participa habitualmente em congressos e conferências internacionais. ________________________________________________________ -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com ________________________________________________________ Índice da conversa: (0:00) Introdução (1:44) Porque é importante todos sabermos de lógica? Livro do convidado: Lógica Elementar (10:08) A História da Lógica ao longo dos séculos: Lógica dedutiva aristotélica, Lógica dos estoicos, Matematização da lógica a partir do sec XIX  (17:27) O que é a Validade de um raciocínio (18:50) A Revolução Científica e a vitória do raciocínio indutivo sobre o dedutivo. David Hume. O Problema da Indução | Robin George Collingwood | Enciclopédia de Diderot | O debate na Filosofia entre Racionalismo vs Empirismo |  David Hume | Idealismo Hegeliano (30:33) Diferença entre raciocínio dedutivo e indutivo. | A desorganização inerente à linguagem e a dependência do contexto. A incerteza subjacente à indução (39:33) O Teorema de Bayes: por que nos é útil para fazer previsões e compreender o mundo (48:41) Limites da dedução -- e por que não há uma lógica universal? | Thomas Kuhn ________________________________________________________ Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rêgo
8/28/20241 hour, 42 seconds
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[BEST OF] #146 Raquel Vaz Pinto - Estamos a entrar numa guerra fria entre os EUA e a China?

O 45 Graus está de férias, por isso não há episódios novos. É uma boa altura para re-publicar alguns dos melhores episódios das últimas temporadas (os mais ouvidos e que mais feedback tiveram dos ouvintes). Este, um regresso da Raquel Vaz-Pinto ao podcast, é um belo exemplo disso; e, com este tema, é um episódio que -- feliz ou infelizmente -- vai manter-se actual ainda por muito tempo. A quem não teve oportunidade de ouvir na altura, espero que gostem! Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Auxiliar Convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade, onde lecciona as disciplinas de Estudos Asiáticos e História das Relações Internacionais. Foi consultora do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian de 2020 a 2022 e Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Autora de vários artigos e livros entre os quais A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos editado pela Tinta-da-China e Os Portugueses e o Mundo editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.  Os seus interesses de investigação são Política Externa e Estratégia Chinesa; os EUA e o Indo-Pacífico; e Liderança e Estratégia. É analista residente de política internacional da SIC e da TSF. Actualmente, está a terminar um livro, que será publicado pela Tinta-da-china, sobre os desafios colocados pela China às democracias liberais europeias, incluindo a portuguesa. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui nas sessões de setembro e outubro dos workshops de Pensamento Crítico, módulo "Desinformação e Números que Enganam. _______________ Índice (com timestamps): (0:00) Introdução ​(9:47) O que mudou na rivalidade CN-EUA desde o nosso episódio de 2018? | Wolf warrior diplomacy | Os diplomatas chineses mal-comportados | Índia | Quad (30:18) A política externa dos EUA em relação à China começou por ser complacente e tornou-se demasiado agressiva? | Artigo de John Mearsheimer | Estratégia dos G7 em relação à CN: do decoupling ao de-risking | Matérias primas críticas e terras raras (e aqui) (42:10) Já podemos falar de uma Guerra Fria entre EUA e CN? | A Armadilha de Tucídides (Livro: História da Guerra do Peloponeso)| Houve uma crença exagerada no Ocidente nos efeitos da abertura económica? | Como os manuais de economia americanos sobrevalorizam a economia da URSS | Frase atribuída a Deng Xiaoping: «Hide your strength, bide your time» (55:26) Comparação China vs URSS | O papel da ideologia na guerra fria vs na nova ‘ordem chinesa’ | Aumento do autoritarismo do regime chinês | Digital Dictators | Cimeira da Ásia Central, sem a Rússia | Nova política externa defendida pelo SPD alemão | A nova ambição da China para o Ártico (1:18:37) O que esperar do futuro -- e o que fazer para evitar uma escalada do conflito? | Tese do ‘peak China’ | O problema demográfico da china (e os telefonemas aos recém-casados) | Livro: Leftover Women, de Leta Hong Fincher | Episódio com Hu Jintao no congresso do CCP | European Critical Raw Materials Act | A integração económica é um garante de que não ocorre uma guerra ou é, pelo contrário, uma fonte permanente de tensões? _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira  
8/14/20241 hour, 40 minutes, 55 seconds
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Bónus: AMA - Perguntas dos Ouvintes

Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com Nota: o site josemariapimentel.pt encontra-se em baixo. Enquanto não consigo repô-lo, podem inscrever-se no workshop de Pensamento Crítico (Desinformação e Números que Enganam) através dos seguintes links: particulares, empresas (acresce IVA à taxa legal).
7/31/202437 minutes, 26 seconds
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#170 Alexandre Mergulhão e Pedro Almeida Jorge (pt2/2) - IRS, meritocracia, bizarrias do IRC e impostos sobre heranças

Veja também no Youtube. Alexandre Mergulhão é economista, formado na Nova SBE, e técnico superior no gabinete de estudos do Ministério das Finanças (GPEARI). É doutorando em Economia Política no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, onde também é professor Assistente Convidado. É autor do estudo “Fiscalidade em Portugal”, de que falámos muito neste episódio, publicado pela Associação Causa Pública, um think-tank que reune diferentes visões vindas da esquerda. Pedro Almeida Jorge é também formado pela Nova SBE e tem carreira na área de auditoria e consultoria fiscal a entidades do setor financeiro. Além disso, é coordenador da biblioteca e das traduções do Instituto Mais Liberdade, um think-tank com uma visão liberal, focado na defesa da liberdade individual e na economia de mercado. O Pedro tem coordenado a publicação de vários livros nesta linha em Portugal, como “Ambientalismo: Uma Visão de Mercado” e “Adam Smith Tinha Razão" de Rainer Zitelmann. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico: https://forms.sendpulse.com/7e62c1e4f5 _______________ Índice: (0:00) Introdução   (03:28) Rendimentos financeiros: como o não englobamento permite aos mais ricos pagar menos IRS| Livro: Henry George imposto sobre a terra | Milton Friedman |  (30:11) IRC: faz algum sentido também ser progressivo? | Estudo FFMS, coordenada por Pedro Brinca | Falta de escala das nossas empresas | Paper: Gechert, S. Heimberger, P. Do corporate tax cuts boost economic growth? | Livro: The Bourgeois Virtues, de Deirdre Nansen McCloskey (43:01) Falta a Portugal uma mentalidade amiga do espírito capitalista? | Tese de Durkheim sobre suicídio | Adam Smith: Teoria dos sentimentos morais (01:16:41) Impostos sobre o património: imposto anual (e.g. IMI) & imposto sobre heranças | Os Fisiocratas | IMT vs IMI  (01:21:42) Devíamos implementar um imposto sobre grandes heranças? | UBS Global Wealth Report 2024 | Livro: O Capital no Século XXI de Thomas Piketty | Artigo do Pedro Almeida Jorge no Observador
7/24/20241 hour, 53 minutes, 48 seconds
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Novo módulo dos workshops de Pensamento Crítico: Desinformação e Números que Enganam

Veja aqui as datas das sessões e como inscrever-se.
7/20/20242 minutes
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#169 Alexandre Mergulhão e Pedro Almeida Jorge (pt1/2) - Pagamos impostos a mais em Portugal?

#169 Alexandre Mergulhão e Pedro Almeida Jorge (pt1/2) - Pagamos impostos a mais em Portugal?   Alexandre Mergulhão é economista, formado na Nova SBE, e técnico superior no gabinete de estudos do Ministério das Finanças (GPEARI). É doutorando em Economia Política no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, onde também é professor Assistente Convidado. É autor do estudo “Fiscalidade em Portugal”, de que falámos muito neste episódio, publicado pela Associação Causa Pública, um think-tank que reune diferentes visões vindas da esquerda. Pedro Almeida Jorge é também formado pela Nova SBE e tem carreira na área de auditoria e consultoria fiscal a entidades do setor financeiro. Além disso, é coordenador da biblioteca e das traduções do Instituto Mais Liberdade, um think-tank com uma visão liberal, focado na defesa da liberdade individual e na economia de mercado. O Pedro tem coordenado a publicação de vários livros nesta linha em Portugal, como “Ambientalismo: Uma Visão de Mercado” e “Adam Smith Tinha Razão" de Rainer Zitelmann.   -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com   -> Registe-se para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico: https://forms.sendpulse.com/7e62c1e4f5 _______________ Índice: (0:00) Introdução   (06:02) INÍCIO da conversa | Porque há impostos progressivos? | Carga fiscal vs esforço fiscal | Impacto nos incentivos económicos | Taxa efectiva por escalão de rendimento | Esforço fiscal: índices de Bird e de Frank | Progressividade real de um sistema fiscal | Impostos sobre rendimento vs riqueza   (39:33) Porque os impostos indirectos (como o IVA) são sempre regressivos | Livro de F. HAyek - Constituição da Liberdade | Relação entre rendimento e felicidade | Joseph Stiglitz | Liberland   (59:45) O nosso sistema fiscal incentiva a emigração? | Quem emigra deveria continuar a pagar IRS em Portugal? | Saez, E., & Zucman, G. (2019). The triumph of injustice: How the rich dodge taxes and how to make them pay. | Lei FATCA (EUA) | Partido Libertário    (01:09:35) Como medir os serviços que cada um de nós obtém do Estado?   (01:22:35 ) IRS: como compara Portugal com outros países? | Estudo Banco de Portugal sobre IRS em Portugal (p 43) | Como é que a nossa fiscalidade impacta o crescimento económico? Tax Wedge    (1:30:42) Quanto paga cada escalão de rendimento de IRS em Portugal?| Segurança Social (TSU) | IRS progressivo desincentiva ao trabalho?
7/17/20241 hour, 31 minutes, 19 seconds
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#168 Pedro Correia - Exercício físico, longevidade e como medir a nossa condição física

Veja também no Youtube. Pedro Correia é atualmente CEO e Diretor Técnico da The Strength Clinic, um Centro de Treino e Longevidade situado em Lisboa, para pessoas que querem ter mais saúde, performance e longevidade. É também treinador, atleta e formador na área do exercício físico. Criou a The Strength Clinic em 2016 por conta de um problema grave de saúde que teve quando tinha 25 anos (Linfoma de Hodgkin) e por não encontrar uma solução estruturada ao nível do exercício físico que potenciasse estes resultados. Completou a Licenciatura em Educação Física e Desporto na Universidade da Madeira e o Master em Gestão de Campos de Golfe pela Universidade Europeia de Madrid, várias outras formações em alguns dos melhores Centros Desportivos nos EUA (EXOS, Titleist Performance Institute, Parisi Speed School, Milke Boyle Strength & Conditioning e Results Fitness) e vários cursos de nutrição (Precision Nutrition, NutriScience, Tudo Bompa Institute).  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico: https://forms.sendpulse.com/7e62c1e4f5 _______________ Índice: (0:00) Introdução (5:48) INÍCIO da conversa - Impacto do exercício na saúde | Treino de precisão | Benefícios do exercício para lá do dispêndio de energia | Exercício vs nutrição | Correr aumenta performance cognitiva | Papel do BDNF (18:33) Importância do treino de estabilidade / mobilidade (29:11) As 3 formas de capacidade cardiovascular (anaeróbica e aeróbica) | VO2 Max (Teste de Cooper). (35:43) Quando é que o exercício é demais? | Treino de alta competição | Mitocondrias (50:49) A importância da respiração | Correlação força de prensão - longevidade | Saúde cardíaca: frequência em repouso, HRV. | Ângulo de fase | Gordura visceral (1:04:48) Velocidade, força e potência. | Porque a potência é o que mais perdemos com a idade? | Powerpenia (1:15:57) Treino: a importância de ter um objectivo e criar uma rotina. | Peter Attia e o conceito da Década Marginal | Como manter a motivação no treino. (1:22:42) Quanto tempo demora o treino a ter efeitos? (1:30:56) Porque a qualidade da ligação cérebro-músculo é mais importante do que a massa muscular. | Hipertrofia. (1:37:50) Flexibilidade vs força | Quando fazer alongamentos? (1:49:22) Treino de força cria risco de lesões? | Importância do treino de movimento (1:56:49) Para lá do físico: o treino enquanto fonte de resiliência e auto-estima  (1:58:54) Em que medida a nossa genética limita o nosso potencial? (2:05:58) Quando dormimos mal devemos ir treinar? | Treino de alta intensidade (HIIT)
7/4/20242 hours, 11 minutes, 49 seconds
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#167 Renate Nikolay - EU’s digital strategy, regulation, innovation, the Brussels Effect

Renate Nikolay is deputy director-general at DG Connect (Directorate-General for Communications Networks, Content and Technology) at the European Commission.  _______________ Chapters: (0:00) Introdução (2:42) English intro (8:02) Opportunities and challenges of the digital revolution | GDPR (General Data Protection Regulation) |  AI Act + AI innovation package | Data Act  (16:12)  Digital Services Act (DSA) | The role of DSA in fighting desinformation during the EU elections | Facebook–Cambridge Analytica data scandal (22:41) Artificial intelligence:  why the EU stepped in in providing open-access supercomputers | Inflation Reduction Act (IRA) in the US (28:13) Does EU regulation stifle innovation? | Recent paper by Anu Bradford: The False Choice Between Digital Regulation and Innovation | Hiroshima AI process  (33:19)  Digital Decade policy programme. | 2023 report. (35:48) Economic security: the importance of ensuring production of semiconductors in Europe. |  Chips Act (38:07) The future: what will change in the EU’s role in the digital arena? _______________ O tema de hoje é a revolução digital que estamos a viver e, em particular, a estratégia da UE para lidar com ela: tentando regular os riscos destas tecnologias e, ao mesmo tempo, potenciar a inovação digital no continente. A tecnologia e o mundo digital sempre me interessaram -- ou não estivessemos num podcast, uma espécie de rádio digital --, mas sobre as políticas da UE nesta área tinha, até há pouco tempo, apenas uma ideia vaga. …E não era uma ideia especialmente positiva, muito influenciada pelas críticas (que certeza já ouviram por aí) de que enquanto os EUA inovam e criam grandes empresas, a especialidade da Europa é basicamente…regular. Mas a verdade é que tenho vindo a mudar a minha visão desde que passei a colaborar de perto com a DG Connect -- que é o departamento da CE responsável por esta área --, enquanto “embaixador digital”; um grupo que reune pessoas activas no mundo digital dos vários países da União. Nas viagens que tenho feito a Bruxelas nos últimos tempos, e em discussões com quem lá trabalha, tenho percebido que existe, na UE, uma visão para o mundo digital que, não sendo imune a críticas, é claramente pensada, multifacetada e a olhar para o futuro. Por isso, decidi que estava na altura de trazer este tema ao podcast. A convidada é Renate Nikolay, que é directora adjunta na DG Connect e alguém que, como vão perceber, defende esta visão de forma muito coerente. _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Renate Nikolay is deputy director general at DG Connect. Before that, she was head of cabinet of Vera Jourova, the European commissioner for justice, consumers and gender equality. Before that, she led the Unit of interinstitutional and international relations in DG Justice between 2011 and 2014. She has also been an advisor in the cabinet of the first High Representative and Vice President Catherine Ashton where she led on the relations with the European Parliament in setting up the European External Action Service (EEAS) and on relations with Asia, in particular China. Before that, she was a member of the cabinet of Trade Commissioners Peter Mandelson and Catherine Ashton from 2004 to 2009. She started her career in the European Commission in the department for trade in November 2003 dealing with the accession negotiations of Vietnam to the World Trade Organisation and with the trade policy committee with the member states. She has also been a diplomat in the German Permanent Representation in Brussels and worked as private secretary to the German G8 sherpa in the German Ministry of Economics. Nikolay holds an M.A. as a Fulbright Scholar in Washington DC and a B.A. in law from the Free University in Berlin.
6/26/202441 minutes, 18 seconds
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#166 António Filipe Pimentel - História da Arte, o papel dos museus e a cultura em Portugal

António Filipe Pimentel foi professor universitário de História da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra durante grande parte da carreira. Especializou-se fundamentalmente na arte barroca portuguesa, com uma tese de mestrado sobre o Palácio de Mafra. Fez depois o doutoramento sobre o Paço Real de Coimbra, ou seja, o edifício onde no século XVI ficou definitivamente instalada a Universidade. Até que, de maneira mais ou menos imprevisível, deu o salto para funções mais executivas -- primeiro como Pró-Reitor da UC e depois na gestão de museus. Começou com uma passagem breve como director do Museu Grão Vasco, em Viseu, e foi depois durante quase 10 anos director do MNAA, onde fez uma série de transformações. Mais recentemente, desde 2021, é diretor do Museu Calouste Gulbenkian. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas em 45grauspodcast.com -> Registe-se para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico: https://forms.sendpulse.com/7e62c1e4f5 _______________ Índice: (0:00) Introdução (4:44) Entrada na História da Arte, o Palácio de Mafra e D. João V. | Criação do Patriarcado de Lisboa. Sebastião César de Meneses | | João Frederico Ludovice (arquitecto de Mafra) | Arte antiga vs arte contemporânea | Criatividade na arte antiga | Terramoto de 1755. Manuel da Maia (31:55) Obras que se perderam no Terramoto de 1755? | Exposição Encomenda Prodigiosa  (35:06) Porque faltam grandes artistas na nossa História? | Nuno Gonçalves e os painéis de Sao Vicente | Rogier van der Weyden | Jan van Eyck | Auto-retrato de Dürer (44:49) Universidade de Coimbra e o Paço Real. Debate sobre se os reis portugueses foram coroados. Serenata na Sé Nova (53:49) Quando as sociedades não conseguem construir conhecimento: a história obelisco da Praça de S. Pedro em Roma. | SMulticamaraorolla  (59:08) Período no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). | Parcerias com museus internacionais | Exposição ComingOut | Ideia para uma exposição que misturasse obras reais e reproduções. Museu Nacional de Escultura em Valladolid |  (1:26:07) Campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo” | Que impacto teve nos museus o aumento do turismo? (1:39:48) Os museus deviam ter mais autonomia para gerir a sua coleção? (1:51:53) Museu Gulbenkian _______________ Este é um episódio…especial, porque o convidado é…meu pai. Na nossa conversa, acabei, por isso, por seguir um encadeamento mais biográfico do que é normal noutros episódios.  Começámos por falar sobre o que é especial na História da Arte, em particular, na arte antiga. Isto levou-nos ao Palácio de Mafra e o reinado de D. João V., que foi o tema da tese de mestrado (na altura em que as teses de mestrado eram um trabalho de anos…!).  E levou-nos também à incrível quantidade (e qualidade) de obras que se perderam naquela altura , com o Terramoto de 1755 — e às razões para haver tão poucos artistas geniais na nossa História em comparação com outros países (com honrosas mas também misteriosas excepções, como Nuno Gonçalves, autor dos Painéis de São Vicente). Falámos também da Universidade de Coimbra, que foi o tema da tese de doutoramento do meu pai (mais concretamente, o Paço Real, que é edifício onde a Universidade está instalada desde o século XVI).  E, claro, falámos sobre o papel dos museus na cultura e na sociedade, em particular do período de quase 10 anos que esteve à frente do MNAA, um período em que o museu ganhou uma nova notoriedade. Isto aconteceu graças a várias iniciativas que deram nas vistas, como foi o caso da campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo”, um “crowdfunding” que permitiu adquirir para a colecção do museu o quadro “A Adoração dos Magos”, de Domingos Sequeira (outro dos raros génios portugueses). Participaram na campanha 171 entidades e 15 mil particulares. No final, falámos também de aspectos institucionais da gestão de museus, como a falta de autonomia que os museus públicos ainda têm em Portugal (um problema ue tem paralelos com outras instituições como as escolas, que já aqui discuti várias vezes). _______________ Esta conversa foi editada por: DBF Estúdio
6/20/20241 hour, 56 minutes, 12 seconds
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#165 Ana Estanqueiro - O boom das energias renováveis vai continuar?

Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências, e é das pessoas que mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e sistemas de energia em Portugal.. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui no próximo workshop de Pensamento Crítico.  -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice (0:00) Introdução (5:47) Como está a correr a Transição Energética a nível mundial? (13:00) Energia hídrica | Solar de concentração | O caso do Brasil | Impacto ambiental da hídrica (23:04) Os “maus alunos”: Rússia, África do Sul, Índia. | O caso da China | Custo das renováveis vs outras (28:32)  Como funciona a energia eólica | Gerador eléctrico - Lei de Faraday | Lei de Betz e o limite das turbinas eólicas (35:40) Solar fotovoltaico | Lei de Moore | O risco da dependência da China. Relatório Draghi | Mercado de certificados verdes (47:43) Solar vs eólica | O que o perfil de consumo energético de Portugal diz sobre a nossa economia | Centrais híbridas (1:02:04) O desafio do armazenamento | Dunkelflaute | Baterias ox-redox | Hidrogénio verde  (1:12:16) Impacto ambiental das renováveis | Turbinas usadas (1:15:52) Desafios de integrar as renováveis variáveis no tempo no sistema eléctrico | A Península Ibérica enquanto “ilha eléctrica”. Mercado europeu (1:26:21) Como está Portugal na transição energética, vamos conseguir atingir 85% de renováveis em 2030? | Gestão de consumo  (1:30:59) E a energia nuclear? | Diagrama de cargas | Green deal não inclui nuclear. |  (1:40:41) A nível global, quanto é que as Renováveis ainda conseguem crescer mais; vamos conseguir a Transição Energética apenas com elas? Declarações de Jean-Marc Jancovici | Eólica offshore | Desafio de alterar os mercados da energia para incorporar renováveis (projecto TradeRes). Livro recomendado: "Renewable and Efficient Electric Power Systems", de Kevin F. Hsu e Gilbert M. Masters  _______________ Como prometido, aqui vai mais um episódio da série sobre a Transição Climática.. Já faltava um episódio dedicado às energias renováveis, especificamente as chamadas “renováveis variáveis no tempo”, que incluem a solar e a eólica.  Hoje parece que não há dia em que não se fale de transição energética e de renováveis, mas tenho impressão que a maioria de nós não tem bem noção do ponto em que estamos, e em que medida é que a solar e a eólica vão ser capazes, por si só, de assegurar a Transição Energética. Este é, por isso, um episódio que queria mesmo fazer, e queria fazê-lo bem. Portanto, andei imenso tempo à procura do convidado certo.  Precisava de alguém que conhecesse bem este mundo (que é muito técnico) e que ao mesmo tempo tivesse uma visão imparcial. Demorou, mas cheguei -- com a assistência crucial do Francisco Gomes, aqui da equipa -- ao nome da convidada de hoje: Ana Estanqueiro.  A Ana é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e, como vão perceber, é das pessoas que em Portugal mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e de sistemas de energia. Na nossa conversa, comecei por tentar esclarecer aquela dúvida: afinal, como está a correr a Transição Energética a nível mundial: o que já foi feito, o que falta fazer, países melhores e piores alunos? … Isto levou-nos a um detour para a energia hídrica, uma renovável hoje comparativamente pouco falada mas que tem muito que se lhe diga (e que explica porque alguns países inesperados estão na linha da frente da transição energética).  E falámos, claro, das duas renováveis que mais têm crescido este século: a eólica e, mais recentemente, a solar fotovoltaica, que tem crescido imenso, a começar por Portugal (onde a capacidade solar já é maior do que centrais a gás). Isto acontece porque o preço dos painéis solares caiu brutalmente na última década, em resultado de ganhos de eficiência na produção (não confundir com eficiência energética de cada tecnologia, que é basicamente a percentagem da energia que entra (vento, sol ou água) que cada uma consegue converter em energia utilizável). Só que a energia solar e eólica têm uma particularidade: a produção varia muito, quer ao longo do dia quer ao longo do ano. E isso cria talvez o maior desafio deste tipo de energia, que é conseguir armazenar energia produzida em excesso para usar quando elas não produzem (quando não há vento ou sol). Este desafio está longe de ser resolvido, mas a Ana falou de alguns métodos promissores, desde centrais híbridas ao chamado “hidrogénio verde”. E esta limitação das renováveis é, também, um dos principais argumentos dos defensores da energia nuclear (como se devem lembrar do episódio 160, com o Luís Guimarãis). Por isso, não podia deixar de perguntar à convidada a opinião dela sobre esta o nuclear, que é também uma fonte de energia limpa.  E o nuclear levou-nos à questão mais importante de todas, a pergunta de 1 milhão de dólares: as renováveis tem crescido muito -- e algumas estimativas indicam que vão produzir cerca de 30% da electricidade global este ano --, mas quanto é que ainda vão conseguir crescer mais, tendo em conta restrições de materiais e espaço? Será que as renováveis são suficientes para conseguirmos fazer a Transição Energética a tempo de evitar um aquecimento do planeta de mais de 2º? No final, a convidada recomendou um livro, que podem encontrar nas notas do episódio.  Foi uma bela conversa com Ana Estanqueiro, um verdadeiro ‘tour de force’ de 2 horas sobre este tema que há muito queria fazer. Atenção: é um episódio denso -- preparem-se -- mas acreditem que, se, como eu, querem ter uma opinião mais fundamentada e crítica sobre este tema, vai valer a pena!  _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na FCUL, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia e Delegada Nacional à IEA-Wind, EERA.Wind, EERA.ESI e IEC-TC88, como Presidente da CTE88 – WECS. É licenciada em Eng. Electr.-Energia, Mestre e Doutorada em Eng. Mecânica e Agregada da Universidade de Lisboa em Sistemas Sustentáveis de Energia. Os interesses científicos ​​são vastos e passam pelo planeamento de sistemas de energia com grande participação de ​​vRES, sua integração na rede, e em mercados de electricidade. Foi Chair e vice-Chair do IEA Wind (2004-08). É perita avaliadora de projectos na CE, Danish Energy Agency, Academy of Finland e Nordic Energy Research, entre outros organismos. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências.
6/6/20241 hour, 52 minutes, 54 seconds
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Extra: João Silva - Dos incêndios às inundações: a UE na liderança do combate aos desastres provocados pelas Alterações Climáticas

Este episódio tem o apoio da Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias da Comissão Europeia (DG ECHO). João Silva é ‘policy officer’ na Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias (DG ECHO) da Comissão Europeia. Actualmente, integra a unidade de "Capacidades de Resposta a Emergências de Proteção Civil", onde é responsável pelos recursos da rescEU, em particular as capacidades de combate a incêndios florestais por via aérea e transporte e logística. O João é formado em agronomia e trabalhou anteriormente na DG AGRI e no setor público e privado em Portugal. _______________ Índice: (0:00) Introdução (4:12) Início da conversa. Como actua a UE na ajuda humanitária e na protecção civil contra desastres? (9:03) Mecanismo Europeu de Proteção Civil | Os grandes incêndios no Canadá em 2023 | Terramoto de Fevereiro de 2023 na Turquia (15:39) RescEU | Incêndios de 2017 em Portugal | Incêndios de 2018 na Suécia, que obrigaram o país a pedir ajuda internacional |  (23:34) Impacto das Alterações Climáticas | Incêndios e cheias na Grécia em Agosto de 2023 | Joint Research Centre da Comissão Europeia | ResEU na Faixa de Gaza | Importância de fazer Exercícios de ‘lessons learned’  (37:32) Olhando para o futuro: o que falta fazer? | Pre-posicionamento de bombeiros _______________ Sabiam que a União Europeia é o maior doador de ajuda humanitária do Mundo? E que coordena a resposta europeia a desastres naturais, respondendo a dezenas de emergências por ano, quase ⅔ dos quais fora do continente europeu? Eu também não! Neste episódio, vamos falar sobre o papel da UE nestas áreas, sobretudo no combate a desastres naturais, desde grandes cheias a incêndios, os quais têm aumentado em frequência, gravidade e imprevisibilidade devido ao impacto das Alterações Climáticas. O convidado é João Silva, ‘policy officer’ na Comissão Europeia, onde integra a unidade de "Capacidades de Resposta a Emergências de Proteção Civil". O João é responsável pelos recursos da rescEU, em particular as capacidades de combate a incêndios florestais por via aérea e transporte e logística.  Na nossa conversa, começámos por falar sobre o papel da União Europeia nestas áreas da ajuda humanitária e da protecção civil, e a forma como se interligam cada vez mais. O foco da nossa conversa foi sobretudo na vertente da protecção civil. Falámos do principal instrumento europeu nesta área, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que gere a cooperação entre as autoridades nacionais dos 27 Estados-membros mais 10 outros países participantes. Este Mecanismo serve, sobretudo, para permitir uma resposta mais rápida e coordenada a emergências nos países participantes -- mas tem um extra importante: é que qualquer país do Mundo pode pedir auxílio ao Mecanismo, independentemente de estar perto ou longe. E muitos têm feito uso desta possibilidade. Nos últimos anos, quase ⅔ das activações vieram de Estados fora da Europa: de países tão distintos como o Chile, o Canadá ou a Líbia.  No entanto, uma vez que depende da disponibilidade dos recursos individuais dos países membros, o Mecanismo tem uma limitação importante: torna-se insuficiente quando a mesma emergência afecta vários países de uma vez só. E isso, com as Alterações Climáticas,tem ocorrido cada vez mais. Foi por isso que em 2019 os países da UE deram um passo ambicioso, criando o RescEU, uma reserva de capacidades europeias totalmente financiada pelo orçamento comunitário. Esta decisão, além de resolver este problema, é um sinal do aumento da solidariedade entre Estados-membros que temos observado também noutras áreas, como o lançamento do PRR durante a Pandemia. O RescEU tem sido muito importante também fora de portas, por exemplo, mais recentemente, na intervenção em Gaza. Mas, claro, há sempre desafios que subsistem. Por isso, terminei a perguntar ao João o que ainda falta fazer e o que podemos esperar do futuro. _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
5/29/202447 minutes, 38 seconds
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#164 Teresa Oliveira [vídeo] - Coaching profissional em empresas: ética, natureza humana, burnout e muito mais

(Veja também no Youtube.) Teresa Oliveira é coach profissional há quase 20 anos, credenciada pela International Coaching Federation. É co-fundadora da Outsight e docente na Formação de Executivos da Católica Lisbon School of Business and Economics.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor».  _______________ Índice: (5:09) O que é o Coaching Profissional, e porque é que hoje em dia parece que há coaches de todo o tipo por todo o lado? International Coaching Federation | O que torna o coaching útil?  (17:17) Como funciona o coaching na prática? Quem é o cliente do coach: a pessoa ou a empresa? Que tipo de objetivos são trabalhados? Coaching vs formação. | Princípio de Peter | O trabalho do coach é essencialmente fazer perguntas? | Diferentes perfis de coachees  (44:56) A personalidade ajuda a explicar os nossos comportamentos? Importância da literacia emocional e a popularidade nas empresas das ferramentas de traços de personalidade | MBTI | Hogan Personality Inventory | Big Five |  (1:03:30) Burnout | Burnout da empatia | Técnica do sim-não-sim | Segurança psicológica | Os três níveis de empatia | Declarações polémicas do ministro holandês Dijsselbloem em 2017 (1:16:24) Como têm evoluído os desafios das empresas? | Quando é trabalho não para coach, mas para psicoterapeuta? Livros recomendados: Being Wrong: Adventures in the Margin of Error - Kathryn Schulz | On Being Certain: Believing You Are Right Even When You're Not - Robert A. Burton | When I Say No, I Feel Guilty - Manuel J. Smith | An Everyone Culture: Becoming a Deliberately Developmental Organization - Robert Kegan | The Science of Evil - Simon Baron-Cohen | What Got You Here Won't Get You There - Marshall Goldsmith _______________ Nos últimos tempos, a palavra coach e o termo coaching têm estado cada vez mais associados, para muitos de nós, a charlatanice. Graças às redes sociais -- que nos dão acesso a tudo o que queremos e o que não queremos -- e a humoristas como a Joana Marques, parece que todos os dias surge alguém a chamar-se coach astrológico -- ou algo do género --, com um discurso que parece retirado de um sketch dos Gato Fedorento e a prometer-nos as mudanças mais incríveis na nossa vida.  Tenho-me rido muito com alguns destes casos, mas a verdade é que existe também, há décadas, um coaching que é feito de feito de forma séria e que é muito usado, nomeadamente nas empresas, com resultados comprovados (aliás, é a boa fama desse coaching que estes novos coaches tentam aproveitar quando se intitulam dessa forma).  Um coach profissional é alguém sobretudo em empresas e com quem tem funções de liderança, de gestores intermédios para cima, para maximizar o potencial dos indivíduos, desde melhorar determinados aspectos do seu desempenho, o trabalho em equipa e até o bem-estar. A principal vantagem do coaching face a outras abordagens é que é um acompanhamento muito mais próximo e individualizado da pessoa, o que permite, agir com mais impacto. Isso mesmo é comprovado pela investigação académica nesta área, apesar de ser ainda relativamente recente, a qual mostra um impacto positivo quer no desempenho das organizações quer na satisfação individual das pessoas. Foi por isso — para defender o bom nome deste coaching e explicar como funciona na prática — que decidi desafiar para vir ao 45 Graus uma coach profissional que conheço há muito tempo, de quem gosto muito e cujo trabalho é muito respeitado nesta área.  Na nossa conversa, tentei compreender melhor o que é o coaching profissional, os princípios éticos que o diferenciam, que aspectos do comportamento das pessoas trabalha e como funciona o processo de coaching individual na prática.  Isto levou-nos a falar de vários exemplos concretos da experiência da Teresa como coach, seja os desafios mais comuns nas organizações, as as mudanças comportamentais em que mais tem trabalhado e como elas são, muitas vezes, difíceis de fazer para as pessoas. Pelo caminho, falámos de testes de personalidade, de burnout, da diferença entre coaching e psicoterapia -- e muito mais! ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Teresa Oliveira iniciou sua carreira na aprendizagem de adultos, onde percebeu a importância de estar nos contextos certos para otimizar o potencial humano. Motivada pelas mudanças e oportunidades do século XXI, optou por uma carreira independente focada no desenvolvimento organizacional, lideranças e equipes, utilizando o coaching profissional para efetivar mudanças rápidas e eficazes. Com mais de 2500 horas de experiência em coaching, Teresa é uma Professional Certified Coach pela International Coaching Federation e possui um diploma de Master Practitioner in Systemic Team Coaching. Co-fundadora da Outsight e docente na Católica Lisbon School of Business and Economics, ela também tem uma formação em Terapia Gestalt, além de ser licenciada em Sociologia, mestre em Políticas e Gestão de Recursos Humanos e doutorada em Economia da Inovação pelo ISCTE.  
5/16/202418 minutes, 47 seconds
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#164 Teresa Oliveira - Coaching profissional em empresas: ética, natureza humana, burnout e muito mais

(Versão audio, com edição mais fina. Veja versão em vídeo no episódio à parte no Spotify ou no Youtube.) Teresa Oliveira é coach profissional há quase 20 anos, credenciada pela International Coaching Federation. É co-fundadora da Outsight e docente na Formação de Executivos da Católica Lisbon School of Business and Economics.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor».  _______________ Índice: (5:09) O que é o Coaching Profissional, e porque é que hoje em dia parece que há coaches de todo o tipo por todo o lado? International Coaching Federation | O que torna o coaching útil?  (17:17) Como funciona o coaching na prática? Quem é o cliente do coach: a pessoa ou a empresa? Que tipo de objetivos são trabalhados? Coaching vs formação. | Princípio de Peter | O trabalho do coach é essencialmente fazer perguntas? | Diferentes perfis de coachees  (44:56) A personalidade ajuda a explicar os nossos comportamentos? Importância da literacia emocional e a popularidade nas empresas das ferramentas de traços de personalidade | MBTI | Hogan Personality Inventory | Big Five |  (1:03:30) Burnout | Burnout da empatia | Técnica do sim-não-sim | Segurança psicológica | Os três níveis de empatia | Declarações polémicas do ministro holandês Dijsselbloem em 2017 (1:16:24) Como têm evoluído os desafios das empresas? | Quando é trabalho não para coach, mas para psicoterapeuta? Livros recomendados: Being Wrong: Adventures in the Margin of Error - Kathryn Schulz | On Being Certain: Believing You Are Right Even When You're Not - Robert A. Burton | When I Say No, I Feel Guilty - Manuel J. Smith | An Everyone Culture: Becoming a Deliberately Developmental Organization - Robert Kegan | The Science of Evil - Simon Baron-Cohen | What Got You Here Won't Get You There - Marshall Goldsmith _______________ Nos últimos tempos, a palavra coach e o termo coaching têm estado cada vez mais associados, para muitos de nós, a charlatanice. Graças às redes sociais -- que nos dão acesso a tudo o que queremos e o que não queremos -- e a humoristas como a Joana Marques, parece que todos os dias surge alguém a chamar-se coach astrológico -- ou algo do género --, com um discurso que parece retirado de um sketch dos Gato Fedorento e a prometer-nos as mudanças mais incríveis na nossa vida.  Tenho-me rido muito com alguns destes casos, mas a verdade é que existe também, há décadas, um coaching que é feito de feito de forma séria e que é muito usado, nomeadamente nas empresas, com resultados comprovados (aliás, é a boa fama desse coaching que estes novos coaches tentam aproveitar quando se intitulam dessa forma).  Um coach profissional é alguém sobretudo em empresas e com quem tem funções de liderança, de gestores intermédios para cima, para maximizar o potencial dos indivíduos, desde melhorar determinados aspectos do seu desempenho, o trabalho em equipa e até o bem-estar. A principal vantagem do coaching face a outras abordagens é que é um acompanhamento muito mais próximo e individualizado da pessoa, o que permite, agir com mais impacto. Isso mesmo é comprovado pela investigação académica nesta área, apesar de ser ainda relativamente recente, a qual mostra um impacto positivo quer no desempenho das organizações quer na satisfação individual das pessoas. Foi por isso — para defender o bom nome deste coaching e explicar como funciona na prática — que decidi desafiar para vir ao 45 Graus uma coach profissional que conheço há muito tempo, de quem gosto muito e cujo trabalho é muito respeitado nesta área.  Na nossa conversa, tentei compreender melhor o que é o coaching profissional, os princípios éticos que o diferenciam, que aspectos do comportamento das pessoas trabalha e como funciona o processo de coaching individual na prática.  Isto levou-nos a falar de vários exemplos concretos da experiência da Teresa como coach, seja os desafios mais comuns nas organizações, as as mudanças comportamentais em que mais tem trabalhado e como elas são, muitas vezes, difíceis de fazer para as pessoas. Pelo caminho, falámos de testes de personalidade, de burnout, da diferença entre coaching e psicoterapia -- e muito mais! ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Teresa Oliveira iniciou sua carreira na aprendizagem de adultos, onde percebeu a importância de estar nos contextos certos para otimizar o potencial humano. Motivada pelas mudanças e oportunidades do século XXI, optou por uma carreira independente focada no desenvolvimento organizacional, lideranças e equipes, utilizando o coaching profissional para efetivar mudanças rápidas e eficazes. Com mais de 2500 horas de experiência em coaching, Teresa é uma Professional Certified Coach pela International Coaching Federation e possui um diploma de Master Practitioner in Systemic Team Coaching. Co-fundadora da Outsight e docente na Católica Lisbon School of Business and Economics, ela também tem uma formação em Terapia Gestalt, além de ser licenciada em Sociologia, mestre em Políticas e Gestão de Recursos Humanos e doutorada em Economia da Inovação pelo ISCTE.  
5/16/20241 hour, 40 minutes, 15 seconds
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#163 Catarina Barreiros - É nos nossos comportamentos que está a chave para tornar o Mundo mais sustentável?

O 45 Graus agora também em vídeo -- veja no Youtube! Catarina Barreiros dedica-se de corpo e alma à causa da sustentabilidade e de uma vida com menos desperdício. Tem formação em arquitectura e começou por trabalhar na área do marketing, até que, em 2018, decidiu começar a falar de sustentabilidade na sua página de instagram. A página foi crescendo e chegando a cada vez mais gente -- são hoje mais de 100 mil seguidores. Pelo caminho, a Catarina lançou também, juntamente com o marido, a loja Do Zero, à qual se juntam também um podcast (Do Zero), um evento anual sobre sustentabilidade (o Cidade do -- Zero, adivinharam!) e ainda a Norm, uma marca portuguesa de roupa interior menstrual reutilizável feita de materiais com a mínima pegada ambiental.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor». -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice: (2:56) O que cabe na Sustentabilidade? | Projecto Drawdown. Relatório IPCC. | Desperdício. | Desperdiçarmos menos se usássemos roupa igual todos os dias? (20:08) Alimentação de base vegetal. EAT-Lancet Report | Estudo sobre impacto da carne vermelha  (25:45) É realista deixarmos de ter carro próprio? (33:40) Consumismo | Como evitar o excesso de brinquedos nas crianças de hoje? | Importância da comunidade | O consumismo afecta mais as mulheres? Notícia dos dois pivots. A relação de muitos homens com o futebol (50:44) É preciso não julgar quem não pode largar o carro. Importância de investir na ferrovia.  (58:23) Porque parece mal, culturalmente, não comermos carne?  (1:09:35) O que atrai os teus seguidores para a tua página de Instagram? (1:13:43) Acção política. | O que achas de movimentos como a Climáximo? | Comissões de Cidadãos do projecto Os 230 (1:34:18) Que papel podemos esperar das empresas na transição climática? | Devia haver um imposto sobre as carnes vermelhas?  _______________ No episódio de hoje, converso sobre sustentabilidade com a Catarina Barreiros, alguém que se tem dedicado nos últimos anos de corpo e alma a esta causa.  A Catarina tem formação em arquitectura e começou por trabalhar na área do marketing, até que, em 2018, decidiu começar a falar de sustentabilidade na sua página de Instagram. A página foi crescendo e tem hoje já mais 100 mil seguidores. Pelo caminho, a Catarina lançou também, juntamente com o marido, a loja Do Zero, à qual se juntam também um podcast (Do Zero), um evento anual sobre sustentabilidade (o Cidade do -- Zero, adivinharam!) e ainda a Norm, uma marca portuguesa de roupa interior menstrual reutilizável e sustentável.  Discutimos a sustentabilidade nas suas várias vertentes -- desde os comportamentos individuais à acção colectiva. Começámos por falar sobre o que dizem os principais estudos nesta área sobre sobre os nossos comportamentos menos amigos do ambiente, desde o desperdício, a nossa dieta demasiado carnívora, a nossa dependência do carro ou o nosso consumismo desenfreado (que alimenta uma indústria que polui o planeta e contribui para as alterações climáticas). Falámos também dos aspectos sociais e culturais que, em muitos casos, tornam muito difícil alterarmos estes comportamentos. Sendo que a acção individual é importante, mas a verdade é que dificilmente haverá alterações a sério sem intervenção cívica e política. Por isso, perguntei também à Catarina qual é a maneira certa para intervir enquanto cidadãos e a opinião dela do que têm feito alguns dos principais actores, desde os movimentos ambientalistas, o poder político e as empresas.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
5/1/20241 hour, 44 minutes, 43 seconds
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#162 [EN] Tom Chatfield - Amplifying minds: the vital role of Critical Thinking in the Digital Era

Tom Chatfield is a British author and tech philosopher, interested in improving our experiences and understanding of technology. He is the author of several books on good thinking in today’s tech-dominated world, including “Critical Thinking” and “How to Think”. He also teaches these skills to diverse audiences, ranging from schools to corporate boardrooms, and he has recently designed a successful online course on Critical Thinking for the Economist education. His most recent book is Wise Animals, an exploration of the co-evolution of humanity and technology—and the lessons our deep past may hold for the present. He’s also an experienced Chair, Non-Executive Director, advisor and speaker across the private and public sectors.  -> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor». Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice: (3:00) Introduction in English (5:06) How did you end up writing about critical thinking and technology? | Is critical thinking a soft or a hard skill? | Heuristics and biases (work of Daniel Kahnemen and Amos Trvsersky) | The art of knowing when to seek ‘cognitive reinforcements’ | Why communicating nuances and uncertainties is so hard today. | Arguments when our basic assumptions differ | Why critical thinking is not about being always right. | The importance of challenging our assumptions. (32:46) Why asking questions is the best way to dispute arguments. | The importance of creating trust to have open discussions. | Useful tricks to improve collective decision-making: pre-mortems; obligation to dissent; Oxford-style debates | How much of corporate work today runs around sending and replying to emails | The Amazon memo | ask religious schools | The importance of thinking before talking: book Robert Poynton - Do Pause: You Are Not A To Do List (47:45) Difference between teaching critical thinking to 12 year olds and corporate audiences? | The ubiquity of business jargon | Richard Feynman and the power of questions | Why did SpaceX give up on “catching” falling fairings? | Thomas Kuhn on paradigm shifts | Richard Feynman On The Folly Of Crafting Precise Definitions (1:09:06) New book: Wise Animals: How Technology Has Made Us What We Are | Impact of mass interactive media on democracy. | impact of social media on social health. Book by Jonathan Haidt: The Anxious Generation _______________ Today we're diving into an enlightening conversation with Tom Chatfield, a British author and tech philosopher. Tom is the author of several books on good thinking in today’s tech-dominated world, including “Critical Thinking” and “How to Think”. He also teaches these skills to diverse audiences, ranging from schools to corporate boardrooms, and he has recently designed a successful online course on Critical Thinking for the Economist education. In his most recent book, Wise Animals, Tom explores our relationship with technology, examining the lessons that our ancestral past may hold for our present challenges.  In this thought-provoking conversation with Tom, we discussed his advice for how to think more critically in today’s complex world. We talked about strategies to combat the influence of cognitive biases in our mind, as popularized by thinkers like the late Daniel Kahneman and Amos Tversky, and the importance (and difficulty) of challenging our own assumptions. We also discussed the importance of creating trust in order to be able to have open conversations, and some techniques for deep discussions and good decision making in all contexts.  In the final part, we turned our focus to Tom’s latest book, which explores our relationship with technology, and I asked his view on two big impacts technology is currently having in society: the destabilizing effect of mass interactive media on traditional democratic structures, exacerbating polarization and eroding public trust in institutions; and the troubling rise of what many experts refer to as an “Epidemic of Mental Illness” among children and teenagers, driven by pervasive social media use.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Tom Chatfield is a British author and tech philosopher, interested in improving our experiences and understanding of technology. His most recent book is Wise Animals, an exploration of the co-evolution of humanity and technology—and the lessons our deep past may hold for the present. His recent work around future skills and technology includes designing and presenting the Economist‘s new business course Critical Thinking: Problem-solving and decision-making in a complex world. Tom’s non-fiction books exploring digital culture, including How To Thrive in the Digital Age (Pan Macmillan) and Live This Book! (Penguin), have appeared in over thirty languages. His bestselling critical thinking textbooks and online courses, developed in partnership with SAGE Publishing, are used in schools and universities across the world. He’s also an experienced Chair, Non-Executive Director, advisor and speaker across the private and public sectors. Topics he’s written about recently include the ethics of AI, what it means to think well, technology in deep time and the philosophy of fake news.
4/24/20241 hour, 29 minutes, 8 seconds
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#161 Vicente Valentim - "Afinal, o voto na direita radical é ideológico ou de protesto?"

Vicente Valentim é cientista político na Universidade de Oxford. O seu doutoramento em ciência política, pelo Instituto Universitário Europeu, valeu-lhe vários prémios, incluindo o prémio Jean Blondel para a melhor tese em ciência política e relações internacionais escrita numa universidade europeia. O seu trabalho estuda o que os cidadãos consideram aceitável fazer numa democracia, de onde essas percepções vêm e como mudam. Os seus artigos foram publicados em várias das mais prestigiadas revistas académicas internacionais. O seu primeiro livro, acerca da normalização da direita radical, sairá em 2024 em inglês (“The Normalization of the Radical Right”, Oxford University Press) e em português (“O Fim da Vergonha—Como a Direita Radical se Normalizou”, publicado pela Gradiva a 16 de abril). Mais informação acerca do seu trabalho pode ser encontrada em www.vicentevalentim.com. -> Inscreva-se aqui no módulo 3 dos workshops de Pensamento Crítico: «Decidir Melhor». / Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice: (6:21) Explicação do convidado para o crescimento da direita radical | E o voto de protesto? | Quando existem preferências de direita radical no eleitorado, mas são pouco expressadas porque há estigma social sobre essas ideias (e a normalização, quando deixa de haver)| significado duplo do termo «normalização» (23:45) O que é preciso para desbloquear o estigma? | O caso português: André Ventura enquanto empreendedor político. | Podcast Vitor Matos  (34:39) De onde surge o desfasamento inicial na sociedade entre as normas sociais e as crenças de algumas pessoas? | Só gostamos do populista do nosso país? | Sondagens pos eleitorais em 2022 que mediram transferência de votos | Como medir se quem vota nestes partidos tem mesmo crenças de direita radical?  (56:29) Que papel têm as redes sociais? | estudo ataques terroristas alemanha (1:13:43) Outros temas em que se passe um fenómeno semelhante a este? | Há cientistas políticos de direita radical? (1:20:19) Como devem os partidos da direita democrática lidar com estes partidos? Livro recomendado: Meio Sol Amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie _______________ Desde as eleições de 10 de março, com o incrível crescimento do Chega, que meio mundo -- que é como quem diz, um mundo inteiro menos 18%! -- anda a puxar pela cabeça a tentar encontrar as causas que expliquem aquele resultado e, em particular, o facto de o partido ter conseguido, em menos de 5 anos, multiplicar por mais de 13 o seu resultado. Mas este debate sobre o caso português entronca noutra discussão, muito mais ampla -- as causas da ascensão da direita radical nas democracias ocidentais. Este é um tema sobre o qual muita investigação tem sido produzida e muito tem sido escrito nos últimos anos, incluindo por pessoas pouco relevantes, como este que vos está a falar(!), mas também vinda por pessoas que valem mesmo a pena ler e ouvir.  Uma dessas pessoas é o convidado deste episódio: Vicente Valentim. E a sua investigação ajuda-nos também, como vão ver, a compreender melhor o caso português. O Vicente é cientista político na Universidade de Oxford e dedica-se a estudar o papel das normas sociais no comportamento dos cidadãos em democracia.  No seu doutoramento -- que recebeu vários prémios -- debruçou-se em particular sobre o estigma social que existia na maioria das democracias em torno das ideias de direita radical, e o modo como esse estigma se tem desfeito nos últimos anos. Ao estudar a evolução das normas sociais, o Vicente acabou por desencobrir uma causa até aí inexplorada para o rápido crescimento eleitoral destes partidos. Segundo ele, a verdade é que as ideias que associamos à direita radical já tinham, anteriormente, apoio entre o eleitorado, só que o estigma social que pendia sobre estas ideias  impedia que fossem expressadas. O resultado é que quem tinha essas ideias não tinha noção do seu apoio real. E o mesmo se aplica aos que, se soubessem, gostariam de aproveitar esse filão eleitoral.  É esta espécie de “reserva de apoio pré existente”, argumenta o Vicente, que explica que estes partidos tenham conseguido crescer tão rapidamente um pouco por todas as democracias -- e agora também em Portugal. Com o crescimento destes partidos, o estigma sobre estas ideias acaba por desfazer-se, e elas passam a ser defendidas abertamente no espaço público, num processo de “normalização”.  Este é o termo que dá nome ao primeiro livro do Vicente, que sairá em português já no dia 16 de abril, chamado “O Fim da Vergonha—Como a Direita Radical se Normalizou”. E foi também o tema de uma conferência recente que o Vicente deu em Lisboa, à qual eu assisti, e que me levou a convidá-lo para o 45 Graus.  Na nossa conversa, comecei por tentar perceber melhor a explicação do convidado para o crescimento da direita radical. Discutimos como ela contrasta com outra explicação muito ouvida, em particular, por cá, nas últimas semanas: a de que este é sobretudo um voto de protesto em relação ao estado do sistema político (i.e. um voto não ideológico). E falámos também de uma outra explicação, relacionada, para o crescimento tão rápido e tão transversal destes partidos: o surgimento das redes sociais, e o modo como vieram alterar drasticamente a nossa relação com a política.  A explicação do Vicente contrasta também com as explicações de fundo mais prevalentes na investigação da ciência política, que vê a ascensão da direita radical como consequência da insatisfação de muitos eleitores com mudanças ocorridas nas últimas décadas quer na economia (globalização, automação, aumento das desigualdades) e na sociedade (com a imigração, mudanças de costumes e tensões identitárias). Estas são duas explicações que abordo em detalhe no livro «Política a 45 Graus». Mas, como digo durante a nossa conversa, não me parecem suficientes para explicar a rapidez do crescimento destes partidos (falta-lhes, pelo menos, o impacto das redes sociais e também a explicação que o Vicente propõe). Por outro lado, também não as acho de todo irrelevantes, creio que constituem  claramente uma parte importante desta história.  Este foi um episódio muito interessante. Como vão perceber, fez-me olhar para este tema com outros olhos. Mas é também um episódio que provavelmente vos vai dar luta, porque foi uma conversa intensa e exploratória e porque o tema é complexo, com uma série de causas possíveis.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
4/10/20241 hour, 29 minutes, 39 seconds
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#160 Luís Guimarãis - “O Nuclear é uma das soluções para a transição energética?”

Luís Guimarãis é doutorado em Fusão Nuclear pelo Instituto Superior Técnico, onde foi investigador durante vários anos. Actualmente é sénior data Scientist numa empresa de telecomunicações e professor convidado na NOVA SBE. É ainda colunista na CNN e co-fundador do polo português da WePlanet, uma organização ambientalista que defende soluções baseadas na Ciência para as alterações climáticas e a biodiversidade, e que se destaca pela defesa do nuclear. -> Ouve o Teorias da Conspiração aqui _______________ Índice: (4:48) A enorme dimensão do desafio da Transição Energética | Electricidade vs energia | Vaclav Smil e as quatro indústrias essenciais do Mundo moderno. | Our World in Data | Processo de Haber-Bosch | Associação WePlanet |  (18:29) Como se resolve a Transição Climática? Conter o Aquecimento Global em 1.5º já é impossível? | TED talk: Are we the last generation — or the first sustainable one? | Compromisso da COP28 sobre o nuclear | Energia hídrica | Energia geotérmica  (27:41) Energia Nuclear (de fissão) | Que países estão a construir reactores? | Livro: The Population Bomb, de Paul R. Ehrlich | Acidente de Three Mile Island | Argumentos contra: riscos, custo, demora a construir | Plano Messmer | Complexo de Cassandra | Reactores modulares. | Previsões da AIE (1:13:03) Como lidar com os resíduos nucleares? Vídeos Youtube (um, dois) | Reactor com 2 mil milhões de anos | Terrapower (1:22:22) Problemas / desafios das renováveis: intermitência, baterias, matérias-primas | Potencial do nuclear: curto prazo vs longo prazo (1:34:32) Vamos ter nuclear de fusão? Livros recomendados: Vaclav Smil (The Elder Scrolls V: Skyrim) _______________ No último episódio, com o João Pedro Gouveia prometi-vos que ia publicar vários episódios sobre temas relacionados com ambiente e transição climática. Vão ser uns 4 ou 5 no total, cobrindo diferentes aspectos, desde o desafio da transição energética aos nossos hábitos individuais. Vou lançá-los ao longo dos próximos meses, intercalando com outros temas (para não vos cansar!). No episódio de hoje, vamos abordar um tema que me tinha deixado a pensar no episódio anterior: energia nuclear. Especificamente: qual é o papel do nuclear (de fissão) na transição energética?  Quem não esteja familiarizado com o debate sobre o nuclear ficaria surpreendido com a polarização e tribalismo das opiniões (que faz lembrar algumas discussões políticas mais fracturantes!). De um lado, há quem diga “nuclear nunca”, ou no máximo muito pouco, seja porque é perigoso ou porque é mais caro (pelo custo de construir um reactor) do que as renováveis -- e é nestas que está a solução. Do outro lado, estão os defensores do nuclear, que argumentam que é, na verdade, a fonte de energia segura de todas e a fonte de energia limpa (i.e. que não produz CO2) mais testada e mais fiável -- pelo deve ter um papel igual ou até superior às renováveis na transição energética.  O convidado deste episódio, Luís Guimarãis, está assumidamente neste último campo.  Pessoalmente, devo dizer -- e os ouvintes mais antigos sabem disso -- que sempre tive uma visão benévola em relação ao nuclear, e sempre me pareceu precipitado descartar um soldado com este potencial numa luta contra o tempo e em várias frentes como é a transição climática. No entanto, ao longo da nossa conversa procurei, como de costume, também desafiar as opiniões do convidado; até porque eu próprio, na investigação que fiz, fui percebendo que persistem ainda muitas incógnitas, quer sobre o nuclear quer sobre as renováveis. Começámos por falar da enorme dimensão do desafio da Transição Climática que temos pela frente; falámos de vários tipos de energia, da fóssil às renováveis, passando pela hídrica e a geotérmica; e, claro, o grosso da nossa conversa foi dedicada ao papel que o nuclear deve ter na transição energética. Falámos da História do nuclear, das principais vantagens e também dos argumentos contra mais comuns, desde os riscos, o custo e o tempo que demora em construir um reactor ao desafio de lidar com os resíduos. No final, visto que o Luís trabalhou nessa área, perguntei-lhe também sobre o potencial do nuclear de fusão, a alternativa risco zero e ainda mais poderosa ao nuclear de fissão que parece há décadas adiada, mas que tem tido alguns progressos promissores nos últimos anos. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira  
3/27/20241 hour, 43 minutes, 32 seconds
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#159 João Pedro Gouveia - “Quais as soluções com maior potencial para travar o Aquecimento Global?”

João Pedro Gouveia é engenheiro do ambiente e doutorado em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável pela FCT-NOVA, onde lidera o FireFly Energy Lab. É responsável por vários projetos nacionais e internacionais ligados à  sustentabilidade e à eficiência energética. Em particular -- e foi essa a razão por que o convidei -- é o único investigador português ligado ao Project Drawdown. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice: (7:06) Efeitos das Alterações Climáticas (AC). Distribuição geográfica do aquecimento global.  (14:15) Quão grande é o desafio que temos pela frente? Evolução das emissões globais. | COP.  (26:19) Projecto Drawdown: soluções com mais impacto. | Porque a solução com maior impacto é diminuir o desperdício alimentar? Nr 2: dieta de origem vegetal (1:03:08) O outro lado da equação: captura de carbono. Importância da reflorestação (1:07:41) Quais os sectores mais difíceis de descarbonizar? | Energia solar e eólica. energia das ondas (1:14:58) Devemos contar com o nuclear? | Potencial do hidrogénio | Potencial das soluções de geoengenharia. (1:31:25) Questão filosófica de fundo. (1:34:52) O desafio da pobreza energética em Portugal e a relação com a transição climática. _______________ Nos últimos anos, fala-se cada vez mais de alterações climáticas: desde a política (dos baldes de tinta à COP, conferência do clima das Nações Unidas) à nossa vida privada, com a sustentabilidade e os carros eléctricos hoje na ordem do dia.  E, no entanto, se olharmos para um gráfico das emissões globais de gases de efeito-estufa, elas continuam basicamente em máximos históricos. Este paradoxo mostra bem a complexidade do desafio climático que enfrentamos, possivelmente o maior da nossa geração.  E eu próprio tenho sentido que tenho desvalorizado este tema. É que, embora vá acompanhando a discussão, sinto muitas vezes que me falta ainda conhecimento para ter uma opinião formada sobre várias questões. Por exemplo: Quão difícil vai ser o desafio de limitar o aquecimento global a 2º, como ficou estabelecido no Acordo de Paris. Muito difícil ou já impossível? E quais são as melhores soluções. Que tipos de energia limpa têm maior potencial? Qual o papel dos Estados? E o que podemos fazer nós próprios através das nossas escolhas privadas? Não ser capaz de dar uma resposta a estas perguntas, e a outras, era algo que me andava a irritar cada vez mais nos últimos tempos. E é claramente uma lacuna no 45 Graus. Até agora, apenas arranhei a superfície deste tópico, com um episódio já bem antigo com Filipe Duarte Santos (ep 24). Está por isso mais do que na altura de rectificar isto, e conto dedicar vários episódios ao tema. Para abrir esta série, estava à procura de alguém que pudesse dar uma visão abrangente das diferentes soluções de que vamos ouvindo falar, e que vão desde a aposta em fontes de energia limpa à mudança de hábitos de consumo e até à chamada ‘justiça climática’ que tanta tinta tem feito correr (pun intended). Andei à procura algum tempo, recebi várias recomendações, até que alguém me falou do convidado deste episódio. João Pedro Gouveia é engenheiro do ambiente e doutorado em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável pela FCT-NOVA. O João Pedro não é apenas um académico; é um actor ativo na busca por soluções práticas, liderando o FireFly Energy Lab e contribuindo para projetos de renome tanto nacionais quanto internacionais. Em particular -- e foi essa a razão por que o convidei -- é o único investigador português ligado ao Project Drawdown. Drawdown refere-se ao momento futuro (espera-se!) em que os níveis de concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera não só param de subir como começam a diminuir de forma continuada. O projecto procura investigar as soluções mais viáveis para conseguirmos alcançar este momento. O projecto reúne uma rede global de cientistas que avaliaram e compararam as diferentes tecnologias e práticas com maior impacto na redução das concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera. O resultado é um ranking das soluções com mais impacto.  Segundo as palavras desta equipa, a missão do Drawdown é ajudar o mundo a travar as alterações climáticas – “da forma mais rápida, segura e equitativa possível”. Éstas três palavras não foram escolhidas por acaso, pois dão uma ideia da filosofia por trás do Drawdown: i) Rápida traduz-se numa preferência por soluções e tecnologias que já existam e possam ser implementadas já, em detrimento de soluções ainda numa fase incipiente ou que até possam vir a ter grande potencial mas sejam ainda muito incertas (como algumas tecnologias); ii) Segura traduz-se em colocar em 2º plano tecnologias que possam acarretem riscos, como é o caso do nuclear e de algumas soluções de geoengenharia. iii) Equitativa traduz uma preocupação que vai para lá do âmbito habitual destes projectos não só com as soluções, mas também com assegurar que, por exemplo, não afecta o direito dos países emergentes ao desenvolvimento. Neste episódio, discutimos esta filosofia do Drawdown e as principais soluções que propõe. Digo-vos já que vão ficar surpreendidos com a lista - que podem encontrar na descrição do episódio -- porque a 1ª relacionada com energia (a eólica) surge só na 6ª posição! Isto mostra bem a análise pouco convencional -- mas interessante -- da equipa do Drawdown. Para além das soluções mais bem classificadas (que não vou dizer para não vos estragar a surpresa), falámos do papel das renováveis, como a solar e a eólica, mas também a energia das ondas -- e do nuclear, uma energia limpa mas em que o Drawdown classifica muito em baixo (talvez o tópico da nossa conversa em que fiquei menos convencido). Falámos também do potencial do hidrogéneo como alternativa às baterias para armazenar energia eléctrica. Falámos ainda das indústrias em que vai ser mesmo difícil, quase impossível,  descarbonizar completamente, o que implica que para além de reduzir as emissões teremos de aumentar a captura de carbono, por exemplo via reflorestação. Aqui discutimos também sobre algumas soluções mais criativas de geoengenharia (que inclui remoção de dióxido de carbono da atmosfera e métodos para diminuir a entrada de radiação solar na Terra) No final da nossa conversa, falámos brevemente sobre o desafio da pobreza energética em Portugal, uma área relacionada com o desafio climático em que o João Pedro tem estado muito activo e em que há muito a fazer.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
3/13/20241 hour, 44 minutes, 5 seconds
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[especial] Em que partido vota um liberal-social nestas eleições?

Reflexão muito pessoal sobre as eleições do próximo domingo. Partilhem comigo também as vossas opiniões, para o email [email protected] ou através das redes do podcast.  Curso de Literacia Política (Life MBA): lifemba.com/politica
3/6/202423 minutes, 52 seconds
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#158 António Tavares - Além da Política: devíamos pensar mais a Administração Pública?

António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. Doutorou-se em Administração Pública na Florida State University (EUA) e é actualmente professor associado com agregação na Universidade do Minho. Colabora também em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP. A nossa conversa partiu do ensaio "Administração Pública Portuguesa" que publicou em 2019 através da Fundação Francisco Manuel dos Santos. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em 45grauspodcast.com -> Veja aqui mais informações sobre os workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice: (6:05) INÍCIO - Porque se fala tanto de política e tão pouco de Administração Pública (AP)? «Politics: Who Gets What, When, How», de Harold Lasswell. (16:01) Qual deve ser a relação entre o poder político e a AP? Série «Sim Senhor Ministro». | Leis que mudaram a AP nos EUA e UK (Northcote Trevelyan Report; Pendleton Act) | O que justifica a protecção do emprego no Estado? | Porque é tão politizada a gestão intermédia na AP? Livro Patrícia Silva «Jobs for the Boys?» | O problema da legislação excessiva (e.g Decreto lei 82/2019 de 27 de junho; Great Hanoi Rat Massacre) | Nuno Ferreira da Cruz | O nosso modelo de relação Governo-AP é inspirado no britânico? | CRESAP | O absurdo que é a falta de um corpo técnico nos ministérios, tendo em vez disso boys do partido | A falta de analistas de políticas públicas em PT. (1:01:42) Meritocracia no Estado. | A avaliação de desempenho na AP está condenada a não funcionar? As quotas. O caso dos EUA. | A importância de ter funcionários independentes: exemplo do telefonema de Trump nas eleições de 2020 | O Aumento da burocracia no Estado: o resultado de um casamento perverso entre o direito e a gestão  (1:20:04) O problema da perda de capacidade da AP nos últimos anos. | Privatizações: boas ou más? A má experiência da Nova Zelândia vs o bom exemplo, em Portugal, das PPPs hospitalares | O problema de termos uma AP envelhecida. | Temos funcionários públicos a mais ou a menos? (1:41:36) O problema da falta de avaliação das políticas públicas em PT (1:45:51) Livro do convidado no prelo: «Municipal Amalgamation Reforms in Europe» _______________ Há já algum tempo que queria fazer um episódio sobre Administração Pública. Sobretudo desde o episódio 139, há precisamente um ano, no qual o convidado foi Bo Rothstein, um dos investigadores mundiais mais reputados sobre qualidade da governação.  Na altura, falámos sobre como, para um país ter uma boa governação, é necessário não apenas uma democracia de qualidade e bons políticos, mas também instituições públicas dotadas de técnicos competentes e imparciais. Ou seja, para termos boas políticas públicas é essencial termos também uma Administração Pública (no sentido mais amplo) capaz -- para, desde logo, ajudar os decisores políticos a desenhar as melhores políticas (porque quem lá está tem provavelmente muito mais conhecimento do que um ministro que, tipicamente, não dura sequer um mandato na pasta) e, segundo, uma AP que consiga implementar essas mesmas políticas de uma forma eficaz e imparcial (ou seja, para a população em geral e não apenas o eleitorado do partido do poder).  A verdade, no entanto, é que tendemos a desvalorizar esta condição necessária da boa governação. Falamos muito de política e políticas públicas -- as melhores medidas para atingir este ou aquele fim --, mas discutimos pouco a estrutura que terá de implementá-las; e o 45 Graus não era excepção nesta tendência -- até agora. Bem sei que a AP parece um tema pouco sexy (menos do que o que se passa nas empresas privadas, e muito menos do que a actualidade política, sempre sumarenta), mas acreditem que este episódio vai valer a pena.  Depois de alguma pesquisa por convidados para discutir este tema (inclusive com várias sugestões de ouvintes e amigos, a quem agradeço), acabei por decidir trazer alguém de fora da AP, que pudesse ter uma perspectiva simultaneamente ampla e distanciada. Definido este critério, o nome do convidado, António Tavares, era a escolha óbvia. O António é autor de vasta investigação nesta área e escreveu um ensaio chamado precisamente "Administração Pública Portuguesa", publicado em 2019 pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Esta foi, como vão ver, uma conversa muito esclarecedora e que nos faz pensar. E é, ao mesmo tempo, um episódio que desafia pré concepções ideológicas sobre a AP -- de ambos os lados.  Por um lado, discutimos as lacunas da AP em relação ao que se passa em muitas áreas do privado: desde disposições anacrónicas, como o facto de ser quase impossível ser despedido de um emprego público, à praga das jobs for the boys/girls e à dificuldade que persiste em implementar um sistema de avaliação de desempenho que funcione.  Mas falámos também sobre como é importante capacitamos a nossa AP, se queremos, lá está, políticas públicas melhores e mais eficazes. Um aspecto essencial que em Portugal tem faltado desde sempre é a capacidade para analisar a eficácia das políticas públicas. Mas há aspectos que se têm mesmo deteriorado nas últimas décadas, como a perda de prestígio da função pública, o envelhecimento do corpo de funcionários públicos e o gap crescente de competências para o sector privado em muitas áreas mais complexas. Estas tendências manifestam-se já de forma visível, seja na diminuição da motivação dos professores seja nos casos em que o Estado acaba a assinar contratos de concessão ou privatização em que sai prejudicado. (E as privatizações, já agora, são, precisamente, uma área em que, como vão ver, a opinião do convidado desafia dogmas ideológicos dos dois sentidos). Espero que gostem.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. É professor associado com agregação na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, sendo membro do Centro de Investigação em Ciência Política. Doutorou-se em Administração Pública pela Reubin O'D. Askew School of Public Administration and Policy da Florida State University (EUA). Desde julho de 2015, ocupa igualmente o cargo de adjunct associate professor na Unidade Operacional de Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas (UNU-EGOV). Ao longo da sua carreira, publicou mais de trinta artigos em periódicos científicos internacionais nas áreas de ciência política e administração pública, além de vários capítulos de livros e a coedição do livro "A Reforma do Poder Local em Portugal". Entre 2014 e 2019, foi coeditor da revista Urban Affairs Review, afiliada à secção de Urban Politics da American Political Science Association. É também autor do ensaio "Administração Pública Portuguesa" (2019) e colabora em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP.  
2/14/20241 hour, 51 minutes, 33 seconds
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#157 Luís e João Batalha - Fermat’s library, formas de vida inteligente e como tornar Marte habitável

João e Luís Batalha são criadores do site Fermat's Library, uma plataforma para comentar e discutir artigos académicos, que tem dado que falar internacionalmente. O Luís é físico de formação, pelo I.S. Técnico, e o João estudou Ciência da Computação no MIT, nos EUA. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com ->Inscreva-se aqui nas novas sessões do workshop de Pensamento Crítico, módulo As Causas das Coisas (explicações). _______________ Índice: (5:51) Fermat’s Library | Porque os papers tem este formato? Preprint (Arxiv) | Paper de Ian Goodfellow  (20:29) O que explica o crescente interesse das pessoas por Ciência? Huberman Lab (podcast) (26:53) Vantagens de trabalhar em equipa. | Y Combinator e o nº ideal de founders (argumento para preferir dois ou mais; investigação que contraria esta tese) | História da Dropbox (31:31) Paper 1: Enrico Fermi e a explosão Trinity | Estimativas de Fermi | Tweet do Luís sobre a explosão em Beirute (36:27) Paper 2: The Silurian hypothesis | Paradoxo de Fermi | Esferas de Dyson. | Andy Weir (autor) | A descoberta do pai e filho Alvarez sobre a extinção dos dinossauros (56:18) Paper 3: Technological Requirements for Terraforming Mars | Notícia do NYT de 1907 sobre vida inteligente em Marte | Paralelo entre exploração espacial e os Descobrimentos. | Tweet de Elon Musk sobre este paper (1:08:42) Como criar uma Ciência mais aberta? O exemplo da Física | John Ioannidis. Lei de Goodhart.  (1:16:38) Potencial do Machine Learning na Ciência. Post de Terence Tao (matemático) (1:29:01) Ida ao Lex Fridman podcast | Hot Ones show _______________ Certo dia (que na verdade já foi há uns 2 anos), ao percorrer no meu telemóvel o feed de podcasts, apareceu-me um episódio do Lex Fridman -- um dos podcast mais ouvidos nos Estados Unidos -- com um apelido que me chamou a atenção, porque denunciava ADN português: Batalha. Os convidados desse episódio eram os irmãos Luís e João Batalha, co-fundadores do site Fermat's Library, uma plataforma para comentar e discutir artigos académicos que criaram juntamente com outro dois amigos, Micael Oliveira e Tymor Hamamsy. A Fermat’s library disponibiliza um enorme manancial de artigos (“papers”, na gíria académica), de áreas como a Física, ciências da computação ou Biologia, e permite aos utilizadores fazerem anotações, consultarem as notas deixadas por outros e discutirem entre o conteúdo (no fundo, é uma espécie de clube de leitura de papers académicos) Na altura, achei o projecto deles ultra interessante, gostei da prestação deles no episódio e fiquei com muita vontade de convidá-los para o 45 Graus. Como eles vivem nos EUA, acabou por demorar algum tempo a conciliarmos agendas, mas como vão ver valeu bem a pena a espera. O Luís é físico de formação, pelo Técnico, e o João estudou Ciência da Computação no MIT, nos EUA. São também, com Micael Oliveira, fundadores da Amplemarket, uma empresa de software de vendas impulsionado por inteligência artificial (e que é na verdade o trabalho principal deles). Em paralelo, vão mantendo a Fermat’s Library. Fazem-no sobretudo por gosto, mas também, como vão perceber, com alguns objetivos ambiciosos em termso de impacto na Ciência.  Ao longo da nossa conversa, começámos por falar, claro, deste projecto: desde a origem, ao modo como funciona, as áreas com maior nº de papers e também como estes anos lhes têm mostrado que existe um interesse crescente de muitas pessoas pela ciência. Para além do site, o Luís, o João e o Micael fazem também muita divulgação através do Twitter, onde a conta da Fermat’s tem uns impressionantes quase 750 mil seguidores! Para perceber na prática como funciona o processo de anotação e discussão de artigos na Fermat’s, pedi aos convidados que trouxessem três papers especialmente interessantes para discutirmos (podem os links para os artigos na Fermat’s na descrição do episódio):  Começámos por falar de um artigo do icónico físico Enrico Fermi sobre a Experiência "Trinity", o primeiro teste nuclear da história, em que ele conseguiu estimar de maneira rápida mas incrivelmente precisa a energia da bomba. Artigo sobre a chamada «hipótese Siluriana», a possibilidade de a nossa civilização não ser a primeira civilização avançada a ter existido na Terra. Ou seja, e ter havido outra que o tempo tenha apagado (sei que isto parece ciência alternativa, mas vão ver que está longe de sê-lo).  E um paper que explora os requisitos tecnológicos para a tornar Marte habitável, um tema muito na ordem do dia. Como é fácil de ver, este seria um desafio ultra complexo mas, segundo os autores, não impossível. Mais para o final da conversa, discutimos também algumas vias para criar uma Ciência mais aberta, aprendendo com o que já se faz na Física, e do potencial do Machine Learning para gerar novo conhecimento científico.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
1/17/20241 hour, 38 minutes, 56 seconds
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Apresentação

Apresentação do 45 Graus (para quem acaba de chegar ao podcast). 
1/8/20244 minutes, 59 seconds
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#156 Gregório Duvivier - Fazer humor no Brasil é coisa séria?

Gregório Duvivier (Rio de Janeiro, 1986) é actor, humorista, escritor e guionista. Começou a sua carreira no cinema e no teatro e, a partir de 2012, destacou-se como um dos criadores dos sketches do colectivo Porta dos Fundos (que foi também o que o deu a conhecer em Portugal). É também escritor e poeta, com vários livros publicados, entre os quais um livro de sonetos com que começamos a conversa. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Veja aqui para mais informações e como se inscrever nos workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice: (05:12) Livro de Sonetos (08:32) Programa Greg News | O humor substitui o jornalismo no escrutínio ao poder político? (22:42) A atracção no público que a genuinidade do humorista gera é idêntica à da genuinidade de políticos como Bolsonaro? | O sucesso de Lula (29:24) As melhores piadas são que transmitem algo de verdadeiro? | Há lugar para humor sobre temas tabu? | Crítica ao humor que é apenas ‘crowd pleaser’ | Citação de G.K. Chesterton: “Humor can get in under the door while seriousness is still fumbling at the handle.” (49:47) Como fazer humor político sem perder a graça — de Bolsonaro a Lula? Animus jocandi  (55:35) O humor político funciona mais como contra-poder ou como paliativo entre camaradas? | podcast Mamilos (1:06:38) Polarização no Brasil | Caso da nomeação para o Supremo Tribunal | Desigualdade e racismo estrutural no Brasil | Críticas da ala progressista pela capa revista aborto (1:28:06) Porque o humor irónico não funciona no Brasil? Como a nossa percepção do humor é indissociável do humorista | Caso da piada sobre judeus de Danilo Gentili _______________ Gregório Duvivier é hoje uma das principais figuras da cultura brasileira actual, mas não é fácil defini-lo, pois é, ao mesmo tempo, actor, humorista, guionista e escritor. Iniciou a sua carreira no cinema e no teatro e, a partir de 2012, destacou-se como um dos criadores dos sketches do colectivo Porta dos Fundos (que foi também o que o deu a conhecer em Portugal). Nos últimos anos, tem-se dedicado também à escrita, seja enquanto colunista seja como autor, com vários livros publicados, de diferentes estilos, da comédia à poesia. Na nossa conversa, falámos de muita coisa, mas andámos sempre a oscilar entre dois terrenos: uma discussão meio filosófica sobre humor (ao estilo das que já ouviram aqui com convidados humoristas anteriores) e uma conversa sobre a situação política do Brasil nos últimos anos. Sendo que, na verdade, a maior parte do tempo estivemos algures na intersecção entre estes dois terrenos, porque o talk show satírico a que o convidado tem dado a cara nos últimos anos, Greg News (disponível na HBO e no Youtube), habita precisamente esse espaço difícil de definir: é um programa de humor, mas com opinião (visível seja no combate ao bolsonarismo, pela democracia, seja na defesa de uma agenda de esquerda que o Gregório não esconde).  Entre as questões que abordámos na nossa conversa estão, do lado do humor: a relação entre a nossa moralidade e a nossa capacidade para rir de algo. Que lugar existe para humor sobre temas tabu? E será que as melhores piadas transmitem algo de verdadeiro (algo em que ainda não tínhamos pensado)? Nessa linha, podemos falar de um dever do humorista em desafiar o público? A propósito do Greg News, perguntei ao Gregório quão desafiante tem sido fazer um programa de humor com opinião -- quer na era Bolsonaro quer agora com Lula? Será que, no Brasil e não só, este tipo de programas estão a substituir o jornalismo no escrutínio ao poder político? Segundo o convidado, a autenticidade do humorista é tem ajudado a atrair público dos media tradicionais para estes programas. Ora, numa era de perda de confiança nas instituições, será essa mesma genuinidade que também explica o sucesso de políticos como Bolsonaro ou Javier Milei, na Argentina?  Do lado da política, falámos sobre a polarização do debate na sociedade brasileira, sobre a opinião do convidado sobre Lula e sobre como lidar com a desigualdade e racismo estrutural no Brasil sem embarcar num identitarismo desbragado. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
1/3/20241 hour, 35 minutes, 21 seconds
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#155 Lídia Jorge - Para que serve a literatura?

Lídia Jorge é uma das mais internacionais escritoras portuguesas. A sua obra de ficção conta com dezenas de títulos, incluindo os romances O Dia dos Prodígios (1980) -- o primeiro livro --, A Costa dos Murmúrios (1988), O Vento Assobiando nas Gruas (2002) e, mais recentemente, Misericórdia (2022). A sua escrita destaca-se pela originalidade, diversidade de temas (com atenção às mudanças sociais e políticas por que passa o mundo e o país) e por um estilo inconfundível. Os seus livros estão publicados em diversas línguas e têm sido amplamente premiados, quer em Portugal quer no estrangeiro.  -> Ouve A Queda de Ingonish aqui. _______________ Índice: (3:32) Misericórdia: de onde veio o livro e o que explica a recepção que tem tido? (18:13) Como a literatura nos prepara para enfrentar os grandes desafios. Livro: Se Isto é um Homem de Primo Levi | Como a literatura nos ajuda a compreender os outros | Alain de Bottom: a literatura transmite-nos bondade, sabedoria e sanidade  (35:59) Qual a diferença entre a literatura e outras formas de Arte? Le Livre à venir, de Maurice Blanchot (38:29) Literatura vs cinema e séries? | Filósofo Byung-Chul Han (45:13) Os escritores, ao contrário dos cientistas, fazem os seus melhores trabalhos quando são mais velhos? (49:23) Perguntas do público. Livro Ver O Invisível. Sobre Kandinsky, de Michel Henry. Carlos Fuentes e a Literatura como “estrela de três pontas” | Importância dos editores _______________ (Esta conversa foi gravada ao vivo durante o Festival Utopia, em Braga, um evento organizado pela The Book Company. Realizado entre 2 e 12 de novembro, o festival contou com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e o Festival Literário 5L. Para os interessados, recomendo visitar o site do festival e seguir as suas redes sociais. O Utopia já tem data de regresso: novembro de 2024, novamente em Braga.) Foi um privilégio gravar este episódio com Lídia Jorge, uma das mais internacionais entre os escritores portugueses, autora de obras marcantes como "O Dia dos Prodígios", "A Costa dos Murmúrios" e "O Vento Assobiando nas Gruas". Na nossa conversa, falámos sobre o seu romance mais recente, "Misericórdia", e sobre o papel da literatura na sociedade e na nossa vida.  Em apenas um ano, ”Misericórdia" ganhou inúmeros prémios (que eu enumero no início da conversa) e tornou-se já uma obra de referência. A obra narra o último ano de vida de uma mulher idosa num lar de terceira idade. Inspirado num pedido da mãe da autora (em quem a personagem principal é inspirada), o livro apresenta personagens ricas e complexas, que desafiam visões da terceira idade e da vida nos lares como desinteressantes. É um livro simultaneamente sobre a natureza humana - universal - e sobre o desafio actual (para os próprios e para quem cuida deles) de lidar com a longevidade nas sociedades pós-industriais. E, conjuntamente, deve ser isto que explica o sucesso que tem tido. Para quem ainda não leu o livro, um pequeno aviso: embora discutamos alguns detalhes da obra, não revelamos nada que possa diminuir o prazer da leitura. Além disso, a nossa conversa estendeu-se para temas mais amplos, sobre o papel da literatura (tal como outras formas de arte) em fazer-nos olhar o mundo, os outros e nós próprios de forma diferente.  A visão de Lídia Jorge sobre este aspecto foi particularmente enriquecedora. No final, abrimos espaço para perguntas do público, e escolhi incluir a última pergunta (a cujo autor agradeço), pois encaixa bem nos temas que abordámos durante a conversa. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
12/13/202358 minutes, 16 seconds
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#154 Pedro Santa-Clara - Como a revolução tecnológica veio possibilitar novos modelos de aprendizagem

Pedro Santa-Clara é professor e empreendedor. É professor catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics desde 2007, depois de ter passado pela Universidade da Califórnia, nos EUA. Em 2012 liderou a construção do novo campus da Nova SBE em Carcavelos. O ‘bichinho’ dos projectos picou e, desde então, lançou as escolas 42 em Lisboa e no Porto, e o centro TUMO em Coimbra, o primeiro na Península Ibérica.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice: (4:07) Porque precisamos de um novo modelo de aprendizagem? | Jean Piaget | Como a tecnologia veio permitir escalar modelos. | Impactos na escola tradicional (pública) | Livro "Surely You're Joking, Mr. Feynman!", de Richard Feynman | Importância da colaboração | Aprender a aprender (metacompetência) | Que importância tem o background (socioecónomico e não só) no sucesso dos alunos? | ted talk kahn (33:02) Impacto nas universidades. (39:11) Como conseguiste levar em frente projectos deste tipo no nosso país? | Vamos desperdiçar o PRR?  (50:25) Um repto para Portugal mudar de curso. Livro recomendado: A Invenção da Natureza - As Aventuras de Alexander von Humboldt, de Andrea Wulf _______________ A educação é um tema que me interessa muito, como sabem -- e que já abordei várias vezes no 45 Graus, em alguns dos episódios mais marcantes (o episódio número 121, com José Pacheco, é um dos que mais me falam). E não é para menos. O ensino é uma área que está hoje em grande mudança, impulsionada por um certo descontentamento com a escola tradicional e também pela revolução tecnológica. Entre os muitos projectos que têm surgido globalmente, há dois particularmente inovadores e que já chegaram a Portugal: a escola 42 e o TUMO. E ambos têm um denominador comum no nosso país: Pedro Santa-Clara, professor e empreendedor e o convidado do episódio de hoje. O convidado é Professor Catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics desde 2007, depois de ter passado pela Universidade da Califórnia, nos EUA. Seria, por isso, apenas um académico normal, não fosse a sua carreira ter tido uma viragem radical em 2012, quando liderou a construção do novo campus da Nova SBE em Carcavelos e a campanha de financiamento que arrecadou 54 milhões de euros.  O ‘bichinho’ dos projectos picou e, no início de 2019, o Pedro lançou a Shaken Not Stirred, uma empresa dedicada a projetos inovadores na área da educação. Em 2020, trouxe para Portugal a “42”, uma escola de programação muito peculiar, que surgiu em França em 2013 e já está hoje em mais de 25 países.  Mais recentemente, trouxe para Portugal outro modelo de aprendizagem inovador, o centro de tecnologias criativas “TUMO”, um projeto educativo gratuito e complementar ao ensino formal e visa capacitar os jovens para tirarem partido dos desafios e oportunidades da sociedade do futuro. Foi inaugurado há cerca de um mês, em Coimbra, o primeiro espaço TUMO da Península Ibérica.  Para além destes projectos, o Pedro é também fundador da Miles in the Sky, uma startup também focada em educação. Neste episódio, conversei com Pedro sobre a revolução em curso no ensino. Falámos sobre como a tecnologia está a revolucionar a aprendizagem -- permitindo dar escala a modelos inovadores de educação (como estes e não só) -- e discutimos as características-chave destes novos modelos, como a importância do trabalho colaborativo e a ênfase em “aprender a aprender”, em detrimento da memorização. Abordamos também o impacto dessas inovações no ensino tradicional e o que podemos esperar para o futuro das universidades. Mas não só sobre educação que é interessante ouvir o Pedro. Estes projectos e o do novo campus da Nova SBE têm em comum serem grandes iniciativas de cariz social bem-sucedidas em Portugal — algo que, infelizmente, ainda não é propriamente comum. Por isso, não podia deixá-lo passar pelo 45 Graus sem lhe perguntar o que foi diferente nestes casos. Por outras palavras: o que é preciso para levar em diante iniciativas deste tipo no nosso país? ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira  
11/22/202357 minutes, 10 seconds
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#153 Manuel Cargaleiro - Uma visão sobre a arte e o artista aos (quase) 97 anos de vida

Manuel Cargaleiro é pintor e ceramista e um dos mais conceituados e internacionais artistas plásticos portugueses. Nascido em 1927, encantou-se pela cerâmica ainda em pequeno. No princípio dos anos 50, começou a participar em mostras e exposições em Portugal. Estudou posteriormente em Itália e França, onde foi uma figura de proa da chamada ‘Escola de Paris’. Em Paris, onde vive ainda parte do tempo, foi representado pela famosa Galeria Albert Loeb e é hoje pela galeria Helene Bailly. Na capital francesa, decorou (por duas vezes) uma das estações centrais do metro. Tem também fundações e museus espalhados por Portugal (Castelo Branco) e Itália. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice: O que leva alguém a tornar-se artista?  O que procura transmitir com a sua arte? Max Ernst Como foi ser vizinho de Picasso? Quanto da inspiração do artista vem do inconsciente? Formas de convocar a criatividade?  Quanto do talento é inato? A importância de usar a cor certa | Jaime Murteira | Monet  Como devemos apreciar uma obra de arte?  Onde acaba o artesanato e começa a arte? | As mantas de retalho da Mãe  Como evoluiu a sua arte ao longo do tempo? A importância da curiosidade e de ler muito para criar algo de diferente O que é especial na cerâmica? | Cerâmica de Iznik (Turquia) | Terapia com jovens toxicodependentes com barro É verdade que “um quadro nunca está terminado; é apenas abandonado”? _______________ No final da temporada passada, antes da pausa de verão, publiquei, se bem se lembram, um episódio em que respondia a algumas perguntas enviadas por vocês. Uma delas questionava porque é que não tenho abordado muito o tema Arte no podcast. Na altura, tentei explicar porque abordava menos a arte, mas a verdade é que fiquei ‘picado’ pela pergunta… Porque não, realmente, trazer um artista ao podcast, mas para uma conversa “à 45 Graus”, em vez das entrevistas de vida que habitualmente fazem em programas de cultura? Entretanto, já há algum tempo que Manuel Cargaleiro, o convidado deste episódio, era um tema de conversa recorrente com o meu amigo Luís Plácido Santos, que é seu amigo. Eu já gostava dos quadros de Cargaleiro, mas o que me chamou a atenção nas conversas com o Luís foi um artista de 96 anos (quase 97) não só manter-se no activo como ter ainda a disposição para fazer novos amigos, mesmo com 60 anos menos do que ele!  Como estava a pensar trazer um artista ao 45 Graus, dei por mim a pensar, porque não Cargaleiro? O Luís, simpaticamente, fez a ponte, e o resto… é história -- ou, neste caso, conversa. Manuel Cargaleiro é pintor e ceramista e um dos nossos mais conceituados e internacionais artistas plásticos. Nascido em 1927, encantou-se pela cerâmica ainda em pequeno, e no princípio dos anos 50, começou a participar em mostras e exposições em Portugal. Posteriormente, estudou em Itália e França, onde foi uma figura de proa da chamada ‘Escola de Paris’. Em Paris, onde vive ainda parte do tempo, foi representado pela famosa Galeria Albert Loeb e está hoje na galeria Helene Bailly. A sua obra está também em espaços públicos em Portugal e em França — na capital francesa uma das estações centrais do metro foi duas vezes decorada por si. Cargaleiro tem também fundações e museus espalhados por Portugal (Castelo Branco) e Itália. Na nossa conversa, falámos sobre a vida e obra do convidado, dos mistérios da inspiração e da criatividade na arte e de arte em geral. Estes temas entrecruzam-se, e fomos avançando e regressando aos assuntos; por isso desta vez deixo na descrição do episódio apenas a lista de tópicos que abordámos, sem os marcadores de tempo habituais.  Comecei por perguntar a Cargaleiro o que leva alguém a tornar-se artista? Daí, falámos da sua obra, de como foi ser vizinho de um Picasso já consagrado (e porque nunca chegou a meter conversa com ele!), dae hábitos de trabalho e do papel do inconsciente na criatividade. Falámos também de arte concreta: como é que um artista decide, por exemplo, as cores certas para usar num quadro? Neste ponto, Cargaleiro citou o pintor francês Monet, fundador do impressionismo. E é curioso, porque é justamente de Monet o quadro (‘O lago Waterlily com a ponte japonesa’) que é o postal mais vendido na loja de recordações de um dos principais museus do Mundo, o Metropolitan Museum em Nova Iorque. Não será por acaso… Perguntei-lhe também como devemos nós, público, apreciar uma obra de arte, e sobre o que distingue um objecto artístico de simples artesanato. Esta pergunta veio a propósito de umas mantas de retalho que a Mãe de Cargaleiro tecia, sem qualquer pretensão, mas muito originais, que ele mais tarde divulgou e tornou famosas.  Falámos também de outras formas de arte e do seu interesse original pela cerâmica. No final, perguntei-lhe se partilha da angústia perfeccionista de tantos pintores ao longo da história em dar uma obra por terminada.  Ao longo desta conversa com Manuel Cargaleiro, embora tenhamos falado da sua vida e obra, tentei seguir (para voltar à minha resposta à pergunta do ouvinte) a abordagem de sempre no 45 Graus -- neste caso: falar do tema, Arte, de uma perspectiva ampla e tentando tirar da experiência do convidado alguns princípios gerais.  No caso de Cargaleiro, ouvindo-o descrever o seu percurso, houve sobretudo dois aspectos que me chamaram a atenção como tendo provavelmente contribuído muito para o carácter criativo e inovador da sua obra. O primeiro, o facto de, em miúdo, ter passado horas a fio a observar a flora da zona em que vivia, a absorver todo o detalhe a cambiantes de cores da natureza -- que a comuns mortais como eu passam completamente ao lado. O 2º aspecto que, suspeito, ajudou muito a torná-lo um artista diferenciador é o facto de ter sido sempre (e continuar a ser) alguém imensamente curioso: ao longo da vida, leu avidamente sobre diferentes assuntos (muito para lá da pintura e da cerâmica) e deu-se sempre com todo o tipo de gente, sempre disposto a conhecer pessoas novas. Esta curiosidade e diversificação de interesses está mais do que provada que está associada à criatividade (se tiverem interesse, recomendo o livro Range de David Epstein) e suspeito que a obra de Cargaleiro vive também muito disso. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
11/14/202346 minutes, 46 seconds
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#152 Teresa Paiva - A Ciência do Sono

Teresa Paiva é médica neurologista e a maior referência portuguesa em medicina do sono. É doutorada em Neurologia e, para além de uma vastíssima investigação científica nesta área, tem também prática clínica, no CENC — Centro de Medicina do Sono, onde é  diretora clínica. Falámos a propósito do seu livro mais recente, ‘O Meu Sono e Eu — Mitos e Factos’, publicado este ano pela Livros Horizonte.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice (com timestamps): (3:50) Porque dormem os seres-vivos? Como dormem os lagartos? E os polvos? Sono bifásico na Idade Média (19:08) Ritmo circadiano e cronotipos | É verdade que há diferentes cronotipos? | Desafios de ser noctívago | Cronotipo vs atraso de fase | A importância da exposição à luz solar. (33:06) Sesta — como fazer? | Quais são os processos biológicos no corpo que regulam o sono? (40:24) Que erros andamos a cometer que nos fazem dormir mal? | Porque dormimos menos que os chimpanzés? | É possível recuperar sono perdido?  (45:14) O Mundo de hoje vive numa epidemia de falta de sono — particularmente em Portugal? | ‘Sleep patterns in Portugal’, tese de Cátia Reis | Estudo impacto da falta de sono no PIB | consequências concretas (pedir estudo e enviar o outro) | Ou será que dormimos menos mas melhor do que antigamente? (56:19) Fases do sono: REM e não-REM? | Pintainhos sono REM | Porque sonho mais nas férias? | https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7839702/ (1:10:52) Para que servem os sonhos? | Apesar das diferenças culturais e individuais, temos todos sonhos parecidos | Porque nos esquecemos dos sonhos? (1:14:30) “Sleep hacks” — algum vale a pena? | Suplementos? Benzodiazepina (Xanax) | Neuromodulação não invasiva como terapia para a insónia (1:27:47) Doenças do sono: insónias, apneias, doenças do movimento, sonambulismo, terrores noturnos, epilepsia, transtornos do sono REM, alterações circadianas.  _______________ O acto de dormir é tão essencial quanto comer ou respirar, e, no entanto, tantas vezes o subestimamos ou relegamos para segundo plano nas nossas vidas agitadas. Quem nunca disse: "Dormirei quando estiver morto"? Mas a verdade é que o sono é fundamental para a nossa saúde física e mental e é um dos pilares do nosso bem-estar. Talvez até alguns de vocês, ao ouvirem este episódio, estejam a pensar em quantas horas de sono conseguiram na noite anterior ou quantas gostariam de ter tido. Para nos ajudar a compreender melhor a Ciência do Sono, convidei a médica Teresa Paiva, a grande referência portuguesa na medicina do sono (e alguém que, como digo na introdução, há muito queria trazer ao 45 Graus). A convidada tem uma vastíssima investigação nesta área e uma extensa prática clínica. Falámos a propósito do seu livro mais recente, 'O Meu Sono e Eu — Mitos e Factos'. Na nossa conversa, começámos pela intrigante questão de por que dormem os seres vivos, incluindo animais tão distantes de nós evolutivamente, como os polvos; e mergulhámos nos ritmos circadianos, incluindo o estranho hábito medieval de dormir dois sonos, acordando de madrugada para voltar a deitar-se umas horas depois, e os desafios - estes contemporâneos - de ser um noctívago num mundo dominado pelos matutinos. Exploramos também os prós e contras da sesta e os erros mais comuns que cometemos, e que comprometem a quantidade e a qualidade do nosso sono. Ou será que a maior causa da nossa falta de sono não somos nós, mas antes um problema maior, estrutural dos tempos actuais: uma “epidemia” de falta de sono causada pelo acelerar da economia e pela overdose de estímulos? As estatísticas sugerem que isto é uma realidade, no Mundo desenvolvido e particularmente em Portugal. A convidada defende esta tese, e certamente que no mundo ideal a maioria de nós dormiria mais horas por noite. Mas tentei também fazer um pouco de advogado do diabo em relação a este tema (como já estão habituados no 45 Graus). Sendo o sono uma necessidade tão básica, fico com algumas dúvidas se é possível uma privação de sono tão sistémica. De seguida, voltando à ciência do sono propriamente dita, desvendámos os mistérios das fases do sono e o fascinante mundo dos sonhos. E para aqueles que procuram formas de otimizar o sono, perguntei à convidada a sua opinião sobre os populares 'sleep hacks' e até que ponto eles realmente funcionam. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Teresa Paiva nasceu em Lisboa em 1945. Formou-se em Medicina em 1969, é médica neurologista e a maior referência portuguesa em medicina do sono. Há 45 anos que ajuda os outros a dormir e a entender a sua relação com o sono. O seu trabalho foi por diversas vezes premiado e colabora regularmente em ensaios clínicos com especialistas de todo o mundo. Coordenou vários projetos científicos nacionais e internacionais nesta matéria. É autora e coautora de várias obras e artigos científicos sobre o sono e é responsável pelo primeiro mestrado em sono a nível mundial. Atualmente, é diretora clínica do CENC — Centro de Medicina do Sono.
10/31/20231 hour, 35 minutes
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#151 Ricardo Dias Felner - Cozinhas do mundo, o mistério do umami e atracção do picante

Ricardo Dias Felner é um dos mais respeitados críticos gastronómicos portugueses. Foi jornalista no Público e diretor da Time Out. Os seus artigos apareceram no Expresso, Público, Grandes Escolhas, Time Out e Sábado. É autor de vários livros de ficção e lançou recentemente o livro O Homem que Comia Tudo - Aventuras culinárias, receitas e restaurantes de Portugal e do mundo.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com. Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice (com timestamps): (3:19) Porque é a comida - o prazer de comer - é tão importante para nós? | Vídeos de fritos os mais vistos no YouTube | Reacção de Maillard | Pizzeria Lupita (10:55) A Ciência do sabor | O umami. A história da má fama do MSG | A importância do olfacto e da visão na nossa relação com a comida. (18:30) Cozinhas do Mundo | Cozinha georgiana | O que é distintivo na cozinha portuguesa? | A diversidade de sabores na cozinha chinesa | Documentário Flavourful origins | Tikka masala o prato mais inglês  (37:31) O eterno debate sobre o picante | O álcool torna os vinhos mais redondos | Restaurante Noma em Copenhaga (44:45) Como a cozinha vegetariana tem mudado | Restaurante Senhor Uva   (47:55) Comida portuguesa mais subvalorizada: sopa, bacalhau, conservas, broa | conserveira Pinhais | Artigo de Jaime Ramos sobre a economia portuguesa (1:01:29) Cozinhas do Mundo sub-representadas na restauração em Portugal | Restaurante Stop Bicesse  (1:03:15) As grandes cadeias de restauração são sempre piores do que os pequenos restaurantes locais? | Groundburger | Padaria Portuguesa | Portugueses inventaram a laranja-doce? | O que torna a broa única. Livro recomendado: M. F. K. Fisher - Consider the Oyster _______________ A comida é muito importante para nós. Claro que precisamos de comer para sobreviver, mas a nossa relação com a comida vai mais longe: para a maioria das pessoas, comer é um dos grandes prazeres da vida. Não erro provavelmente se disser que muitos de vocês têm uma lista de restaurantes a que gostam de ir -- e outros tantos que querem experimentar e ainda não conseguiram. E muitos de nós, além disso, dedicam-se avidamente a recolher as melhores receitas e experimentá-las em casa. Na maioria das vezes, com outros convivas, porque comer é um acto eminentemente social -- talvez o mais social de todos. Sendo a comida um aspecto tão central das nossas vidas, já tardava por isso um episódio no 45 Graus dedicado à gastronomia. E que melhor pretexto do que uma obra que é descrita pelo seu autor como "um livro sobre a mania da comida escrito por um maníaco da comida". O convidado, Ricardo Dias Felner, pode realmente ser descrito com este epíteto, ao ponto de ter experimentado larvas, alforrecas, baratas e tarântulas. Na nossa conversa, à boleia do livro, exploramos o mundo da gastronomia, desde a ciência do sabor e do paladar, incluindo o elusivo 5º sabor: o ‘umami’. Depois da conversa, fiquei a pensar no porquê de ter sido preciso um cientista do século XX para descobrir este sabor com que convivemos desde o início da humanidade. Tenho uma hipótese, mas deixo-a no final, para vos deixar primeiro desfrutar da conversa.  Para além destes temas, falámos também das cozinhas mais fascinantes do mundo, na opinião o convidado -- e também, claro, da cozinha portuguesa: das suas limitações e forças. E não deixámos de tocar alguns debates recorrentes à mesas de refeição, como o fascínio de muitos (e a repulsa de outros) com o picante, o quão saborosa pode (ou não) ser a cozinha vegetariana e até que ponto há uma espécie de lei da natureza que faz que as grandes cadeias de restauração sejam sempre piores do que os pequenos restaurantes locais. Foi uma bela viagem pelo mundo da gastronomia.  ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
10/11/20231 hour, 19 minutes, 14 seconds
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#150 José Manuel Garcia - O que faz da viagem de Fernão de Magalhães um dos maiores feitos da História Mundial?

José Manuel Garcia doutorou-se em História pela Universidade do Porto. Pertence à Academia Portuguesa da História e à Academia de Marinha, sendo presentemente investigador no Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa. Investiga sobretudo sobre temas de História de Portugal e dos Descobrimentos, tendo publicado livros sobre o infante D. Henrique, Cristóvão Colombo, D. João II, D. Manuel, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque — e ainda o livro Fernão de Magalhães - a história do primeiro homem a abraçar o mundo, que foi o pretexto para este episódio. Foi também Único português a participar no melhor documentário sobre o tema, «A Odisseia de Fernão de Magalhães» (cujo título roubei para este episódio), uma grande produção da televisão francesa difundida em vários países.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice (com timestamps): (1:49) Início da INTRODUÇÃO ao episódio  (8:02) INÍCIO do episódio. Quem era Fernão de Magalhães? (15:07) De onde veio a ideia da viagem? | Francisco Serrão | Rui Faleiro | Paolo Toscanelli | João de Lisboa  (32:13) Havia mesmo um anti-lusitanismo na oposição dos nobres espanhóis a Magalhães? | Juan de Cartagena, Bispo Juan Rodríguez de Fonseca (47:49) A passagem do estreito de Magalhães. | O mapa que Magalhães usou. | António Pigafetta  (1:02:38) Porque eram tão importantes as especiarias? (1:07:10) Foi uma proeza ter conseguido passar o estreito à 1ª tentativa? (1:10:43) A 2ª fase da viagem: como foi o processo de decisão de avançar e atravessar o Oceano Pacífico? (1:12:52) Como era a personalidade de Magalhães? (1:22:44) Chegada às Filipinas e a estranha morte de Magalhães (1:32:28) A 3ª e última fase da viagem. | O pós-morte de Magalhães. A traição. A separação da armada em duas. | A chegada de Elcano  Livro recomendado: Damião Peres - A História dos Descobrimentos _______________ Como sabem, o 45 Graus é para mim, em grande medida, um pretexto para aprender mais sobre temas que me interessam. E há um tema da nossa História — e, mais importante, da História Mundial — que já há muito tinha vontade de explorar melhor: a viagem de circunavegação de Fernão de Magalhães.  Todos nós aprendemos os factos básicos na escola: que Magalhães foi a primeira pessoa a dar a volta ao Mundo, e assim ficar a conhecer a verdadeira extensão da Terra, e, de caminho, a perceber que o Mundo é muito mais água do que terra. Mas quando começamos a escavar o tema, percebemos que há nesta história muito mais do que esses factos.  Para além de dar a volta ao Mundo, a armada liderada por Magalhães conseguiu a proeza de passar à primeira o estreito que contorna o sul da América (hoje ‘Estreito de Magalhães’), um estreito desconhecido, labiríntico e cheio de correntes traiçoeiras. É argumentável dizer que foi um feito maior do que a ida à Lua. Basta pensar que o equivalente do lado norte do continente americano, a chamada Passagem do Noroeste, no Canadá, só foi atravessada no início do século XX! Além disso, aqueles marinheiros foram também os primeiros europeus a atravessar o oceano Pacífico, um oceano desconhecido até então. Por isso, é fácil de adivinhar que a ideia de Magalhães que deu origem à viagem -- chegar às ilhas Molucas, hoje na Indonésia, pelo Ocidente -- foi vista por muitos, à época como inusitada e lunática.  Só isto já tem os ingredientes de uma grande história. Mas há também os contornos políticos em torno da viagem. O facto de Magalhães ter ido propor o projecto aos reis de Castela causou escândalo e foi visto por muitos em Portugal como traição. Ao mesmo tempo, muitos em Espanha viam-no como um agente duplo, na verdade ao serviço da coroa portuguesa.  E depois há os detalhes da viagem em si, recheada de grandes façanhas, mas também de obstáculos, privações, violência, motins, traições e mesmo aspectos bizarros -- tudo condimentado pela personalidade ‘larger than life’ de Magalhães, um homem visionário e determinado, mas também autoritário e com tiques de loucura, disposto a tudo para conseguir o objectivo. Tudo isto está, portanto, mesmo a pedir ser transformado num filme — ou numa série de televisão, como fez a Amazon que lançou no ano passado a série Sem Limites, com Rodrigo Santoro no papel de Magalhães (com um sotaque português irrepreensível!). Mas, mais do que isso, tudo isto está mesmo a pedir… um episódio do 45 Graus. Foi por isso que decidi convidar uma das pessoas que mais sabem sobre a viagem de Fernão de Magalhães. Durante a nossa conversa, percorremos vários aspectos da viagem, desde o contexto às várias etapas, e fui perguntando ao convidado várias dúvidas que me surgiram ao ler o seu livro e ver o documentário. Espero que gostem. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: José Manuel Garcia doutorou-se em História pela Universidade do Porto. De entre as suas atividades destacam-se as que manteve na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e na Fundação Calouste Gulbenkian, além de ter colaborado com universidades portuguesas e estrangeiras. Pertence à Academia Portuguesa da História e à Academia de Marinha, sendo presentemente investigador no Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa. Participou na organização de numerosas exposições e congressos; na edição de catálogos e atas; proferiu inúmeras conferências; publicou abundante bibliografia sobre temas de História de Portugal e dos Descobrimentos, em que se contam nomeadamente livros sobre o infante D. Henrique, Cristóvão Colombo, D. João II, D. Manuel, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães, Afonso de Albuquerque, Fernão Mendes Pinto, o Tratado de Tordesilhas, cartografia, fortalezas no Oriente, forais manuelinos e Lisboa.  
9/27/20231 hour, 49 minutes, 38 seconds
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#149 Pedro Domingos - O que falta para a Inteligência Artificial nos superar?

Pedro Domingos é professor emérito de Ciências da Computação na Universidade de Washington. Licenciou-se pelo Instituto Superior Técnico e doutorou-se na Universidade da Califórnia em Irvine. Recebeu em 2014 o prémio de inovação, SIGKDD, o mais prestigiado na área de ciências de dados. É autor do livro «A Revolução do Algoritmo Mestre - Como a aprendizagem automática está a mudar o mundo», publicado em 2015. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui nos workshops de Pensamento Crítico em Coimbra e Braga. -> Registe-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições dos workshops. _______________ Índice (com timestamps): (04:32) INÍCIO - O que é revolucionário no Machine Learning? | As cinco famílias de modelos (as ‘cinco tribos’): conectivistas (backprop, a tecnologia por trás do ChatGPT), simbolistas, evolucionistas, bayesianos e analogistas. (27:25) Porque é que a robótica tem avançado mais lentamente? (32:10) Como funcionam os modelos conectivistas de deep learning (como o ChatGPT)? | Large language models | Transformers | Alexnet  (40:11) O que entendes por ‘Algoritmo Mestre’? | Como unificar as várias famílias de modelos para chegar à Inteligência Artificial Geral? (55:47) O que é especial no cérebro humano que nos permite generalizar melhor do que a AI? | Algoritmo que conseguiu descobrir as Leis de Kepler | Livro Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson. | Livro Analogy as the Fuel and Fire of Thinking, de Douglas R Hofstadter (1:07:47) A IA pode tornar-se perigosa? Vem aí a  singularidade? | Yuval Harari, Elon Musk | Cientistas sérios que se preocupam com o tema.  Livro recomendado: Godel, Escher, Bach, de Douglas Hofstadter (1:32:20) O que explica um engenheiro da Google ter afirmado que o chatbot tinha consciência? _______________ Desde que foi lançado, no final do ano passado, o ChatGPT trouxe o tema da IA de novo para a discussão. Já tardava, por isso, um episódio sobre o tema. E dificilmente poderia pedir melhor convidado.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
9/13/20231 hour, 36 minutes, 29 seconds
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Bónus: Novos workshops, recap da temporada e perguntas dos ouvintes

-> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui nas novas sessões do workshop de Pensamento Crítico (Lógica e Argumentação). _______________ (00:00) Novos workshops  (00:56) Conversas que mais me marcaram este ano (10:38) Perguntas dos ouvintes  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
7/29/202330 minutes, 55 seconds
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#148 Rita Castanheira Alves - Como ser melhor pai / mãe?

Rita Castanheira Alves é psicóloga clínica e autora de vários livros infantis e de parentalidade. Em 2014, criou o projecto Psicóloga dos Miúdos, no âmbito do qual desenvolve trabalho clínico com crianças, adolescentes, jovens adultos e pais, e também workshops, comunicações e formações para pais, professores e educadores. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do workshop de Pensamento Crítico. _______________ Índice (com timestamps): (4:31) Educamos os nossos filhos como nos educaram a nós? (12:20) Estilos de parentalidade | Papéis de género (32:45) Caso prático: o que fazer quando não querem comer a sopa? | Como as ações (o nosso exemplo) falam mais alto do que as palavras. (43:56) Como pôr os miúdos a dormir a horas? (53:43) Deve usar o elogio para incentivar bons comportamentos? (56:44) A importância da educação emocional de pais e filhos (livro The School of Life : An Emotional Education, de Alain de Botton) | Álvaro Bilbao  (1:11:53) Como lidar com as birras? (1:20:49) Como lidar com mau comportamento? Qual o papel dos castigos? (1:31:33) Qual o papel correcto da tecnologia em casa? Livro recomendado: O Livro Que Gostaria Que Os Seus Pais Tivessem Lido, de Philippa Perry _______________ Este episódio é feito a pensar em quem, como eu, está a passar por essa fase ligeiramente desafiante que é educar crianças; e é também para os que contam vir a passar por esse desafio num futuro não muito distante -- e também, claro, para quem já tem filhos crescidos, e pode agora desfrutar, com mais calma (ou não!), de uma conversa sobre parentalidade. Já há algum tempo que queria trazer este tema ao 45 Graus, e acho que é agora a altura certa, uma vez que as minhas filhas, sobretudo a mais velha, já saíram da fase criança-pequena (já não são toddlers) e começam agora a dar-nos os desafios que, basicamente, vão permanecer até à adolescência. A conversa que vão ouvir é, por isso, sobretudo focada nas crianças entre a fase pós-bebé e a adolescência (embora muitos dos temas que abordamos se apliquem também a idades mais avançadas).  A convidada é Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica e autora de vários livros infantis e de parentalidade. Este tema da parentalidade tem um aspecto em comum com o da nutrição (de que falámos nos episódios 143 e 145), no sentido em que, também aqui, é fácil encontrarmos ‘especialistas’ a proporem métodos que oferecem única receita única (e, normalmente, muito radical) para todos os problemas de educar crianças. Foi por isso que tive o cuidado de convidar para este episódio alguém como a Rita. A convidada tem uma visão própria, que obviamente é sempre discutível; mas é muito ponderada nas suas opiniões — ao ponto, como vão ver, de resistir a algumas tentativas minhas de oferecer explicações demasiado taxativas. Espero que gostem.   _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Rita Castanheira Alves é psicóloga clínica desde 2007, especialista na área clínica e da saúde. Possui o curso de formação pedagógica inicial de formadores e formação em abordagens como: EMDR; Terapia Focada nas Emoções no Suporte Familiar e Parental; Terapia Dialética Comportamental. Membro efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Possui a formação teórica da pós-graduação em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva (vertente crianças/adolescentes) da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental, Cognitiva e Integrativa (APTCCI), na qual é formadora. A sua prática profissional tem-se dividido entre a prática clínica com crianças, adolescentes e pais, passando pela gestão, implementação e coordenação de projectos de prevenção e intervenção em saúde mental na área infanto-juvenil e o trabalho na área da Psicologia Educacional e Comunitária, com diversas associações, empresas e instituições, públicas e privadas. Em Setembro de 2014, criou o projecto Psicóloga dos Miúdos, o qual dirige e no âmbito do qual desenvolve trabalho clínico com crianças, adolescentes, jovens adultos e pais, trabalho em prevenção com workshops, comunicações e formações para pais, professores e educadores e realiza supervisão clínica individual e grupal. Dedica-se à escrita infantil e de puericultura e mais recentemente à criação de materiais terapêuticos e de promoção de competências socioemocionais. É coautora de um livro infantil, autora de dois livros de puericultura, de uma colecção de livros infantis na área das emoções e de um livro infantil sobre dislexia, entre outras colecções de materiais didático-terapêuticos.
7/11/20231 hour, 38 minutes, 15 seconds
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#147 Nuno Garoupa - Como melhorar a justiça em Portugal?

Nuno Garoupa é professor de Direito na George Mason University, nos EUA. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destacam-se a análise económica do direito e das instituições legais.  -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições do Workshop de Pensamento Crítico. _______________ Índice (com timestamps): (5:43) Como está organizado o nosso sistema de justiça? (24:35) Mais checks and balances e menos separação de poderes? | Mais transparência nas nomeações para o T. Constitucional e PGR | polémicas recentes nomeações TC (um, dois) | Portas giratórias entre poderes político e judicial | Mecanismos de avaliação juízes   (46:44) Mega-processos (54:51) Como tem evoluído o congestionamento dos tribunais? | Crimes de colarinho branco (1:09:50) Avaliação legislativa. Teste Simplex. | Lobbying.  (1:15:54) Desafios de fundo de fazer reformas em Portugal. Corporativismo; sociedade civil; capital social. | Polémica com as alterações aos estatutos das ordens profissionais _______________ Olhando para a quase centena e meia de episódios que o 45 Graus já leva, há um facto curioso. É que, depois de já ter discutido o país com dezenas de convidados e em múltiplos aspectos -- desde a economia à política, a várias dimensões da vida em sociedade -- nunca tive nenhum episódio dedicado ao sistema de justiça. Isto é estranho, não só porque o poder judicial é um dos três poderes do Estado (juntamente com o executivo e legislativo), como porque a justiça é um tema que estamos sempre a ver discutido nos jornais e televisões, seja pelos atrasos dos tribunais (que afectam, por exemplo, a competitividade da economia) seja pela terrível dificuldade em obter acusações nos crimes de colarinho branco (o que em muito mina a confiança dos cidadãos). Talvez a ausência deste tema no podcast seja coincidência -- ou talvez diga algo da impenetrabilidade do sistema de justiça para os não-juristas como eu. Ou talvez esteja relacionado com o menor peso que o poder judicial, nomeadamente o TC, tem na política em Portugal em comparação com outros países. Seja como for, era uma lacuna que estava mais que na hora de suprir. E para isso trouxe mais um repetente ao podcast: Nuno Garoupa.  O Nuno tinha estado no podcast há uns anos, no episódio 64. Na altura, falámos da qualidade das instituições em Portugal, mas numa perspectiva muito ampla, que foi desde a cultura e da História à economia. Convidei-o agora para regressar ao podcast para falar sobre o nosso sistema de justiça, à boleia de um ensaio, publicado pela FFMS, que escreveu já há largos anos mas que continua muito actual. Neste livro, chamado O Governo da Justiça, o Nuno analisa a organização e funcionamento do sistema de justiça em Portugal, misturando as conclusões da literatura científica do direito comparado com a sua própria opinião, muito crítica, em relação à forma como o poder judicial opera no nosso país e à sua relação com o poder político. Nesta conversa, começámos por falar de alguns aspectos do nosso sistema de justiça que há muito me suscitam curiosidade (e imagino que a muitos de vós também). Como compara a arquitectura do nosso sistema jurídico com outros países, desde a hierarquia entre tribunais aos vários tipos de direito Por exemplo, em Portugal o Direito está separado em duas jurisdições distintas: a civil e a administrativa (que diz respeito às relações com o Estado). É assim em todos os países? Que modelos podíamos copiar de outras geografias com a nossa tradição jurídica? E como se auto-governam os magistrados e outros oficiais de justiça? Que relação têm com a Administração Pública normal? E qual é o grau de autonomia que tem face ao poder político? a À boleia da relação entre os poderes judicial e político, discutimos uma das reformas que o convidado propõe no ensaio. O Nuno defende que as magistraturas tenham mais poder e independência administrativa face ao governo, mas, ao mesmo tempo, defende também mais transparência e mais accountability perante o parlamento e os cidadãos, num sistema de checks and balances (de inspiração anglo-saxónica). Esta transparência é, segundo ele, essencial para conseguir perceber porque falha, quando falha, a justiça, seja nos atrasos dos tribunais seja no arrastar dos processos de crime de colarinho branco, conseguindo distinguir, por exemplo, quando é que isso resulta de insuficiências na governação interna das magistraturas ou quando é um problema de leis mal desenhadas pelos políticos.  Mas estas medidas de impacto desfasado no tempo são, já se sabe, sempre difíceis de fazer em Portugal, seja pelo corporativismo das organizações seja porque, como referi no início, o governo da justiça (ao contrário dos casos específicos) não é um tema que entusiasme particularmente quer políticos quer os cidadãos. Acabámos, por isso, a discutir os desafios mais de fundo que impedem algumas reformas necessárias em Portugal e o que fazer para os superar, exactatamente -- mas juro que não foi de propósito -- o tema da nossa primeira conversa. Espero que gostem.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nuno Garoupa é professor de Direito, Reitor Adjunto para a Investigação e Desenvolvimento de Quadros e Director de programas de pós-graduação na George Mason University - Antonin Scalia Law School. Anteriormente, foi professor na Texas A&M University School of Law (2015-2018) e na Universidade de Illinois. Antes disso, de 2014 a 2016, foi Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, Portugal. Foi também Professor de Direito e Investigador ‘H. Ross and Helen Workman’, na Faculdade de Direito da Universidade do Illinois e Co-Diretor do Programa de Direito, Ciências Sociais e Comportamentais do Illinois. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destaca-se a análise económica do direito e das instituições legais. Os resultados destas investigações têm sido publicados em revistas científicas de destaque, tais como: Journal of Legal Studies; Journal of Law and Economics; American Law and Economics Review; Oxford Journal of Legal Studies; American Journal of Comparative Law; Cambridge Law Journal; Journal of Law and Society; European Review of Private Law; European Business Organization Law Review; e Maastricht Journal of European and Comparative Law. Foi Vice-Presidente da Associação Europeia de Direito e Economia, de 2004 a 2007; integrou o Conselho de Administração da International Society for New Institutional Economics, de 2006 a 2009, e foi Co-Editor da Review of Law and Economics, entre 2004 a 2010. Nuno Garoupa  recebeu o prémio espanhol de investigação Julian Marias, em 2010, e foi Bolseiro Searle-Kauffman em Direito, Inovação e Crescimento no Searle Center on Law, Regulation, and Economic Growth, na Faculdade de Direito da Northwestern University, de 2009 a 2010.
6/22/20231 hour, 31 minutes, 6 seconds
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#146 Raquel Vaz Pinto - Estamos a entrar numa guerra fria entre os EUA e a China?

Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Auxiliar Convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade, onde lecciona as disciplinas de Estudos Asiáticos e História das Relações Internacionais. Foi consultora do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian de 2020 a 2022 e Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Autora de vários artigos e livros entre os quais A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos editado pela Tinta-da-China e Os Portugueses e o Mundo editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.  Os seus interesses de investigação são Política Externa e Estratégia Chinesa; os EUA e o Indo-Pacífico; e Liderança e Estratégia. É analista residente de política internacional da SIC e da TSF. Actualmente, está a terminar um livro, que será publicado pela Tinta-da-china, sobre os desafios colocados pela China às democracias liberais europeias, incluindo a portuguesa. ->Workshop de Pensamento Crítico: sessões de Lisboa, Porto e online esgotadas! Inscreva-se aqui para ser avisado(a) de futuras edições. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): ​(9:47) O que mudou na rivalidade CN-EUA desde o nosso episódio de 2018? | Wolf warrior diplomacy | Os diplomatas chineses mal-comportados | Índia | Quad (30:18) A política externa dos EUA em relação à China começou por ser complacente e tornou-se demasiado agressiva? | Artigo de John Mearsheimer | Estratégia dos G7 em relação à CN: do decoupling ao de-risking | Matérias primas críticas e terras raras (e aqui) (42:10) Já podemos falar de uma Guerra Fria entre EUA e CN? | A Armadilha de Tucídides (Livro: História da Guerra do Peloponeso)| Houve uma crença exagerada no Ocidente nos efeitos da abertura económica? | Como os manuais de economia americanos sobrevalorizam a economia da URSS | Frase atribuída a Deng Xiaoping: «Hide your strength, bide your time» (55:26) Comparação China vs URSS | O papel da ideologia na guerra fria vs na nova ‘ordem chinesa’ | Aumento do autoritarismo do regime chinês | Digital Dictators | Cimeira da Ásia Central, sem a Rússia | Nova política externa defendida pelo SPD alemão | A nova ambição da China para o Ártico (1:18:37) O que esperar do futuro -- e o que fazer para evitar uma escalada do conflito? | Tese do ‘peak China’ | O problema demográfico da china (e os telefonemas aos recém-casados) | Livro: Leftover Women, de Leta Hong Fincher | Episódio com Hu Jintao no congresso do CCP | European Critical Raw Materials Act | A integração económica é um garante de que não ocorre uma guerra ou é, pelo contrário, uma fonte permanente de tensões? _______________ Pode parecer estranho o que vou dizer -- tendo em conta que a política internacional parece estar  dominada pela Guerra da Ucrânia desde fevereiro do ano passado -- mas a verdade é que, muito provavelmente, não será este o tema central das Relações Internacionais da nossa época.  O tema que vai marcar, muito provavelmente, as próximas décadas é outro: a rivalidade entre os Estados Unidos e a China, que se vai instalando à medida que esta vai ascendendo na ordem internacional e disputando a ordem unipolar até aqui dominada pelos norte-americanos. Há mesmo quem ache que já estamos a viver uma nova Guerra Fria entre as duas potências. Esta ideia não será novidade para os mais atentos a estas lides, e sobretudo não o é para quem ouviu o episódio #38 do 45 Graus, publicado em 2018, cuja convidada foi Raquel Vaz Pinto. O tema geral desse episódio foi a China e um dos tópicos que discutimos foi, precisamente, até que ponto a rivalidade entre Pequim e Washington iria marcar as próximas décadas. Ora, se já na altura, há quase 5 anos, isso era uma probabilidade forte, hoje é quase uma certeza. Ao mesmo tempo, passou-se entretanto muita coisa na relação entre os dois países, desenvolvimentos esses que nos vieram dar uma ideia mais clara (embora ainda repleta de incógnitas) sobre a forma que esta rivalidade poderá tomar nos próximos anos. Além disso, ao longo destes anos, fui recebendo muitos elogios ao episódio -- não só pela relevância do tema (que justificava mais do que um episódio), mas, sobretudo, pela convidada. A Raquel não só sabe muito, como é uma excelente comunicadora.  Por isso, decidi convidá-la para regressar ao 45 Graus para discutir este tema: com mais profundidade do que na 1ª conversa e tirando partido da informação adicional que hoje temos. E ela teve a gentileza de aceitar. Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa e Prof. Auxiliar Convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade, onde lecciona as disciplinas de Estudos Asiáticos e História das Relações Internacionais. Foi consultora do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian de 2020 a 2022 e Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Autora de vários artigos e livros entre os quais A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos editado pela Tinta-da-China e Os Portugueses e o Mundo editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.  Os seus interesses de investigação são Política Externa e Estratégia Chinesa; os EUA e o Indo-Pacífico; e Liderança e Estratégia. É analista residente de política internacional da SIC e da TSF. Actualmente, a terminar um livro, que será publicado pela Tinta-da-china, sobre os desafios colocados pela China às democracias liberais europeias, incluindo a portuguesa. Quando gravámos a nossa conversa em 2018, estas tensões entre os EUA e a China estavam ainda, de certa forma, no início. Donald Trump tinha tomado posse apenas no início do ano anterior, pondo em prática uma mudança radical na postura americana em relação à China, impondo tarifas a uma série de bens chineses. Essa medida gerou uma réplica do lado chinês, dando início a uma guerra comercial entre os dois países.  Mas, desde então, já muita tinta correu. A guerra comercial -- mesmo já com a Administração Biden -- acentuou-se e estendeu-se a outras áreas, e os dois países têm acumulado várias divergências na arena internacional, nomeadamente em relação à Guerra da Ucrânia, na qual a China tem adoptado uma postura no mínimo ambivalente. teoricamente neutra mas, na prática, próxima da Russia. Ao mesmo tempo, a retórica belicosa que Trump tinha inaugurado do lado norte-americano tem sido mais do que correspondida do lado chinês, com líderes políticos e diplomatas a adoptarem um discurso cada vez mais assertivo (e, em alguns casos, mesmo agressivo). Estas disputas comerciais e divergências geopolíticas são, no entanto, segundo muitos analistas, apenas as causas próximas do aumento da conflitualidade entre CN e EUA. A causa última – o factor fundamental por trás desta mudança – reside, para muitos, na denominada ‘Armadilha de Tucídides’, de que falámos também no episódio de 2018.  A ‘armadilha’ tem este nome porque foi postulada pela primeira vez pelo historiador ateniense Tucídides, na sua História da Guerra do Peloponeso, que opôs Atenas a Esparta. Segundo ele, a guerra entre os dois era inevitável, uma vez que Atenas estava a crescer e ganhar poder, o que fazia aumentar a sua ambição, enquanto essa situação gerava em Esparta, o poder incumbente uma forte ansiedade.  Esta ideia tem sido amplamente discutida nos últimos tempos, a propósito da rivalidade CN-EUA, por académicos e analistas, tanto do lado norte-americano como também do chinês. Um dos mais conhecidos é Graham Allison, que popularizou o conceito no seu livro: Destined for War: Can America and China Escape Thucydides's Trap? , Segundo os proponentes da “Armadilha”, sempre que uma potência emergente ameaça substituir uma potência hegemónica existe uma tendência inexorável para a guerra entre as duas. Aplicada à relação entre a China e os EUA, isto implica que à medida que o poder económico e militar da primeira se vai aproximando do dos EUA, isso cria-lhe, inevitavelmente, um sentimento de auto-importância crescente e de direito a ter um papel mais activo na política global. Ao mesmo tempo, cria nos Estados Unidos, a potência incumbente, medo, insegurança e uma determinação de defender o status quo a todo o custo .  Esta visão da Armadilha de Tucídides enquanto espécie de “lei das relações internacionais” atinge o seu pináculo em académicos da chamada escola ultra-realista das RI. O maior exemplo -- de quem falamos no episódio -- é talvez John Mearsheimer (de quem também falei no episódio sobre a Guerra da Ucrânia, com Lívia Franco).  Para Mearsheimer, esta armadilha é de tal modo uma inevitabilidade, que afirma que o governo norte-americano deveria ter antecipado o perigo do crescimento económico acelerado da China e, simplesmente, tentado impedi-lo.  Ancorados nesta ideia, há, assim, um número crescente de analistas e oficiais -- tanto nos Estados Unidos como na China -- que discutem hoje, abertamente, a possibilidade de um conflito entre os dois países, seja ele uma guerra directa (de maior ou menor escala) ou uma guerra fria, como a com a URSS, sem conflitos directos mas com as charadas “guerras por procuração”.  No entanto, como a Raquel chama a atenção, as RI são demasiado complexas para podermos tomar esta armadilha como lei de forma simplista. Há factores que contribuem para este desenlace, mas outros há que não e, sobretudo, persistem ainda muitas incógnitas sobre o que pode acontecer.  Espero que gostem! _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
5/31/20231 hour, 40 minutes, 55 seconds
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#145 Pedro Carvalho e Vítor Hugo Teixeira (pt 2) - Leite, ovos, dietas e um jejum que durou um ano

-> Formulário de inscrição na edição de Lisboa do workshop de Pensamento Crítico (17 de junho). -> Formulário para registo de interesse nos workshops online e/ou no Porto. _______________ Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição pela mesma instituição e professor na Escola Superior de Biotecnologia. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e tem também prática clínica enquanto nutricionista. Além disso, escreve já há alguns anos regularmente no jornal Público e lançou já vários livros, o mais recente dos quais “Os Novos Mitos que Comemos”, que saiu em 2021.  Vítor Hugo Teixeira é doutorado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, onde é também professor e investigador. Em paralelo, é director do serviço de nutrição do Futebol Clube do Porto e co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL).  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): (4:23) Introdução ao episódio (6:24) Que alimentos fazem mal? | Todas as componentes que há numa banana | Porque é a esperança de vida tão elevada em Espanha? (22:20) Leite (29:13) Manteiga | Ovos (36:58) Porque é tão difícil perder peso? | A alimentação enquanto fonte de prazer | O papel do desporto | Estudo da dieta urina débito de glicose  (1:00:43) Jejum intermitente  (1:10:53) Modas e tendências: FODMAPs | dieta cetogénica | macrobiótica (1:15:28) O curioso caso de Angus Barbieri e o jejum de 1 ano Livros recomendados: Previsivelmente Irracional de Dan Ariely; Pensar, Depressa e Devagar de Daniel Kahneman | O Sentido do Gosto de José Bento dos Santos _______________ Como prometido, a 2ª parte da conversa sobre nutrição com Pedro Carvalho e Vítor Hugo Teixeira.  Começámos onde tínhamos terminado a 1ª parte, a falar dos alimentos que a investigação mostra serem mais e menos saudáveis. Desta vez abordámos aqueles que devemos mesmo evitar. Isso levou-nos a alguns alimentos incontornáveis nestas conversas sobre alimentos bons e maus, daqueles que apaixonam e dividem opiniões como se se tratassem de clubes de futebol, como, por exemplo, o leite e os ovos. Depois falámos de um tema incontornável e que tinha abordado só de passagem na 1ª parte da conversa: dietas, e porque temos uma relação tão forte com a comida (o que torna difícil controlar o peso). Isto levou-nos a abordar também a psicologia humana, que nesta área é tão ou mais importante do que a nutrição propriamente dita. Falámos também de algumas modas recentes, como jejum intermitente e a dieta cetogénica (um regime radical em que se elimina a maioria dos hidratos mas, para compensar, se consome muitas gorduras). E, a terminar, falámos do curioso caso de Angus Barbieri de que alguns de vós talvez tenham ouvido falar. Barbieri era um indivíduo obeso, com mais de 200 kg, que numa medida radical decidiu jejuar, isto é não comer nada, durante mais de um ano. No final, perdeu 125 kg, terminando com 82kg. Será verdade?  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________   Bio: Vítor Hugo Teixeira 48 anos é licenciado em Ciências da Nutrição e Doutorado em Nutrição Humana, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e docente em 5 pós-graduações na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nutricionista do Futebol Clube do Porto, com responsabilidade de direção do Serviço de Nutrição. Co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL). Publiquei 59 artigos em revistas científicas, 9 capítulos de livros e 1 livro. Realizou +200 comunicações em congressos nacionais e internacionais. Subdiretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, de 2014 a 2018 e membro do Conselho Executivo, de 2018 a 2022 Conselheiro da Ordem dos Nutricionistas, de 2015 a 2019.    Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição em 2015 pela FCUP/FCNAUP, é licenciado em Ciências da Nutrição pela FCNAUP. É Professor Auxiliar da Escola Superior de Biotecnologia desde 2016. Foi de 2009 a 2017 nutricionista no Futebol Clube do Porto e é igualmente professor auxiliar convidado no ISMAI. Foi já professor auxiliar convidado no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e assistente convidado na FCNAUP.  É o autor das rubricas “Dicionário dos Alimentos” e “Mitos que Comemos” no Público, tendo lançado os livros “50 Super Alimentos Portugueses (+10!)” em 2012 , “Os Mitos que Comemos” em 2016,  “Comer, Crescer, Treinar” em 2018, e “Os Novos Mitos que Comemos” em 2021. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e dá consultas no Centro de Inovação Médica e Clínica Privada de Guimarães.  
5/18/20231 hour, 27 minutes, 42 seconds
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[Extra] Joana Marques - 5 textos de humor que gostava de ter escrito (Remotamente Interessante)

Episódio retirado do programa Remotamente Interessante, que gravei com a Fundação Francisco Manuel dos Santos em 2020. Joana Marques é humorista, guionista e autora. Escreveu os livros O Meu Coração Só Tem Uma Cor e Vai Correr Tudo Mal e criou, em 2012, com Daniel Leitão, o programa Altos & Baixos, no Canal Q. É uma d’As Três da Manhã, na Renascença, onde faz a rubrica diária Extremamente Desagradável. É um dos elementos da equipa de autores do programa Isto é Gozar com Quem Trabalha, de Ricardo Araújo Pereira, e escreve semanalmente na revista Visão. Índice (com timestamps): (2:20) Um bit de stand up como Daniel Sloss (9:56) Um filme de comédia como os franceses (ex: Bienvenue chez les Ch'tis, “Bem Vindo ao Norte” ou Qu'est-ce qu'on a fait au Bon Dieu, “Que mal fiz eu a Deus?”) (16:25) Uma sitcom como “Family Ties” (“Quem sai aos seus”)  (22:40) Uma série como “Modern Family” (“Uma família muito moderna”) (31:06) Crónicas como os brasileiros Antonio Prata (livro “Meio intelectual, meio de esquerda”) ou Gregório Duvivier (livro "Caviar é uma ova")
5/10/202338 minutes, 36 seconds
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#144 João Zilhão - Uma revolução no nosso entendimento dos Neandertais (e de nós próprios)

(A 2ª parte da conversa sobre nutrição com Vítor Hugo Teixeira e Pedro Carvalho sai no episódio #145.) João Zilhão é arqueólogo, actualmente Investigador Coordenador na Universidade de Lisboa. Anteriormente, foi professor em várias universidades, incluindo a de Bristol e de Barcelona. Em 1996, foi nomeado pelo governo português para coordenar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa e, em 1997, tornou-se Diretor do Instituto Português de Arqueologia. É conhecido por suas pesquisas sobre a arte rupestre paleolítica e por descobertas importantes, como os mais antigos restos de humanos anatomicamente modernos da Europa, encontrados na Roménia.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): (4:46) Qual é, verdadeiramente, a relação entre sapiens e neandertais? | o problema de faltarem fosseis ‘no meio’ | Richard Dawkins e a tirania da mente descontinua | Aborígenes da Tasmânia | América nunca esteve isolada? (um, dois, três) | Criança do Lapedo | Artigo de Trenton Holliday sobre o tempo necessário para a formação de uma espécie diferente (36:52) A importância da História para entender as ideias que se formaram sobre os Neandertais (frenologia) | Os Neandertais eram menos inteligentes? | Capa da revista Science | Porque predominam em nós os genes Neandertais? (56:26) Quando os geneticistas se juntaram ao jogo. (Svante Pääbo) ADN mitocondrial (1:06:36) Temos mais antepassados neandertais XX ou XY? | Houve confrontos entre sapiens e neandertais? (1:14:06) Grandes descobertas que podemos esperar no futuro? Enigmáticos vestígios Neandertais na gruta de Bruniquel, em França Filme recomendado: The Neanderthal Man (1953) _______________ O modo como olhamos para os Neandertais é das áreas da ciência em que as coisas mais mudaram ao longo das últimas décadas. Até há não muito tempo (e é essa ainda a imagem que persiste em muito do imaginário popular), acreditava-se que os neandertais eram, basicamente, hominídeos primitivos e abrutalhados, uns antepassados remotos da nossa espécie, ainda com um intelecto mais próximo dos animais do que do da nossa cognição avançada. Nas últimas décadas, várias descobertas arqueológicas (e a própria mudança mais ‘cultural’ no modo como olhamos para a diversidade humana) têm vindo a mostrar que esse entendimento estava errado, de pelo menos duas formas. Primeiro, sabemos hoje que os Neandertais não são nossos antepassados, mas sim nossos primos: coexistiram com os humanos que vieram de África, e cuja morfologia se parece mais com a nossa. Segundo, e relacionado com isto, os Neandertais estavam longe de ser estúpidos, como até ali se pensava, e há cada vez mais vestígios arqueológicos, como arte rupestre, a mostrar que tinham cultura e eram capazes de pensamento simbólico. Mas talvez tenhamos de levar esta revisão do nosso entendimento sobre os Neandertais ainda mais longe. É isso que propõe o convidado deste episódio. João Zilhão é arqueólogo e um dos principais investigadores mundiais na área da paleoarquologia. Actualmente, é investigador coordenador na Universidade de Lisboa e foi anteriormente professor em várias universidades, incluindo Bristol e Barcelona. Em 1996, foi nomeado pelo governo português para coordenar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (onde estão as famosas gravuras) e, em 1997, tornou-se o primeiro Diretor do Instituto Português de Arqueologia.  O convidado propõe, então, uma interpretação ainda mais radical da nossa relação com o Neandertais. Primeiro, argumenta que quanto mais evidência arqueológica encontramos mais percebemos que os Neandertais não eram assim tão diferentes da população de sapiens da que veio de África, e, por isso, não os podemos verdadeiramente considerar uma espécie diferente. Segundo, diz que se olharmos sem preconceitos para os vestígios neandertais que nos chegaram, não há nenhuma razão para supor que fossem menos sofisticados cognitivamente do que os sapiens vindos de África. E, por isso, faz também sentido que tenha havido cruzamentos. É verdade que os genes que prevalecem no nosso genoma (entre 96 a 98%) são os dos sapiens vindos de África, mas isso, segundo o João, é meramente resultado da discrepância de números entre as duas populações. Esta tese do convidado é provocadora e está longe de ser consensual no meio da paleoarqueologia (a ver vamos o que as próximas descobertas trazem). Mas os argumentos em que ele a sustenta são, na minha opinião, um exemplo prático de pensamento crítico aplicado à Ciência e, também, já agora, dos deméritos da hiper-especialização que já abordei noutros episódios. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Carla Caçote, Ana Rita Nogueira, Henrique Pais, Francisco Hermenegildo Diogo Ramos, Bruno Heleno, João Almeida Coelho, Henrique Valente, Catarina Pechincha, Paulo Encarnação , Sandra Ferreira , Hélio Bragança da Silva, João Domingues, Carlos Pires, Tiago Goncalves, Manuel Canelas, Fernando Nunes, Luis Fernambuco, Cesar Carpinteiro, Helder Miranda, João Ribeiro, Nuno e Ana, Miguel Marques, Corto Lemos, Galaró family, Carlos Martins, Tiago Leite, Abilio Silva, João Baltazar, BFDC, António Mexia Santos, Pedro Gaspar, Ivo Loureiro, Rita Carvalho Rodrigo Antunes, Pedro Lemos Silva, Andre Soares, Rui Caetano Garcês, Inês Águas, João Morais, Zé da Radio, Tiago Sequeira, Lígia Violas, Nuno Brites, Paulo Barros, Bernardo Vidal Pimentel, Carlos Nobre, Armindo Martins , João Vieira dos Santos, Ruben de Bragança, António Rocha Pinto, Alberto Alcalde, Joao Alves, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, RB, Mário Lourenço, ARUNE BHURALAL, Ana Teresa Mota, Andreia Esteves, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Tomás Costa, Bernardo Cortez Ana Padilha, Alexandre Pinto, Luís Viegas, Josué Amoroso, Miguel Santos, Nuno Germano, Rui Rodrigues, Luís Caldeira, Bruno Maia, afonsori 00, Luis, Pedro Manuel da Eira Coelho, Nuno Barbosa Morais, Margarida Pontes, Cristiana Campos, Elsa Caetano, Márcia Filipa Alves Serra, Miguel Duarte, Tiago Rodrigues, Cristina Loureiro, Joao Gama, José Alberto Gomes, Rodrigo Silva, Duarte Cameirão, Teresa Painho, Marta Mendonca, Paloma Nunes, Paulo Rafael, Filipa Portela, Diego Goulart, Andrzej Stuart-Thompson, Mariana Portela , Luís Machado, Ricardo Trindade, Ana Leal, Cláudia Gomes Batista, Alexandre Alves, Carlos Castro, David Palhota, Carlos Branco, Francisco Seabra Guimarães, RJ, Ricardo Sousa, Tomás Lucena, Fábio Videira Santos, Rui, Helena Pinheiro, Margarida Costa Almeida, Tiago Agostinho, Miguel Jacinto, Inês Ribeiro, Sofia Ferreira, JC Pacheco, Catarina Fonseca, Pedro On The Road, tati lima, Gonçalo Baptista, Joana Pereirinha, João Lopes, Bruno Pinto Vitorino, Zé, miguel farracho, Rita Noronha, Teresa Pimentel, Tiago Pedroso, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Antonio Loureiro, Pedro Bravo, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Fábio Monteiro, paulo matos, Joao Barbosa, Cloé Leal de Magalhães, Tomás Saraiva, Rui Antunes, Nuno Malvar, Pedro L, Ana Rita Laureano, João Diamantino, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, João Pereira, Maria Oliveira, Pedro Gaspar, Cristiano Tavares, Cesar Correia, Luis Gomes, Patrícia Esquível , Daniel Almeida, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Manuel Martins, Lara Luís, Francisco Santos, Ana Sousa Amorim, Antonio Albuquerque, Maria Francisca Couto, Renato Mendes, João Barbosa, Robertt Valente, Afonso Martins, João Pinho , João Crispim, Joao Diogo, Jose Pedroso, José Oliveira Pratas, Telmo , Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte , Ricardo Duarte, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, David , Salvador Cunha, Vasco Sá Pinto, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos, Ricardo Migueis, Margarida Santos, João Ribeiro, Paolo Dal Maso, Nuno Costa _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: João Zilhão (Lisboa, 1957) é, desde 1 de Setembro de 2022, Investigador Coordenador na Universidade de Lisboa. Antes da actual nomeação, foi ICREA Research Professor na Universidade de Barcelona (2011-2022) e Professor of Palaeolithic Arqchaeology na Universidade de Bristol (2005- 2010). Anteriormente, leccionou na Universidade de Lisboa e, temporariamente, nas Universidades de Bordéus I, Paris I e Toulouse Le Mirail. Em Janeiro de 1996, foi nomeado pelo governo português para organizar a criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa, coordenar a investigação científica realizada para estabelecer a cronologia da arte rupestre paleolítica do vale, e preparar a candiatura do sítio a Património Mundial (estatuto que viria a ser alcançado em Dezembro de 1998). Ainda em regime de comissão de serviço no Ministério, assumiu de seguida, em Maio de 1997, as funções de Director do Instituto Português de Arqueologia (IPA), direcção-geral então criada para supervisar a atividade arqueológica no país, funções que exerceu até regressar à vida académica a tempo inteiro, em Maio de 2002. Em 1998, dirigiu a escavação de salvamento da sepultura infantil de Lagar Velho (Portugal), datada do Paleolítico Superior inicial e, em 2004-2005, a investigação arqueológica da Peştera cu Oase (Roménia), onde foram encontrados os mais antigos restos de humanos anatomicamente modernos da Europa. Foi o Conference Organiser do Congresso Anual da Associação Europeia de Arqueólogos, realizado em Lisboa no ano 2000, e foi membro da Comissão Executiva dessa associação entre 2003 e 2006. Em 2003, foi galardoado com um Humboldt Foundation Research Award (instituição anfitriã: Universidade de Colónia) em reconhecimento dos seus "êxitos académicos (no ensino e na investigação)". Em 2005, foi galardoado com o Prémio Europa da Sociedade Pré-Histórica de  Londres, em reconhecimento pelo seu "contributo significativo e duradouro para o estudo da Pré- História europeia". Em 2012, o seu perfil de investigador foi publicado na revista "Science"  (https://doi.org/10.1126/science.337.6095.642).
5/3/20231 hour, 18 minutes, 52 seconds
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#143 Vítor Hugo Teixeira e Pedro Carvalho - Nutrição baseada na ciência (e no bom-senso)

Vítor Hugo Teixeira é doutorado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, onde é também professor e investigador. Em paralelo, é director do serviço de nutrição do Futebol Clube do Porto e co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL).  Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição pela mesma instituição e professor na Escola Superior de Biotecnologia. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e tem também prática clínica enquanto nutricionista. Além disso, escreve já há alguns anos regularmente no jornal Público e lançou já vários livros, o mais recente dos quais “Os Novos Mitos que Comemos”, que saiu em 2021.  _______________ -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ -> Preencha aqui o inquérito aos ouvintes _______________ Índice (com timestamps): (06:50) Porque é tão difícil investigar nutrição?  (26:13) Descobertas recentes: a surpreendente importância da microbiota | Os edulcorantes são perigosos? (41:31) Os diferentes tipos de macronutrientes e a importância de ter uma dieta que minimize a resposta glicémica dos nosso organismo (53:39) Perigos do álcool. Consumo moderado de vinho faz bem? (56:14) Alimentos biológicos | Peixe e carne de ‘aviário’ (1:09:08) Que alimentos fazem melhor? peixe (devemos preocupar-nos com o mercúrio) | hortícolas (a importância dos polifenóis) | fruta (e o porquê da má fama recente) | (o estranho hype do óleo de coco) | (sensibilidade ao glúten; editorial referido) | Leguminosas (investigação das Blue Zones) | Oleaginosas (‘frutos secos’) e sementes _______________ Todos damos alguma atenção ao que comemos -- seja porque queremos fazer dieta, aumentar a massa muscular ou simplesmente porque queremos ser saudáveis e viver o máximo de tempo. É certo que nem todos damos a mesma importância a tentar perceber como funciona a nutrição, mas arrisco dizer que não há ninguém que esteja a ouvir estas palavras que nunca tenha aberto uma notícia sobre o alimento x que faz milagres ou é preciso evitar, visto um documentário sobre a nova tendência na nutrição ou, no mínimo, absorvido meia dúzia de factóides em conversas de café sobre os alimentos que fazem melhor e aqueles a evitar. De facto, a alimentação tem uma grande importância para a nossa saúde e vitalidade, e por isso ter noções de nutrição não é apenas interessante para curiosos como eu mas algo com um benefício prático concreto. E, no entanto, arrisco também dizer que não estou sozinho na impressão de que é muito difícil, quase impossível encontrar respostas consensuais nesta área. Há, literalmente, opiniões para todos os gostos em relação à maioria dos alimentos e regimes alimentares, muitas vezes opostas e extremadas Isto explica-se em parte, como vão ver, pela complexidade da investigação nesta área, mas não ajuda nada o facto de muitos nutricionistas e médicos deixarem a ciência de lado para adotarem, por motivos de marketing, uma ‘ideologia nutricional’. Além disso, a alimentação, por ter um forte lado social, está também muito associada à identidade das pessoas, o que leva à proliferação, nos últimos anos, de ‘tribos’ alimentares dos mais diferentes tipos, que defendem uma receita única para todos os males, seja a do veganismo, do jejum intermitente, da dieta alcalina ou da alimentação paleolítica. Por isto tudo, e apesar de este ser, para mim, um tema simultaneamente interessante e com implicações práticas, tenho protelado trazê-lo de volta ao podcast. Até hoje. Os convidados deste episódio têm, como vão ver, um grande conhecimento da nutrição, em particular da investigação mais recente, mas também, o que é igualmente importante, uma noção das suas limitações e do bom-senso que é preciso ter nestas áreas.  Este episódio surgiu quando o Vítor Hugo Teixeira me enviou uma mensagem, através das redes sociais, elogiando o episódio #140, com o Nuno Barbosa Morais, e salientando como os desafios de fazer ciência de que o Nuno falava se aplicam especialmente à área das ciências da nutrição, em que é investigador. Percebi, por isso, que era boa ideia convidá-lo para o podcast.  Em conversa, o Vítor recomendou-me também outro colega com uma perspectiva complementar sobre este tema, Pedro Carvalho. E acabei por decidir -- por que não? -- gravar um episódio com os dois. O tema nutrição dá mais do que pano para mangas. Por isso, este é o primeiro de dois episódios que vou dedicar ao tema com a mesma dupla de convidados.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Vítor Hugo Teixeira 48 anos é licenciado em Ciências da Nutrição e Doutorado em Nutrição Humana, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e docente em 5 pós-graduações na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nutricionista do Futebol Clube do Porto, com responsabilidade de direção do Serviço de Nutrição. Co-fundador da Nutriens Academy, formação de nutrição baseada em evidência para profissionais de saúde Investigador no Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL). Publiquei 59 artigos em revistas científicas, 9 capítulos de livros e 1 livro. Realizou +200 comunicações em congressos nacionais e internacionais. Subdiretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, de 2014 a 2018 e membro do Conselho Executivo, de 2018 a 2022 Conselheiro da Ordem dos Nutricionistas, de 2015 a 2019.  Pedro Carvalho é doutorado em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição em 2015 pela FCUP/FCNAUP, é licenciado em Ciências da Nutrição pela FCNAUP. É Professor Auxiliar da Escola Superior de Biotecnologia desde 2016. Foi de 2009 a 2017 nutricionista no Futebol Clube do Porto e é igualmente professor auxiliar convidado no ISMAI. Foi já professor auxiliar convidado no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e assistente convidado na FCNAUP.  É o autor das rubricas “Dicionário dos Alimentos” e “Mitos que Comemos” no Público, tendo lançado os livros “50 Super Alimentos Portugueses (+10!)” em 2012 , “Os Mitos que Comemos” em 2016,  “Comer, Crescer, Treinar” em 2018, e “Os Novos Mitos que Comemos” em 2021. Atualmente é consultor nutricional na SONAE e no Leixões Sport Club e dá consultas no Centro de Inovação Médica e Clínica Privada de Guimarães.
4/20/20231 hour, 33 minutes, 8 seconds
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#142 Susana Esteban - Uma viagem pelo mundo do vinho

Susana Esteban nasceu em Tui, Espanha. É licenciada em Ciências Químicas pela Universidade de Santiago de Compostela e Mestre em Viticultura e Enologia pela Universidade de La Rioja. Começou a sua trajectória como enóloga em 1999, no Douro, na Quinta do Côtto, tendo trabalhado posteriormente na Quita do Crasto entre 2002 e 2007. No final de 2007, mudou-se para o Alentejo com um projecto pessoal, tendo lançado já uma série de vinhos premiados. Em 2012 foi-lhe atribuído o prémio mais prestigiado que um enólogo pode receber em Portugal, o título de Enólogo do Ano, pela Revista de Vinhos, a 1ª mulher a receber esta distinção. E em 2022 recebeu da mesma revista o prémio de produtor do ano. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Preencha aqui o inquérito aos ouvintes _______________ Índice (com timestamps): (6:57) Como se faz vinho? | vinho branco vs tinto | Remontagem. | o que são os taninos? (22:34) Porque há vinhos que ganham em ser envelhecidos? | os sulfitos | porque é importante a acidez? (fermentacao malolática) (32:03) A importância da vinha (Importa mais a casta ou o terreno?; a enorme variedade de castas em Portugal; vinhas velhas vs novas; a influência da altitude; orientação solar; tipo de solo) (45:20) Porque há poucos vinhos monocasta em Portugal? | O despontar da região do Douro nos anos 1990, com os 'Douro boys' (e duas girls) | Bairrada | vinho verde (1:00:23) Desafios da exportação de vinhos portugueses (1:18:29) Dicas para escolher um vinho (Petrus) | O que distingue um vinho caro? | Como define um produtor o preço para o seu vinho? | Quanto tempo dura uma vinha? | Existem Vinhos baratos e bons? Há pérolas por encontrar? | Há vinhos produzidos com 'batota´'? |  Vinhos naturais e biológicos  (1:26:26) As provas de vinhos têm validade? (crítico Robert Parker) Autora recomendada: Jancis Robinson  ________________ Dei por mim a pensar um dia destes que os temas das últimas conversas do podcast foram algo…densos, e que era bom intervalar com um tema mais leve. Mais leve, mas nem por isso menos interessante, porque o tema deste episódio -- vinho -- é, como vão ver, bem complexo e dava para vários episódios.  Foi uma conversa muito esclarecedora para quem se interessa por vinho.  No primeiro terço, falámos sobre como se faz vinho na adega, e como é que cada passo do processo -- cada decisão sobre fazer ou não fazer, fazer durante mais ou menos tempo  -- vai alterar o sabor final. De seguida, falamos do que se passa antes de começar o processo de produção do vinho propriamente dito, na vinha -- que na opinião da convidada é tão ou mais importante que a adega. E Portugal, ainda por cima, é o 3º país do mundo com maior diversidade de castas, por isso há muito que dizer sobre este aspecto. Falámos também dos desafios que persistem para os vinhos portugueses se afirmarem internacionalmente. E no último 3º da conversa fiz à convidada talvez a pergunta mais relevante para a maioria de nós, que somos consumidores e não produtores: como escolher um vinho?  Falámos sobre o que distingue um vinho caro de um barato (se é que há algo, dirão alguns de vós, mais cépticos), se existem vinhos baratos muito bons e sobre as provas de vinho: será que valem mesmo? _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
4/4/20231 hour, 30 minutes, 46 seconds
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#141 Carlos Guimarães Pinto - 4 princípios liberais, impostos, educação, descentralização e muito mais

Carlos Guimarães Pinto é doutorado em economia pela Faculdade de Economia do Porto. Foi consultor de estratégia, tendo trabalhado em mais de 20 países, foi também professor universitário e presidente da Iniciativa Liberal entre 2018 e 2019. Em 2021, fundou o think-tank +Liberdade, o maior think-tank português em número de membros. É atualmente deputado e vice-presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): (3:41) Início — Visão política do convidado. |  Da Democracia na América, de Alexis de Tocqueville | Livro: Economics in One Lesson, de Henry Hazlitt | John Locke | Escola Austríaca (18:46) O que dizer da relação ambígua de Friedrich Hayek com a democracia? (21:25) Como foi viver no Dubai, um país autoritário mas em que é possível subir na vida? (30:02) As  três principais propostas de CGP para Portugal: baixar a carga fiscal, aumentar a concorrência (tese doutoramento do convidado) e descentralização | O caso da Irlanda | O problema da falta de dados no Estado | Como o IRC desceu na maioria dos países nas últimas décadas. (58:25) No contexto do Mundo, há uma crise do capitalismo? (1:11:41) Porque é difícil haver um partido verdadeiramente liberal em Portugal | As leis portuguesas mais bizarras. (1:18:53) Se defendem a igualdade de oportunidades, porque é que os liberais falam tão pouco de desigualdade económica? | Impacto no apoio dos cidadãos à liberalização económica. | A importância da educação para a mobilidade social | A experiência do convidado na Índia  Livro recomendado: Liberalismo e Seus Descontentes, de Francis Fukuyama _______________ O convidado tornou-se conhecido sobretudo enquanto presidente do Iniciativa Liberal, cargo que deixou por iniciativa própria em 2019, logo depois de o partido ter conseguido eleger o primeiro deputado nas eleições legislativas. Para além da actividade política, o convidado foi consultor de estratégia em vários países, professor universitário e doutorou-se em 2020 em economia pela Faculdade de Economia do Porto. Em 2021, fundou o think-tank +Liberdade, “o maior think-tank português em número de membros” (dizem eles, e eu acredito). Comecei por pedir ao convidado para explicar os princípios do liberalismo, tal como ele os entende. Princípios esses com que eu, como sabem, concordo em grande medida. Já tenho mais reservas, porém -- e discutimos sobre isso também -- em relação à colagem de muitos liberais, e do IL em particular, a figuras como Hayek, que tinha uma postura em relação à democracia ambivalente demais para meu gosto. De seguida, discutimos as três grandes medidas que o Carlos propõe para “desbloquear” Portugal: baixar a carga fiscal, aumentar a concorrência e descentralização. São medidas que passam, essencialmente (pelo menos duas delas), por aumentar a liberdade económica em Portugal. Mas a verdade é que, no contexto mais geral do mundo ocidental, o sistema capitalista tem sido cada vez mais criticado nos últimos anos, perante um aumento das desigualdades, a captura dos Estados por interesses privados e uma alegada ênfase exagerada no individualismo. Ainda recentemente Martin Wolf, comentador principal de economia do Financial Times, lançou o livro The Crisis of Democratic Capitalism, em que dá voz a várias destas críticas. Perguntei, por isso, ao Carlos a opinião dele sobre esta discussão, e como é que se pode compatibilizar estas limitações (se é que o são) do capitalismo a nível global com a necessidade de mais liberdade económica em Portugal. No final, confrontei o convidado com uma inquietação que há muito me incomoda: se os liberais defendem tanto a importância da igualdade de oportunidades entre as pessoas, de modo a que possa funcionar o dito “elevador social”, porque é que não defendem medidas para mitigar as óbvias desigualdades de ponto de partida que existem na sociedade? Especificamente, perguntei-lhe o que acharia sobre um imposto maior sobre as heranças. E a verdade é que quase consegui pôr um liberal-clássico, com veia libertária, a defender mais impostos -- quase! _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
3/15/20231 hour, 42 minutes, 57 seconds
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#140 Nuno Barbosa Morais - Vieses cognitivos, incentivos perversos, Big data, e outros desafios à boa Ciência

Nuno Barbosa Morais é um biólogo computacional. É licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico e doutorado em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo feito investigação internacional durante uma década nas universidades de Cambridge e de Toronto. Lidera, desde 2015, o laboratório de Transcritómica de Doença no Instituto de Medicina Molecular e lecciona cursos de Biologia Computacional a vários mestrados da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): (5:57) INÍCIO DA CONVERSA: Crise da Replicação | Vieses cognitivos e as limitações das técnicas de inferência estatística. P-value | Karl Popper | Gregor Mendel | Ronald Fisher (história do chá) | Jacob Bernoulli (22:25) De onde surgiu esta a Crise na Ciência? | Artigo  Why Most Published Research Findings Are False (John Ioannidis) | Artigo de Florian Markowetz 1,500 scientists lift the lid on reproducibility | Five selfish reasons to work reproducibly | Fraude em Alzheimer: Blots on a field? | Artigos de investigadores japoneses na Nature (um, dois) | HARKing  (41:12) Big data e complexificação das metodologias. | Artigo João P. Magalhães «Every gene can (and possibly will) be associated with cancer» | Overfitting | As bombas alemãs em Londres e a ‘clustering illusion’ | Riscos de usar programas bioinformáticos como caixas negras |  Inteligência artificial (1:05:43) Será que a ciência já esgotou o “low hanging fruit” das descobertas? Estudo: Rate of scientific breakthroughs slowing over time | Perigos da hiperespecialização. | C. P. Snow (1:16:27) Incentivos perversos do sistema de publicação | Robert Merton e o Matthew effect | Luc Montagnier e as teorias da conspiração Covid (1:28:53) Outras ideias para melhorar a Ciência. | Talent Identification at the limits of Peer Review: an analysis of the EMBO Postdoctoral Fellowships Selection Process | Revisão por pares prévia à publicação |  Algoritmos de revisão com AI: statcheck e grim Livros recomendados: The Drunkard's Walk, de Leonard Mlodinow | Pensar, Depressa e Devagar. de Daniel Kahneman | Science Fictions, de Stuart Ritchie | Calling Bullshit, de Carl Bergstrom e Jevin D. West _______________ Na conversa que vão ouvir, o Nuno identifica uma série de desafios / obstáculos à boa ciência, que eu diria que se podem dividir em dois tipos: os de sempre e aqueles que se tornaram mais agudos nas últimas décadas, devido a algumas mudanças, quer nas técnicas, quer institucionais que afectam o modo como se faz hoje ciência Os primeiros desafios (os de sempre) têm que ver com a grande dificuldade da Ciência enquanto actividade: conseguir compreender o mundo (identificar “leis” na natureza) sendo os dados de que dispomos sempre parcelares e imperfeitos,e contando apenas com a mente dos cientistas -- humana e, por isso, cheia de limitações e vieses.  Para contrariar as nossas limitações cognitivas (e os nossos próprios defeitos morais) criou-se ao longo do tempo uma arquitectura institucional com uma série de válvulas de segurança. Por exemplo, os trabalhos só são publicados depois de serem revistos por outros cientistas, e a ciência é feita de forma aberta, de modo a que estejamos sempre sujeitos à que as nossas conclusões sejam invalidadas por outros investigadores.  E para decidir o que conta e o que não conta como descoberta científica a partir dos tais dados limitados, foi preciso criar um método e um referencial de significância aceite por todos. Instituíram-se, então, testes de inferência estatística, os chamados testes de hipóteses, o mais conhecido dos quais o célebre p value (de que falamos na conversa).  Só que estes testes são apenas uma via indirecta de inferir conclusões (como não é possível nunca ter a certeza em relação à nossa hipótese para explicar determinado fenómeno, o máximo que estes testes fazem é… rejeitar a hipótese de não haver fenómeno nenhum nos dados…). E depois há outro problema, mais grave. É que uma vez estabelecendo-se um referencial para determinar o que conta e não conta como descoberta científica, criam-se incentivos, como o Nuno explica, para que ele seja aldrabado (intencionalmente ou não) pelos cientistas.  Pelas limitações da nossa mente e destes métodos estatísticos, a Ciência foi sempre  uma actividade…complexa. E nas últimas décadas algumas mudanças vieram tornar estes obstáculos ainda maiores. Por um lado, o sistema de publicação de artigos científicos tornou-se cada vez mais competitivo, gerando incentivos para publicar resultados vistosos, mesmo que para isso seja necessário ser menos rigoroso. Por outro lado, a ciência (em particular na área do convidado, as ciências biomédicas) tornou-se mais complexa e informatizada devido à ascensão do chamado big data e o aumento  da utilização de programas “bioinformáticos”. Isto criou desafios adicionais a quem utiliza estas ferramentas sem por vezes as compreender bem.  Estes obstáculos (e outros, de que falamos durante a conversa) desembocaram naquilo que se tem chamado a Crise da Replicação, em que várias conclusões aparentemente sólidas, sobretudo na biomedicina e na psicologia, têm sido invalidadas por estudos posteriores. Esta crise tem feito correr muita tinta nos últimos anos, com já vários livros publicados sobre o assunto.  E foi precisamente por aí que começámos a nossa conversa -- na qual percorremos as causas e consequências deste estado de coisas. No final, pedi ao Nuno para apontar soluções para resolver estes desafios (os antigos e os novos). Como vão ver, ele tem muitas ideias.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nuno Barbosa Morais é um biólogo computacional. É licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico e doutorado em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo feito investigação internacional durante uma década nas universidades de Cambridge e de Toronto. Lidera, desde 2015, o laboratório de Transcritómica de Doença no Instituto de Medicina Molecular e lecciona cursos de Biologia Computacional a vários mestrados da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. A sua investigação recorre a análises de grandes dados moleculares no estudo das alterações na regulação da actividade dos genes em tecidos humanos que os tornam mais susceptíveis a doenças, nomeadamente as associadas ao envelhecimento. No processo, a equipa desenvolve ferramentas bioinformáticas que visam tornar acessíveis e inteligíveis aquelas análises a colegas sem formação informática. Procura contribuir para uma maior reprodutibilidade da prática científica, através da promoção da investigação inter-disciplinar, da formação quantitativa de biólogos e do uso de ferramentas de análises de grandes dados como sistemas de apoio à decisão, por oposição a “caixas negras”.
3/2/20231 hour, 47 minutes, 16 seconds
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#139 [EN] Bo Rothstein - Does a good government require more than just democracy?

Bo Rothstein is one of the world’s leading researchers in the field of Quality of Government (QoG). He was for most of his career professor of political science at the University of Gothenburg, in Sweden, with a brief tenure at the University of Oxford. In 2004, he founded, together with Sören Holmberg, the Quality of Government Institute, which has since become the world’s main research centre studying how political institutions of high quality can be created and maintained. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Index (with timestamps): (01:52) Introduction in English (5:38) Why is democracy not enough to ensure quality of government (QoG)? | The case of new democracies: clientelism, nepotism, use of state funds for the party, particularistic policies | Vicious circle of low QoG (the case of South Africa)  (17:42) How can we define QoG? | Impartiality.  Robert Dahl’s theory of democracy | The importance of a meritocratic bureaucracy and long-term planning. | Book: Organizing Leviathan, by Carl Dahlström and Victor Lapuente | Acemoglu and Robinson’s concept of «inclusive institutions» (26:16) How QoG influences government legitimacy | A future paper by Jan Teorell | Relationship between low QoG and the rise in Populism. Cas Mudde’s thesis. | Mark Lilla on the success of Donald Trump (33:27) The puzzle of China’s rise (guest’s paper) | Is it a matter of culture? | Is condemnation of corruption universal or dependent on culture? (46:38) What outcomes is QoG more important for? | The effect of low QoG on social trust (guest’s paper). | Book (analysing social capital in Italy): Moral Basis of a Backward Society by Edward C. Banfield | Quality of governance in the private sector (59:46) How can we improve democracy’s ability to enhance QoG? The role of transparency. | Book:  Democracy for Realists, by Christopher H. Achen and Larry Bartels | Guest’s latest book: Controlling Corruption _______________ My guest in this episode is Bo Rothstein, one of the world’s leading researchers in the field of Quality of Government (QoG). He was for most of his career professor of political science at the University of Gothenburg, in Sweden, with a brief tenure at the University of Oxford. In 2004, he founded, together with Sören Holmberg, the Quality of Government Institute, which has since become the world’s main research centre studying how political institutions of high quality can be created and maintained. This was a fascinating conversation. We started by discussing the puzzle of why democracy is not enough to ensure good governance. This happens, according to Rothstein and other authors, because these two dimensions of the political system are very different in nature. Democracy refers to the input side of politics (how political power is accessed), whereas QoG refers to the output side, that is, the way that political power is exercised. So while democracy may enable voters to select politicians and policies that adequately reflect their concerns, that is not, by itself, sufficient to guarantee that those policies will be enacted effectively and without improper behavior.  This led us to the question of how to define QoG? One of the most influential definitions in the field was proposed by Rothstein himself, together with Jan Teorell, and defines QoG as having to do with the extent to which the government operates impartially. This concept is closely related to (absence of) corruption, but is broader than that. In practice, for a state to act impartially means that the use of public authority is not influenced by anything from bribes, political affiliation, personal connections, or prejudices based on factors such as race, ethnicity, or gender. Rothstein’s idea is clearly persuasive (and he will explain it better than I). But other authors have proposed alternative definitions, which we also discussed. One of them is that of state capacity. Some authors point out that it is not enough that public officials act in a proper way. In order to be able to implement public policies, the state also needs resources, such as infrastructures, adequate information and a body of qualified and motivated civil servants. Other authors, such as Francis Fukuyama, emphasize the importance of bureaucratic autonomy, that is the extent to which civil servants are protected from pressures exerted by politicians. And there are many other related definitions, such as the idea of inclusive institutions by Daron Acemoglu and James Robinson (which we also discussed), or the definition proposed by the World Bank which goes farther (perhaps too far), encompassing the capacity of the state to implement “sound” policies.  It was a fascinating conversation, in which we covered a lot of ground on the topic of QoG. We discussed the practical effects of bad governance for citizens, the link between low QoG and populism, the puzzle of China’s rise (despite its authoritarian nature and less than impartial government), whether condemnation of corruption is a human universal or depends on culture, the effect of QoG on social capital and the relation between QoG and the quality of governance in the private sector, among others. In the end, I asked my guest how we can improve democracy’s ability to enhance QoG. And he has, as you will see, a very clear-cut recipe for this. Hope you enjoy our conversation -- até ao próximo episódio. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Bo Rothstein is a Swedish political scientist whose research focuses on the quality of government. Rothstein held the August Röhss Chair in Political Science at the University of Gothenborg from December 1994 to June 2021. Bo Rothstein took is Ph.D. in Political Science at Lund University in 1986 and was from 1986 and until 1993 assistant and (in 1992) associate professor (docent) at the Department of Government at Uppsala University. In 1993 he became Professor at the Swedish Institute for Working Life Research in Stockholm and took up his current position at University of Gothenburg in 1994. In 2016 he was appointed to a Chair in Government and Public Policy at University of Oxford, from which he resigned for returning to University of Gothenburg in 2018. Together with Prof. Sören Holmberg he started the Quality of Government Institute at the department in 2004. Among his main publications in English are Just Institutions Matter: The Moral and Political Logic of the Universal Welfare and Social Traps and the Problem of Trust, both with Cambridge University Press. The Quality of Government: The Political Logic of Corruption, Inequality and Social Trust was published by the University of Chicago Press in 2011, Good Government: The Relevance of Political Science (ed. together with Sören Holmberg) published by Edward Elgar Press in 2013. His latest book is Making Sense of Corruption (together with Aiysha Varraich) published by Cambridge University Press in 2017. Rothstein is a contributor to the public debate and has published more than 300 op-ed articles mostly in Swedish newspapers but also internationally.
2/15/20231 hour, 14 minutes, 48 seconds
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#138 Bruno Cardoso Reis - 1950, o Plano Schuman e a revolução diplomática que lançou as sementes da União Europeia

Bruno Cardoso Reis é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Historical Studies pela Universidade Cambridge e é doutorado na área das Relações Internacionais, em War Studies pelo King’s College de Londres. Atualmente é Professor no ISCTE-IUL, onde coordena o doutoramento em História e Defesa, em parceria com a Academia Militar. Tem investigado e lecionado sobre História Global, Estudos Europeus, Relações Internacionais, Estudos de Segurança, entre outros. É colaborador regular na imprensa na análise de política e segurança internacional nomeadamente na SIC Notícias e no Observador. Entre 2019-22, foi assessor do Ministro da Defesa Nacional.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice (com timestamps): (4:00) INÍCIO da conversa: qual era o ambiente que se vivia na Europa nos anos do pós II GM? | Alemanha, Ano Zero (filme) | Plano Morgenthau (13:38) O que levou a França a tomar a iniciativa? Motivos securitarios, políticos e  económicos | A OSCE | Salazar e o Plano Marshall | Candidatura do Brasil à OCDE | A ansiedade entre os diplomatas franceses em relação à RFA. | A defesa por Churchill de uns Estados Unidos da Europa (28:10) O que levou a Alemanha a aceitar o Plano Schuman? | O que pesou mais de ambos os lados: realismo ou idealismo? | Europeístas pré sec XX | Plano Pleven.  (39:41) A importância do papel dos Estados Unidos. | Guerra da Coreia de 1950 | Reunião da NATO em Lisboa em 1952 | A importância dos Açores para os EUA | A posição da URSS (58:28) Porque escolheu o Reino Unido manter-se de fora? | A Commonwealth | a EFTA enquanto projecto concorrente à Comunidade Europeia | Os dois vetos de De Gaulle à adesão dos britânicos à CEE | o Brexit | Porque não tomaram os britânicos a iniciativa primeiro? (1:12:26) A União Europeia hoje — e o que esperar do futuro | Jean Monnet Livros recomendados: Europa. A Luta pela Supremacia. De 1453 aos nossos dias, de Brendan Simms | O Continente das Trevas - O século XX na Europa, de Mark Mazower _______________ No dia 5 de maio de 1950, Robert Schuman, então ministro dos negócios estrangeiros (MNE) da França, fez uma das comunicações mais marcantes do século XX europeu, ao anunciar o plano francês para que as nações europeias passassem a gerir de forma partilhada os seus recursos de carvão e de aço. O plano era uma ideia da equipa pela política económica do governo francês, liderada por Jean Monnet, que veio a ser uma das principais figuras do projecto.  O «Plano Schuman», como ficou conhecido, levaria mais tarde, a 19 de março de 1951 à assinatura do Tratado de Paris e, com ele, à criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), composta por seis países da Europa ocidental: França, Alemanha Ocidental (RFA), Bélgica, Holanda, Luxemburgo (os membros do Benelux) e ainda a Itália. Mas a principal consequência da iniciativa do governo francês não foi económica, mas sim política: criar a aliança franco-germânica que tem estado desde então na base do sucesso do projecto europeu. A proposta de Schuman, e o estender de mão à Alemanha, apanharam a maioria dos observadores de surpresa, porque marcaram uma viragem de 180º em relação à política externa que a França tinha seguido até então. Durante os anos do pós guerra, o grande objectivo francês tinha sido resolver, de uma vez por todas, a eterna “questão alemã” -- ou seja, impedir que o país vizinho pudesse reerguer-se e tornar-se agressivo uma vez mais. E para isso, na visão francesa, era necessário restringir ao máximo a reconstrução da Alemanha, a todos os níveis — político, económico e, sobretudo, militar. Ou seja, o poder político francês acreditava que a força da França dependia diretamente da fraqueza da Alemanha.  Mas, de repente, tudo mudou. Schuman anuncia o plano, a RFA aceita e os EUA apoiam-no entusiasticamente, contribuindo decisivamente para a formação da CECA (os únicos a estragar a festa foram os britânicos, que optaram desde o início por ficar de fora das negociações). Como foi isto possível? Este é um tema fascinante e, ao mesmo tempo, complexo. Porque para compreendê-lo temos de perceber o ambiente que se vivia na Europa do pós-guerra, conhecer as prioridades de política externa e interna dos vários países envolvidos ainda ter ainda em conta o papel imprescindível da Guerra Fria em acelerar todo o processo. Ou seja, é preciso, conhecer muito bem a História da Europa deste período nestes vários níveis É, por isso, uma job description difícil. Mas o convidado deste episódio, Bruno Cardoso Reis, encaixa nela perfeitamente. Como vão ver, o convidado tem um conhecimento enciclopédico sobre a História das relações Internacionais, que nos ajuda a compreender as múltiplas dimensões deste período em que começou o processo que viria a dar origem à UE.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Bruno Cardoso Reis é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Historical Studies pela Universidade Cambridge e é doutor em War Studies pelo King’s College de Londres. Entre 2019-22 foi assessor do Ministro da Defesa Nacional. Atualmente é Professor no ISCTE-IUL e Coordenador do respetivo doutoramento em História e Defesa, em parceria com a Academia Militar. Tem lecionado cadeiras de História Global, Estudos Europeus, Relações Internacionais, Estudos de Segurança, Liderança e Grande Estratégia. Sobre estes temas tem publicado artigos e livros vários em Portugal e no estrangeiro. Nomeadamente: Pode Portugal ter uma Estratégia? (2019) É colaborador regular na imprensa na análise de política e segurança internacional nomeadamente na SIC Notícias e no Observador. 
2/1/20231 hour, 27 minutes, 55 seconds
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#137 Ricardo Costa - Como o jornalismo se adaptou à revolução digital — e o que ainda está por fazer

Ricardo Costa é diretor de informação da SIC e diretor geral de informação do Grupo Impresa. Antes, foi director do Expresso de 2011 a 2016, tendo sido antes editor adjunto. Continua a ser colunista regular do Expresso e autor e co-apresentador do programa da SIC Notícias “Expresso da Meia-Noite” -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice: (5:30) A revolução digital nos media. | Como os jornais hesitaram mas acabaram por apostar nas assinaturas. (que estão a crescer mais nos jovens). | Como o Financial Times foi pioneiro na transição digital | Meta (Facebook) está a deixar de “dar notícias”. (20:32) O caso da televisão (30:36) Porque não há uma «Netflix para jornais»? (32:15) Faz sentido apoios estatais ao jornalismo de qualidade? | O caso das televisões públicas | Proposta de Julia Cagé (43:46) Como a revolução digital forçou os órgãos de comunicação social a funcionar a vários ritmos e em múltiplas plataformas. | Com tantas plataformas e conteúdos, não deveria haver muito mais jornalistas do que no passado? | O caso d’O Independente. A importância da viabilidade económica para a independência jornalística.  (58:08) Porque é que o impacto da revolução digital começou mais tarde na televisão? | Reuters Institute Digital News Report 2022 (1:03:32) Estará a jornalismo (pago) cada vez melhor, mas a chegar a cada vez menos pessoas? (1:06:09) Porque é o nível de tensão com os governos maior no Expresso do que na SIC (entrevista do convidado ao podcast «Deixar o Mundo Melhor») (1:10:32) O que explica que Portugal seja dos países em que mais se confia nas notícias?| As redações dos jornais são tipicamente mais de esquerda, ou de direita? | Como lidam os jornalistas com pressões do poder económico e político (1:26:56) Em que é que os jornalistas têm falhado no modo como lidam com políticos populistas? Artigo de Malu Gaspar na revista Piauí | Como a formação em Antropologia ajudou Gillian Tett a prever a Crise Financeira de 2008 Livros recomendados: As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf + Aniquilação, de Michel Houellebecq _______________ Os órgãos de comunicação social -- em especial os jornais -- têm sido abalados na última década e meia por uma espécie de «tempestade perfeita» que provocou quebras fortes tanto nas vendas como nas receitas de publicidade. Simplificando, o surgimento da internet começou por tirar leitores aos jornais, e a Google e a Facebook tiraram-lhes a publicidade. Isto porque a internet, ao, de repente, dar-nos acesso acesso livre a um sem-fim de conteúdos, levou a que as pessoas passassem a dedicar menos tempo aos jornais em papel. Os jornais, por seu lado, para não ficarem para trás na ‘onda’, criaram também os seus sites onde passaram a disponibilizar os mesmos conteúdos do papel. Mas a internet, para a maioria de nós, foi durante muito tempo sinónimo de »gratuito» -- e, por isso, os internautas não estavam especialmente abertos a pagar por conteúdos online… Acresce que, com o domínio da Google nos motores de busca e, depois, com o surgimento das redes sociais, grande parte das pessoas não chegava às notícias consultando os sites dos jornais mas sim através destas plataformas. Isso fez com que a publicidade --  o elemento que, desde há muitas décadas, permitia aos jornais equilibrar o seu modelo de negócio -- fosse fugindo cada vez mais para as mãos destas gigantes tecnológicas. Esta “tempestade perfeita” de diminuição de receitas quer nas vendas quer na publicidade veio colocar os modelos de negócio dos jornais, em especial, em sérias dificuldades. E isso, claro, traduziu-se em despedimentos e diminuições de salários para os jornalistas -- e também numa diminuição da sua capacidade para agirem enquanto «quarto poder» nas democracias.  Este é um tema que tem sido muito discutido nos últimos anos, e não é a primeira vez que o abordo no 45 Graus. Recomendo que ouçam também o episódio que gravei há quase 4 anos com Gustavo Cardoso, professor e investigador nesta área no ISCTE. De lá para cá, houve progressos importantes, com muitos jornais, inclusive em Portugal, a conseguirem adaptar-se às novas tecnologias e atrair assinantes. E, embora a crise esteja longe de estar ultrapassada, o convidado deste episódio, Ricardo Costa, tem uma visão mais optimista -- ou, como ele diz, “menos fatalista -- do que é norma encontrar no meio jornalístico.  Na nossa conversa, falámos sobre a visão do Ricardo em relação a estes desafios trazidos pelas mudanças tecnológicas, quer nos jornais quer nas televisões -- onde, segundo ele, o impacto só agora está a chegar em força, mas obrigará a uma transição ainda mais rápida. Falámos também sobre o modo como estas alterações obrigam os jornais e televisões a actuar hoje em múltiplas frentes e 24h/24h. Fica a sensação de que, com tantos conteúdos e plataformas, os órgãos de comunicação social deveriam ter hoje mais jornalistas do que no passado (e não menos, como é o caso).  Falámos também do serviço público que os media prestam -- ou devem prestar --, e se faz sentido haver apoios estatais. Ou se, pelo contrário, a independência jornalística só é possível com viabilidade económica. E, claro, discutimos também o caso português. Que compara favoravelmente com outros países em alguns aspectos, como o facto de sermos o 2º em 46 países em que as pessoas mais confiam nas notícias. A experiência do Ricardo é muito rica neste aspecto, porque, embora tenha trabalhado sempre no Grupo Impresa, teve funções de responsabilidade quer no jornal quer na televisão.  houve uma afirmação dele recente que me deixou intrigado, e que pedi para explicar melhor: de que o nível de tensão com os governos foi sempre muito maior no Expresso do que o da SIC. Mais para o fim da conversa, falámos também de outro desafio que o jornalismo actual enfrenta -- de uma natureza completamente diferente: o desafio de lidar com a ascensão de políticos populistas. O convidado tem, como verão, uma visão muito crítica em relação ao modo como os jornalistas têm, muitas vezes, tratado este fenómeno. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Ricardo Costa é diretor de informação da SIC e diretor geral de informação do Grupo Impresa desde março de 2016. Foi diretor do Expresso de 2011 a 2016 e editor adjunto entre 2009 e 2010. Antes, foi diretor de informação da SIC Notícias, o primeiro canal de notícias 24 horas em Portugal, de 2003 a 2008. Editor-adjunto da SIC entre 2001 e 2007. Colunista regular do Expresso.  Criador de opinião sobre assuntos políticos e económicos na SIC Televisão e na SIC Notícias. Autor e co-apresentador do “Expresso da Meia-Noite”
1/18/20231 hour, 41 minutes, 13 seconds
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#136 Steven Gouveia - Humor, ética da abstenção, epistocracia e altruísmo eficaz

Steven S. Gouveia é doutorado em Filosofia e é actualmente Investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH) da Universidade Católica Portuguesa. A sua investigação abarca um leque muito amplo de temas, desde a Neurofilosofia da Mente, filosofia da Inteligência Artificial, Ética Aplicada e Epistocracia. Publicou recentemente o seu 13° livro (Thinking the New World: Conversations on A.I.) e tem vindo a organizar cursos online sobre vários temas que contam com a participação de pensadores como Noam Chomsky, Sir Roger Penrose (Nobel da Física) ou Peter Singer, entre outros. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Indíce: (04:12) Limites (éticos) do humor (26:14) Ética do voto (e da abstenção) | Ética da Crença, W. K. Clifford | Joseph Schumpeter | Cientistas políticos que estudaram o tema: John Zaller, Robert Y. Shapiro |  Lottocracia (Alex Guerrero) | Convention citoyenne pour le climat (França) (1:09:23) Altruísmo Eficaz. Peter Singer (filósofo). Milionário que doou órgãos. Associação Make-A-Wish. Altruistic-careers.com Recomendações: Despolariza (podcast de Tomás Magalhães), Against Democracy (livro), de Jason Brennan, Paul Bloom. _______________ O que é Filosofia? O que é que caracteriza a Filosofia contemporânea enquanto área do saber? Na verdade, não é nada fácil dizer exactamente de que trata Filosofia, sem deixar coisas de fora ou ser demasiado abrangente.  A minha definição preferida é talvez aquela que diz que a Filosofia «é a busca por entender verdades fundamentais sobre nós próprios, o mundo em que vivemos e as nossas relações seja com o mundo seja uns com os outros». Por outras palavras, a Filosofia distingue-se das outras áreas do conhecimento não só por ter um foco incrivelmente amplo (não há tema que não seja passível de ser analisado filosoficamente), mas também --  sobretudo -- por tocar as bases do conhecimento, por descer e questionar os fundamentos do nosso saber e das nossas convicções. É por isso que os filósofos são peritos em fazer-nos perceber que há, muitas vezes, pressupostos errados nos nossos raciocínios e convicções de que nunca nos tínhamos apercebido, ou que não estamos a agir da maneira correcta.  Um dos campos da FIlosofia em que este tipo de reflexão pode gerar mais consequências para a maneira como agimos e nos comportamos em sociedade é a Ética (também chamada Filosofia Moral). E esse é precisamente o tema do livro do convidado deste episódio, Steven Gouveia [website do convidado]: Homo Ignarus: Ética Racional para um Mundo Irracional. Como o título indica, o livro parte da noção das várias falhas da mente humana (desde a nossa cognição limitada, aos vieses cognitivos e às emoções que se metem no caminho da razão), mas é também uma provocação (que se detecta logo pela capa) para a era, a vários títulos, irracional que vivemos, com a preponderância de fake news, apelos à emoção e ascensão de políticos populistas. Durante a nossa conversa, focamo-nos em três assuntos em que esta “ética racional” que Steven Gouveia propõe nos pode levar a pensar de maneira diferente; todos, de alguma forma, tocam em temas de episódios passados do podcast. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Steven S. Gouveia é Doutorado em (Neuro)Filosofia da Mente pela Universidade do Minho (Braga, Portugal). É actualmente Investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Universidade Católica Portuguesa (Projecto de Investigação UIDB/00683/2020 financiado pela FCT). Durante o seu doutoramento (Investigador FCT), foi investigador-visitante do Minds, Brain Imaging and Neuroethics do Royal Institute of Mental Health (PI: Georg Northoff), onde foi Investigador Pós-Doutoral (2021-2022). Foi Editor-Chefe do “Apeiron - Student Journal of Philosophy”. ​​​Publicou, como editor e autor, 12 livros (revisados por pares) sobre vários temas académicos. Alguns de seus interesses actuais são: Neurofilosofia da Mente e Ciência Cognitiva; Ética Aplicada (robôs sexuais; voto; ética animal; humor; nudges; alturísmo eficaz, etc.); Filosofia e Ética da Inteligência Artificial (na Medicina); Neurociência e Filosofia da Consciência e Processamento Preditivo; Teoria Democrática e Epistocracia. Por fim, para além da intensa produção autoral, proferiu inúmeras palestras em conferências académicas (ex: Ciência da Consciência 2019, Suiça), em eventos públicos (ex: Orador Principal do Philosophy Sharing Foundation, Malta; Forum Chipre 2022).
1/5/20231 hour, 31 minutes, 30 seconds
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#135 [EN] Dale Martin - A historical look at the New Testament and early Christianity

Dale B. Martin is a New Testament scholar and historian of Christianity, currently Woolsey Professor Emeritus of Religious Studies at Yale University. Professor Martin specializes in New Testament and Christian Origins, including attention to social and cultural history of the Greco-Roman world.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Index: (5:57) [Beginning of the conversation] How an historian studies the Bible and early Christianity (Historical criticism). | Gospel of Thomas. | Q source (21:36) How separate true from fiction in the gospels? Criteria: multiple attestation, dissimilarity (see also this book) Jesus saying in all four gospels that “a prophet has no honor in his own country” [e.g. Mark 3:33-35: «Who are my mother and my brothers?” he asked. Then he looked at those seated in a circle around him and said, “Here are my mother and my brothers! Whoever does God’s will is my brother and sister and mother.»  How Christianity changed Jesus from being the «Son of Man» (Mark) to becoming «God the Son, the second Person in the Trinity | Council of Nicea |  A puzzling passage in the Bible - Mark 14:51: “A young man, wearing nothing but a linen garment, was following Jesus. When they seized him, he fled naked, leaving his garment behind.» (32:14) The historical Jesus. Was Jesus literate? Archeological findings in Nazareth. Miracles and the resurrection. | Science vs myth | Similarities between Asclepius and Christ. (49:24) What did really Jesus believe in? How Jesus was influenced by the Book of Isaiah. And Jeremiah. |  The puzzle of Jesus’s speech in the Sermon on the Mount in Mathew 5 (1:05:25) The message of Paul the Apostle (St Paul). | The role of James (Jesus's brother). | The role of Mary. (1:12:43) How the Christian message on death evolved from the resurrection of the body to the resurrection of the soul.  Book recommendation: Demon Copperhead by Barbara Kingsolver _______________ O convidado deste episódio é Dale Martin, professor na Universidade de Yale, e tem uma especialidade académica tão incomum no nosso país que nem temos (que eu saiba) uma expressão corrente para ela. O convidado é aquilo a que em inglês se designa por “New Testament scholar” -- ou seja, um investigador que se decida ao estudo histórico do Novo Testamento e das origens do Cristianismo, combinando análises histórica, cultural e linguística.  Dale Martin tem uma longa carreira de investigador sobre o Novo Testamento, com vários livros publicados. E podem encontrar também no Youtube os vídeos de uma cadeira sua dada em Yale sobre precisamente a História do Novo Testamento e do Cristianismo. E foi precisamente com essa cadeira que esta conversa surgiu. As ditas aulas --  a leitura da Bíblia -- deixaram-me com muitas dúvidas que não tinha a quem perguntar, por isso decidi que estava na altura trazer Dale Martin ao 45 Graus.  Foi, como vão ver, uma conversa fascinante, em que falámos da Bíblia, da figura de Jesus e do Mundo antigo em que Jesus e os primeiros cristãos viveram. O convidado, além disso, tem uma perspectiva interessante, porque, embora seja um historiador de pleno direito, que fala dos textos cristãos com uma frieza implacável quando usa o chapéu de historiador, é também crente, o que é uma combinação invulgar neste meio dos estudos bíblicos, onde, normalmente, sobretudo nos Estados Unidos, há uma espécie de diálogo de surdos entre teólogos e historiadores agnósticos.  Nesta conversa -- porque o tempo não chega para tudo -- acabámos por abordar sobretudo a figura de Jesus, pelo que nos focámos mais nos quatro evangelhos -- ou cinco, porque também falámos do “Evangelho de Tomé”, um dos muitos evangelhos apócrifos (não incluídos na Bíblia) a que os historiadores também dão muita importância.  Comecei a nossa conversa por perguntar ao convidado como é que um historiador aborda o estudo da Bíblia e dos escritos religiosos. Isso levou-nos aos evangelhos, e que critérios os historiadores usam para tentar separar o que há neles de histórico do que é …criatividade literária ou religiosa. Falámos também, inevitavelmente, da figura de Jesus: do que podemos dizer sobre quem era, se sabia ler, o que pensava realmente, e o modo como o entendimento que o Cristianismo faz de Jesus foi galgando terreno nos primeiros séculos do Cristianismo, começando como o “filho da Humanidade”, em Marcos, e culminando no Deus-Filho, na Santíssima Trindade. No final, tivemos ainda tempo para falar um pouco do Apóstolo Paulo, de Tiago (irmão de Jesus -- pouco relevante nos evangelhos mas que se tornou uma figura relevante no início do Cristianismo) e, claro, de Maria, mãe de Jesus (em quem o contraste entre o papel que tem no Novo Testamento e o papel importantíssimo que veio a assumir no Cristianismo é ainda maior). Espero que gostem. Para mim, foi uma conversa muito interessante e destas que puxam pela cabeça -- embora, deva dizer, que talvez tenha saído com mais dúvidas ainda do que tinha antes.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Dale B. Martin is a New Testament scholar and historian of Christianity, currently Woolsey Professor Emeritus of Religious Studies at Yale University. Professor Martin specializes in New Testament and Christian Origins, including attention to social and cultural history of the Greco-Roman world. Before joining the Yale faculty in 1999, he taught at Rhodes College and Duke University. His books include: Slavery as Salvation: The Metaphor of Slavery in Pauline Christianity; The Corinthian Body; Inventing Superstition: from the Hippocratics to the Christians; Sex and the Single Savior: Gender and Sexuality in Biblical Interpretation; Pedagogy of the Bible: an Analysis and Proposal; New Testament History and Literature; and most recently, Biblical Truths: The Meaning of Scripture in the Twenty-First Century. He has edited several books, including (with Patricia Cox Miller), The Cultural Turn in Late Ancient Studies: Gender, Asceticism, and Historiography. He was an associate editor for the revision and expansion of the Encyclopedia of Religion, published in 2005. He has published several articles on topics related to the ancient family, gender and sexuality in the ancient world, and ideology of modern biblical scholarship, including titles such as: “Contradictions of Masculinity: Ascetic Inseminators and Menstruating Men in Greco-Roman Culture.” He currently is working on issues in biblical interpretation, social history and religion in the Greco-Roman world, and sexual ethics. He has held fellowships from the National Endowment for the Humanities, the Alexander von Humboldt Foundation (Germany), the Lilly Foundation, the Fulbright Commission (USA-Denmark), and the Wabash Center for Teaching and Learning in Theology and Religion. He is a fellow of the American Academy of Arts and Sciences (elected 2009).
12/15/20221 hour, 22 minutes, 41 seconds
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#134 Maria Manuel Mota - Uma revolução no tratamento da malária e os desafios actuais de fazer Ciência

Maria Manuel Mota é bióloga e uma autoridade internacional na investigação sobre a malária. Doutorou-se em Parasitologia Molecular pela University College London, no Reino Unido, e, depois de ter feito investigação sobre a malária internacionalmente, regressou a Portugal em 2002, onde tem continuado a desenvolver investigação que lhe tem valido diversas distinções. Desde 2014, assumiu também funções de Diretora Executiva do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com -> Página do 45 Graus no Youtube _______________ Índice da conversa: (4:03) O que te levou a estudar a malária? | Progressos nos últimos anos na investigação nesta área. | Against Malaria Foundation (considerada pela Givewell a instituição mais eficaz do mundo)  (18:41) Nova vacina contra a malária (Oxford) | Adrian Hill | Vacina Gsk.  (27:04) O que causa a malária, e como nos infecta. Plasmodium. | Porque se manifesta de maneira diferente nas pessoas. | Como a anemia falciforme protege contra a malária.  (35:19) A importância da investigação em ciência fundamental. | A vantagem do IMM em ter uma ligação ao hospital (45:11) Importância e desafios da interdisciplinaridade na ciência. | Horizontes iMM: Uma Pergunta a Três | série: Diagnosis (59:07) Forças e limitações de Portugal na investigação científica. | Investigação de Bruno Silva-Santos | O que é preciso corrigir no financiamento em Portugal? | Independência da FCT. (1:13:10) Dificuldade em atrair doutorados para a investigação fundamental.  (1:29:34) Problemas do actual sistema de publicação e avaliação científica. | PLOS (Open Science) Livro recomendado: Empire of Pain, de Patrick Radden Keefe  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Maria Manuel Mota Licenciou-se em Biologia e obteve o grau de Mestre em Imunologia pela Universidade do Porto. Em 1998 doutorou-se em Parasitologia Molecular pela University College London, no Reino Unido. Maria M. Mota desenvolveu investigação como investigadora pós-doutorada no Laboratório do Prof. Vitor Nussenzweig da New York University Medical School, nos Estados Unidos e lecionou na mesma escola médica. Regressou a Portugal em 2002, onde liderou o seu grupo de investigação do Laboratório de Biologia Celular da Malária, Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, tendo-se tornado em 2005 investigadora principal da Unidade de Malária no iMM, além de lecionar na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Maria M. Mota é atualmente Diretora Executiva do iMM e Professora Convidada na Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos. O seu trabalho no campo da malária centra-se no estudo de ambas as fases da infeção (hepática, sanguínea) por Plasmodium, o parasita causador da malária, no hospedeiro humano. Maria M. Mota venceu o EMBO Young Investigator Award em 2003, o European Young Investigator Award da European Science Foundation em 2004, e foi investigadora internacional do Howard Hughes Medical Institute (EUA) entre 2005 e 2010. Em Maio de 2016 foi eleita para integrar a Organização Europeia de Biologia Molecular (European Molecular Biology Organization – EMBO). Em 2017 recebeu o prémio Pfizer e em 2018 o Prémio Sanofi – Institut Pasteur – Mid-Career category. Em Portugal foi condecorada pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique em 2005 e foi agraciada com o Prémio Pessoa em 2013. Em 2019 recebeu o Prémio Dona Antónia-Consagração de Carreira. Maria Manuel Mota é uma voz ativa pelos direitos das mulheres e equidade de oportunidades na educação. Atualmente tem uma coluna de opinião mensal no jornal Expresso, como um contributo para alcançar o seu sonho de viver numa sociedade centrada no conhecimento. 
11/30/20221 hour, 45 minutes, 46 seconds
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#133 Salvador Martinha - A vida de um humorista: entre artista e atleta de alta-competição

Salvador Martinha é humorista, guionista e actor. Foi o primeiro comediante português a ter um espetáculo seu na Netflix. É autor do podcast "Ar livre", um dos primeiros em Portugal no formato de conversa livre e relaxada. É autor da série "Sou Menino Para Ir", que começou no Youtube e irá estrear agora na RTP1. Vai estrear-se como actor na série da Netflix Rabo de Peixe». Apoie o 45 Graus e faça parte da comunidade de mecenas em: 45grauspodcast.com _______________ Índice da conversa: (4:24) O que te atraiu no humor? (14:27) Como é o teu processo criativo? | A importância da preparação | John Cleese: Criatividade - Um Guia Prático e Divertido | Google Keep (29:05) Humor vs outras artes | Humoristas citados: George Carlin, Dave Chapelle, Jimmy Carr, Bo Burnham (32:43) Quantos tipos de humor há? | O que distingue o bom do mau humor? | Russell Howard (43:03) A ligação entre o humor e a tristeza. | Adam Hills (52:46) Desafios de fazer humor em Portugal (1:02:39) Como o humor tem evoluído  (1:14:08) Como lidas com as críticas? (1:24:03) O que explica a ligação especial dos humoristas com o público?  Recomendação de espectáculo: Bo Burnham: Inside _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Salvador Martinha é comediante, guionista e actor. Tornou-se uma presença comum na televisão portuguesa pelas suas participações em programas como Levanta-te e Ri ou Sal, e pelos espetáculos que realizou ao longo do tempo como Cábula ou Centro das Atenções. Foi o primeiro humorista português a ter um espetáculo seu na Netflix. Foi em 2017, que criou o seu podcast "Ar livre", tendo sido um dos primeiros em Portugal no formato de conversa livre e relaxada, onde a liberdade de temas e reflexões é infinita- "Nem eu nem vocês estamos preparados para a liberdade que vou ter aqui" (descrição do podcast Ar Livre. É autor da série "Sou Menino Para Ir", que começou no Youtube e irá estrear agora na RTP1. Via estrear-se como actor na série da Netflix Rabo de Peixe.
11/16/20221 hour, 32 minutes, 14 seconds
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#132 Ricardo Araújo Pereira e Daniel Oliveira - «politicamente correcto vs liberdade de expressão» (Festival Folio)

Evento ocorrido no dia 12 de outubro, no âmbito do Festival Folio, em Óbidos (a quem se agradece a disponibilização da gravação).  -> Livro «Política a 45 Graus». -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice da conversa: Referências citadas por RAP: Harper's Letter; Monty Python: stoned for saying Jehovah; caso do professor que proferiu a N-word; Executivo da Netflix despedido; O bibliotecário cego de Umberto Eco; Jimmy Carr; A Modest Proposal (sobre a fome na Irlanda), de Jonathan Swift Referências citadas por DO: reacção de crianças negras ao ver nova Pequena Sereia Referências citadas por JMP: polémica José Cid; polémica livro Henrique Raposo; episódio Seinfeld (1:36:24) Comentário final (JMP) _______________ Este debate surgiu do convite que a organização do festival me fez para fazer uma sessão a propósito do meu livro Política a 45 Graus. Uma vez que o tema do festival este ano era «poder», uma palavra, como vão ver, muito presente nestes debates, lembrei-me logo de abordar o tema do politicamente correcto e as tensões que cria com a liberdade de expressão. Este é um tópico que abordo no livro, tanto na parte 1 como na parte 2, mas não é o tema central do livro. Por isso, decidi convidar duas pessoas para o painel. E quando me pus a pensar em quem, rapidamente me lembrei do Ricardo e do Daniel, visto que são duas pessoas com visões assertivas e fundamentadas sobre este tema (vão reparar que cada um preparou bem o que ia dizer). Além disso, os dois já tinham debatido entre si este assunto várias vezes, a última das quais no podcast do Daniel -- mas deixando, ainda assim, muitas pontas soltas por resolver. Este é um tema que tem marcado o debate político nos últimos anos, por isso creio que dispensa apresentações. É um tema que divide, e suscita em em muitos de nós reacções inflamadas num ou no outro sentido. Ao mesmo tempo (ou talvez seja precisamente por isso), o próprio conceito «politicamente correcto» parece por vezes pouco claro, o que leva a que a discussão se torne, frequentemente (e rapidamente), muito confusa.  Nesta conversa tentei contrariar estas duas tendências: discutir o tema de forma civilizada, e, ao mesmo tempo, perceber melhor o que está em causa quando as posições neste debate divergem, de modo a poder formar uma opinião fundamentada. O primeiro objectivo foi claramente conseguido. Foi uma conversa / debate profunda e, ao mesmo tempo, animada. Por isso é que o evento estava previsto durar cerca de 50 minutos e acabou perto das 2 horas (na versão não editada). E isto com uma plateia cheia que não arredou pé até ao final (sendo que esse “final” foi já perto das 21:30…!).  O segundo objectivo -- perceber melhor o que está em causa neste debate -- é mais complexo. Durante o debate, deixei o Ricardo e o Daniel discutirem um com o outro, intervindo sobretudo para esclarecer alguns pontos ou adicionar algum aspecto que me parecesse estar a faltar na discussão. Como é quase inevitável nos debates sobre estes temas, que tocam em tantas frentes, a discussão pareceu em alguns momentos desviar-se do tópico principal. Mas, para mim -- e espero que também para vocês -- ajudou-me a compreender melhor este tema. E levou-me a aprofundar uma reflexão sobre ele. Partilho-a convosco a seguir ao debate, no final do episódio.   _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
11/3/20221 hour, 47 minutes, 35 seconds
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#131 Edalina Rodrigues Sanches - Porque tarda a democracia em África?

Edalina Rodrigues Sanches é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Lisboa e é actualmente Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação incluem democratização, representação, ligações partidos-cidadãos, comportamento político, e dedicação ao círculo eleitoral, com enfoque em África. A sua tese de doutoramento foi distinguida com o prémio da Associação Portuguesa de Ciência Política em 2016, e deu origem ao livro «Party Systems in Young Democracies: Varieties of institutionalization in Sub-Saharan Africa, publicado pela Routledge. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45grauspodcast.com _______________ Índice da conversa: (3:35) Início da conversa (6:47) O processo de descolonização do pós II GM. | O que se passou para tantos líderes promissores da independência se terem revelado ditadores? (12:21) A «3ª vaga de democratização»: O que correu mal? | Como evoluiu de lá para cá? Francis Fukuyama e o Fim da História. | O que há de especial nos países africanos mais democráticos?  (26:57) Os desafios da democracia em África. Diversidade étnica e comunitarismo. | É preciso “africanizar a democracia”. O caso de sucesso do Botswana  (38:13) O tipo de colonização de cada país impactou o sucesso da democratização? A «maldição dos recursos naturais». É possível prever o sucesso da democratização com base em diferentes realidades pré-coloniais? (48:34) Casos de sucesso de democratização no século XXI? Seicheles, Zâmbia, Malawi (acção do Tribunal Constitucional). Mo Ibrahim Index of African Governance (IIAG). | O caso do Rwanda.  (57:10) Casos de INsucesso de democratização no século XXI? Guiné Equatorial, Eswatini, Chade, Camarões, Djibuti. | O mundo lusófono: Angola e Moçambique.  (1:04:22) Que podemos esperar no futuro da democracia em África? O crescimento dos protestos populares em vários países.  Livro recomendado: Marcher, une philosophie, de Frédéric Gros _______________ África é um continente gigante, com 54 países, étnica e culturalmente diverso e com um enorme potencial ainda por desenvolver. Mas é também vítima de uma História… complicada (para usar um eufemismo), com séculos de exploração europeia, primeiro, e colonialismo, depois.  O pós II Guerra Mundial trouxe uma nova esperança ao continente, com 30 países a tornarem-se independentes entre 1945 e 1960.  As promessas de democracia e liberdade saíram, porém, esfumadas, com muitos países a acabarem dominados por regimes autoritários. No final dos anos 1980, começou uma nova era de optimismo, com a chamada “3ª onda de democratização mundial” (cujo início se convencionou ser o nosso 25 de abril) a ganhar em África um ímpeto especialmente grande, combinando uma conjuntura internacional favorável (com a queda da URSS) com importantes protestos políticos a nível doméstico. Neste período, diversos países conseguiram iniciar processos de liberalização política para sistemas mais democráticos. No entanto, desde então, a verdade é que tem havido poucos ou nenhuns progressos ao nível da democracia em África (sobretudo se excluirmos a Primavera Árabe, no caso dos países acima do Sahara, cujo sucesso, de resto, acabou por ser reduzido). Hoje, menos de 10 de entre os 54 países que compõem o continente, são considerados democracias “liberais”. Se excluirmos países-ilhas, falamos essencialmente do Gana e dos três países mais a sul: África do Sul, Botswana e Namíbia. Ao olhar para o estado da democracia em África há, por isso, várias perguntas a que é preciso responder.  O que correu mal no processo de independência, em particular naqueles países que tinham, na altura, líderes independentistas tão promissores?  No sentido inverso, o que permitiu os avanços da democracia nos anos 1990? E o que explica os parcos progressos desde então?  Por outro lado, que factores comuns podemos identificar num continente tão grande e tão diverso?  E, finalmente, o que podemos esperar no futuro da democracia no continente nas próximas décadas?  Para responder a estas questões, dificilmente poderia pedir melhor pessoa do que a convidada deste episódio. Foi uma conversa muito elucidativa, sobre uma realidade muito complexa e à qual não damos, porventura, a devida atenção.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Edalina Rodrigues Sanches é doutorada em Ciência Política (Universidade de Lisboa) e Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação incluem democratização, protesto popular, desenvolvimento dos partidos e sistemas partidários e representação política, com enfoque em África. A sua investigação tem sido publicada em revistas como Party Politics, African Affairs, Journal of Contemporary African Studies, Parliamentary Affairs, Electoral Studies, entre outras. Publicou recentemente o livro  Party Systems in Young Democracies: Varieties of institutionalization in Sub-Saharan Africa (Routledge, 2018) e organizou o livro  Popular Protest, Political Opportunities, and Change in Africa (Routledge, 2022). Integra a comissão editorial das revistas Caderno de Estudos Africanos e Análise Social.
10/19/20221 hour, 13 minutes, 30 seconds
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[Xpress] #128 Luísa Lopes - O que pode causar o envelhecimento cognitivo precoce?

Está de volta o «45 Graus Xpress», disponível em qualquer aplicação de podcasts. O 45 Graus Xpress é uma versão 'shot' do 45 Graus, ideal para recomendarem àqueles amigos que se interessam pelos temas abordados no podcast, mas não têm tempo para ouvir os episódios completos. Em cada episódio do Xpress, vão encontrar um momento especialmente interessante das conversas publicadas originalmente no 45 Graus. Luísa Lopes é neurocientista e dedica-se ao estudo dos mecanismos que causam o envelhecimento cognitivo precoce, em particular ao nível da memória. A convidada é actualmente coordenadora do grupo de investigação em “neurobiologia do envelhecimento e doença” no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 
10/11/20229 minutes, 32 seconds
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#130 Eunice Goes - O que se passa com a política do Reino Unido?

Eunice Goes é doutorada em ciência Política pela London School of Economics e é há quase 15 anos professora na Richmond University em Londres. As suas principais áreas de investigação são a política britânica e o papel das ideias e das ideologias na política e nas decisões políticas. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (3:40) O Partido Conservador | O Brexit. | Capitalismo de Renânia | Mont Pelerin Society | Institute of Economic Affairs (20:28) Como compara o P. Conservador com os partidos da direita da Europa continental? | As especificidades do sistema eleitoral britãnico.  (29:52) Porque é que o P. Trabalhista não tem conseguido aproveitar? | A imprensa tem um viés de direita? Inquérito Pew Research Center |  (41:00) A crise da identidade do P. Trabalhista -- e a relação com a “crise da Social-democracia europeia” | A “red wall” | Ordoliberalismo | Predistribution |  (57:43) O papel das ideias na política. Peter Hall  (1:04:14) A importância de desenvolver pensamento crítico nos alunos. | Livro: «Está a Brincar, Sr. Feynman!» de Richard P. Feynman  Livros recomendados: Capitalism on Edge, de Albena Azmanova; Anti-System Politics, de Jonathan Hopkin; In the Shadow of Justice, de Katrina Forrester _______________ Festival Folio Uma conversa muito oportuna com Eunice Goes, professora de Ciência Política na Richmond University em Londres, sobre as causas mais profundas da instabilidade da política britânica nos últimos anos. Falámos do Partido Conservador, do Partido Trabalhista, do papel da imprensa, da "crise de identidade da Social-democracia europeia e de... pensamento crítico.  Há já alguns anos que a política do Reino Unido não sai das notícias -- sobretudo desde o referendo do Brexit em 2016. Desde então, a instabilidade instalou-se na política britânica. O Partido Conservador, que tem governado nos últimos 12 anos, já vai, desde 2016, no 4.º líder -- e, consequentemente, o país no 4º Primeiro Ministro. A última mudança aconteceu há menos de um mês, com a saída de Boris Johnson e a vitória de Liz Truss nas eleições internas de um Partido Conservador muito dividido. Mal tomou posse, a nova Primeira-ministra anunciou um conjunto de medidas arrojadas que têm gerado enormes críticas e uma reacção negativa nos mercados financeiros. Para compreender as origens desta instabilidade que a política do Reino Unido tem vivido, o papel dos dois maiores partidos e as particularidades do sistema político britânico dificilmente poderia encontrar pessoa melhor que a convidada.  Nesta conversa, começamos por examinar as causas da instabilidade na política britânica, cujas causas vão desde o Brexit à existência de diferentes facções dentro do PC e mesmo à própria arquitetura do sistema eleitoral, que dificulta a expressão dos restantes partidos.  Mas existe, ao mesmo tempo, um mistério grande: com esta instabilidade, e os 12 anos de governo que o Partido Conservador já leva, como é que o Partido Trabalhista não tem conseguido afirmar-se como alternativa? Isto levou-nos a discutir se os trabalhistas são vítimas do viés de direita de que a imprensa britânica é frequentemente acusada. Com ou sem imprensa difícil, a verdade é que o PT vive hoje uma crise de identidade, a qual pode ser enquadrada na crise da social-democracia europeia que abordei recentemente num episódio com Pedro Magalhães.  Mesmo no final da conversa, abordámos ainda uma iniciativa inovadora que a convidada tem aplicado nas suas aulas para melhorar a aprendizagem e estimular o pensamento crítico entre os alunos. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
10/6/20221 hour, 20 minutes, 21 seconds
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#129 Pedro Bernardo - Dos segredos da edição de livros aos hábitos de leitura em Portugal

Pedro Bernardo tem um percurso de mais de duas décadas na edição de livros, essencialmente como editor, mas também como revisor e tradutor. Começou por trabalhar nas Edições 70, e posteriormente, no Grupo Almedina, lidando sobretudo com não-ficção. Em finais de 2015, saiu do Grupo para ser um dos fundadores da editora E-Primatur/Bookbuilders. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (2:56) O que faz um editor? | Ezra Pound’s extensive revisions to T. S. Eliot’s The Waste Land. | Porque é raro em Portugal? (9:05) Publica-se demais em Portugal? | Quais são os custos de publicar um livro?   (14:47) Como surge um livro: parte do autor ou da editora? | Scouting  (17:26) Como é lidar com os autores? A importância da clareza na linguagem e o culto da opacidade na escrita académica (24:35) Outros intervenientes há na publicação de um livro: revisor, tradutor, designer etc. | A importância da capa.  (32:16) Que tipo de livros se lê mais em Portugal? | Porque há pouco mercado para livros de bolso em Portugal? | Livros digitais. (39:44) Lê-se muito pouco em Portugal? | Estudo «Leitores de livros em Portugal. Uma prática cultural em transformação», de Miguel Ângelo Lopes, José Soares Neves e Patrícia Ávila | Inquérito da Fundação Gulbenkian às práticas culturais dos portugueses (48:36) Impacto da consolidação do mercado editorial e de retalho livreiro em Portugal este século. | Os livros em Portugal são demasiado caros? (1:01:39) Que intervenção deve ter o Estado no mercado dos livros?  (1:04:57) Porque é tão difícil unir o Mundo Lusófono? (1:08:00) Recomendações do convidado. Editoras (Antígona, Tinta da China), livrarias (100ª Página em Braga, Poetria no Porto, Fonte de Letras em Évora), autores (Robert Fisk, A Grande Guerra pela Civilização). Livro recomendado: O Negócio dos Livros, Como os Grandes Grupos Económicos Decidem o Que Lemos, de André Schiffrin  _______________ Este episódio tem uma história de quase 2 anos. Mais ou menos desde o momento em que comecei a escrever o que viria a ser o livro «Política a 45 Graus», dei por mim com imensa curiosidade e dúvidas sobre o processo de edição de um livro, as especificidades do mercado da edição em Portugal e os hábitos de leitura (ou falta deles) no nosso país. Agora que passei pelo processo de edição do meu livro, e através dele fui levado a pensar mais nestas questões, decidi que estava na altura de trazer este tema ao 45 Graus.  O convidado é Pedro Bernardo.  Escolhi o Pedro Bernardo pela sua longa experiência enquanto editor, sobretudo de não ficção, primeiro nas Edições 70, e posteriormente, no Grupo Almedina, e sobretudo  porque um dos criadores, juntamente com Hugo Xavier e João Reis, da E-Primatur / Bookbuilders, uma das mais interessantes editoras independentes nascidas em Portugal nos últimos anos. A E-Primatur é uma editora especial por vários motivos, desde o facto de funcionar com base num modelo de crowdfunding, às capas originais do seu livro e ao tipo de livros que publica -- com grande ênfase em “obras essenciais que foram capazes de mudar mentalidades (para o bem e para o mal, como diz na apresentação da editora). Foi uma conversa muito esclarecedora para quem se interessa por este tipo de temas, em que percorremos uma série de tópicos, desde o papel de um editor, ao processo de edição de um livro e os seus vários intervenientes, passando pelas especificidades do mercado editorial e livreiro em Portugal e pelos hábitos de leitura dos portugueses em comparação com outros países. Espero que gostem! _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Bernardo é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Ingleses e Alemães, trabalha em edição desde 2000, essencialmente como editor, mas também como revisor e tradutor. Na Edições 70, e posteriormente no Grupo Almedina, exerceu, entre outras, as funções de responsável pela produção (2004-2007) e de editor (2007-2015). Em finais de 2015, saiu do Grupo para ser um dos fundadores da E-Primatur/Bookbuilders.
9/21/20221 hour, 15 minutes, 36 seconds
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#128 Luísa Lopes - Porque é que o nosso cérebro envelhece (e como evitá-lo)?

Luísa Lopes é neurocientista e dedica-se ao estudo dos mecanismos que causam o envelhecimento cognitivo precoce, em particular ao nível da memória. A convidada é actualmente coordenadora do grupo de investigação em “neurobiologia do envelhecimento e doença” no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (5:59) Como o nosso cérebro envelhece — e porque não acontece igual em toda a gente. | Mais educação = envelhecimento mais lento | Ressonância magnética funcional | Blue zones | A importância do sono. Estatísticas de sono em Portugal. As crianças. | Diminuição da incidência da demência nas últimas décadas.  (23:29) Relação com o envelhecimento sistémico do corpo. | O papel da oxidação. | Organóides  (39:09) Por onde começa o envelhecimento: neurónios vs sinapses | O hipocampo e o estranho caso dos soldados da guerra do Iraque  (49:07) O que distingue o envelhecimento normal do patológico (neurodegenerativo)? E porque afecta sobretudo o hipocampo? | Parkinson vs Alzeimer (57:52) Tratamentos para doenças neurodegenerativas | Causas últimas: danos no genoma; perda de irrigação sanguínea (1:06:55) Tratamentos de ponta: transfusão de sangue de indivíduos novos (paper). | Patient H.M. (1:15:19) Os benefícios da cafeína. Estudo citado (estudo, notícia) (1:20:04) Livro recomendado: O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu, de Oliver Sacks _______________ Todos sabemos que, infelizmente, com a idade vamos perdendo gradualmente capacidade cognitiva, desde a memória à capacidade de aprender coisas novas. Mas a experiência diz-nos também que existe muita variabilidade entre as pessoas: há quem numa idade avançada se mantenha grande acuidade intelectual, e continue inclusive a trabalhar, mesmo em trabalhos criativos e desafiantes. E, no sentido contrário, há pessoas em que o envelhecimento cognitivo é acelerado e surge prematuramente, por norma associado a doenças neurodegenerativas. Por isso, é provável que todos nós em algum momento nos tenhamos perguntado: porque é que o nosso cérebro envelhece? É simplesmente uma consequência do envelhecimento geral do corpo? E, já agora, será possível evitar sermos assolados por doenças de envelhecimento cognitivo prematuro e, além disso, abrandar o mais possível o envelhecimento natural?  Foram estas e outras perguntas que fiz à convidada deste episódio, a neurocientista Luísa Lopes. Começámos por falar sobre o que acontece exactamente no nosso corpo (e no cérebro em particular) que causa a diminuição de funções cognitivas. Falámos dos neurónios (as células fundamentais do cérebro, de dendrites (o imenso conjunto de ramos que liga um neurónio a outros neurónios) e de sinapses (a ponta desses ramos, onde ocorre a transferência de informação para o outro neurónio). Falámos também sobre que hábitos devemos ter para retardar esse processo, como dormir bem, fazer exercício, comer bem, manter a mente activa e -- o que pode ser menos óbvio -- socializar. Discutimos também o que distingue as doenças neurodegenerativas do envelhecimento normal, e os tratamentos que existem para elas -- bem como das suas limitações.  Mas dormir bem, comer bem, fazer exercício não só dá trabalho como apenas serve para adiar o problema; o que gostaríamos todos era de poder reverter o envelhecimento. Por isso, no final, falámos também de alguns tratamentos revolucionários (mas também ainda pouco certos e com algumas barreiras éticas, como normalmente acontece); por exemplo, experiências recentes feitas com ratos em que se fez a transfusão de sangue de um animal novo num velho, conseguindo com isso reverter o envelhecimento cognitivo.  Foi uma conversa bem interessante. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Luísa Lopes é neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e Professora Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Estudou na Escola Secundária do Bombarral, licenciou-se em Bioquímica na Faculdade de Ciências de Lisboa e mais tarde doutorou-se em Neurociências na Faculdade de Medicina da mesma Universidade. Trabalhou em Cambridge, no Reino Unido, em Estocolmo, na Suécia e em Lausanne, Suiça, antes de regressar a Lisboa, onde a partir de 2008 estabeleceu a sua própria equipa de investigação, tendo em 2013 e 2018 obtido posições de Investigador da Fundação para Ciência e Tecnologia. O seu trabalho centra-se nos mecanismos que causam o envelhecimento precoce das funções associadas à memoria, e o desenvolvimento de modelos animais de envelhecimento para estudar o défice cognitivo e neurodegeneração. Tem múltiplos artigos e capítulos de livros publicados em revistas científicas internacionais, incluindo revistas de referência na área, tal como Nature Neuroscience, Science Immunology ou Molecular Psychiatry e doutorou 8 estudantes na sua equipa. Em 2010, Luísa recebeu um prémio da Dana Alliance for Brain pelas actividades de divulgação científica enquanto coordenadora das actividades da Semana do Cérebro em Lisboa. Pertence a várias sociedades científicas portuguesas e internacionais, destacando-se ter sido membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Neurociências entre 2008 e 2011. É membro Conselho Científico da Faculdade de Medicina e da equipa de cordenação do Mestrado em Investigação Biomédica. Em 2017 recebeu uma menção honrosa da Universidade de Lisboa pelo seu currículo científico na área de Biomedicina, em 2018 o Prémio Mantero Belard – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em 2020 o prémio Pfizer em Investigação Biomédica, e em 2022 o Prémio Interstellar Initiative para “Healthy Aging and Longevity” da Academia de Ciências de Nova Iorque. Em 2021 recebeu o seu grau de Agregação na Faculdade de Medicina de Lisboa. 
9/7/20221 hour, 22 minutes, 53 seconds
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#127 Fernando Soares e Ricardo Marvão - Academia «Próxima Geração»

Ricardo Marvão (que já foi convidado do episódio #47) é co-fundador Beta-i, empreendedor, apaixonado por educação e espaço. É formado em Engenharia Informática, com mestrado em Aeroespacial. Co-fundou vários projetos educacionais em Portugal como a Singularity University (escola para executivos), European Innovation Academy (escola de verão de empreendedorismo para estudantes universitários), Próxima Geração (academia para a próxima geração de políticos), o programa executivo Space for Business e a academia Native Scientist. Fernando Soares é economista e é actualmente gestor de investimentos da Alpac Capital, uma sociedade de capital de risco. Antes disso, liderou a direção de desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa e co-liderou a campanha de angariação de fundos para a construção do novo Campus da Nova SBE. Faz ainda parte do Grupo de Reflexão para o Futuro de Portugal, uma iniciativa da Presidência da República. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (05:30) Academia «Próxima Geração». Estudos sobre jovens: FFMS, FCG. Movimento Renova Brasil. | Como contornar a barreira da origem social na selecção dos jovens? (23:32) Como é a experiência dos participantes na «Próxima Geração»? Como tem corrido até agora? | Reabilitar a profissão de político. (36:44) Como é que a experiência profissional dos fundadores influenciou esta iniciativa? Aceleração de startups. | Como medir resultados deste tipo de iniciativas? (41:48) Que esperar para o futuro? Documentário recomendado: «Knock down the house».  _______________ A academia «Próxima Geração» surge integrada na Apolitical Academy, uma academia política global, como o nome indica, apartidária, e que está hoje já presente em vários países. O projecto foi lançado em Portugal este ano, e a primeira edição acabou precisamente no fim-de-semana passado. O objectivo da «Próxima Geração» é melhorar a qualidade da democracia e da sociedade civil em Portugal capacitando os jovens, ou seja, aqueles que no futuro terão a participação cívica e política na vida do país. Esta academia é como que um curso intensivo em que os jovens seleccionados têm, durante 12 semanas, desde aulas, a debates a projectos concretos que lhes permitem ganhar cultura política e perceber que papel querem ter no futuro enquanto cidadãos.   Achei este projecto particularmente interessante por dois motivos. Primeiro, porque endereça simultaneamente tendências conjunturais transversais às democracias, como a polarização e o afastamento dos cidadãos da política, e lacunas históricas, estruturais, da sociedade portuguesa, como a falta de cultura de participação cívica e política. Como dizia o antigo presidente Ramalho Eanes, o 25 de abril trouxe a liberdade e a democracia… “mas esqueceu-se que era preciso também criar cidadãos”. O segundo motivo é que tem um aspecto distintivo de outras iniciativas do género -- e que vem directamente da experiência profissional dos fundadores (o Ricardo, o Fernando e outros). É que esta  «Próxima Geração» foca-se não só em transmitir conhecimento e divulgar ideias, mas também em desenvolver nos participantes competências práticas, concretas, que são muitas vezes a maior barreira para se conseguir implementar aquilo em que se acredita, seja na política ou numa participação cívica mais lata. Os fundadores dão, assim, um twist progressista à ideia do Velho do Restelo de Camões do “saber de experiência feito”, fazendo os jovens passar por uma série de desafios práticos, como fazer angariação de fundos, criar decretos-lei (e aprender a negociá-los) ou fazer campanhas porta a porta. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Ricardo Marvão (que já foi convidado do episódio #47) é co-fundador Beta-i, Empreendedor, Apaixonado por Educação e Espaço, formado em Engenharia Informática, Mestrado em Aeroespacial. A Beta-i é uma consultoria de inovação colaborativa com alcance global, especialista na concepção, design e gestão de projetos, desde a estratégia aos testes piloto, com as principais indústrias de Energia, Saúde, Economia Azul, Sustentabilidade, Finanças e Agroalimentar. Co-fundou também vários projetos educacionais em Portugal como a Singularity University (escola para executivos), European Innovation Academy (escola de verão de empreendedorismo para estudantes universitários), Próxima Geração (academia para a próxima geração de políticos), o programa executivo Space for Business e a academia Native Scientist. Também tem mais de 10 anos de experiência internacional na Indústria Espacial trabalhando com a ESA, a Inmarsat, a Airbus e muitos outros em muitas partes do globo como Alemanha, Reino Unido, França, China e EUA. Co-fundou a Evolve, uma das primeiras empresas portuguesas focadas em software para a Indústria do Espaço, adquirida posteriormente pela Novabase. Fernando Soares é economista, actualmente gestor de investimentos da Alpac Capital, uma sociedade de capital de risco portuguesa com investimentos em vários países na Europa em setores como a tecnologia, media e telecomunicações. É apaixonado e tem liderado projetos transformadores da sociedade, nomeadamente no setor da educação e da política. Trabalhou  10 anos no sector de educação onde criou e liderou a direção de desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa e co-liderou a campanha de angariação de fundos de 52M€ que mobilizou a sociedade portuguesa e uma rede de parceiros para apoiar a construção do novo Campus de Carcavelos da Nova SBE. Faz parte do Grupo de Reflexão para o Futuro de Portugal, uma iniciativa da Presidência da República, e é co-fundador da Academia Próxima Geração e da Singularity University Portugal. É formado em Economia pela Nova SBE e possui mestrado em Economia e Finanças pela Universidade de Durham, no Reino Unido.
7/27/202246 minutes, 35 seconds
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#126 João Ferro Rodrigues - «A Era do Nós»: conciliar liberdade e direitos com a promoção do "bem comum"

João Ferro Rodrigues (1976) é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e tem um MBA pela Harvard Business School. Profissionalmente, tem-se dedicado à gestão em setores como a consultoria estratégica, as energias renováveis e a tecnologia. É lisboeta e pai de quatro filhas. «A Era do Nós» é o seu primeiro livro. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (4:09) Início da conversa. | Até que ponto livros escritos para o mundo Anglo-americano se aplicam à realidade portuguesa? (15:35) A tirania do mérito. Livro Michael Sandel (24:41) A importância de enfatizar deveres para com a comunidade. Pontes improváveis entre a esquerda clássica e o conservadorismo (30:18) …De novo o mérito. Fontes de identidade para além do trabalho. Esquerda progressista e «os deploráveis». Os «left behind» e a ascensão do populismo. (38:53) Propostas do livro para uma «democracia do bem comum»: aumentar a mobilidade social vs rebentar bolhas sociais.  (43:36) Capital social e impactos potenciais na economia.  (47:32) Comunitarismo vs capital social. O exemplo dos Países Nórdicos | Agendas mobilizadoras (51:52) Devem as empresas ter uma missão social? Artigo Milton Friedman: «The Social Responsibility Of Business Is to Increase Its Profits». Porter’s 5 forces | Ineficiências funcionais. Artigo Yuval Harari. O exemplos do voto e do futebol. | O exemplo do mito dos Descobrimentos (1:01:46) Relação entre individualismo e ascensão d populismo (1:10:38) Previsões para o futuro próximo Livro recomendado: A Swim in a Pond in the Rain, de George Saunders _______________ Quem faz podcasts e outros programas começa a certo ponto a receber regularmente livros de editoras, que querem, naturalmente, promover os seus autores. Um dos livros que recebi no início deste ano foi este «A Era do Nós» do João Ferro Rodrigues. Logo na altura, achei o tema muito pertinente e agradou-me ver um não académico fazer uma incursão por estes temas. Além disso, encontrei várias pontes com os tópicos que abordo no «Política a 45 Graus», pelo que decidi deixá-lo em banho-maria até publicar o livro… O que aconteceu em Abril, e poucas semanas depois, recebo uma mensagem do João via redes sociais, a elogiar o meu livro e impressionado, também ele, com a quantidade de temas que coincidíamos. Estava feito o match. Convidei-o ali mesmo para o 45 Graus -- e o resultado é este episódio. Este «A Era do Nós» do João Ferro Rodrigues é uma reflexão sobre a evolução da sociedade nas últimas décadas, no Mundo e em Portugal, e um manifesto por uma Ênfase renovada no comunitarismo e … O livro parte da convicção de que vivemos hoje, em resultado da evolução da economia e da sociedade, numa era mais individualista e compartimentada do que no passado. Esta tendência reflecte-se, para muitas pessoas, num isolamento e atomização social, enquanto outras têm uma vida social activa mas vivem em autênticas “bolhas” sociais, em que contactam pouco com o resto da sociedade. O convidado entende que esta tendência anti-comunitarista é, desde logo, um mal em si mesmo, moral, mas tem também trazido consequências concretas na vida dos próprios indíviduos, seja por via de um menor crescimento económico, seja pelo seu impacto na saúde e na felicidade individual.  O livro termina, por isso, com um conjunto de propostas muito concretas para aumentar a confiança entre os cidadãos e a coesão das comunidades, gerando a tal nova «Era do Nós» que consiga conciliar os ganhos de liberdade e inclusividade das últimas décadas com a harmonia e coesão social. As propostas do convidado incluem medidas relativamente consensuais -- como a promoção da mobilidade social, uma maior descentralização, um melhor planeamento urbano ou a promoção do associativismo local -- mas também propostas mais ousadas, como a da criação de um «Serviço Nacional Obrigatório»: uma espécie de serviço militar obrigatório mas focado sobretudo em dar aos jovens uma experiência de contacto directo com o país real e levá-los trabalhar no terreno em prole da comunidade. Na nossa conversa, abordámos sobretudo o diagnóstico que o convidado faz da sociedade actual -- e que toca, como disse, vários temas que também abordo no «Política a 45 Graus». Entre vários outros temas, falámos do encantamento que hoje temos com o mérito individual (e das limitações dessa ideia); da importância de enfatizar não só a liberdade e direitos mas também os deveres dos indivíduos para com a comunidade; da  ascensão do populismo e da sua relação com camadas da população que se sentem deixadas para trás pelas elites mais cosmopolitas e pelo foco da política em direitos de minorias e outras questões identitárias. E falámos também da importância de aumentar a mobilidade social, da necessidade de rebentar «bolhas sociais» e sobre se as empresas devem ter também um papel social. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: João Ferro Rodrigues (1976) é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e possui um MBA pela Harvard Business School. Profissionalmente, tem-se dedicado à área da gestão de projetos e de empresas em setores como a consultoria estratégica, as energias renováveis e a tecnologia. É lisboeta e pai de quatro filhas. A Era do Nós é o seu primeiro livro.
7/13/20221 hour, 15 minutes, 25 seconds
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#125 Bernardo Motta 2/2 - Jesus, a experiência pessoal do Divino, a alma e o «problema do mal»

Bernardo Motta é engenheiro electrotécnico, com carreira na área. E é também um católico convicto, que junta à formação científica um conhecimento profundo da filosofia da religião e dos debates entre crentes e ateus que têm marcado as últimas décadas -- nos quais, claro, assume uma posição de defesa do Cristianismo. Escreveu os livros «Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião» e «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares». -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (02:19) Três razões para ser católico: 1) Certeza de que Deus existe (Peter Kreeft: 20 arguments for God’s existence) (08:18) 2) Jesus Cristo é Deus [e o que diz a Bíblia] (Argumento de C S Lewis sobre Jesus: "Lunatic, Liar, or Lord", Plínio, Livro «Jesus and the Eyewitnesses», de Richard Bauckham, Bart Ehrman (26:22) A experiência pessoal do Divino, e o papel da estética (argumento de Platinga, Arvo Part) (41:21) O problema do Mal (47:48) Existem santos? (55:39) O que é a alma de uma pessoa que morre senil? (1:02:48) Vivemos no “fim dos tempos”?. John Rawls (1:10:44) Porque há pouco o hábito em Portugal de discutir estes temas? (Fideísmo, William James: «The Will to Believe», Abuso sexual de menores na Igreja) _______________ Nesta 2ª parte da conversa com Bernardo Motta, dedicámo-nos a tópicos, dentro do género, mais “normais” numa conversa sobre religião e o Cristianismo, como a figura de Jesus, a experiência subjectiva do Divino e o eterno «Problema do mal».  O ponto de partida foram as três razões que o convidado dá para se afirmar católico: 1) Certeza de que Deus existe [que abordámos na 1ª parte da conversa], 2) Convicção de que Jesus Cristo é Deus, 3) convicção de que a doutrina original da Igreja está mais próxima da católica do que da protestante (sendo que este 3º ponto acabámos por não desenvolver)... A 2ª razão -- a convicção de que Jesus Cristo é Deus -- é a marca essencial do cristianismo (um dogma em quase todas as denominações) em comparação com outras religiões. Daqui partimos para discutir a figura de Jesus e o que, no entender do convidado, se pode dizer da veracidade Histórica dos relatos do Novo Testamento.  Daí passámos para um tema que me suscita muita curiosidade: como é a experiência pessoal, subjectiva, do Divino? …uma experiência que, para muitas pessoas, como é o caso do convidado, tem um lado estético forte.  …E daí para o chamado «Problema do Mal» (isto é, porque é que há mal no Mundo?), um clássico destes debates há vários séculos. Confrontei também o convidado com as minhas objecções em torno da lógica da ideia de santo (mesmo à luz da fé católica) e algumas contradições que me parecem existir na ideia de alma. No final, como que para embrulhar esta muito longa conversa, perguntei ao convidado porque são tão raras em Portugal este tipo de discussões entre crentes e não crentes? Recorde-se que, ao contrário de muitos crentes, que remetem a questão de Deus para uma questão subectiva, de fé, o Bernardo está convicto de que a existência de Deus pode ser provada, filosófica e cientificamente -- e é, por isso, debatível.  Contactos Bernardo Motta: [email protected]; https://www.facebook.com/bernardosanchezmotta _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Bernardo Motta nasceu em Lisboa em 1976. É casado e tem três filhos. É licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (ramo de Controlo e Robótica) pelo Instituto Superior Técnico (2000). Em 2005, escreveu o estudo histórico o "Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião". Entre 2005 e 2007 fez conferências por todo o País para apresentar o seu livro, na sequência da polémica levantada pelo livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”. A partir de 2007, os seus interesses voltaram-se para a história da Ciência e para a filosofia da Ciência. No ano de 2011-2012, preparou e leccionou o Curso "Cristianismo e Ciência" a pedido da Escola de Leigos do Instituto Diocesano da Formação Cristã do Patriarcado de Lisboa. Entre 2013 e 2015 leccionou o mesmo curso a alunos do Instituto Superior Técnico que frequentavam Mestrados em Matemática e Física. Em 2016 fez duas conferências no Instituto Superior Técnico no ciclo de conferências sobre Cristianismo e Ciência: uma sobre a Ciência na Idade Média e outra sobre o impacto da Inquisição na Ciência. Entre 2015 e 2017 escreveu o livro “O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares”, editado e publicado pela Lucerna, no qual recolhe depoimentos de testemunhas oculares do fenómeno ocorrido a 13 de Outubro de 1917. Esta obra defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica para o que foi observado.
7/6/20221 hour, 22 minutes, 34 seconds
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#125 Bernardo Motta (pt 1/2) - Ciência e religião são incompatíveis?

Bernardo Motta é engenheiro electrotécnico, com carreira na área. E é também um católico convicto, que junta à formação científica um conhecimento profundo da filosofia da religião e dos debates entre crentes e ateus que têm marcado as últimas décadas -- nos quais, claro, assume uma posição de defesa do Cristianismo. Escreveu os livros«Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião» e «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares». -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (05:54) Percurso religioso do convidado. | O mistério de Rennes-le-Château e «O Código da Vinci» (livro do convidado: «O Priorado de Sião e a Ordem do Templo») (13:59) Ciência e Cristianismo (Joseph Needham, Chesterton, 1860 Oxford evolution debate, Padre Stanley Jaki, Richard Dawkins: «The God Delusion», Tomás de Aquino: «Suma Teológica», Averróis) (57:26) Como compatibilizar o Cristianismo com a evolução por selecção natural? | A questão da consciência (Materialismo, livro «Philosophical foundations of neuroscience», Thomas Nagel, James Tour: The Mystery of the Origin of Life) | A matemática foi descoberta ou inventada? | Nominalismo _______________ Quem ouve o 45 Graus há mais tempo, sabe que o tema religião -- e o Cristianismo em particular -- me interessam muito. Por vários motivos. Desde logo, por ser essencial para compreender a História da Humanidade; mas também pela importância que a religião continua a ter, hoje, na vida de muitas pessoas, isto apesar de vivermos num mundo mais secularizado e dominado pela Ciência. Enquanto não crente, fascina-me sobretudo compreender como é que um crente enquadra a Ciência na sua fé; e, de uma maneira mais abrangente, de onde vem essa fé? Em que motivos é que ele a fundamenta e como é a experiência do Divino. Conversei sobre estes temas, e muito mais, neste episódio com Bernardo Motta. O Bernardo é engenheiro electrotécnico, com carreira nessa área, mas é também um católico convicto  e um conhecedor profundo dos debates académicos sobre Deus e o Cristianismo, aos quais se tem dedicado muito.   O nome do Bernardo foi-me sugerido pela primeira vez por um anterior convidado do 45 Graus; um ateu dos quatro costados, mas que, apesar disso, recomendou o Bernardo enquanto alguém com bases científicas sólidas e, sobretudo, conhecimento profundo dos debates no âmbito da filosofia da religião. Vindo esta recomendação de um não crente, deixou-me logo intrigado; até que o nome me voltou a ser sugerido, desta feita por um mecenas do podcast…e aí que decidi avançar.  O Bernardo tem-se dedicado a estudar a História do Cristianismo e à sua relação com a Ciência. Depois de um livro, publicado em 2005, que desmontava as teses defendidas por Dan Brown no livro «O Código Da Vinci» (na altura, muito na berra) [«Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião»], o convidado tem-se dedicado sobretudo à relação do Cristianismo com a Ciência, por exemplo, através do Curso "Cristianismo e Ciência", que chegou a ser leccionado alunos do Instituto Superior Técnico dos Mestrados em Matemática e Física. Mais recentemente, em 2017 publicou o livro «O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares», onde defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica (i.e. científica) para o que foi observado (um tópico que era suposto, mas acabámos por não abordar na nossa conversa).  O Bernardo é, além disso, muito activo nos recantos da internet (hoje, sobretudo nas redes sociais) onde crentes e ateus se digladiam em torno destas questões… É daí que lhe vem a tarimba. Aliás, embora o convidado seja um católico ortodoxo -- alguns diriam, fundamentalista -- tem um gosto grande no debate com não crentes; ao ponto, arrisco, de lhe gerar o paradoxo de que um Mundo supostamente ideal, sem ateus, seria um mundo muito mais aborrecido... O convidado distingue-se neste aspecto de muitos crentes, que remetem a crença em Deus para uma questão subectiva, de fé (e, portanto, onde o debate é irrelevante),. Pelo contrário, para o convidado, a existência de Deus é algo que pode ser provada, filosófica e cientificamente, e, portanto, é um debate tão ou mais relevante do que qualquer outro. A nossa conversa resultou muito longa, por isso, resolvi dividir o episódio em duas partes.  Começámos a conversa pelo modo como o Bernardo entrou nestes meandros dos debates sobre religiosos, quando se dedicou a estudar a teoria que esteve na origem do «Código Da Vinci» (o que resultou no livro). O convidado tem, aliás, uma biografia peculiar para um católico, porque passou um período longo longe da fé, durante o qual acabou por gravitar para outras crenças, inclusive religiões orientais, pelo esoterismo antigo e por este tipo de teses alternativas.  Mas o grosso desta 1ª parte da nossa conversa foi dedicado à relação do Cristianismo com a Ciência moderna. Discutimos alguns argumentos para a existência de Deus, se é possível compatibilizar a narrativa criacionista com a evolução, os mistérios da origem da vida na Terra, o Universo, o mistério da consciência (que sentimos como algo imaterial), entre vários outros.  Espero que gostem. Este episódio fez-me lembrar a descrição que coloquei no 45 Graus, que diz: «Um podcast para todos, mas não para qualquer um(a)». Primeiro, pelo tema: Deus, religião, cristianismo não são temas que, arrisco, interessem a todos os ouvintes.Segundo, e principalmente, pelo tipo de conversa: longa, mais filosófica e com um fio condutor menos claro do que nos episódios normais. Quem gostar destes temas e tiver mente aberta, julgo que irá gostar bastante deste duplo episódio -- mesmo que discorde radicalmente do ponto de partida do convidado. Aliás, precisamente por eu partir de um ponto muito diferente do do convidado, embora tenha procurado provocá-lo e confrontá-lo com as minhas opiniões, optei por dar primazia à curiosidade -- que, afinal de contas, é o espírito deste podcast -- e dar-lhe espaço para explicar os seus pontos de vista. Para a semana, sai a 2ª parte da nossa conversa, na qual cobrimos tópicos, dentro do género, mais “normais” numa conversa sobre estes temas, como a figura de Jesus, a experiência subjectiva do Divino e o eterno problema do mal.  Contactos Bernardo motta: [email protected]; https://www.facebook.com/bernardosanchezmotta _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Bernardo Motta nasceu em Lisboa em 1976. É casado e tem três filhos. É licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (ramo de Controlo e Robótica) pelo Instituto Superior Técnico (2000). Em 2005, escreveu o estudo histórico o "Do enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião". Entre 2005 e 2007 fez conferências por todo o País para apresentar o seu livro, na sequência da polémica levantada pelo livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”. A partir de 2007, os seus interesses voltaram-se para a história da Ciência e para a filosofia da Ciência. No ano de 2011-2012, preparou e leccionou o Curso "Cristianismo e Ciência" a pedido da Escola de Leigos do Instituto Diocesano da Formação Cristã do Patriarcado de Lisboa. Entre 2013 e 2015 leccionou o mesmo curso a alunos do Instituto Superior Técnico que frequentavam Mestrados em Matemática e Física. Em 2016 fez duas conferências no Instituto Superior Técnico no ciclo de conferências sobre Cristianismo e Ciência: uma sobre a Ciência na Idade Média e outra sobre o impacto da Inquisição na Ciência. Entre 2015 e 2017 escreveu o livro “O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares”, editado e publicado pela Lucerna, no qual recolhe depoimentos de testemunhas oculares do fenómeno ocorrido a 13 de Outubro de 1917. Esta obra defende simultaneamente a tese do milagre e uma explicação meteorológica para o que foi observado.
6/28/20221 hour, 22 minutes, 56 seconds
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#124 Nuno Maulide - Questões a que só a química sabe responder

Nuno Maulide é químico e professor catedrático na Universidade de Viena, onde é diretor do Instituto de Química Orgânica, a sua área de investigação. Publicou, juntamente com Tanja Traxler, o livro «Como se Transforma Ar em Pão -- Estas e outras questões a que só a química sabe responder». -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (4:33) Início: Porque há tão pouca divulgação na Química? Carl Sagan, Richard Feynman (12:19) A atribuição do Prémio Nobel da Química é mais “conservadora” do que noutras áreas? | Egas Moniz e o Nobel | Carl Djerassi (inventor da pílula) | Adolf Windaus (colesterol) (24:22) Química Orgânica. | Porque é toda a vida baseada em carbono? | Aminoácidos (via hidroxiácidos) | Porque é que a natureza continua a ser melhor em muitas reacções químicas? A Origem da Vida na Terra (33:10) “Transformar ar em pão”: processo de Haber-Bosch. Biomimetics (44:43) Porque há reações que funcionam só em pequena escala? Process chemistry (54:17) A revolução dos plásticos: a descoberta da síntese do polietileno. | E o problema da poluição. | Será possível produzir gasolina a partir de plástico? | E criar espumas através de CO2? | E tratar os resíduos da produção de azeite? (1:04:50) Porque é tão comum o carbono, tanto na vida como no que produzimos? Alternativas: silício | Porque as mesmas moléculas podem ter formas diferentes? …e como ajuda a explicar os efeitos da febre. | Mecanoquimica. (1:10:39) É igual comer pão e açúcar refinado? | É possível criar uma “ração humana” equilibrada? (e a comparação com os livros electrónicos). Sal, açúcar e gordura. Gorduras trans. | Leite sem lactose Livros recomendado: (vários de) Malcolm Gladwell; vários de Simon Sinek _______________ O convidado deste episódio é o químico Nuno Maulide, e conversámos a propósito do livro que publicou recentemente, com Tanja Traxler: «Como se Transforma Ar em Pão -- Estas e outras questões a que só a química sabe responder». O Nuno é químico e professor catedrático na Universidade de Viena, onde é diretor do Instituto de Química Orgânica, a sua área de investigação. Muitos de vós terão ouvido falar dele pela primeira vez em 2019, quando foi eleito Cientista do Ano, na Áustria; uma distinção que não é única: o Nuno é também o mais novo membro permanente da Academia de Ciências austríaca, e o único estrangeiro fora dos países germanófonos a integrá-la.  O impacto do prémio acabou por motivar a escrita deste livro, que pretende divulgar a sua área de formação junto do grande público, explicando questões a que, como diz o subtítulo, só a química sabe responder. A nossa conversa começou precisamente por este ponto: porque é que a química é ainda pouco divulgada e os químicos são muitas vezes menos proactivos do que outras áreas da ciência neste trabalho de divulgação? Eu próprio, como digo no início, tenho tido vários convidados físicos e biólogos, mas o Nuno é apenas o segundo químico que recebo no 45 Graus…   Falámos também de vários aspectos da Química. E aqui vale a pena clarificar alguma terminologia técnica que o convidado utiliza.  A Química estuda sobretudo moléculas e o modo como estas se formam a partir de átomos, que se ligam entre si; átomos de oxigénio, heterogénio, carbono, etc. Para formar moléculas, os átomos partilham entre si um ou mais electrões da sua camada exterior.  E, como o convidado refere a certo ponto, pode haver vários tipos de ligações: Quando cada átomo partilha um eletrão, estamos a falar de uma ligação simples. É o que acontece, por exemplo, nas moléculas de água, com dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio (daí o H2O). Mas pode haver também ligações duplas ou mesmo triplas, em que os átomos se ligam via três electrões partilhados. E quanto maior o número de ligações, como explica o convidado, mais difícil é quebrá-las em laboratório -- o que é essencial se quisermos sintetizar compostos novos -- e isso explica muitos dos desafios da química moderna.  Durante a nossa conversa, focámo-nos sobretudo na área de investigação do Nuno, a Química Orgânica, que trata do estudo das moléculas que têm por base em átomos de carbono. E aqui cabe muita coisa, pois as moléculas com base em carbono estão não só em muitos produtos familiares, como os combustíveis fósseis e os plásticos, mas também -- mais importante ainda -- em toda a vida existente na Terra. Falámos por isso de alguns processos químicos essenciais à vida moderna, como o de de Haber-Bosch, dos seus custos (como a poluição), e também da dificuldade que continua a existir, mesmo com todos os progressos na química, em replicar muitas reacções químicas da natureza em laboratório -- o que implica que os métodos que a indústria química são, na prática, mais força bruta do que sofisticação.  E falámos do papel do carbono na vida na Terra. Será que era forçoso que todas as formas de vida fossem baseadas nele, ou é uma coincidência? Finalmente, no último trecho da conversa, abordámos ainda a química que existe naquilo que comemos, e de alguns mitos que existem nesta área.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nuno Maulide, professor catedrático na Universidade de Viena, foi eleito Cientista do Ano, na Áustria,  aos 39 anos, e distinguido pela Academia Austríaca de Ciências com o prémio, Ignaz Lieben, a distinção mais antiga atribuída a cientistas, pelos seus contributos excecionais para o desenvolvimento de novos mecanismos de reação em química orgânica, que podem levar à produção de novos medicamentos, mais ajustados às necessidades dos doentes. É o mais novo membro permanente e o único estrangeiro fora dos países germanófonos a integrar a Academia de Ciências austríaca. Dedica-se a repensar a química de síntese, que está na origem de quase tudo o que usamos. Quer retirar-lhe lixo e torná-la mais sustentável. Atualmente está a trabalhar num projeto para reinventar a síntese do Mentol e a tornar mais amiga do ambiente e eficiente – é um dos projetos da startup que ele cofundou em Portugal. No seu livro, este cientista vai explicar entre muitas outras questões que só a química sabe responder, por exemplo, por que razão as maçãs devem ser guardadas sozinhas para se manterem frescas mais tempo? Porque é que choramos quando cortamos uma cebola? Porque é que as casas de banho no Quénia cheiram menos mal do que nos Estados Unidos da América? Ou como se transforma ar em pão?
6/15/20221 hour, 29 minutes, 16 seconds
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#123 Lívia Franco - Que nova Ordem Mundial podemos esperar no pós guerra da Ucrânia?

Lívia Franco é professora e investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar -> Livro «Política a 45 Graus». _______________ Índice da conversa: (06:09) Início da conversa: a guerra resulta de um erro de cálculo de Putin? | Ensaio de Putin sobre a Ucrânia. Os filósofos que influenciam Putin. | Motivações securitárias vs identitárias. Teoria realista das relações internacionais. | Discurso de Putin no “Dia da Vitória”. (28:46) Que importância têm as populações russófonas da Ucrânia? Livro «O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial», de Samuel P. Huntington  (35:15) Cenários para o fim da guerra, compromissos possíveis. OSCE. (50:40) Cenários para a Ordem Mundial pós-guerra. Livro «O fim da História», de Francis Fukuyama. | O efeito da pandemia (56:46) É hoje mais provável uma invasão de Taiwan pela China? Impacto no “resto do Mundo”. | Impacto na Europa: inquérito aos cidadãos europeus. | Conseguirá a China unir um polo por si dominado? (1:06:21) É legítimo o alargamento da NATO à Finlândia e Suécia? (1:09:44) Livro recomendado: Putin's World: Russia Against the West and with the Rest Hardcover, by Angela Stent  _______________ Desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que a guerra tem dominado a discussão no espaço público. Tenho hesitado, porém, em trazer um tema tão volátil ao 45 Graus, tendo em conta um dos princípios do podcast: que cada episódio seja o mais perene possível -- isto é, que perca pouco em ser ouvido 1, 2 ou 5 anos depois de ter sido gravado.  E, no entanto, este é, de facto, um tema incontornável -- e um evento que, qualquer que venha ser o desfecho, veio alterar a Ordem Mundial de maneira irreversível.  E imprevisível, também? No início da guerra -- que apanhou (quase) todos de surpresa -- provavelmente sim, mas agora que passam já 3 meses do início da invasão, numa altura em que as posições da Rússia, da Ucrânia e o Ocidente e, igualmente importante, o resto do mundo começam já a ficar claras, achei que era uma boa altura para finalmente trazer o tema ao podcast.    Nesta conversa com Lívia Franco, abordámos três aspectos essenciais para compreender a guerra e as suas implicações geopolíticas: Primeiro, as motivações da Rússia para a invasão.  Eu sei que este é um tema pisado e repisado, mas é mais complexo do que transparece da análise muitas vezes apressada das televisões, por isso vale a pena aprofundá-lo com a calma e profundidade que um podcast proporciona.  A verdade é que as motivações russas são complexas e difíceis de discernir. Há quem veja na invasão simplesmente a loucura de um déspota isolado pela pandemia, que vê neo-nazis em todo o lado. Mas essa explicação é, necessariamente, curta. Já todos vimos também a invasão ser descrita numa lógica mais consequente como a vontade de Putin em recuperar o território da antiga URSS; mas também é muitas vezes descrita como uma reacção à ameaça trazida pela suposta intenção da Nato de expandir a leste. Da mesma forma, há quem diga que a preocupação da cúpula russa está não tanto no território ou estritamente na ameaça bélica, mas sobretudo na aproximação dos governos e da política ucraniana nos últimos anos na direcção das democracias liberais ocidentais. E há mesmo quem sugira, como faz a convidada, que a guerra tem também a intenção de afirmar o poder russo num mundo a convergir para dois polos: EUA e China. Vale, por isso, a pena tentar perceber melhor estas explicações políticas e, sobretudo, o modo como se relacionam entre si. O segundo aspecto que abordámos na conversa é o passo seguinte: qual poderá ser o desfecho da guerra? Nesta altura, parece quase certo que nem a Rússia nem a Ucrânia irão poder cantar vitória e que o desfecho terá de decorrer, por isso, pela via negocial. E aí, que cedências, que compromissos poderão estar em cima da mesa? O que poderá ser aceitável para ambos os lados e, desejavelmente, dar alguma estabilidade geopolítica. E, finalmente, o terceiro tópico que discutimos, que está relacionado com este, é o mais importante de todos: que implicações terá esta guerra na Ordem Mundial?  A convidada lembra a certo ponto a famosa tese do cientista político norte-americano Francis Fukuyama, no seu livro de 1992, «O fim da História». Segundo esta tese, a queda da URSS, que acabava de ocorrer -- e, com ela, do modelo comunista -- trazia consigo a convergência do Mundo inteiro para a ordem liberal do modelo ocidental: com democracia, economia de mercado, defesa dos direitos humanos, respeito pela integridade territorial dos Estados e da auto-determinação dos povos. No meu livro, pego na tese de Fukuyama para mostrar que esta era demasiado optimista no que diz respeito à suposta superioridade prática das democracias, como tem ficado evidente com a expansão dos populismos este século.  Na nossa conversa, a convidada assinala como a tese de Fukuyama estava também errada na sua vertente geopolítica, uma vez que, apesar do sistema de instituições multilaterais que hoje existem, como a ONU, e da integração da economia mundial, ainda é possível a líderes autocráticos usar o seu poder e capacidade de acicatar sentimentos nacionalistas entre a população para invadir outros países, desrespeitando estes princípios.  A invasão da Ucrânia veio, assim, mostrar que esta expectativa era ingénua. Ao mesmo tempo, a acção da Rússia forçou os países, sobretudo aqueles com mais peso geopolítico, a porem as cartas na mesa: contra a Rússia (como a generalidade dos países ocidentais) ou a favor desta -- ou, pelo menos, assumindo uma postura ambígua, como países como a Índia têm tentado fazer. E o retrato que tem emergido é, aliás, menos harmonioso do que possa parecer aos olhos ocidentais, pois nem todos os países estão dispostos a alinhar na postura de condenação absoluta ao regime de Putin.  O que parece hoje quase certo é que a invasão da Ucrânia irá alterar a Ordem Mundial. Mas para onde? Segundo a convidada, a acção da Rússia, ao invés de dar um renovado peso na arena mundial pode, pelo contrário, precipitado a tendência que vinha ganhando forma este século: a emergência de um mundo bipolar dividido entre os EUA e a China.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: João Teixeira, Gualter Agrochão, Ricardo Evangelista, Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Ricardo Santos, Bruno Heleno, Mário Teixeira, António Santos, bfdc, GalarÓ family, Manuel Canelas, Fernando Nunes, Luis Fernambuco, JosÉ LuÍs Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abilio Silva, Salvador Cunha, Cesar Carpinteiro, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, JoÃo Ribeiro, Nuno e Ana, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Margarida Varela, Corto Lemos, Carlos Martins Tiago Leite, Tomás Costa, André Gamito, Isabel Moita, B Cortez, João Teixeira, Miguel Bastos, Ricardo Leitão, Tiago Taveira, Diogo Costa, AntÓnio Rocha Pinto, Ana Pina, Alberto Alcalde, GonÇalo Morgado, Joao Alves, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, RB, Gabriel Sousa, Mário LourenÇo, Andreia Esteves, Ana Cantanhede Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Francisco Fonseca, JoÃo Nelas, Tiago Queiroz, AntÓnio Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Pedro Gaspar, Dario Rodrigues, David Gil, Bernardo Pimentel, Tiago Parente, Emanuel Saramago, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, tati lima, Teresa Melvill de AraÚjo, FÁbio Videira Santos, Rui Martins, Helena Pinheiro, Tiago Agostinho, Miguel Jacinto, InÊs Ribeiro, Sofia Ferreira, JC Pacheco, Catarina Fonseca, Pedro On The Road, Carla Bosco, GonÇalo Baptista, Joana Pereirinha, ZÉ, JosÉ Fangueiro, Rita Noronha, Pedro RomÃo, JoÃo Pereira Amorim, SÉrgio Nunes, Telmo Gomes, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Gabriel Candal, FÁbio Monteiro, Joao Barbosa, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, CloÉ Leal de MagalhÃes, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, JoÃo Diamantino, Nuno Lages, JoÃo Farinha, Henrique Vieira, AndrÉ Abrantes, HÉlder Moreira, JosÉ Losa, JoÃo Ferreira, Rui Vilao, JoÃo Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Francisco L. Bermudes, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, JosÉ ProenÇa, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, TomÁs Lucena, Margarida Costa Almeida, JoÃo Lopes, Bruno Pinto Vitorino, Margarida Correia-Neves, miguel farracho, Teresa Pimentel, GonÇalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, GonÇalo Castro, InÊs InocÊncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, AntÓnio Mendes Silva, paulo matos, LuÍs BrandÃo, TomÁs Saraiva, Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Wedge, Bruno Amorim InÁcio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt Valente, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Diogo Silva, PatrÍcia EsquÍvel , InÊs PatrÃo, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, JoÃo Barbosa, Margarida GonÇalves, Andrea Grosso, JoÃo Pinho , JoÃo Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, JoÃo Diogo Silva, JosÉ Oliveira Pratas, Vasco Lima, TomÁs FÉlix, Pedro Rebelo, Nuno GonÇalves, Mariana Barosa, Francisco Arantes, JoÃo Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco SÁ Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Artur Castro Freire _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Lívia Franco é Professora Associada e Investigadora Principal no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. É autora e coordenadora de obras e artigos nas suas áreas de especialização. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Foi bolseira da FCT e da FLAD. Foi Visiting Scholar na Universidade de Brown e Fulbrighter PhD student no Boston College, EUA. Foi FLAD Visiting Professor na Universidade de Georgetown no semestre de Outono de 2021. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia.
6/1/20221 hour, 13 minutes, 11 seconds
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#122 (2/2) Pedro Freitas - Aumentar o prestígio dos professores, melhores políticas públicas e o papel das escolas privadas

Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education». Tem diversa investigação na área da economia da educação. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio): (02:27) Início: Que mais se pode fazer para atrair professores? Policy brief publicado pela Nova SBE. Experiência na Roménia de reconhecimento público dos professores (14:23) Dificuldades em implementar avaliação de professores em Portugal (18:25) A importância de testar políticas públicas (19:37) Avaliações externas vs internas. Viés a favor das raparigas (estudos de Ana Balcão Reis: um, dois). (24:28) Devem existir escolas privadas? Cheque-ensino - evidências: um, dois. Gestão privada da escola pública - evidências: um, dois. (34:37) Até onde pode ir o Estado em sobrepor-se à vontade dos pais? Polémica das aulas de cidadania. (41:21) Afinal, o ensino está mais mal ou mais bem em Portugal? (44:55) Porque o aumento da escolarização não se tem reflectido em crescimento económico? Estudo FJN: retornos por área de estudo. (49:09) Livro recomendado: Love, Money, and Parenting: How Economics Explains the Way We Raise Our Kids, by Matthias Doepke and Fabrizio Zilibotti _______________ Nesta 2ª parte da conversa com Pedro Freitas, abordámos em maior profundidade alguns temas levantados na 1ª parte sobre o que nos diz a investigação na área da educação.  Falámos, por exemplo, da evidência que existe em relação ao viés dos exames internos das escolas, por oposição às provas nacionais, de medidas para motivar mais os professores, e de ideias para atrair mais pessoas, inclusive pessoas já com carreira noutros sectores, para a carreira docente. Para além disso, desafiei também o convidado para discutir alguns tópicos desta área mais abrangentes e que me têm feito pensar, como o puzzle de as enormes melhorias de Portugal na educação ainda não se terem traduzido numa economia pujante, , alguns mais controversos, como que papel devem e podem ter as escolas privadas num modelo de educação universal e inclusiva,  Esta 2ª parte da nossa conversa foi, diria, tão ou mais interessante do que a primeira. O Pedro sabe imenso sobre estes temas, que sabe ver os aspectos positivos e negativos de cada política e, sobretudo, alguém que pensa pela própria cabeça.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), instituição onde é membro do Nova Center for the Economics of Education e onde obteve a sua licenciatura e MPhil em Economia. A sua investigação foca-se em tópicos de Economia da Educação e Capital Humano, tais como: medidas de valor acrescentado de professores, diferenciais entre notas internas e externas, externalidades de capital humano no mercado de trabalho ou as razões por detrás da progressão nos testes PISA. O seu trabalho usa bases de microdados compreensivas tanto do mercado de trabalho como do sistema de ensino português. Esteve igualmente envolvido na avaliação de impacto de diferentes projetos educacionais desenvolvidos em Portugal. Foi aluno visitante no departamento de economia da University College of London (UCL). É assistente convidado na Nova SBE de diversas cadeiras de licenciatura e mestrado.
5/28/202255 minutes, 5 seconds
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#122 (1/2) Pedro Freitas - Como tornar a escola (pública) melhor e mais inclusiva?

Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education». Tem diversa investigação na área da economia da educação. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio): (04:28) Início: como têm evoluído os resultados escolares em Portugal nas últimas décadas? | Universalização do pré-escolar em 1995/96 | Provas de aferição (09:48) Público vs privado e segregação dentro da escola pública (18:18) Que medidas tomaram outros países para minimizar a desigualdade no ensino? | Dar aos pais liberdade de escolha, assegurando a justiça social|  (27:40) Ideia para melhorar resultados: tutorias. O caso de Itália.  (34:42) Ideias para melhorar a escolha e carreira dos professores | Autonomia das escolas: proposta da SEDES (Alexandre Homem Cristo) | Estudo EDULOG sobre impacto dos professores na aprendizagem |  Criar incentivos para os professores irem para as escolas difíceis: exemplo do Reino Unido | Avaliação dos professores: estudo feito nos EUA (MET project) (56:56) Desigualdades no acesso ao Ensino Superior: só 10% dos filhos de famílias pobres e com poucas qualificações chegam ao ensino superior | Faz sentido baixar as propinas? | Paper de Miguel Portela et al: retorno da educação pós-graduada em Portugal | Estudo EDULOG (1:06:09) Ideias para melhorar a eficácia do ensino pré-escolar: políticas de proximidade às famílias (1:09:12) Faz sentido obrigar os alunos a escolher um agrupamento no secundário? Paper de Afonso Leme et al _______________ Vídeos das apresentações do livro: Lisboa, Porto. _______________ Esta conversa com Pedro Freitas tem uma origem inesperada. Está dividida em duas partes (esta que agora publico e outra que sairá nos próximos dias) -- e a primeira não foi gravada originalmente para o 45 Graus, mas sim para o outro podcast que faço, o Trinta por uma linha. A ideia era discutirmos a três políticas públicas de educação, mas o convidado domina estes temas de tal forma que o que era suposto ser um debate de ideias se converteu numa entrevista muito ao estilo do 45 Graus, e que por isso aqui decidi publicar também. De caminho, e porque houve temas que ficaram por tratar ou aprofundar como gostaria, decidi convidar o Pedro para gravarmos uma segunda conversa, desta vez para publicar aqui, e que sairá nos próximos dias.  Mas vamos por partes.  O convidado, Pedro Freitas, é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), onde é membro do grupo de investigação «Nova Center for the Economics of Education», que tem desenvolvido investigação muito inovadora na área da economia da educação.  Como dizia o João Tiago Gaspar -- que comigo faz o Trinta por uma linha -- a economia da educação é uma das áreas das CS que mais interessantes resultados tem produzido nos últimos anos -- uma vez, acrescento eu, que se expandiu de um foco estrito em questões económicas relacionadas com a educação (como a procura e oferta por serviços educativos) para aplicar as metodologias e abordagens da ciência económica no estudo de uma série muito mais abrangente de temas desta área, tentando medir e comparar, por exemplo, o valor acrescentado dos professores ou a eficácia de diferentes modelos educativos.  Nesta dupla conversa com Pedro Freitas (este episódio e a 2ª parte que sai nos próximos dias), abordámos, então, políticas públicas na área da educação, designadamente que possam criar uma escola melhor e mais inclusiva. Melhor, porque apesar dos progressos recentes que as avaliações internacionais assinalam, persistem lacunas que impedem motivar melhor os professores, atrair talento para a profissão e tornar as escolas melhores a ensinar. Mais inclusiva, porque há um problema de fundo que teima em não desaparecer: uma grande desigualdade no acesso ao ensino, que começa logo na infância e se alastra até ao ensino superior. Este episódio funciona, por isso, como um excelente complemento ao episódio com José Pacheco e, até mais, dado o foco em políticas públicas mais incrementais do que radicais, ao episódio com Alexandre Homem Cristo que publiquei há uns meses. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Freitas é doutorando em Economia na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), instituição onde é membro do Nova Center for the Economics of Education e onde obteve a sua licenciatura e MPhil em Economia. A sua investigação foca-se em tópicos de Economia da Educação e Capital Humano, tais como: medidas de valor acrescentado de professores, diferenciais entre notas internas e externas, externalidades de capital humano no mercado de trabalho ou as razões por detrás da progressão nos testes PISA. O seu trabalho usa bases de microdados compreensivas tanto do mercado de trabalho como do sistema de ensino português. Esteve igualmente envolvido na avaliação de impacto de diferentes projetos educacionais desenvolvidos em Portugal. Foi aluno visitante no departamento de economia da University College of London (UCL). É assistente convidado na Nova SBE de diversas cadeiras de licenciatura e mestrado.
5/25/20221 hour, 14 minutes, 51 seconds
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#121 José Pacheco - “O que está mal na escola, tal como a conhecemos?"

Conhecido pedagogo e educador, José Pacheco é fundador de alguns dos projetos mais icónicos e controversos da educação mundial como Escola da Ponte e Escola Projeto Âncora. Convidado assíduo de Escolas em todo o mundo, as suas palestras em Ted Talks já foram vistas por mais de meio milhão de pessoas, sendo uma das individualidades mais prestigiadas no mundo da educação. Hoje é Cofundador e Coordenador Pedagógico da Open Learning School, aquela que considera a única escola do Séc. XXI. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar -> Livro «Política a 45 Graus». _______________ Índice da conversa (usar marcadores HH:MM para avançar no episódio): (03:11) Apresentação do tema e convidado (07:58) Início da conversa: o que esta mal na escola de hoje? (21:20) Porque não devemos usar testes para avaliar conhecimento? (30:43) Como é a experiência concreta de um aluno na escola aberta? Paulo Freire: “'Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo” (43:03) Por que é essencial integrar a família? | Joseph Lancaster (educador) Movimento Escola Montessori (53:47) Porque é tão difícil mudar o modelo de ensino? | João Costa (ministro da educação) | Autonomia das escolas (1:03:44) Não faz sentido dividirmos a educação em ciclos? (1:09:54) “As escolas são cemitérios de talentos” | TED talk “Do schools kill creativity? | Sir Ken Robinson” | MC Soffia (rapper), aluna do Projeto Âncora no Brasil | André Mesquita (guarda-redes) (1:16:11) Qual deve ser o papel da tutela no ensino do século XXI? (1:20:44) A competição entre alunos é algo necessariamente mau? (1:25:51) Andamos a ensinar coisas inúteis? (1:39:39) Qual é o papel do professor em transmitir conhecimento? _______________ A escola é um caso curioso, porque é provavelmente a instituição que menos se alterou nos últimos séculos. A vida em sociedade mudou, a política mudou, os nossos valores alteraram-se, mas a escola é ainda essencialmente aquilo que era há 200 anos. É uma instituição pensada para o mundo da revolução industrial; aliás, está pensada, em muitos aspectos, como uma fábrica.  Estas características foram-na tornando crescentemente inadaptada às sociedades modernas, e esse desfasamento foi ficando cada vez mais claro à medida que a ciência e a experiência no terreno de alguns pedagogos mais dados à experimentação foram mostrando que as crianças não são máquinas, mas sim são seres humanos, com emoções e potencial criativo, e, sobretudo, com características individuais e ritmos de aprendizagem diferentes que a escola tem de ter em consideração.  Foram surgindo, por isso, já desde o início do século passado, um conjunto de movimentos pedagógicos -- diferentes mas que têm em comum o facto de proporem uma mudança na escola; movimentos como a Escola Moderna, o método Montessori, Waldorf, Reggio Emilia e também, mais recentemente, o método desenvolvido pelo convidado deste episódio, José Pacheco, que este começou por implementar na Escola da Ponte no final dos anos 1970s, que depois levou para o Brasil, em projectos como a Escola Projeto Âncora e a Escola Aberta de São Paulo; e que está agora a lançar de novo em Portugal, desta vez na Open Learning School. A Escola da Ponte, em Santo Tirso, tornou-se na altura muito conhecida porque, apesar de estar localizada numa zona geográfica desprivilegiada, e apesar (ou por causa) do método de ensino alternativo que usava, conseguiu levar os seus alunos a bons resultados nos exames a nível nacional.  Mas, perguntam vocês: em que consiste exactamente este método alternativo que José Pacheco propõe?  A pedagogia da escola aberta tem várias diferenças importantes face ao ensino tradicional -- algumas comuns a outras metodologias alternativas, hoje já implementadas em várias escolas (embora ainda um nicho), outras verdadeiramente distintivas e, sobretudo, revolucionárias face à escola que conhecemos. É uma abordagem que, como outras, reconhece a individualidade dos alunos e estimula-os a aprender por si, autonomamente, seguindo a sua curiosidade e necessidades, e em que a família e a comunidade têm um papel activo. Mas vai mais longe. É uma escola em que não há salas de aula, não há horários, não há sequer turmas, os alunos estão todos misturados (não estão divididos por anos, nem sequer por ciclos!). E, mais importante, não há sequer propriamente professores (há tutores), nem há matéria pré-definida a aprender: os alunos decidem o que aprender, com base nas suas necessidades e o tutor não é visto como quem mais sabe, mas sim como quem orienta e guia o jovem para descobrir e assim crescer. Outra característica distintiva -- e controversa -- deste sistema é que não há testes: avalia-se apenas se o aluno conseguiu aprender determinada competência registando provas concretas dessa aprendizagem.  O método que José Pacheco defende implicaria, assim, uma verdadeira revolução no ensino. Durante esta hora e meia de conversa, discutimos vários dos aspectos que a metodologia da escola aberta propõe. Claro que, como dizia o grande cientista Carl Sagan, "alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias”. Por isso, tentei discutir criticamente as propostas do convidado -- sobretudo as mais disruptivas, desde a ausência de testes ao facto de os alunos terem total autonomia sobre o que aprendem. E, no global, há algo que me faz suspeitar que a escola actual, com os aspectos obsoletos que evidentemente tem, talvez não seja assim tão fácil de substituir: é que apesar de modelos alternativos como o do convidado já existirem há mais de 100 anos, a verdade é que estes métodos ainda não conseguiram ser implementados em larga escala. Seja qual for o nosso grau de cepticismo em relação a esta abordagem há, no entanto, duas coisas certas. Primeiro, esta é uma conversa que dá que pensar e nos leva a olhar com outros olhos para a maneira como o ensino funciona. Segundo, como vão ver, José Pacheco é mais do que alguém com ideias interessantes sobre o ensino e a educação -- é um contador de histórias nato e um homem com poesia na ponta da língua.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Conhecido pedagogo e educador, José Pacheco é fundador de alguns dos projetos mais icónicos e controversos da educação mundial como Escola da Ponte e Escola Projeto Âncora. Convidado assíduo de Escolas em todo o mundo, as suas palestras em Ted Talks já foram vistas por mais de meio milhão de pessoas, sendo uma das individualidades mais prestigiadas no mundo da educação. Hoje é Cofundador e Coordenador Pedagógico da Open Learning School, aquela que considera a única escola do Séc. XXI.
5/11/20221 hour, 46 minutes, 14 seconds
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#120 Miguel Poiares Maduro - Populistas, autocratas e soluções para reformar a democracia

-> Livro «Política a 45 Graus». Miguel Poiares Maduro é Diretor da Global Law School da Universidade Católica de Lisboa. É, igualmente, Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian. Foi até ao verão de 2020 Diretor e Professor da School of Transnational Governance do Instituto Universitário Europeu onde continua a ser Professor Convidado. Foi Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional de 2013 a 2015. Foi Advogado Geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias até Outubro de 2009. É licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa e doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença O seu livro mais recente é Democracy in Times of Pandemic (com Paul Kahn).   -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (3:25) Relação entre o populismo nas democracias e o aumento de líderes autoritários. Aumento da emotividade na política nas últimas décadas.  (23:05) Tendência das democracias para o curto-termismo (28:20) O que precisam de mudar os partidos mainstream?  (32:11) O caso de Itália (35:38) Experiência do convidado com a Troika, e os desafios das reformas estruturais em Portugal. Exemplo do trânsito na Colômbia. Exemplo da creche em Israel. (45:38) O papel do capital social. | Livro: Bowling Alone, de Robert D. Putnam (49:20) Soluções para reconciliar os cidadãos com a democracia liberal. | Livro: The People Vs. Democracy, de Yascha Mounk | Estudo F. Gulbenkian sobre A Participação Política da Juventude em Portugal (55:00) Porque é que a associação de muitos populistas a Putin não os parece ter afectado muito? (1:00:45) Livros recomendados: Imperfect Alternatives, de Neil K. Komesar | Porque Falham as Nações, de Daron Acemoglu e James Robinson _______________ É já esta semana que é apresentado oficialmente o livro «Política a 45 Graus», em 3 cidades do país. Por isso, faz todo o sentido dedicar este episódio a alguns dos temas que abordo no livro -- como a ascensão do populismo e a vaga autoritária mais abrangente em que ele se enquadra, e as reformas possíveis para reconciliar os cidadãos com a democracia liberal.  Para isso, dificilmente poderia pedir alguém melhor do que Miguel Poiares Maduro. O convidado tem-se dedicado a estudar e pensar estes desafios, especialmente, nos tempos mais recentes, enquanto Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian, um projecto que visa discutir temas importantes para o futuro do Mundo e do país. O Miguel publicou também recentemente, juntamente com o professor da Universidade de Yale Paul Kahn, o livro «Democracia em Tempo de Pandemia», onde reflecte sobre alguns desafios que as democracias vivem e que a pandemia veio tornar especialmente nítidos.  Neste episódio, conversámos sobre os desafios do populismo e do autoritarismo e sobre soluções possíveis para os resolver. É uma altura especialmente importante para ter esta discussão, uma vez que passam já 2 meses desde o início da guerra da Ucrânia -- um exemplo bem nítido dos efeitos (neste caso, externos) da tomada de poder por líderes autoritários. Além disso, conversámos na semana da 2ª volta das eleições presidenciais em França. E se é verdade que Marine Le Pen veio a perder a contenda de forma clara, também o é que teve um resultado bem superior a 2017 -- e, sobretudo,  conseguiu-o (o que é talvez mais importante) já depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, que veio expor o perigo das suas associações a Vladimir Putin. O mesmo aconteceu há semanas com Viktor Orban, na Hungria. A ameaça do populismo e do autoritarismo está, por isso, para ficar -- seja nas suas implicações geopolíticas, seja dentro das democracias. A popularidade do populismo (passe a redundância) vem, já se sabe, da insatisfação de muitos cidadãos com o funcionamento do sistema. Por isso, discutimos também algumas soluções possíveis para tornar as democracias mais inclusivas e funcionais. As ideias que vão ouvir são, como não podia deixar de ser, as do convidado, mas quem ler o «Política a 45 Graus» vai provavelmente achar pelo menos parte do diagnóstico familiar. No fundo, a solução para reconciliar os cidadãos com as democracias terá sempre de passar por duas vias complementares: por um lado, permitir maior participação das pessoas; por outro, criar regras e instituições que assegurem que os políticos se portam bem e governam para o bem comum. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Miguel Poiares Maduro é Diretor da Global Law School da Universidade Católica de Lisboa e Professor da Catédra Vieira de Almeida. É, igualmente, Diretor do Fórum Futuro da Fundação Gulbenkian. Foi até ao verão de 2020 Diretor e Professor da School of Transnational Governance do Instituto Universitário Europeu onde continua a ser Professor Convidado. Foi Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional de 2013 a 2015. Foi Advogado Geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias até Outubro de 2009.É licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa e doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença em 1996, onde obteve os prémios para a melhor tese de Doutoramento e de melhor investigador do Departamento de Direito. Foi Professor Convidado da Yale Law School, do Centro de Estudos Constitucionais (Madrid), Universidade de Chicago e London School of Economics. Lecciona igualmente na Universidade Católica e no Colégio da Europa. Foi Presidente do Comité de Governação da FIFA de Maio de 2016 a Abril de 2017. Agraciado com a Comenda da Ordem de Santiago da Espada é autor, de numerosas publicações. Em 2010 foi distinguido com o Prémio Gulbenkian de Ciência. O seu livro mais recente é Democracy in Times of Pandemic (com Paul Kahn).  
4/26/20221 hour, 9 minutes, 4 seconds
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#119 Nuno Loureiro - Chegou finalmente o tempo da energia de fusão?

Livro «Política a 45 Graus» (em pré-venda): https://www.wook.pt/livro/politica-a-45-graus-jose-maria-pimentel/24589960 Sessões de apresentação: Lisboa: 26/04 às 18h30m @FNAC Colombo.  Porto: 29/04 às 18h30m @Espaço Mira Coimbra: 30/04 às 16h @Almedina Estádio Nuno Loureiro é licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, e doutorado em física pelo Imperial College de Londres. A sua especialidade é a física dos plasmas e as suas aplicações à fusão nuclear e a problemas do domínio da astrofísica. Actualmente é professor catedrático do departamento de Ciência e Engenharia Nuclear e do departamento de Física do Massachusetts Institute of Technology, EUA.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (07:36) Como funciona a energia nuclear de fusão? Reagentes: deutério e trítio (isótopos de hidrogéneo) (14:57) Porque é tão difícil gerar fusão nuclear? Potencial da computação quântica (25:46) De onde vem a energia nuclear? (28:40) Progressos recentes. Record do National Ignition Facility (NIF) de Agosto 2021. Record do JET de Fevereiro de 2022. Projecto ITER. Fusão magnética vs inercial (laser). Investimento privado. (39:00) O que explica progressos recentes? Cimeira na Casa Branca em Março. (42:46) Desafios para tornar energia de fusão comercialmente viável.  (46:54) Como converter energia nuclear em electricidade? Aneutronic Fusion (48:07) Há perigos na fusão nuclear, como na energia nuclear tradicional (de fissão)?  (50:30) O que estão a fazer as empresas privadas de diferente? Germany’s Wendelstein 7-X stellarator. (55:39) Porque é que a Europa está a liderar a investigação nesta área? (58:40) Que método é mais promissor: confinamento magnético ou inercial (laser)? (01:02:13) Como a investigação nesta área ilumina a Astrofísica. (01:04:44) Previsões: quando vamos conseguir tornar a energia de fusão viável?  Livros recomendados: The Star Builders, de Arthur Turrell. Star Power, de Alain Bécoulet _______________ Todos sabemos que, para fazer face às alterações climáticas, o Mundo tem forçosamente de diminuir o consumo de energias fósseis. O petróleo e o gás são, além disso, altamente sensíveis a perturbações geopolíticas, como os últimos meses têm mostrado, com impacto directo na vida das pessoas. No entanto, a verdade é que a energia é necessária, e as energias renováveis ainda não permitem fazer face às necessidades energéticas, de tal forma que o grosso da energia consumida no mundo continua a ser de combustíveis fósseis.  Mas e se vos dissesse que existe uma fonte de energia alternativa que não emite dióxido de carbono para a atmosfera, tem um baixo risco associado e é, além disso, virtualmente ilimitada? Parece exagero, mas é verdade. Chama-se energia de fusão nuclear. Esta energia é ainda mais poderosa do que a energia nuclear clássica (de fissão), utiliza matérias ilimitadas (átomos e isótopos de hidrogénio) e, ao contrário daquela, produz muito pouca radioactividade. E se vos dissesse, ainda, que tem havido nos últimos tempos avanços promissores que podem tornar esta energia viável nas próximas décadas? Há muito tempo, há quase um século, que sabemos que é possível produzir energia de fusão. Por uma razão simples: é ela a fonte de energia do Sol, onde as altas temperaturas e a enorme gravidade geram a fusão de átomos de hidrogénio. No entanto, conseguir gerar este tipo de reacção na terra tem-se revelado muito difícil. Esta dificuldade é de tal forma, que há até uma piada batida no meio: “faltam só 30 anos até termos energia de fusão… e hão-de sempre faltar!”. Abordei a energia de fusão pela primeira vez no 45 Graus, no final de 2018, no episódio 42, com Luís O. Silva, físico e professor do Técnico. Em qualquer outra altura das últimas décadas, é quase certo que um episódio gravado há 3 anos continuaria perfeitamente actual. No entanto, desta vez não é assim -- e por bons motivos. Tem havido nos últimos anos desenvolvimentos importantes nesta área. Só no último ano, verificaram-se dois dos maiores avanços concretos das últimas décadas no caminho para produzir energia de fusão. Em Agosto do ano passado, nos EUA, a National Ignition Facility (NIF) bateu o record no que toca ao rácio de energia gerada pelo processo de fusão nuclear face à energia que foi necessário injectar para accionar a fusão (a energia gerada continua a ser menos do que a energia injectada, mas é um resultado muito promissor). E mais recentemente, em fevereiro deste ano (o que, em Ciência, é o mesmo que dizer -- ontem), o laboratório JET, no Reino Unido, bateu o record do máximo de energia total gerada pelo processo de fusão. Ainda faltam muitos passos para tornar esta energia viável, mas estes são dois progressos muito importantes; de tal forma que ainda em Março houve uma cimeira importante sobre o tema organizada pelo governo norte-americano.  Ao mesmo tempo, estes progressos e o imperativo de encontrar soluções para as alterações climáticas tem levado a um aumento do investimento, inclusive privado, com dezenas de novas empresas a tentarem, actualmente, serem as primeiras a produzir energia de fusão viável. Parece por isso, finalmente, que podemos ter uma expectativa realista de ver avanços importantes nesta área no futuro próximo.  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nuno Loureiro é licenciado em Engenharia Física Tecnológica pelo Instituto Superior Técnico, e doutorado em física pelo Imperial College de Londres. A sua especialidade é a física dos plasmas e as suas aplicações à fusão nuclear e a problemas do domínio da astrofísica. Actualmente é professor catedrático do departamento de Ciência e Engenharia Nuclear e do departamento de Física do Massachusetts Institute of Technology, EUA.
4/13/20221 hour, 11 minutes, 15 seconds
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#118 Caetano Reis e Sousa - O que faz do sistema imunitário o mais complexo a seguir ao cérebro?

-> O livro «Política a 45 Graus» já está em pré-venda: aqui Caetano Reis e Sousa é doutorado em imunologia pela Universidade de Oxford e é actualmente Assistant Research Director no Francis Crick Institute, em Londres, onde é também Senior Group Leader do laboratório de investigação em imunologia. A sua investigação centra-se nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na detecção de infecções, cancro e lesões pelo sistema imunitário.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (07:28) O que é e como funciona o sistema imunitário? (10:10) Como é que o sistema imunitário distingue patogéneos de, por exemplo, bactérias boas ou inofensivas (comensais)? (19:55) Sistema imunitário inato vs adquirido. Células dendríticas ligam os dois sistema.  (23:25) Temos informação imunitária (células T) para todos os patogéneos que podem existir? Células B (produzem anticorpos). Peculiaridades do vírus da (Covid-19) vs vírus da gripe. Quando a resposta imunitária contribui para os sintomas.  (35:44) Como é que uma mutação no vírus pode diminuir a resposta imunitária? (42:14) Há populações com maior imunidade genética do que outras? (46:29) Como é que o sistema imunitário reage ao cancro (e porque não é tão eficaz como a patogeneos)? Vacinas anti-cancro (54:10) Porque, ao contrário da gripe, só somos infectados por varicela uma vez na vida? RSV (57:32) Afinal, devemos andar sempre a lavar as mãos ou é importante expormo-nos, para ganhar imunidade? Edward Jenner and the history of smallpox and vaccination (1:00:16) É possível melhorar o nosso sistema imunitário? (56:44) Porque é que o nosso sistema imunitário enfraquece à medida que envelhecemos? (1:04:31) Transplantes. Primeiro transplante de coração de porco para humano. (1:08:05) Doenças auto-imunes. Ligação à depressão. Livro: The Inflamed Mind: A Radical New Approach to Depression, de Edward Bullmore (1:12:39) Alergias. Intolerâncias alimentares. (1:18:58) Para que serve a febre? _______________ A Biologia é de uma complexidade incrível, e o corpo humano é bom exemplo disso. A combinação de órgãos, tecidos, células, moléculas, etc que constitui o nosso corpo não só consegue a proeza de produzir um organismo funcional, como, para a maioria de nós, tirando um ou outro percalço em que precisamos de ir à ‘oficina’, o nosso corpo é capaz de desempenhar todas as funções necessárias à vida durante sete, oito ou mesmo mais décadas -- algo que não se pode dizer da grande maioria dos electrodomésticos, carros ou computadores. Por isso, mesmo com os avanços da ciência, há ainda muitos mistérios sobre a Biologia; e mesmo com os progressos na tecnologia, a ‘engenharia natural’ continua a estar, na maioria das áreas, muito à frente daquilo que conseguimos criar artificialmente.  Um exemplo óbvio disso é o cérebro: apesar dos progressos na computação, continuamos muito longe de criar algo que se assemelhe a uma inteligência artificial tão abrangente como a mente humana.  E a seguir ao cérebro, o sistema biológico mais complexo que conhecemos é o sistema imunitário. O sistema imunitário é composto por uma rede intrincada de órgãos, células e moléculas que agem em sintonia, em todo o corpo, para nos protegerem de todo o tipo de de vírus, bactérias, fungos e outras agressões que sofremos. A forma como todas as componentes do sistema imunitário interagem entre si -- e também com os outros órgãos e células do corpo -- é tão complexa que ainda não a compreendemos completamente. Ao mesmo tempo, a centralidade do sistema imunitário no corpo de organismos como nós implica que, para respondermos à maioria dessas dúvidas, temos de conseguir responder a questões mais vastas da Biologia e da própria evolução. Esta complexidade é resultado de uma espécie de “corrida às armas” evolutiva: à medida que os organismos se foram tornando mais complexos, foram-se tornando também alvo maior de agentes patogénicos, os quais foram desenvolvendo estratégias cada vez mais variadas. Esta tendência obrigou o sistema imunitário, em particular dos vertebrados, a desenvolver uma complexidade elevada, numa espécie de “corrida às armas evolutiva”.  Caetano Reis e Sousa é a pessoa ideal para compreender melhor o sistema imunitário. Durante a nossa conversa, comecei por pedir ao convidado para explicar como funciona o sistema imunitário. Como veremos, o sistema imunitário dos vertebrados tem duas componentes distintas, que actuam em momentos diferentes. Num momento inicial, quando um agente patogénico entra no corpo, ou sofremos uma lesão, a primeira resposta é dada pelo chamado sistema “inato”. Mas as “armas”, deste sistema 1, são, digamos, pouco diferenciadas -- e isso por vezes não são suficientes para debelar a infecção. Quando isso acontece, entra em funcionamento o sistema 2, que tem uma resposta mais potente e específica para a bactéria, vírus ou fungo em causa. É neste sistema 2, o chamado sistema “adquirido”, que pensamos quando pensamos na resposta imunitária do corpo, por exemplo aos vírus da gripe ou da covid-19. Este sistema 2 tem, ele próprio, duas vertentes que actuam em paralelo para combater a infecção: uma através das células B, que produzem os conhecidos anticorpos para atacar directamente os patogéneos; a outra através das células T, que actuam sobre as células já infectadas.  Embora o sistema imunitário seja, de facto, extremamente eficaz, tem, como todos os sistemas biológicos, falhas e limitações, que também discutimos neste episódio -- com é o caso das alergias, das doenças auto-imunes e mesmo do facto, ainda não totalmente explicado, de irmos perdendo, ao longo do tempo, a imunidade ao vírus da Covid-19 (por razões que ainda não se sabe completamente). Para além de nos proteger de infecções causadas por agentes externos, o sistema imunitário tem também a capacidade de destruir células cancerígenas. Esta vertente do sistema ainda não é totalmente compreendida, mas está na base de uma área de ponta da imunologia que também discutimos: a tentativa de desenvolver vacinas terapeuticas que permitam direccionar o sistema imunitário dos doentes para combater o cancro.  Esta foi, por isso, uma conversa boa para quem, como eu, se interessa por todos os temas, mas também uma conversa com uma componente prática, sobretudo para quem, como eu, tem filhos pequenos. Por exemplo, será que devemos lavar zelosamente as mãos várias vezes ao dia, ou isso impede-nos de ganhar imunidade; será que é possível estimular o nosso sistema imunitário? E a febre, é só uma chatice que devemos baixar com medicamentos, ou tem alguma função em melhorar a resposta do organismo a infecções? Foram estas e outras questões da imunologia que discuti neste episódio com Caetano Reis e Sousa. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Caetano Reis e Sousa é licenciado pelo Imperial College em 1989 e doutorado pela Universidade de Oxford em 1992. Após um pós-doutoramento no NIH, montou seu laboratório em 1998 no ICRF, mais tarde se tornando o Instituto de Pesquisa de Londres do CRUK e agora integrado ao Instituto Francis Crick. Ele ajudou a definir as células e vias envolvidas na detecção imunológica inata de vírus de RNA, fungos e células mortas. Iago da Espada pela sua terra natal Portugal em 2009. Recebeu vários prémios, incluindo o Prémio Louis-Jeantet de Medicina 2017 e o Prémio Bial 2019 em Biomedicina. Ele também é professor de Imunologia no Imperial College e professor honorário da UCL e King's College London e co-fundador da Adendra Therapeutics
3/30/20221 hour, 26 minutes, 43 seconds
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[REP] José Milhazes – Rússia: História, Geografia, Cultura e Geopolítica

-> A invasão da Ucrânia pela Rússia tem-me feito lembrar várias vezes da conversa que gravei com o José Milhazes no outono de 2017 e que foi publicada logo no 2º episódio do podcast. Decidi, por isso, republicá-la agora. Embora tenha sido gravada há 4 anos e meio, julgo não exagerar se disser que continua tão actual quanto no dia em que a gravámos -- em certo sentido, até talvez mais, pelo modo como ajuda a compreender o período que actualmente vivemos. Espero que gostem!   Neste episódio estou à conversa com José Milhazes para tentar compreender a Rússia. Especificamente, A História do país, a sua geografia, a União Soviética, mais recentemente, a política de Vladimir Putin, entre vários outros temas. José Milhazes é um convidado excepcional para compreender a Rússia, pois tem formação académica em História da Rússia – com doutoramento em 2008 – e viveu desde 1977 até recentemente no país (desde o início dos anos 90, como correspondente em Moscovo, inicialmente do Público). Na Rússia, José Milhazes foi testemunha em primeira mão do regime soviético – com o qual se foi progressivamente desencantando –, da queda da “cortina de ferro” e, mais recentemente, da emergência da nova Rússia de Putin. O mote para a nossa conversa foi a leitura de dois livros que o jornalista e historiador publicou nos últimos anos: um, um ensaio histórico: "Rússia e Europa: uma parte do todo"; outro, um misto de auto-biografia e peça jornalística na 1ª pessoa “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (título inspirado num livro do Tintin).
3/16/20221 hour, 31 minutes, 30 seconds
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#117 Fernando Alexandre - “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”

Fernando Alexandre é professor de economia na Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A economia portuguesa leva já mais de duas décadas de fraco crescimento, algo que não se verificava desde que existem dados oficiais do PIB, meados do sec XIX. Em consequência, o nosso PIB per capita caiu em 20 anos da 16.ª posição entre os países da UE a 28, para o 21º lugar, correspondendo a 77% do valor médio da União. Por outras palavras, o caminho de convergência do PIB com a média europeia não só não tem continuado como se tem revertido este século. Este abrandamento tem, obviamente, vários efeitos negativos no nível de vida da população e na preparação do país para lidar com desafios futuros, como o envelhecimento da população ou as alterações climáticas. Depois de anos em que este assunto foi mais ou menos ignorado, nos últimos anos este tem finalmente ganho peso no debate público, tal como foi visível na campanha das últimas eleições legislativas. E, independente da opinião em relação às culpas e causas deste estado de coisas, existe hoje um relativo consenso no espectro político e em quem pensa o país que este é um problema que temos de resolver. Claro que reflectir, desenhar e implementar políticas públicas para pôr o país a crescer não nos garante que consigamos fazê-lo; mas se não planejarmos aí é que é quase certo que a situação não vai mudar.  A reboque da maior visibilidade que este tema ganhou, saíram também nos últimos tempos vários estudos vindos de instituições da sociedade civil com propostas para pôr a economia a crescer. Assim de repente, lembro-me de um documento discutido no último congresso da SEDEs, em Outubro; do relatório publicado há um mês pela Fundação Gulbenkian com cenários para o futuro do país; e do estudo de que vamos falar neste episódio, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado pelo convidado, Fernando Alexandre: “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”.  O estudo tem por base um trabalho de investigação feito por uma equipa de economistas nacionais -- coordenada pelo convidado -- cujo trabalho foi acompanhado por um Comité de especialistas nacionais e internacionais, de diferentes áreas. É, por isso, mais do que um levantamento de dados, um estudo abrangente baseado em análises académicas com um «policy paper» para cada uma das sete áreas analisadas. O relatório propõe, como o nome indica, um novo paradigma de crescimento para a economia portuguesa, menos baseado em oferecer mão-de-obra barata e mais baseado na inovação. As propostas de políticas públicas dividem-se em três pilares: Instituições e ambiente económico; Investigação, ensino superior e qualificações; e infraestruturas.  Durante a nossa conversa, discutimos algumas destas propostas em profundidade e falámos de alguns problemas de fundo que o país deve corrigir. Claro que tanto o estudo como esta discussão são apenas um contributo para uma discussão que tem de ser ampla e que vai necessariamente demorar tempo.  _______________ Índice da conversa: (4:27) Porque é importante discutir este tema? O que é especial neste estudo? Empresas-fronteira (19:46) Porque é tão importante melhorar a qualidade das instituições? | Melhorar a governação dos reguladores. Validar os ministros no parlamento e manter a configuração dos ministérios (27:02) Porque precisamos de empresas maiores? | Melhorar ambiente económico | Aumentar acesso a capital | Parceria Bosch - Universidade do Minho (35:16) A nossa dificuldade (cultural) em fazer escolhas na afectação de fundos | O caso da Outsystems em Franca (39:08) Regras para aplicar bem fundos do Estado / da UE. (45:31) O problema das “empresas zombie” (48:34) Uma mudança de paradigma nas Universidades | Ranking de Shanghai. | Programa Horizon da UE (57:30) A importância de ter universidades e regiões estrela. E a necessidade de fazer escolhas. (1:00:22) Em que áreas deve Portugal apostar? | Vantagem comparativa nas energias renováveis Livro: O Poder da Destruição Criadora (Inovação, crescimento e o futuro do capitalismo), de Philippe Aghion, Simon Bunel e Céline Antonin  (1:05:57) O mistério da China | Paper do convidado: The political economy of productivity growth _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Professor Associado com Agregação da Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Na Universidade do Minho exerceu as funções de Pró-Reitor, presidente da Escola de Economia e Gestão e director do Departamento de Economia. Foi presidente do Conselho de Administração da SBS Startup Braga, SA, e secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna no XIX Governo Constitucional. Autor e coordenador de sete livros sobre a economia portuguesa e de artigos publicados em revistas científicas internacionais como a «World Economy», «Open Economies Review», «Regional Studies», «CESifo Economic Studies», «Journal of Technology Transfer» ou «Higher Education». Colaborou como consultor com entidades públicas e privadas, como a Comissão Europeia, o Governo português, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Tribunal de Contas, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Associação Portuguesa de Seguradores ou a Associação Comercial do Porto. É membro do painel de comentadores do programa 360º da RTP3 e colabora regularmente com os media.
3/9/20221 hour, 10 minutes, 6 seconds
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#116 Pedro Gomes - “Sexta-Feira é o Novo Sábado” (semana de trabalho de 4 dias)

Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010.  Friday is the New Saturday (Sexta Feira é o Novo Sábado) é o seu primeiro livro. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Actualmente, a maioria de nós (sobretudo os que não caem na maluquice de ter um podcast) tem um emprego de segunda a sexta-feira, e descansa dois dias ao fim-de-semana. Mas não foi sempre assim. Ainda há menos de 100 anos, na maioria dos países, a semana de trabalho era de segunda a sábado, só com um dia de descanso.  E nos últimos anos tem havido cada vez pessoas a sugerir que se dê ainda mais um passo em frente e se passe para uma semana de trabalho de apenas quatro dias. Há mesmo várias empresas que já testaram este modelo e reclamam resultados muito positivos, inclusive na produtividade.  A pandemia, com a modificação de hábitos de trabalho que provocou, acabou por dar um novo vigor a esta discussão. O livro do convidado, que acaba de ser publicado em português é, por isso, muito oportuno, e tem dado muito que falar internacionalmente.  Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. No livro Sexta Feira é o Novo Sábado, defende que uma semana de quatro dias, para além de ser benéfica para as pessoas, daria um impulso à economia, estimulando a procura, a produtividade, a inovação e os salários, e contribuindo ao mesmo tempo para reduzir o desemprego e o apelo de movimentos populistas.  O livro foi originalmente publicado em inglês e é mais vocacionado para economias ricas, como a dos EUA e dos países do centro e norte da Europa, do que Portugal. Ainda assim, tem muito de relevante se queremos entender o que pode ser o mundo do futuro. É, além disso, um livro escrito por um economista mas direccionado a um público alargado, uma vez que tem, muitas vezes, uma análise social e até psicológica. Na nossa conversa, discutimos as especificidades do modelo que o convidado propõe, os benefícios que poderia trazer e o modo como seria implementado (bem como os obstáculos que pode haver).  _______________ Índice da conversa: (4:23) O que defende o livro? | A previsão de Keynes (em 1930) de que 100 anos depois trabalhamos 15 horas.  (18:34) A importância da coordenação na economia (e por que tem de ser o Governo a implementar a semana de 4 dias). | O calendário alternativo que a Kodak implementou mas acabou por deixar cair. | Decisão do governo os Emirados Árabes Unidos de passar o trabalho do Estado para a semana de segunda a sexta-feira. (24:41) Benefício #1: Fazer crescer a economia através do estímulo ao consumo (32:17) Benefício  #2: Aumentar a produtividade. | O caso de Andrew Barnes (CEO de empresa neo-zelandesa) (42:44) Paradoxo de as horas de trabalho estarem a aumentar nas profissões mais bem pagas. (46:40) Benefício #3 Aumentar a inovação | Episódio Pedro Oliveira sobre ‘inovação pelo utilizador’ | Edmund Phelps e a ‘grassroot innovation’ | Henry Ford | Bertrand Russell, “In Praise of Idleness” (55:11) Benefício #4: Dar mais liberdade às pessoas | O Caminho para a Servidão, de Friedrich Hayek  (1:01:22) Obstáculos à implementação da semana de 4 dias. Livros recomendados: Profit Paradox, de Jan Eeckhout | Shorter, de Alex Soojung-Kim Pang _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Gomes (Lisboa, 1981) é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres, desde 2017. Anteriormente, foi Professor Assistente na Universidade Carlos III de Madrid durante sete anos, Professor Visitante na Universidade de Essex, trabalhando também no Banco Central Europeu e no Banco da Inglaterra. Completou a licenciatura em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. Friday is the New Saturday é o seu primeiro livro, agora traduzido para Português. Um livro não académico escrito por um académico, sobre economia, mas não reservado a economistas.
2/23/20221 hour, 14 minutes, 43 seconds
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#115 Luísa Pereira - O que a Genética tem revelado sobre a evolução humana e a nossa Pré-História

A convidada é doutorada em genética populacional humana pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde é investigadora principal e líder de grupo no laboratório i3S-Ipatimup. Na sua investigação, usa a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. É autora do livro “O Património Genético Português”. Recentemente, lançou um curso para leigos denominado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade -- de que falamos ao longo do episódio. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nos poucos séculos que tem a Ciência moderna, avançámos imenso no conhecimento que temos do Mundo que nos rodeia. Mas este progresso ocorre, por norma, de forma gradual -- incremento a incremento. Só que de vez em quando, muito raramente, temos a sorte de ocorrerem, em poucos anos, uma série de avanços em catadupa.. Foi isso que aconteceu recentemente na área de investigação da convidada, a Genética populacional, onde nos últimos 10/15 anos ocorreu uma verdadeira revolução, graças a desenvolvimentos técnicos que permitiram estudar muito melhor o DNA humano.  A Genética Populacional dedica-se a estudar e perceber em que diferem as populações humanas, comparando o perfil genético dos habitantes de diferentes geografias ou de diferentes etnias, estudando quer o perfil genético das pessoas de hoje quer o DNA que encontramos nos fósseis. Uma das áreas em que a investigação neste campo tem gerado enormes progressos é no nosso entendimento sobre o modo como evoluiu a espécie humana. Onde antes tínhamos de nos guiar quase exclusivamente pela comparação entre a morfologia dos humanos actuais e dos fósseis dos nossos antepassados, hoje podemos estudar em detalhe o genoma dos humanos actuais para procurar pistas sobre o nosso passado evolutivo, e conseguimos mesmo recolher e analisar o ADN dos próprios fósseis para medir como diferiam esses humanos dos actuais. Estes avanços têm permitido progressos notáveis, que discutimos na conversa. Por exemplo, ao estudar o DNA, conseguimos saber o que os fósseis ainda não contam, como é o caso de uma espécie ancestral que foi encontrada no genoma de populações africanas (uma espécie de neandertal de África) e da qual não há registos fósseis. Graças a estes estudos, sabemos também hoje que o surgimento da nossa espécie em África foi um fenómeno muito mais complexo do que até aqui achávamos.  Outra área em que a genética populacional tem trazido imensos progressos é no nosso conhecimento sobre a nossa História mais remota. É que se hoje temos um conhecimento razoável da História desde a Antiguidade, não há registos que relatem fielmente o passado humano antes da invenção da escrita, ou seja há cerca de 5000 anos. Por isso, até aqui, sabíamos muito pouco desse periodo, e o que sabíamos estava envolto em dúvidas. Mas ao estudar o DNA das populações actuais das várias geografias e compará-lo com o dos fósseis que foram encontrados nesse local, tem-se desvendado factos fascinantes sobre o modo como as diferentes populações actuais estão relacionadas e sobre migrações importantes ocorridas no nosso passado mais distante.  Finalmente, o estudo da genética das populações permite ainda avaliar a diferente susceptibilidade das diversas populações humanas a doenças complexas, e perceber a origem dessas diferenças, o que permite desenvolver melhores tratamentos.  Esta é, por isso, uma área fascinante, que vale a pena acompanhar, e a conversa com a Luísa Pereira foi muito interessante. Em todo o caso, vale a pena fazer uma ressalva: se é verdade que estudar o perfil genético tipo das diferentes populações actuais nos dá uma série de informação, é preciso ter em conta que o grosso da variação genética entre os seres humanos pode ser encontrado dentro de todas as populações. Só 15% da variação genética humana existe exclusivamente entre populações. Por isso, quando falamos de diferenças genéticas entre populações, estamos na maioria dos casos a falar de diferenças tendenciais: da média.  _______________ Índice da conversa: (4:41) O que distingue a Genética Populacional? (6:23) O que a genética tem revelado sobre o desenvolvimento da nossa espécie em África. |  O modelo pan Africano. | O ADN “fantasma” de outra espécie nas populações africanas  | Out of Africa | A maior diversidade das populações africanas | A expansão dos Bantu há 5 mil anos (25:15) O que a genética tem revelado sobre os movimentos de populações na Pré História. | Migração em massa de populações das estepes (R1B) para a Europa na Idade do Bronze (29:32) A importância dos desenvolvimentos técnicos recentes na genética (35:06) Quais são os sinais de uma “espécie fantasma” no nosso genoma? | O nosso DNA Neandertal (39:26) O que explica a diversidade genética (ou falta dela) das populações? | Judeus Ashkenazi (53:17) O passado genético português no contexto da Europa | Projecto Odisseia Genética | João Zilhão (antropólogo) | Como conseguimos mapear a ancestralidade de uma população? (1:12:54) O papel da História genética na susceptibilidade de diferentes populações a doenças. | Paper da convidada sobre a Dengue (1:21:20) Há populações com maior imunidade ao SARS-CoV-2? (1:23:25) Livros recomendados: O Homem de Neandertal, de Svante Pääbo | Who We Are and How We Got Here, de David Reich _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Luísa Pereira tem licenciatura em Biologia, Mestrado em Genética Humana Aplicada e Doutoramento na área de genética populacional humana atribuídos pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. É investigadora principal e líder de grupo no i3S-Ipatimup, estando interessada em usar a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. Fez diversas deslocações a várias universidades e instituições científicas em vários países da Europa e América e participou em várias conferências nestes continentes e na Ásia e África. É co-autora de 142 artigos indexados publicados em revistas internacionais e de um livro de divulgação científica intitulado “O Património Genético Português: a história humana preservada nos genes”. Liderou ou foi membro da equipa de cerca de 20 projectos financiados por entidades nacionais e da união europeia. Já orientou com sucesso 8 alunos de doutoramento, 12 de mestrado e vários estágios de alunos estrangeiros visitantes. A investigação em genética populacional humana desperta grande interesse na sociedade, uma vez que se centra na nossa origem enquanto espécie e de que modo as populações humanas se relaccionaram ao longo de milénios de evolução. Fruto deste motivo, a investigadora tem aparecido diversas vezes nos meios de comunicação social e organiza diversos eventos de divulgação para a população em geral. O mais recente é um curso para leigos nomeado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade.
2/2/20221 hour, 28 minutes, 55 seconds
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#114 Pedro Magalhães - Mitos da política contemporânea: voto económico e eleitores da direita radical

O convidado é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar -> Link para o inquérito de feedback dos ouvintes: https://forms.gle/oSzfNHhsk1jZQzj2A O Pedro foi um dos primeiros convidados do podcast, logo no episódio nº 7, que saiu há 4 anos (e não 3 como eu digo na gravação)! Desafiei-o para voltar ao 45 Graus para falar de alguns mitos da política contemporânea -- algumas ideias que vemos difundidas mas que não são verdade ou são simplificações de fenómenos mais complexos que a Ciência Política tem estudado. Abordámos dois desses “mitos” no episódio. O primeiro tem que ver com as limitações do chamado “voto económico” -- isto é, a ideia de que o resultado das eleições é ditado sobretudo pelo desempenho da economia, e que os eleitores são capazes de fazer bem essa avaliação. O Pedro chama a atenção para que há uma série de condicionantes nessa relação. Uma delas é a capacidade dos eleitores em avaliarem bem a qualidade do governo, seja na economia seja noutra áreas. No entanto, o convidado salienta que, apesar dessas limitações e da complexidade crescente da política, o eleitor médio vai conseguindo, em última análise, tomar decisões racionais e informadas. Este tema levou-nos também a discutir o modo como a política em Portugal está hoje mais ideológica e polarizada. O convidado chama a atenção para que, apesar do aumento da abstenção, a participação política em Portugal é hoje maior do que no passado. O segundo dos “mitos” que abordámos está relacionado com o crescimento dos partidos da direita radical na Europa nas últimas décadas. A propósito desta tendência, é comum ouvirmos dizer que estes partidos foram roubar eleitorado aos partidos da esquerda tradicional, designadamente o chamado eleitorado operário, ligado à indústria e com baixo nível de educação. No entanto, o convidado chama a atenção para que isto é uma simplificação. Não só isso não explica a perda de peso dos partidos da esquerda tradicional como não é daí que vêm a maioria dos votantes nos partidos da direita radical. A crise da esquerda tradicional em muitos países europeus é, todavia, uma realidade. Portugal é, no entanto, uma excepção a esta tendência; em parte não pelos melhores motivos, porque continuamos a ter uma economia relativamente pobre e um nível de escolarização médio baixo. Para inverter essa tendência seria preciso investir mais em políticas de longo-prazo, designadamente em políticas para a juventude, na educação e na ciência. No entanto, como faltam recursos, o discurso dos partidos tende, como temos visto na campanha, a focar-se mais no curto prazo. No final do episódio, pedi ao convidado algumas ideias para inverter esta tendência e conseguir investir mais em políticas de longo-prazo. _______________ Índice da conversa: (5:20) Quão importante é, na verdade, o desempenho da economia no resultado das eleições? | Limitações do “voto económico”. Paper de Mark A. Kayser “The Elusive Economic Vote” | Papers do convidado: comparação das eleições legislativas de 2011 e 2015; “The Economy and Public Approval in a Semi-Presidential Regime: the case of Portugal” (ainda não publicado) (15:27) Limitações do eleitor médio a avaliar o desempenho do governo? | Livro “Democracy for Realists”, de Achen e Bartels (28:11) Apesar dessas limitações, o eleitor médio acaba capaz de tomar decisões racionais tendo em conta os dados (31:24) Paradoxo: as pessoas mais bem informadas sao também mais ideológicas.  (38:06) A política em Portugal está mais ideológica e polarizada? | A participação política em PT aumentou, apesar de votarem menos. (45:53) Quem vota nos partidos de direita radical são mesmo os antigos eleitores dos partidos da esquerda tradicional? Paper de Seymour Martin Lipset “Democracy and Working-Class Authoritarianism” | Livro de Thomas Piketty “Capital and Ideology” | Portugal contraria a tendência actual de o eleitorado mais escolarizado apoiar os partidos de esquerda (57:30) Afinal qual é o eleitorado dos partidos direita radical? (1:00:16) O que podem fazer os partidos sociais democratas para recuperar a sua antiga base eleitoral? Desafios criados por sociedades mais heterogéneas, com novas clivagens. (1:04:50) Portugal e a “armadilha do curto-prazo” nas políticas públicas: quando faltam recursos, é o investimento no longo-prazo e nos jovens que sofre.  (1:15:05) Como conseguir gerar apoio para políticas de longo-prazo? | Aumentar a transparência (paper: “Transparency, Policy Outcomes, and Incumbent Support”) |  Intervenções a nível local: assembleias deliberativas.  (1:23:10) Artigos sugeridos: Tarik Abou-Chadi, Reto Mitteregger, Cas Mudde: Left behind by the working class? Social Democracy’s Electoral Crisis and the Rise of the Radical Right | Brahmin Left versus Merchant Right, Amory Gethin, Clara Martínez-Toledano e Thomas Piketty _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Magalhães é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador. 
1/19/20221 hour, 26 minutes, 12 seconds
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#113 Magda Nico - Mitos e simplificações no modo como olhamos para os jovens

A convidada é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. A sua investigação segue uma perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, e dedica-se a estudar as transições para a vida adulta dos jovens, analisando vários aspectos, como os padrões na saída de casa dos pais, a precariedade de longa duração, a reprodução das desigualdades sociais, e sentimentos de pertença geracional.  -> Inquérito aos ouvintes -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Conheci a convidada recentemente no Encontro “Juventudes” que foi organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde estive a moderar um painel de debate. O encontro serviu, como o nome indica, para debater os jovens e a juventude, e a convidada foi consultora do evento. Aproveitando a oportunidade, e uma vez que a Magda é uma das principais investigadoras nestas áreas em Portugal, convidei-a para o 45 Graus, para conversarmos sobre estes temas. Na nossa conversa discutimos vários aspectos do modo como a Sociologia olha e estuda os jovens e a juventude. Falámos sobre como tem evoluído a transição para a vida adulta nos jovens, e os desafios associados ao emprego e à saída de casa. Discutimos também o que é diferente na condição dos jovens actuais, mas também a nossa tendência para exagerar este aspecto e desvalorizar os aspectos que são comuns aos jovens desde sempre. Mesmo com esta advertência em mente, não deixámos de falar de algumas características distintivas das gerações actuais, como por exemplo a maior sensibilização para causas globais ou os efeitos do uso de redes sociais. E falámos também da realidade portuguesa, em particular de porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? -- um tópico no qual a convidada tem uma opinião original. _______________ Índice da conversa: (2:28) O que distingue o olhar da Sociologia? (07:20) O que é que na transição para a vida adulta dos jovens de hoje é diferente e igual a gerações anteriores?   (11:24) A armadilha de acharmos que a nossa geração é excepcional. “Geração rasca” | Efeito idade vs geração vs período histórico (15:02) A importância de ter um duplo olhar na Sociologia: para os desafios de sempre & para os desafios do presente (17:04) A destandardização da transição para a vida adulta que ocorreu a partir dos anos 1950. | Mas a normalidade do passado também escondia aspectos da juventude que são perenes (26:33) Porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? Artigo de opinião da convidada. (41:08) O debate dentro da Sociologia entre as perspectivas da “agência” e “estrutura”. | “Falácia epistemológica da modernidade tardia” (54:30) Meritocracia (58:19) O que é, apesar de tudo, distintivo nos jovens actuais face a gerações anteriores? | Preocupações globais. | Os jovens de hoje assinam muito petições; mas o que é que isso realmente nos diz? Estudo da FFMS “Os Jovens em Portugal, Hoje” (1:14:27) Efeitos negativos das redes sociais. Efeitos sobre a saúde mental das raparigas. (1:18:47) A importância para a Sociologia de fazer mais estudos longitudinais (1:24:31) Livros recomendados: Children of the Great Depression, de Glen H Elder | Young People And Social Change, de Andy Furlong e Fred Cartmel (livro que refere a “Falácia epistemológica da modernidade tardia”) | Normal People, de Sally Rooney _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Magda Nico é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. Investiga as transições e trajectórias para a vida adulta, numa perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, na Europa e em Portugal. Os processos de saída de casa dos pais, de precariedade de longa duração, de reprodução das desigualdades sociais, e de sentimentos de pertença geracional saem, desta perspectiva crítica e de maior durée, mais desmontados e contextualizados.    
12/22/20211 hour, 28 minutes, 24 seconds
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#112 Alexandre Afonso - Imigração, populismo e Portugal visto de fora

O convidado é professor de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo das políticas de mercado de trabalho, imigraçao e estado social nos países europeus. Está actualmente a escrever um livro para a Oxford University Press sobre o modo como as politicas de imigração e de Estado Social em cada país interagem entre si. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Começámos precisamente sobre este tema, um assunto com interesse para compreender a História de cada país, mas também para explicar actualidade política, visto que a coexistência entre o aumento da imigração no passado recente e a existência de Estados Sociais generosos dos países europeus é provavelmente um dos motivos que explicam a ascensão do populismo na última década.  Este tema levou-nos a discutir os partidos da direita radical na Europa e o caso particular do Chega. De seguida, abordámos outra área de investigação do convidado: a análise comparada das instituições do mercado de trabalho entre países europeus. O mercado de trabalho é sempre um tema quente em Portugal, com uns a dizerem que é demasiado liberalizado e outros que é demasiado rígido. O convidado tem sobre isto um ponto de vista que me ajudou a perceber um aspecto que me intrigava há muito...  O Alexandre é filho de portugueses, mas nasceu e viveu sempre fora do país. Vão notar, por isso, que o português não é a sua língua mãe, mas, diria, safa-se muitíssimo bem. Aproveitando esta peculiaridade -- um português que vê e viu sempre o país a partir de fora -- aproveitei também, mesmo no final, para lhe perguntar como é que um cientista político com estas características olha a sociedade e a política portuguesas. A  resposta foi muito interessante.  _______________ Índice da conversa: (2:21) Como é que as políticas de imigração dos países e a dimensão do Estado Social se têm influenciado mutuamente? | Tese de ALberto Alesina sobre os EUA | George Borjas e os “Welfare magnets” | Sondagem a imigrantes sobre ES mais generoso | Tese de Milton Friedman | Limitar o acesso ao Estado social (23:21) Relação com o Populismo. Tese de Yascha Mounk | Experiência de mencionar o Estado Social | Como foi a transferência do eleitorado operário da esquerda para a direita radical? (32:52) A inflexão da agenda dos partidos da direita radical na viragem do século. | Herbert Kitschelt e a antiga direita radical (35:46) O caso do Chega. Paper do convidado. (40:46) O desafio para os partidos da direita radical quando são governo (45:25) A verdadeira rigidez do mercado de trabalho em Portugal -- e porque não basta olhar para a letra da lei | Indicador da OCDE  (52:17) O nível elevado de participação das mulheres no mercado de trabalho em PT. Origens históricas. | Geert Hofstede | Efeito da liberalização do mercado de trabalho sobre desigualdade  (1:01:10) Como olha um cientista político para PT a partir de fora? Confiança interpessoal (capital social). Episódio Pedro Magalhães. Efeitos na política. (1:08:50) Sugestão: Didier https://www.goodreads.com/book/show/17895842-returning-to-reims _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Afonso é professor associado de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo do mercado de trabalho, da imigraçao e do estado social na Europa. Antes de ingressar na Universidade de Leiden University,  foi professor assistente no Departamento de Economia Política do King's College de Londres, investigador no Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades em Colônia, no Instituto Universitário Europeu em Florença e na Universidade de Amsterdão. Concluio o seu doutoramento na Universidade de Lausanne (Suíça) em junho de 2010. E lusodescendente e cresceu na Suiça. Fala francês, inglês, português, alemão, italiano e holandês. Alem de publicaçoes em varias revistas cientificas, escreveu para o Washington Post, o Financial Times, Foreign Policy, Daily Telegraph, CNN e Jacobin, entre outros. Actualmente, está a escrever um livro sobre politicas de imigraçao e o estado social para a Oxford University Press.
12/8/20211 hour, 12 minutes, 40 seconds
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#111 (pt 2) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer

O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta segunda parte da conversa, começámos por falar sobre as desvantagens de centrar o debate público nesta área nos rankings PISA. Falámos também de algumas insuficiências do nosso sistema de ensino, que estes rankings nem sempre mostram, tais como a falta de confiança de muitas famílias no ensino público, espelhada na enorme prevalência de recurso a explicações e no peso que tem o ensino privado (pago) em Portugal. Isso levou-nos a discutir algumas reformas que se poderia fazer nesta área, seja para aumentar a equidade do ensino, seja para elevar a sua qualidade, como, por exemplo aumentando a autonomia das escolas.  Como disse no episódio anterior, acho que a educação devia ser a nossa maior prioridade enquanto país. Por isso, se tiverem alguma sugestão de convidado/a, é muito bem vinda. Seja alguém com uma perspectiva <> sobre políticas públicas <> da do Alexandre seja um/a professor/a que tenha uma visão interessante sobre o ensino em sala de aula propriamente dito, com um olhar no futuro. _______________ Índice da conversa: (1:20) O outro lado: a desvantagem do peso que damos aos rankings PISA. | As reprovações funcionam? (4:59) Portugal é dos países da OCDE onde o “elevador social” funciona pior | As explicações e o ‘sistema educativo sombra’ | A falta de confiança das famílias no ensino público espelhada também na maior % de alunos a pagar por ensino privado. Escolas com contrato de associação (17:03) O efeito da pandemia na educação. | Estudos feitos no EUA. | Estudos feitos na Holanda. (26:08) Reformas para aumentar a equidade: alargar a escolha das famílias dentro da rede pública como possível via para combater a desigualdade. (33:28) Reformas para aumentar a qualidade: dar autonomia das escolas para contratar professores e gerir avaliação e carreiras | Dificuldade em atrair alunos para a profissão  (44:47) E se as autarquias pudessem oferecer salários mais altos para atrair professores? | O papel dos sindicatos  (47:31) Documentário recomendado: Waiting for Superman | A dificuldade em Portugal de lidar com a incerteza. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES.
11/24/202154 minutes, 52 seconds
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#111 (pt 1) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer

O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A educação é, talvez, o melhor candidato que temos à prioridade número um de políticas públicas de qualquer país desenvolvido. O nível de educação da população tem uma correlação positiva com quase tudo aquilo em que pensamos quando pensamos num país desenvolvido: crescimento económico, igualdade de oportunidades, uma sociedade civil pujante e até a qualidade da saúde mental da população. No caso de Portugal, é comum ouvirmos muitas críticas ao sistema de ensino. Mas a verdade é que nas duas últimas décadas operou-se em Portugal uma espécie de revolução silenciosa no ensino. Se olharmos para os dados, nomeadamente os rankings PISA da OCDE (que é o indicador mais fiável para comparações internacionais), o retrato que emerge é de um país que é, nas palavras do director da OCDE para a educação, a “maior história de sucesso da Europa”, com uma progressão notável desde a viragem do século.  Estes progressos são um bom exemplo de como políticas públicas relativamente estáveis entre governos de cor diferente são essenciais para o desenvolvimento do país. Aliás, o lado político e institucional dessa proeza é um assunto que, provavelmente, valeria um episódio do podcast dedicado (ao estilo do que gravei com o João Goulão sobre a política das drogas).  Apesar desta evolução, continua, no entanto, a haver lacunas importantes no sistema de ensino português. Desde logo, continuamos a ter um nível elevado de reprovações e de alunos que deixam a escola antes do tempo. Por outro lado, estas melhorias na educação das novas gerações não tiveram equivalente na escolarização das pessoas mais velhas. Aqui, o legado anterior continua a pesar e em Portugal a percentagem de adultos sem ensino secundário é ainda quase metade da população, mais do dobro da média europeia. Para além disso, há aspectos estruturais do próprio sistema que continuam a restringir a qualidade do ensino em Portugal. Por exemplo, a capacidade das escolas em melhorar a sua oferta e adaptá-la às necessidades locais continua constrangida por um baixo grau de autonomia comparativamente com outros países, nomeadamente na contratação e avaliação de professores. Da mesma forma, os professores são hoje uma população envelhecida (menos de 1% tem menos de 30 anos), com reduzido prestígio social, baixo nível de autonomia e poucos incentivos ao desempenho, um estado de coisas que dificilmente nos pode deixar de preocupar ao olhar para o futuro. Esta conversa será dividida em dois episódios diferentes (o próximo sai para a semana). _______________ Índice da conversa: (3:54) PT, “a maior história de sucesso europeia nos rankings PISA” | As três fases de políticas públicas de ensino em PT. | TIMSS  (11:24) A importância do ensino pré-escolar (3-5 anos) (15:43) O mito de que o ensino perdeu qualidade nas últimas décadas (18:40) A dificuldade de fazer reformas na Educação: demoram tempo a ter efeitos  (23:13) A nova fase de políticas públicas de educação: lidar com a diversidade de necessidades e dar autonomia às escolas. | Suécia. Ascensão e queda de uma reforma educativa (30:34) Que competências devemos ensinar aos alunos para o Mundo do futuro? (45:34) O problema da falta de dados para avaliar políticas. | Exemplo da pandemia (48:35) Como são feitos os rankings PISA? | A evolução de Portugal _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES. 
11/17/202155 minutes, 30 seconds
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#110 João Goulão - Como a estratégia portuguesa contra a droga se tornou uma referência mundial

O convidado é médico, é actualmente Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e é considerado o principal arquitecto e da “estratégia portuguesa contra a droga”. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Há poucos assuntos em que Portugal seja uma referência a nível mundial. E provavelmente não há nenhum em que o sejamos de forma tão notória e transversal como no caso da estratégia de luta contra a droga que Portugal implementou a partir de 2000/2001, quando o país enfrentava um enorme problema, visível no índice de infecções por HIV mais alto da UE. Esta abordagem, que ficou conhecida como a “estratégia portuguesa contra a droga” foi, à época, muito arrojada, com medidas como a descriminalização das drogas -- na altura sem paralelo em nenhum outro país do mundo. Os resultados foram, no entanto, manifestos, o que leva a que seja hoje frequentemente citada nos media internacionais e a que sirva de referência aos mais variados países que se deparam com problemas idênticos.  O convidado deste episódio, João Goulão, é considerado o principal arquitecto e implementador dessa nova abordagem. Depois de ter integrado a comissão que definiu a estratégia, o convidado presidiu ao principal órgão responsável pela gestão da política contra as drogas, o Instituto da Droga e da Toxicodependência. Actualmente, é o director-geral do sucessor desse organismo, o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. A medida mais radical da estratégia portuguesa contra a droga foi a descriminalização das drogas. Mas a estratégia foi muito mais ampla do que isso, e são talvez ainda mais as outras medidas que explicam o seu sucesso. Com esta estratégia, houve, sobretudo, uma mudança radical na atitude em relação ao problema da droga, que passou a ser visto menos como um problema moral e um crime, e mais como essencialmente um problema de saúde pública. Assim, foram lançadas uma série de medidas com a finalidade de trazer os consumidores de drogas para dentro do sistema de saúde, minimizar a transmissão da SIDA, e disponibilizar substâncias substitutas para quem não conseguia largar o vício. Esta estratégia provocou uma diminuição visível em vários indicadores, sobretudo no número de mortes associado às drogas e no número de infecções por HIV. A prazo, levou também a uma diminuição no próprio consumo de drogas, sobretudo de heroína. Quando decidi convidar João Goulão para o 45 Graus, fi-lo, desde logo, porque o tema da droga e da saúde pública é, em si mesmo, interessante. Mas a minha principal motivação foi perceber melhor como foi possível conseguir apoio político para uma estratégia tão arrojada, e logo num tema tão sensível -- e que lições podemos tirar daí para tomar melhores políticas noutras áreas.  O episódio começa, como não poderia deixar de ser, com um pouco de História, para perceber o que fez com que Portugal chegasse ao final dos anos 1990 com um problema de drogas tão grave. Isso levou-nos à estratégia adoptada e às razões do seu sucesso. Mais à frente, falámos também de alguns dos desafios da política de drogas actual. Primeiro, apesar do sucesso, o problema nunca está resolvido, e há medidas, como as eternas salas de chuto, que podem ser tomadas. Depois há a questão da legalização da cannabis, que está agora em discussão. Depois há a questão do álcool, que, por razões culturais, vemos de forma benigna mas tem na verdade vários paralelos com as drogas. Perguntei também ao convidado o que acha sobre os psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira. _______________ Índice da conversa: (3:30) “A estratégia portuguesa para a droga”. Causas (da guerra colonial à SIDA) e medidas. (23:56) Resultados da política. Impacto nos consumos. Quando o nosso instinto moral nos trai. (28:26) Como foi possível ter apoio político transversal para uma política tão radical? (31:08) Reação da ONU. World Drug Report (32:31) A importância de ser um problema transversal à sociedade (incluindo a própria classe política) e o contraste com o que se passa com a Educação  (34:48) Que lições se podem tirar para conseguir levar por diante boas políticas públicas noutras áreas? (40:22) O que falta ainda fazer? Salas de chuto (a primeira inaugurada em 2019 Lisboa). Drug checking. (44:55) Legalização da cannabis para fins recreativos? Posição do SICAD. Potencial terapêutico vs riscos (e.g. psicose). Aumento da potência da cannabis nas últimas décadas. (51:43) Álcool  (54:08) Tabaco (55:54) O potencial dos psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira. (57:29) O que mudou nos consumos nos últimos 20 anos? Menos heroína mas aumento da complexidade. Pós-Crise da dívida soberana. Consumo de álcool nos jovens (1:07:02) Livro recomendado: Chasing the Scream: The First and Last Days of the War on Drugs, de Johann Hari. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Médico da Carreira de Medicina Geral e Familiar, colocado no Centro de Saúde de Faro na sequência do Serviço Médico à Periferia cumprido naquele Concelho no início dos anos 80, desde cedo a sua carreira se orientou para a área das Toxicodependências, quando os serviços de Saúde se viam confrontados com os problemas por elas causados e que assumiam particular relevância na região do Algarve. Foi Presidente do SPTT (Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência) de 1997 a 2002 e Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência de 2005 até à sua extinção. Atualmente é o Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), e Coordenador Nacional para os Problemas das Drogas, das Toxicodependências e do Uso Nocivo do Álcool. Foi membro da comissão que propôs a primeira estratégia nacional de luta contra a droga, aprovada em 1999, e que preconizava a descriminalização do consumo das drogas. Membro do Comité Científico do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência entre 1997 e 2002; representante de Portugal no Conselho de Administração daquela agência europeia desde 2005, foi eleito seu Presidente em 2009, tendo cumprido dois mandatos que terminaram no final de 2015. No primeiro semestre de 2021 presidiu o Grupo Horizontal Drogas, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, e desde 2019  preside o Grupo Pompidou do Conselho da Europa.
11/3/20211 hour, 11 minutes, 32 seconds
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#109 Octávio Mateus - Dinossauros, evolução, História da vida na Terra & mais

O convidado é paleontólogo, professor na Universidade Nova de Lisboa, onde ensina, entre outras, evolução, paleontologia de vertebrados e répteis e -- a sua principal área de investigação -- dinossauros, sobretudo do Jurássico de Portugal. É autor ou co-autor de mais 200 publicações nesta área e já há três décadas que  participa e organiza escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Octávio Mateus é conhecido do grande público sobretudo enquanto especialista em dinossauros. Porque essa é, de facto, a sua principal área de investigação, mas também porque o imaginário destes répteis que dominaram a Terra até há 66 milhões de anos é, por motivos vários, o que mais atrai a atenção das pessoas. Mas a área do convidado, a Paleontologia, é muito mais do que simplesmente dinossauros. É uma área da ciência que vai beber simultaneamente à Biologia e à Geologia para tentar explicar a História da vida na Terra nos últimos (pelo menos) 3.5 mil milhões de anos, e nas suas mais variadas formas. Esta foi, como vão perceber, uma conversa cheia (o Octávio é um excelente conversador), na qual abordámos imensos temas. Falámos sobre a História da vida na Terra, desde os primeiros organismos unicelulares até aos dinossauros, aos mamíferos e ao homo sapiens. Falámos do processo da evolução por selecção natural, e do modo como ele é muitas vezes contra-intuitivo (um tema que já tinha abordado nos dois episódios que gravei com o PGM). Falámos também de fósseis, que são a matéria-prima principal de um paleontólogo.  E, claro, falámos (muito) sobre dinossauros: quantos eram, o que sabemos sobre eles, o que não sabemos, e ainda...o que é que os pássaros nos podem dizer sobre eles. Porque a verdade é que os pássaros descendem directamente dos dinossauros. Aliás, formalmente, os pássaros são um tipo de dinossauro, pois descendem (são, aliás, os únicos descendentes) do grupo ao qual pertencia nada mais nada menos do que o famoso tiranossauro rex. _______________ Índice da conversa: (02:57) O que é a Paleontologia? (05:46) É possível ressuscitar espécies extintas? | Lobo-da-tasmânia (08:49) O que é um fóssil? | Fósseis de tecidos moles. | Quais as condições ideiais para a fossilização? | Como se faz a datação de um fóssil? | Qual é o fóssil mais antigo? (25:51) Macro-história da evolução da vida na Terra | 890-million-year-old sponge fossil may be the earliest animal yet found | Explosão do Câmbrico. | Corrida ao armamento evolutiva (49:19) Quando surgiram os dinossauros? | Conseguimos saber quantas espécies havia? | Os mamíferos | Evolução da biodiversidade na Terra ao longo do tempo. | Os vários eventos de extinção. | paleontologia.pt (55:02) As três grandes famílias de dinossauros. | Debate em torno de paper recente saído na Nature (57:43) Porque é que os dinossauros (e os pássaros) desenvolveram sacos de ar no interior do organismo? (1:01:57) O modo como o passado evolutivo de uma espécie restringe as adaptações que pode desenvolver. | O exemplo do nervo vago | O exemplo das hemorroidas.  (1:06:49) Como era possível os saurópodes serem tão grandes? Comparação com os cavalos. “Corrida ao armamento evolutiva” | Lei de Cope | Porque foram os maiores dinossauros aqueles que se extinguiram?  (1:14:55) As peculiaridades das espécies nas ilhas. Elefantes anões (extintos) (1:17:03) Aves vs (outros) dinossauros: os dinossauros tinham penas | Exaptações | Escamas.   (1:20:36) Porque é que a taxonomia de Lineu deixa de fazer sentido numa visão global da história da evolutiva da Terra (1:23:34) O que nos dizem as aves (e os répteis) sobre como eram os dinossauros? | Phylogenetic bracketing | Como no filme Jurassic Park foi feito o rugido do T-rex  (1:26:19) O que sabemos sobre como eram os dinossauros (fisionomia, comportamento, etc)? | Os dinossauros eram de sangue quente ou frio? Qual é a vantagem do sangue quente? Porque evoluiu? (1:32:24) A principal interrogação do convidado sobre os dinossauros. | Quanto tempo dura cada espécie? | Known unknowns vs unknown unknowns  (1:37:15) O que causou a extinção dos dinossauros (Cretaceous–Paleogene extinction event) |  (1:43:30) Há esperança de encontrar DNA de dinossauros? | Possível descoberta de DNA de t-rex | Record de DNA (completo) mais antigo (mamute) (1:46:24) Livro recomendado: A Ascensão e Queda dos Dinossauros, de Steve Brusatte _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luí­s Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nascido em 1975, é Professor Associado de Paleontologia na Universidade Nova de Lisboa (FCT). É licenciado em Biologia (Univ. de Évora) e Doutorado em Paleontologia pela Universidade Nova de Lisboa. O seu principal tema de interesse é a paleontologia de dinossauros (ossos, ovos e pegadas), sobretudo do Jurássico de Portugal, mas também aborda outros répteis (mosassauros, plesiossauros, crocodilos, tartarugas, etc.). É autor ou co-autor de mais 200 publicações (capítulos de livros, artigos científios e resumos de conferências). Desde 1991 que participa e organiza em escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros. Em Angola descobriu o primeiro dinossauro desse país no âmbito do Projecto PaleoAngola. O seu interesse por dinossauros já o levou a realizar escavações a Estados Unidos, Brasil, Gronelândia, Laos, Tunísia, Moçambique, Mongólia, Marrocos e Angola. É Investigador Associado do AMNH - Museu Americano de História Natural (New York) e do Museu da Lourinhã.
10/20/20211 hour, 50 minutes, 50 seconds
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#108 Aires Almeida - Para que serve a Arte?

O convidado é licenciado e mestre em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à filosofia da arte. Dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva e é autor de vários livros, entre os quais O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019). -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Foi sobretudo este último -- sobre o que é, afinal, a arte -- o mote para a nossa conversa.  Já há muito tempo que queria falar sobre arte no 45 Graus. É um tema obviamente com muito pano para mangas; afinal, não há ninguém que não aprecie alguma forma de arte, seja ela a pintura, a música ou o cinema.  No entanto, faltava-me encontrar um convidado que tivesse a abordagem certa. Porque a verdade é que a arte, como depende muito da nossa sensibilidade individual, é um tema que se presta muito a análises, digamos, pouco… objectivas.  Ou é discutido numa lógica puramente subjectiva, do tipo: “adooooro o Tarantino” -- ou a Paula Rego (ou, pelo contrário eles “não me dizem nada”). Ou é discutido de uma forma quase religiosa, com uma admiração cega por tudo o que é de determinado artista, seja ele o David Bowie ou Picasso. (A nossa conversa começa precisamente por este ponto). Ou então, mesmo quando encontramos uma discussão acesa sobre arte, como é comum por exemplo na crítica de cinema, o que vemos, na verdade, muitas vezes, é uma discussão com superlativos a mais e objectividade a menos. De certa forma, pode dizer-se que estive este tempo todo à espera de um convidado como o Aires Almeida, que consegue falar sobre arte de forma cativante mas sem peneiras nem poses. O nome dele foi-me sugerido pelo Desidério Murcho, outro grande convidado do 45G, a quem agradeço. O ponto de partida para a nossa conversa foi o mais elementar de todos: o que é a arte? Que aspectos são comuns a formas tão diferentes de arte como a pintura, a música ou a literatura e que, no entanto, as distinguem de outras actividades humanas? E porque é que a arte é algo que consideramos valioso -- o que é que a arte nos dá? Dá-nos prazer, claramente, mas pode também ser uma fonte de conhecimento? Ou é simplesmente um tipo de experiência diferente dos outros todos? Foi uma longa conversa, na qual percorremos uma série destes aspectos da natureza da arte. _______________ Índice da conversa: (03:04) não devemos tratar a arte como algo sagrado, não tem valor intrínseco. (Noël Carroll, filósofo)  (12:34) Os vários problemas filosóficos em torno da arte | O que é arte? Diferentes tipos de definições. | Casos-fronteira. Gato Fedorento - Lusco Fusco | Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (25:09) Porque é que, enquanto sociedade, valorizamos tanto a arte e os artistas? | O que é a Arte?, de Lev Tolstói (29:19) Há muita arte má. A falácia da divisão. | Gerhard Richter | Muita arte poderia ser destruída.  (35:55) A arte enquanto fonte de prazer. Robert Nozick e a “máquina das experiências” | O entretenimento é inimigo da arte? (41:27) A arte enquanto fonte de conhecimento? Jerome Stolnitz on the cognitive triviality of art | A arte enquanto estímulo dos sentidos. | A arte enquanto fonte de uma ‘experiência estética’ que é única. | A música é universal?  (54:30) A arte enquanto meio para experienciar emoções que de outra forma não teríamos (ou sem ter o custo associado). (Porque é que as pessoas ouvem música triste e vêem filmes de terror?) (01:01:01) O papel no valor que a Humanidade da arte da admiração pelo/a génio do artista. (01:06:17) Por que admiramos mais o talento do que o esforço? | A ‘regra’ das 10,000 horas de treino | Livro “Guitar Zero”, de Gary Marcus | Livro “The Sense of Style”, de Steven Pinker  (01:14:04) A intenção do artista importa para o valor da obra? | Ensaio “A morte do autor”, de Roland Barthes |  (01:20:43) Quando a arte se torna um mero adereço social (a “pose” dos artistas e dos críticos de arte). | Música atonal. | Os Abba (01:23:43) Quando a mesma música ou o mesmo filme nos despertam reacções diferentes em momentos diferentes da vida. | “Voando sobre um ninho de cucos” | A dificuldade em apreciar devidamente obras marcantes antigas que foram revolucionárias na altura. | Pulp Fiction. | Filmes de Manoel de Oliveira. | Ulysses, de James Joyce (01:33:07) Obras falsas podem ser consideradas arte? Documentário Netflix “Made You Look”. | Han van Meegeren. O falsificador que engazopava nazis. | Nelson Goodman (filósofo) | O urinol de Marcel Duchamp  (1:39:19) ...de volta ao problema da Definição da Arte: como classificar a arte de vanguarda? | Anti-humor | Nick Zangwill (filósofo) (1:45:54) Livro recomendado: “Investigações Estéticas - Ensaios de filosofia da arte”, de Jerrold Levinson  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, onde também obteve o grau de Mestre em Filosofia da Linguagem e da Consciência (2005), com uma tese sobre filosofia da arte. É professor de Filosofia do ensino secundário, colaborador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (Grupo LangCog) e, desde 2017, é membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia. É autor dos livros O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019), coautor, com Desidério Murcho, de Janelas Para a Filosofia (2014, entretanto esgotado) e de vários outros livros didácticos de filosofia. Desde 2006 dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva Publicações. Vive em Portimão, mas é natural de Vila Nova de Foz Côa.
10/6/20211 hour, 48 minutes, 9 seconds
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#107 Filipe Teles - O imperativo da descentralização e as peculiaridades do poder local em Portugal

O convidado é doutorado em ciência política e professor na Universidade de Aveiro, onde também faz parte da equipa reitoral, enquanto pro-reitor. Filipe Teles é um investigador consagrado em temas relacionados com a governação local, com publicações em várias revistas académicas de referência, sendo actualmente presidente da European Urban Research Association.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O tema da nossa conversa foi descentralização e poder local em Portugal e o mote foi o ensaio com o mesmo nome que o convidado lançou este ano, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Para além disso, já tinha participado em 2018 na equipa responsável pelo estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal, publicado pela mesma fundação, e que também discutimos no episódio.  E porquê discutir o tema da descentralização política, ou seja a transferência de poderes do Estado central para as autarquias? Por vários motivos. Por um lado, porque, como iremos ver, Portugal é um país onde o poder está ainda muito concentrado no Estado central. Isto tem uma série de efeitos negativos, seja sobre a equidade da representação política seja sobre o próprio desenvolvimento do país, e é um modelo que faz pouco sentido no século XXI.  Por outro lado, porque apesar de nas últimas décadas já se terem tomado algumas medidas de descentralização, este continua a ser um tema pouco querido quer pela imprensa quer pelos políticos. Ainda no início deste mês, soube-se que o governo não tinha levado por diante a nova fase da descentralização que tinha originalmente planeado para o início do verão passado. E finalmente, claro, é uma boa altura para discutir este tema porque estamos a dias das eleições autárquicas, nas quais serão escolhidos os representantes dos cidadãos nos órgãos políticos teoricamente mais próximos da população. São, recorde-se, um total de 308 municípios e 3092 freguesias.  Começámos a nossa conversa pelo ponto de partida óbvio: saber como compara Portugal com outros países em termos de centralização do poder político. E, como veremos, compara mal. Mas o nosso centralismo, como também discutimos, não é só um problema de instituições: é também um problema cultural, com várias manifestações que todos mais ou menos conhecemos. A política nacional domina, de longe, a atenção dos politicos, dos media e da maioria das pessoas que se interessam pelo tema. Por outro lado, porém, também não ajuda a corrigir a este centralismo as insuficiências que a governação local muitas vezes tem. Essas limitações, como vamos ver, estão, em parte, relacionadas com algumas peculiaridades do nosso sistema eleitoral e de governo autárquico, que é complexo, pouco transparente e pouco amigo da participação da população.  Para não nos ficarmos só pelo lado negativo, abordámos também as melhorias que, apesar de tudo, têm sido conseguidas na qualidade do poder local e na promoção da descentralização em Portugal; e falámos das reformas mais relevantes que se podem tomar para continuar esse caminho.  Uma dessas reformas possíveis é, claro, a regionalização. Mas essa é, como refere o convidado, apenas uma forma, de entre várias, de promover uma maior descentralização no país.  _______________ Índice da conversa: (6:46) Quão centralizado é Portugal? (15:40) O problema de termos um modelo de governação local único, que não tem em conta a existência de municípios com dimensões e desafios muito diferentes (18:18) O centralismo de Portugal é também um problema cultural? | Lisboa não é a capital oficial | Livro “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett (28:51) As insuficiências do governo e da democracia local em Portugal. | As peculiaridades do nosso sistema de poder autárquico: o excessivo peso do(a) presidente de câmara, a falta de protagonismo das assembleias municipais, a existência de juntas de freguesia. (43:52) Os círculos por distrito no sistema eleitoral das Legislativas e outros problemas mais amplos da arquitectura do sistema político em Portugal.  (49:25) As regiões não podiam reclamar um papel mais activo no espaço público? | O aumento do associativismo municipal nos últimos anos, via comunidades intermunicipais. O papel dos fundos comunitários | O caso caricato de terem sido secretários de Estado (do governo central) a assegurar a coordenação regional do combate à pandemia (57:45) Principais melhorias no passado recente na qualidade do poder local e no aumento da descentralização (1:02:08) Que reformas faltam ainda fazer? A necessidade de aumentar a transparência da governação local (1:06:31) O que dizem os dados sobre as diferenças na qualidade da governação entre municípios? | Estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal (FFMS) (1:17:15) Livro recomendado: Uma Teoria da Democracia Complexa, de Daniel Innerarity  _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, na Universidade de Aveiro. Desempenha, actualmente, a função de Pró-reitor para o desenvolvimento regional e política de cidades. Doutorado em Ciências Políticas e membro da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas, onde tem desenvolvido trabalho de investigação em governação e administração local e regional, reformas territoriais, liderança política e inovação. É autor e co-autor de vários artigos em revistas académicas de referência. As publicações mais recentes incluem o livro “Local Governance and Inter-municipalCooperation” (2016: Palgrave, UK) e a co-edição dos volumes “Close Ties in European Local Governance”, “Inter-municipal Cooperation in Europe: Institutions andGovernance” e “Sub-Municipal Governance in Europe: Decentralization Beyond the Municipal Tier”, em 2018, pela mesma editora. Coordena o Programa Integrado de I&D “CeNTER Redes e Comunidades para a Inovação Territorial” (CENTRO 2020) e o Projeto de IC&DT “DECIDE Governação Territorial Descentralizada” (FCT – POCI). Integra, ainda,as equipas de investigação dos projetos “Unalab: UrbanNature Labs” (Horizon 2020), “Ô: circular, integrated andsymbiotic use of water” (H2020), “Qualidade da Governação Local em Portugal” (Fundação Francisco Manuel dos Santos) e “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses”. É membro da Associação Portuguesa de Ciência Política(coordenador da Secção de Governação e Política Local), da Political Studies Association (UK), da AmericanPolitical Science Association, e – actualmente – integra o Steering Committee of the Local Government and Politics Standing Group do EuropeanConsortium for Political Research, e o Board do Research Committee on Comparative Studies on Local Governmentand Politics da International Political ScienceAssociation.
9/22/20211 hour, 19 minutes, 45 seconds
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#106 Catarina Vieira de Castro - Lobos, cães, métodos de treino e experiências com bebés

A convidada é bióloga de formação e actualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, da Universidade do Porto, dedicando-se ao bem-estar e comportamento canino.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar No seu projecto de pós-doutoramento, que discutimos no episódio, a convidada investigou os efeitos dos vários métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e na sua relação com o dono. Esta investigação despertou grande interesse na comunidade científica e teve destaque nos media internacionais. Para além de investigadora, a Catarina é também treinadora de cães, com formação na área. Esta dupla condição de investigadora e treinadora dá-lhe uma perspectiva invulgarmente sólida -- e retira-lhe, se calhar, alguns vieses que cada um dos campos inevitavelmente tem. Começámos a nossa conversa a tentar perceber como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. É que o cão foi, por larga margem, o primeiro animal a ser domesticado pelos humanos. Não se tem ainda a certeza sobre exatamente quando. A estimativa mais conservadora aponta para 14 mil anos, portanto, antes da invenção da agricultura, depois da qual foram adoptados todos os outros animais que nos são familiares.  Os cães têm, por isso, desde sempre, uma ligação muito próxima aos humanos, e ao longo do tempo, o homem foi selecionando na espécie canina várias características para se adaptarem a nós (embora, como iremos ver, não todas as que os distinguem dos lobos). Falámos também sobre os diferentes métodos de treino, mais baseados em castigo ou em recompensas, e sobre o que a investigação mostra sobre, por um lado, qual dos métodos é mais eficaz e, por outro, quais os efeitos no bem estar dos animais. Isto levou-nos a discutir também a mente dos cães. O facto de serem, como nós, um animal social, e de viverem há milhares de anos numa relação muito próxima com os humanos faz com que tenham muitas parecenças connosco. Mas também têm mais diferenças do que às vezes queremos reconhecer.  E, no entanto, a verdade é que não param de surpreender. Já no final da conversa, falámos ainda de um tipo de treino inovador recente, que tem dado muito que falar, o chamado treino de imitação, em que, aparentemente, é possível ensinar um cão a imitar aquilo que fazemos, mesmo que nunca tenha visto aquele movimento antes. A confirmar-se, este tipo de treino permite não só ensinar muito mais rápido um determinado comportamento, face aos métodos tradicionais, como permite alargar o leque de acções que podemos ensinar aos cães. __________________________ Índice da conversa (carregar no indicador de tempo para saltar para esse mm:ss) (04:10) Como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. Duas hipóteses concorrentes. | Cães ferais (selvagens) (16:00) Experiências de Dmitry Belyayev com raposas (21:52) O papel do brincar no desenvolvimento cognitivo dos cães (25:22) Métodos de treino de reforço negativo vs reforço positivo (castigo vs recompensa). | Os exageros que se criaram sobre as alcateias (e as matilhas) funcionarem com base numa hierarquia social linear rígida. Cesar Millan. | Método de Pavlov de condicionamento: associação entre estímulos vs método de Skinner: condicionamento operante. Treino de ‘clicker’. | Evolução da filosofia de treino dos cães acompanhou as mudanças na própria educação das crianças. (38:05) A importância da disciplina / autoridade no treino dos cães. | A hierarquia e a dominância entre os cães. Estrutura social das matilhas vs alcateias. (44:40) Por que não serve de nada castigar o cão quando chegamos a casa e ele fez asneira na nossa ausência. Experiência do ‘guilty look’ (54:40) O que mostra a investigação da convidada sobre efeito dos métodos de castigo vs de recompensa no bem-estar do animal?. Experiências com copos. (1:06:13) Experiências de vinculação em cães adaptadas da investigação de vinculação em bebés (teste da situação estranha de Ainsworth). Efeito de base-segura.  (1:16:16) Treino de imitação (‘do as I do’) | princípio da parsimonia na Ciência (1:28:22) Border collie que decorou 1022 palavras (1:31:35) Livros recomendados: The Domestic Dog: Its Evolution, Behaviour and Interactions with People, de James Serpell | Dog Sense, de John Bradshaw | Culture Clash, de Jean Donaldson __________________________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues __________________________   Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira Bio: Catarina Vieira de Castro, bióloga de formação, é atualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, Universidade do Porto, Portugal. Desenvolve investigação científica em aprendizagem e comportamento animal desde 2008 e, mais recentemente, direcionou o seu trabalho para a área do bem-estar e comportamento canino. O seu projeto de pós-doutoramento recentemente concluído, onde investigou os efeitos dos métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e no seu vínculo com o dono, despertou grande interesse na comunidade científica e também uma cobertura de destaque nos media a nível internacional. Catarina também já desenvolveu trabalhos como treinadora de cães, contando com diversas formações na área, e é uma apaixonada por desportos caninos.
9/8/20211 hour, 37 minutes, 27 seconds
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#105 [EN] Fons Trompenaars - Reconciling cultural differences (between countries and within organisations)

(The episode starts after a short introduction in Portuguese) O convidado é autor e consultor na área da gestão das organizações e da comunicação inter-cultural. Conhecido sobretudo pela autoria de um dos modelos de diferenças entre culturas nacionais mais conhecidos, que popularizou no livro "Riding the Waves of Culture", publicado em 1993.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O modelo de Trompenaars é -- juntamente com o modelo de Hofstede que já referi várias vezes no podcast -- uma das referências quando se trata de comparar culturas entre diferentes países. Nenhum dos dois modelos é perfeito -- até porque implicam necessariamente generalizar as culturas de países com milhões de pessoas com crenças e valores muito distintos --, mas a verdade é que há inegavelmente padrões nas culturas nacionais, e ler livros como o de Trompenaars muda a maneira como entendemos as reacções de pessoas de outras culturas. Ao longo da conversa, discutimos algumas das dimensões do modelo do convidado, como as culturas mais e menos emocionais, e mais e menos individualistas. Falámos também sobre como é possível ‘reconciliar’ os dilemas que surgem quando diferentes culturas entram em conflito -- por exemplo dentro de empresas multinacionais. O autor tem adaptado este estudo sobretudo em aconselhar empresas que actuam entre vários países sobre como gerir as diferenças de culturas nos vários países em que operam. Como se adivinha, as organizações com maior sucesso são aquelas que mais bem conseguem articular estes desafios.  Índice da conversa: Fons Trompenaars Trompenaars Cultural Dimensions Modelo de Hofstede What is culture Ed (Edgar) Schein Model of Organization Culture Culture shocks Culture as the most persistent difference between countries Why are there different cultures to begin with? Charles Hampden-Turner Neutral vs emotional cultures The Civilizing Process, Norbert Elias Specific vs diffuse cultures On why both ends of a cultural trait have benefits On why compromise is not necessarily the best solution Dilema reconciliation Universalism vs Particularism The dilemma of the car crash  The ascension of China.  Fons’s recent book: "Has China Devised a Superior Path to Wealth Creation? The Role of Secular Values" Is individualism good? Relation to inequality Milton Friedman's 1970 New York Times article: “The Social Responsibility Of Business Is to Increase Its Profits” Explaining performance of organisations by their ability to reconcile dilemmas Charles Handy On the problem of jobs which add a lot of value to society but are poorly paid American individualism Examples of dilemma reconciliation Apple,  Formula 1 Myers–Briggs Type Indicator (MBTI) How to assess individual performance in more collectivist cultures? How to avoid free riders without measuring individual performance? Shame-based vs guilt cultures The case of the Portuguese culture Can you change a national culture? The case of Royal Dutch Shell The case of Lee Kuan Yew in Singapore   Obrigado aos mecenas do podcast: Galaró family, Miguel van Uden, José Luís Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite, Abílio Silva, BFDC Tomás Costa, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gil Nogueira, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Manuel Martins, Ricardo Duarte, ARUNE BHURALAL, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Isabel Moita, Rita Sá Marques, Ricardo Leitao, António Mendes Silva, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, paulo matos, Luís Brandão, Joao Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, JOÃO MOURA, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Tomás Saraiva, Rui Antunes7, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Joel, Nuno Malvar, Pedro L, Ana Rita Laureano, João Diamantino, Nuno Lages, Manuel Botelho da Silva, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Frederico Apolónia, Hélder Moreira, José Losa, Pedro Brito, Wedge, João Ferreira, Rui Vilao, Nuno , Jorge Amorim, Francisco Valente, Bruno Amorim Inácio, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Carlos Silveira, Francisco L. Bermúdez, Nelson Poças, joana antunes, Ana Sousa Amorim, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Alexandre Freitas, Robertt, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , isosamep, Francisco Vasconcelos, Duarte , Miguel Palhas, Hugo Correia, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Maria Oliveira, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Pedro F. Finisterra, Bruno Machado, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Luis Gomes, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , João Castanheira, Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Vasco Sá Pinto, Nuno Santos, Luís Santos, António Queimadela, Artur Castro Freire Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Dr. Fons Trompenaars is recognised around world for his work as consultant, trainer, motivational speaker and author of various books on all subjects of culture and business. He has spent over 30 years helping Fortune 500 leaders manage and solve their business and cultural dilemmas to increase global effectiveness and performance, particularly in the areas of globalisation, mergers and acquisition, HR and leadership development. Listed regularly as one of the world’s most influential, living, management thinkers, he has been awarded the International Professional Practice Area Research Award by the American Society for Training and Development. Fons was voted one of the top 20 HR Most Influential International Thinkers 2011 by HR Magazine. He is also ranked in the Thinkers50 2011, 2013 and 2015 as being one of the most influential management thinkers alive. He was inducted in the Thinkers50 Hall of Fame in 2017 which salutes distinguished Management Thinkers and their contributions whose names and legacies are added to the ranks of those who have arrived before them. They are distinguished thinkers who have all made a lasting and vital impact on how organizations are led and managed. They are the giants upon whose shoulders managers and leaders stand. Fons joined Shell in 1981 and moved into the Personnel Division for Shell in Rotterdam. From 1985, he worked in job classification and management development at the Shell Research Laboratories in Amsterdam. In 1989 he founded the Centre for International Business Studies, a consulting and training organization for international management. Since 1998 we operate as Trompenaars Hampden-Turner. Fons Trompenaars has worked as a consultant for Shell, BP, ICI, Philips, Heineken, TRW, Mars, Motorola, General Motors, Nike, Cable and Wireless, CSM and Merrill Lynch. Fons wrote Riding the Waves of Culture, Understanding Cultural Diversity in Business. This book sold over 120,000 copies and was translated into 16 languages amongst them, French, German, Dutch, Korean, Danish, Turkish, Chinese, Hungarian and Portuguese. He is co-author amongst others of Nine Visions of Capitalism: Unlocking the Meanings of Wealth Creation and Rewarding Performance Globally.
8/5/20211 hour, 31 minutes, 22 seconds
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#104 José Homem de Mello - Cães como nós

O convidado é juiz de exposições caninas internacionais (acreditado pela Federação Cinológica Internacional) e criador de cães da raça Basset Hound, tendo já criado 15 cães campeões do mundo e vencido o prémio máximo na Exposição Canina Mundial de 1995 (uma das únicas vitórias de um português nesta competição). -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Tirando partido da experiência do convidado enquanto criador e juiz de exposições internacionais, falámos sobretudo dos vários tipos de raças que existem (e são quase 400 no total!): das diferentes funções, da história e do temperamento de cada raça.  Na verdade, embora o ser humano tenha vindo a fazer há milhares de anos uma selecção artificial na espécie canina, selecionando os cães com melhores características para diferentes funções, a verdade é que as raças, tal como as conhecemos hoje, têm uma origem muito mais recente. Foi na Inglaterra do século XIX que surgiram as exposições caninas e, com elas, o movimento que levou à organização e ao apuramento das raças que originou a maioria das raças que conhecemos hoje.  O standard das exposições caninas é hoje definido pela Federação Cinológica Internacional, que divide as raças de cães em dez grupos (e ainda outro composto por raças que ainda não foram aprovadas e catalogadas).  Por isso, começámos o episódio a percorrer essa lista de dez grupos de raças para compreender o que distingue estes tipos de raças -- que vão dos cães pastores, aos de caça, passando pelos cães de companhia e os cães de guarda. Falámos do que distingue os vários tipos de raça em termos de história, função, aspecto, etc. Uma nota: logo no início desta descrição, o José enganou-se e começou pelo grupo 2, o dos cães de guarda, em vez do nº1 (dos cães pastores). Por isso não estranhem -- o convidado depois clarifica. A partir das funções das várias raças, a conversa levou-nos a falar sobre as raças portuguesas (e são várias) e sobre uma série de outros temas. Falámos sobre o exagero que houve no apuramento de algumas raças e que gerou cães com sérios problemas de saúde, como o bulldog (que tem até dificuldade em respirar). ...falámos também do movimento anti-corridas de galgos, das chamadas “raças perigosas”, das vantagens e desvantagens de escolher um cão rafeiro, da nova tendência de cruzar, propositadamente, cães de raças diferentes -- entre muitos outros temas.  Comecei por perguntar ao convidado: “de onde é que vem o cão, enquanto espécie?”   Índice da conversa: Origem do cão a partir do lobo cinzento Raças primitivas Pharaoh Hound Os 11 grupos de raças de cães reconhecidas pela Federação Cinológica Internacional Pastores Guarda Terriers Teckel (salsicha) Cães primitivos e spitz Porque não evoluíram mais os cães primitivos? Cães de caça: hounds de farejo Cães de caça: cães de parar Pointer descende do Perdigueiro Cães de caça: retrievers Labrador Golden vs labrador retriever Cães de companhia Caniche Cães de caça: galgos (hounds de visão; caça em velocidade) Movimento anti-corridas de galgos Valorizar o tipo (aspecto exterior) ou a função? Raças portuguesas em perigo de extinção O movimento de standardização das raças na Inglaterra do século XIX e o início das exposições caninas Estalão (standard) das diferentes raças Exageros no aperfeiçoamento estético das raças Raças mais generalistas vs raças mais especializadas Diferenças comportamentais entre raças Por que Obama escolheu um cão de água português? Uso de cães para novas funções (detecção de droga, doenças, protecção de pessoas doentes, etc) Cross-breeds (cruzamentos de raças) Labradoodle American bully Como escolher uma raça Simulador do American Kennel Club Rafeiros são boa ideia? Basset hound  Caes de raças perigosas Caes de guarda  Podengo português Weimeranan Border collie Inteligência dos cães Melhores Raças portuguesas Podengo Cão de água Perdigueiro Barbado da Terceira Cão do Barrocal Algarvio Cão de Água Português Livros recomendados: Livro de raças portuguesas,  The Kennel Club's Illustrated Breed Standards   Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Editor durante 41 anos, atualmente  reformado. Como seu hobby cria a raça Basset Hound desde 1984 tendo já criado 15 campeões do mundo e obtido inúmeros prémios a nível nacional e internacional, de entre os quais se destaca o melhor exemplar de todas as raças na Exposição Canina Mundial 1995, onde estiveram.
7/21/20211 hour, 26 minutes, 33 seconds
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Regresso & novidades

7/3/20213 minutes, 15 seconds
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#103 Mafalda Pratas Fernandes - “Porque está hoje tão polarizada a política nos EUA?”

A convidada nasceu em Minneapolis, nos EUA, cresceu em Lisboa, e regressou à América em 2012, onde se licenciou em Economia e Ciência Política. Actualmente, está a terminar o doutoramento em Ciência Política na Universidade de Harvard, com uma tese sobre o efeito dos partidos políticos e das instituições no processo de representação, comparando a realidade nos EUA, no Reino Unido e na Europa continental. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Esta foi uma conversa bem longa em que percorremos um leque enorme de aspectos que caracterizam e explicam a política norte-americana. Comecei por perguntar à convidada como foi que chegámos ao nível actual de enorme polarização política. Para compreender devidamente este estado de coisas é preciso recuar aos anos 1960 e à aprovação do Civil Rights Act of 1964, no tempo do presidente Lyndon Johnson, que pôs fim à segregação racial que existia ainda em vários estados (sob aquilo que ficou conhecido como as ‘Leis de Jim Crow’). Para perceber as causas históricas da polarização actual é preciso, no entanto, compreender como funciona o sistema político americano, nomeadamente as instituições e regras que condicionam e influenciam a maneira como a vontade política dos cidadãos é reflectida na política. E foi disso que falámos durante o resto da conversa. A principal característica do sistema político americano é a estrita separação de poderes que a Constituição impõe. Há três poderes: legislativo, executivo e judicial. O legislativo é atribuído ao Congresso (o parlamento), e está também ele dividido entre duas câmaras: a Câmara dos Representantes e o Senado. O poder executivo, por seu lado, está no Presidente e no governo, enquanto o poder judicial está entregue aos tribunais e, em particular, ao Supremo Tribunal, que pode vetar leis aprovadas pelo congresso ou decretos presidenciais. A existência de duas câmaras no congresso é resultado em grande medida de se tratar de um sistema federal, isto é, em que os Estados têm um grau grande de autonomia. A ideia é que a Câmara represente os cidadãos no seu conjunto, uma vez que o número de representantes eleitos por cada estado é proporcional à respectiva população, enquanto o Senado tem uma ligação mais estreita aos Estados enquanto unidade política, uma vez que cada Estado é representado por dois senadores, independentemente da sua população. Há ainda uma série de particularidades do sistema americano de que falámos na conversa, e que influenciam a forma como a política funciona na prática. São exemplos destes o grande poder dos Estados em comparação com outros sistemas federalistas, a regra do ‘Filibuster’ no Senado, as eleições por círculos uninominais e o chamado ‘gerrymandering’, a existência de apenas dois partidos políticos (e com características diferentes dos europeus), a escolha dos candidatos presidenciais através de eleições primárias, o papel Colégio Eleitoral na eleição presidencial ou, ainda, os vários poderes do presidente, para lá daqueles que a Constituição define formalmente. Mais para o final da conversa, falámos ainda de algumas melhorias institucionais que podem a ajudar diminuir este clima de polarização, e melhorar o funcionamento da política, e a convidada partilhou a visão dela sobre o que pode ser o futuro próximo da política americana.    Índice da conversa: Como chegámos ao nível de polarização política actual Franklin D. Roosevelt (FDR) Mudanças nos anos 1960 Newt Gingrich Segregação racial: Brown v. Board of Education Leis de ‘Jim Crow’ Lyndon B. Johnson (LBJ) Porque é que o Partido Democrata agiu como agiu, sabendo à partida que ia perder eleitores no sul? ‘Southern strategy’ do Partido Republicano A polarização actual Estudos sobre polarização: ‘Polarized America’, de Nolan McCarty, Keith T. Poole e Howard Rosenthal Características e limitações do sistema político americano Sistema eleitoral Teorema do votante mediano Affordable Care Act (Obamacare) Supremo tribunal Pete Buttigieg (candidato às primárias do P.Democrata em 2020) Caso ‘Marbury v. Madison’ Juan Linz (cientista político) Senado e a regra do ‘Filibuster’ Eleições ‘Midterms’ Porque há tanta abstenção nos EUA? Círculos uninominais Gerrymandering  Colégio Eleitoral National Popular Vote Interstate Compact Convenção constitucional - ‘Virginia Plan’ Senado vs Câmara dos Representantes Federalismo e o peso dos Estados no sistema político dos EUA O poder do Presidente: ‘executive orders’ Dificuldade em criar um Estado Social nos EUA Alberto Alesina - ‘Why Doesn’t the United States Have a European-Style Welfare State?’ A questão racial Voting Rights Act de 1965 Decisão 2013 do Supremo Tribunal Juíza Ruth Bader Ginsburg (‘notorious R.B.G.) Potenciais reformas institucionais futuras Processo eleitoral  Representação proporcional  ‘Lei de Duverger Porque só há dois partidos nos EUA, mesmo com centenas de distritos eleitorais? Teoria de Jonathan Haidt sobre as causas da polarização Livro ‘Democracy for Realists: Why Elections Do Not Produce Responsive Government’ -- Christopher H. Achen e Larry M. Bartels Diferenças entre partidos americanos e europeus O poder oculto do Presidente: líder informal do partido.  Sistema de primárias  Eleições presidenciais de 2021. Joe Biden.  Bernie Sanders Futuro da polarização política  Recomendações da convidada: Breaking the Two-Party Doom Loop: The Case for Multiparty Democracy in America, de Lee Drutman How Democracies Die, de Levitsky & Ziblatt Mrs America (série)   Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Mafalda Pratas Fernandes nasceu em Minneapolis, MN (EUA), cresceu em Lisboa, e regressou aos Estados Unidos em 2012, onde se licenciou em Economia e Ciência Política na Universidade de Illinois Urbana-Champaign. Actualmente, é doutoranda em Ciência Política na Universidade de Harvard, onde está a completar a sua dissertação sobre o efeito dos partidos políticos e das instituições no processo de representação. Estuda, em particular, os contextos europeu, britânico e norte-americano em perspectiva comparada. Em Harvard, dá também aulas sobre Democracia, economia política e política comparada e participa ainda num novo projecto, liderado por Daniel Ziblatt e Steve Levitsky, que pretende analisar as crises dos establishments ao longo da história e nos dias de hoje.
3/19/20212 hours, 19 minutes, 39 seconds
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#102 Adolfo Mesquita Nunes - ‘A Grande Escolha’

O convidado é advogado, foi deputado pelo CDS, secretário de Estado do Turismo no governo PSD-CDS e é atualmente vereador da Câmara da Covilhã. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Foi um dos nomes mais votados  para regressar ao podcast (na altura do episódio 100). Eu próprio tinha já vontade de conversar com ele sobre o livro que lançou recentemente -- por isso, juntou-se o útil ao agradável e gravámos este episódio O livro chama-se 'A Grande Escolha' e é um manifesto apaixonado em defesa da globalização enquanto veículo de progresso económico e social. Mas o convidado reconhece que a globalização trouxe também enormes desafios às sociedades actuais, em áreas como o emprego, a habitação ou o modo como devemos lidar com as grandes empresas digitais e potências autocráticas como a China. Por isso, o grosso do livro dedica-se a tentar encontrar respostas a esses problemas, sempre na lógica de rejeitar soluções aparentemente fáceis mas que correriam o risco de levar consigo as próprias vantagens trazidas pela globalização. Durante a conversa, começámos por falar sobre o modo como este problema afecta Portugal, e sobre a necessidade de colhermos mais ainda os benefícios da globalização (gerando maior crescimento económico) mas resolvendo ao mesmo tempo os desafios que ela impõe, e que também já sentimos. No livro, o convidado cobre uma série destes desafios trazidos pela globalização. No resto da conversa, discutimos alguns destes e outros que não couberam no livro. Falámos do aumento da desigualdade nas últimas décadas, e sobre as medidas que os países devem tomar para garantir igualdade de oportunidades; falámos da necessidade de ter um mercado de trabalho dinâmico mas, ao mesmo tempo, com estabilidade para que as pessoas possam ter segurança em planear a sua vida; e, mais no final, discutimos a questão de a par da globalização económica não haver uma globalização política que possa resolver alguns destes problemas na esfera indicada.  Espero que gostem!   Índice da conversa: Livro ‘A Grande Escolha’ A Globalização enquanto mecanismo de geração de riqueza e progresso Como Portugal surge no debate sobre a globalização Desigualdade Thatcher Modelo escandinavo e a importância de gerar riqueza Como repôr a igualdade de oportunidades no mundo ocidental O problema do aumento do preços da habitação Desenvolvimento As vantagens pouco intuitivas de ter empresas grandes A importância de um ambiente concorrencial para a prosperidade A importância de um sistema de justiça funcional O impacto da globalização e da automação no mercado trabalho Polarização no mercado de trabalho, prejudicando os trabalhadores com qualificações intermédias “O país pode estar em média muito melhor mas haver situações individuais que têm que ser resolvidas” A necessidade de garantir estabilidade laboral para as pessoas poderem planear a vida e ter filhos Importância para a natalidade Rendimento Básico Universal? Milton Friedman Salários Será que a renovada aversão das pessoas ao capitalismo tem que ver com o facto de a globalização ter feito com que profissões socialmente úteis não sejam bem pagas? Benefícios da globalização na profissão que podemos escolher. Ausência de uma globalização política a par da globalização económica Ligação ao populismo Yuval Noah Harari - Homo Deus A União Europeia Como reconciliar as pessoas com a Globalização?   Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Adolfo Mesquita Nunes (1977) é licenciado em Direito (2000) e Mestre em Ciências Jurídico-Políticas (2008). Advogado de profissão há dezasseis anos, foi deputado à Assembleia da República (2011-2013) e secretário de Estado do Turismo (2013-2015). Militante do CDS-PP, partido do qual foi vice-presidente (2016-2019). Foi comentador e colunista na SIC, TSF, Visão, no Jornal de Negócios.
2/17/20211 hour, 1 minute, 25 seconds
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#101 Cláudia Ribeiro e Óscar Afonso - Índice de qualidade das elites

Os convidados são professores e investigadores na Faculdade de Economia do Porto (FEP), e são os responsáveis em Portugal pelo estudo ‘índice da Qualidade das Elites’, de que falámos neste episódio. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este índice da Qualidade das Elites foi desenvolvido por dois investigadores da Universidade de St. Gallen, na Suiça (Tomas Casas e Guido Cozzi) e propõe-se fazer algo inovador: medir a qualidade das elites de cada país, na esfera política e na económica. O golpe de asa do índice está em avaliar a qualidade das elites não directamente, o que seria bastante difícil mas medindo as consequências das suas acções em termos do desenvolvimento económico e humano que geram em cada país.  Os investigadores partem da premissa de que em qualquer sociedade existem elites, e que isso não acontece por acaso, porque as elites cumprem, ou podem cumprir, uma função útil na coordenação de recursos (sejam eles pessoas ou recursos económicos), o que é essencial para gerar crescimento e desenvolvimento. A metodologia assume que as elites procuram sempre aumentar o seu rendimento, mas podem fazê-lo de duas formas: ou aumentando a fatia da riqueza do país que conseguem abarcar, ou gerando desenvolvimento económico, o que aumentará tanto a riqueza que lhe cabe como o rendimento da sociedade como um todo. A primeira componente do índice mede isto: se as elites extraem ou sobretudo criam valor para a sociedade. A segunda componente do índice mede o poder das elites em cada país. A ideia é que o poder presente das elites é uma espécie de indicador da capacidade dessas elites para, no futuro, se tornarem extractivas. Ou seja, elites com muito poder podem mais facilmente (não quer dizer que o venham a fazer) abarcar com recursos para elas sem gerar qualquer desenvolvimento para o resto da população. Se vos interessar acompanhar o relatório de qualidade das elites, este ano irá sair uma nova versão do relatório, ampliada a mais países e com revisões metodológicas. Estejam atentos.   Índice da conversa: Indicador O que são elites? Daron Acemoğlu e Robinson - Porque falham as nações A metodologia do índice Mede o desempenho pelas consequências Valor: criação vs extracção de valor (‘rent-seeking’) Poder enquanto condição necessária para extracção futura de valor: alto vs baixo Esfera económica vs política Comparação desta teoria das elites enquanto principal driver do desenvolvimento com teoria das instituições Que indicadores são usados no índice (72 indicadores)? Elites económicas: indicadores de poder e valor Elites políticas: indicadores de poder e valor Fontes utilizadas Trade-off compatibilidade vs profundidade / exactidão Como é que as elites políticas podem criar valor (ou não o fazer)? Resultados: ranking dos países Singapura: nº 1 mas com elites com muito poder Afinal existem “déspotas esclarecidos”?  Comparação com China EUA e Reino Unido As melhores em poder (poder baixo), mas não geral valor correspondente Que efeito tem o aumento da Desigualdade nas últimas décadas? Portugal.  Porque é que as elites políticas geram tão menos valor face às elites económicas? O fraco desempenho das elites políticas Desigualdade regional e o centralismo lisboeta. ...de volta à metodologia do índice Limitações da metodologia: indicadores que beneficiam a classificação de um país mas não deviam Ex: poder económico -- o indicador de ‘posição dominante’ (de empresas num mercado) Melhorias futuras: que indicadores gostavam de acrescentar ou retirar? ...de volta a Portugal Economia paralela Indicador do observatório de Economia e Gestão de Fraude Comparação com outros países Corrupção: cifras negras Problema da falta de protecção de Investidores minoritários em Portugal Indicadores de destruição criativa (Schumpeter) Bottom-line: o que há a corrigir em Portugal   Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bios: Cláudia Ribeiro é doutorada em Finanças pela Warwick Business School, University of Warwick (Reino Unido). É professora auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) onde leciona nos três ciclos de estudos e é membro do CEFUP (Centro de Estudos em Economia e Finanças da Universidade do Porto). É autora de livros, de capítulos em livros e de artigos em revistas científicas internacionais. Tem realizado e coordenado diversos trabalhos de consultadoria. É, ainda, professora convidada e consultora da Porto Business School onde leciona formação executiva e presta soluções in-company e customizadas. Óscar Afonso é doutorado e professor associado com agregação da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Leciona nos três ciclos de estudos – licenciatura, mestrados e doutoramento. É membro fundador do NIFIP (Núcleo de Investigação em Finanças Públicas e Política Monetária) , do OBEGEF (Observatório de Economia e Gestão de Fraude, sendo atualmente seu presidente), CEFAGE-UBI (Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia) e CEFUP (Centro de Estudos em Economia e Finanças d Universidade do Porto). É autor de livros, de diversos capítulos em livros, de mais de 90 artigos em revistas científicas internacionais, de inúmeros working papers e de comunicações em congressos internacionais. Colabora com diversos jornais e revistas da imprensa portuguesa – em particular, Público, Expresso, Visão, Dinheiro Vivo, “i”. Tem realizado trabalhos de consultadoria, como membro da equipa técnica e como coordenador.
1/27/20211 hour, 9 minutes, 54 seconds
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[especial] Perguntas dos ouvintes

Episódio especial em que respondo às perguntas enviadas pelos ouvintes a propósito da comemoração do episódio #100. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar   Livros recomendados: Cultures and Organizations: Software of the Mind - Geert Hofstede  Porque Falham as Nações - Daron Acemoglu e James Robinson  The Righteous Mind - Jonathan Haidt Enlightenment Now - Steven Pinker Gifts Differing - Isabel Briggs Myers and Peter B. Myers Obrigado aos mecenas do podcast: João Baltazar, Tiago Leite, Carlos Martins, Joana Faria Alves, Galaró family, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, João Ribeiro, Miguel Vassalo Abilio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Andreia Esteves, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, João Bernardino, Sara Mesquita, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker, Ricardo Santos Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Hugo Correia, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro, rodrigo brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, João Moreira, isosamep, Telmo, José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Marco Coelho, MANNA Porto, Joao Diogo, José Proença, Francisco Aguiar, Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Jose António Moreira, Luis Filipe, Sérgio Catalão, Alexandre Freitas, Renato Mendes, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, joana antunes, juu-san, Nelson Poças, Fernando Sousa, Francisco López Bermudez, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Carlos Silveira, Nuno Almeida, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Albino Ramos, Luis Miguel da Silva Barbosa, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Fábio Mota, Vítor Araújo, Miguel Mendes, Luis Gomes, Angela Martins, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Salomé Afonso, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Susana Ladeiro, Pedro Miguel Pereira Vieira, Gil Batista Marinho, Jorge Soares, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Maria Virginia Saraiva, João Pereira, Bruno Amorim Inácio, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Nuno , Rui Vilão, João Ferreira,  Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego
1/13/202156 minutes, 10 seconds
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#100 Carlos Fiolhais - Fronteiras da Ciência: buracos negros, exoplanetas, multiversos e muito mais

Carlos Fiolhais é professor catedrático de Física na Universidade de Coimbra, divulgador de ciência, escritor e historiador de Ciência.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este é o episódio nº 100 do 45 Graus! Parece incrível, mas já lá vão uma centena de conversas e outros tantos convidados. Como se lembram, lancei há umas semanas um inquérito para voltarem no convidado anterior que gostavam de ouvir outra vez no podcast. A votação foi renhida e o grande vencedor foi, então, Carlos Fiolhais, que teve a simpatia de aceitar o repto. O que é, ao mesmo tempo, uma coincidência engraçada, porque tinha terminado o nosso episódio original, gravado há quase 3 anos, precisamente a desafiá-lo a regressar ao podcast.  Entre os outros nomes muito votados estiveram: Luís Aguiar-Conraria, Paulo Gama Mota e Adolfo Mesquita Nunes. Conto trazê-los também de volta ao 45 Graus um dia destes.   Índice da conversa: Livros do convidado saídos recentemente História Global de Portugal, com José Eduardo Franco e José Pedro Paiva  Apanhados pelo Vírus - Factos e mitos acerca da COVID-19, com David Marçal  A falta de progressos teóricos no século XXI (até agora) Teoria Quântica de Max Planck Teoria da Relatividade de Einstein Teorias quânticas de campos O desafio de unir a teoria da relatividade geral à teoria quântica Teoria das cordas Maiores progressos deste século na área da física (muitos progressos importantes na recolha de evidência via tecnologias mas pouco na teoria).  Lista de vencedores do Nobel da Física  Frase de Lord Kelvin (aparentemente apócrifa!) Ondas gravitacionais Exoplanetas e sinais de vida fora da Terra Lista de exoplanetas descobertos Descoberta de sinais de vida em Vénus Paradoxo de Fermi Equação de Drake Carl Sagan Contacto (filme) SETI (Search for Extraterrestrial life)  Estrelas de neutrões Blaise Pascal Demócrito Mistérios em aberto na Física Matéria escura CERN Bosão de Higgs Modelo-padrão da Física de partículas  Energia escura  Supernova (tipo de estrelas) Ligação à “constante cosmológica” de Einstein Teoria dos Multiversos Navalha de Ockham Teoria das cordas O papel da estética nas teorias científicas e a preferência pela simplicidade Metafísica (filosofia) Pode a beleza ser explicada pela Ciência? ‘Razão dourada’ (golden ratio) O génio de Einstein Buracos negros Como é que a Teoria da Relatividade prevê a existência de buracos negros  Stephen Hawking Tipos de buracos negros Gigante vermelha (tipo de estrela) Radiação Hawking A Teoria de Tudo (filme) O mistério da origem dos Buracos Negros Ligação ao Big Bang Prémio Nobel da Física 2020 A primeira fotografia de um buraco negro Roger Penrose Quase-cristais Quantum mind A teoria ‘panpsíquica’ Livros recomendados Ciclos de Tempo O Grande, o Pequeno e a Mente Humana Emily Dickinson   Obrigado aos mecenas do podcast: João Baltazar, Tiago Leite, Carlos Martins, Joana Faria Alves, Galaró family, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, João Ribeiro, Miguel Vassalo Abilio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Andreia Esteves, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, João Bernardino, Sara Mesquita, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker, Ricardo Santos Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Hugo Correia, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro, rodrigo brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, João Moreira, isosamep, Telmo, José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Marco Coelho, MANNA Porto, Joao Diogo, José Proença, Francisco Aguiar, Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Jose António Moreira, Luis Filipe, Sérgio Catalão, Alexandre Freitas, Renato Mendes, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, joana antunes, juu-san, Nelson Poças, Fernando Sousa, Francisco López Bermudez, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Carlos Silveira, Nuno Almeida, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Albino Ramos, Luis Miguel da Silva Barbosa, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Fábio Mota, Vítor Araújo, Miguel Mendes, Luis Gomes, Angela Martins, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Salomé Afonso, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Susana Ladeiro, Pedro Miguel Pereira Vieira, Gil Batista Marinho, Jorge Soares, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Maria Virginia Saraiva, João Pereira, Bruno Amorim Inácio, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Nuno , Rui Vilão, João Ferreira,  Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Bio: Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956. Licenciado em Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, em 1982, é professor catedrático de Física na Universidade de Coimbra. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos. Publicou mais de 30 livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto e A Coisa Mais Preciosa que Temos (Gradiva); Ciência a Brincar (Bizâncio); manuais escolares de Física e de Química (Gradiva e Texto Editores); Roteiro de Ciência e Tecnologia (Ulmeiro) e Fundamentos de Termodinâmica do Equilíbrio (Gulbenkian). É autor de cerca de 100 artigos científicos em revistas internacionais (um dos quais com 3500 citações) e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Participou em inúmeros encontros, conferências e ações promovendo a ciência e a cultura científica. Criou o portal de ciência www.mocho.pt. Ganhou em 1994 o Prémio União Latina/JNICT de tradução científica. Ganhou o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004 atribuído pela televisão SIC e pela revista Caras em 2005. Investiga Física da Matéria Condensada e História das Ciências. Foi fundador e diretor do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde instalou o maior computador português para cálculo científico (Centopeia). Dirige a revista Gazeta de Física da Sociedade Portuguesa de Física e é membro da comissão editorial das revistas Europhysics News, da Sociedade Europeia de Física, e Física na Escola e Revista Brasileira do Ensino da Física, da Sociedade Brasileira de Física. Foi diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
12/16/20201 hour, 26 minutes, 39 seconds
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#99(b) Desidério Murcho - Populismo, elites, polarização e redes sociais

Desidério Murcho é professor de Filosofia na Universidade Federal de Ouro Preto, no Brasil, e autor de mais de uma dezena de livros, sobretudo nas áreas da lógica, ética e filosofia da religião. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta segunda parte, demos um salto da lógica teórica para a lógica aplicada, para discutir os problemas actuais que vivem as democracias liberais, com polarização crescente do eleitorado (sobretudo no Brasil onde, recorde-se, o convidado vive), a ascensão do populismo, a difusão de fake news, etc. Em relação a este problema, o convidado tem uma visão muito original e propõe uma solução pouco convencional e até algo controversa. Mas que, sobretudo, que dá que pensar. Foi uma das discussões mais estimulantes que tenho tido aqui no podcast. Espero que gostem   Índice da conversa: Comunicação de David Hilbert sobre os problemas em aberto na matemática em 1900 Racionalidade Tribalismo Vieses cognitivos Liberalismo clássico Heterodox Academy O impacto das redes sociais no funcionamento das democracias liberais O sensacionalismo Mill “Temos que repensar a profissão de político” O meu “republicanismo aristotélico” “A pessoa comum não quer estar a tomar decisões políticas”  Como a divisão crescente do trabalho torna o nosso modelo de Democracia obsoleto As vantagens da internet O teste de Linda (falácia da conjunção) “O contexto cognitivo adequado é essencial para tomar decisões adequadas (também na política)” A importância de estar no ‘jogo’ a longo-prazo O modelo das ‘assembleias de cidadãos’ - o caso da Irlanda O perigo da exploração das fraquezas cognitivas humanas Livro recomendado: Enlightenment 2.0: Restoring sanity to our politics, our economy, and our lives - de Joseph Heath   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, João Baltazar, Tiago Leite, Carlos Martins, Joana Faria Alves, Galaró family, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, João Ribeiro, Miguel Vassalo Abilio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Andreia Esteves, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, João Bernardino, Sara Mesquita, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker, Ricardo Santos Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Hugo Correia, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro, rodrigo brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, João Moreira, isosamep, Telmo, José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Marco Coelho, MANNA Porto, Joao Diogo, José Proença, Francisco Aguiar, Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Jose António Moreira, Luis Filipe, Sérgio Catalão, Alexandre Freitas, Renato Mendes, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, joana antunes, juu-san, Nelson Poças, Fernando Sousa, Francisco López Bermudez, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Carlos Silveira, Nuno Almeida, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Albino Ramos, Luis Miguel da Silva Barbosa, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Fábio Mota, Vítor Araújo, Miguel Mendes, Luis Gomes, Angela Martins, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Salomé Afonso, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Susana Ladeiro, Pedro Miguel Pereira Vieira, Gil Batista Marinho, Jorge Soares, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Maria Virginia Saraiva, João Pereira, Bruno Amorim Inácio, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Nuno , Rui Vilão, João Ferreira,  Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Desidério Murcho (1965) estudou Filosofia na Universidade de Lisboa e depois no King’s College de Londres. É professor na Universidade Federal de Ouro Preto desde 2007. Autor de Filosofia em Directo (2011), um êxito editorial com mais de 21 mil exemplares vendidos, Sete Ideias Filosóficas que Toda a Gente Deveria Conhecer (2011), Pensar Outra Vez (2006), O Lugar da Lógica na Filosofia (2003) e Essencialismo Naturalizado (2002). Coautor dos livros Janelas para a Filosofia (2014), 50 Lições de Filosofia (2012-2013), entre outros, e organizador dos livros A Ética da Crença (2010), Viver para Quê? (2009) e Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (2006), Desidério Murcho participa habitualmente em congressos e conferências internacionais.
12/9/20201 hour, 15 minutes, 31 seconds
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#99(a) Desidério Murcho - “Todos devíamos saber mais de Lógica para pensarmos melhor”

Desidério Murcho é professor de Filosofia na Universidade Federal de Ouro Preto, no Brasil, e autor de mais de uma dezena de livros, sobretudo nas áreas da lógica, ética e filosofia da religião. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Esta foi uma conversa muito longa (o que, vou percebendo, tende a acontecer quando entrevisto filósofos). Para além disso, a conversa tem duas partes claramente distintas. Por isso, decidi dividi-la em dois episódios: este e outro que sairá na semana que vem.  Nesta primeira parte falámos de lógica, a propósito do livro que o convidado publicou recentemente, chamado precisamente Lógica Elementar. A Lógica é uma área que nasceu originalmente na Filosofia, com Aristóteles, mas que deu um grande salto só no final do século XIX e é hoje estudada na matemática, e aplicada em áreas tão diferentes como as ciências da computação e a linguística. Na Filosofia, a lógica, na verdade, é tanto uma área de estudo como uma ferramenta que serve para conseguir raciocinar bem e que, por isso, é aplicadada para tratar problemas filosóficos de vários ramos, desde a ética à epistemologia. Conversámos, então, sobre porque é importante todos nós termos noções de lógica para pensarmos melhor, e falámos também da história da lógica, da relação com a ciência e da diferença entre dedução e indução, entre outros assuntos. Espero que gostem. Este é um tema por vezes árido, mas se há pessoa que o consegue tornar interessante é o Desidério, que junta, como vão ver, a profundidade de um filósofo à vivacidade de um apresentador de televisão.   Índice da conversa: Livro do convidado: Lógica Elementar Por que é importante termos noções de lógica, e por que é uma área tão pouco divulgada? A Lógica dedutiva aristotélica e a caricatura que foi feita dela durante a Idade Média Lógica dos estoicos Matematização da lógica a partir do sec XIX Validade (conceito) Advento da indução com a Revolução Científica no sec XVII Problema da indução Robin George Collingwood Contraste da postura de humildade epistémica da Ciência com a lógica com base em princípios gerais da Filosofia clássica Enciclopédia de Diderot O debate na Filosofia entre Racionalismo vs Empirismo David Hume Idealismo Hegeliano Diferença indução vs dedução A desorganização inerente à linguagem e a dependência do contexto A incerteza subjacente à indução Lógica dedutiva Teorema de Bayes -- por que nos é útil para fazer previsões e compreender o mundo Porque não há uma lógica universal? Thomas Kuhn   Obrigado aos mecenas do podcast: João Baltazar, Tiago Leite, Carlos Martins, Joana Faria Alves, Galaró family, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, João Ribeiro, Miguel Vassalo Abilio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Andreia Esteves, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, João Bernardino, Sara Mesquita, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker, Ricardo Santos Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Hugo Correia, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro, rodrigo brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, João Moreira, isosamep, Telmo, José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Marco Coelho, MANNA Porto, Joao Diogo, José Proença, Francisco Aguiar, Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Jose António Moreira, Luis Filipe, Sérgio Catalão, Alexandre Freitas, Renato Mendes, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, joana antunes, juu-san, Nelson Poças, Fernando Sousa, Francisco López Bermudez, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Carlos Silveira, Nuno Almeida, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Albino Ramos, Luis Miguel da Silva Barbosa, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Fábio Mota, Vítor Araújo, Miguel Mendes, Luis Gomes, Angela Martins, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Salomé Afonso, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Susana Ladeiro, Pedro Miguel Pereira Vieira, Gil Batista Marinho, Jorge Soares, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Maria Virginia Saraiva, João Pereira, Bruno Amorim Inácio, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Nuno , Rui Vilão, João Ferreira,  Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Desidério Murcho (1965) estudou Filosofia na Universidade de Lisboa e depois no King’s College de Londres. É professor na Universidade Federal de Ouro Preto desde 2007. Autor de Filosofia em Directo (2011), um êxito editorial com mais de 21 mil exemplares vendidos, Sete Ideias Filosóficas que Toda a Gente Deveria Conhecer (2011), Pensar Outra Vez (2006), O Lugar da Lógica na Filosofia (2003) e Essencialismo Naturalizado (2002). Coautor dos livros Janelas para a Filosofia (2014), 50 Lições de Filosofia (2012-2013), entre outros, e organizador dos livros A Ética da Crença (2010), Viver para Quê? (2009) e Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (2006), Desidério Murcho participa habitualmente em congressos e conferências internacionais.
12/2/20201 hour, 42 seconds
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#98 António Gomes - o eleitor português, o futuro dos jornais, big data e muito mais

António Gomes é director geral da GfK Metris, uma empresa que faz parte da multinacional de estudos de mercado GfK. O convidado tem uma carreira com mais de 25 anos nesta área de estudos de mercado, onde tem trabalhado para vários sectores e indústrias, destacando-se sector da Saúde, Comunicação Social, e estudos de opinião e político-eleitorais.  Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar ->Aqui o inquérito para (i) o/a convidado/a que gostavam de voltar a ouvir no podcast e (ii) enviarem as vossas perguntas para o episódio especial de ‘perguntas dos ouvintes’. Como sabem, pelo tipo de temas que abordo, acabo por conversar muitas vezes com académicos. Não me posso queixar nada do resultado, mas, lembrei-me de convidar o António para o podcast precisamente porque a experiência prática dele na área dos estudos de mercado o leva a ter uma visão diferente em relação a uma série de temas. Acho que vão perceber o que quero dizer.  E falámos, de facto, sobre imensos temas. Como o António tem estudado sobretudo os portugueses, nos nossos papéis diferentes de cidadãos, consumidores e espectadores, comecei por lhe pedir que descrevesse o que mostram os estudos sobre as nossas especificidades face a outros países. Daí partimos para discutir uma série de outros tópicos, desde as mudanças recentes no mercado audiovisual, com o surgimento do streaming, aos podcasts e ao futuro dos jornais, passando pela ameaça do big data à nossa privacidade e, ainda, como é a vida de quem gere uma empresa de estudos de mercado e tem que vender ideias muitas vezes arrojadas a clientes incautos (o António conta, quase no final, uma bela história sobre estas lides). De caminho, falámos ainda da visão do António em relação à ascensão do Chega, que, como sabem, apanhou desprevenidos a maioria dos opinion makers da opinião publicada. Atenção que a conversa foi gravada há 2/3 semanas -- ou seja, antes da polémica da última semana nos Açores...o que acaba por tornar ainda mais prescientes algumas observações do convidado.    Índice da conversa: O que mostram os estudos de preferências sobre o que distingue os Portugueses enquanto cidadãos, consumidor e espectadores? Eleitores O bom senso do eleitor-tipo português Ministro Carlos Borrego e a piada sobre os hemofílicos Consumidores O efeito da crise do euro Qual vai ser o efeito da pandemia? Espectadores O crescente peso do online e do streaming O espaço que existe sempre para conteúdos agregadores O caso dos podcasts  Serial, Joe Rogan Experience Podcast de NBA de Max Kellerman O que reserva o futuro para este meio? O futuro dos jornais Proposta de Gustavo Cardoso Economia comportamental  O problema da globalização das elites para os conteúdos em língua local A dificuldade em criar novos conteúdos no mercado português O caso do Chega e de André Ventura.  A polarização nas redes sociais Artigo Pedro Magalhães no Expresso: “Populismo em Portugal: um gigante adormecido” Especificidades culturais portuguesas A baixa ideologia do eleitor médio em Portugal  Programa ‘Terra Nossa’ O papel histórico da “poligamia” Comportamento endogâmicos nas elites As elites tradicionais na sombra em portugal Futuro da democracia: assembleias aleatórias de cidadãos? Iniciativa de Emmanuel Macron Os júris nos EUA Filme Gene Hackman: Runaway Jury O big data e a falta de privacidade O que sobra para os estudos de mercado tradicionais com as novas tecnologias de big data? Empresas de market research e a dificuldade em vender ideias originais aos clientes empresas Livros recomendados:  O Papa e Mussolini As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Nuno Costa, Miguel Marques, Filipe Bento Caires, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Gustavo, Margarida Varela, Corto Lemos, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Tiago Leite, Salvador Cunha, João Baltazar, Rui Oliveira Gomes, Miguel Vassalo, Francisco Delgado Gonçalo Matos, Bruno Heleno, Emanuel Gouveia, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Andreia Esteves, José Jesus, Andre Oliveira, José Soveral, Galaró family, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Abilio Silva.  Joao Salvado, Vasco Sá Pinto, Mafalda Pratas, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, João Crispim, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Maria Oliveira, Sérgio Catalão, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Renato Mendes, Alexandre Freitas, Robertt, Tiago Costa da Rocha, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermúdez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Nelson Poças, Fábio Mota, Diogo Silva, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Ana Batista, Angela Martins, Luis Gomes, Miguel Mendes, Vítor Araújo, Gil Batista Marinho, Susana Ladeiro, Cesar Correia, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália RIbeiro, André Balças, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: António Gomes, 51 anos licenciado em Sociologia. Director Geral da GfK Metris (, uma empresa do grupo GfK, uma multinacional de estudos de mercado), da qual foi fundador no ano de 1993. Tem uma carreira com mais de 25 anos em estudos de mercado trabalhando para vários sectores e indústrias, destacando-se sector da Saúde, Comunicação Social e estudos de opinião e político-eleitorais. Cumpriu dois mandatos como Presidente da Associação Portuguesa de empresas de Estudos de Mercado e Opinião. Ao longo de 20 anos foi Professor universitário leccionando Estudo de Mercado em diferentes universidades como Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da da Universidade Nova de Lisboa, Escola Superior comunicação Social de Lisboa, Universidade Católica, Porto Business School e Lisbon MBA.
11/18/20201 hour, 46 minutes, 5 seconds
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#97 Susana Peralta - Desigualdade(s)

Susana Peralta é professora de economia na Nova SBE e colunista no jornal Público. A convidada tem investigação sobretudo nas áreas da economia pública e economia política.  -> Aqui o inquérito para (i) o/a convidado/a que gostavam de voltar a ouvir no podcast e (ii) enviarem as vossas perguntas para o episódio especial de ‘perguntas dos ouvintes’. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O episódio que vão ouvir foi gravado ao vivo, e transmitido online, no âmbito do festival de podcasts ‘Podes’. Vejam aqui o vídeo da conversa   Índice da conversa: Porque falamos tanto hoje de desigualdade? Dados sobre desigualdade: World Inequality Lab; World Inequality Report 2018 Economia do desenvolvimento O crescimento económico vs pobreza Poupança Inquérito à Situação Financeira das Famílias (INE) Heterogeneidade na poupança e a necessidade de fazer “oversampling at the top” Problema da Iliteracia financeira em Portugal Aumento da desigualdade a nível mundial nas últimas décadas Livro: “Inequality: What Can Be Done”, de Anthony B. Atkinson Causas Globalização Efeito “winner-takes-all” Monopólios naturais Tecnologia Tecnológicas, artistas, desportistas J. K. Rowling, Ronaldo O problema da destruição dos empregos do meio Stiglitz e o mercado de trabalho enquanto um mundo de rendas Um aumento dos impostos para os rendimentos mais altos geraria uma diminuição da desigualdade mesmo no rendimento base. Salários dos CEOs Paper Thomas Piketty et al CEOs no mercado do petróleo Desigualdade de oportunidades (o que verdadeiramente interessa) Portugal: estudo da EDULOG sobre equidade no acesso ao ensino superior Londres: mapa ‘lives on the line’ Porque há tão poucos dados para estudo (microdados) em Portugal? BPLIM (Banco de Portugal) As especificidades da desigualdade em Portugal Dados sobre a desigualdade em Portugal Desigualdade comparada com outros países europeus Estudo Fundação Gulbenkian: “Só 24% dos jovens abaixo dos 30 anos têm casa própria” Monopsónio no mercado laboral O problema da educação Pesadelo na Cozinha Investigação de Francisco Queiró sobre o efeito da qualificação dos gestores no desempenho das empresas Luca David Opromolla e a importância da escala das empresas Em Portugal, a desigualdade é maior no rendimento ou no património? -> Sabemos como compara a desigualdade no património com os países europeus?  Faz sentido um imposto sobre o património? Justeza Limitações (e.g. evasão fiscal dos que podem) Distorções no comportamento das pessoas Ideia de um imposto negativo sobre o rendimento   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Nuno Costa, Miguel Marques, Filipe Bento Caires, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Gustavo, Margarida Varela, Corto Lemos, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Tiago Leite, Salvador Cunha, João Baltazar, Rui Oliveira Gomes, Miguel Vassalo, Francisco Delgado Gonçalo Matos, Bruno Heleno, Emanuel Gouveia, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Andreia Esteves, José Jesus, Andre Oliveira, José Soveral, Galaró family, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Abilio Silva.  Joao Salvado, Vasco Sá Pinto, Mafalda Pratas, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, João Crispim, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Maria Oliveira, Sérgio Catalão, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Renato Mendes, Alexandre Freitas, Robertt, Tiago Costa da Rocha, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermúdez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Nelson Poças, Fábio Mota, Diogo Silva, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Ana Batista, Angela Martins, Luis Gomes, Miguel Mendes, Vítor Araújo, Gil Batista Marinho, Susana Ladeiro, Cesar Correia, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália RIbeiro, André Balças, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues Bio: Susana Peralta é professora Associada da Nova SBE desde 2004, doutorada em economia da Université catholique de Louvain, na Bélgica. Tem investigação publicada em temas de federalismo fiscal, economia política e concorrência fiscal, em revistas da especialidade, incluindo The Economic Journal, Journal of Public Economics, Journal of Public Economic Theory, Journal of International Economics, Regional Science and Urban Economics, e Journal of Urban Economics. É professora associada, com agregação, na Nova School of Business and Economics, à qual se juntou em 2004. Ensina ou ensinou Economia Pública, Teoria dos Jogos, Economia da Pobreza, Microeconomia. Já foi directora académica do Mestrado em Economia, do Mestrado de Investigação em Economia, e do Doutoramento em Economia na Nova SBE. Faz parte do Comité de Coordenação do Doutoramento em Economia. É co-organizadora da conferência bi-anual Lisbon Meeting on Economics and Political Science. Foi coordenadora da área científica de economia da Fundação Francisco Manuel dos Santos entre 2014 e 2018. É contribuinte regular do Jornal Público.  
11/5/20201 hour, 15 minutes, 15 seconds
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#96 Nuno Palma - “Afinal, quantos séculos tem o atraso económico de Portugal?”

Nuno Palma é professor de economia na Universidade de Manchester e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à área da História Económica, que foi o tema da nossa conversa. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Lembram-se do episódio com Henrique Leitão, que nos fez passar a ver de forma muito diferente a história da revolução científica? Esta conversa com o Nuno Palma suscitou-me a mesma reacção, mas em relação à história do desenvolvimento económico.  Graças à investigação do Nuno, hoje sabemos melhor como evoluiu a economia, e o nível de vida, dos países da Europa ocidental. Para além disso, temos também uma ideia melhor das causas que explicam porque uns sítios se desenvolveram mais do que outros; e ainda, tão ou mais importante, quando começou essa divergência de destinos entre países como Portugal e a Inglaterra.  Por exemplo, em relação a Portugal, o convidado fez, juntamente com Jaime Reis, um cálculo da evolução do PIB por pessoa desde 1527(!). E, como vão ver, há uma série de surpresas face ao que seriam, provavelmente, as vossas expectativas (e a minha). E como é que calcularam o PIB para uma época tão recuada? Não é fácil. Basicamente, tiveram de recorrer à informação que era recolhida na altura, sobretudo: livros de contabilidade de instituições como mosteiros, hospitais, ou a Universidade de Coimbra, onde constava informação sobre, por exemplo, preços e salários pagos.  Noutro trabalho, este feito com António Henriques, o convidado tentou medir já não o crescimento da economia, mas as suas causas, tentando aferir a evolução comparada da qualidade das instituições entre Portugal, Espanha e Inglaterra logo desde 1385(!), até 1800. Mais uma vez, os resultados foram surpreendentes.  Mas porquê medir a qualidade das instituições? Porque cada vez mais percebemos que o que determina o desenvolvimento económico dos países -- ainda hoje --, mais do que políticas económicas no papel, e para lá dos recursos naturais, é a qualidade das suas instituições. Instituições aqui significa, por exemplo, as limitações impostas ao poder executivo ou o cumprimento dos contratos. Em termos simples, desenvolvem-se os países cujas instituições permitem e encorajam as pessoas a dedicarem-se a atividades produtivas; não se desenvolvem aqueles onde o poder está concentrado nas mãos de uma elite, que vive à custa do resto da sociedade. Soa-vos familiar? Se têm curiosidade por estes temas, vão de certeza gostar desta conversa. Uma nota apenas para a qualidade do som: vão notar que o som do convidado está pior no último terço, pois tivemos um problema técnico. Nota-se uma diferença óbvia, mas creio que não afecta a compreensão.    Índice da conversa: Investigação do convidado Evolução das instituições e do PIB per capita português entre ~1500 e ~1750 Como comparava o PIB per capita português com o do resto da Europa Ocidental entre os secs XVI e XVIII Jaime Reis Qual foi a verdadeira importância dos Descobrimentos na economia portuguesa? Impacto do Brasil no sec XVIII Maldição dos recursos naturais Dutch disease  O ‘absolutismo’ no sec XVIII em Portugal  Efeito do terramoto de 1755 Marquês de Pombal Comparação com o efeito da Peste Negra na Idade Média A mentalidade das elites da época  Corrupção e captura do estado Rent seeking Livro: J. H. Elliott - Empires of the Atlantic World: Britain and Spain in America 1492-1830 A Mesta Daron Acemoglu e James A. Robinson - Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty Paperback António Castro Henriques O problema, os efeitos negativos da falta de diversidade cultural na área da história academia que levar A conquistas no Brasil à Holanda (Companhia das Índias Ocidentais) Evolução das instituições inglesas O que é que aconteceu em Inglaterra em enviados do século XVII para que as instituições subitamente melhorassem imenso? Guerra civil  Catarina de Bragança Luís de Meneses, Conde da Ericeira Tratado de Methuen Jorge Borges de Macedo Evolução das instituições de Portugal e Espanha Perda da independência em 1580 Os concelhos medievais Teoria populacional malthusiana O que aconteceu em Portugal depois de 1750 PIB per capita em 1850 era igual ao de 1530 As mudanças ocorridas no sec XIX O Estado Novo História Económica vs História tradicional  História contrafactual História Económica vs outras disciplinas da Economia Crítica a Melissa Dell & escola Acemoglu Blog do convidado: Portugal no longo prazo Recomendações Livro: Thomas Penn - ‘Winter King: The Dawn of Tudor England’ Artigo: Jaime Reis: ‘O atraso económico português em perspectiva histórica (1860-1913)’   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Nuno Costa, Miguel Marques, Filipe Bento Caires, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Gustavo, Margarida Varela, Corto Lemos, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Tiago Leite, Salvador Cunha, João Baltazar, Rui Oliveira Gomes, Miguel Vassalo, Francisco Delgado Gonçalo Matos, Bruno Heleno, Emanuel Gouveia, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Andreia Esteves, José Jesus, Andre Oliveira, José Soveral, Galaró family, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Abilio Silva.  Joao Salvado, Vasco Sá Pinto, Mafalda Pratas, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, João Crispim, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Maria Oliveira, Sérgio Catalão, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Renato Mendes, Alexandre Freitas, Robertt, Tiago Costa da Rocha, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermúdez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Nelson Poças, Fábio Mota, Diogo Silva, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Ana Batista, Angela Martins, Luis Gomes, Miguel Mendes, Vítor Araújo, Gil Batista Marinho, Susana Ladeiro, Cesar Correia, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália RIbeiro, André Balças, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Professor associado no Departamento de Economia da Universidade de Manchester, investigador do ICS da Universidade de Lisboa e investigador afiliado do CEPR. Anteriormente, foi Professor Auxiliar no Departamento de Economia, Econometria e Finanças da Universidade de Groningen, e Max Weber Fellow na European University Institute. Formado pela Universidade de Lisboa e pela London School of Economics. Principais interesses de investigação incluem história económica, macroeconomia e economia monetária, desenvolvimento e crescimento, e economia política.
10/22/20201 hour, 30 minutes, 2 seconds
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#95 Carlos Moedas - O presente e o futuro da União Europeia

Carlos Moedas dispensa grandes apresentações. Engenheiro de formação, é atualmente administrador da Fundação Gulbenkian e foi, até ao final do ano passado, comissário europeu com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, responsável pela gestão do maior programa de ciência do mundo (80 mil milhões de euros). Anteriormente, foi o responsável no governo de Passos Coelho pela coordenação do Programa de Ajustamento. Mas a carreira política veio só depois dos 40 anos - antes, teve uma carreira ligada à banca de investimento e investimento imobiliário. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O pretexto para esta conversa foi o livro lançado pelo convidado já este ano (mesmo antes da pandemia), ‘Vento Suão - Portugal e a Europa’, um livro que reúne as crónicas semanais que publicou durante os anos de comissário. Sendo o autor dessas crónicas comissário europeu, uma espécie de ministro do governo da Europa, está longe de ser um observador imparcial da União Europeia, mas, ao mesmo tempo, alguém que tem uma perspectiva rara dos meandros da Europa e, em particular no caso do convidado, alguém que tem uma visão para o projecto europeu. Foi essa visão que tentei compreender -- e também desafiar, a partir da minha posição também de europeísta, mas um não tão optimista em relação ao estado actual e ao potencial real da UE.  Durante esta hora e picos de conversa, falámos sobre vários aspectos da Europa, mas acabámos por regressar sempre a dois, em particular: um deles é a forma como a governação da UE está organizada, num quadro institucional peculiar que gera lentidão e uma tensão permanente entre as instituições comunitárias, como a Comissão, e os vários governos nacionais (como se viu ainda recentemente na negociação do pacote de estímulo pós-pandemia; por agora, a tensão desvaneceu, mas as causas mantêm-se). O outro aspecto de que falámos é menos tangível mas é o que verdadeiramente (às vezes quase nos esquecemos) é a base de qualquer projecto de integração política: uma noção de comunidade. Neste caso, será que temos dado verdadeiramente passos para construir uma comunidade cívica à escala da Europa, para lá dos velhos Estados-nação?    No último trecho, tivemos ainda tempo para discutir a visão do convidado sobre o futuro, em particular sobre o impacto das alterações que o digital veio trazer, nomeadamente sobre nas democracias, que terão de se reinventar se querem sobreviver. É uma altura interessante para ter desta discussão, uma vez que pandemia (e também falamos disso) veio tornar ainda mais presentes estas tecnologias   Índice da conversa: Livro de crónicas do convidado: Vento Suão - Portugal e a Europa União Europeia Porque é importante a UE Livro: The Brussels Effect: How the European Union Rules the World Kindle Edition, de Anu Bradford California effect Tensão Comissão Europeia vs. Conselho  -> Continua a faltar uma ‘nação’ europeia? A crise do Euro  O efeito da pandemia Pascal Lamy Stefan Zweig - Appels aux Européens Os frugais Europa lidera no top 10% de artigos científicos mais citados -> Que melhorias institucionais são necessárias na UE? Regra da unanimidade  Spitzenkandidat -> O que explica porque algumas áreas da governação foram transferidas para a UE e outras não? As audições aos futuros comissários no Parlamento Europeu O futuro da democracia representativa na era digital Experiência em França, com cidadãos a participar em assembleias deliberativas O papel do digital na sociedade pós-pandemia Livros recomendados The Usefulness of Useless Knowledge, de Abraham Flexner Philippe Aghion Kishore Mahbubani Breve História da Europa, de Simon Jenkins   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Nuno Costa, Miguel Marques, Filipe Bento Caires, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Gustavo, Margarida Varela, Corto Lemos, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Tiago Leite, Salvador Cunha, João Baltazar, Rui Oliveira Gomes, Miguel Vassalo, Francisco Delgado Gonçalo Matos, Bruno Heleno, Emanuel Gouveia, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Andreia Esteves, José Jesus, Andre Oliveira, José Soveral, Galaró family, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Abilio Silva.  Joao Salvado, Vasco Sá Pinto, Mafalda Pratas, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, João Crispim, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Maria Oliveira, Sérgio Catalão, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Renato Mendes, Alexandre Freitas, Robertt, Tiago Costa da Rocha, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermúdez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Nelson Poças, Fábio Mota, Diogo Silva, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Ana Batista, Angela Martins, Luis Gomes, Miguel Mendes, Vítor Araújo, Gil Batista Marinho, Susana Ladeiro, Cesar Correia, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Ricardo Leitão, Vitor Filipe, João Bastos, Natália RIbeiro, André Balças, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues   Bio: Carlos Moedas nasceu em Beja, em 1970. É licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico. Frequentou a École Nationale des Ponts et Chaussées de Paris. Em 1998, obteve um MBA – Master of Business Administration – na Universidade de Harvard. Iniciou a carreira no grupo Suez, em França, trabalhou vários anos em Londres e criou a sua própria empresa em Portugal. Em 2011, foi eleito deputado e tornou-se secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional, com responsabilidade pela coordenação do Programa de Ajustamento. Em 2014, tornou-se o quinto português a exercer as funções de comissário europeu, tendo gerido o maior programa de ciência do mundo (80 mil milhões de euros). É o mais jovem membro da Academia de Engenharia de Portugal. É medalha de ouro da Ordem dos Engenheiros e membro honorário da Academia de Ciência Africana. Recebeu o doutoramento honoris causa em Direito pela Universidade de Cork, na Irlanda, e outro doutoramento honoris causa pela École Supérieure de Commerce de Paris. É hoje administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.
10/7/20201 hour, 12 minutes, 39 seconds
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#94 Filipe Nobre Faria - Os limites evolutivos da (nossa) moral liberal

Filipe Nobre Faria é doutorado em Teoria Política (2016) pelo King's College London e professor na Universidade Nova de Lisboa, com investigação nas áreas de filosofia política e ética .  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Conversámos a propósito do livro recente do convidado, ‘The Evolutionary Limits of Liberalism’ (os limites evolutivos do liberalismo). É um tema que vem mesmo a calhar, tendo em conta que junta filosofia política à biologia evolutiva, precisamente dois assuntos que estou farto de discutir aqui no 45 Graus. Resumidamente, no livro o Filipe faz uma análise à sustentabilidade da moral liberal, típica das democracias ocidentais, à luz da teoria evolucionista de Darwin. Por ‘moral liberal’ entenda-se a primazia dada ao indivíduo, que está na base das ideologias dos principais partidos do sistema nos países ocidentais (e não só), que defendem, em maior ou menor medida, princípios como a democracia, mercados livres, estado de direito, direitos civis,  direitos humanos, secularismo, igualdade de gênero, igualdade racial , internacionalismo, liberdade de expressão, etc etc. Na sua análise, o Filipe tenta, então, medir directamente a ‘fitness’ evolutiva (i.e., a adaptabilidade) desta moral à luz da selecção natural: ou seja, avalia em que medida é que uma moral baseada no primado da liberdade individual gera ou não coesão e promove a natalidade dos grupos. As conclusões, já vão ver, não são as melhores para o paradigma liberal. Este é um trabalho oportuno, porque ajuda a enquadrar a raiz de alguns dos desafios que o modelo liberal enfrenta actualmente; sejam as ameaças que vêm de dentro, como a ascensão de movimentos populistas e anti-sistema, sejam as ameaças que vêm de fora, como a aparente perda de força das democracias no plano internacional face a Estados autocráticos como a China ou a Rússia, com a sua visão a longo-prazo e menores pruridos éticos.  Preparem-se: como todas as conversas filosóficas, que nos forçam a revisitar as fundações das nossas convicções, esta foi uma conversa desafiante e, por vezes, admito que algo confusa de seguir, tal o número de dimensões em cima da mesa e a complexidade do objecto de análise. No final, embora discorde de alguns aspectos da tese do Filipe, foi sem dúvida uma conversa muito estimulante, que me deixou a pensar nos dias a seguir.    Índice da conversa: Liberalismo Modelo de seleção de grupo (multinível) A função da moralidade Aptidão reprodutiva vs prosperidade Falácia naturalista Revolução cultural chinesa A vida nos Kibbutz Teoria do mismatch Gene-culture coevolution Hayek e a vantagem evolutiva do liberalismo Críticas contemporâneas ao liberalismo quer à esquerda quer à direita Jogos de soma positiva Lógica normativa vs naturalista O caso de Portugal, que é um país considerado colectivista (à escala europeia), mas tem das mais baixas taxas de natalidade Hofstede Taxas de natalidade Capital social Dados do World Social Capital Monitor A sedução dos regimes autocráticos Será que a teoria da selecção de grupo caiu em desuso após a II GM em virtude da aversão das sociedades a ideologias colectivistas? Teoria da escolha racional A União Europeia e a dificuldade em criar uma comunidade cultural à escala europeia A coexistência, nas sociedades contemporâneas ocidentais, da moral liberal com outras morais, colectivistas e/ou tradicionais Jonathan Haidt e a Teoria dos fundamentos morais O exemplo dos Amish: Amish Projected To Overtake The Current US Population In 215 Years, If Growth Rates Continue> David Benatar - livro Better Never to Have Been: The Harm of Coming into Existence> A (alegada) insustentabilidade do Liberalismo ajuda a explicar a ascensão dos movimentos populistas? Karl Polanyi Recomendações do convidado para gerar uma moral mais sustentável nas sociedades contemporâneas Livro recomendado: The WEIRDest People in the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous>, de Joseph Henrich   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Eduardo Correia de Matos, João Baltazar, Salvador Cunha, Rui Oliveira Gomes, Tiago Leite, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Goncalo Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Rui Barbosa Tomás Costa, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Rita Mateus, Daniel Correia, António Padilha, Abilio Silva, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Joao Salvado, Francisco Fonseca, João Nelas, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Carmen Camacho, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, José Carlos Abrantes, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, JP, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, António Amaral, João pinto, Rodrigo Murteira Pedrosa, João Jaime, João Crispim, Ricardo Nogueira, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Andre Peralta Santos, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Telmo, Cátia João Prudêncio, Sérgio Catalão, joao Martins, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Magalhães Lima, Renato Mendes, Andreia Esteves, Alexandre Freitas, Tiago Costa da Rocha, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Guilherme Pimenta Jacinto, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermudez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Fábio Mota, Diogo Silva, Tiago Gameiro, Pedro Conceição, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Ricardo Campos, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, André Balças, Hugo Domingues, Filipe Melo   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Filipe Nobre Faria investiga e lecciona em filosofia política e ética na Universidade Nova de Lisboa. Anteriormente, obteve o seu doutoramento em Teoria Política (2016) pelo King's College London e o seu mestrado em Filosofia, Política e Economia (2011) pela Universidade de East Anglia. Leccionou também nas áreas de teoria política e de economia política no King's College London. O seu principal interesse de investigação reside em aplicar o conhecimento das ciências comportamentais e evolutivas a questões de filosofia social e política.
9/24/20201 hour, 44 minutes, 39 seconds
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#93 Alice Ramos - Estereótipos, preconceito e racismo

Alice Ramos é doutorada em Ciências Sociais, com especialidade em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde é actualmente investigadora. A convidada tem-se dedicado a analisar o impacto conjugado de factores individuais e contextos sociais nas atitudes face aos imigrantes e no preconceito racial. Desde janeiro de 2018, é também a Coordenadora Nacional do Inquérito Social Europeu e do Estudo Europeu dos Valores. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar E foi sobretudo isto que me fez convidá-la para o 45 Graus. O Inquérito Social Europeu é uma sondagem realizada a cada dois anos, desde 2001, com o objetivo de avaliar as atitudes e comportamentos dos cidadãos de 24 países europeus sobre um leque muito variado de assuntos.  Mas, no caso português, é sobretudo uma área específica que traz os resultados do inquérito para a ribalta: o nível do racismo em Portugal, porque o inquérito indica que é desconfortavelmente mais elevado do que tendemos a achar.  Os resultados da versão mais recente do inquérito foram foram divulgados há cerca de um mês e mostram que quase ⅔ dos portugueses manifestam pelo menos uma forma de racismo, e apenas cerca de 10% da população (repito: 10%) discorda de todas as crenças que o inquérito identifica como racistas. Como é fácil de adivinhar, estes números são como uma bomba que cai no debate público e na discussão sobre a dimensão do racismo em Portugal, um debate antigo mas que tem ganho tracção nos últimos anos, à boleia de estudos como este mas, talvez mais ainda, de um activismo crescente que chama a atenção quer para desigualdades estruturais quer para (alegada) violência policial sobre minorias e crimes com motivações racistas. Foi isso que aconteceu no caso recente do assassinato do actor Bruno Candé, que aconteceu (numa coincidência funesta) poucos dias depois de termos gravado este episódio… (sendo que, neste caso, tudo indica que o preconceito racista do homicida teve, no mínimo, influência no crime).  Avaliar a dimensão do racismo em Portugal é, evidentemente, um exercício muito complexo, até por ter várias dimensões, mas, claro, a discussão nas redes sociais rapidamente se encarrega, com a sua pulsão para o pensamento binário e comportamento tribal, de politizar a discussão e de a reduzir a um debate entre dois campos opostos: o dos que garantem que Portugal “é um país racista” (excluindo, claro, depreende-se, os virtuosos autores do diagnóstico) e o campo dos que continuam a negá-lo.  Por isso, decidi convidar a Alice Ramos para o 45 Graus, para não só tentar compreender, com a calma que um podcast proporciona, a dimensão, as expressões e, sobretudo, as causas do racismo em Portugal, mas também, de caminho, fazê-lo como deve ser, a partir da base, isto é, começando por tentar compreender por que existem e como funcionam aspectos quase universais da psicologia humana e da sociedade, como os estereótipos, o preconceito e os comportamentos discriminatórios. Nota: há alguns conceitos que a convidada usa aqui e ali, e que todos usamos correntemente mas que, nesta área têm um significado mais específico: Os valores são os princípios com que orientamos a nossa vida, são aquilo que nos permite distinguir o que é bom do que é mau Os nossos valores influenciam as nossas atitudes, que são predisposições para agir de uma determinada forma, avaliações sobre situações específicas; o preconceito é uma atitude, mas também o é a nossa opinião face à legalização do aborto ou face à intervenção do Estado na economia, etc. Finalmente, os comportamentos, são as atitudes em acção: é o que verdadeiramente fazemos. A discriminação é um comportamento.   Índice da conversa: O que são, e o que distingue, estereótipos, preconceito e discriminação? A utilidade dos estereótipos enquanto mecanismo cognitivo (heurística) Preconceito  Implicit Association Test Faça aqui! Eye track Como combater os preconceitos que temos, sem deixar de colher os benefícios dos estereótipos enquanto mecanismo cognitivo? Distância social enquanto proxy para o preconceito Diferentes tipos de preconceito Racismo Inquérito Social Europeu -- ESS Não há culturas melhores do que outras? Causas do racismo em Portugal “O problema do racismo é que não ensinamos os nossos filhos explicitamente a não serem racistas” Desigualdades no acesso à educação Deputados das colónias durante o Estado Novo Percepção de ameaça: realista e simbólica  Variáveis explicativas das diferenças individuais no racismo: idade, educação, diferenças de personalidade, valores, inteligência(?) Labelling experience  Experiências com “stereotype priming”  Experiência de Jane Elliot “A class divided” Série “Botched” Livros recomendados:  The Finer Points of Sausage Dogs, de Alexander McCall Smith  O Visconde Partido Ao Meio, de Italo Calvino -> O bizarro guia de conversação Português - Inglês   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Eduardo Correia de Matos, João Baltazar, Salvador Cunha, Rui Oliveira Gomes, Tiago Leite, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Goncalo Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Rui Barbosa, Sérgio Vicente Tomás Costa, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Rita Mateus, Daniel Correia, António Padilha, Abilio Silva, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Joao Salvado, Francisco Fonseca, João Nelas, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Carmen Camacho, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, José Carlos Abrantes, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, JP, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, António Amaral, João pinto, Rodrigo Murteira Pedrosa, João Jaime, João Crispim, Ricardo Nogueira, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Andre Peralta Santos, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Telmo, Cátia João Prudêncio, Sérgio Catalão, joao Martins, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Magalhães Lima, Renato Mendes, Andreia Esteves, Alexandre Freitas, Tiago Costa da Rocha, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Guilherme Pimenta Jacinto, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermudez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Fábio Mota, Diogo Silva, Tiago Gameiro, Pedro Conceição, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Ricardo Campos, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, André Balças, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Bio: Alice Ramos licenciou-se em Sociologia no ISCTE e obteve o mestrado em Ciências Sociais no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). Doutorou-se em Ciências Sociais, especialidade de Sociologia Geral, no ICS-UL, com a tese Human Values and Opposition towards Immigration in Europe, onde analisa o impacto de factores individuais e de contextos sociais nas atitudes face aos imigrantes, na percepção de ameaça a eles associada e no preconceito racial. Presentemente, é investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação têm-se centrado no cruzamento de duas linhas de pesquisa: a) o impacto da articulação entre factores individuais (valores e atitudes) e estruturas sociais no desenvolvimento de atitudes discriminatórias, nomeadamente face aos imigrantes e refugiados, numa perspectiva multinível; b) metodologias de estudos trans-nacionais e longitudinais. Desde janeiro de 2018 é Coordenadora Nacional do European Social Survey-ERIC e do European Values Study. Em conjunto com Jorge Vala e Cicero Pereira fundou em 2009 a Escola de Verão de Métodos Avançados em Análise de Dados do ICS-ULisboa. Actualmente, é Coordenadora das Escolas de Verão/Inverno e vice-presidente da Comissão de Estudos Pós-Graduados do ICS-ULisboa.
8/5/20201 hour, 31 minutes, 36 seconds
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#92 Henrique Leitão - Os mitos surpreendentes da História da Ciência

Henrique Leitão, doutorado em Física, Prémio Pessoa em 2014, é investigador em História da Ciência, sendo actualmente Presidente do Departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa (FCUL). Interessa-se, em particular, pela história das ciências exactas nos séculos XV-XVII, pela história da ciência em Portugal e pela história do livro científico. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Foi uma conversa fascinante e surpreendente, esta, uma daquelas que me fizeram olhar com outros olhos para a História - neste caso a da Ciência - e até mesmo para o mundo em que vivemos. O Henrique já me tinha sido recomendado há muito tempo, mas confesso que fui hesitando, basicamente por recear que a História da Ciência fosse já um tema demasiado explorado, e sem grande matéria para discussão no podcast. Isto, claro, para além do interesse das descobertas científicas propriamente ditas e do trabalho das grandes figuras de referências.  Não podia estar mais enganado! Na verdade, a História da Ciência, sobretudo a História de como, a partir do século XVI houve uma transição para aquilo a que chamamos Ciência Moderna, tem muito que se lhe diga. E esta área da Historiografia ganhou uma nova vida nos últimos 50/60 anos; nova vida essa da qual, falo por mim, tinha pouca noção.  Neste último meio-século surgiu um debate intenso sobre uma série de factores que sobressaem numa análise mais fina e ampliada daqueles tempos e que eram, até ali, ignorados ou subvalorizados; aspectos que  que nos fazem perceber que as transformações que ocorreram naquele período são muito mais complexos do que a história que nos é habitualmente contada, do surgimento, quase que por geração espontânea, de um modo diferente de olhar e estudar o mundo natural.  Nesta conversa, percorremos uma série desses aspectos; por exemplo:  Será que os grandes nomes da chamada Revolução Científica pensavam como os cientistas actuais? O que dizer, por exemplo, da paixão de Newton pela alquimia, ou pela cronologia bíblica? Qual foi o motor daquela transição: um pequeno número de génios e momentos de inspiração, ou uma mudança mais transversal na organização da sociedade e na maneira como as pessoas olhavam o mundo? E essa transição ocorreu exclusivamente em alguns países do centro da Europa, ou foi um fenómeno pan-europeu? Que influência tiveram, por exemplo, os descobrimentos? E como é que áreas como a Astronomia já tinham dado o grande salto para a modernidade em meados do sec XVII, enquanto a Biologia, por exemplo, teve de esperar mais dois séculos para uma verdadeira mudança de paradigma? E, por fim, se a História é tão complicada e cheia de matizes, será que ainda faz sentido falarmos de uma Revolução Científica, ocorrida entre 1500 e 1700? Foram estas e outras perguntas que discutimos, numa conversa que foi um pouco mais ziguezagueante do que o habitual (sorry!).    Índice da conversa: Que tipo de História é, afinal, a História da Ciência? A visão simplista da História da Ciência, e da “Revolução Científica”, que ainda hoje nos é transmitida Limitação #1: Os primeiros cientistas não pensavam, em muitos aspectos, como nós O desconforto que nos cria o interesse de Newton pela alquimia Os preconceitos de Darwin Limitação #2: A influência do contexto cultural e social em que actuavam os primeiros cientistas no tipo de Ciência que fizeram Frances Yates (historiadora de ciência) Boris Hessen (historiador de ciência) - "As Raízes Sócio-Económicas dos Principia de Newton" O (alegado) papel do protestantismo no lançamento da Ciência Moderna A herança pré-moderna: Europa medieval, mundo Árabe Limitação #3: O papel fulcral dos artesãos na criação da Ciência Moderna Alexandre Koyré (historiador de ciência) Edgar Zilsel (historiador de ciência) Francis Bacon Limitação #3(b): As grandes descobertas científicas enquanto produto de saberes e debates partilhados num contexto social alargado O papel de Galileu Limitação #4: O papel da herança grega e da visão judaico-cristã na criação de um modo diferente de olhar para o mundo natural, já presente na Idade Média Os perigos e as limitações da pulsão relativizadora da Historiografia  Limitação #5: Como a ciência convive com teorias parcialmente erradas até encontrar melhor  Thomas Kuhn (filósofo de ciência) Ciência feita vs. o processo através do qual se faz ciência  Como é possível que a Revolução Científica tenha surgido precisamente num período tão marcado por conflitualidade e fechamento na Europa? Limitação #6: A transição para a modernidade científica enquanto fenómeno pan-europeu, e não apenas localizado num pequeno conjunto de países protestantes O papel dos descobrimentos na primeira fase desta transição (Sec XVI) Pedro Nunes, Frei Heitor Pinto A importância fulcral da experiência directa de milhares de pessoas com lugares distintos na mudança da relação mental com a natureza A revolução ocorrida na Iberian Science nas últimas décadas  Porque é que Portugal não fui, depois, um ator principal na ciência do século XVII em diante? O desenvolvimento da Ciência na Europa beneficiou de contributos do oriente (China, Japão)? O que é especial (ainda hoje) na cultura europeia  A importância da inscrição social da ciência e da curiosidade pelo mundo natural Limitação #7: As mudanças de paradigma não ocorreram na mesma altura e ao mesmo ritmo nos diferentes ramos da Ciência Sendo assim, ainda faz o não sentido falar de uma Revolução Científica? Mistérios em torno da Revolução Industrial Livro recomendado: Galileu, Cortesão - A Prática da Ciência na Cultura do Absolutismo, de Mario Biagioli   Obrigado aos mecenas do podcast: Paulo Peralta, Eduardo Correia de Matos, João Baltazar, Salvador Cunha, Rui Oliveira Gomes, Tiago Leite, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Goncalo Machado Monteiro, Filipe Bento Caires, Rui Barbosa, Sérgio Vicente Tomás Costa, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Rita Mateus, Daniel Correia, António Padilha, Abilio Silva, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Joao Salvado, Francisco Fonseca, João Nelas, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Carmen Camacho, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, José Carlos Abrantes, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, JP, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, António Amaral, João pinto, Rodrigo Murteira Pedrosa, João Jaime, João Crispim, Ricardo Nogueira, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Andre Peralta Santos, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Telmo, Cátia João Prudêncio, Sérgio Catalão, joao Martins, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Magalhães Lima, Renato Mendes, Andreia Esteves, Alexandre Freitas, Tiago Costa da Rocha, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Guilherme Pimenta Jacinto, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermudez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Fábio Mota, Diogo Silva, Tiago Gameiro, Pedro Conceição, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Ricardo Campos, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, André Balças, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Henrique Leitão, a quem foi atribuído o Prémio Pessoa 2014, tem vindo a desenvolver intenso trabalho na área da história da ciência. É doutorado em Física e actualmente Presidente do Departamento de História e Filosofia da Ciência (FCUL). Interessa-se, em particular, pela história das ciências exactas nos séculos XV-XVII, pela história da ciência em Portugal e pela história do livro científico. É autor de vasta bibliografia sobre estes temas. É membro efectivo da Académie Internationale de Histoire des Sciences e é o representante de Portugal na Division of the History of Science and Technology, da International Union of History and Philosophy of Science. Entre outras associações nacionais, é sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e sócio emérito da Academia de Marinha. Coordena a comissão científica encarregue de publicar a obra completa de Pedro Nunes. Das suas traduções, destaca-se a tradução, pela primeira vez em Portugal, da obra emblemática de Galileu, Sidereus Nuncius. O Mensageiro das Estrelas (Fundação Calouste Gulbenkian, 2010). Recebeu uma Advanced Grant do European Research Council em 2019.
7/22/20201 hour, 44 minutes, 46 seconds
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#91 Luís Aguiar-Conraria - A visão de um ‘liberal de esquerda’, a importância e apostar na educação & muito mais

Professor de Economia na Universidade do Minho, doutorado em Economia pela Cornell University, investigação nas áreas da macroeconomia e da economia política. Colunista regular na imprensa, actualmente no Expresso. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este episódio é, de certa forma, duas conversas numa só. A primeira parte foi mais típica; falámos sobre alguma da investigação mais marcante do convidado nos últimos anos, que até é mais na área da ciência política. Por exemplo, o efeito de diferentes tipos de quóruns em referendos ou a interação entre o desempenho da economia e a justiça procedimental enquanto determinantes do voto nos governos incumbentes. Podem parecer temas algo áridos, mas garanto que as conclusões são bem interessantes. Estes papers foram feitos, aliás, em conjunto com Pedro Magalhães, que foi convidado logo no episódio seis do podcast. A segunda parte da conversa, isoladamente, podia ser um dos episódios da série Orientações Políticas que tenho gravado com diferentes convidados. Falámos sobre a visão do Luís, que se descreve como um ‘liberal de esquerda’, uma combinação invulgar que talvez explique porque é que consegue o feito raro de ter leitores de simpatias políticas muito diferentes. Isso e, talvez, o facto de não cair no perfil típico de muitos colunistas da nossa praça -- mesmo alguns dos mais persuasivos -- que apenas escrevem artigos de esquerda, ou de direita, ou contra o PS ou a defender o governo; isto é, apenas escrevem para a sua tribo, e tipicamente de uma posição moralmente superior. Esta segunda parte foi, por isso, muito mais uma discussão de ideias, sem um guião pré-definido. Falámos de temas tão diferentes como o salário mínimo e a flexibilidade do mercado de trabalho, as dificuldades do cronista regular de jornal e, a minha parte preferida da conversa, a importância da educação, e o modo como ajuda a explicar, mais ainda do que podemos achar, o atraso relativo do país.    Índice da conversa: Investigação do convidado Referendos (com Pedro Magalhães: um, dois Referendo em Itália em 2005 sobre fertilização invitro Voto económico Paper sobre o voto económico nas autárquicas Política e economia “O que é isso de ser um ‘liberal de esquerda’?” Economia pública vs Teoria da Escolha Pública Aumento do salário mínimo e Monopsónio.  Pedro Portugal Concorrência e concertação entre empresas Papel dos reguladores Fiscalidade A racionalidade (ou amoralidade) característica dos economistas Os desafios de escrever regularmente nos jornais Blog Ladrões de Bicicletas O tribalismo na política Mercado de trabalho “O mercado de trabalho em Portugal é demasiado rígido, ou, pelo contrário, já é mais flexível do que devia ser?” Texto de Ricardo Reis Mário Centeno - O Trabalho, uma visão de mercado O caso dos docentes universitários Educação / ensino “Temos um PIB alto para o nível de escolaridade da população” Escolaridade da população Público vs Privado Gestão da Escola Pública durante a pandemia e a evidência do impacto da ausência de aulas sobre o futuro dos alunos Os custos escondidos da pausa nas aulas Os benefícios de trabalhar numa empresa com um nível de escolaridade médio elevado Livro recomendado: “Beyond the Invisible Hand: Groundwork For A New Economics”, de Kaushik Basu   Obrigado aos mecenas do podcast:   Paulo Peralta, Eduardo Correia de Matos, João Baltazar, Salvador Cunha, Tiago Leite, Joana Faria Alves, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Gustavo, Goncalo Machado Monteiro, Sérgio Vicente Tomás Costa, Tiago Neves Paixão, Joao Saro, Rita Mateus, Daniel Correia, António Padilha, Abilio Silva, Ricardo Duarte, Tiago Queiroz, Joao Salvado, Francisco Fonseca, João Nelas, Diogo Sampaio Viana, Rafael Santos, Carmen Camacho, José Soveral, Andre Oliveira, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Luís Costa, Sara Mesquita, João Bernardino, Manuel Martins Vasco Sá Pinto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, João Castanheira, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Pires, Francisco dos Santos, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Marta Baptista Coelho, Hugo Correia, Mariana Barosa, Miguel Palhas, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, rodrigo brazão, Pedro, Vasco Lima, Tomás Félix, José Carlos Abrantes, Duarte, José Galinha, José Oliveira Pratas, isosamep, João Moreira, Joao Pinto, Pedro alagoa, Francisco Aguiar, José Proença, Joao Diogo, JP, Marco Coelho, João Diogo Silva, Jose Pedroso, António Amaral, João pinto, Rodrigo Murteira Pedrosa, João Jaime, João Crispim, Ricardo Nogueira, Margarida Gonçalves, Miguel Lamela, Andrea Grosso, João Pinho, Andre Peralta Santos, Abílio Mateus, Paulo dos Santos, Telmo, Cátia João Prudêncio, Sérgio Catalão, joao Martins, Luis Filipe, Jose António Moreira, João Barbosa, Fonsini, Maria Francisca Couto, Carlos Magalhães Lima, Renato Mendes, Andreia Esteves, Alexandre Freitas, Tiago Costa da Rocha, Francisco Santos, Pedro F. Finisterra, Guilherme Pimenta Jacinto, Antonio Albuquerque, Fernando Sousa, juu-san, joana antunes, Francisco Vasconcelos, Gabriela, Paulo Ferreira, MacacoQuitado - Twitter, Pedro Correia, Francisco López Bermudez, Nuno Almeida, Carlos Silveira, Bruno Lamas, Francisco Manuel Reis, Diogo Rombo, Francisco Rocha, Fábio Mota, Diogo Silva, Tiago Gameiro, Pedro Conceição, Patrícia Esquível, Inês Patrão, Luis Miguel da Silva Barbosa, Albino Ramos, Daniel Almeida, Ricardo Campos, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, André Balças, Hugo Domingues   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Luís Aguiar Conraria é doutorado em Economia pela Cornell University, mestre pela Universidade do Porto e licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra. Desde 2005 que é professor de economia na Universidade do Minho. Já exerceu diversos cargos, dos quais se destaca o de director do Departamento de Economia. Actualmente é vice-presidente para a Investigação e Internacionalização da Escola de Economia e Gestão da UMinho. A sua investigação desenvolve-se na área de Macroeconomia, Economia do Ambiente, Economia Política e Métodos Quantitativos de Previsão. Recentemente começou a debruçar-se sobre a sustentabilidade da segurança social e os problemas da desigualdade de género no mercado laboral. Tem dezenas de artigos publicados em algumas das melhores revistas científicas internacionais, como o Journal of Money Credit and Banking, Energy Economics, American Journal of Political Science, Journal of Economic Dynamics and Control, entre várias outras. Em 2011 recebeu o Prémio Gulbenkian para a Internacionalização das Ciências Sociais. A nível de consultoria destaca-se a participação nas equipas que elaboraram o Estudo sobre a Poupança em Portugal — trabalho encomendado pela Associação Portuguesa de Seguradores em 2011 ― e o Parecer à Introdução à Conta Geral do Estado de 2009 — trabalho encomendado pelo Tribunal de Contas em 2010. 
7/8/20201 hour, 50 minutes, 58 seconds
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#90 Paulo Gama Mota - O mito de que a evolução produz adaptações perfeitas & muito mais

Como prometido, a 2ª parte da conversa com o biólogo Paulo Gama Mota. Paulo Gama Mota é biólogo, doutorado e professor na Universidade de Coimbra. Os seus interesses científicos têm sido o estudo do comportamento animal e a compreensão das suas causas evolutivas. O convidado foi também Director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra até 2015, e é actualmente presidente da Sociedade Portuguesa de Etologia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Depois de, na primeira conversa, temos feito uma espécie de “viagem de reconhecimento” pela Biologia Evolutiva, nesta pudemos ir mais fundo em alguns aspectos deste fenómeno complexo. Começámos por falar de uma das áreas de investigação do Paulo: as causas evolutivas para os comportamentos característicos de cada espécie, muitos deles em resultado da selecção sexual — como vão ver, a variedade de comportamentos é imensa. Isso levou-nos a falar do desenvolvimento da inteligência, e do estranho caso de alguns cefalópodes, como o polvo, um animal espantosamente inteligente mas tão distante de nós que há quem lhe chame “o mais próximo de uma inteligência alienígena que podemos encontrar”. Na 2ª metade da conversa, falámos de aspectos mais gerais da evolução por selecção natural, onde as coisas nem sempre são o que parecem. Discutimos, por exemplo, o mito de que a selecção natural produz sempre adaptações perfeitas (o que está longe de ser verdade) e uma proposta ainda mais contra-intuitiva: será que há características que evoluíram por por acaso, e não por seleção? Tudo isto devidamente condimentado por exemplos e perguntas que continuam por responder.    Índice da conversa: Comportamento e ecologia comportamental Tipos de causalidade na Biologia Ensaio de Peter Medawar Seleção social (para lá da seleção sexual) Espécies que desenvolvem plasticidade de comportamento O cérebro enquanto adaptação flexível ao ambiente Os polvos que fundiam propositadamente as luzes do laboratório O que explica que o cérebro se tenha desenvolvido em algumas espécies (como a nossa)? Experiência referida de privação de comida: Minnesota Starvation Experiment O papel da sinalização na seleção sexual e noutros tipos de comportamento Papel da seleção por arrasto Sinalização sexual O caso dos auklets, aves do Alasca  Comportamentos “inter-específicos” (entre espécies) Exemplo das gazelas que sinalizam aos predadores Animais que imitam predadores Estratégias sexuais dos cabozes (peixes) Aspectos gerais da evolução  Mito de que a selecção natural produz adaptações perfeitas O caso do polegar do panda Livro: O Jogo dos Possíveis, de François Jacob  O caso do olho humano (também abordado no 1º episódio) Why every human has a blind spot - and how to find yours Outro teste Do it yourself do Exploratório de São Francisco Paisagem adaptativa O exemplo dos dodos Especialização e interdependência entre espécies  Órgãos vestigiais O caso do apêndice humano Porquê os tubarões não têm bexiga natatória (ao contrário dos peixes) Será que há características que evoluíram por deriva genética e não por seleção? A teoria da evolução por mutações neutras (Motoo Kimura) A tradição do  “mergulho para o solo” da tribo dos Vanuatu A tradição da tribo que come o cérebro dos adversários mortos A tribo que tem cegueira de cor Será o homo sapiens um caso neotenia (tipo de heterocronia)?  Sê-lo-ão os cães? Livros recomendados: A Evidência da Evolução, de Jerry A. Coyne Improbable Destinies: Fate, Chance, and the Future of Evolution (Inglés) First Edition Edición, de Jonathan B. Losos   Comentário do convidado sobre o ‘dilema obstétrico’ abordado no episódio anterior “Há dois aspectos que tiveram desenvolvimentos desde a hipótese do dilema obstétrico de Washburn, que sugeria uma relação entre tamanho da pélvis e nascimento precoce. A pélvis seria constrangida pela locomoção e o nascimento precoce por causa do canal. Estudos anatómicos sugerem que a pélvis mais larga não causa uma locomoção mais difícil. MAs, há outros aspectos relacionados com a tensão no colo do fémur, que não permitem conclusões definitivas. Por outro lado, as comparações com Australopitechus são difíceis, do ponto de vista da biomecânica. Mas, há uma nova hipótese que tem menos a ver com o parto e mais com a gravidez. Uma pélvis larga dá menos sustentação ao feto e pode mais facilmente originar partos prematuros. Nascimento precoce - Dunsworth propôs que o problema não seria o tamanho do feto, mas o custo energético. Do que li, faz sentido, mas não inviabiliza o problema do tamanho da cabeça, que é proporcionalmente enorme, na nossa espécie, às 36 semanas (junto artigo que dá uma ideia). E o custo energético também não explica porque há tantos partos que correm mal na nossa espécie, ao contrário dos outros primatas. Acho que a hipótese de Washburn continua de pé, ainda que não seja toda a explicação. Há um aspecto interessante que revela que o parto humano evoluiu em sociedades com sobreposição de gerações e forte apoio entre indivíduos do sexo feminino. Os nossos bébés são os únicos que nascem com a cabeça virada para a parte posterior da mãe. Em todos os outros primatas a cria nasce virada para o umbigo da mãe. E isso faz toda a diferença, porque esta pode ajudar o parto puxando para si. No caso humano isso poderia ser fatal, porque dobrava a cabeça para trás. Ou seja: o parto tem que ter ajuda de terceiros.”   Obrigado aos mecenas do podcast:   Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente, Nuno Almeida, Mauro Ribeiro, Francisco Rocha, Inês Braga, André Balsas, Francisco Manuel Reis, Ricardo Leitao, Bruno Lamas, Danel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Luís Barbosa, Pedro Conceição, Patrícia Esquível, Telmo Felgueira, Mike Osaka, Tiago Gameiro   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Doutorado pela Universidade de Coimbra e Professor Associado, com agregação, do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC. Os seus interesses científicos têm sido o estudo do comportamento animal e a compreensão das suas causas evolutivas, incluindo a nossa espécie. Em especial, interessa-se pela evolução de sinais sexuais, como a coloração nas aves, e a comunicação animal. Publica regularmente nas revistas mais importantes de comportamento animal e evolução. É investigador do CIBIO, onde coordena o grupo de investigação em Ecologia Comportamental e é Presidente da Sociedade Portuguesa de Etologia. A par da sua actividade científica e de ensino, interessou-se pela comunicação de ciência, aspecto que considera essencial na actividade de um cientista. Foi director do Museu Antropológico da FCTUC, do Museu Nacional da Ciência e da Técnica, e responsável pelo projecto e Director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (2006-2015), que recolheu inúmeros prémios nacionais e internacionais, pela excelência do projecto e da sua actividade. Comissariou várias exposições de ciência e coordenou vários projectos de ciência cidadã, sempre com a preocupação de aproximar os cidadãos da ciência.
6/24/20201 hour, 49 minutes, 5 seconds
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#89 Paulo Gama Mota - Uma viagem pela teoria da evolução: Darwin, genes, selecção sexual e selecção de grupos

Paulo Gama Mota é biólogo, doutorado e professor na Universidade de Coimbra. Os seus interesses científicos têm sido o estudo do comportamento animal e a compreensão das suas causas evolutivas. O convidado foi também Director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra até 2015, e é actualmente presidente da Sociedade Portuguesa de Etologia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta conversa, fizemos uma viagem pela Biologia Evolutiva, percorrendo vários aspectos da teoria da evolução.  A evolução é um bom candidato à área mais fascinante da ciência. Como dizia o filósofo Daniel Dennett -- de quem falámos no episódio passado -- a descoberta de Darwin de evolução por selecção natural é, provavelmente, “a melhor ideia que alguém alguma vez teve”. Uma ideia muito simples de explicar, mas, na prática, com a imensa variedade da árvore da vida, incrivelmente complexa.  Compreender a lógica da evolução é fascinante por si só, mas também nos ajuda a compreender melhor uma série de outros aspectos, seja de outras áreas da ciência seja do nosso comportamento humano. Por isso, é um tema que já veio a propósito de vários temas que abordei no podcast; temas tão diferentes como genética, inteligência artificial, antropologia, psicologia evolutiva, doenças psiquiátricas, nutrição...e podia continuar. É, por isso, uma grande lacuna não ter ainda convidado um biólogo evolutivo para fazer uma viagem completa pelas teorias da evolução. Este episódio preenche essa lacuna. E, para compensar, não fica por aqui: no próximo episódio, o Paulo regressa para uma 2ª parte em que, depois desta panorâmica, falamos de vários outros aspectos que tornam a evolução um fenómeno tão complexo e, ao mesmo tempo, claro, fascinante.  Nesta primeira parte da conversa com o Paulo Gama Mota, fizemos, então, uma viagem pela biologia evolutiva. Falámos da teoria original de Darwin e do modo como foi complementada, já no século XX, pela visão da selecção como ocorrendo primariamente ao nível dos genes (e não apenas no indivíduo). E falámos também da chamada “selecção de grupo”, uma área controversa da Biologia, que propõe que a evolução pode também ocorrer um nível acima: ao nível dos grupos. Mas para haver selecção, não basta a um indivíduo ter maiores probabilidades de sobreviver mais tempo, tem que conseguir passar os seus genes para a geração seguinte. É aqui que entra a selecção sexual, de que falámos na última parte da conversa e que é uma das áreas de investigação do convidado. Nota: quando, a certo ponto, falamos de Egas Moniz, queremos obviamente dizer Martim Moniz.   Índice da conversa: Como funciona a evolução por selecção natural? Outros usos da lógica da evolução por selecção A síntese moderna Hamilton Haldane A visão da evolução centrada nos genes (ou teoria do gene egoísta) Richard Dawkins A explicação do infanticídio entre muitos mamíferos, e os primatas em particular. Transposões Quando a evolução produz resultados imperfeitos O pescoço da girafa Nos humanos: olho, próstata, o parto A visão da evolução centrada nos genes Seleção de parentesco  Green-beard effect Ajuda a explicar a origem evolutiva da homossexualidade? Grandmother hypothesis  Envelhecimento  Genes que evoluem por arrasto Diferença no tamanho de mãos e pés entre os dois sexos Seleção de grupo Edward Wilson (A mutação que nos permitiu beber leite em adultos) Evolução cultural Experiência Melissa Bateson Seleção sexual  Abetarda (pássaro) Modelo de Ronald Fisher (runaway selection) Modelo de bons genes (“sexy son hypothesis”) Modelo do handicap Livro: Evolution of beauty - Richard O. Prum (vídeo recém nascidos seguram-se sozinhos) Estímulos supranormais Modelo do sensory bias Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente, Nuno Almeida, Mauro Ribeiro, Francisco Rocha, Inês Braga, André Balsas, Francisco Manuel Reis, Ricardo Leitao, Bruno Lamas, Danel Almeida, Albino Ramos     Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Doutorado pela Universidade de Coimbra e Professor Associado, com agregação, do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC. Os seus interesses científicos têm sido o estudo do comportamento animal e a compreensão das suas causas evolutivas, incluindo a nossa espécie. Em especial, interessa-se pela evolução de sinais sexuais, como a coloração nas aves, e a comunicação animal. Publica regularmente nas revistas mais importantes de comportamento animal e evolução. É investigador do CIBIO, onde coordena o grupo de investigação em Ecologia Comportamental e é Presidente da Sociedade Portuguesa de Etologia. A par da sua actividade científica e de ensino, interessou-se pela comunicação de ciência, aspecto que considera essencial na actividade de um cientista. Foi director do Museu Antropológico da FCTUC, do Museu Nacional da Ciência e da Técnica, e responsável pelo projecto e Director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (2006-2015), que recolheu inúmeros prémios nacionais e internacionais, pela excelência do projecto e da sua actividade. Comissariou várias exposições de ciência e coordenou vários projectos de ciência cidadã, sempre com a preocupação de aproximar os cidadãos da ciência.
6/11/20201 hour, 49 minutes, 6 seconds
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#88 Sofia Miguens - Filosofia da Mente & muito mais

Sofia Miguens é professora catedrática no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e fundadora do MLAG, dedicado à Filosofia da Mente, Linguagem e Acção. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Decidi convidar a Sofia para o 45 Graus porque há muito que queria abordar algumas das questões da área da Filosofia da Mente, em que ela se começou por especializar.  Como vão perceber, depois, como o leque de interesses da convidada dentro da Filosofia contemporânea é particularmente alargado, a nossa conversa acabou por se estender por outros terrenos igualmente interessantes. Abrimos as hostilidades a discutir uma peculiaridade da Filosofia Contemporânea que me vem intrigando já há algum tempo: o facto de coexistirem abordagens e estilos distintos na Filosofia actual -- por vezes tão distintos que nem parecem vir da mesma área do conhecimento. Há várias maneiras de organizar estas diferenças de estilo, mas a distinção mais comum é entre Filosofia Analítica e a Filosofia Continental, que correspondem também (e não por acaso) a tradições linguísticas específicas. Esta discussão levou-nos a discutir também um tema eterno: a relação da Filosofia com a Ciência: será que são, no fundo, a mesma coisa ou, pelo contrário, são irremediavelmetne incompatíveis? Na segunda parte da conversa, a partir sensivelmente dos 35 minutos, saltámos para problemas mais concretos da principal área de investigação da convidada: a Filosofia da Mente, da Linguagem e da Acção, como por exemplo o chamado “problema mente-corpo”. No último trecho da conversa, tivemos ainda tempo para discutir outro tema quente destas áreas: o campo crescente, composto por filósofos e cientistas, que declara que, por muito que nos custe, tudo indica que não temos livre arbítrio.    Índice da conversa: Livros da convidada Uma Leitura da Filosofia Contemporânea Filosofia da Mente - Uma Antologia The Logical Allien Filosofia Analítica vs Filosofia Continental Analítica: Frege, Russell, Wittgenstein  Continental: Husserl, Heidegger, Kant, Hegel, Nietzsche, Kierkegaard, Marx Quine e os "Dois Dogmas do Empirismo" Hilary Putnam Porque é que a Filosofia é tão dependente de autores individuais? Porque é que não há um corpo de conhecimento universal da Filosofia? A importância da linguagem Filosofia vs Ciência Quine e a Filosofia da Ciência Thomas Nagel e o papel do observador (“The view from nowhere”) Existencialismo Filosofia da Mente (& da Linguagem e da Acção) O que é? Daniel Dennett  David Chalmers Problema mente-corpo: onde está a nossa mente? Pensamento vs mente A Consciência  Experiências de pensamento clássicas da Filosofia da Mente Thomas Nagel - What Is It Like to Be a Bat?  Frank Jackson - Mary the super-scientist David Chalmers - o zombie filosófico Teoria de Dennett Qualia Inteligência Artificial  Racionalidade e Emoções David Hume Livre arbítrio A experiência de Libet Livros recomendados Stanley Cavell - The Claim of Reason: Wittgenstein, Skepticism, Morality, and Tragedy Robert Nozick - The Nature of Rationality   Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente, Nuno Almeida, Mauro Ribeiro, Francisco Rocha, Inês Braga, André Balças, Francisco Manuel Reis, Ricardo Leitao     Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Áreas de ensino e investigação: epistemologia, filosofia da mente, da linguagem e da acção, filosofia moral, história da filosofia contemporânea. Professora Catedrática no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O seu orientador de doutoramento foi o filósofo português Fernando Gil (FCSH-UNL - Lisboa, EHESS – Paris) No Instituto de Filosofia da Universidade do Porto criou em 2005 o MLAG (Mind, Language and Action Group,) que dirige até hoje e que tem levado a cabo sucessivos projectos de investigação externamente financiados (FCT, BIAL, DAAD, CNRS) e albergado o trabalho de mestrandos, doutorandos e investigadores de pós-doutoramento. No Instituto de Filosofia é ainda a responsável pela coordenação dos grupos de investigação da área de Filosofia Moderna e Contemporânea.  Foi visiting scholar na NYU – Nova Iorque (2000), no Instituto Jean Nicod, Paris (2007-2008). Foi Visiting Researcher na Universidade de Sydney – Australia (2013). Em 2017 foi Visiting Professor em Amiens. Tem lecionado cursos e feito conferências em vários países (Espanha, França, Alemanha, Áustria, Turquia, Suíça, Finlândia, Austrália, Polónia, Rússia, China entre outros). Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia. Foi Diretora do Departamento de Filosofia da FLUP e Diretora da licenciatura em Filosofia. É atualmente Diretora do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, uma Unidade de Investigação da FCT.  É autora de sete livros, Uma Teoria Fisicalista do Conteúdo e da Consciência – Daniel Dennett e os debates da filosofia da mente (2002), Racionalidade (2004), Filosofia da linguagem (2007), Será que a minha mente está dentro da minha cabeça? Da ciência cognitiva à filosofia (2008), Compreender a mente e o conhecimento (2009), Uma leitura da filosofia contemporânea – figuras e movimentos (2019).  Coordenou mais de duas dezenas de volumes colectivos em português e inglês, o último dos quais The Logical Alien (Harvard University Press, 2020). É autora de mais de 100 artigos em inglês, francês e português, alguns dos mais recentes: “Temptation and Therapy – Wittgensteinian responses to other minds scepticism” (Wittgenstein Studien, 2019) e “The Human Face of Naturalism – Putnam and Diamond on religious belief and the ethical ‘gulfs between us’” (The Monist, 2020).  
5/27/20201 hour, 45 minutes, 58 seconds
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[EXTRA] Remotamente Interessante - Martim Sousa Tavares: "5 músicas de que aprendi a gostar"

Muitos de vós têm pedido uma versão-podcast do "Remotamente Interessante" (programa da Fundação Francisco Manuel dos Santos que estou por estes dias a moderar). Enquanto o podcast do programa não é lançado autonomamente, deixo-vos aqui o episódio de ontem, em jeito de 'teaser' (até porque trata de um tema que ainda não abordei directamente no 45 Graus: música): Sinopse: A discussão sobre se há boa e má música é um debate eterno e provavelmente impossível de resolver. Há, certamente, pessoas a quem reconhecemos conhecimento e gosto para desvendar a boa música, mas esse gosto é um fenómeno misterioso e imprevisível. Neste episódio, a Fundação desafia o maestro Martim Sousa Tavares a partilhar cinco desses gostos improváveis. Veja o programa aqui: https://www.ffms.pt/conferencias/ciclo/4586/remotamente-interessante Ou aqui: https://www.youtube.com/user/ffmspt/videos Bio do convidado: Formado em Ciências Musicais e Direcção de Orquestra em Lisboa, Milão e Chicago. Trabalhou com orquestras de sete países, promovendo um repertório plural, da estreia mundial de obras contemporâneas ao resgate moderno de música antiga. Aos 28 anos, é uma voz activa na divulgação da música clássica, regenerando e multiplicando abordagens e formas de contacto com esta forma de arte. Coordenador de projectos educativos do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa, é autor do programa semanal A Lira de Orfeu (Antena2) e tem sido ouvido enquanto comunicador em diversos contextos. No âmbito da criação e pensamento contemporâneos, foi curador do ciclo A Boca do Lobo, com uma série de concertos mensais de música clássica no Lux-Frágil em Lisboa.  
5/19/202034 minutes, 56 seconds
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#87 Alexandre Relvas - Como aumentar a competitividade da economia portuguesa

Alexandre Relvas é um empresário com participação activa na política e na sociedade civil. Enquanto gestor, nos últimos anos tem estado dividido entre a Logoplaste, de que é accionista e foi CEO até 2017, e um projecto família ligado à produção de vinhos, a Casa Relvas. Para além disso, é presidente desde 2013 do Conselho Fiscal da Comunidade Vida e Paz Já a participação cívica tem tomado várias formas. Politicamente, está ligado ao PSD, onde foi presidente do Instituto Sá Carneiro de 2008 a 2010. Antes disso, foi um dos promotores do “Compromisso Portugal” - um movimento que reunia um conjunto de pessoas, sobretudo gestores e economistas, com o objectivo de desenvolver propostas para aumentar o desenvolvimento económico do país (muito em linha com o que discutimos na nossa conversa).  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Esta conversa foi gravada pouco antes daquela fatídica semana de março em que de repente a pandemia tomou de vez conta do nosso espaço mental, das nossas preocupações. Por isso, por estarmos todos focados em problemas mais graves e imediatos, fui decidindo adiar a publicação deste episódio. Creio que agora é a altura certa. Não só porque estamos todos um pouco mais calmos como, sobretudo, porque estamos todos (eu, pelo menos) com vontade de pensar noutras coisas e começar a planear o futuro.  Futuro esse que passa, no imediato, por minimizar a recessão e relançar da economia, mas que não pode deixar de considerar aquilo que já era importante, e talvez se tenha tornado agora ainda mais: como tornar mais desenvolvida e competitiva a economia portuguesa.  Foi precisamente esse o mote para esta conversa com Alexandre Relvas, partindo da premissa de que o crescimento económico é uma condição necessária (embora não suficiente) para uma sociedade mais próspera para todos, e que esse crescimento depende, em grande medida, da competitividade externa das nossas exportações. Foi uma discussão extremamente interessante, em que passámos a pente-fino um leque enorme de aspectos que influenciam a nossa competitividade, positiva e negativamente, e o que fazer para corrigir estes últimos. Conceitos referidos durante o episódio: 1. O Alexandre refere, logo no início, a importância do “stock líquido de capital” para o potencial de crescimento da economia. Este “stock líquido de capital” é um indicador que mede a disponibilidade de um factor de produção específico, o capital, ou seja, máquinas, equipamentos, instalações, etc, e é portanto um determinante da capacidade de expansão da actividade pelas empresas. Se pegarmos no exemplo de uma fábrica, este stock aumentaria num determinado período se o valor das máquinas adquiridas fosse superior ao valor do desgaste das máquinas antigas. Ao ter mais máquinas em funcionamento disponível, a fábrica terá (com tudo o resto igual) capacidade para aumentar a produção. Se acontecer o contrário, claro, tenderá a diminuí-la. 2. Outro conceito de que falamos é o chamado sector não transacionável da economia. Este consiste essencialmente nas empresas que operam em sectores que não estão expostos a concorrência do exterior (por exemplo, a energia, as comunicações, a distribuição e muitos serviços, com a notória excepção do turismo). Estes sectores tendem, por isso (embora isso não seja uma consequência inevitável) a ser menos concorrenciais e, por isso mesmo, a ter empresas com lucros indevidos, as chamadas rendas.   Índice da conversa: O que correu mal nas últimas décadas em termos de competitividade da economia portuguesa vs o que correu bem Relatórios sobre a competitividade da economia portuguesa Doing Business do Banco Mundial IMD World Economic Forum -  Global Competitiveness Report 2019 Inquérito do INE aos custos de contexto das empresas portuguesas Qualificação do capital humano Infraestruturas Estabilidade das políticas Sectores não-transaccionáveis e sectores protegidos Medidas: reformas vs rupturas Lei das falências Capital social Sistema judicial Licenciamentos Acesso a financiamento Necessidade de maior consolidação de empresas (fusões e aquisições) Necessidade de uma mudança de mentalidade dos empresários  Papel das confederações patronais  Mercado de trabalho  Salário mínimo Atitude face ao empreendedorismo Artigo Isabel Stilwell - Só um tipo muito estúpido é que tem uma empresa Importância da educação e da sustentabilidade  Livros recomendados Steven Pinker - O Iluminismo Agora Hans Rosling - Factfulness - Dez razões pelas quais estamos errados acerca do mundo – e porque as coisas estão melhor do que pensamos Filantropia Artigo DN: Amancio Ortega ou Bill Gates? Portugal também tem mecenas, são é discretos Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Alexandre Relvas nasceu em Luanda em 1956. É casado e tem cinco filhos. Licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas na Universidade Católica Portuguesa onde exerceu actividade docente de 1978 a 1991. De 1991 a 1995 foi Secretário de Estado do Turismo do XII Governo Constitucional. É acionista e Administrador da Logoplaste. Foi CEO de 1997 a 2017. É acionista e Presidente da Casa Relvas, acionista e Administrador da Logotéis, proprietária dos hotéis Porto Bay no Algarve e Brasil e Administrador não Executivo da Nutrinveste e da Norfin. É também acionista fundador e Presidente da Assembleia Geral do Observador. É atualmente membro do Conselho Estratégico da Business School e do Conselho Estratégico do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Foi acionista fundador da Interfinança, adquirida pelo BCP, da Fonsecas & Burnay SGP adquirida pelo BPI, da E-Deal adquirida pela Sonae e da Norfin adquirida pela Arrow. É Presidente desde 2013 do Conselho Fiscal da Comunidade Vida e Paz. Membro desde 2013 do Conselho de Curadores do Museu Nacional de Arte Antiga. Foi Presidente da Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica em 1990 e 1991. Em 1998 e 1999 foi membro da Comissão Politica Nacional do PSD sendo Presidente o Professor Marcelo Rebelo de Souza. Em 2000 foi Diretor da campanha à Presidência da Republica do Professor Aníbal Cavaco Silva. Foi um dos promotores do Compromisso Portugal em 2004. Foi Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro de 2008 a 2010 
4/22/20201 hour, 50 minutes, 3 seconds
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[ESPECIAL COVID-19] Gonçalo Gil Mata - produtividade e estabilidade emocional em tempos de isolamento e teletrabalho

Gonçalo Gil Mata colabora quer com pessoas quer com organizações para aumentar o desempenho dos indivíduos e dos grupos. Isto leva-o a explorar várias frentes, desde a produtividade, à motivação, passando por liderança e a comunicação entre pessoas nas organizações. Foi convidado do episódio #75 sobre gestão de tempo produtividade.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Vivemos actualmente um período de enorme incerteza em relação ao futuro, o que inevitavelmente nos afecta tanto na vida pessoal como no trabalho. Para além disso, muitos de nós estão há um mês em isolamento social e a trabalhar a partir de casa. Por isso, decidi abrir uma nova excepção ao lema habitual do 45 Graus, de evitar discutir assuntos da actualidade, para um episódio mais curto do que o normal sobre este tema.  Isto porque esta nova situação levanta uma série de desafios quer para a nossa produtividade (no trabalho e na vida pessoal), quer para a gestão das organizações, quer ainda (não menos importante) para o nosso bem-estar emocional, que é inevitavelmente afectado pela incerteza em relação ao futuro, pelo isolamento social e ainda, em muitos casos, pela presença de filhos durante o dia em casa. Achei, portanto, que era uma óptima oportunidade para trazer de novo o Gonçalo ao podcast, para uma conversa focada não só em compreender estes desafios mas sobretudo em perceber que soluções práticas podem adoptar as pessoas e as organizações para gerir estes tempos. Índice da conversa: O que mudou com o trabalho remoto em tempos de quarentena Efeitos sobre a produtividade  Quem tem filhos vs quem não tem Desafios para os líderes Dicas para aumentar o foco e a produtividade Dicas para delimitar trabalho e vida pessoal Métodos para trabalhar melhor em equipa Como usar as video-conferências Artigo do blog ‘A Terceira Noite’ que teletrabalho a trabalho de fábrica Reuniões em videochamada Processos de decisão Aulas à distância Efeitos sobre o bem-estar emocional  Limitações da socialização remota (e.g. whatsapp, videochamadas) Artigo da The Economist que refere analogia de Robin Dunbar Aproveitar o isolamento para as ocupações solitárias para as quais normalmente não temos tempo Causas de aumento da ansiedade, e o que fazer para a diminuir O aumento dos desafios (pessoais e profissionais) e o sentimento de culpa  Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente       Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Licenciado em Engenharia, com experiência em gestão de projetos a nível internacional, especializou-se em Performance Organizacional, Produtividade Pessoal e Interpessoal, Comunicação, Liderança e Psicologia Motivacional. Executive Coach certificado pela European Coaching Association, acumula certificações avançadas em Business, Life e Team Coaching, tendo treinado pessoalmente com nomes de relevo mundial como Robert Dilts, David Allen, Joseph O’Connor e Michael Neill, entre outros. Colabora com várias escolas de negócios, sendo nomeadamente responsável pelo módulo de Personal Productivity do The Lisbon MBA Executive, na Universidade Católica Portuguesa. Autor dos livros “Buena York”, 2007 e de “Ainda Não Tive Tempo”, 2015. Escreve regularmente no blog Whats The Trick e publica artigos sobre Produtividade e Performance na sua página de autor do Linkedin.
4/15/202042 minutes, 7 seconds
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#85 Pedro Teixeira - A nova vida dos psicadélicos como meio para compreender a mente humana e melhorar a saúde mental

Pedro Teixeira é professor de Nutrição, Exercício e Saúde na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar De há uns anos para cá, o interesse do convidado por formas de melhorar a nossa saúde -- mental e física -- juntou-se às experiências transformadoras que ele próprio teve com substâncias psicadélicas, o que o levou a envolver-se em várias iniciativas na área, incluindo a escrita de artigos e a participação em iniciativas de divulgação científica para o público em geral do potencial destas substâncias psicadélicos; um potencial ainda pouco divulgado e, sobretudo, que ainda está em grande parte por compreender. De facto, foi nos últimos dez, vinte anos que ressurgiu o interesse científico pelo potencial dos psicadélicos em vários campos da ciência. Mas, neste curto espaço de tempo (em termos científicos), a investigação tem vindo a revelar um enorme potencial destas substâncias não só para ajudar a compreender o funcionamento da mente humana (como o eterno mistério da consciência), mas também em aplicações com um impacto mais directo, como por exemplo no tratamento de uma série de doenças psiquiátricas, desde a adição à depressão e à ansiedade.  A par deste interesse crescente de neurocientistas e psicólogos -- que é ainda localizado mas está em franco crescimento --, vive-se hoje um entusiasmo cada vez maior também por parte de um público mais vasto, que é cativado pelo potencial de auto-descoberta destas substâncias. O ponto de viragem neste processo foi o livro “How To Change Your Mind”, que o jornalista e professor universitário Michael Pollan lançou em 2018, e que conta a História do uso e da investigação destas substâncias e da sua redescoberta pela investigação científica. A História dos psicadélicos é, aliás, fascinante em si mesma: Como falamos no início da conversa com o Pedro, já no passado a investigação nesta área tinha revelado sinais muito promissores, ao ponto de ter chegado a haver quem afirmasse que a descoberta do potencial dos psicadélicos para compreender a mente humana era comparável à revolução que significou, para a Biologia, a invenção do microscópio ou, para a Astronomia, a invenção do telescópio.  No entanto, o uso indiscriminado dos psicadélicos durante a contracultura dos anos 1960s e, sobretudo, uma campanha deliberada movida pelo Governo americano da época, conduziram à ilegalização destas substâncias em muitos países e, por conseguinte, à interrupção da investigação científica, que só no início dos anos 2000s foi retomada.  Na verdade, hoje sabe-se que os psicadélicos são, em geral, seguros do ponto de vista farmacológico, embora existam riscos psicológicos, quando o contexto de utilização não é adequado. Por exemplo, uma ‘trip’ mal enquadrada pode prejudicar a saúde mental da pessoa e há ainda casos, embora sejam extremamente raros, de pessoas que, num ‘estado alterado de consciência’ sem ninguém por perto tiveram acidentes.  Durante a nossa conversa, falámos sobre tudo isto e muito mais: explorámos, por exemplo, em mais detalhe o modo como os psicadélicos actuam na fisiologia e funcionamento do nosso cérebro, falámos de como é a experiência pessoal de tomar psicadélicos (foi muito interessante ouvir o convidado relatar as suas próprias experiências de viva voz). Falámos, também, de um aspecto particularmente curioso, que é o facto de muitas pessoas terem experiências ‘transcendentes’ com estas substâncias (e sobre o que isso pode (ou não) significar). Finalmente, abordámos a comparação deste com outros métodos que permitem ‘formas alteradas de consciência’, tais como a meditação, e falámos ainda do potencial da chamada ‘micro-dosagem’.    Índice da conversa: (Artigos do convidado no PÚBLICO) Livro: As Portas da Percepção, de Aldous Huxley  O que são substâncias psicadélicas? Os principais tipos de psicadélicos. Sandoz  Os Beatles e psicadélicos: Inside the Making of ‘Sgt. Pepper’ Timothy Leary A História dos psicadélicos: da ascensão - à ilegalização - à reabilitação nas últimas décadas Comparação com outras substâncias (e.g. álcool) Ben Sessa MDMA Toxicidade das substâncias psicadélicas Benefícios terapêuticos - doenças psiquiátricas Modo de actuação no cérebro Onde está o potencial dos psicadélicos? Experiência biográfica vs transcendental / espiritual Tipos de experiência (psicológica) com psicadélicos Robin Carhart-Harris O inconsciente Carl Jung Neurobiologia vs psicologia Como é a experiência de tomar psicadélicos? Rede de modo padrão (DMN, do inglês Default Mode Network) A dissolução do ego Livro: Stealing Fire: How Silicon Valley, The Navy Seals, And Maverick Scientists Are Revolutionizing The Way We Live And Work, de Jamie Wheal e Steven Kotler  Psicadélicos enquanto meio de acesso a “verdades transcendentes” Meditação Respiração holotrópica Outros métodos para gerar estados alternativos de consciência A frequência adequada para utilizar este tipo de substâncias? Efeitos sobre a personalidade: aumento da abertura à experiência Efeitos persistentes dos psicadélicos no cérebro Micro-dosagem Livro: Filme ‘Fantastic Funghi’ Recomendações do convidado Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória,  Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela        Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Licenciado em Educação Física e Doutorado em Ciências da Nutrição (pela Universidade do Arizona), é Professor de Nutrição, Exercício e Saúde na FMH da Universidade de Lisboa. Aí, investiga, desde há 20 anos, aspetos psicológicos e comportamentais da atividade física, alimentação e obesidade, com mais de uma centena de publicações internacionais. Foi recentemente diretor do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física da Direção-Geral da Saúde, entre outros cargos dirigentes que ocupou na FMH e em várias sociedade científicas, como a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade e a International Society for Behavioral Nutrition and Physical Activity.  Em 2018, o livro “How to Change Your Mind” de Michael Pollan (prestes a ser traduzido em Português) fez despertar um interesse antigo no funcionamento da mente humana e especificamente no potencial das substâncias psicadélicas. Desde então, tem estudado o tema e está envolvido em várias iniciativas na área, incluindo a escrita de artigos e a participação em iniciativas de divulgação científica para o público em geral.
4/1/20201 hour, 41 minutes, 4 seconds
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[especial COVID-19] #84 Ricardo Mexia - “Que pandemia é esta e que medidas de Saúde Pública podem ser tomadas?”

Este é o segundo de dois episódios especiais sobre o novo Coronavirus (nome técnico SARSCov2). Nestes episódios procurei duas perspectivas complementares em relação à pandemia que vivemos, uma da virologia e outra da epidemiologia e saúde pública. A ideia foi aproveitar este período de quarentena para ajudar a divulgar mais informação sobre o vírus, usando este espaço para complementar a informação dos media generalistas uma vez que aqui podemos ter uma conversa com menos constrangimentos de tempo e com maior profundidade.  Ricardo Mexia é médico de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia (DEP) do Instituto Ricardo Jorge e Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP). E alguém que tem tido uma agenda muito intensa por estes dias. Agradeço-lhe, por isso, a gentileza de ter participado no podcast.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A conversa foi gravada domingo 15 de março e discutimos sobretudo as características desta pandemia e as medidas possíveis de resposta ao problema. Nesta quase 1 hora, cobrimos uma série de aspectos, desde o grau de contágio e letalidade do vírus, à importância de pôr em prática uma política de testes abrangente, às estratégias de resposta à pandemia que os diferentes países estão a seguir e ao que a História nos diz sobre a eficácia relativa dessas medidas e, finalmente, olhando para o futuro, o que será preciso para gerir da melhor forma uma futura pandemia. Infelizmente, não deu para cobrir tudo o que queria ter discutido. Teria sido interessante, por exemplo, abordar em mais detalhe a gestão operacional da resposta do sistema de saúde, desde a organização dos hospitais à gestão das linhas de atendimento. Já do ponto de vista da epidemiologia, outra questão importante sugerida por um ouvinte seria perceber se o contágio pode abrandar quando o tempo aquecer e, inversamente, se não existe o risco de um regresso em força se o inverno seguinte for particularmente frio.  Finalmente, um aspecto não menos importante da gestão desta crise é conseguir persuadir a população da dimensão real do problema, isto numa altura de descrença em instituições como a Ciência e tendo em conta que estamos a lidar com uma epidemia cujos efeitos maiores só se fariam sentir (se nada fosse feito) daqui a semanas ou meses. É preciso dizer, aliás, que o papel da comunicação social tem sido muito útil para reequilibrar este terreno de jogo inclinado, apelando habilmente (e, por uma vez, com efeitos positivos) a vários dos nossos vieses cognitivos: seja inundando-nos com uma torrente tal de informação que este passa a ser quase o único problema, seja provocando-nos medo com imagens da situação na China e na Itália seja, ainda, dando-nos acesso directo às pessoas por trás dos números, a quem dirigimos a nossa empatia.    Índice da conversa: Grau de contágio: R0 vs R efectivo. Diferença entre letalidade e mortalidade O caso da Coreia do Sul Porque é tão importante ter uma política de testes abrangente Casos efectivos va casos reais Jogo ‘Plague Inc’ Comparação com os vírus SARS e MERS Diferentes estratégias de combate à epidemia O imperativo de ‘achatar’ a curva epidémica O modelo do Reino Unido O modelo de Macau Imunidade de grupo Proteger os grupos mais suscetíveis Rastreio à entrada  Rastreio à saída Encerramento de escolas O que nos diz a História sobre a eficácia relativa das várias medidas que podem ser tomadas? Como gerir da melhor forma uma futura pandemia? A capacidade do Serviço Nacional de Saúde enquanto ‘bottleneck’ efectivo à capacidade de limitar a letalidade de uma pandemia Cenários para o futuro próximo em Portugal Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória,  Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado          Agradecimento especial: Ana Maranha, André Peralta Santos Bio: Ricardo Mexia é médico de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia (DEP) do Instituto Ricardo Jorge e Presidente da ANMSP - Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública desde Janeiro 2016. Assistente Convidado de Medicina Preventiva e Saúde Pública na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, desde 2014. Assistente convidado de Epidemiologia do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve, desde 2015. Assistente de Epidemiologia na Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, desde 2015. Coordenador de Saúde e Apoio Médico do Festival Rock in Rio Lisboa, desde 2008 Presidente da Mesa da Assembleia Geral da ALIMENTA - Associação Portuguesa de Alergias e Intolerâncias Alimentares.
3/17/202057 minutes, 21 seconds
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[especial COVID-19] #83 Maria João Amorim - “Que vírus é este e como se comporta?”

Maria João Amorim é doutorada em Virologia na Universidade de Cambridge e líder do grupo de investigação em Biologia Celular da Infecção Viral no Instituto Gulbenkian de Ciência Este é o primeiro de dois episódios especiais sobre o novo Coronavirus (nome técnico SARSCov2). Nestes episódios procurei duas perspectivas complementares em relação à pandemia que vivemos, uma da virologia e outra da epidemiologia e saúde pública. A ideia foi aproveitar este período de quarentena para ajudar a divulgar mais informação sobre o vírus, usando este espaço para complementar a informação dos media generalistas uma vez que aqui podemos ter uma conversa com menos constrangimentos de tempo e com maior profundidade.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A convidada é, por isso, a pessoa ideal para compreender melhor este vírus, e fizémos uma viagem longa pelo mundo dos vírus e deste novo Coronavirus em particular. Falámos dos vírus em geral e de vários aspectos importantes do novo Coronavirus, como o surgimento do vírus, a letalidade e o grau de contágio do vírus, comparações com outros vírus, como o SARS1 e mesmo o da Gripe Espanhola de 1918, o que explica o maior grau de incidência em idosos e pessoas prévios de saúde, as expectativas que podemos ter em relação a tratamentos e ao desenvolvimento de uma vacina, e o futuro, o vírus tornar-se-á endémico ou à população vai tornar-se toda imune. Espero que gostem e que seja útil.    Índice da conversa: O que são vírus e como alguns nos fazem mal de onde veio o SARSCoV2 o que correu mal para o SARSCoV2 se tenha tornado uma pandemia? comparação com SARS1 taxa de letalidade Gráfico referido (5º da página) como vai evoluir a imunidade da população como é transmitido o vírus (contágio) período de incubação do vírus porque são os mais velhos afectados desproporcionalmente? O caso da Gripe ‘Espanhola de 1918 (a ‘Pneumónica’) Qual poderá ser a sazonalidade do vírus? A árvore filogenética do vírus: como o genoma se vai mutando Abordagens alternativas (e.g. inoculação) Que expectativas podemos ter em relação a tratamentos ou ao desenvolvimento de uma vacina? A importância de fazer o máximo de testes possível à população E no futuro, o vírus tornar-se-á endémico ou à população vai tornar-se toda imune? Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória,  Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado      Agradecimento especial: Ana Maranha, André Peralta Santos Bio: Durante e imediatamente após a licenciatura em Bioquímica pela Universidade do Porto, Maria João Amorim participou em 3 projetos em áreas diversas de Biologia e Biotecnologia: na Universidade de Wageningen na Holanda, em1998; na Escola Superior de Biotecnologia (1998-2000) e na Universidade Nova de Lisboa (2000-2001). O seu grande interesse em vírus, levou-a a desenvolver o seu doutoramento em Virologia na Universidade de Cambridge no Reino Unido entre 2002 e 2006, de onde se graduou em 2007. Seguiram-se três pós-doutoramentos em virologia e na estabilidade de RNA em levedura, todos no Reino Unido, até que em 2012 Maria João Amorim voltou para Portugal para liderar o grupo de Biologia Celular da Infeção Viral no Instituo Gulbenkian de Ciência. O seu grupo dedica-se à investigação fundamental e tenta compreender como é que o vírus da gripe interage com os vários hospedeiros que infeta, trabalho que resultou, no total, na autoria de 24 artigos científicos. Maria João Amorim, supervisiona(ou) 3 investigadores doutorados, 7 estudantes de doutoramento e vários estagiários e é frequentemente convidada para lecionar em Portugal e no Estrangeiro, bem como pra participar em conferências da especialidade e seminários. É também convidada para comissões ciêntíficas de avaliação de: projetos de financiamento ciêntífico (ERC, ANR, MRC, HFSP, Wellcome Trust) manuscritos para publicação em diversos jornais internacionais (e.g. J. Virology, PLoS Pathogens, Nature, Nature Communications, J. Cell Science, Philosophical transactions B) e avaliações de teses de mestrado e doutoramento. Finalmente, também gosta de se envolver em acções de divulgação de ciência para explicar ao público os progressos ciêntíficos que se vão fazendo em várias áreas, preferencialmente em Virologia.
3/15/20201 hour, 19 minutes, 52 seconds
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#82 Mónica Bettencourt Dias - A importância da investigação fundamental e o que ela nos tem mostrado sobre as causas do cancro

Mónica Bettencourt-Dias é uma premiada investigadora em Bioquímica e Biólogia Celular. É atualmente diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, onde também coordena um grupo de investigação.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta conversa tentei explorar as várias peles da convidada: a de investigadora, claro, mas também a de comunicadora de ciência (também tem um diploma em comunicação de ciência) e a mais recente, enquanto diretora do IGC, um trabalho que implica a gestão de toda a investigação num centro de investigação de relevância global.  Começámos por falar da importância da investigação de base, ou fundamental, que é aquela a que o IGC se dedica; ou seja, investigação que não tem por objectivo gerar descobertas com aplicações práticas directas mas que é movida apenas pela curiosidade do investigador em torno de questões que possam trazer à tona princípios novos da Ciência.  Para terem uma ideia do que isso significa, no IGC, a convidada coordena o grupo que se dedica a investigar a “Regulação do Ciclo Celular”, um processo aparentemente básico, mas que é fundamental que corra bem, porque não só é o que permite ao nosso corpo crescer, e formar e fazer funcionar os nossos órgãos, como é precisamente aquilo que entra em descontrolo em muitas doenças.  E o que é o Ciclo Celular? É o conjunto de fases por que uma célula passa durante o processo em que uma célula se duplica para dar origem a duas células novas. Este ciclo é regulado na célula por vários agentes -- sobretudo proteínas -- que controlam o timing das várias fases e asseguram que não há erros e perdas de informação nesse processo de copiar uma célula para formar duas novas. Esses mecanismos são muito importantes, pois a divisão descontrolada das células pode, por exemplo, gerar células cancerosas. (Aliás, se ouviram a conversa com o Miguel Coelho, no episódio #76, falámos precisamente de um conjunto de genes que codificam algumas das principais proteínas envolvidas na regulação do ciclo celular.) Para além deste tema, da importância da investigação fundamental -- e também da investigação interdisciplinar --, falámos dos desafios para um cientista em fazer divulgação de ciência de um modo que seja simples mas não simplista. E falámos também do papel que devem ter os cientistas na sociedade.  Finalmente, como não poderia deixar de ser, tentei perceber um pouco melhor a investigação da convidada, que se debruça sobre alguns organelos de nome esquisito (organelos são estruturas da célula e que que estão para esta mais ou menos como os órgãos estão para o nosso corpo).  Uns dos que a convidada mais tem investigado são os centríolos, que, por sua vez, podem formar, dependendo da fase e do tipo de célula, outros dois organelos: os cílios, que funcionam como antenas em vários tipos de células, e os centrossomas, que têm um papel crucial no dito processo de divisão e duplicação das células.  É por isso que os centrossomas são suspeitos de estarem associados a algumas doenças complexas como o cancro. Isto porque normalmente existem dois centrossomas em cada célula, mas células cancerosas têm muitas vezes mais (por vezes, muitos mais). Uma das frentes de investigação da convidada tenta precisamente perceber porque é que isso acontece: será que foi esse aumento do número de centrossomas que causou o cancro; ou, pelo contrário, é o cancro que desregula a célula e leva à produção de centrossomas em excesso? E que novos tratamentos podem surgir destas conclusões?  Ouçam o episódio para ouvir a resposta!    Índice da conversa: A importância da Investigação fundamental Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC) Investigação fundamental vs. investigação aplicada Como ter métricas de qualidade em investigação fundamental A importância da investigação interdisciplinar na Ciência Prémio IgNobel Investigador que ganhou tanto o IgNobel como o Nobel Da investigação fundamental às empresas de Biotecnologia As limitações das analogias A importância de trazer a discussão científica para a sociedade Comunicação de Ciência Grandes descobertas da última década Edição genética Papel dos micróbios Progressos na microscopia Mistérios que permanecem Progressos na investigação As funções dos cílios Como as células se coordenam para formar e fazer funcionar os órgãos O papel dos centrossomas “O aumento do número e do tamanho dos centrossomas é uma das causas do cancro?” Investigação da convidada: Regulação do Ciclo Celular Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro   Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes     Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa  Bio: Mónica Bettencourt-Dias é bioquímica e bióloga celular, líder do grupo de investigação de Regulação do Ciclo Celular no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC). Desde fevereiro de 2018 é também Diretora Científica do IGC. A sua investigação envolve a regulação do ciclo celular, pela qual foi reconhecida com o Prémio Pfizer, o Prémio Keith Porter da Sociedade Americana de Biologia Celular e o Prémio Eppendorf Young European Investigator. Foi também selecionada como Jovem Investigadora em 2009 pela European Molecular Biology Organization (EMBO) e eleita membro da EMBO em 2015. Tem também um diploma em comunicação de ciência do Birkbeck College de Londres.
3/4/202058 minutes, 47 seconds
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#81 Joel Pinheiro da Fonseca - Compreender o Brasil: os erros dos governos do PT, a reacção ultra-conservadora e o papel das redes sociais

Joel Pinheiro da Fonseca é um economista e filósofo brasileiro, e uma presença frequente nos media do Brasil, com colunas de opinião no jornal Folha de S.Paulo e na revista Exame. Para além disso, tem um canal de Youtube onde se notabilizou pela análise regular à política brasileira.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Depois de acompanhar as opiniões do Joel durante algum tempo, fui-me apercebendo de que pensamos de forma muito similar, e por isso decidi convidá-lo para o podcast, para tentar compreender melhor o Brasil dos últimos anos. Se bem se lembram, conversei também sobre este tema aqui há uns meses, no episódio #70, com Cláudio Couto, cientista político, mas o tema ficou, obviamente, muito longe de ser esgotado. No actual ambiente polarizado que se vive no Brasil, o Joel distingue-se desde logo por se afirmar como liberal, o que significa que não é próximo nem dos governos do PT nem, muito menos, do actual Governo Bolsonaro. E, na minha opinião, distingue-se também por problematizar a política brasileira de uma forma que é simultaneamente rigorosa e muito original (dois atributos que, como sabe qualquer pessoa que lê colunas de opinião, parecem muitas vezes ser mutuamente exclusivos).  Durante a nossa conversa, percorremos uma série de aspectos que explicam as mudanças recentes na política brasileira. No episódio que gravei com o Cláudio Couto, comecei por lhe perguntar como chegámos aqui, isto é, o que correu mal para que alguém como Bolsonaro tenha sido eleito? E foi essa mesma pergunta que comecei por fazer também ao Joel; o que nos levou a discutir os erros dos governos do PT em relação à economia, desde a abertura aos mercados internacionais às políticas de educação. Olhando para o futuro, falámos sobre o governo Bolsonaro e o que se pode esperar, em particular, em termos de políticas económicas (visto que as políticas sociais são já hoje muito claras) (A propósito, queria corrigir um lapso: a capa da revista The Economist de que falamos a certo ponto não é de 2013 mas sim de 2009). De seguida, falámos de mudanças mais profundas, como a reacção conservadora que se vive no Brasil e perda de confiança dos cidadãos nas instituições e na Democracia. Estes são aspectos com um impacto bem mais profundo do que as flutuações da economia na opinião dos eleitores, até porque tocam em algo muito mais fundamental: a identidade. O impacto destes factores na mudança política que levou Bolsonaro ao poder tem aspectos que são particulares ao Brasil mas insere-se numa tendência transversal à ascensão de movimentos populistas, sobretudo de extrema-direita, nas democracias ocidentais.  Um aspecto com um impacto inegável na perda de confiança dos cidadãos nas instituições é a ‘desintermediação’ provocada pelo surgimento das redes sociais. No Brasil, destaca-se em particular o papel do Whatsapp, que passou, para muitas pessoas, a ser o único meio de obtenção de ‘informação’, transmitida por amigos e conhecidos; informação não-filtrada, claro, e que fechou as vias de informação tradicionais dos jornais e mesmo da televisão. Isto explica -- ou ajuda a explicar -- porque é que há hoje no Brasil (como nos EUA ) um movimento (com peso suficiente para dar que falar) de pessoas que afirmam acreditar que a Terra é plana... Discutimos, em particular, da ascensão dos movimentos populistas de direita. Aliás, falámos também do caso português (onde já temos um partido do género no Parlamento, que eu, quando gravámos, hesitei em qualificar como de ‘extrema’-direita -- mas isto, note-se, foi antes daquele comentário racista de há umas semanas...). Mesmo sobre o final do episódio, tivemos tempo ainda para falar um pouco sobre os desafios do liberalismo quer no Brasil quer em Portugal.   Ligações do convidado Canal de Youtube Coluna no jornal Folha de São Paulo Coluna na revista Exame Twitter Índice da conversa: Como chegámos aqui? O que correu mal para que tenha sido eleito alguém como Bolsonaro? Os erros em políticas económicas dos governos PT  Necessidade de abertura e liberalização da economia brasileira “Houve quem tivesse criticado o rumo da economia durante a bonança? Capa da revista The Economist Políticas de Educação Pr. Fernando Henrique Cardoso Olavo de Carvalho Secretário da Cultura (Ministro) brasileiro que copiou discurso de Goebbels Paulo Guedes (Ministro das Finanças de Bolsonaro) A perda de confiança dos cidadãos nas instituições, o novo populismo de Extrema-Direita e o papel das Redes Sociais Ensaio do convidado O papel da Identidade Vaga conservadora Tyler Cowen (economista americano) e o papel do estatuto social Os políticos fantasiados de cavaleiro medieval (cruzados) “A Democracia gera, inevitavelmente, uma certa fadiga nas pessoas com um processo que vêem como sujo e demorado?” Paper Latinobarómetro - Satisfação com a Democracia A aversão às Elites O futuro do Liberalismo no Brasil Pr. Fernando Collor de Mello “Pro market, not pro business” Livro recomendado: , de Jonathan Haidt    Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro   Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes     Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís Bio: Joel Pinheiro da Fonseca é formado em Economia (Insper) e em Filosofia (USP), e mestre em Filosofia também pela USP. Trabalha como escritor, palestrante, editor de uma publicação semestral de filosofia e arte e integrou o elenco do programa de rádio Jovem Pan 3 em 1. É colunista do jornal Folha de S.Paulo e da revista Exame.
2/19/20201 hour, 34 minutes, 25 seconds
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#80 Sandra Marques Pereira - Da evolução da casa e da sociedade no sec XX ao 'boom' imobiliário em Lisboa e Porto

Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE-IUL, e investiga sobretudo questões relacionadas com Modos de Habitar, evolução da sociedade, arquitectura residencial e também Políticas Públicas de Habitação -- aliás, a Sandra tem tido nos últimos anos uma voz activa no debate em torno das políticas públicas de habitação, sobretudo na cidade de Lisboa.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A investigação da convidada segue uma abordagem original, que passa por estudar as transformações da sociedade através da habitação, olhando para a forma como se têm alterado quer a estrutura das casas quer o uso que fazemos delas.  Surpreendeu-me imenso, ao preparar este episódio, a quantidade de informação que se consegue para extrair da evolução da casa em relação às transformações que foram acontecendo ao nível da cultura, da demografia, da estrutura económica e, até, da organização política da sociedade.  Durante a conversa, começámos por fazer uma viagem por esta “Sociologia da Habitação”, percorrendo uma série de alterações que se deram na estrutura das casas e da sociedade ao longo do século XX, sobretudo a partir do Estado Novo. Acabámos por falar mais de Lisboa, porque é a cidade que a investigadora conhece melhor, mas passámos também pelo Porto e pelo campo, e... de resto, a cultura da época que a convidada descreve era semelhante em todo o país.  À medida que a conversa nos foi trazendo para os nossos dias, fomos dar inevitavelmente a um tema incontornável: os desafios actuais do preço da habitação nas grandes cidades, Lisboa e Porto, em que a tendência de redescoberta do Centro Histórico, ainda recente, se cruzou com o enorme aumento dos preços das casas que se tem verificado nos últimos anos.  Este é um tema complexo, e que ainda fará correr muita tinta, até porque é um caso típico em que os benefícios e os custos afectam muita gente, mas de forma diferente, em em que resolver ao mesmo tempo os desafios do curto e do longo-prazo não é nada fácil.  Para dar algum contexto, o que se passa é que desde 2016 que os preços nas grandes cidades têm vindo a subir vertiginosamente, a reboque de um círculo virtuoso - ou vicioso, dependendo de a quem perguntarmos - que se gerou entre o aumento maciço do turismo e o influxo de investimento estrangeiro, que chegou atraído sobretudo pelos vistos gold e pelos benefícios fiscais atribuídos a residentes estrangeiros, e que fez estas cidades entrarem no mercado global de imobiliário.  Durante este último trecho da conversa, tentei destrinçar as diferentes causas deste fenómeno, e, ao mesmo tempo, ouvir as soluções da convidada para resolver o problema de assegurar habitação acessível aos locais sem, ao mesmo tempo, como se costuma dizer, ‘deitar fora o bebé com a água do banho’.   Informação de contexto Livro da convidada ‘Casa e Mudança Social’ Índice da conversa: Descrição da área de estudo da convidada (Sociologia Urbana e da habitação; Modos de habitar) Evolução histórica da Habitação e dos Modos de Habitar em Portugal Arquitectura do Estado Novo (em particular em Lisboa) Gaioleiros Porto Ilhas do Porto Arquitecto Fernando Távora Aldeias, Bairros de lata Movimento Arquitectura Moderna Livro História da Vida Privada em Portugal - Volume 4, Os Nossos Dias>, de José Mattoso  Livro , de Bill Bryson  Evolução da casa e dos modo de habitar: causas Tecnologia, economia e mudanças culturais Casas populares na periferia das cidades Quarteirões Filme recomendado: Una giornata particolare (1977) O papel da história de vida e da personalidade no tipo de casa que escolhemos para viver. Lofts da Av. 24 julho em Lisboa Filme ‘Nove Semanas e Meia’ Filme ‘Flashdance’ Desafios da Lisboa actual - habitação acessível e uma cidade equilibrada A evolução do Centro Histórico ao longo das décadas Arq. Manuel Salgado Aumento generalizado dos preços pós-2014 Gentrificação Displacement: directo e indirecto Turismo Entrada de Lisboa nos mercados financeiros globais O fenómeno actual da enorme diferença de preços entre as grandes cidades e o resto do país Estudo Deloitte sobre o mercado europeu Imovirtual - Europe's Most Expensive HousingPolíticas públicas - que medidas tomar para resolver o problema?  Políticas públicas - que medidas tomar para resolver o problema? Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel         Bio: Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE (2010). Presentemente é investigadora do DINÂMIA'CET-ISCTE'IUL/ Grupo de Pesquisa Cidades e Territórios e professora assistente convidada do Mestrado Integrado do ISCTE (ISCTE-IUL), Doutoramento Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos (ISCTE-IUL) e Mestrado e Estudos Urbanos (FCSH-Universidade Nova/ ISCTE-IUL). As suas áreas de investigação são: habitação, mercado imobiliário, políticas públicas de habitação, modos de habitar e modelos habitacionais urbanos, trajectórias residenciais, transformações urbanas. Co-coordenadora do WG Southern European Housing do European Network for Housing Research/ENHR. Foi investigadora convidada do Institut National d'études Démographiques/ INED - Paris e membro de vários projectos FCT centrados sobre o tema da habitação. Autora de várias publicações nacionais e internacionais e vencedora de dois prémios para melhor tese de doutoramento (IHRU 2011 e André Jordan 2012) e de um prémio científico ISCTE-IUL no ano 2017. Coordenadora e membro da organização de vários eventos de divulgação científica de âmbito internacional. O seu trabalho tem acentuado a interdisciplinaridade, sobretudo com a área de arquitectura: co-orientação de teses, ensino e formação em contexto nacional e internacional, conferências e projectos de investigação.
2/5/20201 hour, 46 minutes, 42 seconds
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#79 Luana Cunha Ferreira - A psicologia das relações amorosas: intimidade, atracção e os desafios actuais

Luana Cunha Ferreira é psicóloga clínica, investigadora, doutorada em Psicologia da Família e professora  na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Desenvolve investigação sobre intimidade e desejo dos casais portugueses, assim como nas temáticas da parentalidade, resiliência, migrações e psicoterapia. Simultaneamente, dedica-se no consultório à terapia familiar e de casal. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este tema é ao mesmo tempo interessante, pelo que permite compreender da psicologia humana, e relevante para...qualquer homo sapiens não celibatário. Ao mesmo tempo, porém, é extraordinariamente difícil chegar a conclusões muito nítidas, uma vez que há poucas coisas simultaneamente tão complexas e variáveis como a realidade das relações dos casais. Apesar desta limitação, há muito que descascar neste tema. Por um lado, a natureza humana, dos ímpetos às emoções -- essa sim possível de identificar apesar da variação entre indivíduos, e que tem aqui uma influência óbvia. Por outro lado, o modo como as nossas crenças e vontades hoje em dia (de liberdade, de igualdade, de intimidade) criam novas dificuldades nas relações e obrigam a repensar caso-a-caso os modelos que antes tomávamos por adquiridos. Durante a conversa, percorremos uma série de tópicos, de maneira livre, de tal forma que tive alguma dificuldade quer neste resumo quer, sobretudo, em dar um título ao episódio. Espero que gostem. Informação de contexto Página pessoal da convidada Terapia sistémica Índice da conversa: Experiência clínica da convidada; tipo de casos mais comuns David Schnarch Diferenciação do Self “A ‘compatibilidade’ entre pessoas é um mito?” Os ciúmes Papéis de género e parentalidade Atracção “Nunca fomos tão liberais como hoje, mas será que temos uma relação menos natural com o sexo?” Homoparentalidade Jorge Gato Poliamor Daniel Cardoso ‘Monogamish’ Dan Savage Novos modelos Realização, pertença, desejo  O ‘paradoxo da liberdade’ Esther Perel Quando o modelo-standard já não funciona: desafios das relações actuais “O que têm de diferente as relações felizes?” Evolução da taxa de divórcio Comparação com outros países europeus Divórcio “Por que traímos?” Relações felizes: entre a moral e o desejo de intimidade, e a importância de reconhecer realisticamente os nossos instintos Em Defesa do Erotismo, de Ana Alexandra Carvalheira  Alternativas sistêmicas: Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização Livros recomendados   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins, Rui Oliveira Gomes, Corto Lemos, Rogério Jorge Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco Bio: Psicóloga clínica, Doutorada em Psicologia da Família (FPUL-FPCEUC), Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Desenvolve investigação sobre intimidade e desejo dos casais portugueses, assim como nas temáticas da parentalidade, resiliência, migrações e psicoterapia. Iniciou o percurso profissional no Centro de apoio Familiar e Aconselhamento Parental (Associação Nós), no âmbito da formação parental e promoção da parentalidade positiva, e faz clínica individual, conjugal e familiar desde 2008, em contexto institucional e privado. É autora de diversos artigos científicos em revistas com revisão de pares internacionais, tendo colabora com equipas de investigação na Universidade de Manchester e City College New York. Tem formação em Terapia Familiar pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Possui CAP-CCP. Consultora em Metodologias Qualitativas. Especialista em Psicologia Clínica pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e orientadora de estágios. Sócia fundadora da Casa Estrela do Mar.
1/22/20201 hour, 27 minutes, 25 seconds
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#78 Pedro Morgado - Doenças psiquiátricas: causas, tratamento e os mistérios que persistem

Pedro Morgado é médico psiquiatra, professor, também nas áreas de Neuronatomia e Comunicação Clínica, na Escola de Medicina da Universidade do Minho, da qual é também Vice-Presidente. Tem também prática clínica no Hospital de Braga e no Centro de Medicina Digital P5.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A Saúde Mental é, na verdade, um tema que já tardava no podcast. E, aliás, hei-de voltar a ele no futuro.  Nesta conversa escolhi o Pedro por ser psiquiatra, com experiência quer de investigação quer de prática clínica. Por isso falámos sobretudo de doenças psiquiátricas (que não esgotam minimamente o âmbito da Saúde Mental) e sobretudo sob a perspectiva da medicina. Hei-de voltar ao tema no futuro com a perspectiva de alguém de psicologia clínica. Foi um episódio em que aprendi imenso -- o Pedro não só sabe do que fala como é um óptimo comunicador. Durante a conversa, percorremos as principais doenças, falámos do eterno debate entre as causas biológicas e as psicológicas / sociais e ainda tivemos tempo para uma discussão mais livre sobre o que explica o facto quer de Portugal ser um dos países europeus com maior prevalência de doenças mentais quer o facto de termos um perfil de doenças mais e menos comuns muito diferente dos países vizinhos. Já sabem que podem encontrar um índice dos tópicos abordados e ainda leituras adicionais na descrição do episódio.    Temas abordados durante a conversa: Saúde mental e Doenças Psiquiátricas Depressão Causas: biológicas / físicas vs psicológicas & sociais Tratamentos Físicos Eletroconvulsoterapia Psicoterapia Cognitivo-comportamental Psicodinâmicas / Psicanálise Doenças cujas causas biológicas surgem muito antes dos sintomas (e.g. esquizofrenia)  TED talk: Thomas Insel: Toward a new understanding of mental illness Perturbação obsessiva-compulsiva (POC), uma “doença negligenciada” Taxonomia das doenças psiquiátricas Inc: Psicose vs Neurose Explicação evolutiva para doenças mentais (Ansiedade, Depressão + Psicopatia) Artigo Nature: The role of inflammation in depression: from evolutionary imperative to modern treatment target Diferenças entre países europeus na prevalência de doenças mentais Relatório da OCDE ‘Health at a Glance: Europe’ Especificidades e idiossincrasias da cultura portuguesa Livros recomendados pelo convidado Byung-Chul Han  Psicopolítica Topologia da Violência Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray Filmes recomendados: Shutter Island Cisne Negro Joker   Agradecimento especial: Tiago Ramalho, Diogo Sampaio Viana, Hélder Miranda e Rui Passos Rocha  Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins, Corto Lemos Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque Bio: Pedro Morgado é Professor de Neuronatomia, Psiquiatria e Comunicação Clínica na Escola de Medicina da Universidade do Minho e Médico Especialista do serviço de Psiquiatria do Hospital de Braga e do Centro de Medicina Digital P5. Desde 2017, é também Vice-Presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho. É licenciado em Medicina pela Universidade do Minho (2007) e doutorado em Medicina – Neurociências/Psiquiatria (2013), sendo investigador no Laboratório Associado ICVS/3B’s. É membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde (SP3CS), da Alumni Medicina e da B-ACIS. É também membro dos corpos gerentes da Liga de Amigos do Hospital de Braga. Dedica-se à investigação dos mecanismos biológicos implicados nos efeitos do stresse crónico na tomada de decisão, bem como das bases fisiopatológicas de doenças como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva, a Psicose Esquizofrénica e as Perturbações Aditivas. Tem também como interesse de investigação a comunicação clínica e a relação entre profissionais de saúde e doentes. Coordena um projeto de informação sobre doenças psiquiátricas para o Plano Nacional de Saúde Mental da Direção Geral de Saúde (DGS). É autor de mais de 40 artigos publicados em revistas internacionais com revisão de pares e 6 capítulos de livros. É Editor Associado do Frontiers in Psychiatry e do Jornal Brasileiro de Psiquiatria.
1/8/20201 hour, 29 minutes, 1 second
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#77 [série Orientações Políticas] João Costa - “Como criar uma sociedade mais justa?”

João Costa é coordenador do Mecanismo Nacional de Prevenção contra a tortura e maus-tratos. É também Doutorando na Universidade de Cambridge, com um projecto que passa por desenvolver uma ferramenta de resolução de conflitos armados em comunidades de zonas de conflito.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Durante a conversa falámos de uma série de temas. Começámos pela visão política do convidado, que nos levou a abordar questões marcantes dos tempos actuais, como a desigualdade económica, o progresso moral e questões de costumes, e também como construir uma sociedade onde o poder político tem legitimidade e evitar derivas populistas. A conversa levou-nos também à investigação do convidado, que é particularmente original, uma vez que junta conclusões da filosofia política -- como a Teoria de Justiça de John Rawls -- a evidência que vem das ciências sociais, sobretudo da área da psicologia, com o propósito de desenhar uma técnica de resolução de conflitos armados em zonas de conflito, em que os habitantes das comunidades locais são levados a compreender a posição do outro lado de forma a alterar o seu comportamento e gerar um acordo benéfico para todos. Embora a investigação nesta área estude sobretudo zonas de conflito, há paralelos óbvios entre esses conflitos acesos e a necessidade de aumentar o capital social e melhorar as instituições políticas das nossas sociedades.  A terminar a conversa, tivemos ainda tempo de voltar ao tema quente da justiça económica, em particular a tensão entre, por um lado, a necessidade de evitar uma desigualdade económica extrema e de promover a igualdade possível de oportunidades e, por outro, assegurar que o rendimento gerado legitimamente não é expropriado levianamente e que a sociedade é capaz de continuar a gerar prosperidade e crescimento económico.   Temas abordados durante a conversa: Origem do pensamento político do convidado Movimeto MUD juvenil David Hume - A Treatise of Human Nature: “It has been observed, that nothing is ever present to the mind but its perceptions; and that all the actions of seeing, hearing, judging, loving, hating, and thinking, fall under this denomination.” Problema de portugal: desigualdade de oportunidades vs desenvolvimento Como aproximar o cidadão médio das elites Como construir uma sociedade justa e estável, com poder político legítimo Jeffrey Sachs: Why Rich Cities Rebel Histórica Recente Evolução da desigualdade económica em Portugal Casamento homossexual Argumentos contra o voto das mulheres Abraham Maslow, Émile Durkheim A emoção enquanto alavanca de progresso moral Ligação à investigação do convidado Induzir emoções para obter resultados socialmente benéficos. Artigos (Intuitive Prosociality; Building peace through systemic compassion; The effects of induced emotions on pro-social behaviour; Gratitude as Moral Sentiment: Emotion-Guided Cooperation in Economic Exchange; Beyond Reciprocity: Gratitude and Relationships in Everyday Life) Racismo Democracia Étnica John McCain a defender Obama Progresso moral na sociedade John Rawls Legitimidade política Livro: Choosing Justice - An Experimental Approach to Ethical Theory, de Norman Frohlich e Joe A. Oppenheimer  Paper: Veil-of-ignorance reasoning favors the greater good, de Karen Huang, Joshua D. Greene e Max Bazerman Opting Out of War: Strategies to Prevent Violent Conflict, de Mary B. Anderson  e Marshall Wallace A Teoria de Justiça de John Rawls aplicada à resolução de conflitos Imposto sobre o património Crescimento económico enquanto jogo de soma positiva Estudo da OXFAM sobre desigualdade Argumento Wilt Chamberlain de Nozick Desigualdade e justiça económica Thick and Thin: Moral Argument at Home and Abroad, de Michael Walzer Why Things Matter To People - Social Science, Values And Ethical Life, de Andrew Sayer What I Believe, de Bertrand Russell Man's Search for Meaning, de Viktor E. Frankl Livros recomendados   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus, Filipa Branco Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima   Bio: João Costa é coordenador do Mecanismo Nacional de Prevenção contra a tortura e maus-tratos, resultante da ratificação, por Portugal, do Protocolo Adicional das Nações Unidas à Convenção contra a Tortura. É também Doutorando na Universidade de Cambridge, onde se encontra a desenvolver uma ferramenta de resolução de conflitos armados em comunidades locais, alterando o comportamento dos seus habitantes. João tem experiência no terreno e headquarters em peacebuilding, conflito e segurança e desenvolvimento. Como consultor, trabalhou em projetos em vários países Africanos, do Médio Oriente e da América do Sul, para clientes como o Banco de Desenvolvimento Africano, Ministérios dos Negócios Estrangeiros Holandês e Norueguês, Interpeace ou Anglo American. Foi, ainda, delegado do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia, e parte do sistema das Nações Unidas em Haia, Genebra e Nova Iorque, em diferentes posições – a última das quais no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Jugoslávia. Completou um M.Phil em criminologia na Universidade de Cambridge (distinção) e mestrado e licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (ambos como melhor aluno). Deu aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Católica, em Lisboa. Publicou um livro e vários artigos científicos, tendo recebido vários prémios e bolsas.
12/26/20191 hour, 22 minutes, 6 seconds
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#76 Miguel Costa Coelho - Envelhecimento celular, cancro e biotecnologia anti-envelhecimento

Miguel Costa Coelho é doutorado em Biologia pelo Instituto Max-Planck, na Alemanha, e é actualmente investigador no departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade de Harvard, nas áreas do cancro e do envelhecimento celular. Recentemente, o Miguel lançou também um grupo de investimento em empresas de biotecnologia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Durante a conversa, tentei compreender melhor dois fenómenos intimamente relacionados: o envelhecimento e o surgimento de cancro. No final, tivemos ainda tempo para falar de terapias promissoras para atrasar ou inverter o envelhecimento.  Se não ouviram na altura, vale a pena ouvir também o episódio #49, com Maria do Carmo Fonseca, em que abordámos muitas questões relacionadas, no campo da Genética e Biologia Molecular. Estes são temas simultaneamente relevantes e fascinantes. Que são relevantes nem é preciso explicar por quê. São fascinantes porque são uma porta para a incrível complexidade da nossa biologia. Porque é que a evolução levou a que envelheçamos como envelhecemos? E porque temos cancro? (por exemplo, embora não falemos disso durante a conversa, o cancro é muito comum em alguns animais, mas muito raro em mamíferos de grande porte como as baleias ou os elefantes). Foi, por isso, uma conversa desafiante e complexa. Aliás, no 45 Graus já sabem que é com isso que contam e não ia deixar o Miguel vir ao podcast sem mergulhar a fundo no tema. Por isso, este é um daqueles episódios que ganham em ter uma mini-aula na introdução: Antes de mais, a célula. Se ouviram a conversa com a Mª do Carmo Fonseca, que foi mais focada em genética, lembram-se que a célula é a unidade básica de todos os seres vivos, desde os micróbios aos seres complexos como nós. No núcleo de cada célula do nosso corpo está guardado o nosso genoma, uma espécie de livro, muito longo onde são escritas com moléculas de DNA as instruções para desenvolver e manter o nosso corpo. Cada ‘linha’ desse livro de instruções é um gene diferente, composto por várias moléculas de DNA, e que traz as instruções para produzir proteínas, o ‘material da vida’, pois é delas que são feitos todos os diferentes tecidos do nosso corpo.  E qual é a ligação entre as células e o envelhecimento e o cancro? Ao longo da nossa vida, logo desde o momento em que o nosso embrião foi formado (quando éramos apenas uma célula) começou um processo em que as células se foram dividindo e multiplicando, de modo a fazer-nos crescer e a manter-nos vivos e funcionais.  Ao longo desse processo, que dura a nossa vida toda, vão surgindo defeitos e erros de multiplicação, que afectam os genes e outras partes das células. Com o acumular desses erros, as células vão-se desgastando e dividindo mais lentamente o que vai prejudicando o funcionamento dos órgãos até que morremos. Mas isto é a versão boa, porque em alguns casos, antes de essa ‘morte natural’ acontecer, surgem nas células erros de replicação que afectam genes específicos e que se multiplicam descontroladamente até formar cancro. E isso, todos sabemos o resultado que tem. Esta foi, por isso, uma excelente conversa para compreender melhor estes fenómenos relacionados - envelhecimento e cancro - bem como os tratamentos com maior potencial para retardar o primeiro e evitar o segundo. Espero que gostem!   Temas abordados durante a conversa: Envelhecimento celular Envelhecimento cronológico vs envelhecimento replicativo Diferenças entre células do corpo: grau de especialização, complexidade, capacidade de regeneração Exemplos: pele, cérebro, coração, fígado Causa imediata: mutações genéticas Principais genes Supressores de tumor Proto-oncogenes Angiogénese Metástases Investigação do convidado: como começa o cancro Das células cancerígenas à formação de um tumor Instabilidade genética Tumores malignos vs benignos Teoria do ‘Disposable Soma’ Causa evolutiva: Causa das mutações(1) Cancro Diminuir os ‘azares’ vs abrandar o envelhecimento celular (ou, mesmo, rejuvenescer) Investigação do convidado sobre os micróbios que não envelhecem Experiência dos dois ratos PROTACs Investigação de ponta Aumento da longevidade  (1) Causa das mutações: o que aumenta a probabilidade de mutações Factores ambientais (e.g. Marie Curie) vs. predisposição genética (e.g. Angelina Jolie) Antigos (radioterapia, quimioterapia, ...) Novos (células CAR-T) Tratamentos Cancro Livro recomendado: The Gene: An Intimate History, de Siddhartha Mukherjee   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves Bio: Cientista, Investidor e Consultor de Biotecnologia, interessado em Cancro, Envelhecimento e Terapias Genéticas. Nascido em Lisboa mas filho de pais mirandelenses, estudou Bioquímica na Universidade de Lisboa e depois de um mestrado no Instituto Gulbenkian de Ciência, fez o doutoramento no Instituto Max-Planck, em Dresden (Alemanha). Associado do departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade de Harvard, nos EUA. Recentemente, saiu do mundo acadêmico para Wall Street em Nova Iorque, onde espera poder canalizar o conhecimento científico para oportunidades de investimento em biotecnologia, criando valor científico e financeiro.
12/11/20191 hour, 17 minutes, 30 seconds
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#75 Gonçalo Gil Mata - Gestão de tempo & produtividade: da importância do 'foco' ao papel do nosso inconsciente

Gonçalo Gil Mata colabora quer com pessoas quer com organizações para aumentar o desempenho dos indivíduos e dos grupos. Isto leva-o a explorar várias frentes, desde a produtividade, à motivação, passando por liderança e a comunicação entre pessoas nas organizações. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Um aspecto particularmente importante da produtividade, e que nos é familiar a todos, é a dificuldade em gerir o nosso tempo, isto é, em conseguir fazer tudo o que queremos fazer sem, ao mesmo tempo, pagar o preço em stress. Esse é, precisamente, o tema o tema do último livro do convidado, que serviu de mote à conversa. A ideia do livro é relativamente simples: compreender melhor a nossa mente e, com isso, não só pôr a nu os obstáculos que nos podem estar a impedir de gerir melhor o nosso tempo mas também, porque nunca conseguiremos fazer tudo, ser capaz de distinguir entre o que queremos realmente fazer e aquilo que não nos vai propriamente realizar.  Temas abordados durante a conversa: Por que queremos, realmente, gerir melhor o nosso tempo? É apenas fazer caber mais coisas nas 24h do dia? O “Paradoxo da Escolha” A “ciência da atenção” -- a importância (e a dificuldade) do “foco”, i.e., do trabalho concentrado.  A capacidade do trabalho concentrado em nos colocar num estado de “flow”, ou fluxo (aquilo a que em psicologia designa um estado mental de operação em que a pessoa está totalmente imersa no que está a fazer, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da actividade) Como lidar com o stress Como lidar com interrupções e estímulos externos (como o email ou telemóvel): o sistema de “semáforos” do convidado  Porque é que precisamos de compreender o nosso inconsciente se queremos alterar hábitos (e perceber aqueles que, na verdade, não são importantes) Como lidar com aquela tarefa que achamos supostamente muito importante mas que, por algum motivo, estamos sempre a adiar (e porque é que a adiamos?) O que nos serve de referência externa e nos condiciona a satisfação? Porque devemos visualizar o objectivo, e os benefícios que nos traz? Micro-acções e partir o problema em pedaços Porque é que a “força-bruta da disciplina” é um método limitado para alterarmos hábitos ou atingir objectivos Truques práticos (que funcionou como uma espécie de resumo)   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão Esta conversa foi editada por: João Ervedosa   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado: Ainda Não Tive Tempo Deepwork, de Call Newport Flow Getting Things Done, de David Allen Filme: A Vida Secreta de Walter Mitty  A importância de visualizar o objectivo What I Talk About When I Talk About Running: A Memoir, de Haruki Murakami Livro recomendado: De Dentro Para Fora - Uma Revolução Pessoal, de Michael Neill  Bio: Licenciado em Engenharia, com experiência em gestão de projetos a nível internacional, especializou-se em Performance Organizacional, Produtividade Pessoal e Interpessoal, Comunicação, Liderança e Psicologia Motivacional. Executive Coach certificado pela European Coaching Association, acumula certificações avançadas em Business, Life e Team Coaching, tendo treinado pessoalmente com nomes de relevo mundial como Robert Dilts, David Allen, Joseph O'Connor e Michael Neill, entre outros. Colabora com várias escolas de negócios, sendo nomeadamente responsável pelo módulo de Personal Productivity do The Lisbon MBA Executive, na Universidade Católica Portuguesa. Autor dos livros “Buena York”, 2007 e de “Ainda Não Tive Tempo”, 2015. Escreve regularmente no blog Whats The Trick e publica artigos sobre Produtividade e Performance na sua página de autor do Linkedin.
11/27/20191 hour, 14 minutes, 10 seconds
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#74 Pedro Galvão - Ética filosófica e Direitos dos Animais

Pedro Galvão é filósofo e professor na Universidade de Lisboa; investiga principalmente na área da Ética (também conhecida por Filosofia Moral) e foi sobretudo sobre isso que falámos. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O episódio tem duas partes facilmente separáveis: 1. Até aos cerca de 00:55 minutos, falámos sobre Ética filosófica no geral. O Pedro começou até por dar um passo atrás para explicar os vários campos da Filosofia e onde a Ética se situa nessa taxonomia. De seguida, falámos de algumas das principais correntes e também dos principais pontos de disputa entre quem pensa estas questões. Falámos da distinção clássica, mas ainda relevante, entre as perspectivas utilitarista e deontológica, da discussão sobre se o certo e o errado são factos objectivos ou apenas conceitos relativos (uma discussão com implicações práticas óbvias na política, por exemplo). E abordámos ainda outras questões, como se existe ou não progresso moral.    2. Na segunda parte, passámos da teoria à prática, ou pelo menos a um caso concreto, um tema de Ética aplicada: os direitos dos animais. É um campo que tem vindo a ganhar cada vez mais protagonismo. Nas últimas décadas, muitos filósofos morais (em particular, o mais mediático de todos, Peter Singer) têm argumentado que é necessário alargar as fronteiras da Ética para incluir não só os nossos deveres para com outros Seres Humanos, mas também em relação aos animais, em particular os animais ‘sencientes’, isto é, os animais que sentem de forma consciente.  Os pontos em contenda são mais que muitos. Será que temos, de facto, deveres em relação aos animais? E, se sim, que deveres? E isso implica que os animais têm direitos? (por exemplo, o convidado entende que temos deveres para com os animais, mas não acha que não se possa dizer que eles tenham direitos). E depois há as implicações práticas. O que devemos permitir, por exemplo, na indústria alimentar, ou na utilização da animais para experiências científicas, ou, ainda - tema inevitável - nas touradas? A ética dos animais é, como se percebe, um tema fascinante, mas que também nos força a diálogos internos difíceis. Por exemplo: ao contrário do convidado, inclino-me para achar que não é errado matar um animal ‘senciente’ para o comer, desde que se evite o sofrimento do bicho. Mas não será isto apenas uma racionalização minha para que possa continuar a comer carne de consciência tranquila? Na sociedade como um todo, parece que temos duas tendências de sentido contrário. Por um lado, é cada vez mais comum as pessoas tratarem os animais domésticos quase como filhos (e, mesmo quem, como eu, rejeita isso, é preciso admitir que não vemos as nossas obrigações éticas em relação aos nossos cães ou gatos de forma muito diferente das obrigações em relação aos nossos familiares). Por outro lado, (como longe da vista, longe do coração) continuamos - muitos de nós, pelo menos - a comprar e comer carne de produção intensiva, fechando os olhos ao modo como muitos destes animais são criados (basta uma pesquisa rápida no Google para perceber como).  Havia outros dois temas de Ética aplicada que queria ter abordado, mas faltou tempo. Um, o aborto, por ser muito desafiante filosoficamente; o outro, a Eutanásia, é talvez menos desafiante (porque os argumentos mais relevantes do contra são mais de índole prática do que filosófica), mas é mais actual, uma vez que, ao que tudo indica, está prestes a entrar na actualidade política. Talvez um dia volte a convidar o Pedro para terminarmos esta discussão. Fico também à espera do vosso feedback nesse sentido. Ora ouçam a conversa:   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho,  Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Referências abordadas na conversa: Livros e artigos Livro do convidado: “Ética com Razões” (FFMS) Artigos do convidado sobre Direitos dos Animais:  um, dois Sam Harris - The Moral Landscape Metaethics, an Introduction, de Andrew Fisher Taking Life: Three Theories on the Ethics of Killing 1st Edition, Kindle Edition, de Torbjorn Tannsjo “What a Fish Knows: The Inner Lives of Our Underwater Cousins”  (livro sobre a senciência dos peixes) Reasons and Persons, de Derek Parfit Livro recomendado: Os Métodos da Ética, de Henry Sidgwick Filósofos Derek Parfit Henry Sidgwick Torbjörn Tännsjö John Stuart-Mill Jeremy Bentham Tom Regan Escolas de pensamento e problemas The Repugnant Conclusion (Parfit) Rule utilitarianism Non-cognitivism Moral relativism Teoria do Erro (Mackie) Moral constructivism André Silva: “Há características mais humanas num chimpanzé ou num cão do que numa pessoa em coma” Episódio do podcast da NPR ‘Hidden Brain’ em que se aborda a vida dos galos Bio: Filósofo e professor de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde é membro do grupo de investigação LanCog (Language, Mind and Cognition). O seu ensino e investigação situam-se sobretudo na área da ética filosófica. Escreve literatura de fantasia.
11/14/20192 hours, 2 minutes, 11 seconds
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#73 Miguel Farias - A Ciência da Meditação

Miguel Farias é psicólogo experimental, doutorado pela Universidade de Oxford e actualmente professor na Universidade de Coventry.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A investigação do convidado incide sobretudo na área da psicologia da crença e da espiritualidade e foi daí que resultou o livro de que é co-autor e  que serviu mote à conversa. Chama-se: , ‘The Buddha Pill’ ou, Como a Meditação Pode (ou não) Mudar a Sua Vida, e é uma análise aprofundada da ciência por trás da meditação. O livro é uma viagem pelo que a investigação científica permite concluir em relação aos efeitos da meditação: os benefícios reais, os benefícios que parecem francamente exagerados pelos promotores da meditação e mesmo os perigos que esta prática pode trazer a quem a pratica. A conversa foi muito livre, por isso andámos cá e lá entre vários temas: os efeitos da meditação, o enquadramento histórico, nas tradições espirituais hindus e budistas, a espiritualidade no geral e até a comparação entre a meditação e outras abordagens, como a psicoterapia ou simples técnicas de respiração.  O que é a Meditação? A meditação funciona basicamente usando uma determinada técnica de concentração para treinar a nossa atenção e aumentar a nossa consciência e, assim, atingir um determinado estado mental, diferente do normal. (E isto é a única coisa em comum aos vários tipos de meditação, porque quer a técnica específica quer estado que se pretende atingir variam muito.) A meditação é praticada desde a antiguidade, e por todo o mundo, até recentemente tipicamente num contexto religioso, e normalmente enquanto como parte do caminho de desenvolvimento espiritual. Esta meditação de origem oriental começou a chegar ao ocidente sobretudo a partir do século XIX. Já no século XX tivemos a entrada em força da Meditação Transcendental e, actualmente, é sobretudo do chamado Mindfulness que ouvimos falar (se ouviram falar de meditação nos últimos anos, foi quase de certeza desta técnica). Este Mindfulness tem origem no Budismo mas, na maior parte das aplicações actuais, usa-se apenas a técnica de concentração, sem a interpretação espiritual.  Nos últimos anos, esta prática vindo a ganhar adeptos muito para além a contra-cultura New Age que primeiro abraçou estas práticas. Aliás, é hoje em dia cada vez mais aplicada em contextos muito variados, como nos cuidados de saúde, no ensino e mesmo em empresas.  Para esta entrada do Mindfulness no mainstream tem contribuído muito o facto de a investigação científica parecer validar vários dos efeitos benéficos da meditação, que vão da redução da ansiedade até mesmo ao bem estar físico.  O livro do convidado, como já perceberam, é uma espécie de água na fervura sobre esta onda de entusiasmo. Como digo algures durante a conversa, já experimentei meditação, mas de forma muito limitada. A quantidade de gente em cuja opinião confio noutros temas e que diz que meditação melhorou muito a sua vida continua a fazer-me ter vontade de explorar melhor a meditação, mas a perspectiva a investigação do Miguel deixou-me, no mínimo, com uma visão mais matizada do tema.   [Artigo de opinião no Público: Oito desejos para um partido liberal em Portugal]   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho,  Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado (com Catherine Wikholm): Original: The Buddha Pill Versão PT: Como a Meditação Pode (ou não) Mudar a Sua Vida Müller-Lyer illusion Accents Are Forever Tripiṭaka (Páli) Mircea Eliade Benny Shanon A ilusão da mão de boracha Timothy Leary Livro recomendado: A Queda Do Céu, de Davi Kopenawa Bio: Miguel Farias é um psicólogo experimental doutorado pela Universidade de Oxford. O seu livro sobre a ciência da meditação, 'The Buddha Pill: Can Meditation Change You?', foi traduzido em português pela Leya,  e actualmente prepara o Oxford Handbook of Meditation. Em 2017 ganhou o prémio William Bier, concedido pela Associação Americana de Psicologia, pelo seu trabalho sobre a psicologia da crença e da espiritualidade. Foi professor da Universidade de Oxford e é o diretor fundador do Laboratório 'Cérebro, Crença e Comportamento' na Coventry University.
10/30/20191 hour, 31 minutes, 14 seconds
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#72 [série Orientações Políticas] Mário Amorim Lopes - Desigualdade, liberalização económica, Estado Social e política identitária

Mário Amorim Lopes é docente universitário, investigador na área da economia e políticas de saúde, e alguém que se descreve de forma provocadora como “despudoradamente liberal”. O Mário tem sido uma presença activa no discussão pública, seja no blog O Insurgente, no Twitter, ou ainda através dos ensaios sobre a área da saúde que tem escrito no Observador. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Uma vez que nos identificamos ambos enquanto liberais - eu porventura mais “pudoradamente” do que o Mário -, e talvez, quem sabe, por eu ser um tudo-nada do contra, tentei puxar mais por temas em que previa que fôssemos discordar.  Resultou, por isso, numa conversa desafiante, embora até tenhamos discordado menos do que pensei inicialmente (o que mostra bem como não se deve reduzir as pessoas a rótulos).  Entre os temas em que estivemos alinhados destaco um que o Mário trouxe à conversa: o papel que os privados podem ter na saúde ou no ensino, e que não é, à priori, incompatível com um sistema de acesso universal.. Falámos também de questões que extravasam Portugal, como o aumento da concentração de riqueza em países como os EUA, e o aumento do poder de mercado de alguns gigantes tecnológicos; temas que me parece deverem suscitar no mínimo dúvidas entre liberais, visto que poder económico, esteja ele com indivíduos ou com empresas, facilmente converte-se em poder político. Discutimos ainda uma crítica que faço a uma parte relevante da direita liberal em Portugal, que, em muitos casos, fala muito em meritocracia mas parece, na prática, dar pouca atenção a tentar diminuir a desigualdade de oportunidades. Terminámos a discutir o que me parece ser um dos grandes desafios actuais para um progressista liberal: como fazer oposição às agendas políticas que vêm a reboque da expansão da política identitária e das tentativas de condicionamento do discurso sem deixar de reconhecer que existem, inegavelmente, problemas urgentes de injustiça social subjacentes que não se vão resolver sozinhos. No total, percorremos uma série de temas, uns mais sociais outros mais económicos: Origem do pensamento político do convidado;  A personalidade de um liberal A confusão entre desigualdade e pobreza A concentração de riqueza em indivíduos e o poder de mercado dos gigantes tecnológicos nos EUA. Os problemas gémeos de Portugal: falta de crescimento económico vs desigualdade de oportunidades O “preconceito ideológico” que impede a discussão sobre o fornecimento privado de saúde ou ensino com financiamento público Não está muita gente que se diz liberal ec defensora da meritocracia  na realidade mais preocupada com liberalizar mercados e menos com diminuir a desigualdade de oportunidades Estado Social Políticas identitárias Uma última nota ainda para a qualidade do som, que não é a melhor, visto que a conversa foi gravada remotamente, mas acho que não incomoda excessivamente.  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Referências abordadas na conversa: The Constitution of Liberty -  Friedrich A. Hayek Atlas Shrugged - Ayn Rand Murray Rothbard The Virtue of Selfishness - Ayn Rand The Largest Study Ever of Libertarian Psychology - Jonathan Haidt John Rawls The Road to Serfdom - Friedrich Hayek The Economist - The dominance of Google, Facebook and Amazon is bad for consumers and competition Milton Friedman: ‘Pro free enterprise vs pro business” The Economist - “The Nordic countries, The next supermodel” David Brooks - The market and the welfare state go together. Modelo de Hofstede das diferenças culturais Lócus de controle Livros recomendados: Identity: The Demand for Dignity and the Politics of Resentment, de Francis Fukuyama Europe: The Struggle for Supremacy, from 1453 to the Present, de Brendan Simms Bio: Mário Amorim Lopes é docente universitário e investigador, com um percurso pessoal e profissional algo inusitado: forma-se primeiro em Engenharia Informática, tendo trabalhado em São Francisco e regressado a Portugal para fundar uma startup. Cessa a sua participação e vai viajar um ano pela Europa e América do Sul de mochila às costas, com pouco mais do que roupas e livros (D. Quixote era a obra apropriada para esta empreitada). Regressa e dedica-se um ano a uma banda de rock electrónico, em que faz composição, produção e toca baixo. Entretanto, tira o mestrado de Economia na FEP e muda de agulha. Do mestrado segue para o doutoramento, onde estudou questões de economia e políticas de saúde, realizando investigação e consultoria na área da saúde. Escreve no blog Insurgente e produz ensaios sobre temas da área da saúde para o Observador. É despudoradamente liberal.
10/17/20191 hour, 38 minutes, 24 seconds
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#71 [série Orientações Políticas] Pedro Lomba - O peso crescente da ideologia, os limites à integração europeia e a crítica à sociedade dos direitos

Pedro Lomba é advogado e professor universitário. A actividade política do Pedro está ligada ao PSD e foi Secretário de Estado do governo de Passos Coelho. Mas foi bem antes disso que o Pedro começou por dar que falar, quando, ainda nos primórdios da blogosfera, em 2003, integrou um dos blogues mais marcantes, conjuntamente com Pedro Mexia e João Pereira Coutinho, onde uma direita mais jovem começava a mostrar-se.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este é o 1º episódio de uma nova edição da série ‘Orientações Políticas’ que fiz na temporada passada. Gravámos esta conversa ainda durante a campanha das legislativas mas como, sendo sobre política, não nos focámos nas eleições, decidi deixar passar o período eleitoral e publicá-lo só agora. Nesta 2ª edição da série ‘Orientações Políticas’ a minha ideia é a mesma dos episódios que publiquei anteriormente - conversar com pessoas com posicionamento político conhecido - mas desta vez vou tentar encontrar pessoas que actualmente estejam fora da política activa (como é o caso do Pedro). Da minha parte, enquanto anfitrião, a abordagem é a mesma da série anterior: por um lado, tento debater com o convidado as suas ideias e confrontá-las com a minha própria visão crítica; por outro lado, tento estar de mente aberta e aprender com os insights que o convidado traz (como faço nos episódios ‘normais’ do podcast). Isto é importante até porque, embora eu tente sempre ir atrás dos factos, quando falamos em política, a realidade é demasiado complexa para conseguirmos se 100% objectivos. Para além disso, os nossos valores variam entre indivíduos diferentes e influenciam sempre a nossa visão das coisas. Esta nossa conversa foi muito aberta. Fomos saltando de tema em tema sem um guião pré-definido. E, aliás, ao reouvi-la, percebi que foi mais o convidado quem definiu o rumo da conversa do que eu, o que nestas conversas é o ideal. O facto de ter sido um diálogo aberto implica, por outro lado, que houve temas que ficaram por concluir e, pelo menos da minha parte, reflexões que são mais um princípio de opinião do que uma opinião definitiva. Mas julgo que esse é o maior valor deste exercício: dar a quem ouve um acesso (quase) em bruto a uma conversa franca entre duas pessoas. Durante esta hora e pouco, cobrimos uma série de assuntos. Comecei por tentar perceber a origem do pensamento político do convidado e daí partimos para discutir outros temas, vários dos quais dão hoje muito que falar: (i) os limites à integração europeia numa Europa de Estados-nação com culturas específicas, (ii) as ameaças à liberdade de expressão nestes tempos em que o espaço público passou a abarcar as redes sociais, (iii9 e aquilo que o convidado vê como o problema do ressurgimento de novas ideologias em sítios como as Universidades. Mais para o final da conversa, discutimos também a crítica do convidado a uma sociedade por vezes demasiado focada nos direitos, um tema que em si mesmo dava uma conversa. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus   Esta conversa foi editada por: João Torgal  Sugestões de leitura (e não só) referidas na conversa: Benjamin Constant Alexis de Tocqueville História Intelectual do Liberalismo, de Pierre Manent  Milton Friedman sobre o rendimento mínimo garantido Citação da série Chernobyl Adam Smith’s market never stood alone - Amartya Sen (FT) Livro recomendado: The Once and Future Worker: A Vision for the Renewal of Work in America, de Oren Cass Bio: Pedro Lomba é licenciado, mestre e doutorado em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa e Professor Auxiliar da mesma faculdade. Obteve o Doutoramento em Direito na mesma Faculdade, detendo também um Master of Research em Direito Comparado e Direito Internacional, pelo Instituto Universitário Europeu. É actualmente advogado na firma PLMJ, sócio nas áreas de Público e de Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutico. Para além da prática como advogado, foi também Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional no XIX Governo Constitucional (2013-2015), Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares no XX Governo Constitucional (2015) e Assessor da Presidência do Conselho de Ministros (2003). Pedro tem tido uma vasta intervenção pública nos órgãos de comunicação social desde 2004, e é atualmente membro do Conselho de Opinião da RTP.  Foi colunista de vários órgãos de comunicação social, nomeadamente Público, I, Diário de Notícias, Diário Económico, O Independente, e comentador na RTP N. É autor dos livros «Teoria da Responsabilidade Política», Coimbra, 2008; «Constituição Portuguesa Anotada» - Vol. 3 (com Alexandre Sousa Pinheiro), Coimbra, 2008; «Direitos Fundamentais e Jurisprudência Constitucional - Materiais de Apoio às Aulas Práticas» (com Alexandre Sousa Pinheiro), 2006; e de numerosos artigos.
10/10/20191 hour, 9 minutes, 1 second
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#70 Cláudio Couto - Compreender o Brasil na Era-Bolsonaro

Cláudio Couto é cientista político, actualmente professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, no Brasil. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Falámos, claro, de política brasileira. Como não poderia deixar de ser, focamo-nos na conjuntura actual, em que se vivem tempos de grande instabilidade na sociedade brasileira, da qual é simultaneamente consequência e causa a tumultuosa presidência de Jair Bolsonaro. Como é hábito no podcast, deixámos de lado a espuma dos dias e tentámos sobretudo perceber os factores de fundo que explicam este estado de coisas, desde a história política recente do Brasil às particularidades do sistema político, passando por factores que influenciam directamente a satisfação dos eleitores, como como a economia, a corrupção, a criminalidade ou ainda, a um nível mais profundo, o peso crescentes da moral conservadora ligado à ascensão das igrejas evangélicas. Estes últimos factores são essenciais para perceber a situação actual. E se há alguns, como o preconceito em relação a minorias, que explicam mas, na minha opinião, não justificam o apoio do eleitorado a Bolsonaro, outros há - como o aumento da violência ou a queda da economia - que revelam claramente um falhanço das instituições para o eleitor brasileiro médio. Foi, então, sobre estes e outros temas que conversámos. Como já vão perceber, era difícil pedir melhor convidado para falar sobre estes assuntos, seja pelo grau de conhecimento do Cláudio, seja pela isenção com que relata a situação no Brasil seja, ainda, o que não é de somenos, por ser um um óptimo comunicador. E a conversa foi bem fluída, o que comprova mais uma vez que as diferenças linguísticas são uma barreira muito menor do que por vezes se pensa. (Apesar de algumas diferenças vocabulares que podem criar alguma confusão, aqui e ali, como por exemplo a designação Ministro da Fazenda, que é o equivalente ao nosso Ministro das Finanças.) E a propósito de pontos que podem criar confusão, quando o convidado fala, en passant, na chamada “era Vargas”, refere-se ao tempo de Getúlio Vargas, que foi presidente durante a 1ª metade do século XX e foi provavelmente o mais icónico político brasileiro desse século. Nota importante Fomos nomeados para o Prémio do Público do festival PODES. Obrigado a todos aqueles que votaram! Votem agora, por favor, para que o 45 Graus integre a shortlist de 5 a partir da qual será atribuído o prémio final. https://www.publico.pt/podes     Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral  Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos   Apoio à edição de Martim Cunha Rego    Referências abordadas na conversa: Getúlio Vargas Latinobarómetro 55% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro, diz pesquisa CNI/Ibope Pesquisa da Transparência Internacional que mediu a percepção e a experiência com desvios na América Latina e Caribe Roberto DaMatta (Antropólogo) Cinco Homens que Abalaram a Europa - Jaime Nogueira Pinto  Livro recomendado: O Pêndulo da Democracia - Leonardo Avritzer Bio: Coordenador do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas (MPGPP) da EAESP-FGV. Graduado em Ciências Sociais (1991), mestre em Ciência Política (1994) e doutor em Ciência Política (2000), todos os títulos obtidos pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade de Columbia (EUA) com apoio da CAPES (2005-6). É professor adjunto do Departamento de Gestão Pública da EAESP da Fundação Getúlio Vargas - SP e docente dos cursos de graduação em Administração Pública e Administração de Empresas. É do Núcleo Docente Permanente (NDP) do curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em Administração Pública e Governo, na linha de pesquisa de Política e Economia do Setor Publico. Foi Secretário Adjunto e, depois, Executivo da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) nos biênios 2013-14 e 2015-16. Colunista eventual de Política dos jornais Valor Econômico e O Estado de S. Paulo e colunista fixo de política do site The Brazilian Report.
10/2/20191 hour, 41 minutes, 22 seconds
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#69 Joana Rato - Mente, Cérebro e Educação

Joana Rato é Psicóloga, doutorada em Ciências da Saúde e actualmente desenvolve investigação na Universidade Católica, com o projecto ‘Mente, Cérebro e Educação’. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A Joana publicou recentemente, juntamente com Alexandre Castro Caldas, o livro ‘Quando o Cérebro do Seu Filho Vai à Escola’. No livro, os autores explicam o que a ciência sabe hoje sobre o modo como o nosso cérebro aprende e o que isso implica para a maneira como ensinamos nas escolas. É um livro com muita informação, que nos ensina o que não sabemos e enquadra também alguns mitos e clarifica simplificações nesta área. Ao longo da nossa conversa, fomos percorrendo e discutindo vários aspectos referidos no livro, desde os melhores métodos para memorizar (que não são nada óbvios) à importância do sono para a memória e até mesmo ao papel da escola em ensinar-nos a pensar criticamente, a discutir ideias e a saber apresentar claramente o nosso ponto de vista -- tudo características fundamentais para uma sociedade aberta e dinâmica Notícia importante: Vai realizar-se no dia 9 de novembro (um sábado) o PODES, o primeiro festival de podcasts a realizar-se em Portugal. Passem por podes.pt/recomendar e nomeiem o 45 Graus para os prémios do festival (se acharem que merece, claro!).  Edição principal: João Torgal    Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes   Referências abordadas na conversa: Livro da convidada: Quando o Cérebro do Seu Filho Vai à Escola - Boas práticas para melhorar a aprendizagem, de Joana Rato e Alexandre Castro Caldas  Susan Gathercole The Illusory Theory of Multiple Intelligences Bio: Psicóloga da Educação desde 2003 e doutorada em Ciências da Saúde (na especialidade de Neuropsicologia) pelo Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) desde 2014. Atualmente desenvolve trabalho de Pós-Doutoramento no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde(CIIS) da UCP, com o projeto Mind, Brain and Education: A school-university partnership,onde orienta um grupo de trabalho em Mente, Cérebro e Educação constituído por uma equipa multidisciplinar. Em 2013 recebeu o Alumni Award da James S. McDonnell Foundation que permitiu a sua participação na 3rd Latin-American School for Educational, Cognitive and Neural Sciences e em 2015 ganhou o Prémio de Mérito da Fundação D. Pedro IV. Os seus interesses de investigação passam pela Neuropsicologia aplicada à Educação com destaque para a avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes.
9/18/20191 hour, 15 minutes, 35 seconds
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#68 Ricardo Araújo Pereira pt2 - Da sátira ao humor auto-depreciativo; da posição do humorista à do espectador

Neste episódio, como prometido, trago-vos a 2ª parte da conversa que gravei com o RAP sobre Humor.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Durante esta quase hora e meia fizemos uma viagem ainda mais alargada ao mundo do humor.  Falámos sobre os vários tipos e funções do humor, desde a sátira ao humor autodepreciativo; o que nos levou à dimensão da comédia enquanto transgressão e ao modo como, quando se faz de um determinado assunto terreno sagrado, isso o faz automaticamente, enquanto objecto de humor, ainda mais apetecível.  Conversámos também sobre o que está por trás desta nossa capacidade para achar graça, e que nalguns casos se pode descrever como uma ‘suspensão da compaixão ou da emoção’.  Isto levou-nos a um assunto que já tínhamos aflorado na 1ª parte da conversa: o papel da moral no humor. Isto é, se a ética do humorista (e do espectador), têm ou não influência no humor que o comediante decide fazer e naquilo a que achamos graça. Por exemplo, será que é verdade, como os comediantes insistem, que “dizem qualquer coisa para provocar o riso da audiência”. E, do nosso lado, espectadores, há temas ou abordagens restritos ou tudo é ingrediente para o humor? Esta questão toca em temas que podem dificultar a dita ‘suspensão da emoção’, como o piadas racistas ou xenófobas ou humor desviante. É uma discussão muito interessante, esta, e ao editar a conversa fiquei com a sensação de que a poderíamos ter aprofundado mais. No fundo eu partilho a perspectiva do Ricardo, mas acho que há algumas cambiantes que é interessante discutir.  E pronto, foi uma excelente dupla dose de conversa. A vantagem de ter sido uma conversa longa é que pudemos cobrir muitos assuntos. Mas havia ainda mais a discutir, como por exemplo os desafios da escrita humorística e do guionismo, ou a comparação do humor com outras formas de criação humana e de arte. Talvez numa próxima conversa!  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe. Agradecimentos especiais neste episódio: Paulo Ferreira, Luís Figueiredo, Tiago Diogo   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar - Uma espécie de manual de escrita humorística A Guerra do Fogo Revisionist History - The Satire Paradox Fools Are Everywhere: The Court Jester Around the World  - Beatrice K. Otto Jim Carrey I'm Kicking My Ass | Liar Liar Dave Rubin Louis CK Sarah Silverman História do Riso e do Escárnio - Georges Minois “According to The Tramp and the Dictator, Chaplin arranged to send the film to Hitler, and an eyewitness confirmed he saw it. Hitler's response to the film is not recorded, but another account tells that he viewed the film twice.” John Cleese on Creativity In Management So, Anyway… - John Cleese Henri Bergson Livro recomendado: Do Éden ao Divã, Humor judaico - Moacyr Scliar, Etiahu Toker e Patricia Finzi  Hershel of Ostropol Bio: Ricardo Araújo Pereira (Lisboa, 1974) é licenciado em Comunicação Social pela Universidade Católica, e começou a sua carreira como jornalista no Jornal de Letras. É guionista desde 1998. Em 2003, com Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Tiago Dores, formou o Gato Fedorento. Escreve semanalmente na Visão (Portugal) e na Folha de S. Paulo (Brasil) e é um dos elementos do programa da TSF/TVI24 Governo Sombra. É autor e apresentador de Gente Que Não Sabe Estar (TVI). Com a Tinta-da-china, publicou seis livros de crónicas — Boca do Inferno (2007), Novas Crónicas da Boca do Inferno (Grande Prémio de Crónica APE 2009), A Chama Imensa (2010), Novíssimas Crónicas da Boca do Inferno (2013), Reaccionário com Dois Cês (2017) e Estar Vivo Aleija (2018) —, além dos volumes de Mixórdia de Temáticas, que reúnem os guiões do programa radiofónico, e de um ensaio: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar (2016, também publicado no Brasil). No Brasil está ainda publicada a coletânea de crónicas Se não entenderes eu conto de novo, pá (Tinta-da-china, 2012). Coordena a coleção de Literatura de Humor da Tinta-da-china, que publicou livros de Charles Dickens, Denis Diderot, Jaroslav Hasek, Ivan Gontcharov, Robert Benchley, S.J. Perelman, George Grossmith e, mais recentemente, José Sesinando. É o sócio n.º 12 049 do Sport Lisboa e Benfica.
9/11/20191 hour, 27 minutes, 29 seconds
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#67 Ricardo Araújo Pereira pt1/2 - Do Humor à Liberdade de Expressão, e vice-versa

No último episódio da temporada, e a pedido de várias famílias - que é como quem diz, de vários ouvintes - trago finalmente o tema Humor ao podcast, e logo com o convidado ideal para este tema: Ricardo Araújo Pereira.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Há muito que queria pegar neste tema no podcast, porque o acho fascinante e misterioso ao mesmo tempo. O humor está presente em muito do que fazemos - mas não em tudo - e pode ser extremamente básico mas também desafiantemente complexo. Perceber o que nos faz rir e, mais importante, por que nos rimos é algo em tenho pensado e esta foi uma óptima oportunidade para falar com alguém que não só é provavelmente o humorista português mais marcante do século XXI mas também uma espécie de filósofo do humor e um pensador de direito próprio sobre estes temas. O pretexto para a conversa foi um pequeno, mas muito interessante livro, que o Ricardo publicou há uns anos e que ele define como “uma espécie de manual de escrita humorística”. Este episódio é, na verdade, apenas a primeira parte da nossa conversa, porque gravámos em dois dias diferentes, o que permitiu ter uma conversa mais alargada do que o normal, em que pudemos discutir uma série de temas em profundidade.  Durante este episódio, começámos por discutir a resposta a uma pergunta simples mas que continua a ser misteriosa: por que rimos? Falámos de um livro muito interessante de Matthew Hurley, Daniel Dennett (Inside Jokes), que tenta dar uma explicação evolutiva para a nossa capacidade para achar graça e que vai muito ao encontro da visão que o Ricardo expõe no livro.” Para compreender este fenómeno do humor, passámos também pelas chamadas ‘Teorias do Humor’, que deste a antiguidade tentam explicar este fenómeno. Um tema inevitável que também discutimos é o número crescente de pessoas ferozmente criticadas, despedidas do trabalho ou mesmo processadas por mandar uma piada. Isto resulta do facto de o humor ser hoje visto, em alguns campos, como uma fonte de poder e um meio potencial de agressão. Discutimos, então, isso mesmo, se o humor pode ser agressão, falámos de liberdade de expressão e do papel do humor nas relações humanas e na sociedade como um todo.  Mas claro que para responder a estas perguntas precisámos de voltar constantemente ao início da conversa. Por isso a discussão sobre o que é o humor e porque achamos graça esteve sempre presente. O Quarenta e Cinco Graus regressa em setembro, com a 2ª parte desta conversa, um episódio mais longo em que pudemos explorar vários aspectos que ficaram de fora desta primeira parte. Fiquem atentos! Fotografia: DR Inquérito aos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/F7FQDDZ (obrigado por participarem!)   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite, Joana Faria Alves Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida, Carmen Camacho, João Nelas Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha, João Castanheira, Marta Madeira, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, Rui Passos Rocha, João Moreira, Vítor Filipe, isosamep, Telmo  Agradecimentos especiais neste episódio: Paulo Ferreira, Luís Figueiredo, Tiago Diogo   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar - Uma espécie de manual de escrita humorística Inside Jokes: Using Humor to Reverse-Engineer the Mind - Matthew M. Hurley, Daniel C. Dennett, Reginald B. Adams Jr. Citação de William Hazlitt Umberto Eco - O Nome da Rosa (riso) Fernando Pessoa - Poema em linha recta Laughter Of The Oppressed - Jacqueline A. Bussie  Neil Simon Bio: Ricardo Araújo Pereira (Lisboa, 1974) é licenciado em Comunicação Social pela Universidade Católica, e começou a sua carreira como jornalista no Jornal de Letras. É guionista desde 1998. Em 2003, com Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Tiago Dores, formou o Gato Fedorento. Escreve semanalmente na Visão (Portugal) e na Folha de S. Paulo (Brasil) e é um dos elementos do programa da TSF/TVI24 Governo Sombra. É autor e apresentador de Gente Que Não Sabe Estar (TVI). Com a Tinta-da-china, publicou seis livros de crónicas — Boca do Inferno (2007), Novas Crónicas da Boca do Inferno (Grande Prémio de Crónica APE 2009), A Chama Imensa (2010), Novíssimas Crónicas da Boca do Inferno (2013), Reaccionário com Dois Cês (2017) e Estar Vivo Aleija (2018) —, além dos volumes de Mixórdia de Temáticas, que reúnem os guiões do programa radiofónico, e de um ensaio: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar (2016, também publicado no Brasil). No Brasil está ainda publicada a coletânea de crónicas Se não entenderes eu conto de novo, pá (Tinta-da-china, 2012). Coordena a coleção de Literatura de Humor da Tinta-da-china, que publicou livros de Charles Dickens, Denis Diderot, Jaroslav Hasek, Ivan Gontcharov, Robert Benchley, S.J. Perelman, George Grossmith e, mais recentemente, José Sesinando. É o sócio n.º 12 049 do Sport Lisboa e Benfica.
7/31/201959 minutes, 14 seconds
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#66 Mário Figueiredo - Ciência de Dados, Machine Learning e os mistérios que falta resolver para criar Inteligência Artificial capaz de criatividade

Mário Figueiredo é professor catedrático no Instituto Superior Técnico, e coordenador de área e líder de grupo no Instituto de Telecomunicações. As suas área de trabalho são a aprendizagem automática, o processamento e análise de imagens e a optimização. Recebeu várias distinções e prémios internacionais e, desde 2014 até ao presente, tem integrado a lista anual "Highly Cited Researchers", sendo o único português das áreas da engenharia ou ciências da computação com esta distinção. Como tinha prometido há poucos episódios, regresso ao tema Inteligência Artificial. Mas não foi só disso que se falou nesta excelente conversa com Mário Figueiredo, que não é um investigador qualquer. É um dos académicos mais citados a nível mundial na investigação em Machine Learning, processamento de imagens e optimização, técnicas que têm aplicação, por exemplo, na medicina ou na interpretação de imagens de satélite. Mas não é só à investigação académica que o Mário se dedica. É também, como vão perceber, um divulgador de ciência nato e alguém gosta aplicar a mesma curiosidade e espírito analítico de cientista a pensar uma série de questões diferentes. Isto, para além de ser um ouvinte do podcast, o que me honra muito.  A conversa tocou numa série de pontos, como é habitual. Começámos por falar da revolução que a chamada Ciência de Dados trouxe nos últimos anos e das enormes implicações que tem no mundo de hoje. Ciência de Dados não é mais do que análise de dados, mas desenvolveu-se imenso nos últimos anos, em resultado de duas revoluções paralelas: uma é a enorme expansão na quantidade de dados disponíveis (os chamados big data), outra são os desenvolvimentos que tem havido em machine learning, uma área que veio revolucionar a Inteligência Artificial. Com estes algoritmos conseguimos hoje programas que aprendem automaticamente a detectar padrões e conseguem tirar conclusões úteis a partir de uma enorme quantidade de dados. Outro aspecto de que falámos é o impacto destes avanços não só na economia e na sociedade, mas também na própria ciência, que passa a ter uma ferramenta complementar à matemática. Daí que um grupo de cientistas da Google tenha escrito um artigo com o título provocador ‘The Unreasonable Effectiveness of Data’, uma resposta a um ensaio famoso do físico Eugene Wigner sobre a ‘Unreasonable Effectiveness of Mathematics in the Natural Sciences’. À boleia desta discussão, passámos o resto do episódio no tema mais geral da Inteligência Artificial. Têm havido enormes progressos nesta área, nos últimos anos, sobretudo à boleia da dita Machine Learning, que tem conseguido superar os seres-humanos, numa série de tarefas que até aqui achávamos não estarem ao alcance de um computador, como traduzir línguas, conduzir carros ou mesmo gerar fotografias, credíveis, de caras de pessoas que não existem na realidade!  No entanto, na visão do convidado, estes progressos continuam a ocorrer em tarefas específicas, e nada garante que estejam a contribuir de alguma forma para criar Inteligência Artificial capaz de autonomia e de pensar como um ser humano. É uma visão provocadora e especialmente interessante porque é saudavelmente diferente da posição de Arlindo Oliveira, com quem tinha falado sobre este tema anteriormente.  Assumindo que a inteligência humana é de facto diferente, a grande questão que ressalta daqui é o que é especial, então, no cérebro humano?  Para David Deutch é “a capacidade que os humanos têm para gerar novas explicações para um determinado fenómeno”. Este físico britânico tem um artigo muito interessante sobre o tema, de que falamos ao longo da conversa e que podem encontrar na descrição do episódio.  Portanto, no curto-prazo, parece mais provável que a Inteligência Artificial continue a complementar, e não a substituir, a Inteligência Humana. E, por coincidência, foi precisamente no dia em que gravámos esta conversa que Elon Musk anunciou os progressos que tem feito na Neuralink, a empresa que criou para desenvolver interfaces entre o cérebro e um computador, e que ele acredita vir um dia a permitir fazer uma espécie de ‘fusão’ entre o cérebro humano e os sistemas de IA. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite, Joana Faria Alves Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida, Carmen Camacho, João Nelas Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha, João Castanheira, Marta Madeira, Joao Pinto, Francisco Vasconcelos, Rui Passos Rocha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Referências abordadas na conversa: Livro ‘The Attention Merchants, de Tim Wu  Artigo do convidado: O Impacto e o Ensino da Ciência de Dados How the constant flow of data is revolutionising biology Debate Richard Dawkins & Bret Weinstein - Evolution The Unreasonable Effectiveness of Mathematics in the Natural Sciences - Eugene Wigner The Unreasonable Effectiveness of Data - Alon Halevy, Peter Norvig, and Fernando Pereira, Google The Fourth Paradigm: Data-Intensive Scientific Discovery - Tony Hey Stewart Tansley Kristin Tolle Artigo ‘Artificial Intelligence, The Revolution Hasn’t Happened Yet’ - Michael I. Jordan España, el segundo país con mayor esperanza de vida de la OCDE How close are we to creating artificial intelligence? - David Deutsch John McCarthy; Norbert Wiener António Damásio sobre Inteligência Artificial  Nature: Whole-animal connectomes of both Caenorhabditis elegans sexes Deep-Learning Machine Listens to Bach, Then Writes Its Own Music in the Same Style Livros recomendados: O Início do Infinito - David Deutsch Uma qualquer colectânea de contos de autores clássicos russos Elon Musk unveils Neuralink’s plans for brain-reading ‘threads’ and a robot to insert them Bio: Mário Figueiredo é professor catedrático no Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, e coordenador de área e líder de grupo no Instituto de Telecomunicações. As suas área de trabalho são a aprendizagem automática, o processamento e análise de imagens e a optimização. Recebeu várias distinções e prémios internacionais e, desde 2014 até ao presente, tem integrado a lista anual "Highly Cited Researchers", sendo o único português das áreas da engenharia ou ciências da computação com esta distinção.
7/24/20191 hour, 33 minutes, 20 seconds
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#65 Francisco C. Santos - Como o estudo de sistemas complexos veio revolucionar a nossa compreensão dos fenómenos naturais: das células à cooperação em sociedade

Francisco C. Santos é Professor Associado do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, e doutorado em Informática pela Universidade Livre de Bruxelas (ULB). A sua investigação foca a aplicação e desenvolvimento de ferramentas de simulação para uma melhor compreensão de dinâmicas colectivas, desde o nível celular ao comportamento humano. Trabalha em problemas relacionados com a evolução da cooperação, normas sociais, processos de decisão em redes sociais, planeamento urbano, e acordos sobre alterações climáticas, entre outros temas.  Falámos sobre sistemas complexos, ciência das redes e algoritmos e sobre o modo como estas ferramentas conceptuais oferecem uma abordagem revolucionária para estudar um sem-fim de fenómenos, desde as células do nosso corpo à ligação entre as páginas de internet.  No início da conversa, o Francisco explica a natureza destes sistemas complexos e porque é que a chamada ‘ciência de redes’, uma área da matemática, é muito utilizada no estudo destes fenómenos. Explica, por exemplo, a diferença entre os chamados “sistemas sem escala”, que são dominados por alguns indivíduos, e os sistemas aleatórios. E fala ainda de uma série de características importantes destes sistemas, como o conceito de emergência, a existência de leis de escalamento (que ditam o modo como um sistema cresce e se expande e os chamados feedback loops.  Revista a teoria, falámos de vários casos concretos de redes complexas, desde as redes sociais às células do nosso corpo, e conversámos, ainda, sobre como a análise de sistemas complexos, por serem tipicamente adaptativos (ie, evoluem ao longo do tempo em adaptação ao meio ambiente exterior), permite ajudar a Biologia a estudar a evolução por selecção natural.  E um dos mistérios precisamente da evolução é a emergência de cooperação, seja entre células (quando se formaram organismos multicelulares), seja entre indivíduos da mesma espécie. Uma parte importante da investigação do convidado tem-se debruçado sobre um dos casos mais especiais de cooperação, os seres humanos, o que me permitiu introduzir o tema do Capital Social - que me andava na cabeça desde a conversa da semana anterior, em que discuti com o Nuno Garoupa a falta de capital social em Portugal. Como seria de esperar, o Francisco deu algumas ideias interessantes sobre como utilizar o que sabemos sobre como funcionam redes complexas - das quais a sociedade é um exemplo - para aumentar a cooperação, utilizando, entre outras coisas, o facto de hoje em dia interagirmos muitas vezes não só com humanos mas com algoritmos de inteligência artificial.  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite, Joana Faria Alves Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida, Carmen Camacho, João Nelas Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha, João Castanheira, Marta Madeira, Joao Pinto   Agradecimento especial neste episódio: Fábio Gomes -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Referências faladas ao longo do episódio: O que são sistemas complexos? The Unreasonable Effectiveness of Mathematics in the Natural Sciences - Eugene Wigner E se um mercador do século XVI fizesse negócios no mundo de hoje? Piketty e ‘wealth begets wealth’ Milgram e a Small-world experiment The Major Transitions in Evolution - John Maynard Smith Livros recomendados: The Social Atom - Mark Buchanan Linked - Albert-Laszlo Barabasi Why Cooperate? - Scott Barrett Bio: Francisco C. Santos é Professor Associado do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, e doutorado em Informática pela Universidade Livre de Bruxelas (ULB). A sua investigação foca a aplicação e desenvolvimento de ferramentas de simulação para uma melhor compreensão de dinâmicas colectivas, desde o nível celular ao comportamento humano. Trabalha em problemas relacionados com a evolução da cooperação, normas sociais, processos de decisão em redes sociais, planeamento urbano, e acordos sobre alterações climáticas, entre outros temas. 
7/17/20191 hour, 33 minutes, 57 seconds
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#64 Nuno Garoupa - O subdesenvolvimento de Portugal como um problema de cultura e de instituições

Nuno Garoupa é professor de Direito na George Mason University, nos EUA.   A investigação académica do convidado tem-se debruçado sobretudo sobre Direito Comparado e a relação entre as instituições do Direito e a Economia. Isto, associado à vida de estrangeirado, explica porque se habituou a pensar o país vendo-o de fora, num olhar que é, como vão ouvir, provocador e original.  A discussão sobre as causas da pobreza (relativa) de Portugal tem barbas, claro, que é como quem diz: séculos. É quase uma predileção nacional, uma espécie de catarse momentânea, e que facilmente resvala num lamúrio inconsequente e pouco sistemático. Nesta conversa, tentei fugir a essa tentação. A nossa abordagem foi crítica, mas tentei que fosse construtiva e coerente. Até para não ser confundida com uma visão pessimista (vivemos, apesar de tudo, no melhor período dos últimos séculos) ou com um anti-portugalismo snob (que não só não tem razão de ser, como adianta pouco).  Esta foi uma conversa em que andámos cá e lá entre vários temas de fundo.  Tentámos ir à raiz da origem do atraso português, o que inevitavelmente nos levou ao papel da geografia, das instituições, e da cultura, cujos efeitos estão inevitavelmente entrelaçados.  Falámos do modo - muitas vezes perverso - como funcionam as elites em Portugal e das especificidades (as indesejáveis) da cultura nacional, como a falta de confiança interpessoal (o Capital Social de que falei já neste podcast logo no episódio #6, com o Pedro Magalhães), o pouco cultivo do pensamento crítico no sistema de ensino, a obsessão (muito católica) com a culpa ou a tendência para ver a discussão de ideias como um combate moral e um jogo de soma nula. E falámos sobre soluções possíveis, sendo que, inevitavelmente, é muito mais difícil chegar a elas do que fazer o diagnóstico.  Abordámos também o problema da quase estagnação da economia nas duas últimas décadas e outras ameaças à prosperidade e à satisfação dos portugueses com a democracia. Insatisfação essa, aliás, que o convidado prevê, mais tarde ou mais cedo, como indo levar a uma  alteração de regime. Na última parte da conversa, aproveitei para viajar até à área de investigação do convidado e abordámos os desafios e as insuficiências do sistema judicial português. O Nuno, aliás, tem um livro muito interessante publicado sobre o tema que deixo na descrição do episódio. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida, Carmen Camacho, João Nelas Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha   -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Referências faladas ao longo do episódio: Artigo do convidado: ‘O fracasso das instituições portuguesas como um problema de muito longo prazo’ Instituições Extractivas vs Inclusivas, segundo Acemoglu e Robinson Evolução do PIB desde o Pombalismo Jogos de soma positiva Locus de controlo Livro referido: Yuen Yuen Ang - ‘How China Escaped the Poverty Trap’ Cartoon da New Yorker Manuel Valls, ex-primeiro-ministro francês, é candidato à câmara de Barcelona Livro do convidado sobre a Justiça em Portugal  Livro recomendado: Sebastião José - Agustina Bessa-Luís Bio: Nuno Garoupa é professor de Direito, Reitor Adjunto para a Investigação e Desenvolvimento de Quadros e Director de programas de pós-graduação na George Mason University - Antonin Scalia Law School. Anteriormente, foi professor na Texas A&M University School of Law (2015-2018) e na Universidade de Illinois. Antes disso, de 2014 a 2016, foi Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, Portugal. Foi também Professor de Direito e Investigador ‘H. Ross and Helen Workman’, na Faculdade de Direito da Universidade do Illinois e Co-Diretor do Programa de Direito, Ciências Sociais e Comportamentais do Illinois. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destaca-se a análise económica do direito e das instituições legais. Os resultados destas investigações têm sido publicados em revistas científicas de destaque, tais como: Journal of Legal Studies; Journal of Law and Economics; American Law and Economics Review; Oxford Journal of Legal Studies; American Journal of Comparative Law; Cambridge Law Journal; Journal of Law and Society; European Review of Private Law; European Business Organization Law Review; e Maastricht Journal of European and Comparative Law. Foi Vice-Presidente da Associação Europeia de Direito e Economia, de 2004 a 2007; integrou o Conselho de Administração da International Society for New Institutional Economics, de 2006 a 2009, e foi Co-Editor da Review of Law and Economics, entre 2004 a 2010. Nuno Garoupa  recebeu o prémio espanhol de investigação Julian Marias, em 2010, e foi Bolseiro Searle-Kauffman em Direito, Inovação e Crescimento no Searle Center on Law, Regulation, and Economic Growth, na Faculdade de Direito da Northwestern University, de 2009 a 2010.
7/10/20191 hour, 46 minutes, 5 seconds
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[republicado] Carlos Fiolhais - Pseudociências, História da Ciência, Ciência em Portugal e exploração espacial

Carlos Fiolhais é físico, professor universitário e um dos maiores - senão o maior - divulgador de Ciência em Portugal.  Antes de entrarmos na última leva de episódios desta temporada, decidi republicar mais um episódio marcante dos início do podcast e que merecia já ser repuxado para a linha da frente. Foi uma bela conversa, esta com Carlos Fiolhais, que durante o ano e meio desde que gravámos este episódio continuou a marcar a agenda da discussão de ciência em Portugal. Espero que gostem. Volto para a semana como um episódio inteiramente novo! Bio: Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956. Licenciado em Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, em 1982, é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos. Publicou mais de 30 livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto e A Coisa Mais Preciosa que Temos (Gradiva); Ciência a Brincar (Bizâncio); manuais escolares de Física e de Química (Gradiva e Texto Editores); Roteiro de Ciência e Tecnologia (Ulmeiro) e Fundamentos de Termodinâmica do Equilíbrio (Gulbenkian). É autor de cerca de 100 artigos científicos em revistas internacionais (um dos quais com 3500 citações) e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Participou em inúmeros encontros, conferências e acções promovendo a ciência e a cultura científica. Criou o portal de ciência www.mocho.pt. Ganhou em 1994 o Prémio União Latina/JNICT de tradução científica. Ganhou o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004 atribuído pela televisão SIC e pela revista Caras em 2005. Em 2017, ganhou o Grande Prémio Ciência Viva Montepio. Investiga Física da Matéria Condensada e Ensino e História das Ciências. Foi fundador e Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde instalou o maior computador português para cálculo científico («Centopeia»). Dirige a revista Gazeta de Física da Sociedade Portuguesa de Física e é membro da comissão editorial das revistas Europhysics News, da Sociedade Europeia de Física, e Física na Escola e Revista Brasileira do Ensino da Física, da Sociedade Brasileira de Física. Foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.  
7/3/20191 hour, 26 minutes, 56 seconds
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[republicado] Arlindo Oliveira - "Haverá alguma vez Mentes Digitais com inteligência superior à humana?"?

Esta semana resolvi republicar um episódio antigo que é um dos mais ouvidos do Quarenta e Cinco Graus. É a conversa com Arlindo Oliveira, presidente do IST, sobre o livro Mentes Digitais, o futuro da inteligência artificial e o modo como pode superar a cognição humana. É um tema a que vou voltar brevemente, ainda antes da pausa para férias, e, como foi apenas o 5º episódio do podcast, achei que estava na altura de lhe devolver o destaque merecido. Espero que gostem! O livro 'The Digital Mind' foi lançado este ano pela prestigiada MIT Press. A tradução em português, editada pela IST Press, foi lançada posteriormente no mercado nacional.
6/26/20191 hour, 3 minutes, 26 seconds
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#63 Inês Torres - “Porque é que o Antigo Egipto continua a fascinar-nos tanto?”

Inês Torres é egiptóloga e actualmente doutoranda na Universidade de Harvard, nos EUA. O Antigo Egipto até pode parecer um tema algo circunscrito para aquilo que é hábito no 45 graus, mas é preciso ter em conta que falamos de uma civilização que durou mais de 3000 anos (e isto é se considerarmos só o início canónico, quando as Cidades-Estado do Alto e Baixo Egipto se uniram para formar um só território). Para além disso, continua, passado todo este tempo, a ser um dos períodos que mais fascinam as pessoas, e não é por acaso, porque é um mundo que nos parece simultaneamente próximo e misterioso. Mas como a Inês realça, são seres humanos iguais a nós que viveram naquela cultura com aspectos tão exóticos e peculiares. Curiosamente, o Egipto dos faraós terminou perto do ano Zero, ou seja, precisamnete quando dava entrada o Cristianismo, que depois dominou a cultura ocidental até, pelo menos, ao Renascimento. A nossa conversa tocou em tantos pontos que pode ficar confusa. Por isso, vale a pena deixar aqui uma cronologia da História do Egipto em traços grossos. Ao longo dos 3 milénios, os historiadores identificam três períodos de estabilidade - os chamados Império Antigo, Intermédio e Novo -, separados por dois períodos de interregno, marcados por instabilidade. Sendo que, claro, como tudo isto se desenrolou ao longo de 3 milénios, cada um desses interregnos de instabilidade durou... 100 ou 200 anos (mais do que alguns reinos que se lhes seguiram). Estes 3000 anos de civilização são explicados, pelo menos em parte, pela protecção da geografia e pela sorte de ter acesso ao Nilo, uma fonte de água mais fiável do que outras civilizações. Esta prosperidade, por seu lado, permitiu libertar o tempo das pessoas que fizeram aquilo que hoje, em retrospectiva, admiramos: desde criar uma burocracia administrativa desenvolvida, aos progressos na matemática e na astronomia, passando pelas proezas arquitectónicas e artísticas. Ao longo da conversa, falámos sobre tudo isto, e também sobre a escrita, as pirâmides e outras criações, os ritos funerários e a visão optimista em relação à morte. Falámos também das características peculiares da cultura dos egípcios e da maneira como a sociedade estava estruturada, desde as elites ao povo, de que sabemos muito menos. E conversámos ainda, mais demoradamente, sobre Akhenaten, que foi provavelmente o faraó mais misterioso. Durante a conversa, tentei conjugar estes aspectos transversais daquela civilização com compreender a cronologia da História do Egipto, desde os três períodos de prosperidade aos anos (séculos) de interregno. Com tempo limitado e tendo em conta que a área de especialização da convidada é o Antigo Império, acabámos por falar menos do período mais recente. Deixámos de lado, por exemplo, temas importantes como o reinado de Ramses II ou o fim do império com Cleópatra. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Referências faladas ao longo do episódio: Cronologia do Antigo Egipto 1822: The Decipherment of Hieroglyphs Egiptomania River-valley civilizations Seven Wonders of the Ancient World Coco (filme) e a morte no Antigo Egipto BBC In Our Time - The Egyptian Book of the Dead Herodotus on the Egyptians Pirâmides nas civilizações antigas A História de Sinué Colapso da Idade do Bronze Explosão de vulcão na Islândia Akhenaten Freud sobre Akhenaten Nefertiti Deus Aten Templo de Carnaque Projecto de doutoramento Livros recomendados: O Egito Faraónico, de Luís Manuel de Araújo The Complete Cities of Ancient Egypt, de Steven Snape Bio: Actualmente a fazer o Doutoramento na Universidade de Harvard, nos EUA. Licenciada em Arqueologia pela Universidade de Lisboa e M.Phil em Egiptologia pela Universidade de Oxford. A sua investigação debruça-se sobre as mulheres no Antigo Egipto e Núbia, arte e iconografia, arqueologia funerária e temas de identidade pessoal e de grupo expressas nos textos do Antigo Egipto.
6/19/20191 hour, 43 minutes, 1 second
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#62 Thiago Hansen - A História do Direito: dos primórdios da Roma Antiga aos desafios do Brasil atual

Thiago Hansen é autor do podcast brasileiro Salvo Melhor Juízo e professor de História e Teoria do Direito na Universidade Federal do Paraná.   Começámos por discutir a evolução do Direito ao longo da História - desde Roma (lá está), passando pela Europa medieval até à formação do Estado Moderno. Isto levou-nos a discutir temas como o Absolutismo ou a diferença entre a o sistema jurídico da tradição da Europa continental e a chamada common law de tradição inglesa. E daí saímos do passado para abordar o Presente do sistema judicial brasileiro. Foi muito interessante ouvir o alerta do Thiago, ele próprio jurista, em relação aos perigos do excesso de protagonismo do poder judicial no Brasil. Sobretudo tendo em conta que gravámos a conversa dias antes de saírem as notícias de que o juiz Sérgio Moro, figura central da acusação ao antigo Presidente Lula da Silva e hoje ministro da Justiça do Brasil, terá, entre outras acções muito discutíveis, a serem verdade, colaborado com o procurador do Ministério Público (a acusação), o que é proibido por lei. Isto são notícias dos últimos dias, atenção. Actualidade, portanto, num episódio que era suposto, relembro, suposto ser sobre História do Direito! Feito este detour, regressámos à História e à Teoria do Direito para falar da relação entre o Direito e Justiça. Pode parecer um não-tema, mas a verdade é que há uma longa história de discussão filosófica sobre a relação entre os dois. O debate clássico é entre duas visões antagónicas, a do chamado direito natural e a do positivismo jurídico. E várias vezes este contraste veio à baila durante o episódio. Explicando rapidamente, os proponentes do direito natural reclamam que existem leis universais naturais, que o Estado tem de respeitar. O que não responde, claro, à pergunta: o que é natural? Para uns é a palavra de Deus, para outros os  direitos básicos de todos os seres humanos. Mas alguém tem de os definir, claro, por isso esta posição adianta de pouco. Já a posição contrária, a do direito positivista, está confortável com o facto de ser a maioria da população a definir o que é a lei e, em última análise, o Estado ou Governo desse país. Mas isso, claro, leva a que em teoria, se tolere um Estado autoritário ou uma ditadura da maioria. Enquanto não-jurista, tenho que dizer que me parece um debate um pouco esotérico...demasiado abstracto e sobretudo pouco útil na prática, uma vez que a realidade não corresponde exactamente a nenhum dos modelos. Mas julguem por vós próprios. Terminámos a conversa a falar sobre podcasts, Portugal e o Brasil e o potencial dos podcasts em aproximarem pessoas dos dois países - como nós. Espero que gostem. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Referências faladas ao longo do episódio: Podcast do convidado: SALVO MELHOR JUÍZO Definições de Direito Jusnaturalismo Legal positivism Diferenças Ius Auctoritas e Potestas Josep Fontana Ordenações Celso: "O direito é a arte do bom e do justo" Ronald Dworkin Hans Kelsen Corpus Juris Civilis Gustav Radbruch e a ‘Jurisprudência de valores’ Pós-positivismo 2015 Polish Constitutional Court crisis Ato Institucional Número Dois Falcone e Di Pietro: os dois italianos que inspiraram Sérgio Moro Friedrich Nietzsche - Genealogia da Moral Jonathan Haidt - Moral foundations theory Michael Sandel - Justice (Harvard) Livros sugeridos: Paolo Grossi - Primeira Lição sobre Direito António Manuel Hespanha - Como os juristas viam o mundo Bio: Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2011), graduação em História pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2010), mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2014) e doutorado em direito na Universidade Federal do Paraná (2018). É professor adjunto de Teoria do Direito do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em História do Direito e Teoria do Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: história do direito brasileiro no século XX e história do direito ambiental. Produz, participa e dirige o podcast jurídico Salvo Melhor Juízo.
6/12/20192 hours, 5 minutes, 34 seconds
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#61 Maria João Valente Rosa - Envelhecimento demográfico, natalidade e desenvolvimento

Maria João Valente Rosa é professora na Universidade Nova de Lisboa, doutorada em Demografia e foi, até ao ano passado, directora da Pordata, uma base de dados de indicadores sobre Portugal disponibilizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. A nossa conversa levou-nos, como é habitual, em várias direcções. Em jeito de aperitivo, começámos por falar sobre a paixão da convidada, a Demografia, e da importância da literacia nesta área para uma sociedade informada e próspera. A conversa em si foi, em grande parte, sobre a principal área de investigação da convidada: o envelhecimento demográfico a que assistimos actualmente no mundo desenvolvido, e em Portugal em particular. A proporção de idosos face aos jovens tem vindo a aumentar em Portugal nas últimas décadas, em resultado do aumento da longevidade e, em menor grau, da diminuição da natalidade. Segundo o INE, o envelhecimento da sociedade vai continuar e só tenderá a estabilizar daqui a cerca de 40 anos Este vai ser um desafio para as sociedades, mas a convidada realça duas coisas. por um lado, este número é enganador, porque a esperança de vida também aumenta (uma pessoa de 65 anos em 1960 tinha uma esperança de vida restante equivalente a uma de 72 hoje em dia). Por outro lado, o envelhecimento demográfico é sobretudo uma notícia positiva, tendo em conta que (i) o aumento do número de velhos deve-se ao aumento da longevidade e (ii) a própria diminuição da natalidade é, indirectamente, resultado do desenvolvimento económico dos países. A questão da longevidade dava um podcast inteiro, claro, tantas as ramificações que tem. Falámos da enorme perda de valor social que é o actual sistema binário de trabalho (até aos 65 anos) seguido de entrada abrupta na reforma. E conversámos também sobre o modo, muitas vezes errado, como a sociedade lida com os velhos e os novos, e o que se pode melhorar. Sobre a redução da natalidade, conversámos sobre vários aspectos. Esta questão é sempre um puzzle. A influência do rendimento sobre o número de filhos, por exemplo, parece confusa: queixamo-nos hoje de que não temos mais filhos porque falta de dinheiro, mas é nos países mais pobres que nascem mais crianças. A explicação é que quando o nível de vida de uma sociedade aumenta muito, muda também a maneira como as pessoas vêem a natalidade: em países desenvolvidos (como Portugal), entre outras alterações, os filhos deixaram de ser vistos como mão-de-obra, por isso as “variáveis” da equação que usamos para decidir quantos filhos vamos ter alteraram-se drasticamente. Hoje, muito dificilmente a pessoa média quererá ter mais de dois filhos. Significa isto que as medidas a tomar para aumentar a natalidade num país como Portugal terão que ser adaptadas a essa nova realidade. E foi sobre isso, sobretudo, que falámos. Por exemplo, mais do que tentar alterar o número de filhos que as pessoas desejam – que dificilmente serão mais do que 2 –, é importante agir sobre as restrições que as impedem de ter os filhos que quereriam. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho Agradecimento especial neste episódio: Salvador Cunha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Hans Rosling Índice de Literacia Estatística -> Simulador Áreas de Portugal e Inglaterra (km²): 91,568 vs 130,395 Formação bruta de capital fixo Fronteira entre Portugal e Espanha WEF: The myth of an "ageing society" Horas de trabalho na UE Quality-adjusted life year Índice sintético de fecundidade Inquérito à fecundidade - 2013 Paper referido pela convidada Livro sugerido: O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde Bio: Maria João Valente Rosa, professora universitária, nasceu em Lisboa em 1961. Doutorada em Sociologia, especialidade Demografia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi Directora da Pordata – Base de Dados de Portugal Contemporâneo – projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) e coordenadora da área científica "População" da FFMS.  Desempenhou funções de dirigente em organismos públicos dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Integra o Conselho Superior de Estatística (CSE) e o Comité Consultivo Europeu de Estatística (ESAC). É autora e coordenadora de inúmeros estudos publicados sobre a sociedade portuguesa. Entre estes, em 1999, "Reformados e Tempos Livres", edições Colibri-Inatel, e em 2012, no âmbito da colecção de ensaios da FFMS, "O envelhecimento da sociedade portuguesa" (nº 26).
6/5/20191 hour, 44 minutes, 22 seconds
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#60 Gustavo Cardoso - O futuro do jornalismo

Gustavo Cardoso é professor catedrático e investigador de Media e Sociedade no ISCTE. O tema é um dos mais desafiantes dos nossos tempos: os desafios actuais e o futuro do jornalismo. Foi uma excelente conversa e, para mim, também uma óptima maneira para explorar melhor este tema, porque participei recentemente num colóquio no CCB precisamente sobre o futuro do jornalismo. E porque é que o tema é tão importante? Porque o jornalismo é essencial à Democracia. E porque os jornais (e outros media) sofreram nos últimos anos quase uma de tempestade perfeita: a internet tornou uma série de informação disponível de forma gratuita, ao mesmo tempo que tirou aos jornais grande parte das receitas de publicidade, que agora estão nas mãos de gigantes como a Google e o Facebook. Ao mesmo tempo, do lado dos utilizadores, diminuiu a nossa predisposição para pagar e mudou a maneira como olhamos para a própria informação jornalística. Temos hoje mais e, talvez, melhor jornalismo, mas é cada vez mais difícil separar o trigo do joio. Ao mesmo tempo, estas mudanças afectaram os modelos de negócio dos jornais, o que, por seu lado, penaliza o próprio produto e afecta o papel dos media enquanto Quarto Poder. Conversámos, então, sobre vários aspectos deste tema: fake news e propaganda, modelo de negócio dos jornais, o papel dos privados e o papel do Estado, a importância do jornalismo para a democracia, a necessidade de reinventar o jornalismo. Falámos também das especificidades do mercado dos jornais em Portugal, como a particularidade (que a mim me parece um mau sinal) de quase todos os nossos jornais terem um posicionamento político supostamente ao centro. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livros do convidado CCB - O Futuro do Jornalismo Edward Bernays, o ‘inventor’ da propaganda Estratégia da Netflix Move Fast and Break Things: How Facebook, Google, and Amazon Cornered Culture and Undermined Democracy  - Jonathan Taplin Bio: Doutorado em Sociologia e investigador, professor catedrático de Media e Sociedade e Diretor do Curso de Doutoramento em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL em Lisboa. É editor associado do Journal IJOC da USC Annenberg e Chair do painel de avaliação das Starting Grants do European Research Council. É investigador do do CIES-IUL, do CADIS na EHESS em Paris e Director do OberCom. Autor de várias publicações, destaca-se "O Poder de Mudar" e "Sociedade dos Ecrãs" (Tinta da China), "Aftermath" (Oxford University Press) e "Os Media na Sociedade em Rede" (Fundação Calouste Gulbenkian).
5/30/20191 hour, 42 minutes, 55 seconds
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#59 Bernardo Pires de Lima - Dos desafios da União Europeia ao futuro da política norte-americana

Bernardo Pires de Lima é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e comentador regular em vários órgãos de comunicação social. Tem publicado vários livros sobre uma série de temas na área das Relações Internacionais: da política externa portuguesa, aos EUA, Médio-Oriente e, claro, da Europa. E foi precisamente sobre a Europa que falámos, a pretexto do seu livro mais recente, ‘O Lado B da Europa’. O livro já foi lançado no ano passado, mas acaba por vir bem a propósito, tendo em conta que as eleições europeias são já este domingo. É difícil fazer o sumário desta conversa, porque falámos sobre uma série de coisas. Começámos por discutir os desafios da União Europeia, tanto os internos, como a emergência de partidos populistas e, sobretudo, autoritários, como os externos, como a emergência da China. Falámos de um dos maiores desafios internos, que é a chegada ao poder de partidos autoritários em países como a Polónia e a Hungria - o que, entre outras coisas, põe a nu a incapacidade da UE em por cobro à deterioração das instituições na sua própria casa. Falámos também da importância de construir uma democracia a nível europeu e ,mais importante, uma cultura europeia. Terminámos a discutir um ensaio recente da Yoni Appelbaum na revista americana The Atlantic, em que este historiador e jornalista recomenda o impeachment a Donald Trump, com base num argumentário muito sustentado historicamente. E, claro, como em geopolítica tudo está ligado, por definição, regressámos à UE e falámos sobre o papel da NATO. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livro do convidado: O Lado B da Europa Artigo de Anne Applebaum na The Atlantic Dani Rodrik - How democratic is the Euro Spitzenkandidat Carnegie Europe - What Are Europe’s Top Three Challenges? Not Brexit, Not Migration, Not Populism. Podcast LSE Episódio do podcast ‘Hidden Brain’ sobre a criatividade Impeach Trump Now - Yoni Appelbaum (The Atlantic) The Case Against Impeachment - Slate Bio: Bernardo Pires de Lima (n. 1979) é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (desde 2004), colunista de política internacional do Diário de Notícias (desde 2010), comentador de assuntos internacionais da RTP e da Antena 1 (desde 2015) e membro do conselho consultivo do Instituto para a Promoção da América Latina (IPDAL). Entre 2012 e 2018, foi Visiting e Nonresident Fellow no Center for Transatlantic Relations, Paul H. Nitze School of Advanced International Studies, Universidade Johns Hopkins, em Washington D.C. Tem trabalhado ainda nos últimos anos em consultoria em assuntos internacionais para entidades diplomáticas, políticas e empresariais, tendo sido consultor de risco estratégico da Maintrust Investment Consulting. É, desde Setembro de 2017, Partner na FIRMA – Agência Portuguesa de Negócios, onde lidera a área de Risco Geopolítico. Licenciou-se em Ciência Política pela Universidade Lusíada de Lisboa (2003), frequentou o último ano do curso na Università degli Studi di Roma Tre, Itália, ao abrigo do programa Erasmus, onde desenvolveu um projecto de investigação sobre a influência do império de comunicação social de Sílvio Berlusconi na sua eleição em 2001. Concluiu o mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa (2006), com uma tese sobre a política externa britânica entre 1997 e 2003, em particular sobre a estratégia de Tony Blair para o Kosovo e o Iraque. Optou por congelar o doutoramento na Universidade Nova de Lisboa, numa fase intermédia da escrita de uma tese sobre os EUA e a transformação da NATO depois da Guerra Fria, em virtude dos vários compromissos profissionais simultâneos. Foi comentador residente da Rádio Renascença (2008-2012), TVI 24 (2009-2012) e colunista do jornal i (2009-2010). Tem publicado em revistas académicas como Relações Internacionais, Nação e Defesa ou European Foreign Affairs Review e colaborado com a imprensa nacional e estrangeira, como a SIC, SIC Notícias, TVI, RTP1, RTP2, RTP3, RTP Informação, RTP África, TSF, Antena 1, Rádio Clube Português, Rádio Europa, Diário Económico, Atlântico, Notícias Magazine, Semanário Económico, Majalla Magazine, World Politics Review, The Huffington Post World, Atlantic Treaty Association Commentary, The Diplomat, The National Interest, Hurriyet Daily News, Berlin Policy Journal, BBC, RFI, Deutsche Welle, Deutschlandfunk e Rádio Morabeza. É autor dos livros O Lado B da Europa: Viagem às 28 Capitais (Tinta-da-China, 2018), Administração Hillary (com Raquel Vaz-Pinto, Tinta-da-China, 2016), Putinlândia (Tinta-da-China, 2016; Prémio José Medeiros Ferreira 2016), Portugal e o Atlântico (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2016), A Síria em Pedaços (Tinta-da-China, 2015), A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque (Tinta-da-China, 2013) e Blair, a Moral e o Poder (Guerra & Paz, 2008) e conferencista regular em cursos, licenciaturas e mestrados de Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa, Universidade Lusíada, ISCTE, Universidade Católica, Universidade do Minho, Instituto Diplomático de Portugal, Academia Diplomática da Turquia e no Instituto da Defesa Nacional, onde foi investigador na área da segurança transatlântica (2005-2009). Representou Portugal no Leaders Program in Advanced Security Studies, no George C. Marshall European Center for Security Studies, Alemanha (2006) e participou em programas de liderança, estudos de segurança e política internacional em Itália, Bélgica, Áustria, EUA e Israel. Foi bolseiro da FLAD (2012) e contemplado com a Marshall Memorial Fellowship pelo German Marshall Fund of the United States (2013), um dos principais programas de promoção transatlântica e de networking para futuros líderes europeus com menos de 40 anos. Tem viajado nos últimos anos pelos Estados Unidos da América, África, Médio Oriente e Europa, continente que, tal como Tony Judt, mede “em tempo de comboio”, percorrido que foi em três interrails. É membro do Clube de Lisboa, da Associação Portuguesa de Ciência Política, da Transatlantic Studies Association e do EU Integration Forum.
5/22/20191 hour, 31 minutes, 41 seconds
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#58 João Nuno Coelho - Da “futebolização da sociedade portuguesa" à magia do Desporto-rei

João Nuno Coelho é sociólogo, autor de vários livros sobre sociologia e História do Futebol. É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio. O tema deste episódio é um que já há muito tinha pensado trazer ao podcast. Tinha pensado, mas tinha também hesitado, porque adivinho que só uma parte dos ouvintes tem algum interesse pelo tema. Dito isto, posso dizer com alguma confiança que este é um episódio que pode interessar a quase todos os que tenham pelo menos algum interesse por futebol, sobretudo se esse interesse for mais pelo desporto em si e pelo fenómeno social do que pela actualidade que preenche os jornais diários e os programas de comentário televisivo.   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte   -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livro: The Numbers Game: Why Everything You Know About Soccer Is Wrong Paperback – Chris Anderson e David Sally Quest for Excitement: Sport and Leisure in the Civilizing Process - de Norbert Elias Norbert Elias e o “Processo CIvilizacional” Episódio de que falei sobre o futebol nos EUA (Freakonomics) Livro: Banal Nationalism - Michael Billig “Vestir a camisola” – jornalismo desportivo e a selecção nacional de futebol (artigo académico do convidado) Drafting na NBA A disparidade dos direitos televisivos em Portugal Quem decide as regras do futebol? Sócrates VAR Golo Hugo Almeida vs Inter de Milão Livro que refere a origem da vantagem das equipas que jogam em casa: Scorecasting: The Hidden Influences Behind How Sports Are Played and Games Are Won Paperback – Tobias Moskowitz e L. Jon Wertheim Episódio do podcast da BBC ‘More or Less’ sobre como o futebol mudou nas últimas décadas Livro: Inverting The Pyramid, The History Of Football Tactics - de Jonathan Wilson Artigo de Jonathan Wilson sobre reutilização das tácticas passadas Moneyball (filme) Brentford's Moneyball Way To Beat Football Teams With Huge Budgets Livro recomendado: Fever Pitch - Nick Hornby Bio: João Nuno Coelho é sociólogo. Mestre e Licenciado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Vencedor em 1999 da 1.ª Edição do Prémio Jovem Cientista Social de Língua Portuguesa, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Autor da obra Portugal, a equipa de todos nós. Nacionalismo, futebol e os media (Afrontamento, 2001), A Nossa Selecção em 50 Jogos, 1921-2004 (Afrontamento, 2004) e da coletânea Futebol Globalizado (Análise Social e Routledge, 2006). Lecionou Sociologia da Arte na Escola Superior Artística do Porto (2003-2007). É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio.
5/8/20191 hour, 47 minutes, 33 seconds
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#57 Constantino Xavier - “Para a Índia, a democracia é a única forma de conseguir gerir toda aquela diversidade de culturas, línguas e religiões”

Constantino Xavier é investigador na Brookings India, em Nova Deli, integrado na Brookings Institution, um dos maiores think tanks do mundo. A investigação do Constantino debruça-se sobretudo sobre a política externa da Índia, segurança e política regional, democracia e relações Europa-Ásia Aproveitei uma visita do Constantino a Portugal, no mês passado, para o convidar para o podcast. É um privilégio poder trazer ao podcast um especialista de renome mundial em assuntos indianos. Durante a conversa, falámos sobre uma série de aspectos relacionados com a Índia. Desde logo, as especificidades deste país gigantesco e ultra-diverso, composto por 29 Estados, com diferentes culturas, dezenas de religiões e quase 400 línguas diferentes. Não podíamos passar ao lado da política interna do país, que tem sido agitada nos últimos anos, com o com a ascensão do partido do actual Primeiro Ministro, o carismático Narendra Modi, e a vaga de nacionalismo hindu que lhe tem estado associada e que é um dos grandes desafios à unidade do país. Aliás, estão agora na Índia a decorrer as eleições gerais, um processo verdadeiramente hercúleo, não só em dimensão (é a maior democracia do mundo) como em duração, visto que dura, vejam só, desde 11 de abril e estende-se até dia 23 de maio! Falámos também da China, um tema praticamente incontornável hoje em dia quando se analisa a Índia no contexto internacional. Por um lado, a China representa um modelo para a Índia do ponto de vista do desenvolvimento económico. Mas é, também, cada vez mais, uma ameaça ao domínio a que a Índia estava habituada na sua vizinhança. Para além disso, e falámos disso também, é um país com uma cultura muito distinta da da Índia, algo que é visível também nas diferentes abordagens entre os dois países à política e à cooperação internacionais. Finalmente, como não poderia deixar de ser, falámos também do Paquistão, a eterna dor-de-cabeça dos governos indianos. As relações entre os dois países têm sido ultra-tensas (para usar um eufemismo) desde a partição da Índia Britânica em 1947 e a independência dos dois países; juntamente com o Paquistão Oriental (agora Bangladesh). Nota: A qualidade do som durante os primeiros 18 minutos é de pior qualidade do que o normal.  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Prémio recebido pelo convidado Ranking de países por PIB per capita LKY School of Public Policy Modi e o Nacionalismo Hindu Influência de Vivekananda sobre Modi Livro recomendado: The Idea of India Paperback, de Sunil Khilnani Territórios disputados entre Índia e China Belt and Road Initiative Escaramuças entre a Índia e o Paquistão em 2019   Artigo citado sobre o conflito com o Paquistão: “Whatever others may believe, my opinion is simply that it is better for India to brave a costly nuclear attack by Pakistan, and get it over with even at the cost of tens of millions of deaths, than suffer ignominy and pain day in and day out through a thousand cuts and wasted energy in unrealized potential.”     Estudo do Banco Mundial sobre os custos da não integração regional Bio: Constantino Xavier é investigador na  Brookings India, em Nova Deli, onde se dedica à política externa indiana, segurança regional, democracia e relações Europa-Ásia. É doutorado em Estudos do Sudeste Asiático pela Universidade Johns Hopkins
5/1/20191 hour, 19 minutes, 56 seconds
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#56 Daniel T. Santos - “O que podemos aprender com o modo como pensa um Designer?”

Daniel Santos é um designer de serviços com uma carreira que já passou por várias geografias, da Índia ao Reino Unido, e a desempenhar papéis diferentes, de professor a praticante. Actualmente, é designer de serviços no LabX - Laboratório de Experimentação da Administração Pública, onde aplica metodologias do Design para tornar os serviços públicos melhores tanto para os cidadãos como para os funcionários. A conversa, como é habitual, estendeu-se por vários terrenos. Comecei por tentar perceber o que é design. Acho que todos os leigos, como eu, tendem a associá-lo intuitivamente à estética, mas, como vamos ver, é muito mais do que isso. Falámos também de alguns exemplos de design com que nos cruzamos no dia-a-dia, como os tipos de letra que usamos para escrever um texto no computador. A letra Arial, descobri há pouco tempo, tem muito má fama entre os designers. De seguida, discutimos alguns dos princípios do Design, como o conceito de ‘modelos mentais’, que significam essencialmente o modo como o utilizador do produto ou serviço que se está a desenhar interpreta e representa na sua mente a realidade em que vive. Ora, para um designer, é essencial conhecer o modelo mental do utilizador, porque só assim pode assegurar que vai entender e beneficiar das características que estão a ser desenhadas naquele produto. O problema - ou o desafio - associado aos modelos mentais é que estes variam muito entre pessoas, pelas experiências e backgrounds de cada um e, sobretudo, pelas culturas diferentes, quando falamos de diferentes países. Conversámos, ainda, sobre a área de trabalho do convidado, Design de serviços, uma área muito centrada na funcionalidade e, portanto, onde este conceito de modelos mentais é essencial. Finalmente, falámos também de outro conceito-chave do Design, este um que se tem tornado quase uma moda no mundo da gestão (e adulterado QB pelo caminho): o Design Thinking, ou “pensar como no design”. A utilidade da abordagem do design para a gestão de empresas e organizações é fácil de entender. O design, na essência, o que fAz é tentar encontrar soluções para problemas práticos. As intersecções entre isto e o objetivo de uma empresa de melhorar a proposta de valor para os clientes são fáceis de encontrar. O que é especial na abordagem do design é que, por ter que lidar com objectos e tipos de utilizadores muito variados, tem de fazer uso de trabalho colaborativo, de equipas multidisciplinares, e de ter uma grande atenção às necessidades dos utilizadores. Trazer estes métodos para dentro de uma empresa, se for bem feito, pode ser uma grande ajuda para encontrar soluções mais inovadoras. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Steve Jobs: “Most people make the mistake of thinking design is what it looks like. People think it’s this veneer – that the designers are handed this box and told, “Make it look good!” That’s not what we think design is. It’s not just what it looks like and feels like. Design is how it works.” O espremedor de limões de Philippe Starck Teste referido pelo convidado Episódio podcast ‘Sobretudo’ (parte 1; parte 2) Reconsidering The Effect Of Aesthetics On Usability Canal Reddit ‘Oddly Satisfying’ Unsatisfying Comic Sans e a dislexia Cheryn Flanagan Hotéis Citizen M PepsiCo CEO Indra Nooyi on Design Thinking Design Council - Measuring the value and role of design Design Management Institute - The Value of Design Design Thinking by Herbert Simon Just Enough Research, Erika Hall Nudge theory Wicked problem   Livro recomendado: Dark Matter and Trojan Horses: A Strategic Design Vocabulary, de Dan Hill   Frédéric Bastiat Necessidades funcionais, hedonistas e simbólicas Bio: Daniel Santos, é service designer e um entusiasta da inovação centrada nas pessoas. Foi Design Lead na FutureEverything, em Manchester, no Reino Unido, onde trabalhou em projectos smart-cities e ciência colaborativa. Antes disso, viveu na Índia, cerca de 4 anos, onde leccionou design no ensino superior. Mudou-se para Lisboa para ser service designer no LabX, onde aplica metodologias de Design de Serviços para tornar os serviços públicos mais eficientes e melhorar o quotidiano dos funcionários públicos e cidadãos portugueses. Daniel é mestre em Design de Experiência Digital, pós-graduado em Gestão de Design e licenciado em Artes Digitais.
4/17/20191 hour, 31 minutes, 10 seconds
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#55 Joana Amaral Dias - Psicologia Política: personalidade, emoção, moral e cognição

Joana Amaral Dias é psicóloga, comentadora e política. Conversámos sobre Psicologia Política, a propósito do seu livro “O Cérebro da Política - Como a personalidade, emoção e cognição influenciam as escolhas políticas”. Este é um dos temas que me têm dado mais que pensar nos últimos tempos, sobretudo desde que gravei a série de episódios sobre Orientações Políticas. A Psicologia Política é, então, o estudo de como as diferenças psicológicas entre as pessoas - como a personalidade, as emoções, os valores ou mesmo a cognição - ajudam a explicar, por exemplo, o eterno mistério de duas pessoas igualmente bem intencionadas e capazes, chegarem a visões políticas antagónicas. Dito isto, vale a pena, se calhar, esclarecer que o objectivo da PP não é reduzir a política à psicologia. Claro que o nosso egoísmo nos leva a alinhar com visões políticas que defendam a nossa posição na sociedade, e é claro que o próprio meio em que nascemos influencia a nossa posição. Mas o que é incrível, e que a Psicologia Política ajuda a explicar, é que isso não é suficiente para explicar porque é que pessoas, por exemplo, dois irmãos que nasceram no mesmo meio e receberam a mesma educação chegam a visões políticas diferentes. Durante a conversa, falámos sobre uma série de aspectos da influência da psicologia na política. Começámos por uma das descobertas fundacionais desta área: o facto de o nosso julgamento moral e político começar sempre por uma intuição, isto é, de forma inconsciente. É dessa forma inconsciente - e muitas vezes de forma emocional - que formamos a nossa visão - positiva ou negativa - sobre, por exemplo, o que defende determinado partido ou político. Só depois é que a nossa ‘mente racional’ entra ao serviço e vai sobretudo ter o trabalho de justificar aquela conclusão apriorística, e, só muito raramente, rever criticamente essa conclusão. É muito curiosa esta descoberta e, para mim, de certa forma - lá está - intuitiva. Ocorreu-me logo, por exemplo, a descrição que o Francisco Mendes da Silva fez, no episódio que gravámos, sobre como se tinha tornado conservador muito cedo na vida, com a sistematização dessa perspectiva a ocorrer só mais tarde. A comprovação de que o nosso julgamento moral é, primeiramente, intuitivo, deve muito ao trabalho do psicólogo moral Jonathan Haidt, cujo livro ‘The Righteous Mind’ (algo como ‘A Mente Íntegra’) me foi recomendado, em boa hora, por dois ouvintes - João Cotrim de Figueiredo e Pedro Macedo Alves - a quem aproveito para agradecer. Compreendendo, então, que as nossas opiniões são formadas sobretudo de forma inconsciente, rapidamente percebemos que a nossa forma de pensar, o nosso software mental, tem um papel importante. Por isso, as diferenças de personalidade são essenciais para explicar porque é que pessoas diferentes têm visões distintas do mundo e da política. E foi disto que falámos a seguir na conversa, usando como referencial o chamado ‘modelo dos cinco factores’, o modelo com maior validação empírica na Psicologia da Personalidade. A propósito desse modelo, recomendo ouvirem, se ainda não o fizeram, o episódio #11, com Margarida Pedroso de Lima. Estas características de personalidade são facilmente observáveis sobretudo nos próprios políticos. Falámos, aliás, de alguns casos portugueses que é interessante analisar por esta lente. Das diferenças de personalidade entre as pessoas partimos para as diferenças ao nível dos valores com que cada um de nós se identifica. A principal diferença é que a personalidade tem sobretudo que ver com a nossa forma de pensar, enquanto os valores representam juízos concretos, isto é, aquilo que acreditamos, que sentimos, estar certo ou errado, ser importante ou irrelevante. A propósito dos valores, socorremo-nos do dito livro de Jonathan Haidt, de que falei há pouco, que organiza os valores universais da Humanidade (encontrados em todo o tipo de culturas) em cinco dimensões: O cuidado e a empatia pelo outro A justiça, que pode implicar princípios de igualdade ou, pelo contrário, de meritocracia A lealdade ao grupo A autoridade e tradição A liberdade, isto é, a rejeição de restrições externas à liberdade individual Como é fácil de perceber, diferentes valores estão associados, de uma forma até mais clara do que as diferenças de personalidade, a preferências políticas diferentes entre as pessoas, e por vezes contraditórias. Durante o resto da conversa, tivemos ainda tempo para falar sobre o grande mistério de qual é a origem de todas estas diferenças entre nós (quanto é culpa genes, quanto é causado pelo meio em que crescemos ou a educação que tivemos). Falámos, ainda, sobre liderança na política, e a distinção entre líderes que procuram “poder sobre” e aqueles que buscam “poder para”, que tem sido muito estudada na Psicologia Política. Mesmo a terminar, perguntei à convidada, que sempre se assumiu de esquerda, que valores tradicionalmente da Direita é que tinha ficado a ver de uma forma mais positiva depois deste trabalho de investigação. Resumindo, antes só de passarmos à conversa, esta é uma área fascinante e que me tem ajudado não só a ser muito mais compreensivo com quem pensa de forma diferente de mim, como também a tentar aprimorar a minha própria filosofia política de forma a corrigir os enviesamentos que a minha intuição inevitavelmente traz. Embora, como digo durante a conversa, seja difícil fugirmos ao nosso ‘software moral’, pensar sobre estes temas tem-me tornado, julgo, um pensador mais robusto. Por exemplo: ao compreender a relevância de alguns valores da direita, dou hoje mais valor, por exemplo, a preservar instituições que vêm de trás (e que por algum motivo subsistem) e à necessidade de manter uma sociedade estruturada. Da mesma forma, compreendendo a  relevância de alguns valores da esquerda, reconheço hoje que a minha preocupação inata com as chamadas liberdades negativas é, em certa medida, um enviesamento de privilegiado, e que tem de ser temperada pela necessidade de intervir para corrigir desigualdades e, noutra dimensão, pelos limites práticos à chamada meritocracia. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Livro da convidada: O Cérebro da Política Novo canal de Yotube da convidada: Voto Nulo António Damásio - O Erro de Descartes Modelo dos Cinco Factores Personalidade e comportamento político The Righteous Mind - Jonathan Haidt Paul Bloom - Against Empathy: The Case for Rational Compassion José Mujica Filme recomendado: First Reformed Bio: Psicóloga e exerce psicologia clínica desde 1997. Licenciou-se em Psicologia, ramo de Psicologia Clínica, pela Universidade de Coimbra, tendo igualmente concluído a componente teórica do Ramo de Psicossociologia das Organizações. Fez o Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento, também na Universidade de Coimbra. Pós-graduou-se em Terapia Familiar Sistémica e em Psicodrama (é sócia didata da Sociedade Portuguesa de Psicodrama), foi bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia e doutoranda pelo Chicago Center for Family Health/ University of Chicago e pela Universidade de Coimbra. Leccionou em diferentes universidades, colaborando com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada desde 2004, designadamente nas disciplinas de Modelos de Desenvolvimento e Processos de Inclusão/Exclusão Social e de Minorias étnicas e culturais. Foi dirigente associativa, deputada à Assembleia da República, dirigente partidária e mandatária para a juventude da candidatura presidencial de Mário Soares. Convidada para inúmeros colóquios, seminários e conferências, publicou dois livros sobre temáticas políticas, nomeadamente Maníacos de Qualidade (2010) e Portugal a Arder (2011). Colabora assiduamente em jornais, revistas e televisão enquanto comentadora/analista política, sendo que a Psicologia Política, a confluência da sua formação em Psicologia e da sua atividade política, é um dos temas mais significativos da sua pesquisa
4/10/20191 hour, 48 minutes, 58 seconds
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#54 Pedro Boucherie Mendes - “Porque gostamos tanto de não gostar de televisão?”

Pedro Boucherie Mendes é actualmente director de Planeamento Estratégico da SIC. Para além disso, assina uma coluna de opinião no site Vida Extra, no Expresso, sobre séries de televisão e conduz o programa Irritações na SIC Radical, para não falar de outras etapas de um longo currículo ligado à televisão e à imprensa. Conversámos a propósito do seu último livro, AINDA BEM QUE FICOU DESSE LADO, onde o convidado aborda uma série de aspectos do mundo da televisão, desde a evolução do meio, aos bastidores da produção, passando pelo novo mundo dos conteúdos disponíveis on demand. Mas dizer que conversámos sobre televisão é um retrato muito curto da conversa. À boleia da televisão, falámos sobre uma série de e temas. Até porque o Pedro é mais do que apenas um profissional de televisão. É, como eu, um curioso inveterado, e com uma veia forte de crítico cultural. Há muitos anos que se dedica, por exemplo, a analisar e criticar as idiossincrasias da cultura nacional. Começámos por abordar a má fama que a televisão tem enquanto meio (todos sabemos que dá um ar sofisticado a pessoa dizer com um ar indiferente: “naa...eu já não vejo televisão”. Ora, a nossa relação com este meio, quer queiramos quer não, não é de indiferença. Falámos, também do importante papel da televisão, por exemplo, na promoção da tolerância ou na educação cívica. Uma das coisas curiosas que a televisão faz como nenhum outro meio, e que não é devidamente valorizada, é gerar empatia por pessoas diferentes de nós, ao trazê-las para a nossa sala e mostrar o que temos em comum. A televisão aproxima o que está longe, e a proximidade é o condutor da empatia. Isto levou-nos aos desafios da produção: como é a vida de um profissional de televisão, ou quais são os desafios para um argumentista adaptar a narrativa de uma série depois do surgimento dos telemóveis, por exemplo. E é claro que não resistimos a falar das séries da chamada era de ouro das séries americanas, do Breaking Bad ao Sopranos, passando por títulos mais recentes, como o Black Mirror. À boleia disto, falámos sobre o mistério que é a nossa predilecção por ficção, por histórias, o facto de sermos capazes de, no jargão científico, ‘suspender a nossa descrença’, isto é, pôr de lado o nosso sentido crítico para podermos desfrutar de uma boa história. A propósito disto, se, como eu, este mistério vos fascinar, não deixem de ler o artigo do site Psychology Today cujo link deixo na descrição deste episódio. Mesmo a terminar, tivemos ainda tempo para falar sobre a visão do convidado em relação ao que vai ser a televisão daqui a 20 anos, nomeadamente o futuro da chamada ‘televisão de fluxo’ que é, basicamente, a velha televisão, ou seja, o que está a dar ee eu for ali à sala ligar o televisor. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira Ligações: Livro do convidado: ‘Ainda Bem Que Ficou Desse Lado - Como ser um melhor espectador de televisão na era das séries, da netflix e da escolha infinita’ Hofstede - Portugal Seth MacFarlane  O mito da má dentição dos britânicos   Actriz da série Mad Men (a propósito dos dentes) ‘Soap’ (comédia) Suspensão da descrença What Brain Activity Can Explain Suspension of Disbelief? Diegese Séries ‘The Shield’ Deadwood Black Mirror You Jump the Shark The Reith Lectures - Bertrand Russel Pensar, Depressa e Devagar de Daniel Kahneman Projeto Refazer de Michael Lewis Marshall McLuhan - Hot and cool media Bio: Pedro Boucherie Mendes é actualmente director de Planeamento Estratégico da SIC. Anteriormente, foi director dos canais temáticos do mesmo canal. Licenciado em Comunicação Social, tem uma pós-graduação em Ciência Política. Entre outras coisas, foi crítico de música, fez rádio e na imprensa trabalhou no semanário O Independente, na Maxmen e fundou a FHM. Escreveu nas revistas Grande Reportagem e «NS’» (Diário de Notícias) e Index, do jornal I e colabora com o Expresso. O seu último livro é AINDA BEM QUE FICOU DESSE LADO, Como ser um melhor espectador de televisão na era das séries, da Netflix e da escolha infinita. Actualmente assina uma coluna no site Vida Extra, no Expresso sobre séries de televisão; conduz o programa Irritações na SIC Radical.  Na SIC participou ainda no programa «Prazer dos Diabos» e foi jurado em três edições do «Ídolos».
4/3/20191 hour, 59 minutes, 33 seconds
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#53 João Júlio Cerqueira - Ciência baseada na evidência

João Júlio Cerqueira é médico e fundador do Scimed, um site que tem como missão divulgar informação sobre vários temas da área da ciência - sobretudo, mas não só, na área da saúde. Recomendo fazerem uma visita ao site, porque vale mesmo a pena e o João tem sido um verdadeiro paladino da ciência baseada na evidência. O que não quer dizer, como ele próprio chama a atenção, que os artigos que escreve não sejam contestáveis. Podem sê-lo claro, mas o mérito deste projecto é forçar a que o debate decorra como deve ser, isto é, usando a evidência e não as opiniões. O João aborda no site uma série de temas, que vão das terapias alternativas à nutrição, passando pela protecção do ambiente e mesmo por outras áreas da ciência como, por exemplo, a energia nuclear. Neste trabalho de esclarecimento, o convidado tem, muitas vezes, posto em causa, por exemplo, algumas terapias alternativas de que já todos ouvimos falar ou algumas das modas (e não são poucas) na área da nutrição e ainda algumas medidas ambientalistas, muitas vezes bem-intencionadas mas que nem sempre têm validação científica à altura do peso que têm nos media ou nas redes sociais. Esta conversa foi particularmente extensa, por isso vale a pena guiar-vos pelos tópicos que abordámos: Começamos, claro, por falar do projecto do convidado e, como não podia deixar de ser, da primeira área em que o João centrou agulhas (pun intended): as chamadas pseudociências / medicinas alternativas, como por exemplo a homeopatia ou a acupunctura. Ainda na lógica da ciência baseada na evidência, mas neste caso aplicada ao ambiente, falámos também do caso do glifosato, um herbicida que tem dado muita polémica ultimamente. Um tema subjacente a esta parte e sobretudo ao que se seguiu na conversa é o enorme desafio que é para a ciência, enquanto instituição da sociedade, conviver com os enviesamentos cognitivos deste nosso cérebro de primata. Esta é uma questão com uma série de ramificações, que vão desde a má relação entre a natureza lenta e parcelar da investigação científica e a lógica imediatista das notícias até à base emocional que está subjacente a muitos movimentos ambientalistas, cujos defensores que caem, por exemplo, muito facilmente na chamada falácia naturalista. Finalmente, conversámos ainda sobre a energia nuclear, e o modo como pode ser parte da solução para o problema mais importante deste século: as alterações climáticas, e terminámos regressando ao tema inicial, isto é, às terapias alternativas. A este propósito, falámos do fascinante efeito placebo e também do facto, que deve servir de reflecção para a comunidade médica, de que, em muitos casos, estes tratamentos alternativos, não sendo válidos cientificamente, têm em quem os pratica uma componente humana, de cuidado e atenção ao doente, que muitas vezes não falta aos médicos. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa; Hugo Correia; Marta Baptista Coelho Ligações: Artigos do convidado abordados no episódio Manuel Pinto Coelho e a água do mar Glifosato Pós-modernismo Energia nuclear Efeito placebo Ordem dos Médicos acusa Manuel Pinto Coelho de fazer “afirmações potencialmente graves para os doentes” Documentário da HBO sobre a Cientologia Glifosato e o câncro Homeopatia: um, dois, três Elsa Pegado: “O Recurso às Medicinas Complementares e Alternativas: padrões sociais e trajetórias terapêuticas” (tese de doutoramento) The Dissenter - entrevista a Gad Saad Peça da SIC Notícias sobre o Glifosato, com a participação do convidado Uma opinião em sentido contrário Efeito Dunning-Kruger Virtue signalling Notícia “Insetos podem desaparecer em 100 anos e isso é catastrófico” Livros de Steven Pinker “O Iluminismo Agora - Em Defesa da Razão, Ciência, Humanismo e Progresso” “Os Anjos Bons da Nossa Natureza” Artigo de Steven Pinker no Quillette Polémica da expulsão de Peter Gøtzsche da Cochrane Jonathan Haidt (Psicólogo Moral) - The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion Daniel Kahneman - “Pensar, Depressa e Devagar” (sistema 1 vs sistema 2) Livro recomendado: Richard Dawkins - O Gene Egoísta Bio: Nascido em 1985, natural do Porto. Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto (6 anos). Mestrado Integrado em Cronoterapêutica. Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar (4 anos). Médico Especialista em Medicina do Trabalho (4 anos). Fundador da marca PT Medical – Serviços de Saúde ao Domicílio em 2013 – Neste momento sem qualquer ligação à empresa. Vencedor do Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácias em 2015. Orador TEDxPorto, na edição de 2018. Defensor do método científico e na medicina baseada na evidência. Dedicado ao estudo e refutação científica das medicinas alternativas desde 2013. Criador do projeto Scimed, com o objetivo de promover a literacia em saúde da sociedade portuguesa
3/20/20191 hour, 50 minutes, 31 seconds
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#52 Ricardo Paes Mamede - “Pensar políticas económicas não é apenas uma questão técnica - depende dos nossos valores”

Ricardo Paes Mamede é professor de Economia Política na Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE. Para além disso, é membro do Conselho Económico e Social, um dos autores do blog Ladrões de Bicicletas, autor de livros sobre economia - o mais recente dos quais ‘A Economia Como Desporto de Combate’ - e é, desde há alguns anos, comentador regular na televisão. O convidado é dos economistas portugueses mais reputados e um caso particular, porque não só não evita como assume abertamente transmitir a visão de um “economista de esquerda”. Aliás, confesso que o meu objectivo até era ter uma conversa mais sobre a economia enquanto ciência, mas rapidamente a economia política tomou conta da conversa. Como é hábito no 45º, tocámos numa série de assuntos. Começámos por discutir a visão do convidado em relação às limitações da ciência económica. Desde logo, do currículo que é dado nos cursos da faculdade, mas também da própria investigação que é feita. E o Ricardo faz observações muito relevantes a este respeito. Por um lado, nota que as verdades em economia, quando as conseguimos encontrar, são sempre específicas a um tempo e espaço (e não gerais, portanto). Por outro, argumenta que as conclusões da investigação são sempre influenciadas pelos valores de quem investiga, até na escolha dos indicadores que se privilegia quando se avalia uma realidade económica que é, sempre, ultra-complexa, com efeitos de ordem diferente e desfasados no tempo. Dito isto, embora partilhe de alguma dessa embirração, não concordo, como já vou explicar, que em economia tudo seja relativizável. Seguidamente, a conversa levou-nos a muitos dos debates centrais da Economia Política, como: Keynes e contexto histórico do keynesianismo; a história do capitalismo, o neoliberalismo (na definição particular do convidado), o papel explicativo da qualidade das instituições, para lá de políticas de esquerda ou direita, sobre a prosperidade económica dos países e ainda o caso específico do modelo económico das chamadas sociais-democracias escandinavas (que combinam uma economia capitalista competitiva com um Estado Social forte). Finalmente, tentei desafiar o convidado para algo que considero faltar em Portugal. É que, apesar das ditas limitações da ciência económica e de muitos economistas com acesso próximo aos ouvidos dos políticos terem inflacionado as capacidades reais da disciplina, julgo que existem bons exemplos de conclusões da investigação que são relativamente transversais à orientação política dos investigadores, e que fazia falta que tivessem mais protagonismo no debate político, que é tantas vezes, de um lado e de outro, ignorante e simplista. Acho mesmo que esse é um contributo que os economistas, enquanto cientistas, ainda que sociais, podiam dar conjuntamente. Um bom exemplo disto de que falo, noutra realidade, foi o exercício feito pelo podcast Planet Money da NPR (rádio pública dos Estados Unidos), que conseguiu identificar cinco grandes medidas de reforma fiscal apoiadas por economistas da esquerda à direita. Encontram, como habitual, o link na descrição do episódio. No final do episódio, falámos ainda das limitações do PIB e de políticas potenciais de crescimento económico em Portugal. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: Debate: porque é que os economistas discordam tanto (Walter Heller vs Milton Friedman) Escola Austríaca Teoria da Escolha Pública WEF: Economias mais competitivas Debate com Ha-Joon Chang: ‘"Too much Maths, too little History: The problem of Economics" Acemoglu e o papel das instituições Taxas de sindicalização dos países nórdicos. Agradecimento a Guilherme Rodrigues pelo envio (de notar que a queda da sindicalização não é universal na região). Planet Money: The No-Brainer Economic Platform (políticas que reúnem consenso entre economistas) WEF: GDP is no longer an accurate measure of economic progress. Here's why Bio: Doutorado em Economia pela Universidade Bocconi (Itália), Mestre em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG/UL), e Licenciado em Economia pela mesma instituição. Professor Auxiliar e Subdirector do Departamento de Economia Política do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, onde lecciona desde 1999 nas áreas da Economia e Integração Europeia, da Economia Sectorial e da Inovação, e das Políticas Económicas. É actualmente Director do Mestrado em Economia e Políticas Públicas do ISCTE-IUL e Presidente da Direcção do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais (IPPS-IUL). Entre 2008 e o início de 2014 foi Coordenador do Núcleo de Estudos e Avaliação do Observatório do QREN. Foi Director de Serviços de Análise Económica e Previsão do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação em 2007 e 2008. Membro do Conselho Económico e Social desde 2017, eleito na qualidade de Personalidade de Reconhecido Mérito. Membro do Dinâmia'CET (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território). Interesses de investigação: mudança estrutural e desenvolvimento económico, dinâmicas sectoriais e inovação, e políticas públicas.
3/13/20191 hour, 31 minutes, 28 seconds
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#51 [EN] Gautam Agarwal - "Como pode a investigação da Neurociência inspirar a construção de Inteligência Artificial mais avançada?"

Gautam Agarwal é neurocientista, doutorado pela Universidade da Califórnia (Berkeley) e está, actualmente, a fazer um pós-doutoramento no Laboratório de Neurociência dos Sistemas do Centro Champalimaud. A investigação do Gautam no Centro Champalimaud tem passado sobretudo por usar jogos para estudar as diferenças entre a maneira como seres humanos e algorítmos de Inteligência Artificial procuram soluções para os mesmos problemas. Este método tem o potencial de permitir, por um lado, compreender melhor o funcionamento do cérebro humano e, por outro, ao estudar os mecanismos do nosso cérebro que se mostram mais eficazes, obter inspiração para o desenvolvimento de IA mais capaz. Conversámos, então, sobre estes temas; isto é: as forças e fraquezas do cérebro humano e das versões actuais de Inteligência Artificial e a comparação entre esses dois modelos de inteligência. É, na verdade, um regresso ao tema da IA, que já tinha abordado em episódios anteriores do podcast, em especial na conversa com Arlindo Oliveira, logo no 5º episódio. Falámos sobre os desafios que subsistem na tentativa de criar IA de nível humano (a chamada ‘general AI’), mas também, no sentido contrário, sobre as limitações da nossa própria cognição. A propósito do cérebro humano, que acabou por ser o que nos tomou mais tempo, conversámos sobre vários tópicos, desde o modo como aprendemos, ao papel do inconsciente, passando pelo mistério da consciência, a meditação, o recente interesse da ciência pelas substâncias psicadélicas, os dois hemisférios do cérebro e, mesmo no final, sobre os motivos por que sonhamos!   Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: O convidado (e a família) Paper enviado pelo convidado: “Building machines that learn and think like people” Curse of Dimensionality Regra das 10,000 horas The illusion of consciousness | Dan Dennett The Science of Mindfulness - Mark Williams Sam Harris: Can Psychedelics Help You Expand Your Mind? A nova vida das drogas psicadélicas (Público) Hard Problem of Consciousness — David Chalmers David Chalmers on consciousness Giulio Tononi Is Consciousness Entirely Physical Family Resemblance in Wittgenstein Livro recomendado: Psychotherapy East and West by Alan W. Watts     Bio: Gautam Agarwal cresceu em diversos sítios, incluindo Detroit, Austin, Shreveport e Berkeley, nos EUA; e Bophal, na Índia. Licenciou-se em Neurobiologia e Computação na Universidade Técnica do Texas (Austin) e doutorou-se em Neurociências na Universidade da Califórnia (Berkeley). Antes de vir para Lisboa, Gautam fez um pós-doutoramento no Centro de Neurociências Teóricas da UC-Berkeley. Está actualmente a fazer um pós-doutoramento em neurociências no Laboratório de Neurociência dos Sistemas | Mainen Lab do Centro Champalimaud. Gautam Agarwal grew up in a variety of places including Detroit, Austin, Shreveport, Berkeley in the US and Bhopal in India. He got his bachelor of Science degree in Neurobiology and Computer Sciences at UT Austin, and his PhD in Neuroscience at UC Berkeley. Gautam was a postdoc at the Redwood Theoretical Neuroscience Center, also at UC Berkeley, before coming to Lisbon. He is currently a neuroscience postdoc in the Systems Neuroscience Lab | Mainen Lab at the Champalimaud Centre for the Unknown.
3/6/20191 hour, 41 minutes, 34 seconds
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#50 [série Orientações Políticas] Isabel Moreira - Direitos sociais, feminismo, racismo, regulação económica

Isabel Moreira é jurista e deputada à Assembleia da República pelo PS. Gastámos grande parte do tempo, inevitavelmente, a discutir temas da esfera dos direitos sociais / individuais, o que acaba por complementar conversas anteriores, mais focadas noutras questões. Conversámos, então, sobre liberdades individuais, em particular sobre projectos-lei a que a convidada esteve ligada (como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a co-adopção), mas também de temas quentes e ainda com muito por fazer, como a liberdade de expressão, o racismo, o feminismo e a desigualdade de género. A propósito do racismo, note-se que gravámos antes da polémica dos acontecimentos no bairro da Jamaica. O feminismo acabou por dominar a conversa, um tema que acho demasiado complexo para ter uma opinião peremptória. A propósito, deixo na descrição do podcast um link para uma conversa com um casal de biólogos evolucionistas que é das coisas mais simultaneamente esclarecidas e de bom-senso que tenho visto sobre o tema. No final, falámos ainda sobre políticas económicas. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; ; Francisco dos Santos Ligações: Ronald Dworkin Contubérnio John Stuart Mill sobre a liberdade de expressão: “First, if any opinion is compelled to silence, that opinion may, for aught we can certainly know, be true. To deny this is to assume our own infallibility. Secondly, though the silenced opinion be an error, it may, and very commonly does, contain a portion of truth; and since the general or prevailing opinion on any subject is rarely or never the whole truth, it is only by the collision of adverse opinions that the remainder of the truth has any chance of being supplied. Thirdly, even if the received opinion be not only true, but the whole truth; unless it is suffered to be, and actually is, vigorously and earnestly contested, it will, by most of those who receive it, be held in the manner of a prejudice, with little comprehension or feeling of its rational grounds. And not only this, but, fourthly, the meaning of the doctrine itself will be in danger of being lost, or enfeebled, and deprived of its vital effect on the character and conduct: the dogma becoming a mere formal profession, inefficacious for good, but cumbering the ground, and preventing the growth of any real and heartfelt conviction, from reason or personal experience]” Karl Popper - Paradoxo da Tolerância Adriano Moreira e o estatuto do indigenato Yuval Noah Harari sobre género Joe Rogan - Gender & Biology Artigo de Safaa Dib, membro do LIVRE, em que é explicada a dificuldade em preencher listas e respeitar quotas “Blind recruitment trial to boost gender equality making things worse, study reveals” Steven Pinker “Why are there no libertarian countries?” Livro de Isabel Moreira - “Cela” Livro recomendado: A Dignidade da Pessoa Humana, de Jorge Reis Novais Ética Kantiana X Utilitarismo Bio: Isabel Moreira é licenciada em Direito e mestre em Direito Constitucional – Direitos Fundamentais. Foi docente universitária, advogada, consultora jurídica, sendo, desde 2011, deputada à Assembleia da República pelo PS. Tem também obra publicada que se situa na indefinição de género. Entre outubro de 2014 e junho de 2015, foi comentadora do programa Barca do Inferno, na RTP Informação.
2/27/20192 hours, 10 minutes, 2 seconds
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#49 Mª Carmo Fonseca - Genética e Biologia Molecular

Maria do Carmo Fonseca é presidente do Instituto de Medicina Molecular e professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde lidera um laboratório com o seu nome, que desenvolve trabalho de investigação na área da genética. Em 2010, viu o seu trabalho reconhecido com a atribuição do Prémio Pessoa. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Falcão Milenar Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; ; Francisco dos Santos Ligações: Dragão de Komodo consegue alternar entre reprodução sexuada e assexuada Mitochondrial DNA can be inherited from fathers, not just mothers Primeiro medicamento de interferência no RNA Less than 10% of human DNA has functional role, claim scientists Médico chinês CRISPR Use Creates Malaria-Resistant Mosquitoes Livro recomendado: ‘Homo Deus - História Breve do Amanhã, de Yuval Noah Harari’ Bio: Maria do Carmo Fonseca é presidente do Instituto de Medicina Molecular e professora na Faculdade de Medicina de Lisboa, onde lidera um laboratório com o seu nome – o Maria do Carmo Fonseca Lab – que desenvolve trabalho de investigação precisamente na área da edição genética. Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e doutorada em Biologia Celular na mesma instituição em 1988. Vencedora da 24.ª edição do Prémio Pessoa, em 2010.
2/20/20191 hour, 37 minutes, 17 seconds
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#48 [série Orientações Políticas] Mariana Mortágua - Esquerda, economia e sociedade

Mariana Mortágua é, como todos sabem, economista e deputada do Bloco de Esquerda. Foi uma conversa desafiante a vários níveis. Por um lado, claro, porque a convidada tem um pensamento político inegavelmente sólido (e por isso a convidei para o podcast). Por outro lado, porque a Mariana é provavelmente o convidado desta série de quem estou mais distante politicamente no que diz respeito a um das questões mais importantes em política: a liberdade económica - bem menos noutros aspectos, e por isso, aliás, é que ocupámos grande parte do tempo a discutir economia política. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; “Falcão Milenar” Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo Ligações: Estagnação Secular ‘Pro market, not pro business’ Vídeo: ‘Qual é o valor da tua ferramenta?’ Lei das Consequências Não Intencionais A raridade dos intelectuais de Direita Votação da legalização da Canábis para fins medicinais A Direita procura convertidos, a Esquerda hereges Livro recomendado: As Benevolentes, de Jonathan Littell Bio: Mariana Mortágua é licenciada e mestre em Economia, pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, frequentando o doutoramento em Economia na School of Oriental and African Studies (SOAS) da Universidade de Londres. Estreou-se como deputada na Assembleia da República aos 27 anos, em 2013, por necessidade de substituição de Ana Drago no círculo eleitoral de Lisboa, onde foi eleita. Ganhou posteriormente particular visibilidade na política portuguesa, após o seu desempenho no inquérito parlamentar a Zeinal Bava] e a Ricardo Salgado, no âmbito da ruína do banco BES. Foi reeleita deputada nas Eleições Legislativas de 2015, que deram ao Bloco de Esquerda a sua maior votação de sempre. Integra a Comissão de Economia e Obras Públicas, a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e a Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal.
2/13/20191 hour, 29 minutes, 37 seconds
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#47 Ricardo Marvão - Empreendedorismo, inovação, futuro do ensino

Ricardo Marvão é co-fundador & responsável pela área de Educação na Beta-i, uma associação sem fins lucrativos que tem como missão intervir junto de startups e empresas para promover a inovação e o empreendedorismo. É, ainda, fundador e director-geral do polo português da Singularity University, que resulta de uma parceria entre a Beta-i, a Câmara de Cascais e a Nova SBE. A Singularity University é uma comunidade global criada em Silicon Valley em 2008, que é descrita como tendo o objectivo de educar, inspirar e capacitar líderes que apliquem tecnologia com potencial futuro. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; ‘Falcão Milenar’; Daniel Correia; João Saro Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luis Marques Ligações: Beta-i Singularity University Portugal Innovation Academy École 42 Estratégia de Michael Porter ‘A falácia do Empreendedorismo’ - José Soeiro e Adriano Campos Documentário recomendado: ‘Waiting for Superman’ Bio: Ricardo Marvão é cofundador da Beta-i, uma associação sem fins lucrativos que nasceu em 2010 e tem como missão inovar o empreendedorismo em Portugal. Começou a trabalhar em 2001 na Dell em Londres e depois em Portugal na PT Inovação. A partir de 2003, trabalhou para a Agência Espacial Europeia, na Alemanha, nos programas de Missões Científicas e Observação da Terra e, mais tarde, para a Inmarsat em Londres, uma companhia de telecomunicações por satélite. Em 2004, cofundou a EvolveSpace Solutions, uma das primeiras start-ups portuguesas a fornecer software e serviços para a Agência Espacial Europeia e para empresas dessa área de atividade, de que foi CEO até 2011. Após ser adquirida pela Novabase (a maior empresa portuguesa de TI), foi gestor do departamento Aerospace & Transportation da Novabase até ao início de 2013. Ricardo Marvão tem um MBA em Aerospacial pela Toulouse Business School.
1/30/20191 hour, 34 minutes, 49 seconds
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#46 Manuel Monteiro - “Andamos a tratar mal a Língua Portuguesa?”

Manuel Monteiro é um escritor e revisor linguístico que se tem tornado conhecido, de há uns anos para cá, como um dos maiores paladinos da Língua Portuguesa na actualidade. Tem obra publicada na área da literatura e da não-ficção e o seu livro mais recente, “Por Amor à Língua — Contra a Linguagem Que por aí Circula”, foi o mote para a conversa. O Manuel é, como vão ver, de uma erudição no que toca à língua que nos faz logo sentir ignorantes. Faz questão, por exemplo, de continuar a usar palavras que foram caindo em desuso ou de usar a pronúncia original para palavras cuja pronúncia o uso corrente deturpou (o que leva a que pareça, a um ouvinte incauto, ser ele quem está a falar mal). Durante a discussão, que foi bem animada, discorremos sobre vários temas, desde a origem, etimologia e evolução da Língua Portuguesa, até à nossa predilecção nacional pela importação de palavras estrangeiras, passando pelo inevitável acordo ortográfico. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar”; Daniel Correia; Joao Saro Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; Joao Salvado; Joana Martins Ligações: Livro do convidado: “Por Amor à Língua” José Pedro Machado Fixe Origem da Língua Portuguesa Teixeira de Pascoaes e o Acordo Ortográfico de 1911 Resiliência Manuel Monteiro sobre o “Economês” O provincianismo temporal George Orwell - "Politics and the English Language" (1946) Balance of trade Entrevista de António Ferro a Hitler, de 1930 Livro “I Never Knew There Was a Word for It” “Por cem ou duzentas moedas num dia de apuro (disse-me dele a mim o próprio Alexandre Herculano) o Garrett seria capaz de todas as porcarias que quiserem, menos de pôr num papel, a troco de todo o ouro deste mundo, uma linha mal escrita.” Livro recomendado: José Alberto Braga - “Memórias dessa Gente”     Bio: Manuel Monteiro é autor, revisor linguístico e formador profissional da Revisão de Textos. Tem obra publicada na área da literatura e da não-ficção. Os seus livros mais recentes são Dicionário de Erros Frequentes da Língua e Por Amor à Língua — Contra a Linguagem Que por aí Circula.
1/23/20191 hour, 44 minutes, 31 seconds
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#45 [série Orientações Políticas] Miguel Morgado - “Para federar as várias direitas é preciso um projecto assente em dois pilares: reformismo e um europeísmo alternativo”

Miguel Morgado é professor no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e é, actualmente, deputado pelo PSD à Assembleia da República. Entre 2011 e 2015, o convidado foi assessor político do Primeiro-Ministro. Esta conversa encerra, pelo menos para já, o leque de convidados desta série situados à direita do espectro político. Em particular, o Miguel Morgado foi-me recomendado por alguns ouvintes sem relação entre si enquanto um pensador da área do PSD com quem não devia deixar de conversar. Foi quanto bastou para me aguçar a curiosidade e creio que valeu a pena. Este episódio tem, desde logo, uma peculiaridade. Como sabem, um dos princípios do QCG é evitar a todo o custo a actualidade noticiosa, mas desta vez fui ultrapassado pelos acontecimentos, que trouxeram, na última semana, o nome do convidado para a ribalta. Um breve resumo dos temas que discutimos. Foi uma discussão um pouco ziguezagueante e também difícil de qualificar numa só palavra, na medida em que concordámos em alguns aspectos, mas ‘andámos às turras’ noutros, como, por exemplo, a relação entre as diferenças de personalidade e as diferenças de orientações políticas das pessoas e a questão de até que ponto é que é universal, ou uma especificidade portuguesa, ser normalmente a esquerda a estabelecer a agenda política e a direita - ou as direitas - a reagirem. Estivemos, pelo contrário, muito mais de acordo em relação a alguns pontos que considero muito importantes levantados pelo convidado: como a visão de que a tensão política é sinal de vitalidade de uma sociedade, e não algo a evitar, a crítica ao conformismo com que foi feito o processo de integração europeia, sobretudo nas últimas décadas, e a noção da absoluta necessidade, para qualquer força política que se afirme como reformista, de ter uma visão orientada para o futuro e de Melhoria das condições de vida. -> Apoie o podcast a partir de 2€ através do Patreon Muito obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar” Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos Ligações: Livro recomendado: Utopia, de thomas More Livro do convidado: O Conservadorismo do Futuro e Outros Ensaios O liberalismo triste Bio: Miguel Morgado nasceu em Setúbal, em 1974. Licenciado em Economia pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UCP e mestre e doutor em Ciência Política e Relações Internacionais pelo IEP-UCP. É Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde ensina História do Pensamento Político e Ciência Política. Foi professor convidado da Universidade de Toronto. Autor de vários artigos e livros em Portugal e nos Estados Unidos, publicou, em 2008, A Aristocracia e os seus Críticos. Entre 2011 e 2015, foi assessor político do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho e é, actualmente, deputado do PSD.
1/16/20191 hour, 39 minutes, 59 seconds
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#44 [série Orientações Políticas] Francisco Mendes da Silva - “O que defende um Conservador (na tradição britânica)?"

Francisco Mendes da Silva é advogado, dirigente do CDS-PP e participa no programa Sem Moderação. O convidado define-se politicamente como Conservador e um ‘centrista’, como explica no início. O primeiro termo - conservador - pode induzir em erro, se interpretado à luz da nossa História. É que o conservadorismo que o Francisco perfilha é essencialmente de inspiração britânica, na linha Edmund Burke, político e filósofo da segunda metade do século XVIII cuja escola de filosofia política defende que as constituições dos países não devem ser o produto da razão abstracta (o que o levou a opor-se à Revolução Francesa) mas sim de uma lenta evolução histórica (como é o caso da constituição inglesa). Foi uma conversa longa e ultra-interessante, em que tentei não só compreender melhor esta ideologia, como também confrontar o convidado com as limitações inerentes a uma filosofia que se propõe “conservar”. Falámos, ainda, da relação entre o conservadorismo e outras filosofias políticas à Direita, que por vezes chegam a parecer defender valores e objectivos antagónicos. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar” Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro Créditos da fotografia: Isabel Zuzarte Links: Miguel Esteves Cardoso - Os Meus Problemas Personalidades citadas Edmund Burke Ensaio ‘On being Conservative’, de Michael Oakeshott (comentário de Pedro Mexia) Roger Scruton Fraga Iribarne Chesterton General Milan: "Viva la muerte!” Efeito ‘ratchet’ Série recomendada: The Newsroom Bio: Advogado e dirigente nacional do CDS-PP. Licenciou-se em Direito em 2003, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo desde então exercido advocacia na área do Direito Fiscal. Colabora com a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados - Sociedade de Advogados, RL. Foi membro da Assembleia Municipal de Viseu entre 2005 e 2009 e é desde 2007 membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP.
1/8/20191 hour, 42 minutes, 51 seconds
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#43 Luísa Pedroso de Lima - Psicologia Social: “a falta de integração social faz, muitas vezes, pior à saúde do que álcool, tabaco, má alimentação ou poluição”

Luísa Pedroso Lima é Professora Catedrática de Psicologia Social do ISCTE-IUL. A sua investigação incide sobre a aplicação da Psicologia Social a questões da saúde e do ambiente, e encontra-se reflectida em numerosas publicações científicas. Foi presidente da Associação Portuguesa de Psicologia. Foi uma conversa fascinante sobre esta área da psicologia, a Psicologia Social, um campo que estuda o modo como os pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas são influenciados pela presença de outros (imaginada ou real). É, portanto, mais uma face do prisma que explica a psicologia humana; uma outra, para além das perspectivas da personalidade e da evolução, por exemplo, que já abordei no podcast em episódios anteriores. Como explico no início, a Psicologia Social, em particular, dá uma perspectiva particularmente interessante, por ajudar a explicar de forma, por vezes, desarmantemente simples, fenómenos complexos como estereótipos, pensamento de grupo ou conformismo, que estão presentes tanto nas interações mais triviais como nas mais complexas e decisivas, como as que decidem o futuro de países ou do planeta. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus   Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro   Links: Zonas Azuis Ministério da Solidão Individualismo vs Colectivismo Robert B. Cialdini ‘Influência - A Psicologia da Persuasão' Experiências conhecidas Grupo mínimos Experiência de Robbers Cave Experiências de conformismo de Solomon Asch Experiência de choques eléctricos de Milgram A experiência da prisão de Stanford Pensamento de Grupo na ‘Crise da Baia dos Porcos’ Exercício de inteligência colectiva da NASA Bio: Nascida em Ovar em 1959, licenciou-se em Psicologia na Universidade de Lisboa e desde 1982 desenvolveu a sua carreira académica no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (onde se doutorou em 1994 e agregou em 2004) e de investigação no Centro de Investigação e de Intervenção Social do ISCTE-IUL. Centra os seus interesses de investigação nas questões associadas à percepção de riscos, incluindo as suas consequências para a participação do público em processos de tomada de decisão. Neste domínio, participou e coordenou diversos projectos de investigação sobre os factores sociais que afectam a percepção de diversos riscos (ambientais e de saúde). A sua especialização no domínio da percepção de riscos tem-na também convocado frequentemente para a consultoria de projectos públicos e privados de grandes dimensões, como é o caso do Plano Nacional da Água (com o INAG) ou da construção de novas Barragens (com a EDP). Colabora regularmente na docência de outras universidades nacionais e estrangeiras e tem uma diversificada lista de publicações em revistas científicas nacionais e internacionais. Orientou 70 teses mestrado e 10 de doutoramento defendidas com sucesso e teve diversos projectos financiados em concursos científicos com júris internacionais. Foi presidente da Associação Portuguesa de Psicologia (2006-2010), membro do Conselho Científico de Ciências Sociais e Humanidades da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 2010-2012) e Membro do Standing Commitee for Social Sciences da European Science Foundation (2007-2011). É membro dos painéis de avaliação da A3ES (Psicologia, desde 2011), do European Research Council (CSH4 - The Complexity of Human Mind, desde 2009), das bolsas pos-doc da AXA (desde 2014) e do Danish Research Council (2014-2015).
1/3/20191 hour, 43 minutes, 13 seconds
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#42 Luís O. Silva - Física: maiores descobertas recentes, lasers e plasmas e fusão nuclear

Luís Oliveira e Silva é Professor no Instituto Superior Técnico e um dos principais investigadores na área da Física em Portugal, especificamente em lasers e plasmas. O Luís foi-me recomendado não por um, mas por dois convidados anteriores: Arlindo Oliveira e Pedro Janela - este último descrevendo-o como “um caso sério de saber”. É é mesmo, como já vão ouvir! Neste episódio, conversámos, então, sobre vários temas: Desde os avanços mais recentes na Física, passando pela área de investigação do convidado - lasers e plasma - e terminando num tema tão fascinante quanto relevante: a possibilidade de obtenção de energia por fusão nuclear. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente Agradecimento especial: Inês Ochoa Links: Ondas gravitacionais https://www.ted.com/talks/allan_adams_what_the_discovery_of_gravitational_waves_means/discussion?c=93541 https://www.youtube.com/watch?v=iphcyNWFD10 Bosão de Higgs: https://www.smithsonianmag.com/science-nature/how-the-higgs-boson-was-found-4723520/ Grafeno https://www.youtube.com/watch?v=IesIsKMjB4Y https://www.youtube.com/watch?v=dQCJpYR0og8 Aula de Richard Feynman: https://www.youtube.com/watch?v=b240PGCMwV0 Sabine Hossenfelder - ‘Lost in Math': http://rationallyspeakingpodcast.org/show/rs-211-sabine-hossenfelder-on-the-case-against-beauty-in-phy.html Navalha de Occam: https://pt.wikipedia.org/wiki/Navalha_de_Occam Teoria de cordas https://www.youtube.com/watch?v=Da-2h2B4faU https://www.youtube.com/watch?v=gVcwcaI_viQ Lawrence Krauss: A Universe From Nothing: https://www.youtube.com/watch?v=-EilZ4VY5Vs SPARC: https://www.power-technology.com/features/bright-sparc-can-mit-scientists-make-fusion-power-reality/ Richard Rhodes: ‘The Making of the Atomic Bomb’: https://www.amazon.com/Making-Atomic-Bomb-Richard-Rhodes/dp/1451677618 Richard P. Feynman: ‘Está a Brincar, Sr. Feynman! https://www.wook.pt/livro/esta-a-brincar-sr-feynman-richard-p-feynman/60067 Bio: Professor Catedrático do Departamento de Física do Instituto Superior Técnico desde Dezembro de 2010, onde lidera o Grupo de Lasers e Plasmas do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear. É também, desde 2013, Presidente do Conselho Científico do Instituto Superior Técnico. É licenciado em Engenharia Física Tecnológica (1992), com doutoramento (1997) e agregação (2005) em Física pela sua alma mater, o Instituto Superior Técnico. Foi Post Doctoral Researcher da Universidade da Califórnia Los Angeles entre 1997 e 2001. As suas contribuições científicas estão centradas na interação de lasers e feixes de partículas com plasmas, quer do ponto de vista fundamental quer nas suas aplicações para fontes de radiação e partículas energéticas para a biologia e medicina.
12/19/20181 hour, 39 minutes, 44 seconds
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#41 [série Orientações Políticas] Daniel Oliveira - "O que defende um social-democrata (na acepção original) no sec XXI?"

Daniel Oliveira é jornalista, foi dirigente do Bloco de Esquerda e é um activista e comentador político reconhecido, ligado à Esquerda, assumindo-se como “social-democrata”, na acepção original do termo. Mais recentemente, tem-se dedicado também ao podcast ‘Perguntar não Ofende’, que aproveito para recomendar. É um programa de entrevistas / conversas, não muito diferente do formato do Quarenta e Cinco Graus, mas com um âmbito mais restrito, uma vez que se centra quase exclusivamente em temas e convidados ligados à política. Este é o segundo episódio da série de conversas que estou a gravar sobre Ideologias Políticas (ou Orientações Políticas, se preferirem). Podem encontrar num episódio que publico separadamente deste, uma introdução a esta série: incluindo a minha motivação para a gravar, a lógica subjacente à escolha dos convidados e uma descrição da minha própria orientação política. O convidado deste segundo episódio é  Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho Links: Livro recomendado: Richard Wilkinson e Kate Pickett: “O Espírito da Igualdade”: https://www.fnac.pt/O-Espirito-da-Igualdade-Richard-Wilkinson/a28674?gclid=Cj0KCQiA3b3gBRDAARIsAL6D-N_SXuaW7a_gP7AbUyeaGKlTpMpTkWSLviuWYrQxtvud-XtPswe7Mk0aAphVEALw_wcB Antonio Gramsci: https://www.spiked-online.com/2010/12/21/pessimism-of-the-intellect-optimism-of-the-will/ Ordoliberalismo: https://www.dnoticias.pt/hemeroteca/599950-francisco-louca-considera-que-ordoliberalismo-alemao-domina-a-uniao-europeia-FGDN599950# Episódio com Pedro Magalhães, em que conversámos sobre Capital Social: https://player.fm/series/45-graus-quarenta-e-cinco-graus/6-pedro-magalhes-cincia-poltica Afonso da Maia: “Num país em que a ocupação geral é estar doente, o maior serviço patriótico é incontestavelmente saber curar.”: https://www.livros-digitais.com/eca-de-queiros/os-maias/76 Podcast do convidado: https://www.perguntarnaoofende.pt/ Bio: Começou como jornalista em 1989, tendo passado pelas redacções do "Século", "Diário de Lisboa", "Já", "Vida Mundial" e "Diário Económico". Participou, como jornalista, editor e autor, em seis programas diferentes da RTP. Em 1998, venceu o prémio revelação Gazeta, do Clube dos Jornalistas. Experimentou, por um ano, ser publicitário. Foi, às vezes, dirigente partidário e mantém, fora ou dentro de movimentos políticos, ativismo cívico. Tem esta coluna no "Expresso", participa nos programas "Eixo do Mal", na SIC Notícias, e "Sem Moderação", do canal Q, e faz um podcast semanal de entrevistas “Perguntar Não Ofende". Com 48 anos, é alfacinha apaixonado, português sem orgulho nem vergonha e acredita que isto ainda vai melhorar.
12/12/20181 hour, 51 minutes, 51 seconds
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#40 [série Orientações Políticas] Adolfo Mesquita Nunes - “O que significa ser politicamente um Liberal-clássico?”

Adolfo Mesquita Nunes é advogado, foi deputado e secretário de Estado do Turismo no governo PSD-CDS, e é atualmente vice-presidente do CDS e vereador da Câmara da Covilhã. Este é o primeiro de uma série de episódios sobre ideologias políticas, em que vou conversar com um conjunto heterogéneo de convidados com orientações políticas diferentes. O objectivo é que se possam complementar, de modo a dar uma visão abrangente das diferentes filosofias políticas actuais (excluindo as mais extremistas). A motivação para estes episódios vem de uma insatisfação minha, por sentir que devia haver mais conversas de fundo sobre política - e menos discussões sobre os faits divers da política quotidiana. Quis, então, perceber melhor as principais ideias das ideologias mais representativas e, sobretudo, as soluções que propõem para o mundo do século XXI. O objectivo desta série é, então, o mesmo de sempre no 45 graus – compreender. No entanto, uma vez que, em qualquer ser humano, a visão política mistura um diagnóstico da realidade (“o que é”) com concepções do que “deve ser”, estas últimas inevitavelmente subjectivas, não seria possível obter da conversa com um único convidado uma perspectiva imparcial. Nem seria, aliás, desejável. Ora, e se digo isto, o mesmo tenho, claro, que admitir em relação a mim próprio, enquanto interlocutor destas conversas. Incluí, por isso, na introdução, uma explicação do meu próprio posicionamento político. Novo site ‘oficial’ do Quarenta e Cinco Graus! http://45graus.parafuso.net Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira Abílio Silva; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito; Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho Links: Artigos do convidado referidos durante a conversa: http://visao.sapo.pt/opiniao/2018-10-17-Os-moderados-sao-os-novos-apatridas https://www.dn.pt/edicao-do-dia/21-out-2018/interior/o-que-acontece-a-democracia-liberal-em-tempos-de-polarizacao-moral-10042456.html https://www.dn.pt/edicao-do-dia/04-nov-2018/interior/a-defesa-intransigente-e-moral-do-valor-da-liberdade-como-resposta-ao-mundo-global--10127156.html David Brooks e a “Humildade epistemológica”: http://www.mbird.com/2011/04/volitional-and-epistemological-modesty-in-the-social-animal/ Orientação política e personalidade: Traços de personalidade e orientação política: http://individual.utoronto.ca/jacobhirsh/publications/Hirsh_DeYoung_Xu_Peterson_2010.pdf Paper que aborda a ligação entre politicamente correcto e personalidade: https://blogs.scientificamerican.com/beautiful-minds/the-personality-of-political-correctness/ Tony Judt: https://nationalinterest.org/feature/tony-judt%E2%80%99s-journey-12705 Livro recomendado Milton Friedman ‘Liberdade para Escolher’: https://www.wook.pt/livro/liberdade-para-escolher-milton-friedman/13044562 Bio: Adolfo Mesquita Nunes é advogado, foi deputado e secretário de Estado do Turismo no governo PSD-CDS, e é atualmente vice-presidente do CDS e vereador da Câmara da Covilhã.
12/5/20181 hour, 10 minutes, 8 seconds
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[série Orientações Políticas] Introdução

Este episódio apresenta a série de conversas sobre Orientações Políticas que estou actualmente a gravar, e que vai conter vários episódios, com convidados diferentes.
12/5/20187 minutes, 33 seconds
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#39 Luís Meneses do Vale - "Como é que a filosofia política e do direito nos ajuda a analisar criticamente o mundo e a sociedade?”

Luís Meneses do Vale é docente na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC). Há algum tempo que queria trazer um tema na área do Direito ao podcast, sobretudo porque, como o convidado diz a certo ponto, o pensamento do Direito, fora da aplicação prática com que, querendo ou não, lidamos todos os dias, acaba por ser pouco conhecido fora das salas de aula. O Luís foi-me recomendado por mais do que uma pessoa como o interlocutor ideal para falar de Filosofia Política e do Direito - uma área não só de ensino como também de investigação sua - e não defraudou, como vão perceber. Na verdade, a Filosofia do Direito, e, mais especificamente, o tema da Justiça, foi apenas o mote da conversa, que rapidamente nos levou para outros terrenos, à boleia da erudição extraordinária do convidado (e erudição - e não cultura ou conhecimento - é mesmo a palavra indicada, como já vão perceber). Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia, Henrique Pedro Links: John Rawls e a ‘Teoria da Justiça’: https://www.youtube.com/watch?v=5-JQ17X6VNg Curso da Universidade de Harvard ‘Justice’: https://www.youtube.com/playlist?list=PL30C13C91CFFEFEA6 Gustav Radbruch: https://www.wook.pt/livro/filosofia-do-direito-gustav-radbruch/3306518 Zygmunt Bauman: https://www.wook.pt/autor/zygmunt-bauman/20347 Martha C. Nussbaum: “The Monarchy of Fear: A Philosopher Looks at Our Political Crisis”: https://www.amazon.com/Monarchy-Fear-Philosopher-Political-Crisis/dp/1501172492 Walter Scheidel - “The Great Leveler: Violence and the History of Inequality from the Stone Age to the Twenty-First Century”: https://www.amazon.com/Great-Leveler-Inequality-Twenty-First-Princeton/dp/0691165025 Livro recomendado: Hermann Broch - “A Morte de Virgílio”: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Death_of_Virgil Bio: Luís Meneses do Vale é actualmente docente na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) e membro da Assembleia Geral da mesma. Rege também a disciplina de Noções Fundamentais de Direito do Curso de Serviço Social da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC). Licenciou-se em Direito na FDUC em 2003, onde concluiu Mestrado em Direito Público em 2008, sob supervisão de J. J. Gomes Canotilho, estando actualmente a realizar Doutoramento na mesma Faculdade.
11/28/20181 hour, 31 minutes, 9 seconds
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#38 Raquel Vaz Pinto - A ascensão da China: História, política externa e relação com os EUA

Raquel Vaz Pinto é uma das maiores especialistas em Portugal em política externa e estratégia da China.  O mote para este episódio era a política externa chinesa, mas acabámos por falar de muito mais do que isso. A política externa chinesa, que era muito discreta durante as primeiras décadas de desenvolvimento, tem-se tornado cada vez mais conspícua, de tal forma que a rivalidade entre a China e os EUA é, provavelmente, o grande tema das Relações Internacionais para as próximas décadas. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia Links: Houve contacto entre o Império Romano e a China Antiga? https://www.quora.com/Did-Rome-Empire-ever-contact-with-China Pessoas e episódios referidos: O Homem e o Tanque na praça de TianAnMen: https://www.theguardian.com/world/video/2018/jun/05/tank-man-what-happened-at-tiananmen-square-video-explainer Liu XiaoBo: https://en.wikipedia.org/wiki/Liu_Xiaobo Deng Xiaoping e o chapéu de cowboy: https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2015/09/25/how-a-10-gallon-hat-helped-heal-relations-between-china-and-america/?noredirect=on&utm_term=.d8c62a862b88 Bo XiLai: https://en.wikipedia.org/wiki/Bo_Xilai Quando a Guerra Nuclear quase começou: https://en.wikipedia.org/wiki/1983_Soviet_nuclear_false_alarm_incident Livro recomendado: https://www.wook.pt/livro/as-rotas-das-seda-peter-frankopan/21418695 Outros livros referidos: Gideon Rachman “Easternization”: https://www.amazon.com/Easternization-Asias-Americas-Decline-Beyond/dp/1590518519 Graham T. Allison “Destined for War: Can America and China Escape Thucydides's Trap?”: https://www.amazon.com/Destined-War-America-Escape-Thucydidess/dp/0544935276 John J. Mearsheimer “Can China Rise Peacefully?”: https://nationalinterest.org/commentary/can-china-rise-peacefully-10204 Tim Marshall “Prisioneiros da Geografia”: https://www.wook.pt/livro/prisioneiros-da-geografia-tim-marshall/19597654 Robert Kaplan “A Vingança da Geografia”: https://www.fnac.pt/mp8589109/A-Vinganca-Da-Geografia Tucidides “História da Guerra do Peloponeso” (pp. 315-320) : https://www.wook.pt/livro/historia-da-guerra-do-peloponeso-tucidides/10644477 Bio: Raquel Vaz-Pinto é Investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Ciência Política de 2012 a 2016. Os seus artigos têm sido publicados no Brazilian Journal of International Politics e The American Interest online, entre outros. É autora de «A Grande Muralha e o Legado de Tiananmen, a China e os Direitos Humanos» (Tinta-da-china, 2010), «Os Portugueses e o Mundo» (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2014) e editou em 2016 pela Tinta-da-china «Administração Hillary» (com Bernardo Pires de Lima) e «Para Lá do Relvado, o que podemos aprender com o futebol». Os seus interesses de investigação são política externa e estratégia chinesa; grande estratégia EUA e a Ásia-Pacífico; religião em relações internacionais; os portugueses e o mundo; e o futebol e as relações internacionais. Actualmente, lecciona a disciplina de Estudos Asiáticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
11/14/20181 hour, 44 minutes, 44 seconds
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#37 Miguel Real - “Quais são os Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa?”

Miguel Real é o pseudónimo deste escritor, ensaísta e professor de filosofia - e um dos mais profícuos escritores portugueses (contei pelo menos 45 livros no site de uma livraria online) Desta vez falamos de um tema que já surgiu em várias conversas do podcast, mas que ainda não tinha merecido um episódio autónomo: a cultura portuguesa. Falámos sobre o livro que publicou no ano passado: “Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa”. Foi uma conversa descontraída, em que de maneira nenhuma abordámos todos os aspectos deste tema, que não tem fim, mas vale muito a pena, porque o Miguel é um poço de conhecimento.  Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito Links: ‘Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa’: https://www.wook.pt/livro/tracos-fundamentais-da-cultura-portuguesa-miguel-real/19249231 ‘As Saudades da Terra’: https://www.wook.pt/livro/as-saudades-da-terra-gaspar-frutuoso/13211206 ‘Canção da Saudade’: https://www.youtube.com/watch?v=NoR6DfvNQJY ‘Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa’: https://www.wook.pt/livro/eduardo-lourenco-e-a-cultura-portuguesa-miguel-real/204138 ‘Fifth Monarchists’: https://en.wikipedia.org/wiki/Fifth_Monarchists ‘São Cristóvão’ - Eça de Queiroz: https://books.google.pt/books/about/S%C3%A3o_Crist%C3%B3v%C3%A3o_Ilustrado.html?id=5Hy-swEACAAJ&source=kp_book_description&redir_esc=y Bandarra: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_Annes_Bandarra ‘O Século dos Prodígios’ - Onésimo Teotónio Almeida: https://www.quetzaleditores.pt/produtos/ficha/o-seculo-dos-prodigios/22068058 José Gil e a ‘Não Inscrição’: https://oinsurgente.org/2009/09/23/portugal-hoje-o-medo-de-existir/ Robert Kalley (pastor protestante que viveu na Madeira): https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Kalley Moisés Espírito Santo ‘A Religião Popular Portuguesa’: https://www.almedina.net/product_info.php?products_id=6171 Livros recomendados: Rui Lage - O Invisível: https://www.dn.pt/artes/interior/rui-lage-vence-premio-revelacao-agustina-bessa-luis-com-o-romance-o-invisivel-8963850.html Sandra Catarino - Os Fios: https://www.wook.pt/livro/os-fios-sandra-catarino/22142715 Bio: Miguel Real nasceu em Lisboa em 1953 e é sintrense por adopção. Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta com uma tese sobre Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa, prepara neste momento o doutoramento. Professor de Filosofia no Ensino Secundário e especialista em Cultura Portuguesa, possui uma vasta obra dividida entre o ensaio, a ficção e o drama (neste último género sempre em colaboração com Filomena Oliveira), tendo recebido o Prémio de Revelação nas áreas da Ficção e do Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Ler/Círculo de Leitores, o Prémio da Associação dos Críticos Literários, o Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril-Sol, atribuído ao romance A Voz da Terra, também finalista do Prémio de Romance e Novela da APE, e o Prémio SPA Autores pelo romance O Feitiço da Índia. É colaborador permanente do JL, onde faz crítica literária.
11/7/20181 hour, 19 minutes, 4 seconds
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#36 [EN] Mark Van Vugt - “How does our Stone Age brain deceive us every day?”

[This is a conversation with Mark van Vugt, evolutionary psychologist and professor at the Free University of Amsterdam, the Netherlands] Mark van Vugt é uma das referências mundiais no campo da Psicologia Evolutiva. É professor na Universidade Livre de Amsterdão e colabora com o Institute for Cognitive and Evolutionary Anthropology da Universidade de Oxford. (Talvez se lembrem de o Paulo Finuras ter falado dele durante a nossa conversa.) Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito Links: O convidado: https://en.wikipedia.org/wiki/Mark_van_Vugt ‘Mismatch: How Our Stone Age Brain Deceives Us Every Day’: https://www.amazon.co.uk/Mismatch-Stone-Brain-Deceives-Every/dp/1472139704 Daniel Kahneman - Heuristics and Biases: https://www.youtube.com/watch?v=Q_wBt5aSRYY Loss Aversion and The Endowment Effect: https://www.youtube.com/watch?v=YpiGVWO-C64 Bio: Mark van Vugt is a Netherlands evolutionary psychologist who holds a professorship in evolutionary psychology and work and organizational psychology at the VU University (Vrije Universiteit) Amsterdam, the Netherlands. Van Vugt has affiliate positions at the University of Oxford, Institute for Cognitive and Evolutionary Anthropology (ICEA). Mark van Vugt studied psychology at the University of Groningen, followed by a PhD in applied social psychology at the University of Maastricht during which he worked on research into environmental sustainability and transportation as social dilemma and tragedy of the commons problems. After receiving his PhD in 1996, Mark van Vugt was hired by the University of Southampton, UK, to work as a lecturer in psychology, followed by a professorship in 2004 at the University of Kent, UK.
10/31/201841 minutes, 18 seconds
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#35 Jorge Braga de Macedo – Ensino da macroeconomia, História do pensamento económico, governo económico no pós-25 de abril, crise de 2008/09

Jorge Braga de Macedo é economista, professor universitário e alguém que dispensa mais apresentações. É actualmente Professor e director do Centro Globalização e Governação (CG&G) da Nova SBE, mas isto é só a ponta do iceberg de um currículo longo, onde se destaca, inevitavelmente, o cargo de Ministro das Finanças, que exerceu no último governo de Cavaco Silva, entre 1991 e 1993.  Como digo no início da conversa, falámos a pretexto de um livro organizado pelo convidado, e publicado pela Academia das Ciências de Lisboa, sobre o ensino da macroeconomia em Portugal depois do 25 de abril. O livro foi, então, pretexto para conversarmos sobre o enorme desafio que foi gerir a economia portuguesa naquele período, sobre a evolução do pensamento macroeconómico a nível global, que inevitavelmente influenciou a discussão. Por comparação, falámos também sobre a crise de 2008 (fazia 10 anos da falência da Lehman Brothers no dia em que gravámos) e, inevitavelmente, sobre o paralelo com a Crise de 29. Um aviso aos ouvintes: Ao ouvir a conversa, é inevitável que sintam a falta de contextualização em relação a alguns nomes, conceitos ou factos que parecem ‘cair do nada’ durante a conversa. Fui tentando explicar alguns pontos, mas é inevitável que tenha deixado passar alguns. Por isso, e como é hábito, deixo na descrição do episódio, links para sites explicativos do que foi sendo falado. Espero que ajude! Mais uma vez, obrigado a todos os que participaram no inquérito de feedback dos ouvintes. E, já sabem, não se esqueçam de ir a patreon.com/quarentaecincograus ver de que forma podem apoiar o podcast e, sobretudo, os benefícios que existem associados. Muito obrigado a quem já é ‘patrono’! Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito Links: Livro "Macro de Economia Aberta: Ensino e Prática depois de Abril": http://libraries.fe.unl.pt/index.php/e-resources/nsbe-wp/item/ensino-e-pratica-da-macro-de-economia-aberta-depois-de-abril http://www.acad-ciencias.pt/agenda/evento/356 EFTA: https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Europeia_de_Livre_Com%C3%A9rcio Milton Friedman - “I am a libertarian with small ‘l’”: https://www.goodreads.com/quotes/331494-i-am-a-libertarian-with-a-small-l-and-a Carta à Rainha Lusófona: http://libraries.fe.unl.pt/index.php/e-resources/nsbe-wp/item/carta-rainha-lusofona Economistas referidos Corsetti: https://en.wikipedia.org/wiki/Giancarlo_Corsetti Bob Lucas: https://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Lucas_Jr. James M. Buchanan e a ‘Teoria da escolha pública’: https://www.youtube.com/watch?v=ffJFNEujeL4 Milton Friedman e a Grande Depressão: https://www.youtube.com/watch?v=ObiIp8TKaLs Andrew Lo e a ‘Hipótese dos mercados adaptativos’: https://www.youtube.com/watch?v=D-q6pwRhico Rudi Dornbusch: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rudi_Dornbusch Robert Mundell: https://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Mundell Miguel Beleza, Andy Abel, Jeff Frankel e Paul Krugman: https://krugman.blogs.nytimes.com/2013/05/27/portuguese-memories-trivial-and-personal/?smid=tw-share Abaixo-assinado dos economistas em 1930 contra o Smoot–Hawley Tariff Act: https://web.archive.org/web/20080227204101/http://www.clubforgrowth.org/media/uploads/smooth%20hawley%20ny%20times%2005%2005%2030.pdf Livro recomendado: https://www.penguin.co.uk/books/280466/the-value-of-everything/9780241188811 Bio: Professor e director do Centro Globalização e Governação (CG&G) da Nova School of Business and Economics, é membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Real da Bélgica e do Centre for International Governance Innovation (CIGI) do Canadá. Ensinou nas universidades de Yale e Princeton, na universidade Sciences-Po em Paris e nas Universidades Católicas de Portugal e Angola. Desempenhou ainda o cargo de Presidente do Centro de Desenvolvimento da OCDE e do Instituto de Investigação Científica Tropical (que inclui o Jardim Botânico Tropical). A numerosa lista das suas publicações académicas está disponível em www.jbmacedo.com
10/24/20181 hour, 15 minutes, 19 seconds
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#34 Afonso Eça – Empreendedorismo, fin-techs e ensino no sec XXI

Afonso Fuzeta Eça um caso improvável: um professor universitário tornado empreendedor (e não, como é mais comum, um empreendedor tornado professor universitário). É professor de Finanças na Nova SBE e co-fundador da Raize, uma empresa de tecnologia financeira (do novo mundo das FinTech), que é a primeira e maior gestora em Portugal de plataformas de financiamento colectivo (o chamado: Crowdfunding). É, portanto, o convidado ideal para matar dois coelhos de uma só cajadada: Por um lado, pude conversar sobre empreendedorismo com alguém que asegura uma perspectiva realista, sem as fatuidades ou explicações simplistas que é comum ouvirmos nesta área. Por outro lado, discutimos também mundo das Fintechs, que são uma das áreas de inovação mais interessantes da actualidade, que é uma boa novidade para os consumidores mas uma das maiores ameaças às instituições incumbentes no sector financeiro. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira Links: Estreia da Farfetch na bolsa da Nova Iorque: https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/bolsa/detalhe/farfetch-passa-no-teste-da-estreia-e-dispara-mais-de-40 Startup vs Scale-ups: https://www.rocketspace.com/tech-startups/7-key-differences-between-startups-and-scale-ups Relatório do World Economic Forum sobre inovação financeira (slide #20): http://www3.weforum.org/docs/WEF_The_future_of_financial_infrastructure.pdf Feedzai: https://www.dinheirovivo.pt/fazedores/como-a-feedzai-quer-ser-a-google-de-portugal/ James: https://observador.pt/2017/06/28/portuguesa-james-capta-15-milhoes-de-euros-de-ex-banqueiros-do-credit-suisse-e-deutsche-bank/ Revolut: https://en.wikipedia.org/wiki/Revolut PSD 2: https://www.jornaldenegocios.pt/negocios-iniciativas/detalhe/a-revolucao-dos-pagamentos Livros recomendados Capitalism Without Capital: https://www.fnac.pt/Capitalism-Without-Capital-Jonathan-Haskel/a1378255 Facfulness: https://www.wook.pt/livro/factfulness/21817855 Bio: Professor Assistente na Nova SBE de Modelos Financeiros, Gestão de Risco e, mais recentemente, de tecnologia financeira ou mais comummente designada por FinTech, é Mestre (M.Sc.) em Análise de Investimentos pela Universidade de Tilburg e licenciado em Economia pela Nova SBE. Além da sua carreira académica, Afonso Fuzeta de Eça destaca-se no panorama empreendedor português, sendo co-fundador da start-up RAIZE, a primeira bolsa de empréstimos online em Portugal.
10/17/20181 hour, 37 minutes
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#33 António de Castro Caeiro – Husserl, Heidegger, Fenomenologia, Existencialismo e como a Filosofia nos pode ajudar a viver melhor

António Castro Caeiro é várias pessoas numa só: no mesmo corpo, dentro da mesma cabeça, vive alguém que foi membro da mítica banda punk-rock Mata-Ratos - que lançou músicas como ‘A Minha Sogra é um Boi’ -, alguém que pratica muay thai - porque “gosta de andar à pancada” e depois de ter feito 36 anos de karaté -, ...e, ao mesmo tempo, alguém que é um dos maiores especialistas portugueses em Filosofia Antiga e Contemporânea, que cita directamente do grego clássico e do alemão. Preparem-se, portanto, para uma conversa com um convidado que é tão descontraído quanto erudito.  Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira Créditos da fotografia: Hoje Macau Links: Edmund Husserl: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Husserl Fenomenologia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia Husserl sobre Buda: https://www.researchgate.net/publication/232968344_Husserl_on_the_Teachings_of_the_Buddha Heiddeger “Ser e Tempo”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_e_Tempo Husserl e Heidegger: https://www.youtube.com/watch?v=KR1TJERFzp0 Autenticidade: https://www.youtube.com/watch?v=GfkJEWnsNy4 Gottlob Frege: https://en.wikipedia.org/wiki/Gottlob_Frege Caetano Veloso ‘Língua’ (“só é possível filosofar em alemão”): https://www.youtube.com/watch?v=tX7cqBreLUY Democrito, “O Filósofo que ri”: https://www.youtube.com/watch?v=AiOgFiDSXrM O julgamento de Sócrates: https://en.wikipedia.org/wiki/Trial_of_Socrates#Historical_descriptions_of_the_trial Ryan Holiday - ‘The Obsticle is the Way’: https://www.amazon.com/Obstacle-Way-Timeless-Turning-Triumph/dp/1591846358 Dieta cetogénica: https://en.wikipedia.org/wiki/Ketogenic_diet Livro sugerido: Isabela Figueiredo - ‘Caderno de memórias coloniais’ Bio: António de Castro Caeiro (n. Lisboa, 1966) é membro da Unidade de Ensino e Investigação "Linguagem, Interpretação e Filosofia" da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e membro da Sociedade Ibérica de Filosofia Grega. Obteve o grau de mestre em Filosofia Contemporânea com a tese A doutrina da redução fenomenológica nos Grundprobleme der Phänomenologie de Husserl (1990), pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e o grau de doutor em Filosofia Antiga com a tese A Areté como possibilidade extrema do Humano, fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles (1998), pela mesma Universidade. Estudou em Freiburg i. Br. com F.-W. von Herrmann, foi Visiting Scholar na University of South Florida, onde colaborou com Charles Guignon, e ensina na FCSH desde 1990, dedicando-se à Filosofia Antiga e à Filosofia Contemporânea e, em especial, às fenomenologias de Edmund Husserl, Max Scheler e Martin Heidegger. Desde então, também ministra seminários de tradução de textos de teor filosófico em alemão, grego antigo e latim.
10/10/20181 hour, 21 minutes, 55 seconds
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#32 Eugénia Cunha - Evolução Humana: Neandertais, Homo Sapiens, o cérebro e o bipedismo

Eugénia Cunha é professora Catedrática de Antropologia Biológica na Universidade de Coimbra e, desde há um mês, directora do Instituto de Medicina Legal de Lisboa. Tornou-se conhecida nos últimos anos, sobretudo, pela actividade na esfera da Antropologia Forense - uma área que se presta muito à actualidade noticiosa, seja quando se tenta resolver crimes antigos seja quando se faz, por exemplo, o levantamento de restos mortais de personagens históricas. Mas não foi sobre isso que falámos! A outra área de especialização da convidada é, na minha opinião, ainda mais interessante: é a Evolução Humana. Foi, então para falar sobre isso que a convidei, à boleia do livro que publicou há uns anos, chamado: “Como nos tornámos Humanos”.   Obrigado por participar(es)! Agradecimentos a patronos do Quarenta e Cinco Graus: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira Links: Eugénia Cunha - Como nos Tornámos Humanos: https://www.wook.pt/livro/como-nos-tornamos-humanos-eugenia-cunha/5101535 Homo naledi: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_naledi Documentário National Geographic: https://www.youtube.com/watch?v=uO_mFuNpy8c Prova de cruzamento de Neandertal com Denisoviano: https://www.nature.com/articles/d41586-018-06004-0 Ibex-dos-Pirinéus: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dbex-dos-piren%C3%A9us Humanzee: https://www.thesun.co.uk/news/5447151/human-chimp-hybrid-born-florida-lab-killed-humanzee/ O Polegar do Panda: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Panda%27s_Thumb_(book) Mapa-mundi da intorlerância à lactose: https://www.reddit.com/r/MapPorn/comments/76qlo2/lactose_intolerance_map_of_the_world_2535x1263/ Porque é que o cérebro humano está a encolher? https://www.scientificamerican.com/article/why-have-our-brains-started-to-shrink/ O mito de que só usamos 10% do cérebro: https://en.wikipedia.org/wiki/Ten_percent_of_the_brain_myth Partos de cócoras: https://www.quora.com/Are-women-supposed-to-deliver-a-baby-in-a-squatting-position ‘Evolution is a tinkerer’ e o exemplo da girafa: https://www.nature.com/scitable/blog/accumulating-glitches/preadapting_to_evolve Artigo da BBC sobre a verdadeira razão pela qual o parto é tão doloroso: http://www.bbc.com/earth/story/20161221-the-real-reasons-why-childbirth-is-so-painful-and-dangerous The Cooking Hypothesis: https://thesparkofevolution.weebly.com/the-cooking-hypothesis.html Mito de que a evolução se dá apenas por selecção natural: https://www.newscientist.com/article/dn13616-evolution-myths-natural-selection-is-the-only-means-of-evolution/ Significado de ‘tinker’: https://www.infopedia.pt/dicionarios/ingles-portugues/tinker Pele branca poderá ter evoluído há apenas 8 mil anos: http://www.sciencemag.org/news/2015/04/how-europeans-evolved-white-skin Livro recomendado George Church e Ed Regis - ‘Regenesis’: https://www.amazon.com/Regenesis-Synthetic-Biology-Reinvent-Ourselves/dp/0465075703 Bio: Eugénia Cunha nasceu em Coimbra em 1962, é Licenciada em Biologia e Doutorada em Ciências pela Universidade de Coimbra (1994). Desde 2003, é Professora Catedrática de Antropologia no Departamento de Ciências da Vida, FCTUC (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra). É, desde este ano, Diretora do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, Presidente da FASE (Forensic Anthropology Society of Europe), Coordenadora do 2º ciclo em Evolução e Biologia Humana na FCTUC, sendo igualmente co-editora de um livro internacional em Antropologia Forense e autora de diversos artigos científicos e de divulgação. As suas áreas de pesquisa centram-se na biologia do esqueleto no âmbito da Antropologia Forense e da Evolução Humana.
9/26/20181 hour, 2 minutes, 36 seconds
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#31 Tiago Cavaco - “Faz falta acreditar em Deus?”

Tiago Cavaco é pastor da Igreja Baptista da Lapa, em Lisboa, e, para muitos, o rosto do cristianismo não-católico em Portugal. Os sermões dele conquistaram admiradores, mesmo entre os não-batistas e os não-crentes. Lançou recentemente o livro Milagres no Coração (Quetzal), um conjunto de sermões sobre o Evangelho de Marcos, prefaciado por Ricardo Araújo Pereira. Agradecimentos: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira Links: William Lane Craig Vs. Christopher Hitchens https://www.youtube.com/watch?v=4KBx4vvlbZ8 Vs. Sam Harris: https://www.youtube.com/watch?v=yqaHXKLRKzg&t=4367s Chronological snobery: https://en.wikipedia.org/wiki/Chronological_snobbery A vida não examinada não vale a pena ser vivida: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_vida_n%C3%A3o_examinada_n%C3%A3o_vale_a_pena_ser_vivida John Piper: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Piper Crítica de Tiago Cavaco ao livro de Jordan Peterson, "12 Rules for Life”: https://observador.pt/2018/07/08/o-charme-irresistivel-do-perigoso-jordan-peterson/ Carta de Paulo aos romanos: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ep%C3%ADstola_aos_Romanos Richard Dawkins: “"Although atheism might have been logically tenable before Darwin, Darwin made it possible to be an intellectually fulfilled atheist"”: https://www.quora.com/Why-did-Dawkins-say-that-Darwin-made-it-possible-to-be-an-intellectually-fulfilled-atheist-or-in-what-way-does-the-theory-of-evolution-help-atheism G. K. Chesterton: https://www.christianitytoday.com/history/people/musiciansartistsandwriters/g-k-chesterton.html Aposta de Pascal: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aposta_de_Pascal Livro recomendado Friedrich Nietzsche ‘Humano, Demasiado Humano’: https://www.wook.pt/livro/humano-demasiado-humano-friedrich-nietzsche/81309 Bio: Tiago Cavaco nasceu em 1977 e é pastor da Igreja da Lapa (depois de ter passado pelas de Queluz e Benfica) e um dos elementos fundamentais da renovação do protestantismo português. É formado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e fundador, com Samuel Úria, da editora musical FlorCaveira. Grava discos de punk-rock como Tiago Guillul; dois dos seus maiores sucessos são «Ó Judas Aperta o Laço» e «A Isabel é Intelectual (Porque Perdeu a Virgindade na Feira do Livro)». É autor de Cuidado com o Alemão, sobre Lutero e os 500 anos da Reforma Protestante, de Felizes para Sempre. E Outros Equívocos acerca do Casamento, e de Seis Sermões contra a Preguiça. É colaborador da revista LER e mantém o blogue Voz do Deserto. Lançou recentemente o livro Milagres no Coração (Quetzal), um conjunto de sermões sobre o Evangelho de Marcos.  
9/19/20181 hour, 45 minutes, 34 seconds
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#30 Zita Martins – Astrobiologia: origem da vida, vida noutros planetas do Sistema Solar e vida extraterrestre inteligente

Zita Martins é cientista e, nas palavras do Expresso, “a estrela portuguesa da astrobiologia”. Zita Martins é Professora Associada no Instituto Superior Técnico e, até há pouco tempo, Research Fellow da Royal Society no Imperial College London (Reino Unido).  Agradecimentos: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira Links: Perfil: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-12-17-O-regresso-de-uma-estrela#gs.7zr12SI Metano encontrado em Marte: https://www.theverge.com/2018/6/7/17434718/nasa-curiosity-rover-mars-methane-seasonal-cycle-microbes-life Moléculas orgânicas encontradas em Marte: https://arstechnica.com/science/2018/06/finally-scientists-have-found-intriguing-organic-molecules-on-mars/ Água detectada em Marte: https://www.nytimes.com/2018/07/25/science/mars-liquid-alien-life.html Europa, Titan e Encelado: https://www.quora.com/What-moon-appears-to-be-the-best-candidate-for-life-Europa-Titan-or-Enceladus-What-conditions-make-it-able-to-sustain-life# Vídeo falado sobre sinais químicos de vida extraterrestre: https://www.youtube.com/watch?v=oY2itQu5hnI Paradoxo de Fermi: https://www.space.com/25325-fermi-paradox.html Livro recomendado: https://www.fnac.pt/Contacto-Carl-Sagan/a643395 Versão em filme: https://www.imdb.com/title/tt0118884/ Curso ‘The Joy of Science’: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Joy_of_Science Bio: Zita Martins é Professora Associada no Instituto Superior Técnico. Anteriormente, era Research Fellow da Royal Society no Imperial College London (Reino Unido). Licenciou-se em Química pelo Instituto Superior Técnico (IST/Universidade Técnica de Lisboa). Ainda durante a licenciatura ganhou uma Bolsa de Investigação Científica (BIC) financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tendo trabalhado no Centro de Química-Física Molecular (IST). Em 2007 obtém o Doutoramento em Astrobiologia na Universidade de Leiden (Países Baixos), para o qual realiza análises químicas inovativas de moléculas orgânicas em meteoritos. Colabora desde 2005 com Instituições de Investigação de renome internacional, incluindo a NASA Goddard Space Flight Center e Carnegie Institution (Estados Unidos da América), tendo sido Cientista Convidada da NASA Goddard em 2005, 2006 e 2010. Após o doutoramento, é Investigadora Associada no Imperial College London, continuando a analisar moléculas orgânicas em meteoritos e amostras de solo de desertos. Além disso, entre 2007 e 2009 foi responsável por desenvolver métodos de extracção e detecção de compostos orgânicos indicativos de vida para a missão ExoMars a Marte. Em 2009 é galardoada com uma University Research Fellowship da Royal Society, que é a mais antiga sociedade científica em actividade e também uma das mais prestigiantes.  
9/12/20181 hour, 23 minutes, 9 seconds
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#29 Pedro Oliveira - Inovação pelo utilizador

Pedro Oliveira é professor de inovação na área da saúde na Copenhagen Business School, na Dinamarca.  O Pedro tem a particularidade de ser um dos poucos convidados que eu já conhecia antes da gravação, pois foi meu professor, há uns anos, numa cadeira de Gestão de Operações - aliás, dos melhores professores, para além de ser, provavelmente o mais simpático, como já vão ver (ou ouvir). Era até há pouco tempo Director do Doutoramento em Technological Change and Entrepreneurship da Universidade Católica de Lisboa, onde se mantém-se como professor, mas mudou-se, há poucas semanas, para a Copenhagen Business School, na Dinamarca, onde é agora professor na área da inovação na saúde. Falámos, então, de inovação pelo utilizador, especialmente, mas não só, na área da saúde. No clip de introdução a esta temporada, que publiquei na semana passada, enfatizei, muito assertivamente, que uma das características do podcast é não fazer entrevistas de vida. Logo no episódio seguinte, com verão, já estou quase a infringir essa regra... Mas prometo que é uma excepção que vale a pena. É que, no caso do convidado, a área de investigação e o projecto prático em que se viu acidentalmente envolvido intersectam-se em grande medida, porque foi a investigação sobre inovação de utilizador na área da saúde que levou à criação da Patient Innovation, uma plataforma online, e agora empresa sem-fins lucrativos, para partilha pelos utilizadores de inovações na área da saúde. Este projecto tem tanto de incrível e valioso que achei que valia a pena explorá-lo, sobretudo porque é um perfeito exemplo de aplicação prática do tema de que falávamos (o que é sempre a melhor maneira de o compreender). Vejam lá se não concordam! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Gustavo Pimenta; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira Links: Malcolm Galdwell sobre a Aeron Chair: https://www.smartfurniture.com/products/aeron-chair/blink.html História da LEGO: https://www.youtube.com/watch?v=NdDU_BBJW9Y Eric von Hippel: https://en.wikipedia.org/wiki/Eric_von_Hippel i-Port: https://www.youtube.com/watch?time_continue=24&v=Eu0I2YhdDFI O Ford T e a Inovação pelo Utilizador: https://www.nytimes.com/2008/07/27/weekinreview/27lohr.html Filme sobre a origem do skateboarding: https://en.wikipedia.org/wiki/Lords_of_Dogtown Serviço de pagamentos móveis lançado pela Vodafone: https://en.wikipedia.org/wiki/M-Pesa Como os Marillion inventaram o crowdfunding: https://www.virgin.com/music/how-marillion-pioneered-crowdfunding-music TED talk - Mariana Mazzucato e o papel do Estado na inovação: https://www.ted.com/talks/mariana_mazzucato_government_investor_risk_taker_innovator Livros sugeridos Eric VOn Hippel - Free Innovation: https://evhippel.mit.edu/books/ Revolutionizing Innovation: https://evhippel.mit.edu/books/ Atul Gawande - The Checklist Manifesto: https://www.fnac.pt/The-Checklist-Manifesto-Atul-Gawande/a930842 Entrevista de Tyler Cowen a Atul Gawande: https://medium.com/conversations-with-tyler/atul-gawande-checklist-books-tyler-cowen-d8268b8dfe53 Bio: Pedro Oliveira é, desde há poucas semanas professor na Copenhagen Business School, na Dinamarca. Mantém-se, ainda, Professor Associado na Católica Lisbon School of Business & Economics, onde era Diretor do Doutoramento em Technological Change and Entrepreneurship (em parceria com IST e Carnegie Mellon University), Coordenador do PAEGI - Programa Avançado em Empreendedorismo e Gestão de Inovação, e do Supply Chain Management Program. Anteriormente foi Diretor para o Desenvolvimento dos Professores e para a Investigação, Diretor da Unidade de Investigação (CUBE), Diretor Académico do The Lisbon MBA, International Faculty Fellow do MIT Sloan Management School e Project Leader dos Creative Commons. Doutorado em Gestão de Operações, Tecnologia e Inovação (University of North Carolina). Mestre em Investigação Operacional e Engenharia de Sistemas e licenciado em Engenharia Naval (IST). Formação complementar pela Kellogg School of Management. Fundador e Project Leader do Patient Innovation e Co-fundador do PPL – Crowdfunding Portugal. Tem trabalhos publicados na Production and Operations Management, Research Policy, Organizational Research Methods, Journal of Product Innovation Management, International Journal of Operations and Production Management, Technological Forecasting and Social Change, Orphanet Journal of Rare Diseases, entre outros.
9/5/20181 hour, 50 minutes, 33 seconds
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Introdução à 2ª temporada

8/29/20185 minutes, 21 seconds
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#28 Miguel Tamen – Arte, Ensino universitário e Cultura

Miguel Tamen é actualmente director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e tem como interesses académicos especialmente a filosofia e a literatura. Escreveu vários livros, entre os quais “What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books” (2012) e, em co-autoria com António Feijó, A Universidade como deve ser (2017)”. Tornou-se mais conhecido, nos últimos anos, através das suas crónicas no Observador, compiladas no livro “Erro Extremo (2017), que marcaram a diferença pelo humor fino e cáustico. É por isso, aliás, que o Miguel é um convidado desafiante, pois aborda os problemas muitas vezes de um ângulo contra-intuitivo. É a abordagem de um filósofo, mas, como assinala aliás Pedro Mexia na descrição de um dos livros, da escola da Filosofia Analítica, algo relativamente raro em Portugal. Conversámos, então, sobre vários temas, pegando no percurso académico e nestas obras mais recentes do convidado, desde a arte e a estética - que não costumo abordar no podcast - até ao ensino e, em particular, a visão provocadora do convidado em relação ao papel que deve ter uma Universidade. Antes de vos deixar com a conversa, e como, se calhar, já adivinhavam, também o QCG não é imune à Silly Season. Este é, por isso, o último episódio do podcast desta, chamemos-lhe assim, ‘temporada’. Voltamos na rentrée, boas férias e boas ‘audições’! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; Oscar Sampaio Neves; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; Duarte Azinheira Links: Oscar Wilde: “Wordsworth went to the Lakes, but he was never a lake poet. He found in stones the sermons he had already hidden there.” Livro “What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books”: http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674067066 Carl Jung e o “Inconsciente Colectivo” na Arte: http://jungcurrents.com/jung-art-collective-unconscious-chagall Série BBC “Civilisations”: https://www.bbc.co.uk/iplayer/group/p05xxp5j Ensaio António Feijó | Miguel Tamen “A Universidade como deve ser”: https://www.ffms.pt/publicacoes/detalhe/2337/a-universidade-como-deve-ser Licenciatura em Estudos Gerais da Universidade de Lisboa: https://www.ulisboa.pt/curso/licenciatura/estudos-gerais Universidades americanas vs europeias: http://www.thecollegesolution.com/european-universities-vs-american-universities-we-win/ https://www.quora.com/What-are-the-biggest-differences-between-American-and-European-universities Palestra de Yannis Varoufakis no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra - “Democratising the Eurozone”: https://www.youtube.com/watch?v=o7RTD1LX0rw C. P. Snow - “As Duas Culturas” https://www.wook.pt/livro/as-duas-culturas-c-p-snow/46366 http://expresso.sapo.pt/opiniao/NunoCrato/duas-culturas=f514724#gs.b1wzOQw http://www.acad-ciencias.pt/document-uploads/7927585_moreira,-adriano---a-incerteza-entre-as-duas-culturas.pdf Artigo P2 “O que é a Cultura Geral?”: https://www.publico.pt/2015/01/11/culturaipsilon/noticia/o-que-e-cultura-geral-1681554 Sugestão de livro: Patrick Leigh Fermor - “A Time of Gifts”: https://en.wikipedia.org/wiki/A_Time_of_Gifts “Tempo de Silêncio” https://www.fnac.pt/Tempo-de-Silencio-Patrick-Leigh-Fermor/a1492451 http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/tempo-de-silencio-um-escritor-em-recolhimento-312487 Bio: Miguel Tamen é actualmente director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estudou na Universidade de Lisboa (L, 1982; M, 1985; Agregação, 1995) e na University of Minnesota (D, 1989). É também membro do Departamento de Literaturas Românicas da primeira destas universidades. Foi, entre 2000 e 2014, professor visitante na University of Chicago, e ainda senior fellow no Stanford Humanities Center (2003/4) e no National Humanities Center (2010/11). Os seus interesses incluem filosofia e literatura. Escreveu sete livros, entre os quais Friends of Interpretable Objects (2001) e What Art Is Like, In Constant Reference to the Alice Books (2012). Escreveu, em co-autoria com António Feijó, A Universidade como deve ser (2017)”, um ensaio publicado pela FFMS.
7/18/20181 hour, 20 minutes, 50 seconds
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#27 [EN] Glenn Geher - “How can Evolutionary Psychology help us understand the origins of humour, culture, personality or gender differences?”

[This is a conversation about Evolutionary Psychology, with Glenn Geher, professor at the State University of New York at New Paltz, for Quarenta e Cinco Graus, a podcast based in Portugal. The conversation follows right after a brief introduction in Portuguese.] Glenn Geher é professor na State University of New York at New Paltz, uma das melhores universidades públicas dos EUA, e um investigador de referência na área da Psicologia Evolutiva. Tem publicado vários livros sobre este tema, com destaque para e . Este é, já perceberam, o mesmo tema do episódio anterior, em que o convidado foi Paulo Finuras. O Paulo falou-me de alguns nomes de referência nesta área e, como acho que o tema merece, decidi aproveitar para chamar um convidado internacional ao podcast, o que já era uma ideia antiga. É, por isso, também a primeira conversa em inglês (peço desculpa por não haver ‘dobragem’, ao estilo das rádios generalistas, mas falta-me ainda orçamento para isso!). Falámos, então, de temas que cruzam estes dois livros, como a origem evolutiva do humor (um fenómeno misterioso porque parece ter nenhuma finalidade prática), a origem das diferenças culturais entre povos e das diferenças de personalidade entre pessoas (este último já tema de um episódio do podcast) e também as diferenças de comportamento entre os sexos. Falámos, também, das críticas mais comuns a esta área da Psicologia Evolutiva, que é fascinante, mas também cientificamente controversa e pode levar-nos a conclusões demasiado superficiais e precipitadas. Foi uma óptima conversa, espero que gostem! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; Oscar Sampaio Neves; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; Links: Evolutionary Psychology 101: https://www.amazon.com/Evolutionary-Psychology-101-Psych/dp/0826107184 Mating Intelligence Unleashed: The Role of the Mind in Sex, Dating, and Love: https://www.amazon.com/Mating-Intelligence-Unleashed-Role-Dating/dp/0195396855 Geoffrey Miller - The Mating Mind: https://www.amazon.co.uk/Mating-Mind-Sexual-Choice-Evolution/dp/0099288249 Group selection: https://en.wikipedia.org/wiki/Group_selection Balancing selection and personality differences: https://labs.la.utexas.edu/buss/files/2015/09/evolution-personality-and-individual-differences-2009.pdf Strategic Pluralism: https://en.wikipedia.org/wiki/Strategic_pluralism Bio: Glenn Geher, Ph.D., is professor of psychology at the State University of New York at New Paltz. In addition to teaching courses at both the undergraduate and graduate levels, and conducting research in various areas related to evolutionary psychology, Glenn is founding director of the campus’ Evolutionary Studies (EvoS) program, one of the most successful, noteworthy, and vibrant features of a campus that prides itself (rightfully) on academic vibrance. And he has published several books, including Evolutionary Psychology 101, Mating Intelligence Unleashed: The Role of the Mind in Sex, Dating, and Love (co-authored with Scott Barry Kaufman and published by Oxford University Press), Evolutionary Psychology 101 (published by Springer), as well as Straightforward Statistics (also with Oxford). In Darwin's Subterranean World: Evolution, Mind, and Mating Intelligence, Glenn addresses various topics related to evolutionary psychology and the nature of human mating intelligence - a core feature of human psychology writ large.
7/11/201848 minutes, 31 seconds
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#26 Paulo Finuras - "Pode Darwin ajudar-nos a perceber a psicologia humana?”

Paulo Finuras é Doutorado em Ciência Sociais e do Comportamento (especialidade de Ciência Política) pela ULHT, Pós graduado em Gestão e Política Internacional e Licenciado em Sociologia (ISCTE-IUL). É investigador na área da Biossociologia e da Psicologia Evolucionista e investigador integrado do CICPRIS da Faculdade de Ciências Sociais da ULHT. É também autor dos livros: Gestão Intercultural (3ª Ed. 2011), Humanus: pessoas iguais, culturas diferentes (2ª Ed., 2012); O Dilema da Confiança (2013), Valores Culturais e (Des) Confiança nas Instituições (2014), Primatas Culturais: Evolução e Natureza Humana (2015) e Bioliderança (2018), todos editados pela Sílabo A Psicologia Evolucionista é uma área que me interessa há já algum tempo e o Paulo é um óptimo convidado para a discutir, pois é dos poucos académicos em Portugal com investigação e prática neste campo. Falámos a propósito de dois dos seus livros mais recentes - Primatas Culturais (2015) e Bioliderança (2018) - embora, na verdade, a conversa tenha acabado por divagar ao sabor da pena, como é hábito. Uma vez que mergulhamos logo em aspectos aplicados deste tema, vale a pena aproveitar esta introdução para explicar rapidamente de que trata esta área. O que é, então, a Psicologia Evolucionista? A definição mais sintética é talvez a de que é uma área que tenta, de certa forma, casar as Ciências Sociais e as Ciências Naturais. Para isso, estuda a origem da nossa espécie, isto é, o processo evolutivo que deu origem ao Homo Sapiens, sob a lente da Psicologia. A investigação nesta área concentra-se em identificar quais os traços da personalidade humana que consistem em adaptações da evolução relativamente ao ambiente em que o Homo Sapiens surgiu e viveu a maior parte do tempo. No fundo, trata-se de aplicar ao comportamento humano a mesma lógica de selecção natural, social ou sexual que a Biologia Evolutiva usa para explicar a estrutura física ou a genética dos seres-vivos. A grande vantagem desta área da Psicologia Evolucionista, para mim, é a possibilidade que nos dá de ir à raiz de muitos fenómenos que a Psicologia geral tem estudado de uma forma algo isolada da biologia humana. A desvantagem - ou o perigo - é, claro, cair-se no erro de ver todos os comportamentos humanos contemporâneos sob esta única lente. No fundo, é aí também que está o desafio: perceber até onde chega, e até onde não chega, a explicação evolucionista para a psicologia humana. Foi uma conversa que me deu muito gozo gravar. Espero que gostem também de a ouvir! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar” Ligações: Why Have Our Brains Started to Shrink: https://www.scientificamerican.com/article/why-have-our-brains-started-to-shrink/ Anton Chekhov (citação): https://www.goodreads.com/quotes/219745-man-will-become-better-when-you-show-him-what-he Porque temos o dobro dos antepassados do sexo feminino: https://tierneylab.blogs.nytimes.com/2007/09/05/the-missing-men-in-your-family-tree/ Laura Fortunato - monogamia e poligenia: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453006 Robert Sapolsky - The handicap principle (e testosterona): https://www.youtube.com/watch?v=4LPCIPdB4wk&t=1s Satoshi Kanazawa - Why Are Stepparents More Likely to Kill Their Children?: https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-scientific-fundamentalist/201101/why-are-stepparents-more-likely-kill-their-children Modelo das dimensões culturais de Hofstede: https://en.wikipedia.org/wiki/Hofstede%27s_cultural_dimensions_theory Mark Shaller - Doenças infecciosas e Cultura: http://www2.psych.ubc.ca/~schaller/SchallerMurray2011.pdf Amotz Zahavi - o Princípio do Handicap: https://animals.howstuffworks.com/mammals/gazelle-body-language.htm Os Pavões e o Princípio do Handicap: http://octavia.zoology.washington.edu/handicap_old/handicap_principle.html As Gazelas e a sinalização: https://animals.howstuffworks.com/mammals/gazelle-body-language.htm Darwin e a Selecção Sexual: https://www.theguardian.com/science/2017/may/19/a-peacocks-tail-how-darwin-arrived-at-his-theory-of-sexual-selection Geoffrey Miller - The Mating Mind: https://www.amazon.co.uk/Mating-Mind-Sexual-Choice-Evolution/dp/0099288249 O Potlatch: https://pt.wikipedia.org/wiki/Potlatch É a Arte uma adaptação evolucionista? https://www.jstor.org/stable/1559195?seq=1#page_scan_tab_contents Richard Dawkins e o conceito de Meme: https://pt.wikipedia.org/wiki/Meme A selecção natural e os multiversos: https://blogs.scientificamerican.com/guest-blog/the-logic-and-beauty-of-cosmological-natural-selection/ Niels Bohr e a ferradura: http://www.escreveretriste.com/2016/01/niels-bohr-e-a-ferradura/ Livro recomendado Sam Harris - Free Will: https://www.amazon.com/Free-Will-Deckle-Edge-Harris/dp/1451683405 Biografia detalhada: Paulo Finuras nasceu em Lisboa em 1962. É Doutorado em Ciência Sociais e do Comportamento (especialidade de Ciência Política) pela ULHT, Pós graduado em Gestão e Política Internacional e Licenciado em Sociologia (ISCTE-IUL). É investigador na área da Biossociologia e da Psicologia Evolucionista e investigador integrado do CICPRIS da Faculdade de Ciências Sociais da ULHT. É também autor dos livros: Gestão Intercultural (3ª Ed. 2011), Humanus: pessoas iguais, culturas diferentes (2ª Ed., 2012); O Dilema da Confiança (2013), Valores Culturais e (Des) Confiança nas Instituições (2014), Primatas Culturais: Evolução e Natureza Humana (2015) e Bioliderança (2018), todos editados pela Sílabo.
7/4/20181 hour, 33 minutes, 10 seconds
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#25 Carlos Coelho - “O que é preciso para termos mais marcas portuguesas de sucesso?”

Carlos Coelho é uma das grandes referências portuguesas no domínio da construção e gestão de marcas. Este é um episódio com uma história atribulada por trás, como explico no início da conversa, com uma 1ª gravação misteriosamente desaparecida, o que levou a que tivéssemos tido que gravar uma segunda conversa. Um grande obrigado ao Carlos por ter aceitado segunda dose à conversa comigo. Felizmente, esta versão saiu ainda melhor do que a primeira! Carlos Coelho é um convidado desafiante, pois tem uma abordagem algo diferente do estilo mais analítico e conceptual típico da maioria das conversas que tenho gravado. Com efeito, o Carlos é sobretudo um intuitivo, alguém que tem uma sensibilidade grande simultaneamente para o valor emocional das marcas e para o lado prático do negócio. Foi, por isso, para mim, um desafio interessante discutir estes temas com um convidado destes, e julgo que os insights para que o Carlos chama a atenção têm muito valor para ajudar a perceber problemas que têm, inevitavelmente, causas demasiado intrincadas na nossa cultura para se poderem compreender exclusivamente via análise económica, como é exemplo a projecção das marcas portuguesas nos mercados internacionais. Espero que gostem! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar” Ligações: Carlos Coelho - Marca Portugal https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/marca-portugal-quase-tudo-de-bom/ https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/a-marca-portugal-esta-finalmente-em-cima-da-mesa/ A bula Manifestis Probatum, o documento fundador do reino: http://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-documento-fundador-do-reino/ O papel da comida na unificação italiana: https://repository.arizona.edu/handle/10150/613232 Países mais visitados por Turistas: https://en.wikipedia.org/wiki/World_Tourism_rankings Porquê sal e pimenta? https://www.youtube.com/watch?v=yzBIarGJjHk Robert B. Cialdini - ‘Influência - A Psicologia da Persuasão’: https://www.wook.pt/livro/influencia-a-psicologia-da-persuasao-robert-b-cialdini/203758 Azeite produzido em Portugal vendido sob marca italiana ou espanhola: https://www.publico.pt/2011/10/30/economia/noticia/espanhois-produzem-azeite-no-alentejo-para-ser-vendido-com-rotulos-italianos-1518889 História do Mateus Rosé: https://www.mateusrose.com/pt/a-nossa-historia/ Ted Talk ‘Fake it until you become it’: https://www.ted.com/talks/amy_cuddy_your_body_language_shapes_who_you_are Livro recomendado: A Conferência dos Pássaros: https://www.wook.pt/livro/a-conferencia-dos-passaros-farid-ud-din-attar/15105782 Biografia detalhada: Carlos Coelho é formado em Design e ao longo de 30 anos de carreira, conduziu centenas de projectos de algumas das marcas mais relevantes em Portugal. É autor de diversos estudos sobre tendências e modelos teóricos de marcas. É activista sobre as marcas de Portugal sendo autor do livro ”Portugal Genial’’. É co-autor do livro “Brand Taboos” e colaborou na edição de diversos livros como: “Gestão sustentada”, “Portugal vale a pena”. É professor, colunista, comentador de televisão, autor e apresentador do programa de TV Imagi-Nação e colaborador de inúmeras publicações nacionais e estrangeiras. Entre outros prémios, foi distinguido como “Personalidade de Marketing do Ano 2005” pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing, pela sua carreira pelo IADE Creative University em 2008 e como personalidade de marketing do ano de 2011 pelo IPAM. É fundador e presidente da Ivity Brand Corp uma consultora internacional de criação, inovação e gestão de marcas, eleita por 13 vezes empresa do ano e onde já acumulou mais de 150 prémios nacionais e internacionais entre os quais se destaca um leão de ouro em Cannes vendo reconhecido o projecto de marca da Sonae como o melhor do mundo.
6/27/20181 hour, 27 minutes, 2 seconds
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#24 Filipe Duarte Santos – Alterações Climáticas: explicação científica, soluções e desafios políticos

Filipe Duarte Santos é um especialista de classe mundial em Alterações Climáticas, tendo sido um dos revisores do relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. É actualmente professor de Física jubilado da Universidade de Lisboa e preside ao Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável. Este é um tema que - como todos nós - tenho acompanhado e me tem preocupado, desde o documentário do Al Gore, mas confesso que nunca me tinha debruçado a sério sobre as várias nuances da explicação deste fenómeno no contexto das ciências naturais e as soluções possíveis para o resolver. Trazê-lo ao podcast foi, por isso, um óptimo pretexto para o explorar melhor, e logo com um interlocutor destes. Espero que gostem! Agradecimentos: João Vítor Baltazar; Ana Mateus; Salvador Cunha; João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar” Ligações: Alterações Climáticas explicadas: https://www.youtube.com/watch?v=fE_QTn4daPU&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=ffjIyms1BX4 Joseph Fourier e a descoberta do Efeito-estufa https://blogs.scientificamerican.com/plugged-in/why-we-know-about-the-greenhouse-gas-effect/ Por que é que as pessoas têm dificuldade em acreditar e agir em relação às alterações climáticas https://www.youtube.com/watch?v=y2euBvdP28c https://www.youtube.com/watch?v=DkZ7BJQupVA&t=458s https://www.youtube.com/watch?v=-qfI3DZmmQw O papel da China nas Alterações Climáticas: https://www.nytimes.com/2017/06/02/world/asia/chinas-role-in-climate-change-and-possibly-in-fighting-it.html Cowspiracy (documentário): https://en.wikipedia.org/wiki/Cowspiracy Permafrost afecta as casas no Ártico: https://www.citylab.com/environment/2018/05/the-race-to-save-arctic-cities-as-permafrost-melts/559307/ Não basta estancar as emissões, é necessário retirar CO2 da atmosfera: https://www.economist.com/news/leaders/21731397-stopping-flow-carbon-dioxide-atmosphere-not-enough-it-has-be-sucked-out Geoengenharia: https://www.scientificamerican.com/article/geoengineering-solutions/ Don't Even Think About It: Why Our Brains Are Wired to Ignore Climate Change: https://www.amazon.com/Dont-Even-Think-About-Climate/dp/1620401339/?tag=itsoktobesm-20 Livros recomendados: “Art et religion de Chauvet à Lascaux” ( Alain Testart): https://www.amazon.fr/Art-religion-Chauvet-%C3%A0-Lascaux/dp/2072693640 “Quente, Plano e Cheio. Porque precisamos de uma revolução verde (Thomas L. Friedman): http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=7755 Civilisations (série BBC): https://en.wikipedia.org/wiki/Civilisations_(TV_series) Biografia detalhada: Filipe Duarte Santos é professor de Física jubilado da Universidade de Lisboa. Licenciado em Geofísica pela Universidade de Lisboa, doutorado em Física Nuclear pela Universidade de Londres e desde 1979 professor de Física na Universidade de Lisboa, regendo disciplinas nas áreas da Física, Ambiente e Alterações Globais, além de professor convidado em várias Universidades prestigiadas dos Estados Unidos e Europa Foi vice-presidente do Instituto de Meteorologia de Portugal entre 1987 e 1988, tendo posteriormente coordenado a redacção do primeiro e único Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em Portugal, publicado em 1991. Posteriormente, em 1998, passa a integrar o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, a que preside actualmente. Ao longo dos anos tem coordenado diversos projectos nacionais e internacionais nas áreas do ambiente e alterações globais, dos quais se destacam a sua acção como investigador coordenador do Projecto SIAM – Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FC-UL) (1999-2002) e responsável do projecto PORTCOAST, Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa.
6/20/20181 hour, 21 minutes, 26 seconds
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#23 Marina Costa Lobo - "Quais são as alterações mais urgentes para melhorar o sistema político português?"

Marina Costa Lobo é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Oxford e é actualmente Investigadora Principal do Instituto de Ciências Sociais. Conversámos sobre temas como a satisfação dos eleitores com a democracia, o sistema eleitoral português, o financiamento público dos partidos, o papel do Presidente da República, entre outros. Foi uma conversa ultra-interessante, que me permitiu não só perceber melhor o nosso sistema político, e a forma como compara com os de outros países, mas também de que forma é possível melhorá-lo. Um das propostas da convidada, a obrigatoriedade de uma Moção de Censura Construtiva para derrubar um Governo, acaba, por coincidência, de ser utilizada em Espanha; foi o que permitiu a Pedro Sanchez, há uma semana, com o apoio de outros partidos da oposição, tornar-se Primeiro-Ministro. Uma última nota para lembrar que podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus). Agradeço aos ‘patronos’ João Vítor Baltazar e Ana Mateus pelo apoio generoso. Ligações: Observatório da Qualidade da Democracia: http://www.oqd.ics.ulisboa.pt/ Voto preferencial https://www.publico.pt/2015/12/12/politica/noticia/estudo-mostra-que-portugueses-sabem-usar-voto-preferencial-1717248 http://repositorio.ul.pt/handle/10451/22446 https://www.dn.pt/portugal/interior/a-calculadora-que-estraga-as-reformas-do-sistema-eleitoral-em-portugal-8830097.html Círculos Uninominais https://economiafinancas.com/2014/o-que-sao-circulos-uninominais/ Proponentes https://www.ffms.pt/artigo/393/circulos-uninominais-o-parlamento-e-o-povo https://ionline.sapo.pt/514954?source=social Modelo de sistema eleitoral alemão: https://www.dn.pt/lusa/interior/ribeiro-e-castro-lidera-proposta-de-reforma-do-sistema-eleitoral-inspirada-em-modelo-alemao-9066854.html Moção de Censura Construtiva: https://en.wikipedia.org/wiki/Constructive_vote_of_no_confidence Peso do financiamento público dos partidos políticos: https://www.publico.pt/2016/09/23/politica/noticia/financiamento-publico-de-partidos-portugueses-e-dos-mais-altos-1744964 Crescente importância dos líderes partidários em detrimento dos partidos: https://www.publico.pt/2017/11/18/politica/noticia/menos-leais-a-partidos-eleitores-votam-sobretudo-nos-lideres-1792464 Livro recomendado: Ivan Krastev - After Europe: https://www.amazon.com/After-Europe-Ivan-Krastev/dp/0812249437 Biografia detalhada: Marina Costa Lobo é doutorada em Ciência Política pela Universidade de Oxford, com uma tese sobre o Poder do Primeiro-Ministro e o funcionamento do Governo no Portugal democrático. Actualmente é investigadora Principal do Instituto de Ciências Sociais onde desenvolve trabalhos na área das instituições e comportamentos políticos dos portugueses em perspectiva comparada. Tem publicado sobre instituições políticas em Portugal, partidos políticos e a UE, e sobre o impacto dos líderes no comportamento de voto. É core cv Member do Projecto IASPP- Infraestrutura das Atitudes Sociais e Políticas dos Portugueses, projecto financiado pela FCT. No âmbito do projecto sobre Comportamento Eleitoral dos Portugueses, ajudou a elaborar os primeiros inquéritos pós-eleitorais realizados em Portugal - tendo implementado inquéritos desde 2002 até 2015 em todas as eleições legislativas. É coordenadora do Observatório da Qualidade da Democracia no ICS e Presidente da Comissão de Estudos Pós-Graduados. Em 2016 ganhou um Projecto ERC- European Research Council - Consolidator Grant. O título do Projecto é Mapping and Analysing the Politicisation of the EU before and after the Eurozone Crisis. A sua mais recente publicação internacional é o livro organizado com John Curtice, publicado em 2015, intitulado "Personality Politics? Leaders and Democratic Elections", publicado pela Oxford University Press. Em 2016 coordenou uma Consulta aos Cidadãos no âmbito do Observatório da Qualidade da Democracia.
6/6/201854 minutes, 26 seconds
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#22 Rui Nascimento Alves - "Como gerem as melhores empresas os seus recursos humanos?"

Rui Nascimento Alves é director de Recursos Humanos na Johnson & Johnson, uma multinacional na área da Saúde, actualmente com responsabilidades sobre as regiões da Europa do Sul e Portugal e tem uma carreira que já o levou a passar por vários locais do Mundo, o que lhe dá uma sensibilidade particular para diferenças culturais na gestão. Está é a segunda vez que trago este tema ao podcast, depois de ter conversado com José Bancaleiro, no episódio #13. Nesta conversa com o Rui Nascimento Alves tentei, por isso, abordar temas diferentes. Falámos, por exemplo, de trabalho em equipa e avaliação de desempenho, talento, liderança, métricas de avaliação, diferenças culturais, políticas de compensação, contratação, entre outros tópicos. Uma última nota para relembrar que agora já podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus). Agradeço aos ‘patronos’ João Vítor Baltazar e Ana Mateus pelo apoio generoso. Ligações: Livro do convidado: Segurar Loucos ou Empurrar Elefantes?: https://www.wook.pt/livro/segurar-loucos-ou-empurrar-elefantes-rui-nascimento-alves/17037711 Feedback permanente vs avaliação anual: https://hbr.org/2016/10/the-performance-management-revolution Modelo de traços de comportamento DISC: https://pt.wikipedia.org/wiki/DISC_(psicologia) MBTI (vs Modelo dos Cinco Factores): https://sapa-project.org/dmc/blog/myersbriggs.html ‘Culture eats Strategy for breakfast’: https://www.managementcentre.co.uk/culture-eats-strategy-for-breakfast/ Angus Deaton - rendimento acima de 75,000 dólares não aumenta a satisfação (nos EUA): https://www.forbes.com/sites/dandiamond/2015/10/12/angus-deaton-who-just-won-nobel-prize-thinks-a-75000-salary-makes-you-perfectly-happy/#47cee08577753 Livro recomendado: Vencer - Jack Welch: https://www.fnac.pt/Vencer-Jack-Welch/a174196 Biografia detalhada: Rui Nascimento Alves é licenciado em Sociologia do Trabalho e doutorando em Comportamento Organizacional. Detém um Executive MBA e é Mestre em Gestão de Recursos Humanos, pelo INDEG-ISCTE. Frequentou o Advanced Management Program (AMP), da Universidade Católica/Kellogg School of Management (Chicago, EUA). É certificado em Targeted Selection Administration e Facilitation Skills e em International Coaching. É Diretor de Recursos Humanos de uma multinacional na área da Saúde, com responsabilidades sobre as regiões EMEA e Ásia Pacífico (India, China e Japão). Trabalhou nos EUA, Europa, Médio Oriente e África. Foi consultor de Gestão de Recursos Humanos em Portugal e PALOP numa empresa de TIC e numa consultora nacional. Tem publicado vários livros e artigos de opinião das áreas de Gestão de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional.
5/30/20181 hour, 28 minutes, 35 seconds
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#21 Pedro Pita Barros - Economia da saúde: especificidades, o sistema de saúde em Portugal, inovações recentes

Pedro Pita Barros é Professor de Economia e actualmente Vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa e é um dos maiores especialistas mundiais em economia da saúde. É, de resto, um dos investigadores portugueses em economia mais reputados - e o mais reputado a exercer atividade em Portugal -, segundo um ranking da Universidade do Minho. Conversámos, então, sobre vários assuntos da saúde, como: as taxas moderadoras, a relação médico-doente, os gastos em medicamentos, o excesso de médicos, a inovação tecnológica, entre outros, na lógica da Economia da Sáude. Por exemplo: o que tem o sector da saúde que ver com mecânicos de automóveis ou o mercado de carros em segunda mão? Só ouvindo! Uma nota para relembrar que agora já podem tornar-se apoiantes deste projecto, através do Patreon (no site www.patreon.com/quarentaecincograus) - aproveito, aliás, para agradecer a quem já apoiou!  Ligações: Pedro Pita Barros - Pela Sua Saúde: https://ffms.pt/blog/artigo/190/5-leituras-13-por-pedro-pita-barros-pensar-os-servicos-de-saude-com-uma-lente-economica Blog do convidado: https://momentoseconomicos.wordpress.com/ Ranking de Investigação em Economia em Portugal: http://cefup-nipe-rank.eeg.uminho.pt/ OMS - Revisão do Sistema de Saúde em Portugal: http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0007/337471/HiT-Portugal.pdf George Akerlof e o Mercado dos Limões https://www.economist.com/node/813705 https://www.economist.com/news/economics-brief/21702428-george-akerlofs-1970-paper-market-lemons-foundation-stone-information Rand Health Insurance Experiment: https://en.wikipedia.org/wiki/RAND_Health_Insurance_Experiment Atul Gawande e os cuidados de saúde aos idosos https://www.theguardian.com/books/2015/jul/12/atul-gawande-being-mortal-older-sicker-autonomy-interview Livro recomendado: Atul Gawande - Being Mortal: https://www.wook.pt/livro/ser-mortal-atul-gawande/16219829 Artigo recomendado Kenneth Arrow lançou as bases da disciplina Economia da Saúde: http://www.who.int/bulletin/volumes/82/2/PHCBP.pdf Biografia detalhada: Pedro Pita Barros é Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) e Research Fellow do CEPR (London). Foi Vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (2005-2006). É actualmente editor principal da revista International Journal of Health Care Finance and Economics. Integra o corpo editorial das revistas Journal of Health Economics, Health Economics, Health Care Management Science e Portuguese Economic Journal. As suas áreas de interesse de investigação são a economia da saúde, regulação económica e política de concorrência. Mais informações podem ser obtidas em http://ppbarros.fe.unl.pt
5/23/20181 hour, 32 minutes, 5 seconds
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#20 Frederico Lourenço – A Bíblia: primórdios do cristianismo, relação com a cultura grega, o Novo Testamento e a sua visão em relação à escravatura e à homossexualidade.

Frederico Lourenço nem precisa de apresentação, tal a notoriedade que tem ganho pelo trabalho que o tem ocupado nos últimos anos, nada mais nada menos do que a modesta empresa de traduzir a totalidade da Bíblia, de um só folgo. São seis volumes, dos quais já saíram três. Esta obra de Frederico Lourenço tem duas facetas que a tornam especial. Por um lado, é uma tradução que se pode dizer ‘laica’, ie, não teológica, mas antes focada na literalidade dos textos originais. Por outro, é a primeira tradução em Portugal feita a partir dos textos em grego. Ora, o grego é a língua original do Novo Testamento e, embora não seja, claro, a língua original do Antigo, é a versão traduzida para grego que nos chegou até hoje mais fiel aos escritos originais. A conversa, como é hábito neste podcast, fluiu livremente, o que significa - e era inevitável, tratando-se deste livro - que muito mais haveria a falar. Conversámos sobre a História do Cristianismo, sobretudo os primórdios: a relação com o Império Romano e, até, a cultura grega clássica. Focamo-nos mais no Novo Testamento (o único cuja tradução já está completa); deste, falámos dos Actos dos Apóstolos e dos Quatro Evangelhos, bem como dos evangelhos apócrifos, do papel de Paulo e da visão transmitida em relação à escravatura e à homossexualidade. Já expliquei em episódios anteriores as razões por que, sendo eu agnóstico, a religião, e o Cristianismo em particular, me interessam. E julgo que esta conversa espelha bem esses motivos. Perceber a vertigem da Humanidade para a religião é abrir uma janela para perceber melhor a biologia e psicologia humanas. Por outro lado, compreender, em particular, o Cristianismo e a Bíblia, é perceber um elemento fundamental da História do Ocidente e perceber como é que um livro destes continua a ter uma tão grande influência - directa e, sobretudo, indirecta - sobre a sociedade actual, mais de 150 anos depois da publicação da ‘Origem das Espécies’ de Darwin. Ligações: Volumes já publicados https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-i-revista-e-aumentada-frederico-lourenco/21418858 https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-ii-frederico-lourenco/19025974 https://www.wook.pt/livro/biblia-volume-iii-frederico-lourenco/19741755 Por que lêem tão pouco a Bíblia os católicos? http://www.ncregister.com/blog/darmstrong/why-are-catholics-so-deficient-in-bible-reading http://www.abiblia.org/ver.php?id=6939 Há 50 anos a missa deixou de ser celebrada em Latim: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=180518 Primórdios do Cristianismo: http://www.bbc.co.uk/guides/zttpn39 Imperador Constantino: https://en.wikipedia.org/wiki/Constantine_the_Great_and_Christianity S. João Damasceno e o Islão enquanto heresia do Cristianismo: https://stpeterslist.com/islam-as-a-christian-heresy-8-quotes-from-st-john-damascene-a-d-749 Língua do Novo Testamento: https://en.wikipedia.org/wiki/Language_of_the_New_Testament Placa comemorativa de João Ferreira de Almeida, que refere erradamente que a tradução do Novo Testamento foi feita a partir do Hebraico: http://1.bp.blogspot.com/_bNCEoFQJ3WM/Ry9r5TeuLkI/AAAAAAAAASw/VaWER1igspw/s1600h/PlacaComemorativa_Jo%C3%A3o+Ferreira+Almeida.jpg Língua de Jesus: https://en.wikipedia.org/wiki/Language_of_Jesus Império Romano do Oriente: https://www.reddit.com/r/AskHistorians/comments/14oins/at_what_point_did_the_eastern_roman_empire_become/ Chiang Kai-shek: https://www.economist.com/node/13606318 Tatiano e a síntese dos quatro Evangelhos (Diatéssaron): https://pt.wikipedia.org/wiki/Diatessar%C3%A3o Evangelhos apócrifos https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Gospels Evangelho (apócrifo) de Tomé: https://en.wikipedia.org/wiki/Gospel_of_Thomas #114: http://www.earlychristianwritings.com/thomas/gospelthomas114.html Diferenças entre os quatro evangelhos: https://owlcation.com/humanities/Comparing-the-Gospels-Matthew-Mark-Luke-and-John https://www.christianitytoday.com/edstetzer/2012/march/differences-in-gospels-closer-look.html O Novo Testamento e a Escravatura: https://rationalwiki.org/wiki/Slavery_in_the_Bible#Slavery_in_the_New_Testament Vídeos: Who Wrote the Bible: https://www.youtube.com/watch?v=Ksp4kRn7lGk The Old Testament Told in Only 5 Minutes: https://www.youtube.com/watch?v=I400jhY2DF0 Leonardo Da Vinci “A arte nunca se termina, apenas se abandona” https://goinswriter.com/art-is-never-finished/ https://observador.pt/especiais/a-biblia-de-frederico-lourenco-aplausos-e-uma-questao/ Biografia detalhada: Frederico Lourenço é ficcionista, ensaísta, poeta e tradutor. Licenciou-se, em 1988, em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, onde mais tarde se doutorou com uma tese sobre os cantos líricos de Eurípides. É atualmente professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (depois de vinte anos na Universidade de Lisboa, onde se doutorou com uma tese sobre Eurípides). Traduziu a Ilíada e a Odisseia de Homero, bem como um volume de poesia grega, duas tragédias de Eurípides ou peças de Schiller e Arthur Schnitzler. Publicou já três dos seis volumes que compreenderão a maior e mais completa Bíblia em português alguma vez já feita. Previsto para entregar o último volume em 2020, a proposta do tradutor é dar ao leitor de língua portuguesa a sensação de estar o ler o texto bíblico na língua original, respeitando rigorosamente a literalidade contida no idioma original das escrituras. No domínio da ficção é autor da trilogia Pode Um Desejo Imenso (que inclui também, além do título homónimo, os romances O Curso das Estrelas e À Beira do Mundo), bem como de A Formosa Pintura do Mundo, Amar Não Acaba e A Máquina do Arcanjo, ou do volume autobiográfico O Lugar Supraceleste. Publicou ensaios como O Livro Aberto: Leituras da Bíblia, Grécia Revisitada, Estética da Dança Clássica ou Novos Ensaios Helénicos e Alemães, e livros de poemas como Santo Asinha e Outros Poemas e Clara Suspeita de Luz. Entre outros, recebeu os prémios PEN Clube (2002), D. Diniz da Casa de Mateus (2003), Grande Prémio de Tradução (2003), Prémio Europa David Mourão-Ferreira (2006) e Prémio Pessoa (2016).
5/16/20181 hour, 30 minutes, 39 seconds
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#19 Rui Tavares - "Ainda faz sentido falarmos de Esquerda e Direita?"

Rui Tavares é uma espécie de polímata das humanidades: escritor, tradutor, historiador, opinion-maker e político. É conhecido pelo seu posicionamento político à esquerda, segundo o próprio da “esquerda libertária, cosmopolita e ecológica”, sendo fundador do partido Livre. Falámos da História da dicotomia Esquerda-Direita e nova distinção Cosmopolitismo vs Nacionalismo, entre outros temas. Conversámos a pretexto do ensaio ‘Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI’, sendo que as ideias de outro livro do convidado, ‘A Ironia do Projecto Europeu’, acabaram também por surgir na conversa ( que li, entretanto, e também recomendo). Um sinal de honestidade intelectual de Rui Tavares, patente nos livros e na nossa conversa, é o facto de não procurar convencer-nos, como alguns fazem, de que a pele de historiador se pode substituir totalmente à de agente político. Pelo contrário, o convidado não só não esconde como afirma as suas convicções, o que, na minha opinião, não só não tira força aos factos e ideias que transmite - porque a solidez do conhecimento histórico e acuidade do raciocínio falam por si - como até lhe acrescenta clareza. Neste episódio, surge pela primeira vez uma rubrica que quero tornar regular, que é pedir ao convidado, mesmo a terminar, que sugira um livro. Espero que gostem! A nossa conversa foi gravada por Skype, porque o convidado estava fora do país - o som, inevitavelmente, não é tão bom, mas julgo que não incomoda. Uma última nota para vos dar conta da página do CQG no Patreon, que está a partir de hoje activa: https://www.patreon.com/quarentaecincograus Ligações: Livro ‘Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI’: https://www.wook.pt/livro/esquerda-e-direita-guia-historico-para-o-seculo-xxi-rui-tavares/16481395 Origem da dicotomia Esquerda-Direita https://en.wikipedia.org/wiki/Left%E2%80%93right_political_spectrum#History_of_the_terms https://theconversation.com/the-evolution-of-frances-left-and-right-politics-from-the-1789-french-revolution-to-this-years-election-76226 Uma versão alternativa: https://www.spectator.co.uk/2014/02/the-great-debate-by-yuval-levin-review/ O Setembrismo - o primeiro governo de esquerda: http://www.politipedia.pt/setembrismo-1836-1842/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Setembrismo Conservadorismo e Liberalismo: http://observer.com/2017/07/trackingdevelopment-of-conservatism-liberalism-united-states-vs-europe-socialism-karl-marx-world-war-ii-history-fdr/ Cosmopolitanismo: https://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ Erasmo de Roterdão vs Martinho Lutero e o primeiro Populismo: http://www.nybooks.com/daily/2018/02/20/luther-vs-erasmus-when-populism-first-eclipsed-the-liberal-elite/ Guelfos e Gibelinos: http://maltez.info/aaanetnovabiografia/Conceitos/Guelfos%20e%20gibelinos.htm Dani Rodik e o ‘trilema’ da globalização: http://rodrik.typepad.com/dani_rodriks_weblog/2007/06/the-inescapable.html3 Blog recomendado: https://protesilaos.com/blog/ O Rei Canuto: https://verticalizar.wordpress.com/2007/09/01/o-rei-canuto-a-beira-mar/ Livro ‘A Ironia do Projecto Europeu’: https://www.wook.pt/livro/a-ironia-do-projeto-europeu-rui-tavares/15715970 Biografia detalhada: Rui Tavares é escritor, tradutor, historiador e político. Licenciou-se em História, variante de História da Arte, pela Universidade Nova de Lisboa, e doutorou-se em História, pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. É especialista em história e cultura do século XVIII. Colabora com o jornal Público, a revista Blitz e é comentador residente no programa O Outro Lado na RTP3. Foi um dos criadores do blogue Barnabé em conjunto com Daniel Oliveira, André Belo, Celso Martins e Pedro Aires Oliveira. Escreve actualmente no blogue pessoal ruitavares.net. Foi eleito em 2009 deputado para o Parlamento Europeu como independente integrado na lista do Bloco de Esquerda, que posteriormente abandonou. É um dos fundadores do partido político LIVRE. É autor de algumas monografias, entre as quais: O Pequeno Livro do Grande Terramoto, de história; a peça de teatro O Arquiteto; o ensaio A Ironia do Projeto Europeu; e Esquerda e Direita: Guia Histórico Para o Século XXI.
5/9/20181 hour, 43 minutes, 38 seconds
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#18 Ana Rodrigues Oliveira - Idade Média: vida privada, social, política e religiosa

Ana Rodrigues Oliveira é professora de História, com especialização e investigação na área da História Cultural e das Mentalidades. Tem investigado sobretudo sobre a Idade Média, e publicou, em 2015, o livro ‘O Dia-a-Dia em Portugal na Idade Média’, que foi, já se adivinha, precisamente o mote para a nossa conversa. A junção entre História Cultural e História da Idade Média é, para um curioso com eu, irresistível, pois aprender sobre os hábitos, crenças e vivências daquele período, que nos parece tão longínquo mas está, ao mesmo tempo, a não tantos séculos de distância, é uma surpresa permanente. Seja pelas enormes diferenças face à sociedade do século XXI, seja por aqueles aspectos que, pelo contrário, são estranhamente familiares. Mas conhecer o modo como funcionavam a vida privada e a vida social na Idade Média não é só uma curiosidade, é também uma maneira de avaliar melhor a vida no século XXI e perceber o caminho que se fez até aqui. Ligações: Variadas: https://www.huffingtonpost.com/quora/how-the-middle-ages-reall_b_5767240.html https://www.currentaffairs.org/2018/02/the-middle-ages-were-pretty-interesting-actually https://www.historyextra.com/period/medieval/10-things-you-probably-didnt-know-about-the-middle-ages/ Até ao século XVII (no mínimo), o parto era um assunto de mulheres: http://theconversation.com/drunken-midwives-and-snooty-surgeons-a-short-history-of-giving-birth-16208 O cirurgião-barbeiro http://theconversation.com/drunken-midwives-and-snooty-surgeons-a-short-history-of-giving-birth-16208 A operação às hemorroidas de Luís XIV: http://www.bilan.ch/garry-littman/english-room/royal-fistula-changed-face-surgery A Universidade de Coimbra: https://www.wook.pt/livro/a-morada-da-sabedoria-i-antonio-filipe-pimentel/178792 Pedro Hispano e a contracepção: https://prpg.ufg.br/up/85/o/modelo2.pdf Contracepção e aborto na Idade Média: http://www.medievalists.net/2013/12/birth-control-and-abortion-in-the-middle-ages/ Napoleão e a introdução do serviço militar obrigatório: https://www.warhistoryonline.com/napoleon/napoleon-managed-vast-armies.html O livro de boas-maneiras de Da Vinci na corte dos Sforza: https://boingboing.net/2011/09/14/the-culinary-notebooks-of-leonardo-fat-boy-da-vinci.html As pessoas tomavam banho? http://www.medievalists.net/2013/04/did-people-in-the-middle-ages-take-baths/ A importância da memória num tempo dominado pela oralidade: https://linguisticator.com/why-medieval-memory/ https://www.ted.com/talks/joshua_foer_feats_of_memory_anyone_can_do/transcript?nolanguage=ko.10+People+with+photographic+memorySome Prática dominical em 1956: https://www.dropbox.com/s/2t7antu4wjxcxrb/new%20doc%202018-04-19%2023.16.06_1.jpg?dl=0 A relação entre a igualdade de género e o tipo de agricultura que se praticava historicamente: http://freakonomics.com/2011/06/23/did-gender-inequility-start-with-the-plow/ Sexo e intimidade na Idade Média: http://www.medievalists.net/2013/02/sex-in-the-middle-ages/ LIVROS ‘História de Portugal’ - Nuno Gonçalo Monteiro, Rui Ramos e Bernardo Vasconcelos e Sousa: https://www.wook.pt/livro/historia-de-portugal-nuno-goncalo-monteiro/12963391 ‘Em Casa - Breve História da Vida Privada’, de Bill Bryson: https://www.wook.pt/livro/em-casa-bill-bryson/11461716 ‘História da Vida Privada - Vol. 2 (Da Europa Feudal ao Renascimento): https://www.wook.pt/livro/historia-da-vida-privada-vol-2-philippe-aries/75635 Biografia detalhada: Ana Maria Rodrigues Oliveira é professora de História, com especialização na área de História Cultural e das Mentalidades. Doutorou-se em 2004 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem desenvolvido estudos nas áreas da mulher e da criança e participado em vários congressos e seminários. Entre outros trabalhos, publicou: «Mulheres e fronteira na cronística medieval dionisina», in As Relações de Fronteira no Século de Alcanices, Porto, 1998; As Representações da Mulher na Cronística Medieval Portuguesa, Patrimónia Histórica, Cascais, 2000, (tese de mestrado); «A imagem da mulher nas crónicas medievais», in Faces de Eva, Edições Colibri, Lisboa, 2001; «O corpo infantil nos tratados médicos Hispano-Árabes», in O Corpo e o Gesto na Civilização Medieval, Edições Colibri, Lisboa, 2006; A Criança na Sociedade Medieval Portuguesa, Teorema, Lisboa, 2007, (tese de doutoramento); "A criança", in História da Vida Privada em Portugal - A Idade Média, Círculo de Leitores, Lisboa, 2010 e "A mulher", na mesma obra, em co-autoria; "Inês de Castro, uma vida em verso" até ao fim do Mundo", in Pedro e Inês - O Futuro do Passado, Associação dos Amigos de D. Pedro e D. Inês, Coimbra, 2013; "Philippa of Lancaster: The Memory of a Model Queen", in Queenship in the Mediterranean, International Conference "Kings and Queens: Power, Politics, Patronage and Personalities", Palgrave Macmillan, United States, 2013; "A criança medieval: um ser inferior, indesejado e perturbador. Mito ou História?", in Representações do Mito na História e na Literatura, Universidade de Évora, 2014. É co-autora de manuais escolares para o ensino da História e membro do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 2010 editou a obra Rainhas Medievais de Portugal, pela Esfera dos Livros.  
4/25/20181 hour, 29 minutes, 50 seconds
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#17 Ludwig Krippahl (pt 2/2) - Deus, religião e igualdade de género

Ludwig Krippahl é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/)  Esta é a segunda parte da conversa com Ludwig Krippahl. Podem encontrar a apresentação do convidado e a minha opinião geral sobre conversa no episódio da semana passada e no texto que acompanha este episódio. Nesta segunda parte da conversa, falámos sobre dois temas: Deus e religião, que já tínhamos encetado no episódio anterior, e igualdade de género. Foi uma conversa que valeu bem a pena! Aliás, se há coisa que se pode dizer com certeza sobre Ludwig Krippahl, é que traz uma perspectiva original e sustentada em relação a qualquer um dos temas. Embora não, como verão, necessariamente consensual.  São temas, na verdade, que não estão - pelo menos, directamente - relacionados com a área de especialização do convidado, que é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Por quê, então, estes temas de conversa? É que o convidado mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/) - o título provocador, aliás, já é um bom teaser para a conversa! - no qual aplica a racionalidade científica da sua área de formação na análise crítica de temas muito diversos: da ciência à religião, passando pela política, direitos de autor, igualdade de género, entre muitos outros. Essa racionalidade, aliás, associada a um espírito argumentativo, mas pedagógico, é, na minha opinião, simultaneamente rara e impressionante. Foi, por isso, um privilégio, mas também um enorme gozo, conhecer e conversar com o Ludwig sobre estes temas. Ligações: Religião e Deus Ludwig Krippahl sobre religião https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-o-ideal.html Experiências subjectivas atestam a existência de Deus? https://evaluatingchristianity.wordpress.com/the-summary-case-for-atheism/arg1long LSD https://www.quora.com/Why-did-LSD-make-me-believe-in-God Richard Dawkins - The God Delusion: https://www.goodreads.com/book/show/14743.The_God_Delusion Igualdade de género Ludwig Krippahl sobre igualdade de género https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-as-quotas.html https://ktreta.blogspot.pt/2018/02/treta-da-semana-atrasada-entrevista.html https://ktreta.blogspot.pt/2018/02/treta-da-semana-atrasada-distribuicoes.html O caso da Noruega http://www.nordiclabourjournal.org/artikler/forskning/research-2015/article.2015-05-20.3011019632 http://thefederalist.com/2018/03/13/evidence-from-norway-shows-gender-quotas-dont-work-for-women/ https://www.economist.com/news/business/21737079-gender-quotas-board-level-europe-have-done-little-boost-corporate-performance-o O caso da Suécia https://slate.com/business/2018/02/even-in-denmark-children-are-career-killers-for-working-moms.html https://www.economist.com/news/business/21632512-worlds-most-female-friendly-workplaces-executive-suites-are-still-male-dominated O caso da Índia http://www.wiego.org/informal-economy/women-india%E2%80%99s-construction-industry http://theconversation.com/indias-urban-work-boom-is-leaving-women-behind-22668 Diferenças de género são maiores em sociedades com culturas mais paritárias: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.463.9292&rep=rep1&type=pdf https://www.timeshighereducation.com/news/women-gender-equal-countries-less-likely-gain-stem-degrees Baker refused to sell to a gay couple: https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/dec/15/what-colorado-baker-gets-wrong-gay-wedding-cake-supreme-court Biografia detalhada: Ludwig Krippahl é professor auxiliar no Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), e membro do Centro para a Inteligência Artificial CENTRIA. É licenciado em Química Aplicada, Mestre em Inteligência Artificial Aplicada e Doutor em Bioquímica Estrutural pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT). Mantém o blog Ktreta, onde aprofunda diversos temas muito diferentes entre si.
4/18/20181 hour, 45 minutes, 11 seconds
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#16 Ludwig Krippahl (pt 1/2) - Pensamento crítico, Pseudociências, Democracia, fé e crença em Deus

Ludwig Krippahl é Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), onde desenvolve investigação na área da bioinformática, especificamente na aplicação de técnicas de Inteligência Artificial a problemas da esfera da biologia. Mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/)  Este é o primeiro de dois episódios com Ludwig Krippahl como convidado - duas partes de uma longa conversa (cerca de 3 horas) em que falámos sobre… uma série de temas. Esta foi, aliás, uma daquelas conversas-conversas, na verdadeira acepção da palavra - ie, tudo menos uma entrevista tout court (embora o protagonismo se mantenha, claro está, do lado do convidado). Nesta primeira parte, abrimos as hostilidades falando de Pensamento Crítico, uma área de ensino do convidado, e seguimos para pseudociências, fé e crença em Deus, e, ainda, Democracia. São temas, na verdade, que não estão - pelo menos, directamente - relacionados com a área de especialização do convidado Por quê, então, estes temas de conversa? É que o convidado mantém, há largos anos, o blog Ktreta (https://ktreta.blogspot.pt/) - o título provocador, aliás, já é um bom teaser para a conversa! - no qual aplica a racionalidade científica da sua área de formação na análise crítica de temas muito diversos: da ciência à religião, passando pela política, direitos de autor, igualdade de género, entre muitos outros. Essa racionalidade, aliás, associada a um espírito argumentativo, mas pedagógico, é, na minha opinião, simultaneamente rara e impressionante. Foi, por isso, um privilégio, mas também um enorme gozo, conhecer e conversar com o Ludwig sobre estes temas. Esta é, já sabem, apenas a primeira parte da conversa. Para a semana há mais. Ligações: Pensamento Crítico http://dererummundi.blogspot.pt/2007/12/pensamento-crtico.html https://www.youtube.com/watch?v=2YQHNxv5n1I https://www.youtube.com/watch?v=oEwj6QILgOA&t=480s Livro: The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind: https://www.goodreads.com/book/show/22478.The_Origin_of_Consciousness_in_the_Breakdown_of_the_Bicameral_Mind O que torna o Ser Humano único: http://www.bbc.com/future/story/20150706-the-small-list-of-things-that-make-humans-unique Pseudociências: https://ktreta.blogspot.pt/2018/03/treta-da-semana-atrasada-sim-mas-nao.html The Clergy Project (organização de apoio a membros do clero que deixam de crer em Deus, de cujos membros faz parte Daniel Dennett): https://en.wikipedia.org/wiki/The_Clergy_Project Yuval Noah Harari e o Humanismo: https://newhumanist.org.uk/articles/5161/will-progress-kill-humanism https://www.youtube.com/watch?v=jFXOjbcHjWU Argumentos ontológicos para a existência de Deus: http://www.iep.utm.edu/ont-arg/   Biografia detalhada: Ludwig Krippahl é professor auxiliar no Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT), e membro do Centro para a Inteligência Artificial CENTRIA. É licenciado em Química Aplicada, Mestre em Inteligência Artificial Aplicada e Doutor em Bioquímica Estrutural pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT). Mantém o blog Ktreta, onde aprofunda diversos temas.
4/11/20181 hour, 23 minutes, 21 seconds
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#15 Ana Carvalhas - Nutrição: "qual é o maior erro alimentar que andamos a cometer?"

Ana Carvalhas é nutricionista, especialista no tratamento dietético da obesidade, diabetes e dislipidémia; e é autora do livro «Dieta para Sedentários» (http://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/8786). A nutrição é um tema que me interessa muito, essencialmente por dois motivos. Por um lado, pelo impacto evidente que a alimentação tem na longevidade e saúde humanas. Por outro, por ser uma área da ciência desafiante, a mais do que um nível: É complexa, porque a biologia humana é assim mesmo, complicada. Mas é também confusa, pois a dificuldade em conduzir experiências científicas e o facto de todos os seres humanos serem diferentes levam a que seja demasiado comum encontrar, por exemplo, defensores e opositores ferrenhos para o mesmo alimento. Por estes motivos, tenho com a nutrição uma relação parecida com a que tenho, por exemplo, com um tema tão distinto como a gestão de RH, que foi já tema deste podcast. Ou seja: atrai-me pela sua relevância, mas retrai-me pela enorme propensão que tem para explicações simplistas e demasiado taxativas. Na conversa com Ana Carvalhas tentei, portanto, focar-me na ciência da nutrição e nas conclusões relativamente sedimentadas que, apesar de tudo, existem nesta área. Ligações:   Por que é a investigação em nutrição tão confusa: https://www.vox.com/2016/1/14/10760622/nutrition-science-complicated https://www.precisionnutrition.com/nutrition-science-is-so-confusing Zonas Azuis de longevidade extrema: http://time.com/5160475/blue-zones-healthy-long-lives/ TED talk - ligação longevidade e laços sociais: https://www.ted.com/talks/susan_pinker_the_secret_to_living_longer_may_be_your_social_life/transcript?language=en Restrição calórica: https://en.wikipedia.org/wiki/Calorie_restriction Jejum intermitente: https://en.wikipedia.org/wiki/Intermittent_fasting Exercício e perda de peso: https://www.vox.com/2018/1/3/16845438/exercise-weight-loss-myth-burn-calories Balanço calórico - verdadeiro ou falso? http://factmyth.com/factoids/weight-is-based-on-caloric-balance/ Hidratos de carbono refinados: https://www.webmd.com/food-recipes/features/carbohydrates#1 Benefícios das Gorduras (Lípidos): https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/the-truth-about-fats-bad-and-good Retrato nutricional dos portugueses: https://observador.pt/2017/03/16/vinho-carne-sal-e-acucar-em-excesso-um-retrato-nutricional-dos-portugueses/ TED talk - “What is the best diet for humans?”: https://www.youtube.com/watch?v=0z03xkwFbw4&feature=share Reality show britânico “Sugar Free Farm”: https://en.wikipedia.org/wiki/Sugar_Free_Farm Comparação entre açúcar e cocaina: https://www.theguardian.com/society/2017/aug/25/is-sugar-really-as-addictive-as-cocaine-scientists-row-over-effect-on-body-and-brain Gary Taubes - “The Case Against Sugar”: http://expresso.sapo.pt/cultura/2017-01-15-Guerra-ao-acucar Evolução da fruta (selecção artificial): https://www.sciencealert.com/fruits-vegetables-looked-before-domestication É a fruta saudável? https://www.shape.com/weight-loss/food-weight-loss/ask-diet-doctor-fruit-really-free-diet-food Gluten-free, faz sentido? https://www.health.harvard.edu/blog/going-gluten-free-just-because-heres-what-you-need-to-know-201302205916 Evolução do tamanho das doses nos alimentos: https://www.vox.com/2016/8/31/12368246/charts-explain-obesity Biografia detalhada: Ana Carvalhas é nutricionista licenciada pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Iniciou a sua atividade no Departamento de Nutrição Infantil da Nestlé Portugal, colaborou com a McDonald’s na introdução da sopa nos seus restaurantes portugueses e fez parte, até ao final da época de 2014/2015, do Departamento Médico do Futebol Profissional da Académica de Coimbra. Atualmente trabalha no Centro de Saúde Norton de Matos e dá consultas na Orisclinic, ambos em Coimbra. É autora do blogue «Comer bem até aos 100», da página de Facebook «Dieta para Sedentários» e colabora frequentemente com a revista Prevenir. É membro da Ordem dos Nutricionistas.
4/4/20181 hour, 55 minutes, 7 seconds
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#14 João Pedro Marques - "Qual é o maior mito que se criou sobre a Escravatura?"

João Pedro Marques é historiador e romancista, e um dos maiores especialistas mundiais na História da Escravatura. O mote para a conversa foi o seu mais recente livro,  ‘Escravatura - Perguntas e Respostas’, um pequeno grande livro, incrivelmente rico em informação, e cuja leitura vale bem a pena, pois leva-nos a conhecer o que desconhecíamos e a rever posições pré-concebidas. O tema da Escravatura / Escravidão, de resto, e como explico no início, podendo parecer específico, acaba por ser uma ponte para uma série de tópicos que extravasam em muito esta questão. Se a isso juntarmos o enorme conhecimento do convidado sobre este assunto, fica explicado por que é que esta foi das conversas que mais gozo me deram gravar no podcast! Ligações: A memória histórica da Escravatura em Portugal: https://www.politico.eu/article/portugal-slave-trade-confronts-its-past/amp/ Os estóicos e a escravidão: http://donaldrobertson.name/2017/11/05/did-stoicism-condemn-slavery/ Episódio da execução de 400 escravos na Roma antiga: https://en.wikipedia.org/wiki/ Lucius_Pedanius_Secundus Como os norte-americanos conseguiam a reprodução dos escravos (breeding): https://en.wikipedia.org/wiki/ Slave_breeding_in_the_United_ States A revolta em Saint-Domingue (futuro Haiti): http://www.uky.edu/~popkin/Haitian%20Revolution%20Lecture.htm Pedro Claver (Jesuíta): https://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Claver Esquiano Olauda (ex-escravo): http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/equiano_olaudah.shtml Montesquieu e a Escravatura: https://www.openbookpublishers.com/htmlreader/978-1-78374-203-5/ch1-6.xhtml Thomas Carlyle: https://www.theatlantic.com/business/archive/2013/12/why-economics-is-really-called-the-dismal-science/282454/ Abolição no Reino Unido: https://en.wikipedia.org/wiki/Slavery_Abolition_Act_1833 Sugar duties: https://en.wikipedia.org/wiki/Sugar_Duties_Act_1846 Biografia detalhada: João Pedro Marques nasceu em Lisboa, em 1949. Foi professor do ensino secundário e, depois, durante mais de duas décadas, investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto, em 2007-2008. Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial, e de vários livros, dois dos quais publicados em Nova Iorque e Oxford (The Sounds of Silence, 2006; e, em coautoria, Who Abolished Slavery? A debate with João Pedro Marques, 2010). Em 2010 a Porto Editora publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, ao qual se seguiram, em 2012, Uma Fazenda em África (que, com várias edições, constituiu um dos grandes sucessos do ano), em 2014, O Estranho Caso de Sebastião Moncada, em 2015, Do Outro Lado do Mar, e, em 2017, Vento de Espanha.
3/21/20181 hour, 35 minutes, 34 seconds
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#13 José Bancaleiro - "Porque é ainda tão desvalorizada a Gestão de Recursos Humanos nas empresas?"

José Bancaleiro tem mais de 25 anos de experiência em gestão de Recursos Humanos e é, actualmente, Managing Partner na Stanton Chase (uma consultora de RH e de executive search). Para além disso, é professor universitário e autor de vários livros na área de gestão de pessoas. Foi essa dupla faculdade - de pensar e fazer gestão de RH - que me levou a convidar José Bancaleiro para o podcast. Até porque a gestão de pessoas é uma área peculiar no reino da Gestão: se, por um lado, todos, de formas diferentes, participamos em organizações, e reconhecemos a diferença que faz uma equipa bem ou mal gerida; por outro lado, já fomos confrontados com as enormes limitações que existem à quantificação objectiva desta área. Estas limitações, por seu lado, servem de pretexto a duas abordagens extremadas, e igualmente erradas: de um lado aqueles para quem o tema é quase irrelevante, próprio para quem não tem capacidades para operar em áreas mais sofisticadas e, essas sim, relevantes e criadoras de valor; do lado oposto, aqueles que, detectando a dificuldade em quantificar e sistematizar o tema, partem para soluções simplistas, maniqueístas ou simplesmente ultra-românticas. O meu objectivo nesta conversa com José Bancaleiro foi fugir dessas duas atitudes, e falar francamente e com profundidade do que é a gestão de RH, dos desafios que lhe estão associados e do que falta compreender e fazer neste campo. Julgo queresultou numa bela conversa. Biografia detalhada: José Bancaleiro tem mais de 25 anos de experiência como Dir. Recursos Humanos em empresas nacionais e multinacionais de diversos sectores (Distribuição, Farmacêutica, TIs, Indústria, Grande Consumo e Banca). Nos últimos anos tem desenvolvido a sua actividade na consultoria estratégica de RH e no Executive Search, actualmente na Stanton Chase. É Professor universitário, conferencista, autor de vários livros de GRH e publica frequentemente artigos em jornais e revistas da especialidade, sendo especialista em temas como Employer Branding, Coaching de Executivos, Gestão da Performance e Remuneração, e Scorecard de Recursos Humanos. Foi-lhe atribuído pela RH Magazine o Prémio "RH CARREIRA 2005" (galardão que reconhece o profissional de Gestão de Recursos Humanos cuja carreira profissional demonstre consistência do currículo, realizações profissionais, dificuldade do desafio, reconhecimento do trabalho realizado e ética).
3/14/20181 hour, 28 minutes, 16 seconds
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#12 Luís Cabral - "Quais são os princípios da Economia que todos devíamos saber?"

Luís Cabral é professor de Economia na New York University (NYU), nos EUA, onde ensina microeconomia e análise da concorrência. Luís Cabral é, além disso, o investigador português em economia mais reputado, segundo um ranking desenvolvido por investigadores da Universidade do Minho, com investigação ligada aos aspetos dinâmicos da concorrência entre empresas. Como se isso não bastasse, Luís Cabral tem uma origem invulgar, pois é descendente de uma família ligada às artes, da qual fazem parte dois importantes nomes da pintura portuguesa, Roque Gameiro e Martins Barata. Ora, nos últimos anos, o convidado tem-se ele próprio dedicado à pintura -- no episódio falamos disso mesmo, e da relação com a sua actividade principal. Ao preparar esta conversa, e mesmo durante a gravação, estive indeciso em relação ao rumo a tomar. Teria sido, certamente, interessante abordar a investigação do convidado (efeitos sobre a concorrência entre empresas de curvas de aprendizagem, efeitos de networking, I&D e reputação), uma vez que é dos maiores especialistas na área a nível mundial. No entanto, como este é o primeiro episódio em que converso especificamente sobre a Ciência Económica - é o 2º sobre economia, mas o episódio com Pedro Braz Teixeira focou-se sobre questões concretas - acabei por achar mais interessante aproveitar a presença de alguém que pensa a Ciência Económica para falar das bases da disciplina -- o que, parecendo mais superficial, deu uma óptima conversa, sobretudo por mérito do convidado, que mostrou ser também um pedagogo, capaz de explicar em traços simples conceitos complexos. Biografia detalhada: Luís Cabral é doutorado pela Universidade de Stanford (1989), licenciado em Economia pela UCP e tem o mestrado na mesma área pela UNL. É, actualmente, Professor de Economia na NYU e na AESE, tendo sido docente nas universidades: Nova de Lisboa, London Business School, London School of Economics, Berkeley, Yale, IESE.  Actualmente, ocupa a cátedra Paganelli-Bull de Economia na New York University. É Research Fellow do Centre for Economic Policy Research (CEPR). Foi Presidente da European Association for Research in Industrial Economics (EARIE), membro do Grupo de Conselheiros Económicos do Presidente da Comissão Europeia, e consultor de múltiplas organizações públicas e privadas. Foi consultor de várias organizações, dos New York Mets à OCDE, da Pfizer a vários governos de Portugal, destacando-se o trabalho no litígio Airbus-Boing entre 2005 e 2009. s suas áreas de investigação versam sobre os aspetos dinâmicos da concorrência entre empresas (learning curves, network effects, R&D, reputation). É autor do livro “Introduction to Industrial Organization”, publicado pela MIT Press, traduzido em 7 línguas e adotado por universidades em dezenas de países.
3/7/20181 hour, 25 minutes, 17 seconds
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#11 Margarida Pedroso de Lima - Psicologia da Personalidade

Margarida Pedroso de Lima é psicóloga e professora universitária. Convidei-a para vir ao podcast pois é das pessoas em Portugal que mais tem investigado na área da Psicologia da Personalidade, nomeadamente sobre o chamado ‘Modelo dos Cinco Factores’, o modelo de traços de personalidade predominante na investigação académica nesta área. A psicologia da personalidade é um tema que me interessa há já algum tempo, e que acho fascinante, pelas razões que explico no início da conversa (e provavelmente por outras também, mais ao nível do inconsciente). O meu interesse por esta área começou, de resto, por outros modelos mais difundidos fora da Academia, como o MBTI - que se baseia no trabalho de Carl Jung, de quem falamos na conversa. No entanto, estes modelos têm pouca validação pela investigação académica, pelo que acabámos por falar apenas no ‘Modelo dos Cinco Factores’ Durante a conversa, para além dos traços de personalidade, falámos também da história da psicologia da personalidade, para contextualizar a conversa, e dos três níveis de personalidade de McAdams (dos quais este modelo de 'traços' é apenas o 1º nível). Biografia detalhada: Margarida Pedroso Lima é psicóloga, doutorada em Psicologia do Desenvolvimento, e professora associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. As suas experiências e interesses profissionais situam-se, prioritariamente, na área da Psicologia da Idade Adulta e na Psicologia da Personalidade.
2/27/20181 hour, 46 minutes, 48 seconds
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#10 Paulo Castro - Filosofia da Ciência, Inteligência Artificial, Consciência, Darwinismo, Economia, progresso tecnológico

Neste episódio, estou à conversa com Paulo Castro. O convidado é investigador no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e tem como principais temas de investigação o conceito de Euritmia e a relação entre livre arbítrio e as leis da natureza. Para além disso, tem investigado também temas como Física Quântica e Inteligência artificial. Aliás, o meu ponto de partida para esta conversa era o objectivo de, simultaneamente, obter uma perspectiva vinda da filosofia da ciência sobre os temas levantados pela Inteligência Artificial – depois da conversa com Arlindo Oliveira – e, de caminho, trazer um filósofo ao podcast, o que era uma vontade antiga. Este episódio acabou por ser, talvez, a mais conversacional das conversas que gravei, visto que falámos de muitos temas que foram surgindo na conversa. Por exemplo: a função da filosofia da ciência e a sua relação com as ciências, Inteligência Artificial, consciência, Darwinismo, o papel da economia na actualidade, progresso tecnológico, entre outros. No final, claro, sobraram mais perguntas do que respostas – mas, afinal, não é essa a vantagem de convidar um filósofo?   Biografia detalhada: Paulo Castro é licenciado em Antropologia pela UNL e Doutorado em Filosofia pela ULHT, tem como principal tema de investigação a relação entre livre arbítrio e as leis da natureza. Interessa-se também por fundamentos de Física Quântica, Inteligência artificial, Filosofia da Matemática e Pedagogia da Ciência. Publicou em 2014 a tese de doutoramento "A Epistemologia da Escolha. Sobre a possibilidade da simulação artificial da inteligência humana"
2/13/20181 hour, 38 minutes, 32 seconds
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#9 Carlos Fiolhais - Pseudociências, História da Ciência, Ciência em Portugal e exploração espacial

Carlos Fiolhais é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra e um dos maiores – se não o maior – divulgadores de ciência em Portugal. Publicou já mais de 30 livros, o mais recente dos quais ‘A Ciência e os Seus Inimigos, em co-autoria com David Marçal, de que falamos no episódio. O papel de Carlos Fiolhais enquanto promotor da cultura científica tem sido reconhecido com várias distinções. Aliás, ainda em novembro passado recebeu o Grande Prémio Ciência Viva. Carlos Fiolhais é, de resto, o tipo de convidado que merecia, não um, mas uma série de episódios. Não só pelo conhecimento que tem, sobre várias áreas da Ciência, mas também por ser um extrovertido – o que é relativamente raro para um investigador, e o torna um grande conversador. Durante esta hora e meia de conversa, falámos de temas tão diferentes como homeopatia, cultura científica, História da Ciência, Ciência em Portugal, Inteligência Artificial e até exploração espacial – enfim, só ouvindo! Biografia detalhada: Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956. Licenciado em Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, em 1982, é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos. Publicou mais de 30 livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto e A Coisa Mais Preciosa que Temos (Gradiva); Ciência a Brincar (Bizâncio); manuais escolares de Física e de Química (Gradiva e Texto Editores); Roteiro de Ciência e Tecnologia (Ulmeiro) e Fundamentos de Termodinâmica do Equilíbrio (Gulbenkian). É autor de cerca de 100 artigos científicos em revistas internacionais (um dos quais com 3500 citações) e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Participou em inúmeros encontros, conferências e acções promovendo a ciência e a cultura científica. Criou o portal de ciência www.mocho.pt. Ganhou em 1994 o Prémio União Latina/JNICT de tradução científica. Ganhou o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004 atribuído pela televisão SIC e pela revista Caras em 2005. Em 2017, ganhou o Grande Prémio Ciência Viva Montepio. Investiga Física da Matéria Condensada e Ensino e História das Ciências. Foi fundador e Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde instalou o maior computador português para cálculo científico («Centopeia»). Dirige a revista Gazeta de Física da Sociedade Portuguesa de Física e é membro da comissão editorial das revistas Europhysics News, da Sociedade Europeia de Física, e Física na Escola e Revista Brasileira do Ensino da Física, da Sociedade Brasileira de Física. Foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
1/30/20181 hour, 26 minutes, 32 seconds
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#8 Pedro Janela - Marketing, Negócios e Tecnologia

Pedro Janela é CEO do WYgroup, o maior grupo de capitais nacionais dedicado ao marketing digital, e, entre várias outras ocupações, docente na formação de executivos da Católica-Lisbon. Para além da experiência em negócios e marketing, Pedro Janela tem formação de base em Engenharia Eletrotécnica, o que lhe dá uma perspectiva singular sobre a evolução tecnológica e, sobretudo, a sua aplicação ao marketing. Durante a conversa, que foi muito animada, falámos destes temas – tecnologia, inovação, marketing, e internacionalização de negócios – e de vários outros assuntos que foram surgindo. Bio: Pedro Janela é CEO e cofundador do WYgroup (www.wygroup.net), o maior grupo de capitais nacionais dedicado ao marketing digital, publicidade e design. O grupo, criado do zero em 2002, conta com mais de 230 colaboradores e 11 agências em operação e fatura 12 milhões de euros. Opera através de escritórios em Lisboa, Boston, Austin, Porto e São Paulo. Pedro Janela é também cofundador e business angel através do fundo de seed capital eggNEST, a que preside (www.eggnest.org), e onde atualmente se desenvolvem sete empresas focadas em Inovação e IT com um milhão de euros investido. É docente em marketing digital na formação de executivos da Católica-Lisbon. É mentor e/ou júri em vários programas de aceleração de empreendedorismo em Portugal, como por exemplo a StartupLisboa, Beta-Start, FoundersInstitute e Startup Braga. É keynote speaker nos temas de inovação, marketing digital, desenvolvimento tecnológico e empreendedorismo em diversos congressos e seminários, e para empresas, onde se incluem por exemplo a Ascendum, Banco Santander, Everis, Fidelidade, Hovione, Luz Saúde, Nestlé, MSD e Merck. É administrador da Make-a-Wish Portugal, e membro fundador do chapter Português da EO - Entrepreneurs Organization. Estudou Engenharia Eletrotécnica, ramo de Controlo e Robótica no IST, entre 1989 e 1996. Tem formação da Wharton School em Filadélfia, em Estratégias de Marketing Competitivo, realizada em 1995. Fez ainda o PAEGI da Católica, em 2004, e o Advanced Management Program, em Kellog e na Católica, em 2012.
1/16/20181 hour, 4 minutes, 30 seconds
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#7 Carlos Quevedo - "O que une e o que separa as três Religiões Abraâmicas?"

Carlos Quevedo é autor do programa E Deus Criou o Mundo, na Antena 1, que promove o diálogo inter-religioso e que recentemente deu origem a um livro, que foi precisamente o mote para a nossa conversa. No livro, o jornalista aborda as diferenças e semelhanças entre as três chamadas "religiões abraâmicas" - Judaísmo, Cristianismo e Islão. Anteriormente, Carlos Quevedo esteve ligado a alguns momentos marcantes do jornalismo português. Foi, por exemplo, um dos fundadores da revista Kapa, que marcou o final dos anos 90.  Nesta conversa, falámos da História, fé e práticas dos três credos, mas também do papel da religião, quer historicamente quer ainda hoje em dia. Aliás, num mundo hoje essencialmente laico - e por bons motivos -, em que a religião passou praticamente a cingir-se à esfera da vida privada, pode perguntar-se que interesse tem compreender este tema. A verdade é que não é possível compreender totalmente a História da Humanidade, e da civilização ocidental em particular, a vida em sociedade e as várias culturas humanas, ou mesmo os dilemas do que é ser humano, sem olhar para a resposta que as várias religiões tentaram dar. Um europeu, e um português em particular - mesmo um, como eu, agnóstico -, partilha inevitavelmente de grande parte da chamada cultura judaico-cristã (católica no caso). E, se muitas das crenças e práticas destas religiões nos parecem hoje anacrónicas, outros valores - e sobretudo as questões que são levantadas - mantêm-se inegavelmente actuais. 
1/3/20181 hour, 42 minutes, 45 seconds
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#6 Pedro Magalhães - Sondagens, comportamento eleitoral, atitudes sociais e Capital Social

Pedro Magalhães é um cientista político com investigação em várias áreas, mas - para o mal e para o bem - é sobretudo conhecido enquanto especialista em sondagens - é, aliás, um habitué das noites eleitorais há largos anos. Foi uma bela conversa, de quase hora e meia, em que falámos de vários temas ligados à ciência política. Numa primeira parte, conversámos sobre a interpretação e impacto das sondagens, o comportamento eleitoral e os determinantes das atitudes sociais e políticas dos eleitores. Nos últimos cerca de 45 minutos, falámos de um tema que me interessa muito - capital social -, um campo altamente importante e que atravessa várias áreas do conhecimento; da economia à psicologia, passando pela ciência política e a sociologia.  Pedro Magalhães é doutorado em Ciência Política, pela Ohio State University. É, actualmente, investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e director científico na Fundação Francisco Manuel dos Santos. As áreas de investigação a que se tem dedicado incluem comportamento eleitoral, atitudes sociais e políticas, opinião pública, inquéritos, poderes constitucional e judicial. Pode ser encontrado em: http://www.pedro-magalhaes.org/ E em: https://twitter.com/PCMagalhaes
12/19/20171 hour, 32 minutes, 2 seconds
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#5 Arlindo Oliveira - "Haverá alguma vez Mentes Digitais com inteligência superior à humana?"?

Arlindo Oliveira é presidente do Instituto Superior Técnico e autor do livro The Digital Mind, lançado este ano e cuja edição em português, com o título Mentes Digitais, foi lançada na semana passada. Foi uma conversa cheia, em que falámos de vários temas ligados ao futuro da Inteligência Artificial, ou, nas palavras do convidado, ao surgimento das 'mentes digitais'. Ao usar esta palavra - 'mente' - Arlindo Oliveira transporta deliberadamente a discussão da Inteligência Artificial actual, independentemente dos seus avanços inegáveis, para um futuro mais ou menos longínquo, em que poderemos ter Inteligência Artificial equivalente - e, portanto, superior - à humana Algumas das questões de que falámos são, naturalmente, técnicas, outras - em maior número do que poderia parecer à partida - são mais filosóficas, levando-nos a questionar o que é ser Humano e como pode vir a ser o convívio com estas 'mentes digitais'. Arlindo Oliveira é um dos maiores especialistas portugueses em Inteligência Artificial e alguém numa posição privilegiada para prever o futuro neste campo, uma vez que junta interesse e formação académica em computação e neurologia.  Doutorou-se em Engenharia Electrotécnica e Ciências da Computação (EECS) pela Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1994. Desde então, é Professor do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, onde tem desenvolvido trabalho no contexto de sistemas digitais, síntese lógica, algoritmia, aprendizagem automática e bioinformática. O livro 'The Digital Mind' foi lançado este ano pela prestigiada MIT Press. A tradução em português, editada pela IST Press, acaba de ser lançada no mercado nacional. (sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira) Clip do filme Maria Papoila retirado de: https://youtu.be/Mn90o038ZLE
11/28/20171 hour, 2 minutes, 47 seconds
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#4 Esther Mucznik - "O que é o Judaísmo: uma religião, um povo ou uma cultura?"

Esther Mucznik é uma das maiores especialistas em temas judaicos em Portugal. Filha de pais polacos, viveu em Israel e em Paris onde estudou, respectivamente, Língua e Cultura Hebraicas e Sociologia na Sorbonne. É autora de vários livros sobre o Judaísmo, vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e coordenadora da Comissão Instaladora do Museu Judaico. Para além disso, foi colunista do jornal Público entre 2002 e 2011, onde continua a escrever com esporadicamente.  Foi uma conversa animada, em que falámos de muitos temas relacionados com o Judaísmo, desde o Judaísmo enquanto religião e cultura, passando pela sua História - incluindo em Portugal -, até à constituição e actualidade do Estado de Israel.  Esther Mucznik foi uma convidada encantadora e o Judaísmo é um tema quase infinito, por isso a sensação com que fiquei foi de que a conversa poderia ter durado, facilmente, mais uma ou duas horas.  O livro mais recente de Esther Mucznik - e que serviu de mote à conversa - é "A Grande Epopeia dos Judeus no Século XX", publicado este ano, e que narra os acontecimentos ocorridos desde o surgimento do Sionismo, no final do século XIX, até à formação e consolidação do Estado de Israel, passando - inevitavelmente - pelas terríveis provações sofridas pelo 'povo escolhido' durante o século XX. (sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira) Voz de Carlos Lopes retirada de: https://youtu.be/Mn90o038ZLE
11/15/201752 minutes, 54 seconds
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#3 Pedro Braz Teixeira - "O que correu mal nas últimas décadas de políticas económicas em Portugal?"

Pedro Braz Teixeira tem formação em Economia, Economia Internacional e História. Durante a carreira, tem passado pela academia, como investigador em várias Universidades, e pela banca privada, como economista-principal do Banco Santander Totta. Actualmente, é director do Gabinete de Estudos do Forum para a Competitividade. Conversámos essencialmente sobre a economia portuguesa – especialmente sobre as políticas económicas das últimas décadas – e sobre o Euro, enquanto moeda.   A visão do economista sobre os temas que discutimos tem vindo a ser exposta através da colaboração, como colunista, em vários jornais – o jornal ECO, mais recentemente – e, como autor, em livros sobre a economia portuguesa e o Euro. O mais recente, lançado este ano, é o ensaio «O Euro e o Crescimento Económico», publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Foi uma conversa animada, em que – como é característico das boas conversas – nem sempre estivemos de acordo, mas foi sobretudo uma conversa que me permitiu compreender melhor estes temas. Espero que achem o mesmo. (sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
10/30/20171 hour, 49 seconds
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#1 António Araújo - "Porque estão cada vez mais parecidos os hábitos e a cultura das pessoas de Esquerda e de Direita?

António Araújo é, actualmente, entre outras ocupações relevantes, director de publicações da FFMS e editor do blog Malomil. É, além disso, o convidado ideal para compreender este tema, pois junta atributos que não costumam coincidir na mesma pessoa: por um lado, com formação em Direito e doutoramento em História, para além de estudioso destes temas, conhece bem o sistema partidário e político português. Por outro lado, o que não é comum, é também alguém atento à evolução da sociedade, no que diz respeito quer à moral da população quer aos seus hábitos de entretenimento; tudo factores que influenciam inevitavelmente as preferências políticas dos cidadãos Conversámos a propósito do seu livro Da Direita à Esquerda. O livro aborda a evolução das culturas de direita e de esquerda em Portugal, ao longo das últimas décadas. Falámos, portanto, sobre a sociedade e a evolução dos seus hábitos e valores, mais do que propriamente de ciência política e ideologias. Isto porque são, na essência, esses valores e práticas que influenciam a evolução das ideias políticas e do próprio sistema político. A tese principal do livro Da Direita à Esquerda – embora este apresente várias outras conclusões relevantes – é de que existem hoje muitas afinidades ocultas entre direita e esquerda, afinidades essas que os conflitos que vão preenchendo os noticiários procuram, muitas vezes, e de certa forma, camuflar. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus (sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
10/14/20171 hour, 29 minutes, 41 seconds
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#2 José Milhazes – Rússia: História, Geografia, Cultura e Geopolítica

Neste episódio estarei à conversa com José Milhazes para tentar compreender a Rússia. Especificamente, A História do país, a sua geografia, a União Soviética, mais recentemente, a política de Vladimir Putin, entre vários outros temas. José Milhazes, que todos conhecemos pela sua imponente barba (que é a inveja póstuma de Rasputin), é um convidado excepcional para compreender a Rússia, pois tem formação académica em História da Rússia – com doutoramento em 2008 – e viveu desde 1977 até recentemente no país (desde o início dos anos 90, como correspondente em Moscovo, inicialmente do Público). Na Rússia, José Milhazes foi testemunha em primeira mão do regime soviético – com o qual se foi progressivamente desencantando –, da queda da “cortina de ferro” e, mais recentemente, da emergência da nova Rússia de Putin. O mote para a nossa conversa foi a leitura de dois livros que o jornalista e historiador publicou nos últimos anos: um, um ensaio histórico: "Rússia e Europa: uma parte do todo"; outro, um misto de auto-biografia e peça jornalística na 1ª pessoa “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (título inspirado num livro do Tintin). (sonoplastia com a colaboração de Luís Ferreira)
10/14/20171 hour, 30 minutes, 32 seconds