Podcast e programa de rádio sobre ciência, tecnologia e cultura produzido pelo Labjor-Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. Nosso conteúdo é jornalístico e de divulgação científica, com episódios quinzenais que alternam entre dois formatos: programa temático e giro de notícias.
Série A mente dos peixes – Habilidades dos Peixes: Parte 3: Autorreconhecimento
Você sabia que, assim como os humanos, os peixes conseguem reconhecer-se? O autorreconhecimento é uma habilidade já demonstrada em mamíferos, e que agora foi demonstrada em uma espécie de peixe também!
10/18/2024 • 6 minutes, 39 seconds
#180 – Soluções Baseadas na Natureza
É possível encontrar soluções para os problemas que enfrentamos com o acirramento da crise ambiental e climática? As Soluções Baseadas na Natureza se apresentam como alternativas tanto para mitigar a crise e melhorar a nossa vida nas cidades, quanto para aumentar a produtividade de cultivos ao mesmo tempo em que promove uma agricultura sustentável.
10/10/2024 • 35 minutes, 58 seconds
#179 – Comida Frankenstein e a ética na ciência
Comida Frankenstein? Sim, esse termo, que remete a um dos monstros mais conhecidos da ficção científica, tem sido usado para tratar de comidas que usam organismos geneticamente modificados. Neste episódio tratamos sobre a ética científica e outras questões que envolvem esses produtos.
8/15/2024 • 36 minutes, 7 seconds
Série Termos Ambíguos – #3 – Racismo Reverso
Este é o terceiro episódio da série Termos Ambíguos. O termo tratado neste episódio é Racismo Reverso, mas será que isso existe? Ouça aqui para saber.
8/1/2024 • 31 minutes, 6 seconds
Série A mente dos peixes – Habilidades dos Peixes: Parte 1: Memória
Um estudo recente mostrou que a memória formada quando os peixes passam por uma situação ruim pode durar ainda mais tempo.
7/2/2024 • 6 minutes, 39 seconds
#178 – Série Adolescência ep.3 – Impactos da pandemia na educação
A educação como um todo foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia. Com as escolas fechadas, processos de aprendizagem foram interrompidos, assim como os de socialização. Algumas atividades foram suspensas ou feitas de outra forma, e isso teve um impacto significativo na vida desses adolescentes.
6/7/2024 • 0
Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 4
Você sabia que, assim como os humanos, os peixes não apenas sentem dor, mas também sentem estresse, ansiedade e até medo? E essas podem ser fontes importantes de sofrimento para os peixes também. Este episódio trata dessas emoções que vêm sendo estudadas nos peixes.
6/5/2024 • 0
#177 – Ecologia do reparo – Parte 2: informalidade, improviso e a polêmica da gambiarra
Esta é a segunda parte do episódio produzido por Yama Chiodi sobre a pesquisa da antropóloga portuguesa Liliana Gil, sobre as atividades relacionadas à tecnologia do bairro Santa Ifigênia, em São Paulo. O foco desta vez é a escola de reparos de celulares, a Prime, que atrai pessoas de todo o Brasil. Foi nesse espaço que a pesquisadora encontrou não apenas alunos, mas ativistas da tecnologia, como você vai ouvir.
YAMA: No primeiro episódio a gente começou comentando do caos urbano do Santa Ifigênia. Em algum lugar do bairro um forte contraste se apresenta para quem sabe procurar.
Uma escola de conserto de celulares que atrai pessoas de várias partes do Brasil. As cores são pensadas com critérios rigorosos, os espaços organizados, limpos e arquitetados para serem fluidos e funcionais. Seu contraste com o bairro onde está localizada não passa sem algumas contradições. Se na estética ela quer se diferenciar do bairro, sua proposta de formar técnicos capazes de reparar celulares a aproxima do Santa Ifigênia.
Nossa convidada hoje é novamente a antropóloga portuguesa Liliana Gil, que esteve presente na escola como etnógrafa, mas também como aluna de duas diferentes turmas. Em sua pesquisa, refletiu sobre a escola e o bairro de Santa Ifigênia enquanto aprendeu na prática a reparar celulares. Em seguida a gente conversa sobre o trabalho de campo da professora na escola de consertos de celulares Prime, sobre formalidade e informalidade na formação técnica no Brasil e também sobre as polêmicas em torno do termo gambiarra.
Oh… se você caiu de paraquedas neste episódio, recomendo que você escute a primeira parte antes de continuar, ok? Essa é uma parte dois que realmente é uma parte dois. Risos
Eu sou o Yama Chiodi, jornalista do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, o GEICT, e nesse segundo episódio eu converso mais uma vez com a Dra. Liliana Gil, professora da universidade Ohio State, nos Estados Unidos, que fez sua pesquisa de doutorado no Brasil. Contamos em primeira mão, também, que sua pesquisa está em vias de virar livro. Depois da vinheta.
YAMA: Continuando nossa conversa, agora nos voltando à Prime em si. Como foi que conheceu a escola e porquê decidiu fazer dela seu campo de pesquisa etnográfica?
LILIANA: Então, eu achei que ia fazer pesquisa sobre Santa Ifigênia enquanto bairro e entrevistar todo mundo, mas de fato foi difícil fazer esse tipo de trabalho e em parte pelas questões de gênero. Até que numa conversa com um colega, ele me falou nesta escola, ah mas sabes que existe esta escola, talvez fosse um bom ponto de entrada e foi assim, foi um amigo, enfim. Inclusive a primeira vez que fui lá, fui com ele e conversei com os professores, com os instrutores e inclusive expliquei, eu estou a fazer uma pesquisa sobre Santa Ifigênia, seria interessante para mim saber como funciona a escola. Ah, claro, vem ser aluna!
YAMA: E como aluna? Se sentiu acolhida pelos colegas? Era estranho uma antropóloga entre eles?
LILIANA: Achei muito engraçado, porque durante todo o processo eu fiz o curso de reparo e várias vezes falava no meu doutorado e meio que as pessoas me diziam, sim, sim doutorado, claro, quando você perceber, quando você ver, o dinheiro que pode fazer com reparos, deixa o doutorado, deixa a antropologia de lado e vai abrir a sua lojinha, porque é outra dimensão. Não, os meus colegas achavam que bom, bom era eu abrir um box em Lisboa e trazer os meus colegas para lá e trabalhávamos todos juntos na nossa box. Íamos fazer muito dinheiro assim.
YAMA: Já que estamos falando sobre seus colegas. Qual é o perfil dos alunos da Prime? Dá pra fazer alguma generalização demográfica?
LILIANA: Talvez não dê, eu acho que a generalização é que havia pessoas de todas as idades e de todos, inclusive de muitos estados diferentes, tinha um colega que tinha vindo do Acre, tinha colega do Recife, tinha colega, sabe, era assim um conjunto de pessoas mesmo muito diferente,
5/24/2024 • 33 minutes, 26 seconds
#176 – Ecologia do reparo: a produção tecnológica no Santa Ifigênia, parte 1.
Santa Ifigênia, bairro central da capital paulista, conhecido pelo comércio de componentes e produtos eletrônicos, é também um lugar de reparos desses produtos. Neste episódio produzido e apresentado por Yama Chiodi, jornalista do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, o GEICT, o bairro é o protagonista.
5/16/2024 • 0
#175 – O fascinante mundo dos dinossauros
O que leva ao fascínio pelos dinossauros? Crianças adoram esses animais, conhecem seus nomes, hábitos alimentares, mas conforme crescem, vão perdendo o interesse. Pelo menos a maioria. E por que isso acontece?
5/3/2024 • 0
Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 3
Na terceira parte do episódio A mente do Peixe, Caroline Maia e João Saraiva trazem informações sobre a capacidade dos peixes de aprender a evitar a dor. E mostram as respostas desses animais ao receberem analgésicos após um estímulo doloroso.
4/18/2024 • 0
Série Termos Ambíguos – #2 – Cristofobia
Neste segundo episódio da série Termos Ambíguos vamos falar sobre a origem e o uso da expressão Cristofobia que, assim como Ideologia de Gênero, faz parte do repertório da extrema direita transnacional e desempenha um papel importante em estratégias políticas. Esses e outros termos que vamos tratar nesta série são poderosos e capazes de evocar emoções e produzir temores e ansiedades infundadas nas pessoas.
4/15/2024 • 0
Série Termos Ambíguos – # 1 – Ideologia de Gênero
Você sabe o que significa o termo Ideologia de Gênero? E Cristofobia, você sabe o que é? E de onde surgiu a ideia de Racismo Reverso? Pensando em esclarecer a origem e os usos de termos ambíguos como esses que criamos o podcast Termos Ambíguos, uma parceria do podcast Oxigênio e do Observatório de Sexualidade e Política. O episódio trata do termo Ideologia de Gênero, mostrando o contexto de criação ou apropriação do termo pela extrema direita em discursos que vão na contramão de políticas e leis que visem promover direitos de gênero e étnico-raciais.
3/4/2024 • 0
#174 – Um esqueleto incomoda muita gente
Novas descobertas sobre evolução humana sempre ganham as notícias e circulam rapidamente. Mas o processo de aceitação de novas evidências entre os cientistas pode demorar muito. Neste episódio, Pedro Belo e Mayra Trinca falam sobre paleoantropologia, área que pesquisa a evolução humana, e mostram porque ela é cheia de controvérsias e disputas.
12/21/2023 • 0
Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 2
Neste episódio de A mente do Peixe, Caroline Maia e João Saraiva falam sobre respostas comportamentais dos peixes quando estão enfrentando estímulos dolorosos.
12/4/2023 • 0
#173 – Série Cidade de Ferro – ep. 2: O maior buraco do mundo
FERNANDA:
ITABIRA
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê.
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem como sinos.
Os meninos seguem para a escola.
Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram a mina.
Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na derrota incomparável.
YAMA: Introdução - Em busca do Cauê
YAMA: É difícil encontrar o pico do cauê. Não a montanha, que sabemos, não existe mais. É que o local onde um dia houve um pico é difícil de encontrar. Subimos mirantes para ver se, do alto, dava pra ver o buraco. Sem sucesso, eu e Lucas rodamos de carro por um tempo considerável em companhia do google maps e de dois pares de olhos atentos. Subindo uma estrada estreita de duas pistas há vários sinais de que estamos dentro da Vale, mas nada de Cauê. Vejo os barrancos ferrosos se misturarem aos eucaliptos tão mais frequentes quanto mais alto subimos. Caminhões e máquinas pesadas. Lama, muita lama. Placas de segurança e placas urbanas. As placas colocadas pela Vale se abundam. A mais repetida não deixa dúvidas: propriedade privada da VALE SA, não ultrapassar. Invasão é crime! Outras, beiram ao cinismo, como a que vimos num pequeno morro com cinzas de queimadas: evite queimadas, preserve a natureza, sugere a placa da Vale.
Não muito distante dali o GPS informa: você chegou ao seu destino. Mas onde chegamos exatamente? À direita do carro, vejo lama, vejo florestas falsas e tristes. Trabalhadores da Vale, ou melhor, de suas terceirizadas, curiosos com a nossa presença. Estamos na cidade, em rua pública, mas a sensação é de que invadimos a mina. Distraído com tanta informação à direita, Lucas me chama a atenção. À nossa esquerda, ali está, milimetricamente escondido entre morros sobreviventes. A paisagem que dá nome ao lugar. O maior buraco do mundo.
As palavras se perdem. Já sabemos do que se trata, mas o queixo cai mesmo assim. É como visitar a lápide do pico, mas com o sentimento contraditório e incômodo de que é a nossa própria lápide também. Senti como nunca antes o significado de que cada de um nós tem seu pedaço no pico do cauê. Se as barragens chocam pela presença interminável da lama, o maior buraco do mundo dilacera por uma ausência incalculável. Um buraco aberto que exibe as entranhas da terra e nos mostra a grandiosidade de quase 100 anos de extrativismo desavergonhado.
Eu sou Yama Chiodi, jornalista do GEICT e esse é o segundo episódio da série Cidade de Ferro. Nesse episódio, tento recuperar de modo muito breve como as histórias de Itabira e da mineração de minério de ferro se entrelaçaram. E como seu cidadão mais ilustre, Carlos Drummond de Andrade, se tornou persona non grata por ser ferrenho crítico do que a mineração fez com sua cidade natal. Sigo esse episódio com Lucas Nasser, pesquisador e advogado itabirano, autor do livro "Entre a Mina e a Vila: violações de direitos em Itabira".
YAMA: Na obra de Drummond há duas Itabiras… ou a transformação de uma Itabira em outra. E o pico do cauê é a alegoria perfeita para essa transformação. Não por acaso, o poeta o classifica como "Nossa primeira visão do mundo" na crônica Vila da Utopia - a mesma que nos dá a expressão "destino mineral". Se a montanha era o mundo, sua pulverização catapulta a história poética da cidade a uma história de fim de mundo. De montanha a buraco. E se a montanha muda, a cidade muda. Se a montanha muda, a poesia muda.
Fica na memória uma cidadezinha pacata na qual se podia ver o Cauê imponente da janela de casa. E a memória se choca com a realidade. O século XX é para Itabira o momento histórico em que a cidade e a mineração se confundem, por força da violência e do extrativismo. Esse fenômeno foi aprofundado pela criação da Companhia Vale do Rio Doce. Depois de ser o centro minerário dos Aliados na segunda guerra mundial, Itabira se misturou cada vez mais a Vale. Quando chegou a privatização, não foi só a Vale que foi privatizada. A impressão que dá é que, sendo uma com a empresa,
11/9/2023 • 0
# 172 – Quanto custa essa alface?
Você sabe o que é Economia Solidária, e quais os princípios desse modelo de produção, consumo e distribuição de riqueza mais justo? Neste episódio você vai conhecer dois projetos que são dois bons exemplos para entender o modelo.
10/12/2023 • 0
Série Fish Talk (ep. 1): A mente do peixe
The Fish Mind é um programa desse podcast com foco na capacidade que esses animais têm de sentir dor e experimentar outros estados emocionais. Vamos ouvir também sobre suas habilidades cognitivas nos episódios desse programa.
10/6/2023 • 0
# 171 – Adolescência – ep. 2
Alerta de gatilho: Este episódio da série “Adolescência” trata de temas difíceis, como depressão, ansiedade, impulsividade e sentimentos ligados às relações familiares, entre eles conflitos entre pais e filhos e também como lidar com essas questões. Ao falar destes temas, a nossa expectativa é trazer ideias de como você pode superá-los.
Mas, se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir este conteúdo. talvez seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, é importante lembrar que você pode buscar apoio emocional no centro de valorização da vida pelo telefone 188. Os voluntários do CVV vão te ouvir de forma totalmente sigilosa e anônima.
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No segundo episódio da série “Adolescência: como as descobertas científicas podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa época da vida”, Cristiane Paião (@cristiane.paiao) e Mayra Trinca conversam sobre os sentimentos da fase e sobre como a atuação de professores e educadores pode ser fundamental para ajudar a identificar padrões em alunos que precisam de apoio psicológico.
Você vai conhecer o projeto de quadrinhos #turmadaJovenilda, que está sendo desenvolvido pelo projeto Adole-sendo da Unifesp em parceria com uma escola pública da zona leste de São Paulo, a EMEF Joaquim Osório Duque Estrada. São situações do dia a dia mas, com uma pitada de Ciência e Psicologia… uma mistura que dá super certo, hein!?
De uma forma leve e divertida, Cristiane e Mayra trazem trechos de uma roda de conversa gravada com os estudantes que criaram os personagens, dentro do projeto “Imprensa Jovem”, da Prefeitura de São Paulo.
Nesta conversa, guiada pela Cristiane e pelo professor Marcos Moreira, que coordena o projeto na escola, os adolescentes contam como se sentem em relação à tudo: à família, às mudanças do corpo e, principalmente, aos impactos trazidos pela pandemia da Covid-19, já que estavam em casa na maior parte deste tempo, tentando estudar, mas longe dos amigos e de tudo o que a escola pode significar.
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Cristiane Paião: Olá, eu sou a Cristiane Paião, e começa agora mais um episódio do Oxigênio, o podcast de jornalismo de ciência e cultura do Labjor, o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp.
Este é o segundo episódio – de uma série de três – em que a gente vai mergulhar em um período lindo das nossas vidas – a adolescência. Você pode ouvir a primeira parte dessa conversa no episódio #162, que está disponível no Spotify. E quem me acompanha agora, é a Mayra Trinca que, assim como eu, também é professora... e adora falar sobre tudo isso que envolve a sala de aula . Vai ser um bate papo bastante interessante hein... tá animada Mayra ?
Mayra Trinca: Estou sim Cris. Oi pessoas!! Eu sou professora há três anos e dou aulas de biologia num colégio particular aqui da minha cidade. Quando você me disse que a gente ia ter um episódio assim, para falar de psicologia, das descobertas científicas nessa área, e sobre os impactos da pandemia eu já fiquei super empolgada, porque adoro discutir sobre adolescência.
Cristiane: Ahh… que legal… bom, eu espero que todo mundo goste, que todo mundo consiga refletir também, a partir desses conteúdos que a gente tá trazendo. Porque essa é uma das nossas intenções também. Os cientistas fazem a parte deles lá nos laboratórios… pesquisam, coletam dados, analisam, e nós, aqui no podcast oxigênio, a gente tenta trazer para você, ouvinte, essas reflexões... Então, é isso… vamos começar? Mayra... eu escolhi aqui, alguns trechos para mostrar pra vocês, muito legais de um bate papo que eu tive com alguns estudantes que participam do projeto “Imprensa Jovem” da Prefeitura de São Paulo. E que eu tive a grande oportunidade de participar de algumas reuniões durante o projeto Adole-ser, da Unifesp.
Eu tive uma bolsa,
9/21/2023 • 0
#170 – Série Cidade de Ferro – ep. 1: Um doloroso quadro na parede
Neste primeiro episódio da série Cidade de Ferro - histórias de poesia e mineração - Um doloroso quadro na parede, Yama Chiodi narra sua chegada à cidade de Itabira e reflete sobre como a paisagem profundamente marcada pela mineração se mistura com a história e obra do poeta Carlos Drummond de Andrade.
8/24/2023 • 0
#169 – Depois que o fogo apaga – Parte 2
Seguimos falando sobre o processo de recuperação de museus e acervos que pegaram fogo no Brasil. Quais são as etapas até a reabertura? Quem participa desse processo? Ouça como está sendo o trabalho no laboratório da Unesp em Rio Claro, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.
8/10/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 9)
Neste último episódio do romance radiofônico Meu divã interior, Fabiano tenta esclarecer uma questão que ronda sua mente: a primeira é como ter o controle sem recorrer a uma fuga da realidade? E pensa que da necessidade de se libertar, há de se encontrar um equilíbrio.
7/31/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 8)
Neste oitavo episódio, a insônia continua e a última esperança de Fabiano está na psiquiatria. Será que finalmente essa nova profissional poderá resolver o seu problema? Ou talvez o remédio que ele precise seja outro, ou alguém….
7/11/2023 • 0
#168 – Depois que o fogo apaga
Incêndios como os que ocorreram no Laboratório de Biociências da Unesp de Rio Claro, no Museu Nacional e no Museu da Língua Portuguesa causam a perda de material valioso de pesquisa e de espaços de trabalho e convivência; e como é o processo de reconstituição dos lugares e dos acervos?
6/30/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 7)
Neste sétimo episódio de Meu Divã Interior, Fabiano divaga sobre sonhos que teve e tem tido com Alice, além de conversar sobre antigos desejos que permearam por sua vida, entre lembranças com sua ex-namorada e a relação com seu irmão. Meu divã interior é um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp, ingressantes do ano de 2020. Trata-se de um projeto de extensão PROEC (Pró-reitoria de Extensão e Cultura). ___________________________________________________________________________
Roteiro
Personagens:
Fabiano
Alice
Ex namorada
Irmão de Fabiano
Alice: Então, Fabiano, você conseguiu se lembrar de seus sonhos e anotar o que sonhou?
Pensamentos de Fabiano: indagou Alice.
Fabiano: Sim
Pensamentos de Fabiano: Respondi, abrindo um caderno.
Fabiano: Acho que alguns sonhos são estimulados por coisas que eu vi ou que aconteceram um pouco antes. Uma noite, sonhei com uma prima do meu pai. Nós estávamos, ao que parece, em um ponto de ônibus cheio de gente. Comentei que a diferença de idade entre ela e o meu irmão não era muito grande e que eu não tinha percebido isso quando era criança. Ela falou que eu era o bebê de todo mundo da família. Ela fez um sinal para um carro que passava. O motorista parou e entregou uma almofada pra ela. Geralmente, meus sonhos são curtos. Ou pelo menos o que eu lembro é pouca coisa.
Alice: Esse sonho foi estimulado por alguma coisa que aconteceu antes?
Fabiano: Sim. Essa prima do meu pai postou sua contagem regressiva pro aniversário que estava chegando. Por isso eu pensei nessa coisa da diferença de idade entre ela e o meu irmão. Quando a gente é adulto, alguns anos de diferença entre uma pessoa e outra parece muito pouco, mas do ponto de vista de uma criança, qualquer ano a mais é muito tempo.
Alice: Verdade. Os outros elementos do sonho, o lugar, a entrega da almofada, têm algum significado pra você?
Fabiano: Eu não identifico o lugar do sonho como um lugar conhecido. Essa prima nem é do tipo que anda de ônibus. O final, com a almofada, pra mim, é só maluquice de sonho, mesmo.
Alice: Você costuma sonhar com pessoas da sua família mesmo que não haja um estímulo anterior, como aconteceu nesse caso?
Fabiano: Sim
Pensamentos de Fabiano: Respondi, consultando minhas anotações novamente.
Fabiano: Outro dia, sonhei com outra prima minha. Eu estava fritando ovo. Vi que ela pegou a frigideira e falei pra ela tomar cuidado com o óleo quente. Respingou um pouco na blusa dela. Não me lembro muito bem desse sonho, mas acho que ela estava usando uma calça social, estilo masculino. Passei um papel toalha onde tinha caído óleo. Depois, acho que ela foi ao banheiro para se trocar.
Alice: Você achou pouco usual sua prima aparecer no sonho usando calça social masculina?
Fabiano: Como é um detalhe que cheguei a lembrar, devo ter achado. Pode ser que já tenha visto ela vestida assim, mas não é o estilo dela.
Alice: A curiosidade descuidada dela te diz alguma coisa?
Fabiano: Doideira de sonho, Alice.
Alice: E o seu gesto de limpar o óleo que respingou nela?
Fabiano: Você acha que é um desejo contido de tocar na minha prima?
Alice: Eu queria saber o que você acha, Fabiano.
Fabiano: Não me lembro de ter sentido um prazer especial em limpar a blusa dela com um papel toalha. E também não me lembro de ter deixado minha prima embaraçada. Pareceu uma coisa bem natural, espontânea.
Alice: E depois de acordar, pensando no sonho?
Fabiano: (ainda irritado) Não sei. Achei legal ter sonhado com ela. Eu gosto muito dessa prima.
Pensamentos de Fabiano: Talvez Alice tenha percebido que não conseguiria arrancar de mim muito mais sobre esse sonho. E indagou:
Alice: O que mais você anotou aí, Fabiano?
Fabiano: Algumas noites atrás, eu sonhei com a minha primeira namorada, que na época em que namorei, era a melhor amiga daquela que viria a ser a mi...
6/20/2023 • 0
#167 – Ciência estampada no peito
Neste episódio falamos sobre camisetas com temática de ciência, um estilo que vem ganhando força com mais oferta de produtos e porque as pessoas estão cada vez mais preocupadas em expor sua admiração pela divulgação científica. Que tal vestir essa ideia?
6/8/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 6)
neste sexto episódio o protagonista Fabiano parece preferir a yoga à psicanálise, mas é por um bom motivo. Uma grande paixão surge, dessa vez essa é a pessoa certa! Se até o tarot confirmou, não tem como dar errado.
6/6/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 5)
Neste episódio, Fabiano reflete sobre religião, crença e espiritualidade. Além de indagar à Alice acerca da necessidade de as pessoas criarem fantasias, perpassando pela futilidade das redes sociais e ancestralidade até a sua infância.
5/30/2023 • 0
#166 – Antropoceno: quando a humanidade é assunto da geologia
Antropoceno é uma palavra que se tornou mais popular nos últimos anos, já que as ações humanas são centrais para determinar as mudanças climáticas desta era que vivemos. O tema é tratado pelas diversas ciências, em colaboração ou não, como vemos no episódio
5/19/2023 • 0
Meu divã interior (4o episódio)
Fabiano se interessa por uma de suas alunas de pós-graduação, tudo parece correr bem até não correr mais. São muitas diferenças, era evidente que não daria certo. E além disso, sempre aparece um ex pra atrapalhar… Mas ele não desiste e continua a sua busca por um amor.
5/17/2023 • 0
#165 – Paleoceanografia: Estudos sobre o passado do oceano trazem previsões para o futuro
Você sabe que é paleoceanografia? Pesquisadores da USP e da UFRGS explicam o que é, e como os estudos na área têm trazido respostas sobre os efeitos do aquecimento global na vida dos oceanos.
5/4/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 3)
Neste episódio Fabiano vivencia algumas desventuras amorosas arranjadas em um aplicativo de namoro. Entre risadas, músicas, cobras e lagartos ele conta que há de encontrar alguém que atenda as suas expectativas.
5/2/2023 • 0
#164 – Emergências: Crise da COVID e Gabinete Paralelo (ep. 5)
Neste último episódio da série, Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre o papel da comunicação na construção da compreensão da crise da COVID-19 no Brasil e sobre o surgimento de um grupo influente conhecido como Gabinete Paralelo.
4/20/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 2)
Fabiano continua sua busca por uma solução para seu problema de insônia. A medicação prescrita pelo seu médico não fez efeito. Buscando relaxar, Fabiano se aventura em uma viagem ao litoral, lá ele conhece Márcia.
4/19/2023 • 0
#163 – Emergências: uma série sobre Governança, Risco e Comunicação (Ep. 4)
Neste episódio falamos sobre como as pessoas percebem fenômenos naturais que deflagram desastres socialmente construídos
4/6/2023 • 0
Meu divã interior (episódio 1)
Este é o primeiro episódio de Meu divã interior, um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp. Você vai conhecer Fabiano, alguém em constante procura de um amor que ainda não encontrou e que segue atravessado pela angústia de uma persistente insônia.
3/31/2023 • 0
#162 – Adolescência
Adolescência é uma nova série do Oxigênio, que trata de descobertas científicas que podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa fase da vida.
3/24/2023 • 0
#161 – Mudanças Climáticas e as Implicações do Relatório do IPCC: Episódio 2
Esta é a segunda parte do episódio Mudanças Climáticas e as Implicações do novo Relatório do IPCC (2021-2022). Destaque para as contribuições de David Lapola (Cepagri/Unicamp) e Patricia Pinho (IPAM) ao último relatório, para os efeitos das mudanças climáticas no bioma amazônico e para o papel do Brasil no combate às mudanças climáticas.
3/9/2023 • 0
#160 – Emergências: Governança, Risco e Comunicação – Ep. 3: Desinformação e Jornalismo Científico
Neste terceiro episódio da série Emergências: Governança, Risco e Comunicação, a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre desinformação, principalmente sobre vacinas, e sobre como a Rede Globo e a Rede Record transmitiram informações científicas sobre a pandemia nos principais telejornais de domingo.
2/10/2023 • 0
#159 – O mundo em 10 anos – Trabalho, juventudes e oportunidades
Conheça o podcast “O mundo em 10 anos”, para quem é curioso pelo futuro e quer saber o que pesquisadores e cientistas têm a dizer sobre as transformações que vão afetar a nossa vida. Produzido e apresentado por Luís Botaro, este primeiro episódio é sobre trabalho, juventudes e oportunidades e traz a economista Denise Guichard Freire, o economista Marcelo Manzano e a socióloga Julice Salvagni para falar sobre o mercado de trabalho para os jovens e temas como digitalização e plataformização do trabalho, empregos informais, Indústria 4.0 e Quarta Revolução Industrial, além de analisar como governos e empresas podem preparar os jovens para esse futuro.
ROTEIRO DO EPISÓDIO
Luís: Você já parou pra pensar como vai ser o mundo daqui 10 anos? Eu imagino que sim, porque se tem uma coisa que todo mundo é um pouco, é curioso. É a nossa curiosidade, inclusive, que move coisas incríveis como a ciência. Se hoje a gente usa o celular pra ouvir um podcast ou assistir um tiktok, é porque muitos curiosos, que depois se tornaram estudiosos e cientistas, trabalharam pra que isso fosse possível. A ciência tá até mesmo nas coisas que a gente nem percebe logo de cara: pra que um país saiba qual região vai precisar de mais abastecimento de água daqui a 5 anos, e você não fique sem tomar banho no dia de uma festa ou de uma entrevista de emprego, muitos conhecimentos precisam ser mobilizados, como a geografia, a física, a demografia, a engenharia e muito mais. Então, se você gosta de saber como as coisas funcionam e como elas podem se transformar ao longo do tempo, você tá no podcast certo.
Meu nome é Luís Botaro, e nesse primeiro episódio de “O mundo em 10 anos”, eu chamei alguns especialistas para conversar sobre um tema muito importante, especialmente para os jovens que tão chegando agora na vida adulta: o trabalho. Por quais transformações a gente deve passar nos próximos anos? E os jovens, eles estão preparados pra elas? E quem vai ser mais afetado pela digitalização do trabalho? E os salários, estão melhorando ou estão piorando?
Pra começar, eu quero que você imagine comigo dois personagens fictícios, mas que são baseados em dados reais sobre os jovens do Brasil.
O primeiro é o Miguel, um jovem de classe baixa que terminou o ensino médio em atraso, já com 19 anos, e nem chegou a prestar o vestibular. Na pressa pra conseguir emprego, ele já trabalhou em um shopping e um supermercado, ocupações temporárias, mas que já ajudaram a juntar dinheiro para dar entrada em uma moto e começar a trabalhar como entregador por aplicativo — uma função que, segundo ele, “é mais cansativa, mas pelo menos garante algum dinheiro o ano todo”.
E a gente também tem a Júlia, que é de uma família que tem uma renda um pouco melhor. A Júlia terminou o ensino médio com 17 anos e até prestou o vestibular de uma universidade pública, mas não passou. A sua família também não tem como bancar uma universidade particular, já que ela tem mais dois irmãos que, inclusive, ela cuida por meio período enquanto os pais estão no trabalho. Ela também já trabalhou no shopping no fim de ano e, de vez em quando, faz alguns freelas num buffet de festas infantis. A Júlia sabe que, em algum momento, vai fazer faculdade, já que tem estudado para o vestibular, mas enquanto isso não acontece, ela observa de longe alguns amigos que já estão indo para o segundo ano de curso.
Com o Miguel e a Júlia, a gente tem exemplos do que mostram vários dados sobre juventude e o trabalho no Brasil.
O IPEA, vinculado ao governo federal, mostra em um relatório de 2020 que a inserção de jovens no mercado de trabalho é marcada por entradas e saídas frequentes, geralmente em ocupações informais e que pagam pouco — algo que os dois personagens têm em comum.
O mesmo relatório mostra que a taxa de desocupação dos jovens, ou seja, o desemprego, é maior do que na população em geral. Além disso, em 2019, cerca de 30% dos jovens entre 18 e 24 anos não estudavam e não trabalhavam,
2/2/2023 • 0
#158 – Emergências: Governança, Risco e Comunicação – Ep. 2: Obstáculos e perspectivas para as Ciências
Neste episódio Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre dificuldades da ciência ao longo da história e sua relação com alguns governos ao longo do tempo. Elas conversaram com o professor Marko Monteiro, um dos líderes do grupo de pesquisa CIRIS, que investiga Governança, Riscos e Comunicação no Brasil.
12/8/2022 • 0
#157 – Velhices digitais
Em entrevista para a Mayra Trinca, Cíntia Liesenberg, conta um pouco sobre o que encontrou em sua pesquisa sobre a relação dos idosos com o mundo digital que aparece em matérias da revista Longeviver.
12/1/2022 • 0
# 156 – “Morreu de velho não existe”
O episódio #156 trata dos processos do envelhecimento, que a velhice é muito heterogênea no Brasil, e que as condições de vida influenciam muito em como a velhice vai ser experienciada por cada pessoa dependendo de sua condição socioeconômica. E que a idade pode trazer novas e boas experiências, novas atitudes em relação à vida e aos relacionamentos.
11/19/2022 • 0
#155 – Vida com Saúde – ep. 3 : Câncer de mama: da ciência à prática clínica
Falamos muito da importância da ciência, mas qual é o impacto dela na vida das pessoas? Neste episódio, vamos entender como as descobertas científicas relacionadas ao câncer de mama se aplicam no dia a dia da prática clínica e permitem uma melhor qualidade de vida às pessoas diagnosticadas. Conversamos com a oncologista Debora Gagliato e com a produtora de conteúdo Jussara Del Moral.
11/10/2022 • 0
#154 – Emergências: uma série sobre Governança, Risco e Comunicação
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre o oitavo workshop realizado pelo GEICT, o Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia da Unicamp, realizado em parceria com o grupo CIRIS, dedicado a pesquisar Governança, Risco e Comunicação a partir da crise da COVID-19.
10/31/2022 • 0
#153 – Emergência climática e as implicações do Relatório do IPCC (ep. 1)
O sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC foi lançado no primeiro semestre deste ano. Conhecido por AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) ele foi produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). No final de 2022 ou início de 2023 está prevista a publicação de uma síntese dos principais destaques de todo o relatório. Leandro Magrini entrevistou dois pesquisadores brasileiros que participaram da elaboração do relatório, que são a Patrícia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o IPAM e o David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o Cepagri, da Unicamp. Os dois apresentaram para o Oxigênio algumas constatações do documento e já sugerem algumas medidas para mitigação das causas das mudanças climáticas, quanto de adaptação. Este episódio foi dividido em duas partes.
ROTEIRO
Leandro Magrini: “É pior, muito pior do que você imagina. A lentidão da mudança climática é um conto de fadas, talvez tão pernicioso quanto aquele que afirma que ela não existe, e chega a nós em um pacote de ilusões reconfortantes: a de que o aquecimento global é uma saga ártica, que se desenrola num lugar remoto;
de que é estritamente uma questão de nível do mar e de litorais, não uma crise abrangente que afeta cada canto do globo, cada ser vivo;
de que se trata de uma crise do mundo natural, não do humano;
de que vivemos hoje de algum modo acima ou no mínimo protegidos da natureza, não inescapavelmente dentro dela e literalmente sujeitados a ela;
de que a riqueza pode ser um escudo contra as devastações do aquecimento; de que a queima de combustíveis fósseis é o preço do crescimento econômico contínuo; de que o crescimento e a tecnologia que ele gera nos propiciarão a engenharia necessária para escapar do desastre ambiental; de que há algum análogo dessa ameaça, no longo arco da história humana, capaz de nos deixar confiantes de que sairemos vitoriosos dessa nossa medição de forças com ela. Nada disso é verdade!”
Leandro Magrini: Esse é um trecho da abertura do livro “A Terra Inabitável: uma história do futuro”, de autoria do jornalista David Wallace-Wells, publicado originalmente em inglês em 2019, e traduzido para o português no mesmo ano. De 2019 para cá, apesar de estarmos falando de apenas 3 anos, podemos observar com nossos próprios olhos e também tomar conhecimento das constatações inequívocas da ciência, de que as consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas - mais adequadamente nomeada como Crise ou Emergência Climática - estão ficando mais severas a cada ano. Nos últimos anos tivemos recordes sucessivos de eventos climáticos extremos e catástrofes por todo o planeta...
Fernanda Capuvilla: Em meados de 2021, e neste ano, no final de fevereiro e na primeira semana de abril, tivemos a publicação, respectivamente, das três partes (ou volumes) do Sexto Relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Esse relatório, também conhecido como AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) é produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). O 1º grupo se dedica às bases físicas das mudanças climáticas, ou seja, a parte de meteorologia e de modelagem da mudança do clima; o 2º grupo estuda a adaptação e as vulnerabilidades às mudanças climáticas; e o grupo 3 trata da mitigação das causas das mudanças climáticas, ou seja, da redução das emissões de gases de efeito estufa.
Leandro Magrini: Ao longo de dois episódios conversaremos com dois dos autores brasileiros do novo relatório do IPCC sobre as mensagens principais do relatório e suas implicações para o Brasil, com maior atenção para a Floresta Amazônica e para o mundo. Os convidados são Patricia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o IPAM; e David Lapola,
10/15/2022 • 0
#152 – Vida com Saúde – episódio 2: ‘Não tente enfrentar tudo sozinho’
O suicídio é um fenômeno complexo, tem diversos fatores envolvidos e é um grave problema de saúde pública. Por isso, é preciso olhar para as muitas variáveis que levam à maior ou menor incidência do caso em grupos específicos. Neste episódio, o foco é na relação do suicídio com as condições socioeconômicas, sendo que as pessoas mais vulneráveis são as que estão em maior risco. Conversamos com a pesquisadora Daiane Machado, da Universidade de Harvard e Fiocruz/Bahia, e com a doutora em psicologia pela USP Karen Scavacini.
Ludimila
Este episódio da série Vida com Saúde vai tratar de temas difíceis, como depressão e suicídio. Ao falar desses temas, nossa expectativa é trazer ideias de como superá-los. Mas se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir esse conteúdo. Talvez, seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, você pode buscar apoio emocional no Centro de Valorização da Vida pelo telefone 188, em que voluntários vão te ouvir de forma sigilosa e anônima.
Relato anônimo
Eu estava com 33 anos de idade. Tinha acabado de me separar de um casamento de 7 anos, meus dois filhos eram pequenos e eu trabalhava de forma autônoma. Não foi um planejamento racional - algo que partiu de um plano estruturado -, mas uma reação visceral para encerrar uma dor que beirava o desespero.
Ludimila
O suicídio é um grave problema de saúde pública e muitas mortes por suicídio podem ser evitadas. Falar sobre esse tema é difícil, mas também é necessário e possível. Abordar o suicídio de forma correta e respeitosa pode, sim, salvar vidas. É por isso que esse episódio começa com um relato de uma pessoa que depois de oito anos do ocorrido, nunca mais pensou nisso. Essa pessoa preferiu não ser identificada, então a voz que você ouviu aqui é da Letícia Naísa, que vai narrar, ao longo do episódio, alguns trechos do depoimento que foi escrito pra gente.
Ludimila
Não é à toa que estamos falando de suicídio em um podcast sobre saúde. Muito relacionado à saúde mental, esse fenômeno é complexo, envolve aspectos sociais, culturais, psicológicos e diferentes fatores individuais, que é impossível dimensionar. E tudo está dentro de um grande guarda-chuva, que é o da saúde integral.
Nesse sentido, a campanha Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio, dá maior visibilidade ao tema, que ocorre muito mais do que imaginamos. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, no mundo, 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Só no Brasil, foram 14.540 registros em 2019, ou seja, quase 40 suicídios por dia.
Como já mencionamos aqui, o suicídio é um fenômeno complexo e tem vários fatores envolvidos. Mas estudos populacionais têm mostrado que desigualdade social, baixa renda, desemprego e baixa escolaridade influenciam na ocorrência desses casos. E é especialmente sobre como as condições socioeconômicas influenciam na incidência de suicídio que vamos falar nesse episódio.
Meu nome é Ludimila Honorato e esse é o Vida com Saúde, um podcast de encontro entre pessoas e saúde pelas lentes da ciência. Essa temporada tem parceria com o podcast Oxigênio.
Daiane
A desigualdade social, o desemprego e a baixa renda influenciam na ocorrência de suicídio de várias formas. Primeiro que todos esses fatores impactam no indivíduo de forma direta e indireta, tanto em termos psicológicos impacta na autoestima, no senso de merecimento, ocasionando uma situação de estresse e preocupação constante. E os sujeitos, nessas circunstâncias, podem se sentir em risco extremo, o que de fato estão.
Ludimila
Essa análise é da psicóloga Daiane Machado, mestre e doutora em saúde coletiva, saúde populacional e epidemiologia. Ela estuda o suicídio há mais de dez anos e atualmente é pesquisadora do tema na Universidade de Harvard e no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos par...
10/3/2022 • 0
#151 – Dicionários temáticos: significados além das palavras
O episódio trata do papel de dois dicionários temáticos na divulgação ciência, promoção de debates e estímulo ao conhecimento. O Oxigênio entrevistou José Luiz Ratton, um dos organizadores do "Dicionário dos Negacionismos no Brasil", e Sônia Corrêa e Rodrigo Borba, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsáveis pelo dicionário "Termos Ambíguos do Debate Político Atual". Os verbetes dos dois dicionários foram produzidos por especialistas em diferentes áreas.
9/28/2022 • 0
#150 – Divulgadoras científicas enfrentam o machismo nas redes sociais
Diariamente, divulgadoras científicas enfrentam o machismo nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar. Neste episódio, o Oxigênio ouviu relatos das divulgadoras Sara Tatiane, historiadora e mestranda na UFMG, Ariel Strauss, estudante de Geografia na UFF, Yanna Martins, astrônoma e doutoranda no Observatório do Valongo, da UFRJ, e Lucy Souza, bióloga e doutora em paleontologia.
ROTEIRO
Voz masculina 1: Pediria, por favor, para pronunciar corretamente alguns nomes.
Voz masculina 2: Só acho que você deveria usar uma máscara para cobrir o rosto, pois a sua beleza estava desviando a minha atenção.
Voz masculina 1: Estranho seria alguém que se veste assim não ter depressão.
Dimítria Coutinho: Esses são alguns comentários deixados por homens em conteúdos de divulgação científica feitos por mulheres nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar.
Sara Tatiane: Muitas vezes os problemas que eu tinha não era os problemas que os rapazes tinham. Muitas vezes, eles estavam preocupados com o engajamento, com outras coisas e a gente tinha tantas outras coisas para preocupar: é a roupa que a gente estava usando, porque a gente se culpava sobre isso porque as pessoas comentavam isso nos comentários. A nossa própria voz. Eu percebi isso, foi muito frustrante, que as pessoas não estão acostumadas a ouvir em mulheres e a entonação da voz, a sua voz, era irritante para eles. "Ai que voz fina que voz, que voz isso, você não está arrumado o suficiente ou você está arrumada demais", sabe? E eu vi as meninas se culpando, 'questionando sobre isso no Twitter ou às vezes no nosso próprio grupo falando, e os rapazes: "nossa por que que as pessoas estão preocupados com isso?". Elas não estão, é porque você é mulher, né? Então acaba que sempre vai ter alguma coisa que não é interessante para elas. Acaba que os comentários que eu recebo das mulheres são totalmente diferentes dos comentários que eu recebo dos homens, né? Normalmente os meus vídeos, eles são muito longos. Então é entre 30 e 40 minutos e de 30 a 40 minutos eu falando sem parar muitas vezes o comentário que os homens deixam são relacionados a minha aparência ou corrigindo alguma coisa, e normalmente essa correção não tem nada a ver com o que eu falei, ou eu nem disse aqui aquilo, ou às vezes repetindo o que eu falei com outras palavras, sabe? Eu sinto que o público masculino ele tem uma necessidade de afirmar sobre as mulheres muito forte o conhecimento deles, a opinião deles, então não vai ter um vídeo de conteúdo que eu não vou postar em que algum homem tem alguma consideração a fazer.
Dimítria Coutinho: Eu sou Dimítria Coutinho, e no episódio de hoje você vai ouvir relatos de mulheres que divulgam ciência nas redes sociais e enfrentam o machismo diariamente.
Dimítria Coutinho: Quem falou agora há pouco é a Sara Tatiane, historiadora, mestranda na UFMG e divulgadora científica no Twitter, onde tem quase 2 mil seguidores, e no YouTube, no canal Plein Air, com mais de 3 mil inscritos. Além dos comentários machistas que ela recebe do público, a cientista conta que o problema é tão estrutural que vem, por vezes, até da própria comunidade de divulgadores. Quando comentou a adentrar esse universo, a Sara conta que teve bastante apoio, começou a participar de grupos de WhatsApp nos quais outros divulgadores já mais renomados ajudavam os ingressantes com dúvidas técnicas e de engajamento. Mas o que parecia ser um ambiente acolhedor, acabou se mostrando um ambiente tão machista quanto aquele que ela já estava acostumada a vivenciar na Academia.
Sara Tatiane: Que foi um episódio sexual, sabe? Por parte de um dos divulgadores, e não era um divulgador comum, por assim dizer,
9/23/2022 • 0
#149 – Vida com Saúde – episódio 1: ‘Feliz com esclerose múltipla’
O podcast Vida com Saúde estreia no Agosto Laranja, mês de conscientização da esclerose múltipla. Neste episódio, vamos conhecer a história de Gustavo San Martin, de 35 anos, um administrador de empresas, pai, filho e irmão protetor que foi diagnosticado com a doença em 2011 e ressignificou essa nova identidade em duas associações de pacientes.
8/26/2022 • 0
#148 – Como você se desloca na sua cidade?
O deslocamento das pessoas pelos centros urbanos é sempre uma preocupação, não só para os cidadãos, mas para o poder público, que deve fornecer o melhor tipo de transporte para a população, sejam os ônibus, trens, metrô. Neste último episódio da série Cidades, o Oxigênio mostra algumas das opções de transporte coletivo, e como é o sistema em Campinas. Os entrevistados foram o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas e a Renata Pereira, mestra em sustentabilidade e estudou justamente a mobilidade urbana sustentável em Campinas. Quem produziu esse podcast foram a Bianca Bosso, o Luís Botaro e a Mariana Meira, estudantes do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, da Unicamp.
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Roteiro
Bianca Bosso: Quanto tempo você gasta no trânsito diariamente?
Essa resposta pode variar bastante dependendo da sua cidade, do tipo de transporte que você usa e da distância entre sua casa e os locais onde você trabalha, estuda e se diverte.
E pra entender quais são os fatores que influenciam essa resposta, nós entrevistamos especialistas e pesquisadores que vão falar um pouco sobre mobilidade urbana, mais especificamente na cidade de Campinas, no interior de São Paulo.
Eu sou a Bianca, e esse é um episódio especial da série “Cidades” pro podcast Oxigênio. É com você, Luis!
Luís Botaro: Pra começar nossa discussão sobre mobilidade urbana em Campinas a gente decidiu trazer alguns dados disponibilizados pela plataforma Moovit.
Esse serviço atua na cidade oferecendo informações que ajudam os usuários do transporte público a descobrir os horários e as rotas dos ônibus e também o tempo de espera.
Em média, as pessoas levam 49 minutos para completar uma viagem de ônibus. E nessa conta, a gente ainda pode adicionar o tempo de espera pelo ônibus, que é de cerca de 26 minutos.
Somando isso tudo, desde o momento em que a pessoa sai de um ponto até o momento em que ela chega no destino, ela leva em média 1 hora e 15 minutos. E se a gente considerar que ainda tem a volta, são pelo menos 2 horas e meia de transporte por dia. Bastante tempo, né, Mariana?
Mariana Meira: Pois é, Luís! Mas olha, esses números são um pouco diferentes dos dados apresentados pela EMDEC, Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas. Ela é quem atua em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes e quem tem a concessão dos ônibus coletivos municipais. E segundo um relatório que ela publicou em 2019, esse tempo de viagem seria 9 minutos mais curto: ou seja, levaria 40 minutos no total.
Só que esses dados do relatório são baseados em uma pesquisa de 2011 - 11 anos atrás - e por isso não refletem com exatidão a situação atual em uma metrópole que já mudou muito.
Bianca: A boa notícia é que esse tempo pode mudar bastante com a implantação do BRT, uma sigla que quer dizer Ônibus de Trânsito Rápido. Esse projeto está sendo implantado em Campinas desde 2016, e a expectativa pra conclusão da obra não para de crescer na cidade, já que a previsão inicial era o final de 2020.
Só que antes de falar sobre prazos, me fala, você sabe exatamente o que é o BRT?
Luís: Para entender do que se trata esse projeto, a gente chamou o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas. Na primeira resposta, ele explicou o que é o BRT e como ele vai funcionar na cidade. Vamos ouvir o que ele disse:
Fernando Ribeiro: O BRT, atualmente em obras, será constituído de dois corredores principais, Ouro Verde e Campo Grande, que farão a ligação dos respectivos distritos ao Terminal Central, e também será constituído do Corredor Perimetral, que ligará os dois corredores principais.
O BRT, ele está localizado nesta região específica de Campinas para atender dois dos maiores fluxos de transporte coletivo da cidade, que conectam os distritos ao centro e vice-versa. Então,
7/15/2022 • 0
#147 – Veredas do Tietê
O episódio #147 trata de histórias e curiosidades do Tietê, esse importante rio que corta praticamente todo o estado de São Paulo e que tem uma presença marcante na capital paulista. Um rio que já serviu para nado, competições de remo, pesca, navegação, extração de pedras e areia para construção, esgoto, que é muito lembrado pela poluição, mas que em determinados trechos é limpo e ainda tem uso recreativo.
7/7/2022 • 0
# 146 – Sotaques variados dão o tom da língua brasileira
A forma de falar o português em algumas cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais, com o erre forçado, o caipirês, está perdendo espaço mesmo nessas localidades, segundo a pesquisa de Lívia Carolina Baenas. O aumento da escolaridade das pessoas, o avanço da tecnologia e da internet contribuíram com esse processo. No Brasil, assim como em outros países, as diferentes regiões adotam diferentes dialetos e com a migração pelos estados, ocorre tanto o estranhamento como a incorporação de novas palavras ou modos de falar, ou seja a língua é viva, sofre mudanças ao longo do tempo, e para as pessoas que vivem nas cidades, é preciso se adaptar aos diferentes sotaques. É disso que trata esse episódio, o terceiro da série Cidades, uma atividade da Oficina de Multimeios, do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor. A produção do episódio é de Fernanda Cruz, Luciene Telli e Patrícia Bellas, alunas do curso. A edição foi feita por Rafael Oliveira, bolsista do Programa PAPI, do Serviço de Apoio ao Estudante.
6/24/2022 • 0
#145 – Ocupação da cidade para o bem-estar
Ocupar os espaços públicos é importante para garantir sua manutenção, segurança e melhorias. Fazer atividade física é fundamental para manter a saúde. Para algumas condições crônicas, como o diabetes, a prática de exercícios é ainda mais relevante. Então, juntar as duas coisas, ou seja, praticar atividade física visando a prevenção ou o tratamento do diabetes ao mesmo tempo em que se ocupa a cidade é o que fazem os entrevistados deste episódio.
6/2/2022 • 0
#144 – Série cidades – Astrocity: Os efeitos da poluição luminosa para a astronomia
O primeiro episódio da série Cidades trata do tema da Poluição Luminosa, fenômeno causado pelo excesso de luzes acesas nas casas, edifícios, ruas ou escape de iluminação e que impede que se veja o céu noturno e os astros. A poluição luminosa pode afetar a saúde humana, colocar em risco a biodiversidade e ainda gera custos desnecessários para as cidades.
Este é o primeiro episódio do Astrocity, um podcast que está sendo criado por alunas do curso de Especialização em Jornalismo Científico, do Labjor/Unicamp, associado ao Oxigênio.
Tânia Dominici: Tem um fato que aconteceu, um blackout na Califórnia em 1954 e aí os telefones de emergência começaram a ser invadidos pelas pessoas ligando que tinha uma coisa no céu, que tinha um negócio no céu. E era a Via Láctea, né? As luzes da cidade tinham apagado por causa do blackout e as pessoas estavam vendo ali o centro da nossa galáxia, que é onde tem um adensamento maior de estrelas e regiões de gás, de poeira. As pessoas nunca tinham visto e acharam que aquilo era um óvni, um efeito perigoso. A gente perdeu a conexão com o céu noturno que foi base do nosso desenvolvimento tecnológico: contar o tempo, se localizar, começar a pensar ambientes com processos físicos que não são reprodutíveis no planeta pra entender melhor a física do universo. E a gente tá se desconectando disso.
Dimítria Coutinho: Uma das grandes culpadas por essa nossa desconexão com o céu noturno é a poluição. Mas não é o tipo de poluição que a gente está mais acostumado a ouvir, como das águas, do ar ou até a visual. Aqui, estamos falando da poluição luminosa. Você já ouviu esse termo? É difícil pensar que a luz pode ser um poluente, né?
Greta Garcia : É difícil mesmo… mas na prática você, que mora em uma metrópole, já olhou pro céu à noite e só viu escuridão? E quando viajou para alguma cidade no interior do seu estado, conseguiu observar o céu estrelado?
Dimitria: E você, que vive em cidades menores e afastadas de grandes centros urbanos, que está acostumado a observar o céu iluminado pelos astros todas as noites: já viajou para alguma metrópole e, quando olhou para cima, não enxergou nada além de escuridão?
Tânia Dominici: A poluição Luminosa é toda luz utilizada para além do seu objetivo. Então se você vai iluminar um local, mas essa luz escapa para outras para as redondezas ou se essa luz é excessiva para sua aplicação, você provoca a poluição Luminosa. Em particular, a gente na Astronomia se preocupa com a luz que é emitida acima da Linha do Horizonte. Então aquela luz artificial que vai na direção do céu, que não tem utilidade nenhuma para vida humana, mas que apaga as estrelas, apaga a visão do céu noturno.
Dimítria: Eu sou Dimítria Coutinho.
Greta: E eu Greta Garcia.
Dimitria: Você está ouvindo o primeiro episódio do Astrocity, um podcast sobre a astronomia nas cidades. Bem-vindo!
Greta: No episódio de hoje você vai entender porque a poluição luminosa é um problema para a observação do céu noturno.
Dimitria: Como você ouviu agora na fala da Tânia Dominici, astrofísica e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, o uso incorreto de iluminação artificial nas cidades interfere na observação do céu noturno e, consequentemente, no estudo dos astros.
Thiago Gonçalves: Eu acho que, de uma forma geral, em termos de tipos de ciência, todas as áreas da astronomia são afetadas, porque você tá apagando tudo que tá fora da atmosfera, que é justamente o objeto de estudo da astronomia.
Greta: Quem acabou de falar é o Thiago Gonçalves, astrofísico da Sociedade Astrológica Brasileira. Esse impacto que ele mencionou aparece também num estudo publicado na revista Science em 2016, que estimou que o excesso de luz artificial durante a noite impede um terço da população mundial de enxergar a Via Láctea. Mas ter céus menos estrelados é apenas um dos prejuízos causados pela poluição luminosa.
Dimítria: Para a sociedade, a poluição luminosa afeta a saúde humana porque...
5/20/2022 • 0
# 143 – Aporofobia: Rechaço, preconceito e hostilidade ao pobre
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Fernanda Capuvilla falam sobre o significado da palavra Aporofobia na vida cotidiana de pessoas em situação de rua no espaço urbano. Elas conversaram com o padre Julio Lancellotti que constantemente denuncia espaços hostis, com o professor Raimundo Ferreira Rodrigues que já esteve em situação de rua e hoje é doutorando em educação pela Universidade Federal do Tocantins e com a arquiteta Débora Faria que pesquisou sobre arquitetura hostil em seu projeto de mestrado.
5/5/2022 • 0
# 142 – Por trás da conta de luz: o futuro do setor elétrico – parte 2
A energia elétrica no Brasil é cara. Nesta segunda parte do Episódio Por trás da Conta de luz, a meteorologista Alessandra Amaral fala como as crises hídricas são em parte responsáveis por essa conta, mas também porque falta estímulo à modernização do sistema elétrico nacional, o que inclui inovação tecnológica, investimento em energias renováveis e expansão das linhas de transmissão.
4/25/2022 • 0
#141 – Os impactos das hidrelétricas na Amazônia
Você sabe quais podem ser os impactos da construção de uma usina hidrelétrica na região da Amazônia? Pois é, não são poucos e para esclarecer sobre esse tema, nós conversamos com alguns especialistas que nos mostraram como essa questão envolve estudos e análises de diferentes áreas das ciências e como está relacionada com o dia a dia de todos nós e com a vida de futuras gerações.
4/8/2022 • 0
#140 – Por trás da conta de luz: compra e venda de energia
Você sabe quais são os principais desafios do aumento inevitável do consumo de energia elétrica? O que é e como funciona o mercado de energia brasileiro? Qual a relação entre crescimento econômico, consumo de energia elétrica e custo energético? Essas e outras questões sobre produção, compra e venda de energia serão respondidas no episódio.
3/26/2022 • 0
#139 – Precisamos falar sobre a morte (com as crianças)
A partir de uma conversa com a autora de um livro para crianças, que fala sobre a passagem do tempo e sobre a morte e com duas psicólogas sobre o uso de textos literários com a finalidade de ajudar uma pessoa a enfrentar uma dificuldade, as repórteres Laís Toledo e Mayra Trinca e o colaborador Diogo Ambiel Facini produziram este episódio sobre como e por que conversar com as crianças a respeito da morte.
2/18/2022 • 0
#138 – Anorexia nervosa, gordofobia e redes sociais
O episódio trata de um tema de extrema relevância na sociedade, que é a anorexia nervosa. Associamos a doença que atinge uma grande parte das pessoas, à gordofobia, que pode ser um dos gatilhos para levar à anorexia e outros transtornos alimentares. E qual o papel das redes sociais nisso?
2/3/2022 • 0
#137 – Latim? Morreu, mas passa bem
Você já se perguntou de onde vêm aquelas palavras utilizadas em tribunais que muitas vezes quase não conseguimos pronunciar? E quanto a um nome científico de alguma espécie de animal nova? A utilização do latim permeia o nosso cotidiano e fazemos o uso dessa língua constantemente. Mas o que muitas vezes passa despercebido é que a atribuição de nomes científicos tem um motivo fundamentado e o uso dessa língua antiga, que é a mãe do nosso idioma, também é corroborado no meio jurídico nacional.
Embora seja senso comum dizer que o latim é uma língua morta, neste episódio convidamos a Aline Tomás, Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Goiás e que atua hoje na Vara de Família de Anápolis para falar sobre a importância da utilização do latim em procedimentos jurídicos e o Rafael Rigolon, biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa, a UFV, para falar sobre o latim na ciência, e mostrar que essa língua, na verdade, está indo muito bem, obrigada. Quem vai navegar com a gente na evolução desse episódio nada macarrônico é a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas e o Luciano Pfeifer, professor de português jurídico na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Roteiro
ALINE TOMÁS: Então a pessoa recebe a sentença e diz assim: Ganhei ou perdi? Preciso ligar para o meu advogado.
MAYRA TRINCA: Alô!
JOÃO BORTOLAZZO: Oh, Dra. Tudo bem? Queria saber se meu processo andou.
MAYRA: Saiu decisão. Mas, o juiz não concedeu a liminar porque não conseguimos comprovar o periculum in mora.
JOÃO: Não entendi nada, Dra. Tá falando grego?
MAYRA: Grego não, é Latim. .
Vinheta do Oxigênio
JOÃO: Eu sou o João Bortolazzo.
MAYRA: E eu sou a Mayra Trinca. No episódio de hoje, vamos falar sobre o Latim, a língua que deu origem ao Português. E nossas perguntas são: como e por que ela continua sendo usada?
JOÃO: O latim é uma língua muito antiga, mas muito antiga mesmo, mas que se mantém presente no nosso dia-a-dia até hoje. Muitas vezes nem percebemos, mas o latim está em termos jurídicos, científicos, acadêmicos. Usamos alguns termos sem diferenciá-los da língua portuguesa, que deriva do Latim. Nós falamos com a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas pra saber da origem do Latim
ISABELLA CARDOSO: Os primeiros indícios de língua latina registrados, em inscrições, perto do século sétimo antes de Cristo. Aliás é uma fivela, em que está escrito “Manio me fez para Numério”. Então uma marca registrada de quem era o dono da fivela e quem tinha feito. Começa no século sétimo antes de Cristo, é a chamada Fivela de Prenestria, a Fíbula Prenestina.
MAYRA: Antes mesmo do século 7 antes de Cristo, o latim já tinha começado a se desenvolver, mas era uma língua sem muitos registros escritos, já que era muito mais comum o uso oral da linguagem na época do que a escrita. Essa fase da língua ficou conhecida como Latim arcaico ou Protolatim.
JOÃO: Conforme as pessoas começaram a escrever e registrar a língua, ficou muito mais fácil manter regras e daí se originou o que se chama de Latim clássico, que era mantido principalmente pelos escritores eruditos antigos, legisladores e Estado como um todo.
MAYRA: Assim como no Português, a linguagem falada é diferente da linguagem escrita, e por isso, podemos observar a formação de dialetos. Com o Latim não foi diferente. E conforme o Império Romano se expandiu pela Europa toda, o Latim falado pelo exército, que era um Latim chamado Vulgar, foi ganhando adeptos em outros povos. E isso ajudou a manter a língua viva, né, Isabella?
ISABELLA: O que ajudou a manter a língua foram duas coisas, uma foi a política linguística que os romanos tinham a famosa pax romana, fala assim, tudo bem, olha eu conquistei você, você quer ser meu amigo?
11/18/2021 • 0
#136 – De olho no rótulo
Em outubro de 2020, foi aprovada pela Anvisa a nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, que entrará em vigor em outubro de 2022. Segundo a Agência, as mudanças vão melhorar a clareza e tornar mais legíveis as informações nutricionais dos rótulos dos alimentos e tem como objetivo auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes. Para entender o que vai mudar com a nova rotulagem e quais são os impactos esperados dessa mudança na indústria de alimentos e na segurança nutricional da população, a Ana Augusta Xavier e o Rafael Revadam ouviram a professora Cínthia Baú Betim Cazarin, que trabalha na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp na área de alimentos, nutrição e saúde, a Thalita Antony de Souza Lima, gerente geral de alimentos da Anvisa, e a Ana Paula Bortoletto Martins, que é consultora técnica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
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Roteiro
Ana Augusta Xavier: Oi. Pra começar o programa de hoje eu queria te convidar pra fazer um exercício. Na verdade é só pra puxar aí na sua lembrança a última vez que você foi no supermercado.
Bom, vou começar contando quando foi a minha última vez. Foi no sábado, eu tava na rua há horas, resolvendo um monte de coisa que a gente só tem tempo pra resolver no fim de semana. Passei no mercado super rápido pra pegar o que faltava pro almoço. Joguei tudo no carrinho, acho que nem demorei 20 minutos lá dentro… eu já não gostava muito de supermercado antes, agora com a pandemia, quanto mais rápido, melhor.
E você, conseguiu lembrar? Quanto tempo você costuma demorar no supermercado? E o que você leva em conta pra escolher os alimentos que vão pra sua casa?
Rafael Revadam: Marcas que já conhece? Preço? Qualidade? O que parece mais saudável? Ou aquele produto que tem coisas como Fit ou Artesanal escritas no rótulo? E por falar em rótulos, dá tempo de ler e entender o que está escrito neles?
Ana Augusta: Quando tem muitas opções do mesmo produto, eu geralmente escolho pelo preço, ou então pela qualidade, por exemplo, comprando alguma marca que eu já conheço e gosto. Mas claro, eu também tento comprar aqueles alimentos que eu acho que são mais saudáveis - na medida do possível né - mas nem sempre consigo identificar quais são só de olhar o rótulo. E isso que minha formação toda é na área de alimentos, hein...
Rafael: É, não entender os rótulos dos alimentos é algo muito mais comum do que deveria. Em uma pesquisa de 2016, feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, 40% dos mais de 2600 participantes responderam que têm dificuldade de compreender as informações dos rótulos.
Ana Augusta: Entre as principais dificuldades foram citadas, nessa ordem: a letra muito pequena, o uso de números e termos técnicos, a poluição visual e a necessidade de fazer cálculos pra ter alguma noção das quantidades dos nutrientes.
Rafael: Essa falta de compreensão da rotulagem é um problema grave, já que o rótulo é a forma de quem produziu o alimento se comunicar com o consumidor. O rótulo é tipo um currículo, que mostra as características nutricionais daquele produto, e então, com essa informação em mãos, a gente decide se contrata, quer dizer, se compra ou não determinado alimento. Um rótulo claro e fácil de entender permite que a gente faça escolhas mais saudáveis e adequadas ao nosso estilo de vida. Ou, se não quiser os produtos mais saudáveis, pelo menos tenha consciência do que está levando.
Ana Augusta: Foi pensando nisso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, reformulou a norma de rotulagem de alimentos no país. A nova norma, que vai entrar em vigor a partir de outubro de 2022, vai mudar bastante a cara de muitos produtos que vemos nas prateleiras do mercado. Mas calma que a gente vai explicar tudo daqui a pouco. Eu sou Ana Augusta Xavier.
Rafael: E eu sou o Rafael Revadam, e em comemoração ao dia mundial da alimentação que foi no último di...
10/21/2021 • 0
#135 – O lixo nosso de cada dia
Somos grandes produtores de lixo, principalmente nós, que vivemos nos centros urbanos. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2019 cada brasileiro produziu quase 400 quilos de lixo. No Brasil há uma Politica Nacional de Resíduos Sólidos, que preconiza, na verdade, a não geração e a redução desse tipo de resíduo. Mas como é impossível não gerar nada de lixo, a próprio PNRS prevê uma série de estratégias de gestão e gerenciamento consideradas adequadas para o destinho do resíduo, como por exemplo o encaminhamento para as cooperativas de reciclagem. Mas nem todos os resíduos sólidos terão esse destino, e a política para esse material não é tão simples. Neste episódio do Oxigênio você vai ouvir também sobre quais as possíveis formas da sociedade participar das decisões relativas aos resíduos sólidos. A Fernanda Capuvilla e o João Bortolazzo contam pra gente quais são. Eles entrevistaram o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a Áurea Aparecida Bueno, presidente na cooperativa Coreso em Sorocaba e o Rodrigo Sanches Garcia, promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo. A Ana Augusta Xavier também participou da produção das entrevistas e da elaboração do roteiro e os trabalhos técnicos foram realizados pelo Gustavo Campos e pelo Octávio Augusto Fonseca.
Roteiro
João: Oi, eu sou João Bortolazzo e sou um dos apresentadores do episódio de hoje. Eu não te conheço pessoalmente - embora tenha pensado em você pra produzir esse episódio - mas, se me pedissem pra adivinhar alguma atividade que você fez hoje eu diria que você... produziu lixo. Mas calma, que eu não tô te acusando de nada não. Na verdade tô, mas você não está sozinho ou sozinha, nessa.
Fernanda: Na verdade todos nós somos grandes produtores de lixo, né? Principalmente nós que vivemos em áreas urbanas. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostrou que, no ano de 2019, cada pessoa produziu em média 379 quilos de resíduos sólidos urbanos. Dá mais de 1 quilo de resíduo por dia, lembrando, por pessoa!
João: Sim, é muita coisa. E esse resíduo não “desaparece” magicamente depois que você tira ele de dentro de casa. Já parou pra pensar o que acontece depois do coletor ou da empresa de limpeza urbana levar o lixo embora? E aí, você se sente responsável por esse “lixo” que produz diariamente?
Fernanda: É sobre isso que vamos falar nesse episódio. O que são Resíduos Sólidos Urbanos, qual o nosso papel enquanto geradores desse lixo e como a sociedade em geral pode participar da gestão de todo esse material? Eu sou a Fernanda Capuvilla e esse é o Oxigênio.
[Vinheta do oxigênio]
João: Bom, vamos começar do começo. A gente comentou que todos nós geramos lixo, mas, de acordo com a legislação, o termo correto é resíduos sólidos. Os resíduos sólidos,
Marco Aurélio: Podem ser entendidos como materiais, substâncias, objetos, que resultam de atividades humanas em sociedade.
Fernanda: Esse é o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, que desenvolve pesquisas na área de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Ele explicou um pouco sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, estabelecida na Lei 12.305 de 2010.
João: A PNRS classifica os resíduos sólidos de acordo com a sua origem e periculosidade. Quanto à periculosidade eles podem ser, bem, não perigosos ou perigosos, sendo os perigosos aqueles que podem causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente.
Fernanda: Se considerarmos a origem dos resíduos, teremos diversas classificações. Nesse episódio nós vamos tratar dos resíduos sólidos urbanos, que são aqueles que englobam os resíduos domiciliares e os de limpeza urbana.
Marco Aurélio: eu costumo falar que o resíduo domiciliar a gente gera da porta pra dentro, e o que a gente eh eh gera da porta pra fora é limpeza urbana,
10/8/2021 • 0
#134 – É tudo mato? As plantas que não vemos
9/11/2021 • 29 minutes, 42 seconds
#133 – Extensão universitária pra quê?
A Extensão é um dos três pilares da universidade pública, ao lado do Ensino e da Pesquisa. Embora pouco divulgados, vários projetos de extensão são desenvolvidos todos os anos pelas instituições, estreitando as relações com comunidades vulneráveis, fortalecendo a formação em algumas áreas do conhecimento, promovendo troca de conhecimento entre o público acadêmico e pessoas, organizações, empresas que estão fora da universidade. A resolução do Ministério da Educação que estabeleceu que a partir de 2021 10% das atividades de graduação tenham que ser dedicadas à extensão universitária aumentou o interesse em saber o que é, para que serve e como se faz extensão.
Neste episódio do Oxigênio, a Rebeca Crepaldi e o João Bortolazzo trazem algumas respostas e falam de experiências que podem servir de modelo. As entrevistas do programa foram feitas com a professora Maria Cristina Crispim, da Universidade Federal da Paraíba, a doutoranda Luana Viana, chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto, a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem e com a Vitória Feijó Macedo e com o João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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Roteiro
Rebecca: João, você sabe qual é a contribuição da universidade pública para a sociedade?
João: Bom, até onde eu sei, na universidade pública os estudantes têm a oportunidade de adquirir conhecimento e sair capacitados para atuar em diversas profissões, das mais distintas áreas. Eles podem atuar em empresas, indústrias, hospitais, escolas, institutos de pesquisa, agências de comunicação… contribuindo de muitas formas para o desenvolvimento e geração de bem-estar e riquezas para o país.
Rebecca: Isso mesmo! Você está falando sobre o “ensino”, que é um dos pilares da universidade pública. Mas a universidade pública é composta por mais dois pilares: a pesquisa científica, que é a precursora do desenvolvimento do país, provendo tecnologias, patentes e estratégias, que vão desde a descoberta de um medicamento até a elaboração de planos de inclusão social; e a extensão, que através do trabalho prático dos alunos com professores e funcionários, presta serviços para a população em geral, oferece cursos e mais uma ampla gama de atividades.
João: Eu sou o João Bortolazzo.
Rebecca: Eu sou a Rebecca Crepaldi.
João: E, no episódio de hoje, nós vamos falar sobre a importância da extensão universitária, para o que ela serve, quem faz e quem participa dessas ações.
Rebecca: Para tratar desse tema, entrevistamos os alunos Vitória Feijó Macedo e João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; também conversamos com a Professora Maria Cristina Crispim, do projeto de extensão “Fossas Ecológicas”, da Universidade Federal da Paraíba. Além disso, falamos com a doutoranda Luana Viana, que é chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto e coordenadora do projeto “Pequenos Ouvintes”; por fim, conversamos com a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, responsável pelo “Cursinho Popular da Universidade Federal do Tocantins”.
João: Segundo o Artigo 206, parágrafo segundo, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Já no Artigo 207, a Constituição define que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e” que “obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
Rebecca: Em outras palavras, isso significa que a universidade deve ensinar, realizar pesquisas em todas as áreas do conhecimento e estender para a população o produto dessas ações, mantendo o interesse público e coletivo como característica principal.
8/26/2021 • 39 minutes, 4 seconds
#132 – Os mitos da caverna
Estruturas que despertam o interesse das pessoas há milhares de anos, as cavernas ainda hoje são importantes destinos turísticos, mesmo que não para todos os gostos. Nesse episódio, falamos um pouco sobre essas estruturas, como elas se formam e também sobre os cuidados necessários para a conservação e preservação desses espaços. Falamos também da conservação de outras formações geológicas e turísticas, como picos e morros, que são destinos explorados pelo Geoturismo além das cavernas. Nesse sentido, uma nova iniciativa vem ganhando força, os chamados Geoparques.
Para explorar todos esses assuntos, conversamos com a Thais Medeiros, geógrafa, e com o Thomaz Rocha e Silva, biólogo, que fazem parte grupos dedicados ao estudo das cavernas em suas diversas dimensões. E também com a Marina Ciccolin, geóloga, que é voluntária no projeto Geopark Corumbataí.
Vem com a gente escutar esse papo e bom episódio!
Thomaz: Que a gente tem uma riqueza de formações geológicas que precisam ser preservadas, isso é indiscutível.
Mayra: A gente escuta muito sobre biodiversidade e a importância de conhecer e preservar as inúmeras espécies de seres vivos, animais, plantas e até micro-organismos que existem no Brasil e no mundo.
Frederico: É verdade, mas quase não se fala sobre as rochas que formam nosso planeta e as diversas estruturas que elas podem formar. A esses diferentes tipos de rocha, com suas diferentes formas e composições, damos o nome de Geodiversidade.
Marina: A sociedade em si se preocupa muito com a preservação ambiental, mas quando a gente fala preservação ambiental, a gente pensa em árvores, a gente pensa em plantas, pensa em bichos em fauna, flora. A gente nunca pensa no que tem sustentando isso, sabe? A gente nunca pensa no que tem abaixo disso tudo. Então esse termo de geodiversidade, ele surge da emergência da gente ter que falar sobre isso, sabe? Ter que falar sobre a preservação do patrimônio geológico, porque se esse patrimônio geológico não está lá, se as rochas não tão lá, se a gente destrói a geomorfologia natural, a biodiversidade não vai se sustentar. Então a biodiversidade depende da geodiversidade, elas andam MUito juntas, se a gente altera a geodiversidade, se a gente vai em algum lugar e cava um buraco, faz uma mineração, a biodiversidade que vai que vai nascer lá depois não vai ser a mesma, não vai ser natural, né? Então são coisas que andam muito entrelaçadas e a geodiversidade não é muito abordada, né? As pessoas não conhecem muito sobre isso.
Mayra: Eu sou a Mayra Trinca
Frederico: E eu sou Frederico Ramponi, no episódio de hoje, vamos falar sobre algumas dessas formações, como e porque elas podem ser estudadas e algumas estratégias que surgiram para preservá-las.
[VINHETA OXIGÊNIO]
Mayra: As cavernas são ambientes com um certo ar de mistério, talvez pela falta de luz, pela presença de animais estranhos e meio assustadores como morcegos e aranhas ou ainda pela dificuldade de acesso nesses locais. Por isso, não surpreende que essas estruturas despertem a curiosidade das pessoas, o que leva muitas a se dedicarem a conhecer esses espaços.
Frederico: Mas, o que é exatamente uma caverna? As definições de cavernas podem variar bastante, mas, de maneira geral, são cavidades naturais no solo com tamanho suficiente para que uma pessoa adulta consiga entrar. Há quem considere que cavidades menores também podem ser cavernas, mas pra nossa discussão vamos assumir essa definição.
Mayra: O ambiente das cavernas é completamente diferente de qualquer outro ambiente não-cavernícola. O primeiro e principal motivo para isso é a ausência de luz, o que impede o desenvolvimento de plantas dentro da caverna. Assim, as interações entre os seres vivos que habitam esse local serão próprias dele. Normalmente, toda energia que sustenta a vida dentro da caverna, vem de fora dela. Um segundo fator é a formação rochosa em si, a caverna mesmo, que sofre processos de formação e evolução geológic...
7/8/2021 • 29 minutes, 26 seconds
#131 – Ainda é necessário usar animais para testar cosméticos?
O episódio de hoje trata de uma assunto polêmico: é ético fazer testes em animais para garantir a segurança dos produtos cosméticos utilizados pelos humanos? A animação Save Ralph, produzida pela organização Humane Society International, trouxe à tona essa questão e o Oxigênio resolveu investigar!
Para entender melhor, a jornalista Rebecca Crepaldi e a bióloga Fernanda Capuvilla entrevistaram dois convidados: Victor Infante, Doutor em Ciências Farmacêuticas com ênfase em medicamentos e cosméticos pela USP, e Ana Carolina Figueira, Doutora em Ciências na área de Física Aplicada Biomolecular, também pela USP, e, atualmente, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Espectroscopia e Calorimetria do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
A discussão, então, gira em torno da história da testagem em animais, do avanço da Ciência e da existência de testes alternativos para muitos experimentos!
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Rebecca: Quem usa as redes sociais, certamente ouviu falar ou assistiu nas últimas semanas, a animação “Save Ralph” que foi produzida pela Humane Society International. Trata-se de uma animação em stop-motion que conta a vida de um coelhinho de testes chamado Ralph.
Fernanda: “Save Ralph” é um curta escrito e dirigido por Spencer Susser, com a voz do ator Rodrigo Santoro para sua versão em português.
Na animação, Ralph relata o seu dia de trabalho, mas o que de fato chama a atenção são as condições nas quais o coelhinho se apresenta no vídeo, com a pele, orelha e olhos machucados. Isso sensibiliza os telespectadores em relação ao sofrimento dos animais, que passam a se questionar sobre a necessidade destas cobaias.
Rebecca: Mas, será que ainda precisamos utilizar os animais para fazer esses testes de segurança para o uso dos produtos cosméticos?
Fernanda: Eu sou Fernanda Capuvilla
Rebecca: E eu sou Rebecca Crepaldi
Fernanda: E no episódio de hoje vamos falar sobre testes em animais para produtos cosméticos e quais seriam as suas alternativas.
Rebecca: E para entender melhor sobre esse assunto, trouxemos dois convidados:
No primeiro bloco, vamos ouvir Victor Infante, graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São Paulo e Doutor em Ciências Farmacêuticas com ênfase em medicamentos e cosméticos, pela USP.
Fernanda: Já no segundo bloco, o bate-papo será com Ana Carolina Figueira, bióloga formada pela UFSCar e Doutora em Ciências na área de Física Aplicada Biomolecular pela USP. Atualmente, é pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Espectroscopia e Calorimetria do Laboratório Nacional de Biociências, na sigla LNBio, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, o CNPEM.
[VINHETA OXIGÊNIO]
Fernanda: Você sabia que, historicamente, os testes em animais são realizados há muito tempo? Pois é, desde 300 a.C. já existem registros de pesquisadores gregos que realizavam experimentos em animais vivos.
Rebecca: Mas, Fernanda, 300 a.C. tá longe né? Vamos trazer mais pra perto? Em 9 de dezembro de 1946, houve um acontecimento conhecido como Tribunal de Nuremberg. Neste Tribunal, vinte e três pessoas foram julgadas pelos brutais experimentos realizados em seres humanos durante a segunda guerra mundial. Como consequência, em 19 de agosto de 1947, foi criado um documento que ficou conhecido como Código de Nuremberg. Este documento tornou-se um marco na história da humanidade, pois pela primeira vez, estabeleceu-se uma recomendação internacional sobre os aspectos éticos envolvidos na pesquisa com seres humanos. Ao todo, o código era composto por 10 princípios, sendo que o terceiro deles exigia que os testes fossem feitos em um modelo animal antes de passar para um voluntário humano.
Fernanda: Apesar de parecer crueldade, para a época foi um ganho positivo, já que estava poupando o sofrimento dos humanos. Contudo, a Ciência foi evoluindo e viu-se a necessidade de criar conselhos e códigos ...
6/25/2021 • 33 minutes, 5 seconds
#130 – Casa de Orates, ep. 6 – A desreforma psiquiátrica
Neste sexto e último episódio do Casa de Orates vamos falar sobre o desmonte das políticas públicas de saúde mental e as perdas de direitos conquistados a duras penas ao longo das últimas décadas, como o acesso a um tratamento humanizado para pessoas com transtornos mentais.
Em meio ao caos que estamos vivendo com a pandemia de Covid-19, as mudanças estão acontecendo, aos poucos, sem que a sociedade se dê conta. Mas, o que podemos fazer para impedir o que está sendo chamado de Nova Política Nacional de Saúde Mental?
Para ajudar a entender essa nova política e os prejuízos que ela pode trazer para a saúde da população brasileira, conversamos com o psiquiatra Marcelo Brañas, que atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e também no hospital Israelita Albert Einstein; a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Rosana Onocko; a psicóloga Maria Carolina da Silveira Moesch, coordenadora do curso de psicologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, a Unochapecó e Fernando Freitas, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz.
Nesse episódio, contamos ainda com o depoimento da Ana Carolina, paciente diagnosticada com depressão e que, integrou um projeto social para ajudar outras pessoas com transtornos mentais
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ROTEIRO
RAFAEL REVADAM: No dia 06 de abril foram comemorados os 20 anos da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Como dissemos em episódios anteriores, essa reforma foi responsável em mudar a maneira como a saúde mental era tratada no país, até então centralizada em internações compulsórias e medicalização.
ROBERTA BUENO: Mas as conquistas que garantem um tratamento humanizado estão ameaçadas. Nos últimos anos, pensamentos conservadores estão ganhando força, principalmente no governo atual.
RAFAEL REVADAM: Ameaças de cortes de verbas no SUS, mudanças na gestão de políticas públicas para a saúde mental ou liberação de compra de testes psicológicos a qualquer pessoa. Essas são algumas das ações que ocorreram só nos últimos meses.
ROBERTA BUENO: Isso é o que associações e conselhos relacionados ao tema estão chamando de Nova Política Nacional de Saúde Mental, uma série de ações que intensificam as internações compulsórias, a medicalização e, principalmente, direcionam os pacientes com problemas de saúde mental a profissionais não-capacitados. Eu sou Roberta Bueno.
RAFAEL REVADAM: E eu sou Rafael Revadam, e no programa de hoje nós vamos falar de um movimento silencioso que busca alterar as políticas públicas de saúde mental. Enquanto estamos vivendo os reflexos da pandemia, alguns representantes legais estão aproveitando a visibilidade da covid-19 para implementar uma nova reforma psiquiátrica.
MARCELO BRAÑAS: Eu tenho um viés pessoal pra responder essa pergunta porque felizmente eu tenho a sorte de trabalhar em um hospital que é referência no SUS, que é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e também num hospital particular de referência que é o Hospital Israelita Albert Einstein, então, eu tenho pouco contato né, com outros serviços, por exemplo, postos de saúde, CAPS, e… outras coisas, só que eu tenho sim acesso a esse cenário ahnn através da população que acaba chegando no hospital das clínicas e conta pra gente como foi o atendimento em outros serviços, relatos de colegas que trabalham nesse serviços, e.. enfim, e o que que a gente observa, a gente observa que a maioria das diretrizes dos órgãos brasileiros por exemplo de saúde, como é o ministério da saúde, pelo menos até um passado recente, na maioria sim, estão de acordo com a Organização Mundial da Saúde, com outras instituições internacionais importantes de referência na medicina. Em importantes centros acadêmicos no Brasil, principalmente em hospitais-escola, né, a medicina praticada é a medicina baseada em evidência, nas evidências científicas atuais né.
5/27/2021 • 27 minutes, 31 seconds
#129 – Escuta Clima – ep. 6 – Amazônia e Cerrado: a importância dos biomas para o clima
Os ecossistemas dos grandes biomas têm a capacidade de influenciar diretamente o clima mundial. Portanto, quando os seres humanos degradam as matas, caçam os animais, queimam e desmatam grandes áreas nativas, acabam interferindo na ciclicidade natural de elementos que garantem a nossa própria sobrevivência. A Amazônia e o Cerrado são dois ótimos exemplos sobre esse assunto. Cada qual com suas particularidades, suas distintas importâncias ecossistêmicas e econômicas, mas sob a mesma ameaça: a gestão do atual governo.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos: A boiada passou junto com o Leonardo DiCaprio, que ajudou os povos indígenas a tocar fogo na Amazônia. Já no Pantanal, que é igual a Califórnia, as queimadas são causadas pelas altas temperaturas. Mas, no final, tudo não passa de uma mentira, não é mesmo? Apesar da ironia retratada aqui, essas foram algumas das frases reais e polêmicas ditas pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro.
Desde 2019, vemos com desespero as manchetes nos portais de notícias sobre as queimadas na Amazônia e em outros biomas brasileiros. E ouvimos o presidente e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negarem omissão contra o desmatamento e o acobertamento de atividades ilegais que são praticadas na Amazônia, como a extração de madeira, a mineração e plantios ilegais.
Durante a Cúpula do Clima de 2021, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e realizada por videoconferência entre os dias 22 e 23 de abril, ouvimos, assim como todo o mundo, o Bolsonaro dizer que, apesar das limitações orçamentárias do Governo, ele havia determinado o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando recursos destinados às ações de fiscalização para coibir o desmatamento ilegal. Porém, no dia seguinte, ele sancionou o Orçamento de 2021, com vetos que incluíram o corte de 240 milhões de reais da pasta do Meio Ambiente. Segundo reportagem publicada na CNN Brasil, desse montante, serão 11 milhões a menos no orçamento de fiscalização do Ibama, que é o principal órgão federal do meio ambiente. Infelizmente, ver nossas matas ardendo em chamas já virou rotina e talvez continue sendo.
Então, no episódio de hoje, que é o último da série Escuta Clima, vamos entender a importância, as ameaças e como preservar os maiores biomas do Brasil, que são a Amazônia e o Cerrado. Para isso, vamos ouvir dois especialistas da área: o Paulo Artaxo, que é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC; e a Mercedes Bustamante, que é professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília. Ambos são pesquisadores do INCT sobre Mudanças Climáticas.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do INCT sobre Mudanças Climáticas. É vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor, e é uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas.
[Vinheta do podcast Escuta Clima]
Camila Ramos: A Amazônia é a maior floresta tropical chuvosa do mundo, abrangendo uma enorme área do território brasileiro e se estendendo até partes de outros nove países da América do Sul. Nela está a maior bacia hidrográfica do mundo e uma vasta e rica biodiversidade. Suas interações ecossistêmicas são extremamente relevantes não só pro Brasil com...
5/13/2021 • 22 minutes, 36 seconds
#128 – Tá em alta – ep. 3: Patentes
Neste novo episódio do Oxigênio, damos continuidade à série Tá em Alta, que trata de temas relacionados à tecnologia, inovação e empreendedorismo. Neste terceiro episódio, a jornalista Thais Oliveira fala sobre invenção, inovação e patentes, apresentando vários exemplos e histórias bem representativas do universo das patentes. E para esclarecer algumas questões, ela conversou com a Paula Huber, que é farmacêutica especialista em patentes e que trabalha, atualmente, na indústria química. Um dos temas abordados pela Paula interessa à sociedade neste momento, já que diz respeito a um mecanismo da Lei de Patentes, que é a licença compulsória, que talvez seja usada para garantir acesso às vacinas contra a Covid-19. O episódio conta, ainda, com um guia de como depositar uma patente. O texto, produção e edição do episódio foram feitos pela Thais.
Thais: Olá, pessoal (!) sejam bem-vindas e bem-vindos ao terceiro episódio do podcast Tá em Altasso
Neste programa nós pretendemos tratar de assuntos relacionados à inovação tecnológica e empreendedorismo de uma forma simples e explicativa.
Isso porque no nosso cotidiano esses assuntos estão muito em alta, sempre citados na internet, nas escolas, nas universidades. Mas nem sempre todo mundo sabe na prática o que inovação, startups ou tecnologia significam.
Neste episódio, nós falaremos sobre patentes. Entenderemos o que elas são e quais são suas características.
Além disso, também vamos saber qual é o processo de registrar uma patente a partir de uma invenção.
As patentes também estão muito em alta neste ano porque elas têm tudo a ver com as novas vacinas que tem tudo a ver com a pandemia e nós vamos entender o porquê disso.
Ah, lembrando que muitos termos que nós vamos citar já foram tratados nos podcasts anteriores como o significado de tecnologia, palavras como inovação produto e processo.
Então se você ficar com alguma dúvida confira os últimos episódios.
Antes de falarmos diretamente sobre as patentes existem três conceitos relacionados a ela que são importantes de serem diferenciados: descoberta, invenção e inovação.
A descoberta ocorre quando alguém descobre algo que já existe na natureza, mas que não tem influência do ser humano. Por exemplo, quando os cientistas descobriram as funções das organelas das células, eles não resolveram um problema, pesquisaram e descobriram sua existência. Já a invenção ocorre quando alguém cria algo novo a partir da combinação entre elementos preexistentes.
Um exemplo para ficar mais claro para a gente, é o da invenção da cirurgiã dentista Therezinha Beatriz Zorowich. Ela estava cansada de ter que usar uma bacia para lavar o arroz e depois outra bacia para escorrê-lo, então em 1959 ela teve a ideia de juntar essas duas ações em uma só, e assim foi inventado o escorredor de arroz.
Entretanto, nesse caso é importante nós mencionarmos que nem toda invenção pode ser considerada uma inovação.
Isso por que ela só se torna de fato uma inovação quando gera um valor para sociedade, ou seja, ela consegue proporcionar um desenvolvimento social e econômico
Um exemplo de inovação é a caneta esferográfica. Até a sua criação as canetas demoravam pra secar e elas borravam constantemente.
Em 1930, o húngaro Lazlo Biró desenvolveu uma caneta que evitava que a tinta borrasse e quando aplicada no papel, ela secava com muita rapidez.
O líquido da tinta foi desenvolvido pelo seu irmão Gyõrgy Biró, que era químico. Depois da criação, os dois irmãos patentearam a invenção.
Bom, como acabamos de conhecer as diferenças desses conceitos, agora vamos direto ao mundo das patentes.
Patente é o registro que o governo concede a uma pessoa ou empresa que cria uma invenção.
Ela tem validade de até 20 anos e impede terceiros de usufruírem comercialmente dela.
Cada país tem o seu órgão responsável por fazer essa concessão. Aqui no Brasil, nós temos o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI.
4/22/2021 • 16 minutes, 14 seconds
#127 – Escuta Clima ep.5 – A produção de alimentos nos dois lados da porteira
A agropecuária é uma atividade de extrema importância para a sobrevivência humana e para a economia do Brasil. No entanto, com o agravamento das mudanças climáticas, a segurança alimentar de grande parte da população mundial pode estar em risco. Por isso, entenda como funciona a produção de alimentos na porteira para dentro (nas fazendas) e seus impactos na porteira para fora (com os consumidores) e descubra como a ciência continua buscando alternativas sustentáveis para garantir um futuro com mesas fartas para todos.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos: Café, milho, arroz, feijão, soja, girassol, mandioca e frutas de clima temperado, como pêssego e uva, são alimentos que estão em risco por causa do aquecimento global.
Risco é uma palavra importante quando falamos sobre a agricultura, isso porque é dependente dos recursos naturais, ou seja, qualquer alteração no clima pode afetar as condições do solo, da temperatura, da disponibilidade de água, prejudicando a safra da estação.
Portanto, quando pensamos em um futuro com, pelo menos, 1,5ºC a mais na temperatura global, pensamos também em mais pessoas em situação de vulnerabilidade. Além disso, se não for bem planejada, com consciência ambiental, a atividade pode causar mais danos ao clima.
No episódio de hoje, vamos conversar com pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas para entender como a produção de alimentos pode se tornar mais sustentável nos próximos anos e, ao mesmo tempo, garantir uma maior segurança alimentar.
E entre as medidas sustentáveis estão a agrofloresta e a recuperação de áreas de pastagens degradadas, que são áreas de pesquisas dos nossos entrevistados: o Jurandir Zullo Junior, que é pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI, da Unicamp; a Priscila Coltri, que é agrônoma, pesquisadora e diretora do CEPAGRI; e o João Paulo, que é engenheiro agrônomo e doutorando da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do INCT Mudanças Climáticas, que é vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor. O Escuta Clima é também uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas.
[Vinheta do podcast Escuta Clima]
Camila Ramos: Segurança Alimentar é definida como uma situação em que todas as pessoas, a todo momento, têm acesso físico, social e econômico a alimentos nutritivos, seguros e suficientes para as suas necessidades diárias e preferência alimentar para uma vida ativa e saudável. Essa é uma definição da FAO (Food and Agriculture Organization), que é um braço das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
Ainda segundo a ONU, devemos chegar ao número de 9,7 bilhões de pessoas no planeta até 2050 e cerca de 11 bilhões até o final do século. Essa foi a conclusão do relatório intitulado Perspectivas Mundiais da População de 2019.
Nesse cenário, será que conseguimos garantir uma segurança alimentar para toda essa população? O Jurandir responde essa questão:
Jurandir Zullo Junior: Olha, garantia é difícil, porque o desafio da segurança alimentar não é só a produção, é a distribuição e o acesso ao alimento. Na verdade, a alimentação não é só produzir o alimento, é, de alguma forma,
4/8/2021 • 19 minutes, 54 seconds
#126 – Série Casa de Orates – Ep. 5 – Depois de um fim
O tema deste quinto episódio do Casa de Orates é a saúde mental de pessoas afetadas por tragédias. Como seguir a vida após uma grande catástrofe? Que tipo de suporte essas pessoas precisam? Para explicar um pouco sobre toda a estrutura de apoio psicológico presente nesses cenários, trouxemos alguns eventos que marcaram a história do Brasil na última década: o incêndio na boate Kiss, o rompimento da barragem em Brumadinho e a queda do avião da Chapecoense. Além da perda de pessoas queridas, os afetados ainda têm que lidar com a impunidade, já que todas essas tragédias foram consideradas crimes e os processos seguem em aberto.
Conversamos com Melissa Couto, psicóloga especialista em emergências e desastres, que atuou nessas tragédias, e com Maria Carolina da Silveira Moesch, psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da Unochapecó, que integrou o comitê gestor da resposta ao acidente aéreo da Chapecoense. Também participam deste episódio Letiere Flores, psicóloga que fez um estudo sobre os psicodiagnósticos dos sobreviventes da boate Kiss e André Polga, produtor editorial que criou a página Kiss: que não se repita. Contamos ainda com o depoimento de Natalia Oliveira, irmã de Lecilda Oliveira, uma das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.
Conheça mais sobre as associações, grupos de apoio e iniciativas citadas neste episódio:
Associação dos familiares de vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum): https://avabrum.org.br/; Redes sociais: @Avabrumoficial (Facebook).
Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense (AFAV-C): Redes sociais: @AFAV.c2017 (Facebook)
Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM): Redes sociais: @AVTSMSantaMaria (Facebook), @avtsm27 (Instagram).
Kiss: que não se repita: Redes sociais: @Kissquenaoserepita (Facebook e Instagram).
Programa Santa Maria Acolhe (antigo Acolhe Saúde): mais informações diretamente com a Prefeitura de Santa Maria, no telefone: (55) 3921-7000
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Roteiro
RAFAEL REVADAM: Oi. Antes de começar eu preciso dar um recado: nesse episódio, a gente vai tratar de temas sensíveis como grandes tragédias, luto e perda de pessoas queridas. Então, se você não se sente confortável com esses assuntos, talvez esse episódio não seja para você.
NATALIA OLIVEIRA: Eu sou a Natália, irmã da Lecilda, uma das vítimas né, fatais do crime da Vale aqui em Brumadinho. E... no dia do acontecido, eu mandei mensagem pra ela porque era uma sexta-feira. Eu tava assistindo uma série e, de repente, chegou a mensagem no WhatsApp. É... a barragem rompeu. E aí eu encaminhei essa mensagem pra Lecilda. Aí, a segunda mensagem chegou. É a barragem da Vale. Aí eu mandei a mensagem pra ela. Aí, a terceira mensagem que chegou falando assim: É em Córrego Feijão. Aí, quando eu li a palavra Córrego Feijão, eu já liguei pra Lecilda e nesse momento eu percebi que as duas mensagens que eu tinha mandado pelo WhatsApp ela não tinha recebido. Só tava um pauzinho. Aí eu mandei um áudio pra ela no WhatsApp, Lé me liga, pelo amor de Deus! E saí igual uma louca aqui de casa e comecei essa procura pela minha irmã e essa procura tá até hoje. A gente nunca tinha imaginado que poderia acontecer uma tragédia. A gente vê a tragédia na televisão, a gente nunca pensou em estar dentro de uma tragédia, de fazer parte de uma.
ANA AUGUSTA XAVIER: Tragédia, substantivo feminino: Acontecimento triste, funesto, catastrófico, que infunde terror ou piedade.
RAFAEL REVADAM: A história de todos nós carrega pequenas tragédias pessoais que nos marcam pela vida toda. Um acidente de carro, uma doença grave, um mal súbito. Acontecimentos inesperados que nos fazem perder o rumo e tiram o nosso chão.
ANA AUGUSTA: Mas também existem tragédias de grandes proporções, que além de afetar individualmente a vida de cada um,
4/2/2021 • 32 minutes, 57 seconds
#125 – Tá em alta – ep. 2: Tecnologia
A série Tá em Alta aborda assuntos ligados à inovação, tecnologia e empreendedorismo, e nesse segundo episódio fala sobre tecnologia. E sobre isso, a Thais Oliveira fez uma retrospectiva histórica, na verdade pré-histórica, pra falar da origem da tecnologia.
Quem vai ajudá-la a tratar do tema, mais especificamente sobre a relação entre a tecnologia e seu impacto na vida das pessoas, é a Daniela Osvald Ramos, professora e pesquisadora do departamento de comunicações e artes da ECA-USP.
Ouça o novo episódio e acompanhe toda a série por aqui ou pela plataforma de podcast de sua preferência.
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Roteiro
Thais Oliveira: Olá, pessoal. Sejam bem-vindas e bem-vindos ao segundo episódio do podcast Tá em Alta.
Meu nome é Thais Oliveira e nesse podcast, nós pretendemos tratar de assuntos relacionados à inovação, tecnologia e empreendedorismo de uma forma simples e explicativa.
O nosso objetivo é falar sobre assuntos que tão muito em alta e são muito debatidos em escolas, universidades e até na tevê, mas muitas vezes são tratados de uma forma superficial.
A nossa ideia é pegar esses assuntos e discutir, na prática o que eles significam.
No nosso segundo episódio, nós vamos falar sobre tecnologia. Tecnologia é uma palavra que tá em alta atualmente, mas que na verdade nunca saiu de cena.
E por isso nesse episódio, eu vou comentar não só sobre como as tecnologias mudaram o mundo, mas também comentar sobre as suas aplicações na sociedade e falar um pouco também sobre as suas relações com a ciência.
Pra começar o assunto, eu trouxe a origem da palavra tecnologia. Ela vem do grego, techné, um verbo que significa fabricar, produzir, ou construir que se une ao sufixo logia que também vem do grego logus, que quer dizer razão. Então, tecnologia significa a razão do saber fazer.
Não é novidade que a tecnologia está em todo nosso redor, e ela está presente desde a idade da pedra, moldando as relações sociais, econômicas e até políticas do homem.
Para nós conhecermos um pouco sobre esse desenvolvimento tecnológico, eu convido vocês para fazermos uma viagem no tempo.
Nosso ponto de partida são os períodos paleolítico e neolítico, que duraram de cerca de 2,7 milhões de anos até 4.000 anos atrás. Nessa época a tecnologia tinha somente o objetivo de atender somente as necessidades do homem nômade.
E esse homem nômade, ele não usava a tecnologia com base em pesquisa ou conhecimentos científicos, como a gente pode imaginar, né? Mas ele usava a partir experiências do dia a dia.
E aí, ele criava lanças, machados, coisas para ele subsistir. Quando o homem se fixou na terra, ele passou a desenvolver outras ferramentas, como o arado e a roda.
E a roda pode ser considerada também uma inovação. Se você quiser saber quando uma tecnologia, um equipamento, enfim é de fato uma inovação, você pode conferir o primeiro episódio da série Tá em Alta que fala sobre inovações.
Dado o recado, vamos seguindo aqui na nossa viagem no tempo. O próximo período que a tecnologia se firmou foi na idade média, já no regime do feudalismo, que era um regime rural que se baseava na forte obrigação entre servos e senhores feudais.
A tecnologia nessa época esteve presente dentro dos feudos através dos artesanatos e o desenvolvimento tecnológico que aconteceu nessa época foi a partir dos teares manuais e das máquinas de costura.
Só que como a gente sabe pelos registros históricos, o sistema feudal começou a fracassar e, assim, essa atividade artesanal que era realizada dentro dos feudos migrou para as cidades, e é dentro das cidades que a tecnologia começa a ter um objetivo diferente. Isso porque ela começa a ser mais atrelada a relações sociais e econômicas.
Tudo isso se tornou mais forte lá por volta de 1650 quando doutrinas como iluminismo, absolutismo e mercantilismo resultaram na primeira revolução industrial. E esse é um grande marco para a tecnologia porque foi na revolução que ela viveu s...
3/11/2021 • 15 minutes, 7 seconds
#124 – Leitura de fôlego ep. 4: Utopia – o sonho que antecede o pesadelo?
A perfeição pode ser um problema. Utopia e distopia não são tão diferentes assim. Uma sociedade perfeita é um perfeito pesadelo. Essas afirmações (que podem parecer desconcertantes à primeira vista) são discutidas neste quarto - e último - episódio da série Leitura de Fôlego. Carlos Eduardo Ornelas Berriel tem se dedicado a estudar as utopias literárias há mais de 20 anos e, nesse episódio, ele conversa com a gente sobre esse assunto.
Leitura de Fôlego é uma série sobre literatura para o Oxigênio. Quem está à frente desse projeto é a Laís Souza Toledo Pereira, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e de Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira.
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Laís: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é o quarto e último episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura no Oxigênio.
Carlos Berriel: Uma sociedade perfeita são perfeitos pesadelos, porque ela elimina aquilo, a última coisa a ser eliminada do mundo, que é o indivíduo. Pode eliminar tudo, menos o indivíduo, porque, se você eliminar o indivíduo, aí já está tudo eliminado, não tem mais nada.
Laís: Utopia. Essa palavra, inventada a partir do grego, quer dizer “não lugar”, “o que não está em lugar nenhum”. A gente fala de utopia normalmente pra se referir a um lugar ou a uma sociedade onde tudo é perfeito. Ou também para se referir a uma situação que tende a não se realizar, um sonho inalcançável. Então, por que será que uma sociedade perfeita seria um perfeito pesadelo? Por que ela eliminaria os indivíduos? Nesse episódio, a gente vai conversar sobre a utopia, que já nasce cheia de contradições e ambiguidades e que não é assim tão diferente da sua filha mais popular hoje em dia, a distopia. Quem conversa com a gente sobre esse assunto é o Carlos Eduardo Ornelas Berriel. Ele é professor e pesquisador do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. Faz mais de 20 anos que ele tem se dedicado ao tema das utopias literárias. Ele é fundador e editor da Revista Morus – Utopia e Renascimento e dirige o Centro de Estudos Utópicos da Unicamp, chamado U-TOPOS. O Berriel também é membro de várias sociedades científicas internacionais voltadas para o problema utópico e tem se dedicado à tradução, ao estudo e à publicação de utopias italianas.
Laís: A gente tem esse uso cotidiano da palavra utopia, de situação perfeita ou inalcançável, mas o Berriel me contou que, pra quem estuda esse tema, a utopia ainda está em definição.
Berriel: A utopia é um campo de reflexão atual. Nunca se estudou tanto utopia como agora. Na verdade, a utopia começa a ser estudada só no século XX e é mais ou menos por etapas; assim, tem uma época em que se estuda e depois se larga. E, de uns trinta anos pra cá, é uma fase de grandes estudos sobre utopia. E muita produção, muito centro de pesquisa, publicações, traduções. Nunca se estudou tanto, o que é interessante.
Laís: Apesar de os estudiosos desse campo estarem promovendo várias discussões para tentar definir a utopia, o Berriel, que é mais ligado à área da literatura, falou sobre a visão dele de utopia como um gênero literário, um tipo de texto.
Berriel: Eu vou dizer o que eu acho. Eu acho que utopia é um gênero literário, que tem determinadas características muito específicas. É um gênero literário que nasce com a sociedade moderna, a sociedade burguesa. E ela tem, enquanto, digamos assim, características de gênero, a utopia é muito próxima ou é mesmo uma sátira, é uma sátira política. Ao ser uma sátira, ela tem uma característica desse gênero, que é um gênero antigo, que se renova, que se refaz, como os gêneros literários vão se refazendo com o tempo, atendendo às demandas de cada época. A sátira tem por característica ser um gênero de períodos de grande fratura histórica, de grandes transformações sociais, como, por exemplo, a sátira; ela tem uma ligação direta com a crise da sociedade romana....
2/25/2021 • 35 minutes, 55 seconds
#123 – Tá em alta – ep. 1 – Inovação
O primeiro episódio da série Tá em Alta trata sobre inovação. No programa, foi discutido seu significado, quando de fato um produto ou empresa pode ser considerada inovadora e quais são os tipos e categorias de inovação que são encontrados tanto na rotina das pessoas quanto na indústria. O podcast contou com a participação da Eliza Coral, especialista em gestão estratégica de inovação e gerente executiva do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, que apresentou exemplos de inovação que não tenham relação com o meio digital como a rede Starbucks e explicou como que o "inovar" pode ocorrer de forma individual.
2/22/2021 • 12 minutes, 19 seconds
#122 – Escuta Clima – ep. 4 – Vulnerabilidade: as vítimas das mudanças climáticas
No episódio anterior, descobrimos como a desigualdade social afeta determinados grupos urbanos durante a iminência de um desastre natural. No episódio de hoje, vamos identificar quem faz parte desses grupos mais vulneráveis e como os eventos extremos no Brasil afetam suas saúdes e os colocam em risco de morte. É importante lembrar, também, que tais eventos de ordem climática são intensificados pelo aquecimento global e ficarão mais fortes e frequentes a cada ano.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pelo programa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Roteiro
Camila Ramos - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Esse é o artigo 196 da atual Constituição brasileira.
No episódio anterior e a primeira parte do tema de Vulnerabilidade, que você encontra nessa mesma plataforma que nos ouve agora, vimos que a desigualdade social é um fator determinante da vulnerabilidade humana frente ao risco de um desastre natural.
O Alberto Najar, que é sociólogo e pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, resume bem o assunto:
Alberto Najar - Risco e vulnerabilidade são conceitos que só podem ser compreendidos levando em consideração diferentes contextos histórico-sociais e as diferentes disputas de paradigmas das áreas científicas que as desenvolveram. Portanto, dependendo do ponto de vista, sob risco podem estar grande parte das populações e das comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade, principalmente em grandes centros urbanos. A exposição ao risco ou a existência de vulnerabilidade é produto dos modelos econômicos que prevaleceram desde a metade do século XX, e que acentuaram as desigualdades econômica e sociais, aumentando a pobreza e expulsando significativa parte da população para as periferias urbanas, áreas essas que foram gradativamente ocupadas de forma desordenada, o que gerou não apenas problemas ambientais de diversas ordens, mas também a intensificação de situação de risco geradas por ameaças ou processos naturais, que são potencializados pelos eventos extremos decorrentes, por exemplo, das mudanças climáticas”.
Camila Ramos - Também vimos no episódio anterior que existem diversos estudos voltados a descobrir quem são as pessoas sob risco. Como é o caso da pesquisa conduzida pela Regina Alvalá e colaboradores, que estimaram com base em análise para 825 municípios do Brasil que a cada 100 habitantes, nove viviam em áreas de riscos de desastres.
A Regina é pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o Cemaden, e foi uma das entrevistadas.
Essas pesquisas ajudam a subsidiar a gestão de riscos e respostas a desastres e são relevantes para subsidiar, também, políticas públicas que têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e são extremamente importantes para tornar uma cidade mais resiliente. Afinal, os eventos climáticos extremos estão ficando mais intensos e frequentes a cada ano, intensificados pelo aquecimento global. Como indica o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
Então, no episódio de hoje iremos continuar o assunto de Vulnerabilidade, identificando quem são as pessoas que vivem em áreas ...
2/11/2021 • 24 minutes, 37 seconds
#121 Série Casa de Orates – ep. 4 – Alerta de tsunami
No quarto episódio do Casa de Orates, falamos sobre como a pandemia do novo coronavírus afetou e está afetando a nossa saúde mental. Os especialistas alertam para um tsunami de transtornos mentais decorrentes desse caos que estamos vivendo e que tem despertado inúmeros sentimentos difíceis de lidar, como medo, raiva, estresse e solidão.
Além do medo da doença, a pandemia nos trouxe inúmeros desafios, como o trabalho remoto, a suspensão de aulas e de atividades presenciais, a deterioração da situação socioeconômica com perda do emprego ou redução de salário, entre muitos outros.
Conversamos com Caio Maximino, professor de psicologia experimental da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, que integra o Núcleo de Estudos Psicossociais em Saúde da universidade, e com Rosana Onocko, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e coordenadora da residência multiprofissional em saúde mental.
Eles falaram sobre os efeitos do distanciamento físico na saúde mental e deram dicas do que fazer se percebermos que a sobrecarga de emoções está nos afetando. Também lembraram dos profissionais que são mais afetados emocionalmente pela pandemia e explicaram as possíveis razões que levam algumas pessoas a furar a quarentena e a negar a relevância do coronavírus.
Esse episódio contou com sonoras dos telejornais da TV Cultura, da TV Brasil, da Record e da Bandnews, e foram retiradas de seus canais no YouTube. Os depoimentos são de amigos e familiares, que contaram um pouco do que viveram durante a pandemia.
O episódio “Cientistas e filhos em tempos pandêmicos” citado neste programa está disponível em: .
Algumas sugestões de serviços de apoio psicológico são:
Página do Facebook Cuidando de você na pandemia, disponível em:
Humanidades 2020, vários psicólogos se uniram para construir um canal de atendimento aberto e direto. Os voluntários do projeto disponibilizam seus números de telefone e quem quiser ser atendido pode falar direto com eles por WhatsApp. Ana Luiza Novis, (21) 99609-9346, e a Laura Machado, (21) 98820-6989, são as psicólogas responsáveis.
Plantão Psicológico Online do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Atendimento em Psicologia da Universidade Metodista (NEPAP). Disponível em: .
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Disponível em: .
Créditos da imagem: Mark Harpur (@luckybeanz/Unsplash)
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Roteiro
ROBERTA BUENO: Oi. Antes de começar eu preciso dar um recado: nesse episódio, a gente vai tratar de temas sensíveis como luto e perda de pessoas queridas. Então, se você não se sente confortável com esses assuntos, talvez esse episódio não seja para você.
Manchetes
Informação importante: a OMS acaba de declarar pandemia por causa do coronavírus! Quem tá acompanhando e tem mais informações é a editora internacional aquí da Band News, Beatriz Ferreti. Fala Beatriz!
Olá, boa tarde! Estamos de volta com o Governo Agora. A Organização Mundial de Saúde declarou hoje pandemia do novo coronavírus. Segundo a a OMS, são mais de 118 mil casos da doença no mundo.
O avanço do coronavírus pelo mundo fez a Organização Mundial da Saúde declarar a doença como pandemia. Segundo a OMS, o número de infectados, mortes e países atingidos deve aumentar…
ANA AUGUSTA: No momento em que escutou esse anúncio, lá no dia 11 de março de 2020, você imaginou tudo o que viria pela frente? Eu, com certeza, não. Trabalho na Unicamp e, quando as atividades presenciais foram suspensas,
2/4/2021 • 28 minutes, 51 seconds
#120 Leitura de fôlego ep. 3 – Capitu e suas herdeiras? Personagens femininas silenciadas
Neste terceiro episódio da Série Leitura de Fôlego, Lúcia Granja, professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, fala sobre sua pesquisa relacionada ao silenciamento da mulher em obras literárias brasileiras. Os autores estudados têm um perfil muito semelhante, são, em maioria, homens, brancos, e vivem no Rio de Janeiro e em São Paulo. Através de seus personagens homens, em geral os narradores das histórias que ao contarem sobre algum conflito pelo qual passam ou passaram, tentam omitir a voz da mulher em relação ao acontecimento narrado, sem muito sucesso. Lúcia vem estudando esse tema há quase 30 anos e neste podcast ela conta para a Laís Toledo, algumas passagens de obras importantes, e vai analisando justamente esse aspecto encontrado na literatura brasileira.
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Laís Toledo: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro Oxigênio.
Laís: Um homem e uma mulher formam um casal. Por algum motivo, acontece um conflito entre eles, e esse relacionamento acaba. O homem, depois, resolve contar esse conflito. Com isso, ele procura dar um novo significado pra própria vida e, ao mesmo tempo, silenciar, omitir, a voz da mulher em relação ao que aconteceu entre os dois. Mas, de alguma forma, a voz dessa mulher consegue escapar e aparecer na história... A Lúcia Granja, que conversa com a gente nesse episódio, percebeu que esse modelo de narrativa se repete em algumas importantes obras literárias brasileiras. Partindo do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, a nossa conversa passa por Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Raduan Nassar até chegar a um escritor contemporâneo, o Marcelo Mirisola. A Lúcia é professora e pesquisadora do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL da Unicamp. Ela pesquisa principalmente a obra do Machado de Assis; em especial, as crônicas desse escritor e as relações entre Literatura e Jornalismo na produção dele.
Laís: A Lúcia propõe essa análise sobre o silenciamento feminino como uma linha de força na ficção brasileira. Ou seja, como um tema recorrente. Ela desenvolveu essa análise a partir do conhecimento que tem sobre o Machado de Assis e a partir também de pesquisas didáticas que ela vem fazendo há quase 30 anos para oferecer disciplinas, na universidade, sobre Literatura brasileira. Pra começar a conversa, então, eu pedi pra Lúcia explicar essa leitura que ela faz.
Lúcia Granja: Eu acabei percebendo que existe pelo menos um modelo inicial que vai se desdobrar no século XX em termos de romance: um homem que narra o conflito amoroso (um homem, portanto, que é um narrador personagem), que, depois de ter vivido uma situação traumática de conflito amoroso, vai falar desse conflito e isso seria o romance. Portanto, é um romance autobiográfico. E, nesse caso, existe um processo duplo, que é o processo de silenciamento da mulher, que é o par amoroso desse homem, mas às vezes essa mulher, de alguma maneira, ela recupera um espaço de fala dentro desse relato, que seria o relato unilateral de um homem. Isso vai se transformando ao longo do século XX e vai mudando de romance para romance.
Laís: Para essa análise, a Lúcia selecionou alguns romances, entre outros que poderiam ser incluídos nesse modelo. Eu pedi pra ela comentar sobre essas escolhas.
Lúcia: Eu pensei em Dom Casmurro como um paradigma de início, porque Dom Casmurro inaugura o século XX. Dom Casmurro chegou ao Brasil em janeiro de 1900, embora ele tenha sido publicado em 1899 pelos editores Garnier em Paris, ele chegou ao Rio de Janeiro em janeiro de 1900. Então, a partir de Dom Casmurro, o paradigma se estende pra Graciliano Ramos, São Bernardo, depois, de uma maneira muito mais complexa, Grande Sertão: Veredas, mais tarde, Um copo de cólera e, depois, eu acabei abrindo para um romance absolutamente contemporâneo, de um escritor que se chama Marcelo Mirisola, e que se chama Hosana na sarjeta, o romance. Então,
1/28/2021 • 31 minutes, 2 seconds
#119 – Escuta Clima – Ep 3: Vulnerabilidade: desigualdade social e estruturas urbanas
A alteração climática tem um forte componente que é a ação humana e que afeta direta e indiretamente sua própria espécie. No entanto, a forma que cada pessoa é atingida pelos desastres naturais causados e intensificados pelo aquecimento global é muito diferente. A vulnerabilidade é um fator determinado pela desigualdade social e isso fica claro ao analisar as estruturas urbanas, um fator decisivo para indicar se o indivíduo vai sobreviver ou não em um evento extremo. Essa é a primeira parte do tema Vulnerabilidade Humana frente às Mudanças Climáticas.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos - “Twister”, “O dia depois de amanhã”, “O impossível”, “2012”. Você já assistiu algum desses filmes que retratam desastres naturais? É um tema que Hollywood adora e não vou negar que também amo esses filmes. Prendo a respiração nas cenas tensas e até choro nas cenas dramáticas. Mas morro de rir com a falta de realismo e com os efeitos especiais de qualidade questionável.
Se no cinema esses eventos extremos provocam emoções que vão da tristeza ao riso, no mundo real a situação é um pouco diferente. Furacões e tornados, terremotos e tsunamis e erupções vulcânicas acontecem de uma forma muito mais cruel, triste e devastadora que na ficção.
Você consegue se lembrar de algum exemplo de desastre que tenha ocorrido realmente? Para mim, os tsunamis que atingiram a Indonésia em 2004 e o Japão em 2011 foram os mais marcantes. Mas ao longo dos meus vinte e quatro anos, muitos desses eventos ocorreram, causando perdas humanas e materiais principalmente em localidades mais empobrecidas.
E saiba que a perspectiva pro futuro não é nada boa nesse sentido. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas de 2014 indica que os eventos extremos de ordem climática estão ficando cada vez mais intensos e mais frequentes. E o principal motivo é o aquecimento global.
Esses desastres causam muitos danos ao meio ambiente, às estruturas urbanas e, principalmente, levam milhões de pessoas à morte ou à situação de fragilidade.
Sabemos que uma parcela da população é muito mais vulnerável que outros grupos. E isso é provocado, principalmente, pela desigualdade social. Por isso, dependendo da localidade em que os eventos extremos ocorrem, o impacto para a população e para a economia são muito diferentes. Por exemplo, no Brasil, a cada 100 habitantes de uma cidade, nove vivem em áreas de risco. Esse dado é de uma pesquisa feita pela Regina Alvalá, que é uma das entrevistadas do episódio de hoje. Ela é pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o CEMADEN.
Outra pessoa que vamos ouvir é o Alberto Najar, que é sociólogo e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz.
Eu conversei também com a Gabriela Couto, doutoranda do Centro de Ciência dos Sistemas Terrestres do INPE e pesquisadora associada do Cemaden.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas. É vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor, e é uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas.
[Vinheta do podcast Escuta Clima]
Camila Ramos - É muito comum ouvir o termo desastre n...
1/21/2021 • 22 minutes, 54 seconds
#118 – Gaia episódio 3 – Projetando o futuro
1/14/2021 • 24 minutes, 34 seconds
#117 – Série Casa de Orates – Ep. 03: Tranquem os loucos!
O Casa de Orates é uma série do Oxigênio pra conversar sobre saúde mental. Nesse terceiro episódio vamos falar sobre a luta antimanicomial no Brasil e a regressão nas políticas públicas de saúde mental que vem ocorrendo nos últimos cinco anos. Desde 2015, durante o Governo Dilma, posicionamentos conservadores na psiquiatria estão ganhando espaço e recursos. Esses grupos defendem o isolamento como tratamento e a religião como cura.
Para entender como isso pode afetar a vida de milhões de brasileiros, conversamos com Paulo Amarante, presidente de honra da Associação Brasileira de Saúde Mental, a Abrasme, e fundador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz, e Fernando Freitas, pesquisador em saúde mental e atenção psicossocial da Fundação Oswaldo Cruz.
O episódio também conta com trechos da obra O Alienista, de Machado de Assis, que está disponível no link: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000231.pdf
Confira os documentos e legislações citados no programa.
- A lei nº 10.216, de 2001, que garantiu as novas diretrizes dos tratamentos de saúde mental: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
- O memorial Retrocessos no cuidado e tratamento de saúde mental e drogas no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Saúde Mental - ABRASME: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2020/12/900.8_LY_CARTA_abrasme_A4.pdf
- Já as notas do Conselho Federal de Psicologia sobre as comunidades terapêuticas e as novas legislações, principalmente as focadas nas pessoas em situação de rua e em jovens, estão disponíveis no site da instituição: https://site.cfp.org.br/
Roteiro
Trecho de O Alienista (Roberta Bueno): Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia.
Rafael Revadam: Entre os anos de 1881 e 82, Machado de Assis publicou a obra O Alienista. Na história, o médico Simão Bacamarte resolve analisar o que é a loucura. Pra isso, consegue a autorização do município de Itaguaí e lá constrói o seu hospício, a Casa Verde.
Ana Augusta Xavier: Naquela época, os manicômios eram chamados de Casa de Orates, já que orate significa demente, louco, aquele que perdeu o juízo. E apesar desse termo não ter sido criado por Machado, foi sua obra que inspirou o nome da nossa série de reportagens. Casa de Orates é o título do primeiro capítulo do livro.
Rafael: Disposto a recolher toda pessoa que aparentasse traços de loucura, Bacamarte começou a ver a tal falta de sanidade em todo mundo. Pessoas em situação de rua, loucos de amor, gente materialista… Se alguém fugisse dos padrões comportamentais dignos da sociedade, ia parar na Casa Verde.
Ana Augusta: E o que parece ser uma sátira de ficção do Machado de Assis, na verdade tem muito da realidade. As políticas manicomiais surgiram para internar qualquer pessoa que se deslocasse do que a sociedade considerava normal. Pobres, homossexuais, mães solteiras, jovens da elite que se envolviam com pessoas de uma classe social diferente. Todos paravam nos hospícios.
Rafael: Um exemplo disso é o Colônia, que foi o maior hospital psiquiátrico do Brasil, e ficava na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. O psiquiatra Franco Basaglia, precursor do movimento italiano de reforma psiquiátrica, visitou o hospital em 1979. Ao sair, ele deu uma coletiva de imprensa e disse que o Colônia mais parecia um campo de concentração nazista.
Ana Augusta: E a comparação de Basaglia não é exagerada. Entre os anos de 1930 e 1980, foram contabilizadas 60 mil mortes no Colônia. A jornalista Daniela Arbex publicou, em 2013, um livro-reportagem sobre o hospital, que chamou de Holocausto Brasileiro.
Rafael: Vale destacar que o Colônia é apenas um dos hospitais psiquiátrico...
1/7/2021 • 26 minutes, 20 seconds
#116 – Afinal, o que é bem-estar animal?
Nota da equipe de produção: Este é o último episódio do ano. Agradecemos a audiência neste 2020 e contamos com a companhia de nossos ouvintes em 2021. Agradecemos também a parceria com a Rádio Unicamp. Desejamos muita paz, saúde, realizações e muitos podcasts pra todos!
É comum ver questões polêmicas na mídia que envolvem o bem-estar animal. Nesse cenário, as pessoas frequentemente se posicionam sobre o que deve ou não ser feito para melhorar as condições de vida dos animais mantidos sob cuidados humanos. Mas o que realmente é bem-estar animal? Quais aspectos estão envolvidos e devem ser considerados para melhorar efetivamente a qualidade de vida dos animais? Neste programa, mergulhamos na ciência por trás do bem-estar animal e quem nos ajuda nessa jornada é o médico veterinário e docente da Unesp Stelio Luna, a zootecnista e doutoranda em Zootecnia Marina da Luz, o médico veterinário e doutorando em Biotecnologia Animal Pedro Trindade e a psicóloga e adestradora Marina Bastos.
Érica: Meu nome é Érica, sou de Minas Gerais, de Andradas. O bem-estar animal seria cuidar bem dos animais. Digo da parte da saúde deles. O que tem que ser feito para eles ficarem saudáveis, né? E também eu acho que a gente pode falar a respeito do cuidado mais emocional com o animal hoje em dia, né? Penso no meu pet, a gente cuida deles com muito carinho, porque eles nos dão isso também.
Marcel: Meu nome é Marcel Almeida, sou de Botucatu, e no meu entendimento o bem-estar animal ele vai além do simples fato de você prover alimentação e recursos básicos. É você entender a situação em que esse animal vive na natureza e prover para esse animal recursos similares, sejam do âmbito de alimentos, temperatura, umidade e condições de sobrevivência que ele possa ter um ambiente saudável e sem estresse.
Gisele: Meu nome é Gisele, sou de Campinas e pra mim o bem-estar animal são todos os bichos na natureza, inseridos onde eles já são nativos. Eu acredito que os bichos perto dos homens, eles não querem; os bichos não gostam dos humanos e não tá sendo bom pra eles não. Eles gostam de ficar na natureza, no seu habitat natural.
Plínio: Me chamo Plínio, sou de Botucatu, Estado de São Paulo, e pra mim o bem-estar animal significa um ambiente ou uma condição em que qualquer animal possa viver em total liberdade, sem interferência humana, livre de exploração e crueldade.
Carol: O que vocês acabaram de ouvir são ‘definições’ de bem-estar animal de pessoas que, embora não trabalhem nem estudem isso, gostam muito de animais… Saúde física, boa alimentação, saúde emocional, liberdade total, viver em condições similares à natureza e estar distante dos seres humanos foram elementos trazidos nessas definições. Mas cada uma trouxe um enfoque diferente… Qual delas será que está mais próxima do que se conhece na ciência?
Vinícius: Não é difícil ver uma notícia polêmica envolvendo o bem-estar animal. São comuns os debates sobre o sofrimento dos animais utilizados na pesquisa, nos sistemas de produção, nos zoológicos ou quando são abandonados ou maltratados… Mas, embora esses temas sejam frequentes na mídia, dificilmente uma definição de bem-estar animal com embasamento científico aparece. O fato é que, em se tratando de bem-estar animal, ouve-se muito, fala-se muito, mas sabe-se pouco…
Carol: As pessoas definem o bem-estar animal com base em seus próprios referenciais. Opinam sobre o que deveria ou não ser feito em situações que envolvem o sofrimento animal. Mas como saber o que é melhor para os animais, se eles estão bem ou não, sem antes saber de fato o que é bem-estar animal?
Vinícius: Pra responder essas perguntas, o Oxigênio de hoje explora a ciência por trás do bem-estar animal. Eu sou o Vinícius Alves.
Carol: E eu sou a Caroline Maia. E começa agora o episódio: Afinal, o que é bem-estar animal?
Vinícius: De onde surgiu a preocupação com o bem-estar animal? Bom, o contato direto do ser humano com os animais e o estabelecimento de uma re...
12/30/2020 • 30 minutes, 21 seconds
#115 – Leitura de fôlego ep 02: O ensaio em cena ou o espetáculo da dúvida
Às vésperas do Natal de 2020, ano difícil, de pandemia de Covid-19 e isolamento social, o Oxigênio traz o segundo episódio da série "Leitura de Fôlego", uma forma de nos conectarmos com nossos ouvintes com um tema mais suave para esses dias em que começamos a desacelerar. “Leitura de Fôlego” é uma série que apresenta temas de pesquisas de professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp. Nesse episódio, conversamos com o professor e pesquisador Alexandre Soares Carneiro sobre um tipo de texto que pode assumir diferentes formatos e que dá liberdade para seus escritores revelarem o processo irregular de seus pensamentos, suas dúvidas e até seus defeitos, tudo isso em um tom parecido com uma conversa. O assunto de hoje são os ensaios. Após ouvir algumas características desse texto, vamos conhecer mais sobre um importante ensaísta francês do século XVI, Michel de Montaigne. Ele inaugurou o uso da palavra “ensaio” para se referir a esse tipo de texto e escreveu sobre os mais diversos temas: desde o pedantismo, os índios canibais até os polegares. Depois, nossa conversa passou pelo ensaísmo brasileiro, que é mais importante do que parece. E acabou com dicas para quem quiser começar ou continuar a ler esse tipo de texto.
Quem está à frente deste projeto é a Laís Souza Toledo Pereira, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e de Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira. Vamos ao episódio, que é o número 115 do Oxigênio.
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Laís Toledo: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro podcast Oxigênio.
Laís: Os bastidores dos nossos pensamentos não são nada glamurosos. Hesitações, dúvidas, correções... A gente tende a não querer mostrar esse tipo de coisa. Ainda mais em um contexto entulhado de textão nas redes sociais, com mitos de um lado e cancelados do outro... Outra coisa que a gente não gosta muito de mostrar são as nossas frustrações, as nossas imperfeições. É filtro, edição, marketing pessoal e #gratidão que não acaba mais... A conversa de hoje é sobre um tipo de texto que autoriza o autor a se mostrar, sem certezas e sem enfeites. Vamos falar sobre Ensaios. Quem conversa com a gente hoje é o Alexandre Soares Carneiro, professor do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. Sua trajetória de pesquisa abrange assuntos como Literatura Portuguesa, Literatura Medieval e o Renascimento. E, há mais de dez anos, ele tem se dedicado a pesquisar também o nascimento e as transformações do gênero ensaístico.
Bom, o ensaio é um tipo de texto que dá espaço pro autor se mostrar, com suas dúvidas e imperfeições. Mas ele é muito mais do que isso. Pra começar essa conversa, eu pedi pro Alexandre dizer como ele definiria um ensaio.
Alexandre Soares Carneiro: Eu diria que o ensaio é um texto de reflexão de forma livre, o que dificulta muito uma definição, porque obviamente ele pode assumir aspectos muito variados. Mas podemos identificar a tal liberdade do ensaio no fato de o ensaísta expressar não apenas o resultado final, mas um pouco do processo irregular do pensamento, desde a formulação de um problema, uma dúvida, um paradoxo que ele observou, passando pelas hipóteses iniciais, as hesitações, desvios, correções. O ensaio tende a incorporar as dúvidas naturais do processo de reflexão, talvez como as perguntas de um interlocutor imaginário, o que remete à característica dialógica do pensamento. Assim, a gente pode associar o ensaio à conversação, com sua típica a-sistematicidade. A liberdade de testar ideias ou perspectivas insólitas também pode ser associada ao espírito da conversação.
Laís: Além dessa associação com a conversa, com sua natureza não sistemática, não organizada, o Alexandre falou também sobre uma diferença entre a palavra “ensaio” e os textos com características de ensaio.
12/23/2020 • 22 minutes, 24 seconds
#114 Essa tal de Genômica – ep. 2
Este programa continua introduzindo um panorama sobre como a Genômica é uma ciência transversal e emergente, contribuindo para desafiar as fronteiras do conhecimento de outras áreas científicas. O que muda do #113 é que agora o potencial da Genômica será relacionado a outros dois campos de atuação: conservação de espécies ameaçadas e saúde pública! Para entender melhor isso, os divulgadores científicos Vinícius Alves e Adriane Wasko conversaram com Patrícia Freitas e Lygia da Veiga Pereira. Patrícia é bióloga, professora da UFSCar e tem experiência de pesquisa com Genômica da Conservação Animal, especialmente primatas como o mico leão preto. Já Lygia é física, professora da USP e tem experiência de pesquisa em Genética Humana e Médica. Áudios do jornalista científico Marcelo Leite foram cedidos para o encerramento do programa. A seguir, você tem o roteiro completo para acompanhar a conversa. Sejam todos bem vindos ao segundo episódio de “#114 Essa tal de Genômica” do podcast Oxigênio!
Obs.: A foto do mico leão preto em vida livre é do Felipe Bufalo. O playback do mico leão preto é da ONG Itapoty. As demais imagens e trilhas sonoras são de bancos de uso público.
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Vinícius: Olá, ouvintes! O Oxigênio de hoje é o segundo episódio sobre Genômica. No episódio anterior, já tivemos uma noção de como a Genômica é uma área emergente e transversal no meio científico. E agora vamos falar um pouco sobre como estudos genômicos podem contribuir com duas outras áreas de amplo interesse público. No caso, a conservação de espécies ameaçadas e a saúde pública. Eu sou Vinícius Alves.
Adriane: Eu sou Adriane Wasko e começa agora: “Essa tal de Genômica, episódio 2”
Vinícius: Parte dos pesquisadores que trabalham com conservação da biodiversidade vêm utilizando dados genômicos. Por exemplo no Brasil, há projetos que sequenciam genomas de plantas endêmicas e altamente adaptadas ao ambiente estressante do Nordeste. Já em genômica da conservação animal, podemos destacar projetos com espécies ameaçadas de extinção que estudam genes adaptativos em populações de arara-azul, onça-pintada, tubarão-martelo, mico-leão-preto e outras.
Adriane: Quem pode comentar melhor sobre genômica da conservação animal é a geneticista Patrícia Domingues de Freitas, que por sinal, estudou comigo. Patrícia é professora do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos, a UFScar. Uma de suas linhas de pesquisa é a genômica aplicada à conservação animal, com ênfase no grupo dos Primatas.
Patrícia: A produção de dados genômicos ela surge com o desenvolvimento das tecnologias de sequenciamento do DNA né, lá na década de 70, de 80, mas principalmente nos inícios dos anos 90, quando surgem os projetos genoma, incluindo o projeto Genoma Humano. Na biologia da conservação, esse processo se dá mais pra frente depois dos anos 2000, quando as tecnologias de sequenciamento de DNA se tornam mais robustas a partir do desenvolvimento de métodos que a gente chama de ‘próxima geração’ que permitem a produção de dados genômicos em maior escala.
Vinícius: Ouvindo você agora, Patrícia, eu lembrei que já li que com as técnicas de hoje em dia é possível marcar milhares de genes específicos ou até regiões inteiras do genoma nos indivíduos de uma espécie. Com isso em mãos, eu imagino que a genômica da conservação possa caracterizar geneticamente a população de uma espécie animal ou vegetal que vive em uma determinada área e, também, acompanhar se essa população está mantendo uma boa variabilidade genética com o passar dos anos. É mais ou menos isso?
Patrícia: Bom, a gente sabe que a variabilidade genética é um elemento essencial pra manutenção e viabilidade de uma espécie ao longo do tempo perante as mudanças ambientais. Então a gente costuma dizer que quanto maior a variabilidade genética de uma espécie ou de suas populações, maior o potencial evolutivo daquela espécie. Ou seja,
12/21/2020 • 20 minutes, 32 seconds
#113 Essa tal de Genômica – ep 01
Este programa traz uma pitada de como a Genômica é uma ciência transversal e emergente, contribuindo para desafiar as fronteiras do conhecimento de outras áreas científicas, como melhoramento genético da agricultura tropical convencional, citogenética e evolução biológica!
Há grandes projetos e linhas de pesquisa em ação que têm a mão direta ou indireta da Genômica. Para entender melhor isso, os divulgadores científicos Vinícius Alves e Adriane Wasko conversaram com Ana Cristina Brasileiro e Cesar Martins. Ana é engenheira florestal da Embrapa de Brasília e tem experiência de pesquisa em Genômica de Plantas. Enquanto Cesar é biólogo e professor da Unesp de Botucatu, com experiência de pesquisa em Citogenética e Evolução Genômica Animal. Áudios da pesquisadora Lygia Pereira e do jornalista científico Marcelo Leite foram cedidos para abertura do programa. A seguir, você tem o roteiro completo para acompanhar a conversa.
Sejam todos bem vindos ao primeiro episódio de “#113 Essa tal de Genômica” do podcast Oxigênio!
Obs.: na arte de chamada do episódio, a foto (ao fundo) de bioinformática com análise de genoma é do Ivan Rodrigo Wolf. As demais imagens e também as trilhas sonoras são de bancos de uso público.
LYGIA: Um genoma é uma grande receita que a natureza segue para transformar a primeira célula que a gente já foi em um ser humano.. trilhões de células especializadas e organizadas.
MARCELO LEITE: Eu gosto de pensar no genoma mais como um ecossistema do que como um programa de computador.
VINÍCIUS: Independente da metáfora que você preferir, provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre genoma e também sobre a Genômica, que é a área da ciência que estuda os genomas.
ADRIANE: Genômica é filha da Genética e ambas são áreas que conversam entre si, mas não são a mesma coisa, cada uma tem as suas próprias características.
VINÍCIUS: Basicamente, podemos dizer que a Genética é a ciência que estuda a estrutura, a função, a variação e a hereditariedade dos genes, enquanto a Genômica estuda os mesmos aspectos só que sobre um genoma, ou seja, sobre o conjunto de genes, que forma um ser vivo.
ADRIANE: O último relatório de avaliação da pesquisa científica realizado pela empresa Clarivate Analytics, em 2018, indicou que a Genômica é uma das áreas que mais crescem em publicações científicas no mundo. É como se os conhecimentos científicos de Genômica dobrassem a cada 2 anos em uma das mais reconhecidas plataformas de revistas científicas internacionais, a Web of Science.
VINÍCIUS: Realmente é muita coisa né? E isso acontece também porque a Genômica não caminha sozinha. As técnicas e os dados da Genômica podem se associar a outras linhas de pesquisa básica ou aplicada. A agricultura tropical, a evolução biológica, a conservação de espécies e a saúde pública são algumas das áreas em que a Genômica pode atuar.
ADRIANE: O fato da Genômica ser uma área emergente e interativa no ambiente de pesquisa não significa que seus avanços cheguem até a sociedade brasileira.
VINÍCIUS: Nos anos 2000, a realização do projeto genoma humano nos Estados Unidos e o sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, que causa doença em plantações de citrus, levaram o termo GENOMA para os noticiários, dando um grande reforço para o jornalismo científico, inclusive. Mas, como comenta o jornalista científico Marcelo Leite, após essa época, a Genômica perdeu um pouco a evidência nos noticiários.
ADRIANE: Mesmo que a gente não veja ou ouça a palavra Genoma nas mídias, a área da Genômica continua avançando e pode ter um grande impacto em nossas vidas. Por exemplo, o sequenciamento do novo coronavírus por pesquisadoras da USP, em parceria com Instituto Adolfo Lutz e Universidade de Oxford, que foi realizado em apenas 48h, foi de grande importância para os primeiros estudos sobre o vírus, ainda no começo da pandemia!
VINÍCIUS: Bem lembrado, Adriane. E também recentemente o Nobel de Química premiou duas p...
12/17/2020 • 20 minutes, 38 seconds
#112 Casa de orates – ep 02 – Vai passar!
O Casa de Orates é uma série do Oxigênio para conversar sobre saúde mental. No primeiro episódio falamos sobre quais aspectos da sociedade atual têm contribuído para aumentar os casos de transtornos mentais, principalmente ansiedade e depressão.
Nesse segundo, vamos falar sobre como é lidar com um diagnóstico de transtorno mental, a partir do relato da Roberta Bueno, que também narra o episódio, junto com o Rafael Revadam. Embora cada caso tenha suas particularidades, em todos eles o primeiro passo é perceber que algo não está bem e procurar ajuda. Depois do diagnóstico, é importante ter o acompanhamento de profissionais qualificados e seguir suas orientações. Não é simples, já que o tratamento às vezes demora e a melhora nem sempre vem na velocidade esperada.
Para discutir o papel de diferentes especialidades profissionais no tratamento das doenças da mente, contamos com a colaboração de Paula Andrada, psicóloga; Carlos Eduardo Rodriguez, psiquiatra; Fauziane Beydoun, nutricionista; e Paulo Ricardo Guerreiro, educador físico.
O episódio do Corpo podcast mencionado nesse programa está disponível em
Roteiro:
Roberta - Sou ansiosa desde criança, mas só descobri que tenho TAG – transtorno de ansiedade generalizada – na idade adulta, por volta dos 23 anos, depois de começar a fazer terapia. Daí, os meus medos sem sentido, os meus pensamentos acelerados e as palpitações no peito começaram a ser compreendidos por mim como sintomas da ansiedade. Por incrível que pareça, quando o que eu sentia ganhou um nome, as coisas começaram a ficar mais claras e eu comecei a lidar melhor com todas essas sensações e a reconhecer quando uma crise de ansiedade se aproxima.
No final de 2019, por volta de outubro ou novembro, a ansiedade veio com tudo e não quis ir embora. Eu tava fazendo terapia e tomando o ansiolítico recomendado pelo médico para ser usado esporadicamente durante os períodos ansiosos, mas nada parecia aliviar a crise. Passava uns dias bem e voltava a sentir todos os sintomas ansiosos de novo, mas com algumas novidades: uma perda gigante de energia, um desânimo e uma angústia enorme.
Rafael - A história da Roberta se mistura com tantas por aí. Como falamos no primeiro episódio, diferentes transtornos mentais podem ter sintomas parecidos. Para se chegar a um diagnóstico adequado é preciso uma avaliação cuidadosa, e ainda assim isso pode demorar um tempo.
Roberta - Foi durante uma sessão de terapia que chegamos – eu e minha terapeuta – à conclusão de que eu estava com um transtorno misto de ansiedade e depressão. Isso pra mim foi uma surpresa, porque eu nunca tinha tido depressão antes e pensava que, por serem diferentes, ou a pessoa tinha depressão ou ela tinha ansiedade. Achava que não dava pra ter as duas ao mesmo tempo! Mas pra minha surpresa, esses transtornos podem vir juntos e embaralhar a nossa mente!
Ao passar por essa experiência, eu percebi que é preciso falar sobre os transtornos mentais, sem medo e sem vergonha, pois muitas pessoas passam pela mesma coisa, mas não falam e sofrem caladas por receio do que o outro vai pensar. Não temos que ter vergonha por estarmos doentes.
Rafael - E ainda tem o fato de que muitas pessoas pensam que os transtornos da mente não são doenças, já que eles não são tão perceptíveis quanto as doenças do corpo. Muitos chegam a falar que a depressão é falta de vontade, preguiça ou frescura. Mas não é.
Eu sou Rafael Revadam e este é o Casa de Orates, um podcast para falar sobre saúde mental.
Roberta - E eu sou Roberta Bueno, e esse segundo episódio é sobre mim, sobre você e sobre todos que vivem com um diagnóstico de transtorno mental.
Paula - Bom, quando a gente fala do transtorno misto de ansiedade e depressão, a gente tá falando de sintomas que se apresentam ao mesmo tempo: sintomas ansiosos e sintomas depressivos, sem que haja uma prevalência,
A água é um recurso fundamental para a vida na Terra. Por isso, o segundo episódio da série Escuta Clima aborda o tema de segurança hídrica e mostra o perfil das crises pluviais no Brasil. As enchentes causadas pelas chuvas torrenciais no Sudeste contrastam com as secas típicas da região semiárida do Nordeste. Com milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade devido, tanto ao excesso, quanto à falta d’água, os cientistas buscam soluções criativas para mitigar a situação de ambas regiões, soluções que podem ser expandidas para todo o território brasileiro.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos - “A Terra é azul”. Foi o que disse Yuri Gagarin, o astronauta russo e primeiro homem a ir pro espaço, quando viu nosso planeta lá de cima. Essa cor azul que ele viu em 1961 eram os gigantes oceanos que cercam os continentes. E é muita água! Imagine… É como estar no meio do mar e olhar pro horizonte em todas as direções sem ver nada além do próprio mar.
Esses oceanos cobrem cerca de 70% de toda a superfície da Terra, e neles estão 97% de toda a água do planeta. Incrível, não? Então não precisamos nos preocupar com a falta d’água, já que temos muito mais que o suficiente para todos, certo? Errado!
Bruno Moraes - Toda essa água dos oceanos é salgada e não é potável. Então, sobram apenas 3% de água doce no mundo. Sendo que a maior parte, por enquanto, tá congelada em geleiras e nos pólos.
Fazendo uma conta rápida, vemos que sobra apenas 1% de água para sobrevivência dos humanos, dos animais, e das plantas. E quando eu digo sobrevivência, eu quero dizer literalmente isso.
A Água é extremamente importante pra vida. E é por isso que os cientistas procuram esse recurso em outros planetas para indicar se podem ou não abrigar vida.
Camila Ramos - Mas muitas pessoas não encaram a água como um bem comum e precioso. E isso fica claro quando vemos pessoas lavando o carro ou a calçada com a mangueira, ou deixando a torneira aberta enquanto fazem outras tarefas.
Mas o uso indiscriminado de água não é apenas responsabilidade dos cidadãos. Na verdade, as indústrias e o setor agropecuário tem grande porcentagem de culpa. Na verdade, o desperdício e uso irresponsável da água é tamanho que estamos prestes a encarar uma crise hídrica sem precedentes.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o uso mundial da água vem aumentando cerca de UM por cento ao ano. Pode parecer pouco, mas isso quer dizer que vai ser cada vez mais difícil prover água para todos.
Bruno Moraes - Além disso, as mudanças climáticas tornam insuficiente a quantidade de água e pioram a qualidade dela e causam as alterações de volume e frequência de chuvas que afetam a rotina de diversas populações, interferindo na alimentação, saúde e economia dessas pessoas.
E podemos entender essa situação com dois extremos vividos no Brasil, que são as enchentes (geralmente nas regiões Sul e Sudeste) e as secas, típicas do Nordeste. São problemas antigos que deixam centenas de pessoas vulneráveis. E a previsão é que esses eventos piorem nos próximos anos.
Camila Ramos - No episódio de hoje, vamos ouvir os pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas para entender melhor as crises hídricas e quais são os meios sustentáveis para melhorar essa situação.
O José Almir Cirilo é um deles. Ele é professor titular do Campus Agreste da Universidade Federal de Pernambuco.
Bruno Moraes - Também vamos ouvir o Eduardo Mári...
12/4/2020 • 32 minutes, 18 seconds
#110 Casa de Orates ep 01 – Por que nossa mente está doente?
O Casa de Orates é um podcast para conversar sobre saúde mental e, nesse primeiro episódio, vamos tentar entender o que está deixando nossa mente doente.
No mundo são quase 1 milhão de pessoas vivendo com algum transtorno mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas sofram com a depressão e cerca de 260 milhões com a ansiedade. Ainda assim, a saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública.
Por que nos dias de hoje transtornos como depressão e ansiedade são cada vez mais comuns? Existe mesmo mais gente doente ou mais casos estão sendo diagnosticados? Será que o modo como vivemos afeta a nossa saúde mental?
Para responder a essas e a outras perguntas, conversamos com Marcelo Brañas, médico psiquiatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Bruno Emerich, psicólogo e doutor em saúde coletiva na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os dados apresentados nesse episódio foram obtidos no site da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e estão disponíveis em:
Créditos da imagem: Fernando Cabral (@cferdo/Unsplash)
Roteiro:
[primeiro entrevistado]: Saúde pra mim, primeiro começa pela prevenção, né? Você tem que se cuidar, praticar exercício, se alimentar bem, né. Evitar excessos, dormir bem, né... Então isso, eu acho que tudo isso faz parte pra que você tenha uma boa saúde, né.
[segunda entrevistada]: Saúde é qualidade de vida. É ter acesso a uma boa educação, acesso a tudo aquilo que o governo deve nos proporcionar de bom, né. Saúde, na minha visão, saúde não tá relacionada só à questão medicamentosa.
[terceiro entrevistado]: Acho que saúde é a gente poder proporcionar tanto pra nossa família, nossos filhos, né, toda a assistência básica, né? É uma boa alimentação, é... cultura também, né. Isso tudo tá aí incluído no pacote de saúde, né?
[quarta entrevistada]: É quando a pessoa fica bem e ela fica muito saudável. E comer fruta saudável.
Roberta Bueno: Quando você pensa em saúde, o que vem à cabeça?
Ana Augusta: É bem provável que a sua resposta seja parecida com alguma dessas, ou com mais de uma.
Roberta: Pra grande parte da população, a percepção de saúde ou a ideia que se tem sobre o que é levar uma vida saudável tá relacionada basicamente com a nossa saúde física. A gente esquece da mente.
Ana Augusta: A própria Organização Panamericana de Saúde diz que a saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública. Poucas pessoas têm acesso a serviços e tratamentos de qualidade.
Roberta: Pra se ter uma ideia, mais de 75% das pessoas com transtornos mentais não recebem nenhum tipo de tratamento nos países de baixa e média renda. Além disso, ainda tem o estigma e o preconceito com relação a essas doenças, que fazem com que muitas pessoas não procurem tratamento.
Ana Augusta: E realmente tem muita gente sofrendo. No mundo, são quase 1 milhão de pessoas vivendo com algum tipo de transtorno mental. A cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio em decorrência da depressão ou de outra doença.
Roberta: Pra piorar esse cenário, veio a pandemia de covid-19, que nos trancou em casa, nos afastou fisicamente da família e dos amigos e trouxe o medo e a insegurança pra nossa rotina.
Ana Augusta: Os especialistas já alertam pra uma onda enorme de casos de transtornos mentais por causa da pandemia do novo coronavírus. Não dá mais pra negligenciar esse assunto. Eu sou Ana Augusta Xavier.
Roberta: Eu sou Roberta Bueno e esse é o Casa de orates, um podcast pra conversar sobre saúde mental. Nesse primeiro episódio, vamos tentar entender porque nossa mente está ficando doente.
Anelise Righi: Tá bom amiga, vamo lá...
Ana Augusta: Eu queria que tu me contasse, me descrevesse assim,
11/27/2020 • 19 minutes, 42 seconds
#109 – Leitura de fôlego ep 1 – Livro licencioso = Leitura proibida
Este é o primeiro episódio da Leitura de fôlego, uma nova série de podcasts do Oxigênio, que apresenta temas de pesquisas de professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp. E começamos contando aqui sobre os livros ou romances licenciosos, que por seu teor tinham que circular de forma clandestina não só no Brasil, mas também em Portugal e França, por exemplo. Isso nos séculos XVIII e XIX. Esses livros foram tema de pesquisa da Márcia Abreu, professora do IEL e que atualmente é também diretora executiva da Editora da Unicamp. Vamos ouvir sobre as características desses livros, porque eles eram proibidos e o que faziam os livreiros e leitores para ter acesso e distribuir esses romances naquela época. Quem está a frente deste projeto é a Laís Toledo, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e do Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira. Vamos ao episódio, que é o número 109 do Oxigênio.
Roteiro:
Márcia Abreu (MA): Ter um livro licencioso em casa, ou vender um livro licencioso, naquela época, era tão perigoso como hoje seria vender droga pesada.
Laís Toledo (L): Devasso, libertino, desregrado, impudico, libidinoso, lascivo, indecente... Esses são alguns sinônimos para a palavra “licencioso”. Mas, afinal, o que é um livro licencioso? Por que era tão perigoso ler ou vender um livro desses no Brasil dos séculos XVIII e XIX? Como a censura de livros agia por aqui nessa época? O episódio de hoje trata de questões como essas. Quem conversa com a gente é a Márcia Azevedo de Abreu, professora e pesquisadora do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. A Márcia tem desenvolvido pesquisas principalmente nas áreas de História do Livro e da Leitura e História da Literatura. Além disso, hoje em dia, ela também é Diretora Executiva da Editora da Unicamp.
L: Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro podcast Oxigênio.
Pra começar a conversa, eu pedi pra Márcia explicar o que é um romance licencioso.
MA: Um romance licencioso era um tipo de narrativa, que misturava cenas de sexo, ou um enredo sobre sexo, com discussões filosóficas sobre religião, sobre a natureza. Não a natureza assim das plantas, a natureza num sentido amplo, como o funcionamento dos corpos, as diferenças entre as culturas e também sobre as questões de poder. Um exemplo clássico de livro licencioso é o Teresa filósofa. Nesse livro, tem um enredo amplo, que é a trajetória dessa moça chamada Teresa, e ela vai se defrontando com várias situações em que ocorrem cenas de sexo, mas a cada cena de sexo tem uma discussão, sobre uma questão de moral ou sobre o comportamento da igreja, ou sobre uma questão filosófica. Acabada essa discussão, volta a ter uma cena, um encontro sexual de algum tipo.
L: Vamos ouvir um trechinho do começo do livro Teresa filósofa, quando a narradora, a Teresa, aceita contar a história dela e diz que não vai esconder nada. A edição que eu tenho aqui é da editora L&PM, que tem tradução para o português da Carlota Gomes e um prefácio do filósofo Renato Janine Ribeiro.
Thais Oliveira: “O quê, Senhor! Seriamente, quereis que escreva minha história [...] Na verdade, caro Conde, isso parece estar acima de minhas forças. [...] Mas se o exemplo, dizeis, e o raciocínio fizeram a vossa felicidade, por que não tentar contribuir para a dos outros pelas mesmas vias, pelo exemplo e pelo raciocínio? Por que temer escrever verdades úteis ao bem da sociedade? Pois bem, meu caro benfeitor! Não vou mais resistir! Escrevamos! [...] Não, vossa tenra Teresa jamais vos responderá por uma recusa, vereis todos os recônditos do seu coração desde a mais tenra infância, a sua alma vai se revelar inteiramente nos detalhes das pequenas aventuras que, sem que percebesse, a conduziram, passo a passo, ao auge da volúpia.”
L: Ah, o Teresa filósofa foi publicado pela primeira vez em francês,
11/20/2020 • 39 minutes, 39 seconds
#108 Gaia episódio 2 – O passado no oceano
Em 2001, o IPCC, o Painel da ONU sobre Mudança do Clima, lançou um relatório que trazia um gráfico que ficou conhecido como Taco de Hockey. O gráfico mostrava, com dados do hemisfério norte, a temperatura da superfície do planeta através dos anos. Começando do ano mil, o gráfico tinha uma tendência bem leve de resfriamento até que no século vinte a linha dispara para cima, como a ponta de um taco de hockey. Nesse episódio do Gaia, vamos dar um passo atrás e ver como é possível saber o clima do passado. Esse episódio contou com a participação de Renata Nagai, da Universidade Federal do Paraná, e Natan Pereira, da Universidade do Estado da Bahia.
Este é o segundo episódio da série Gaia. A produção e edição é feita por Oscar Freitas Neto. O projeto é uma produção do podcast Oxigênio, do Labjor/Unicamp, e conta com a orientação de Simone Pallone.
Músicas:
Fast Talkin – Kevin MacLeod (YouTube Audio Library)
Our Only Lark – Blue Dot Sessions
Eggs and Powder - Blue Dot Sessions
Copley Beat - Blue Dot Sessions
Fender Bender – Blue Dot Sessions
Ferus Cur – Blue Dot Sessions
Imagem:
Alain Couette
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Oscar: Em 2001, o IPCC, o Painel da ONU sobre Mudança do Clima, lançou um relatório que trazia um gráfico que ficou conhecido como Taco de Hockey. O gráfico mostrava, com dados do hemisfério norte, a temperatura da superfície do planeta através dos anos. Começando do ano mil, o gráfico tinha uma tendência bem leve de resfriamento até que no século vinte a linha dispara para cima, como a ponta de um taco de hockey.
Oscar: Nesse episódio do Gaia, nós vamos dar um passo atrás e ver como é possível saber o clima do passado. E para isso...
Oscar: nós vamos para o mar.
Renata: Eu amo ir para o mar. Bom, eu sou oceanógrafa de formação. Então, sempre que tem uma oportunidade de ir para fazer coleta, né, eu sou a primeira pessoa a levantar a mão e falar eu quero ir.
Oscar: Essa é a Renata Nagai.
Renata: Eu falo isso para os meus alunos. Eu me sinto super completa quando estou no navio e eu olho para todos os lados e só vejo água. Aquela água com aquela cor que é um azul, um roxo, não sei, é uma coisa linda.
Oscar: Ela é professora na Universidade Federal do Paraná.
Renata: Eu coordeno um laboratório que chama Laboratório de Paleoceanografia e Paleoclimatologia. Então, a gente estuda o passado dos oceanos e tenta entender essas relações entre o oceano e o clima no passado, em diferentes escalas de tempo.
Renata: Para quem trabalha com paleoclima, a gente olha para o passado e tenta entender como o planeta estava quando a gente tinha, por exemplo, concentrações de CO2 na atmosfera similares com que a gente vai ter ou tem hoje. Será que oceano estava mais quente, será que o oceano estava mais ácido, como será que o oceano influenciava na chuva aqui na região da América do Sul.
Natan: A ciência começou a coletar dados de forma sistemática a partir dos anos 50, então é muito pouco tempo. Se você for construir milhares de anos, milhões de anos, é muito pouco tempo.
Oscar: Quem fala é o Natan Pereira
Natan: Sou biólogo de formação.
Oscar: Ele é professor da Universidade do Estado da Bahia.
Natan: E atualmente estou trabalhando com geoquímica de corais. Eu tento entender os sinais químicos que estão nesses organismos para entender um pouco do clima.
Oscar: Para reconstruir esse clima do passado, é preciso usar formas indiretas de fazer medições. É possível, por exemplo, procurar por documentos históricos que tenham dados do tipo, mas assim só é possível voltar no tempo até certo ponto. Para voltar muito mais é preciso dos arquivos naturais.
Natan: Então para isso a gente utiliza proxies geoquímicos, principalmente, que são evidências indiretas sobre as condições ambientais do passado que são registradas de forma ordenada e sequencial dentro de um determinado período específico.
Renata: Eu sempre gosto de exemplificar, eu falo: não dá para a gente pegar um sedimento marinho colocar um termômetro dentro dele e falar,
11/16/2020 • 20 minutes, 55 seconds
#107 – Escuta Clima ep1. – Ciência em busca de matrizes renováveis
Este é o primeiro episódio de uma série intitulada Escuta Clima, que vai trazer a cada novo programa um dos temas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Mudanças Climáticas. As pesquisas desenvolvidas no INCT estão distribuídas em seis subcomponentes: Segurança energética; Segurança hídrica; Segurança alimentar; Saúde; Desastres naturais, impactos sobre a infraestrutura física em áreas urbanas e de desenvolvimento urbano; Impactos nos ecossistemas brasileiros, tendo em vista as mudanças no uso da terra e da biodiversidade. Essas subcomponentes estão interligadas por três temas transversais: Economia e impactos em setores-chave; Modelagem do sistema terrestre e produção de cenários climáticos futuros para estudos de Vulnerabilidade-Impactos-Adaptação-Resiliência para Sustentabilidade e Comunicação, disseminação do conhecimento e educação para a sustentabilidade. Escuta Clima faz parte desse último tema transversal, sendo uma nova sessão da revista ClimaCom, e é reproduzido no Oxigênio.
A segurança energética é tratada nesse episódio inaugural, apresentando os impactos que já são observados no planeta, provocados pelas alterações climáticas causadas principalmente pela ação humana. Os cientistas entrevistados no episódio falam sobre suas pesquisas que buscam soluções na área de energia, que reduzam o impacto da produção de energia no clima.
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Camila Ramos - Mudanças climáticas. Esse tema ganhou a atenção de um novo público. Um público jovem, o que repercutiu muito na mídia mundial. Isso foi no ano passado, quando a adolescente sueca Greta Thumberg faltava das aulas nas sextas-feiras para protestar na frente do parlamento do seu país. Essa e outras ações da jovem viralizaram nas redes sociais e milhões de pessoas se engajaram no ativismo e foram pras ruas em manifestações no mundo inteiro.
[Transcrição do Discurso de Greta Thumberg]
How dare you!
You have stolen my dreams and my childhood with your empty words. And yet I'm one of the lucky ones. People are suffering. People are dying. Entire ecosystems are collapsing. We are in the beginning of a mass extinction, and all you can talk about is money and fairy tales of eternal economic growth.
Quem aí lembra desse discurso da Greta no encontro da Cúpula sobre Ações Climáticas da Organização das Nações Unidas? Aliás, a ONU junto com milhares de cientistas vêm se movimentando para diminuir os danos das mudanças climáticas há muitos anos. Mas afinal, o que são mudanças climáticas? O que ela impacta na minha e na sua vida?
Pra começar, diferente da previsão de tempo do dia ou da semana, que diz se vai chover mais ou menos, ou se a temperatura vai variar de vinte a trinta graus entre a madrugada e o pico da tarde. As mudanças climáticas são alterações sutis, que com o passar dos anos e décadas, causam grandes desequilíbrios no mundo todo. Ou seja, o aquecimento global que estamos vivendo hoje começou há mais ou menos 100 anos e tá fazendo com que as estações não sejam tão definidas, deixando os verões mais quentes e os invernos mais rigorosos, por exemplo.
Além de causar eventos climáticos mais extremos, como chuvas intensas e secas mais prolongadas e, até mesmo colocando animais e plantas em risco, quer dizer, aquele cafezinho que você tanto gosta ou aquele adocicado chocolate podem desaparecer em alguns anos. Ou ainda, milhares de pessoas estão perdendo suas casas, seus trabalhos e suas vidas porque o mar está fazendo suas ilhas e cidades litorâneas sumirem por completo do mapa!
Então, é por isso que temos que agir rápido!
Roberto Shaeffer - Em 2010, os estudos indicavam que a humanidade tinha cerca de 30 anos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa a metade. Hoje, a gente já sabe que temos apenas 10 anos, ou seja, entre 2020 e 2030 para reduzir as emissões de gases de efeito estuda a metade para a gente ficar dentro de uma trajetória compatível com o mundo até um grau e meio mais quente do que era na e...
11/6/2020 • 29 minutes, 14 seconds
#106 Série Corpo, episódio 7 – Doença comprida
Depois do derrame, a vida segue. Neste episódio, conversamos com Gilmar, que sofreu um AVC aos 41 anos, e tentamos entender um pouco de sua realidade a partir das reflexões de pesquisa da antropóloga Monique Batista, da fisioterapeuta Juliana Valente e do profissional de Educação Física Hélio Yoshida. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
Parte 1
SAMUEL RIBEIRO
Eu tinha uns 12 anos e lembro que eu tava sentado em um toco de madeira, na beira de uma lagoa...
SAMUEL
Do meu lado tava meu avô materno, o Mário. Eu já falei dele aqui no podcast. Um homem enorme, de mãos grandes, com um bigodão branco e penteado que lembrava um pouco aqueles bandidos de faroeste. A gente tava pescando com varinha de bambu, e eu lembro...
SAMUEL
Eu lembro de uma cena em que ele tentava colocar uma minhoca no anzol e não conseguia acertar de jeito nenhum. Alguma coisa caía da mão dele: ou o anzol, ou a minhoca, ou a vara inteira. Tentou, tentou, tentou, e aí cansou e jogou tudo no chão, com raiva, xingando furioso numa mistura de português com italiano que eu não consegui entender bem.
SAMUEL
Essa lembrança me marca muito, porque meu avô era esse homem forte, aventureiro, que tinha percorrido o Brasil inteiro de caminhão e pescado peixes enormes, mas que no final da vida tinha ido morar com a gente por causa dos derrames.
SAMUEL
Acidente vascular cerebral. AVC... Quando eu penso nisso, a primeira coisa que me vem na cabeça é o Mário e como a vida dele ficou diferente. É disso que a gente vai falar hoje.
SAMUEL
Eu sou Samuel Ribeiro, e este é o Corpo, podcast que fala de pessoas e de movimento. E a gente começa...
GILMAR MARQUES
... foi em 2016, em junho, dia 22 de junho, 2016.
SAMUEL
... a gente começa com o Gilmar.
GILMAR
Não senti nada assim. Um dia antes eu tinha trabalhado normal, que eu trabalhava com pavimentação asfáltica, sabe? Serviço bem quente mesmo.
GILMAR
Aí levantei normal, sabe, coloquei a roupa de serviço, andei um metro assim, deu aquela bambeada na perna. Aí falei, "acho que é cãibra né", já tinha cãibra antes. Aí levantei, andei mais uns 300 metros, aí deu outra bambeada na perna. Aí falei "tem alguma coisa errada né". Aí eu voltei pra casa. Quando eu abri a porta de casa, aí não consegui mais ficar de pé, entendeu...
SAMUEL
O Gilmar tinha 41 anos na época, e tava passando ali por um derrame, do tipo hemorrágico, que é quando um vaso sanguíneo se rompe no cérebro.
GILMAR
Aí comecei meio, tipo, delirar assim, aí já fui pro UPA, do UPA fui pra Santa Casa, e... e lá não alembro muita coisa, não alembro de quase nada, até hoje não consigo alembrar.
SAMUEL
Ele ficou vários dias hospitalizado, depois meses na cadeira de rodas, e por causa daquele dia tá até hoje com algumas sequelas que mudaram completamente a vida dele.
GILMAR
E nunca pensava que isso ia acontecer comigo, apesar do médico já ter avisado, que algo ia acontecer. Mas quando você tá no foco da bagunça, aí você nem imagina né. Vê acontecer com o vizinho, mas acha que não vai acontecer com a gente.
Parte 2
SAMUEL
O AVC é uma das principais causas de morte no mundo e só no Brasil a gente tem centenas de milhares de casos todos os anos. É um problema que acomete principalmente os idosos, mas também chega em pessoas mais jovens, como foi o caso do Gilmar.
SAMUEL
Cada caso é um caso, mas o sobrevivente do derrame geralmente fica com algum tipo de sequela e precisa se adaptar em uma nova realidade.
SAMUEL
Pra entender melhor essas mudanças, eu fui conversar com a Monique Batista...
MONIQUE BATISTA
... o derrame ele é um acontecimento que transforma as relações familiares como um todo...
SAMUEL
10/29/2020 • 25 minutes, 28 seconds
#105 – Temático: Idosos, asilos e uma pandemia
Os idosos enfrentam situações de discriminação. Por fazerem parte do grupo de risco da Covid-19, a condição de isolamento foi intensificada. Neste episódio, Roberta Bueno e Rafael Revadam falam sobre os cuidados que estão sendo tomados nas Instituições de Longa Permanência para Idosos, como são chamadas as casas de repouso e asilos, e sobre o que o governo brasileiro está fazendo para proteger essa população idosa asilada.
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ROTEIRO
ZULMA: Estou angustiada, né… triste. Uma coisa que nunca imaginei que passaria por isso. Muita coisa acontecendo e sem resultado, né… Não tem resultado. É isso que eu sinto. Estou triste, né? Muito triste. Porque eu tô longe, eu moro em Atibaia agora e a família trata por telefone, é a única coisa que eu tenho.
Roberta Bueno: Dona Zulma, de 93 anos, é hóspede de uma casa de repouso localizada em Atibaia, no interior de São Paulo. Ela é uma das 100 mil pessoas que vivem nas ILPIs, as Instituições de Longa Permanência para Idosos, como as casas de repouso e asilos são chamados atualmente.
Rafael Revadam: Fazendo parte do grupo de risco, os idosos estão enfrentando mais um cenário de discriminação, intensificado com a chegada do novo coronavírus. Com a pandemia, a população envelhecida encontrou mais uma situação de isolamento do resto da sociedade.
Roberta: No episódio de hoje, vamos falar da situação dos idosos na pandemia. Quais são os cuidados que estão sendo tomados nas ILPIs, e o que os políticos estão fazendo pela população idosa asilada. Eu sou Roberta Bueno.
Rafael: E eu sou Rafael Revadam. E este é o Oxigênio.
[Vinheta de abertura do podcast Oxigênio]
Roberta: De acordo com dados do IBGE, no Brasil existem cerca de 22 milhões de pessoas idosas, que são aquelas com idade maior ou igual a 65 anos. Isso corresponde a 10,5% da população.
Rafael: Já os idosos que vivem em ILPIs são, aproximadamente, 100 mil, segundo estimativa do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, sendo que 60 mil estão em instituições públicas e filantrópicas.
Roberta: Mas esses números tendem a aumentar nos próximos anos. É o que explica a psicóloga especialista em cuidados da população idosa, Regina Célia Celebrone.
Regina Celebrone: O idoso, ele sempre já esteve na margem. Porque a sociedade está começando a envelhecer agora. A sociedade brasileira, né? Vai ser um grande evento, o envelhecimento humano. Vai ser um grande advento. Vai triplicar o número de idosos até 2050. E o idoso já estava marginal, já tinha um olhar de escanteio na sociedade, porque ninguém quer saber que vai ficar velho. Porque velhice é sinônimo de morte, de coisa feia, de pelanca, daquilo que não é tão lindo, de um corpo que não é mais bonito de se ver, na sociedade do espetáculo que a gente vive hoje, dos corpos perfeitos. E aí ele sofre: você não pode sair, você não pode colocar os pés fora de casa, ou você é uma ameaça para a gente. Se sai na rua, as pessoas olham feio. E aí, eu faço uma pergunta: será que já não olhavam feio para o idoso? De ser uma ameaça como fim de vida.
Rafael: É nesse cenário de discriminação que as ILPIs se encontram. E com o novo coronavírus, o cuidado com o idoso ganhou uma nova realidade. Nós perguntamos para Nadja Cardoso, coordenadora da Casa de Repouso Nova Canaã, em Atibaia, como foi contar para os moradores da casa que eles deveriam se isolar.
Nadja Cardoso: O isolamento social foi comunicado aqui na casa dia 10 de março. A princípio, a reação de cada um deles foi assustador, sem entender, na verdade. Mas o que que eu fiz? Eu fiz uma reunião aqui na casa, falando o que realmente estava acontecendo. Eles ficaram assustados, sim, afinal, quem não ficaria, né? Eles têm acesso à televisão, tem hóspedes que têm tablets e celulares... Então, eles têm acesso a informações. Mas, eu tentei passar de uma forma que eles ficassem um pouco tranquilos, pois nós estávamos fazendo a prevenção, precaução, diante dessa situação.
10/23/2020 • 24 minutes, 36 seconds
#104 – Temático: Cientistas e filhos em tempos pandêmicos
Neste #DiadoPodcast, o Oxigênio traz um novo episódio, que trata da nova rotina que mulheres, que além de cientistas são mães, tiveram que adotar no período de isolamento social por causa da Covid-19. Para tratar do tema, recorremos às cientistas que atuam nos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp, que são ligados à Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa, a Cocen. O aumento da carga de atividades com os filhos e tarefas de casa têm afetado a produção científica dessas mulheres. Embora homens com filhos também manifestem um impacto negativo para suas carreiras neste momento, o que estudos na área de gênero indicam é que as mulheres são as mais sobrecarregadas. As entrevistadas foram as pesquisadoras Alline Tribst, Ana Carolina Maciel, Germana Barata e Priscila Coltri; a professora Guita Debert e os pesquisadores Leonardo Abdala Elias e Manuel Falleiros.
O episódio foi produzido pela Bianca Bosso e pela Beatriz Oretti, com a supervisão de Simone Pallone e Ana Carolina Maciel. A edição foi de Octávio Augusto, da Rádio Unicamp e de Gustavo Campos, do Labjor.
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Roteiro
PRISCILA: Eu fechei a porta aqui e tô num quarto, espero que nenhuma criança atrapalhe e que dê tudo certo.
BIANCA: A paralisação das atividades acadêmicas e escolares presenciais, determinada em virtude da pandemia de covid-19 impôs uma nova rotina às pesquisadoras que são mães.
BEATRIZ: Se antes era possível separar temporal e espacialmente os afazeres profissionais e o cuidado com a casa e os filhos, hoje essas tarefas se misturaram.
BIANCA: Nessa nova realidade, o espaço do trabalho dos pais se mescla com a escola e o lugar de recreação dos filhos / e ao mesmo tempo se tenta dividir o dia para a realização de mil tarefas. O resultado é uma diminuição na produtividade acadêmica, que já foi relatada em estudos realizados durante a pandemia.
BEATRIZ: O Movimento Parent in Science, que trata das consequências da chegada dos filhos na carreira científica de mulheres e homens, fez um levantamento nos meses de abril e maio, pra ver o impacto do isolamento social por causa da Covid. O levantamento revelou que as mães são as principais afetadas. Enquanto sessenta e cinco por cento dos pais entrevistados conseguiram submeter artigos científicos como planejado, esse número caiu para quarenta e sete por cento das mães. Vamos deixar o link para a pesquisa no site.
BIANCA: Eu sou Bianca Bosso, bióloga e divulgadora de ciências
BEATRIZ: Eu sou Beatriz Oretti estudante de jornalismo, e esse é o episódio número 104 do podcast Oxigênio.
Vinheta do Oxigênio
BIANCA: Para analisar o efeito do isolamento social entre pais e mães acadêmicos, realizamos um levantamento de dados com pesquisadores da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp, a Cocen.
BEATRIZ: Ao todo, obtivemos vinte e oito respostas e pudemos perceber algo em comum entre os entrevistados.
BIANCA: Agora, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão, as mães pesquisadoras têm de lidar ao mesmo tempo com as demandas do lar e das crianças.
BEATRIZ: A Priscila Coltri, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI, conta um pouco sobre os desafios de conciliar a criação dos dois filhos, de quatro e seis anos, com o trabalho acadêmico em home office e os serviços domésticos.
PRISCILA: O que é mais difícil é isso, é ter que fazer tudo ao mesmo tempo. A minha funcionária que limpava a casa e fazia almoço e janta estava grávida, então ela teve que ser afastada porque era do grupo de risco. A moça que olhava as crianças à tarde também não foi mais. Então eu fiquei sem nenhum suporte pra casa. Aí eu comecei a trabalhar de casa me dividindo entre todas as coisas que eu tinha que fazer em casa, ou seja, almoço, janta, limpar a casa, lavar roupa e tudo mais, o trabalho home office, né,
10/21/2020 • 29 minutes, 32 seconds
#103 – Gaia episódio 1 – Papel ou Secador Elétrico?
É comum encontrar os secadores elétricos nos banheiros por aí, mas será que ele é melhor ambientalmente do que as toalhas de papel? Em 2019, a FGV substituiu as toalhas de papel por secadores elétricos o que fez algumas pessoas levantarem essa questão. A equipe de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV se prontificou a realizar um pequeno estudo que ajuda a responder à questão. Esse episódio contou com a participação de Juliana Picoli e Ricardo Dinato, especialistas em ACV.
Este é o primeiro episódio da série Gaia, uma produção do podcast Oxigênio, do Labjor/Unicamp. A produção é feita por Oscar Freitas Neto. O projeto conta com a orientação de Simone Pallone.
Músicas:
Fast Talkin – Kevin MacLeod (YouTube Audio Library)
Desmontes – Blue Dot Sessions
Lupi - Blue Dot Sessions
Pink - Blue Dot Sessions
Fender Bender – Blue Dot Sessions
Ferus Cur – Blue Dot Sessions
Imagem:
RudsonVieiraC
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OSCAR: Eu sempre ia para o trabalho de ônibus. Trabalho no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV que fica na avenida Nove de Julho em São Paulo. E a primeira coisa que fazia quando chegava era lavar a mão para tirar aquela sensação de mão suja. E que bom sempre tive esse costume. Um dia no ano passado,
BARULHO DE PORTA E MÃOS LAVANDO
OSCAR: eu cheguei, lavei as mãos e não encontrei o papel para enxugar.
BARULHO DE SECADOR
RICARDO: O papel toalha não estava mais lá... tinham colocado ali os secadores de ar
OSCAR: Esse é o Ricardo Dinato, especialista em Avaliação de Ciclo de Vida.
RICARDO: Começou ali a discussão, porque eu acho que muitas pessoas não gostam do secador a ar, preferem as folhas de papel. E aí veio, pô, será que ele pelo menos é melhor do ponto de vista ambiental? Umas duas, três pessoas perguntaram, comentaram. A gente falou não sei, tem alguns estudos, mas cada um fala uma coisa, depende muito das premissas. A gente falou, vamos fazer, vamos ver o que dá.
OSCAR: Eles resolveram fazer um pequeno estudo usando a Avaliação de Ciclo de Vida, também conhecida como ACV
JULIANA: É uma técnica para estimar os impactos ambientais de um determinado produto ou serviço olhando para todo o ciclo de vida desse produto ou serviço
OSCAR: Essa é a Juliana Picoli. Ela fez a revisão do estudo
JULIANA: Ela considera, então, todo o ciclo de vida desde a primeira interação da natureza que esse produto teve que passar até o seu descarte no fim de vida desse produto, né?
OSCAR: Então o estudo tem que considerar cada pequeno caminho, cada a cadeia que interage com esse produto. Pegando por exemplo o papel
MÚSICA
OSCAR: Tem que considerar
RICARDO: Desde o viveiro ali que faz as mudas
OSCAR: Na fase de plantação, a fabricação de cada insumo, cada fertilizante e defensivos agrícolas.
RICARDO: Aplicação desses produtos.
OSCAR: Que também emitem algumas substâncias.
RICARDO: E depois que elas chegarem num tamanho adequado, ela vai ser cortada. Vai para a indústria. Onde ela vai ser processada e se transformar primeiro em celulose, depois em papel.
OSCAR: Tem ainda a embalagem, o transporte de caminhão para um centro de distribuição, para um mercado e para a FGV onde ele é usado.
RICARDO: Mas não termina o ciclo de vida dele ainda. Porque a gente joga ele no lixo e esse lixo vai ser recolhido e vai ser transportado para um aterro sanitário onde ele vai passar alguns anos se decompondo. E só quando terminar a decomposição desse papel, aí sim termina o ciclo de vida desse papel.
FIM DA MÚSICA
OSCAR: É muita coisa para considerar, né?
RICARDO: Com certeza. É por isso que a gente utiliza software, nesse software tem umas bases de dados. E para esse estudo, por exemplo, a gente trabalhou basicamente com dados secundários. A gente foi nessa base de dados com estudos que outras pessoas fizeram e foi juntando tudo isso para poder ter ali o papel. Então a gente não foi atrás do fabricante de papel para coletar esses dados.
10/8/2020 • 19 minutes, 48 seconds
#102 – Temático: A física criativa de Dark
Este programa explora a construção dos conceitos científicos que são apresentados em Dark, uma aclamada série alemã de ficção, suspense e drama que está disponível no canal de filmes via streaming Netflix. Dark é muito conhecida pelo alto grau de complexidade do seu roteiro, que traz diversos elementos da física. Mas o que será que realmente é ciência por trás da série? Como é que os autores conseguem escrever uma história que envolve conceitos difíceis ligados de forma tão complexa? Quem vai ajudar as jornalistas Caroline Maia e Mariana Hafiz a responder essas perguntas, fazendo uma imersão ao universo de Dark são o físico Willian Abreu e o escritor de ficção científica Fábio Fernandes. E aqui você tem o roteiro completo para acompanhar o programa. Seja bem vindo à física criativa de Dark, o episódio 102 do podcast Oxigênio.
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Willian: A própria série continuamente faz referências a artigos científicos, como por exemplo os artigos de F. Englert e R. Brout, de 1964 e do próprio Higgs, fazendo uma associação, uma menção rápida ao bóson de Higgs
Fábio: O roteiro é fundamental, porque como viagem no tempo é uma coisa que não existe, a gente pode brincar com teorias
Willian: Para que o bóson de Higgs fosse evidenciado, foi necessário a construção de um enorme acelerador de partículas na Europa, chamado LHC. Enfim, fica claro que não é possível que uma usina nuclear possa gerar isso.
Fábio: Na ficção, o importante é o que Rolland Barthes chamava de "efeito de real": tem que provocar na pessoa - no leitor ou no espectador - a sensação de que aquilo ali é real ou poderia ser real
Willian: É realmente uma liberdade 100% artística e que não tem nenhuma relação com o que é de fato representado no universo.
Fábio: Usar só o artifício de botar a história no futuro não basta, tem que saber escrever a história mesmo. Saber como escrever a narrativa. E aí é uma coisa que não é ficção científica, é da literatura ou do roteiro.
Caroline: Dark é a primeira série original alemã da Netflix, de drama, suspense e ficção científica. Ela foi eleita a melhor série da Netflix, superando as famosas Stranger Things e Black Mirror. Com 3 temporadas, a série é reconhecida pelo enredo sombrio e super complicado que envolve viagem no tempo. A primeira temporada estreou em dezembro de 2017 e a terceira e última saiu mais cedo esse ano, em julho de 2020.
Mariana: Por envolver viagem no tempo, a série faz várias menções a temas científicos de física. Inclusive o primeiro episódio já começa com uma fala de Albert Einstein sobre o significado de tempo. Mais especificamente, Dark aborda muitos conceitos de fissão nuclear, por conta de uma usina nuclear, que é central no enredo.
Caroline: Buracos negros, Ponte de Einstein-Rosen, O paradoxo de Bootstrap, Boson de Higgs...esses são alguns dos elementos da física que a série explora. Mas será que ‘essa ciência’ que a série mostra é real? As coisas que acontecem lá poderiam mesmo acontecer na realidade? E com essa complexidade toda envolvendo física e ficção científica, como é que os roteiristas constroem histórias como Dark?
Mariana: Pra responder essas perguntas, entender melhor a física por trás de Dark e a construção do roteiro de séries como essa, o Oxigênio de hoje mergulha no universo dessa já premiada série. Eu sou a Mariana Hafiz.
Caroline: E eu sou a Caroline Maia. E começa agora o episódio 102, A física criativa de DARK.
Mariana: Em primeiro lugar, para construir um enredo complexo como o de Dark, o escritor de ficção científica precisa de muita imaginação. Como explica Fábio Fernandes, escritor do gênero, para escrever uma história assim o trabalho é semelhante ao de alguém que escreve uma ficção utilizando elementos históricos, só que com mais criatividade.
Fábio: O escritor de ficção científica tem o mesmo tipo de abordagem que um escritor de ficção histórica. O de ficção histórica trabalha com algo que já aconteceu; o es...
9/24/2020 • 30 minutes, 26 seconds
#101 Série Corpo, episódio 6 – Quebra-cabeças
Na insuficiência cardíaca e na realização das pesquisas, quando a coisa não vai bem é preciso reorganizar as peças. Em “Quebra-cabeças”, conversamos sobre o papel do exercício na reabilitação cardíaca e sobre os desarranjos trazidos pela pandemia no cotidiano de quem estuda o corpo. Participaram do episódio a professora Lígia de Moraes Antunes Correa e o aluno de mestrado Erick Lucena, ambos da Faculdade de Educação Física da Unicamp. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
SAMUEL RIBEIRO: Olá. Esse é o sexto episódio da série Corpo... Quando eu comecei a produzir o podcast a minha ideia era sair por aí com o gravador na mão pra registrar as cenas das histórias, mas eu nem imaginava que tudo isso ia mudar por causa de uma pandemia.
A gente teve que se reinventar. E aqui na educação física, onde muita pesquisa depende desse encontro entre as pessoas, do suor, do movimento, da conversa... teve um tanto de gente que também precisou mudar totalmente os planos pra 2020.
Eu sou Samuel Ribeiro, e esse episódio vai ser um pouco diferente dos outros... A gente começa com a Lígia.
LÍGIA DE MORAES ANTUNES CORREA: Bom, é... meu nome é Lígia, Lígia de Moraes Antunes Correa, sou docente do Departamento de... [RISOS] calma aí, vou começar de novo! Que horror, nunca fiz isso! Vamos lá!
SAMUEL: Eu conheci a Lígia faz pouco tempo, nos corredores da Faculdade de Educação Física da Unicamp. Ela trabalha na área de reabilitação cardíaca e é professora do Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada desde o ano passado.
LÍGIA: ... sou mãe de duas crianças... e sou uma pesquisadora que tento conciliar tudo isso junto nesse momento atual, e buscar aí, entender um pouquinho de como o exercício físico pode contribuir pra... pra nossa saúde, em especial pra saúde cardiovascular.
SAMUEL: Uma coisa engraçada na história da Lígia é que apesar dela ser bem da área de fisiologia do exercício, eu e ela temos uma orientadora em comum na nossa história, que é a professora Carmen Lucia Soares.
SAMUEL: A Carminha, que me orientou na iniciação científica, trabalha com história da educação física e do esporte, nada a ver com reabilitação cardíaca. A Lígia fez TCC com ela lá na graduação, e me explicou que esse passeio faz todo o sentido pra área que ela atua.
LÍGIA: E eu acho que a área da saúde é uma área que ela não tem como se separar das áreas das humanidades, a gente tá trabalhando com pessoas né. Então eu sou daquelas que acha que tudo contribui pra gente ter uma formação mais completa e mais humana, porque eu não posso pensar que eu vou por exemplo prescrever um exercício pra um paciente, e que isso aí unicamente vai ter um efeito biológico pra ele, né? Tem outros efeitos que estão envolvidos.
SAMUEL: Depois que se formou ela foi pro mercado de trabalho, atuou em escola, em academia... mas nesse meio tempo tinha ainda aquela vontade de trabalhar com pesquisa.
LÍGIA: Eu era apaixonada pela fisiologia cardiovascular, tinha assim, nossa, sabe aquela aula que brilha o seu olho, quando cê tá vendo aquele material, estudando...
LÍGIA: ... o meu foco, o que eu queria trabalhar, era com reabilitação cardíaca. Eu sou daquele time que não queria trabalhar com exercício pra efeitos estéticos e nem pra performance, nunca foi muito a minha área, então eu queria muito fazer reabilitação cardíaca.
SAMUEL: Aí conversando com as pessoas, disseram assim pra ela:
LÍGIA: ... "olha, o melhor lugar que você tem pra trabalhar com pesquisa nessa área é o Incor".
SAMUEL: ... que é o Instituto do Coração lá na USP, no Hospital das Clínicas. Lá a Lígia fez estágio de pesquisa, doutorado e pós-doutorado, e entrou de cabeça no assunto da insuficiência cardíaca...
SAMUEL: ... que é uma doença que atinge muita gente, justamente porque a população tem envelhecido e, com os avanços da medicina,
9/3/2020 • 37 minutes, 22 seconds
#100 – Quarentena ep. 5 – Despedidas
Quando o Brasil atinge a infeliz marca dos mais de 119 mil mortos e 3,8 milhões de infectados, não poderíamos deixar de comentar o assunto e prestar nossa solidariedade aos familiares que agora enfrentam o processo de luto. Os convidados da vez são: Lucas Barbosa (psicólogo especializado em luto), a Professora e Doutora em Antropologia Social Letícia Ferreira (UFRJ), a Helena Ansani (mestranda em divulgação científica e parte da equipe do Oxigênio) e a Maria Aparecida Teixeira (psicóloga clínica e hospitalar)*. Trazemos também relatos de quem perdeu pessoas queridas e agora enfrenta o luto neste momento atípico. A sugestão do tema foi da Helena e encerra a nossa série QUARENTENA com o centésimo episódio do Oxigênio.
*A Maria Aparecida Teixeira, em um gesto de solidariedade, está ajudando várias pessoas a conversar sobre suas perdas, inclusive aqueles que não têm condições financeiras de arcar com um serviço do tipo. Para os que podem, a contribuição é bem-vinda. Contato: (19) 99126-7880 (Campinas).
**Uma série idealizada, produzida e ilustrada por Carolina Sotério.
Minuto da Química - São Carlos: Olá, meu nome é Milene do podcast Minuto da Química. E gostaríamos de parabenizar a temporada do Quarentena.
Carolina Pieroni - Campinas: Então eu fui maratonando todos os outros episódios e eu achei muito incrível, muito prático do jeito que a Carol explica dá pra entender super bem coisas que eu não entendo nada.
Laís Ferraz - Campinas: É legal ver que tem uma produção com uma qualidade técnica muito alta, e ainda por cima traz um viés científico. Então tem entrevista com especialistas nas áreas de acordo com cada episódio, esclarece bastante os pontos e traz até alguns que a gente não sabia muito.
Minuto da Química - São Carlos: E também pela criatividade e contextualização nos episódios, falando sobre ciência, política, saúde… Com base nesse contexto que estamos vivendo de pandemia.
Carolina Pieroni - Campinas: Muito bom o Quarentena Podcast. Façam mais!
Carol: A série que você ouve agora surgiu em meio às medidas de distanciamento social, em um cenário sem precedentes da doença Covid-19. No primeiro episódio, tratamos exatamente dos anseios e dificuldades de mudar as atividades presenciais para o remoto. No segundo, trouxemos alternativas para colaborar com as pesquisas em andamento sem sair de casa. Já em nossa terceira produção, comentamos dos cuidados necessários com a população idosa, considerada de risco para a doença. No quarto episódio, nos dedicamos a mostrar um pouquinho do trabalho dos cientistas que estão por trás dos estudos das vacinas e o levantamento de dados. Agora, chegamos ao último episódio, bem quando o Brasil ultrapassa a triste marca dos mais de 115 mil mortos pela Covid-19.
A obra “A hora da estrela” de 1977 marca o último romance de Clarice Lispector, na qual a morte e a despedida são questões presentes. A escritora ucraniana naturalizada brasileira também inclui nessa narrativa o seu próprio adeus, ao falecer em 9 de dezembro do mesmo ano no Rio de Janeiro. Conforme a escritora registra no começo do livro, a história acontece em estado de emergência e de calamidade pública. Novamente, uma calamidade se repete e com ela o assunto volta à tona. As mortes trágicas, as despedidas incompletas e o luto. O Lucas Barbosa, que fala com a gente, é psicólogo, especialista em luto e desenvolve um projeto chamado “Guarda-chuva”, que trata de oferecer suporte sobre esse processo. Para início de conversa: afinal, o que exatamente é o luto?
Lucas: O luto ele pode ser compreendido como uma reação à perda de algo ou alguém. Nos afeta aí em todo o aspecto da nossa vida biopsicossocial. A gente tem alterações biológicas, sono, apetite, o modo ao qual a gente vai reagir às coisas no nosso ambiente, acaba sentindo maior intensidade de alguns sentimentos, da tristeza, raiva, culpa, de como a gente vai compreender nosso mundo na nossa nova realidade que se apresenta e também nos aspectos sociais,
8/31/2020 • 21 minutes, 26 seconds
#99 – Temático Memórias: Episódio 2 – O Trauma
Quão fundo podem ir as marcas que o trauma deixa em uma pessoa, e quais são os fatores que determinam a intensidade dessas marcas em cada um? Nessa segunda e última parte da minissérie “Memórias”, nosso temático em duas edições sobre traumas e sua relação com os mecanismos da memória, o trio de divulgadores científicos formado por Bruno Moraes, Caroline Marques Maia e Vinicius Alves tenta entender a relação entre memórias, trauma, transtornos psiquiátricos e a percepção da realidade.
Partindo, como da outra vez, de um exemplo ficcional saído dos videogames, o programa traz a maneira como a série Silent Hill representa o trauma, e segue daí para as entrevistas com as psicólogas Paula Rui Ventura e Mara Regina Nunes Alves, com o psiquiatra William Berger, e com a bióloga Juliana Carlota Kramer Soares, que já havia participado da primeira parte. Junto a essa equipe de especialistas de diversas áreas, o Oxigênio tentará dar respostas aos mecanismos por trás do surgimento e da superação do trauma, tratando para isso de temas que vão da genética à terapia, passando até mesmo por um artigo baseado na observação de neurônios disparando em tempo real.
O roteiro e apresentação foram feitos pelos apresentadores Caroline, o Vinícius e o Bruno, com trabalhos técnicos de Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e de Gustavo Campos auxiliando na edição. A coordenação do Oxigênio é de Simone Figueiredo, que também ajudou a elaborar o roteiro.
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Paula: Eventos potencialmente traumáticos são aqueles que ameaçam a vida ou a integridade física das pessoas.
Bruno: Por que algumas pessoas são mais vulneráveis do que outras para desenvolverem transtorno após um trauma?
Juliana Carlota: Nem todo mundo que passa por uma situação em que é assaltado vai desenvolver um trauma. Tem gente que supera isso muito bem, outras pessoas não. Então, praticamente todo mundo vai passar por alguma experiência traumática na vida.
Carol: Como o trauma se instala na mente na forma de uma memória tão vívida, como se o evento traumático tivesse acontecido agora?
William: terapia cognitivo comportamental vai mostrando para o indivíduo que apesar daquele evento ter sido perigoso naquele momento, ele não é mais perigoso de forma que você tenha que recrutar todos os mecanismos de defesa.
Vinícius: Como entender os fatores que levam algumas pessoas a superar as experiências traumáticas de longo prazo? E como desenvolver terapias para ajudar as que não conseguem deixar essas memórias pra trás?
Carol: O Oxigênio de hoje é o segundo episódio da minissérie MEMÓRIAS e trata de questões sobre o Trauma. Vamos falar sobre eventos potencialmente traumáticos, o que é Transtorno de Estresse Pós Traumático, seus sintomas e também seus tratamentos. Eu sou Caroline Maia.
Bruno: Eu sou Bruno Moraes.
Vinícius: E eu sou o Vinícius Alves. E começa agora: “Memórias: Episódio 2 - O Trauma”
Bruno: Como já comentamos no primeiro episódio, antes desse programa virar uma minissérie, com link pra videogames e ficção, tínhamos uma pauta até que simples: Iríamos falar sobre um artigo publicado no princípio deste ano pelo grupo de pesquisa do professor Susumu Tonegawa, do Massachusetts Institute of Technology, o MIT.
Carol: Depois de ler o artigo e de ter entrevistado pessoas de diferentes áreas do conhecimento sobre o tema, que nós percebemos qual era a melhor forma de lidar com ele. Primeiro explicar como funciona a memória, o que fizemos no programa anterior. E no programa de hoje vamos falar sobre o envolvimento das memórias no medo, no trauma, e na superação.
Bruno: Mas antes… Tem um pouco mais de videogame pra dar ao programa uma pitada mais nerd… Quer dizer… Pra trazer mais um paralelo entre as questões científicas desse episódio e uma obra ficcional. A gente até tentou pensar em um exemplo que viesse de uma outra mídia pra dar uma variada, mas esse é realmente um dos exemplos mais fortes sobre a relação entre os traumas que alguém car...
8/13/2020 • 41 minutes, 20 seconds
#98 – Temático Memórias: Episódio 1 – O Palácio
Este episódio do Oxigênio traz a primeira parte de um programa que vai tratar das memórias traumáticas. Para introduzir o tema, no entanto, o Bruno Moraes, a Caroline Maia e o Vinicius Alves começaram falando sobre as memórias, mostrando o que são e como funcionam, como constituem a identidade, questões abordadas sob o ponto de vista da Biologia, da História e até dos games ou indústria cultural. Para trazer explicações consistentes, o trio conversou com a neurobiologista Sophia LaBanca, com a bióloga Juliana Carlota Kramer Soares e com a historiadora Ana Carolina de Moura Delfim Maciel. Roteiro, apresentação e edição ficaram por conta do Bruno, que teve a colaboração da Caroline e do Vinicius na apresentação e elaboração do roteiro, e do Gustavo Campos na edição. A coordenação do Oxigênio é de Simone Pallone.
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Sophia LaBanca: A identidade é construída através das memórias. Daí você pega a questão da mortalidade também ligada à memória.
William Berger: E a porta de entrada das memórias no nosso cérebro, é uma região do cérebro que tá alí do lado da amígdala, que é o hipocampo.
Juliana Carlota Kramer Soares: Então eu acho que o grande desafio de quem estuda a memória é tentar entender como esse processo ocorre. O que acontece no nosso cérebro quando a gente aprende algo novo?
Ana Carolina de Moura Delfim Maciel: Tem uma citação da Frances Yates, no livro “A Arte da Memória”, que eu gosto muito. Que é: “a arte da memória é como uma escrita interior”.
Carol: Como funciona a nossa memória, e o quanto essa ligação com o passado constrói a experiência do momento presente?
Vinícius: Qual a diferença entre se lembrar de uma situação específica e se lembrar de uma informação ou uma técnica aprendida?
Bruno: E como diferentes ciências enxergam essas relações, e o que elas têm a nos dizer sobre o que nos constitui como pessoas e como parte de uma sociedade?
Vinícius: Qual a relação entre memórias ruins e o trauma, e o quanto da superação desse trauma depende da superação da memória?
Carol: O Oxigênio de hoje é o primeiro de dois capítulos voltados a entender a relação entre o trauma e a memória, e nessa parte inicial vamos nos concentrar na questão da memória em si: o que ela é, como se forma, e como NOS forma. Eu sou Caroline Maia…
Vinícius: Eu sou Vinícius Alves...
Bruno: E eu sou o Bruno Moraes. E começa agora: “Memórias: Episódio 1 - O Palácio”
Vinícius: A ideia para este episódio veio de um artigo sobre a extinção de memórias traumáticas, mas a primeira entrevista do programa foi completamente acidental.
Bruno: Pois é. Nós já estávamos discutindo a possibilidade de fazer um programa baseado numa publicação de neurociência sobre a extinção de memórias traumáticas e procurando algumas fontes. Daí, num domingo qualquer, depois de terminar a faxina de sempre, eu fui checar meu WhatsApp e vi que minha amiga Sophia LaBanca, neurobiologista e divulgadora científica, que já foi da equipe do Oxigênio, tinha mandado mensagem, falando que tinha terminado de jogar os dez títulos da série de videogames Kingdom Hearts.
Carol: O que o Bruno não esperava é que, nessa conversa despretensiosa de domingo, o tema desse programa, que já estava em produção, iria dar as caras.
[Trechos de Conversa]
Bruno: “Po, e isso nem é tão difícil de fazer, né, cara?”
Sophia: “Então, né, Bruno? Eu concordo com você que não é algo difícil de se montar...”
Bruno: “Ah, entendi! Eu achei que tinha sido exatamente o contrário...”
Sophia: “Mas enfim, está sendo boa essa conversa com você, porque está me ajudando a elaborar um pouco essas questões da temática. Eu acho que realmente, o... Pensando agora nessa nossa conversa, acho que o ponto principal é a memória...”
[Fim da Conversa]
Bruno: Pois é… Para quem não conhece, Kingdom Hearts é uma série de jogos de RPG criada pela lendária Squaresoft, empresa responsável pelas séries Final Fantasy e Chrono,
7/30/2020 • 44 minutes, 16 seconds
# 97 – Quarentena ep. 4 – Os Bastidores da Ciência
A pandemia tem mostrado a importância da ciência no combate ao novo Coronavírus. Mas você já se perguntou sobre quem é esse cientista que está estudando a vacina? Quem são essas pessoas por trás dos dados que acompanhamos todos os dias? Ou o motivo de algumas soluções demorarem tanto a chegar? Isso tudo é discutido neste episódio do QUARENTENA, com a participação de Natalia Pasternak (bióloga e presidente do Instituto Questão de Ciência), Altay Lino de Souza (professor da Universidade Federal de São Paulo e produtor do Naruhodo Podcast) e Rafael Izbicki (estatístico e professor da Universidade Federal de São Carlos). A produção e apresentação do programa são de Carol Sotério.
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Carol: Elementar, meu caro Watson.
Essa expressão tão conhecida surgiu em meio a uma encenação do detetive mais famoso da ficção: Sherlock Holmes. Criado por sir Arthur Conan Doyle, um escritor britânico, o personagem originalmente retratado em livros ajudou na construção do estereótipo de um cientista excêntrico, genial e não muito sociável.
A verdade é que não costumamos ver esse tipo de personagem no dia-a-dia. Mas sabemos que os cientistas estão por aí. Nesta pandemia, recebemos notícias o tempo todo sobre essas pessoas. Elas estão desenvolvendo tratamentos, fabricando respiradores, estudando o novo coronavírus ou ainda fazendo previsões sobre o impacto da Covid-19 em todo o mundo. Mas como é que tudo isso é realmente feito? Como é a ciência longe da ficção?
Carol: Você está ouvindo o QUARENTENA. Eu sou a Carol, e o no episódio de hoje falaremos sobre os bastidores da ciência em tempos de pandemia.
Carol: No livro chamado “um estudo em vermelho”, a primeira obra que apresenta o personagem Sherlock Holmes, vemos a descrição do cientista pelos olhos de seu colega, o médico Watson. Com uma listinha, Watson enumera características sobre o detetive: uma pessoa que possui um vasto conhecimento de química, algumas habilidades musicais e cheio de mistérios. Na vida real, o cientista está longe de ser misterioso, podendo estar mais próximo de você do que possa imaginar. Cerca de 60% da pesquisa que é desenvolvida no Brasil vem de 15 universidades públicas, entre elas a UNICAMP. Mas para estar qualificado pra fazer uma pesquisa de excelência nessas instituições, é preciso estudar muitos anos. Em média, uma graduação leva cinco anos; um mestrado, dois; um doutorado quatro anos e um estágio de pós-doutorado pode durar de seis meses a seis anos, variando entre os programas e as oportunidades de outros trabalhos que vão aparecer no caminho. Esse trabalho, muitas vezes, requer um regime de dedicação exclusiva, isto é, que seja sua única ocupação, e é remunerado com as bolsas de pesquisa com valores não atualizados desde 2013 no Brasil. Sobre isso, a nossa entrevistada, a bióloga Natalia Pasternak e presidente do Instituto Questão de Ciência, tem algo a nos falar:
Natalia: As pessoas realmente não têm muita noção de como a ciência funciona no Brasil, como é o trabalho do cientista, qual que é o nível de dedicação, o que um docente faz, o que um pós-doc faz, o que um estudante de pós-graduação faz - na cabeça da maioria das pessoas, inclusive, os estudantes de graduação não são nem profissionais. Eles não entendem que aquele já é um profissional formado que está fazendo um trabalho de pesquisa remunerado por uma bolsa de estudos. E daí a gente junta tudo e fica justamente com aquela impressão que as pessoas têm de que as universidades não servem pra nada. Eles não entendem que as universidades são grandes centros de pesquisa, não são apenas escolas. E isso é algo que também se reflete muito dentro da universidade, que também até hoje acho que não entendeu muito bem qual que é o seu papel na formação de profissionais, na valorização desses profissionais, dos pós-graduandos.
Carol: Uma situação que tem sido corriqueira no Brasil é a fuga de cérebros. Em meio a falta de oportunidades no país,
7/23/2020 • 23 minutes, 21 seconds
# 96 Série Corpo – episódio 5 – O peso do peso
Obesidade, corpo gordo, plus size. Para falar sobre peso corporal precisamos ir além da balança. Em “O peso do peso”, a gente navega pela história da Júlia, uma professora de balé que ensina outros tipos de corpos a dançar, e discute os vários sentidos do corpo gordo a partir da fisiologia do exercício e da história do peso no Brasil. Participaram do episódio a Cláudia Cavaglieri, da Faculdade de Educação Física da Unicamp, e Denise Bernuzzi de Sant’Anna, historiadora da PUC São Paulo. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
Segue o roteiro completo.
SAMUEL RIBEIRO - Oi. O que você tá ouvindo é uma apresentação de balé. O som vem de um vídeo, que eu quero que você imagine aí. Fecha os olhos. Tem a plateia, as cortinas, a iluminação... e no meio do palco uma bailarina profissional, graciosa, dançando na ponta dos pés. Visualizou?
Agora diz pra mim: como é que era o corpo dessa bailarina? Ela era magra, gorda, musculosa? E por que que você imaginou ela desse jeito?
Eu sou Samuel Ribeiro e este é o Corpo, podcast que fala de histórias e de movimento humano. E a gente começa com a Júlia... a bailarina.
JÚLIA DEL BIANCO - Meu nome é Júlia Del Bianco, eu sou bailarina, professora de dança, e também sou modelo plus size e influenciadora digital.
SAMUEL - A Júlia faz balé clássico desde criança e se formou em Dança na Unicamp. Ela já deu aula em escolas e ONGs, e é fundadora da Dance for Plus, uma escola itinerante que traz a dança pra quem não se encaixa nos padrões de corpo daquela bailarina... que muita gente deve ter imaginado junto com a música.
O trabalho da Júlia segue na linha de todo um movimento que aconteceu nas últimas décadas, e que luta contra o preconceito e a estigmatização do corpo gordo. E tem a ver também com as experiências que ela viveu quando era aluna de balé...
JÚLIA - Eu hoje, eu olhando as minhas fotos, eu considero que eu era uma pessoa magra. Mas eu sempre tive mais peito, mais coxa, é, mais bunda, e pra uma bailarina isso não é aceitável. Mas quando eu comecei a dançar era uma coisa assim, que você tinha que ser uma tábua assim, sem nada.
Então eu era essa pessoa um pouquinho mais curvilínea no meio de um monte de bailarinas que eram mais retas, assim, com o corpo mais reto. Então eu sempre tive um corpo fora do padrão do balé.
SAMUEL - A Júlia tinha um dilema ali na adolescência: ela era uma bailarina e se dedicava nos treinos e nos ensaios, só que ao mesmo tempo o ambiente do balé tava ali dizendo que o corpo dela... não era corpo de bailarina.
Bom, o tempo foi passando e a Júlia engordou...
JÚLIA - ... só que daí eu comecei a perceber um outro lado. Eu comecei a perceber um lado de que eu ia comprar roupa e eu não tinha roupa pra eu comprar, mesmo que fosse de ginástica pra eu querer fazer alguma coisa pra emagrecer, entendeu?
SAMUEL - E começou a sentir na pele uma série de outras pressões por causa do corpo, inclusive questões de acessibilidade...
JÚLIA - Acessibilidade de as vezes não caber nos lugares, de... eu sempre dancei, sempre fui ativa, mas eu era tida como sedentária. Então eu comecei a ver um outro lado da moeda né.
SAMUEL - Aí, vendo esse outro lado da moeda, ela virou professora e quis ensinar dança de um jeito que não deixasse ninguém de fora. E além de ajudar as alunas, ela também acabou se ajudando muito nesse processo.
JÚLIA - ... eu comecei a ver que eu tinha um impacto muito grande nas minhas alunas, né, e que elas melhoravam a autoestima delas.
SAMUEL - A Júlia pensou...
JÚLIA - ... "nossa, mas eu faço tão bem pra elas, né, e eu tô aqui em um processo tão autodestrutivo né, me odiando tanto". Daí foi um começo assim.
... a dança ela é uma coisa que... cê me pergunta "mas como que você não desistiu?", eu falo "não sei", porque pra mim dançar, o movimento, me expressar, é uma coisa que eu me sinto muito bem,
7/10/2020 • 26 minutes, 42 seconds
#95 Quarentena – Envelhe(ser)
Nesta pandemia, os cuidados com os idosos precisam ser redobrados! Questões sobre as necessidades especiais, o distanciamento social e as políticas públicas necessárias para assistir essa parte da população são discutidas nesse terceiro episódio da série Quarentena. Foram entrevistados os especialistas: Karina Gramani Say, fisioterapeuta e professora do departamento de Gerontologia da UFSCar; Marco Túlio Cintra, médico geriatra, professor da UFMG e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em Minas Gerais; e Maria Santos, filha da Dona Joana (81 anos) e muito experiente no cuidado de pais idosos.
Carol: Desde que passamos a existir, atravessamos as mais diferentes fases da vida. Vida essa com início, meio e fim. Nascemos necessitando de cuidados alheios. Depois, ao crescer, nos tornamos independentes. Mas ao envelhecer, uma parte da independência vai embora e a necessidade de cuidados alheios volta, em maior ou menor intensidade.
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, o cuidado com o outro se torna ainda mais importante, especialmente com aqueles que já atingiram a terceira idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a OMS, essa fase se inicia por volta dos 60 anos, variando entre os países. No Brasil, a estimativa de vida é de cerca de 72 anos para os homens e 79 para as mulheres, segundo o IBGE. Essa diferença é chamada de sobremortalidade masculina, e as razões que definem esses números são várias, entre elas as causas não naturais, como a violência e os acidentes de trânsito. Mas se por um lado temos observado diversos familiares preocupados com seus entes de mais idade, de outro vemos um crescente retrato do abandono.
Carol: Você está ouvindo o QUARENTENA. Eu sou a Carol e no episódio de hoje falaremos sobre a velhice em tempos de pandemia.
No conto “Feliz aniversário”, a escritora Clarice Lispector retrata a velhice e as relações familiares. Descrevendo o ambiente da comemoração dos 89 anos da dona Anita, Clarice ressalta algumas situações que, às vezes, chegam junto com a idade: a presença familiar por obrigação, a falta de colaboração entre os filhos e a inversão de papéis.
E quando a mesa estava imunda, as mães enervadas com o barulho que os filhos faziam, enquanto as avós se recostavam complacentes nas cadeiras, então fecharam a inútil luz do corredor para acender a vela do bolo, uma vela grande com um papelzinho colado onde estava escrito “89″. Mas ninguém elogiou a idéia de Zilda, e ela se perguntou angustiada se eles não estariam pensando que fora por economia de velas — ninguém se lembrando de que ninguém havia contribuído com uma caixa de fósforos sequer para a comida da festa que ela, Zilda, servia como uma escrava, os pés exaustos e o coração revoltado. Então acenderam a vela. E então José, o líder, cantou com muita força, entusiasmando com um olhar autoritário os mais hesitantes ou surpreendidos, “vamos! todos de uma vez!” — e todos de repente começaram a cantar alto como soldados:
Happy birthday to you / Parabéns pra você / Muitas felicidades / Muitos anos de vida
Carol: Vemos que a dona Anita do conto chegou aos 89 anos, uma idade já acima da expectativa média de vida para as mulheres brasileiras. Segundo o IBGE, cerca de 14% da população brasileira é composta de idosos, um número que está por volta de 30 milhões de pessoas. Falamos tanto sobre envelhecer, mas o que de fato significa isso? A palavra da vez está com a Karina Gramani Say do departamento de gerontologia da UFSCar.
Karina: Primeiro é importante a gente entender que velhice é uma fase da vida - a fase mais madura da vida - mas ela é mais uma fase da vida assim como a infância, a adolescência, a vida adulta e a velhice. Então é importante que a gente entenda que desde o momento que a gente nasce a gente tá num processo de envelhecimento, que inclui passar por todas as fases da vida e atingir a velhice. Aqui no Brasil e em países subdesenvolvidos é considerado idoso a pessoa a partir d...
6/18/2020 • 34 minutes, 4 seconds
#94 – Temático: Esperando Betelgeuse
Neste programa contamos a história da estrela Betelgeuse que, no final de 2019, passou a apresentar um comportamento estranho, o que levou muita gente a acreditar que estava prestes a testemunhar um evento único. E astrônomos que estudam a estrela mais de perto levantaram hipóteses do que estava acontecendo. Quem nos ajuda a contar esta história é Geisa Ponte, mestranda em Astrofísica no Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie, e Vladimir Jearim, pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST).
GEISA: A gente ver uma comportamento inesperado e inédito que nunca tinha sido registrado nela e aí juntou com esse gatilho com as ondas gravitacionais que não se confirmou, então isso tudo levou a uma crescente de expectativa realmente, inclusive dentro da comunidade científica.
OSCAR: Neste programa vou trazer a história de uma estrela chamada Betelgeuse que, no final do ano passado, começou a ter um comportamento estranho.
SAMUEL: Astrônomos do mundo todo começaram a observar mais de perto e estudar o que poderia estar acontecendo. Isso também chamou a atenção de bastante gente…. que começou a acompanhar o assunto na internet com muita expectativa.
Eu sou Samuel
OSCAR: Eu sou o Oscar e esse é o Oxigênio
OSCAR: Quem estava falando no começo do programa é a Geisa Ponte
GEISA: Eu trabalho com astrofísica estelar observacional usando dados da missão espacial TESS da NASA para procurar variação de brilho de estrelas de emi solares. E para investigar como que essa variação de brilho tem a ver com o comportamento magnético dessas estrelas. E a gente vai falar um pouco sobre uma estrela que é muito diferente das quais eu trabalho.
OSCAR: Eu de fora, assim leigo, você falando me pareceu dentro do assunto. Mas, pelo jeito, não é tanto assim.
GEISA: É, bom, ainda é dentro de astrofísica estelar, né? Principalmente, observacional essa questão.
SAMUEL: Mas antes de avançar mais no que estava acontecendo, a gente precisa falar sobre Betelgeuse.
OSCAR: Além do nome do personagem, se você é fã do Guia do Mochileiro das Galáxias deve lembrar que o Ford Prefect é de um planeta perto dessa estrela.
GEISA: Eu trabalho com estrelas que a gente diz que é pequena, estrelas pequenininhas do tipo solar e betelgeuse é muito muito grandona. Betelgeuse é mais ou menos 900 vezes o tamanho do sol.
OSCAR: Para tentar dar uma ideia melhor , o tamanho de betelgeuse é equivalente à órbita de júpiter. Se a gente pegasse betelgeuse e colocasse no lugar do sol, ela engoliria mercúrio, vênus, a Terra, Marte e chegaria até júpiter.
GEISA: Por que mais ou menos? Porque existe as imprecisões que são inerentes a medidas, análise, instrumentos tudo mais. Mas também porque ela pulsa, esse raio dela varia, ela é uma estrela pulsante
SAMUEL: Betelgeuse fica na constelação de Orion. Se você quiser encontrar no céu, a melhor forma é primeiro procurar pelas três Marias
VLADIMIR: Então a pessoa tem que identificar as três marias, a um lado e a outro das três marias quase a maneira diametral oposta você vai ter duas estrelas brilhantes.
SAMUEL: Esse é o Vladimir.
VLADIMIR: Meu nome é Vladimir Jearim de Pena Soares
SAMUEL: Ele é pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins
VLADIMIR: Vai ter uma estrela amarelada, avermelhada, brilhante e vai ter uma estrela branco-azulada. A avermelhada é Betelgeuse.
GEISA: Isso, ela é bem vermelha, dá para notar que ela é bem vermelha. E ela vai estar na parte de baixo. Porque a gente está no hemisfério sul, então, na verdade, Orion está de cabeça para baixo. Então quando a gente está vendo a cintura dele, ali as três marias, a gente está vendo a cintura, o cinturão e você vai imaginar os braços onde você normalmente imaginaria a perna. Então ali que ela vai estar, na parte de baixo. E a parte de cima são as pernas que a gente imaginaria que são os braços. Mas é porque a gente está no hemisfério sul e a gente vê invertido de quem convencionou Orion ao contr...
6/11/2020 • 27 minutes, 16 seconds
#93 Série Corpo, episódio 4 – Outra quadra
Daniel é um professor de inglês e atleta de esgrima em cadeira de rodas. Maria Luiza Tanure Alves é professora da Faculdade de Educação Física da Unicamp e estuda formas de ensinar o esporte paralímpico na escola para promover a inclusão. Em “Outra quadra”, contamos as histórias dos dois e falamos de suas memórias com as aulas de Educação Física. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
SAMUEL RIBEIRO
Oi. Este é o quarto episódio do Corpo, podcast que fala de pessoas e de movimento e é produzido aqui na Unicamp. Eu sou Samuel Ribeiro, e hoje... a gente começa com a história do Daniel.
SAMUEL
Parte 1: o esgrimista em quarentena.
SAMUEL
E pra você assim, que fazia tanta coisa, e tinha uma rotina de treino, de sair, de dirigir, de ir pra Unicamp, como que tá sendo agora esse período do isolamento?
DANIEL TIBIRIÇÁ
Ah tá sendo um baque, cara, tá sendo um baque. Eu tô fazendo o possível pra não me perder de... o foco né, o momentum.
SAMUEL
Esse é o Dani, um amigo meu. A gente trabalhou junto em 2012 numa empresa de tecnologia aqui da região de Campinas.
DANIEL
Bom meu nome é Daniel Tibiriçá. Eu sou atleta de esporte paralímpico...
SAMUEL
Além de atleta ele é professor de inglês e assim como eu tá trabalhando de casa agora durante a pandemia.
DANIEL
Eu pratico esgrima em cadeira de rodas principalmente, mas eu também já me envolvi com o basquete em cadeira de rodas, parabadminton e também tô trabalhando com o Wushu adaptado.
SAMUEL
A locomoção do Dani é prejudicada desde que ele era pequeno, porque ele nasceu com uma malformação na coluna chamada lipomielomeningocele.
DANIEL
Eu andava mas eu... eu... eu cambaleava, eu jogava as pernas pro lado pra fazer a marcha, né. Então precisei fazer fisioterapia né, pra que não acontecesse nenhum tipo de desvio no desenvolvimento da minha marcha, né. Então eu fazia fisioterapia, eu intermitentemente eu usava órteses, né, quando eu era criança, eu usava órteses durante o período, depois eu não precisava mais. Depois piorava a minha marcha eu tinha que voltar a usar órteses.
SAMUEL
Na adolescência ele treinava Wushu, que a gente também chama de kung fu, só que conforme ele foi crescendo o problema na locomoção foi piorando. Primeiro ele passou a usar bengala, e aí ele pensou...
DANIEL
... bom o Wushu já acabou, não tem o que fazer.
SAMUEL
Depois foi pra cadeira de rodas, e isso foi mais ou menos na época da Copa.
DANIEL
... a Copa do Mundo de 2014 fez eu começar a pensar no esporte novamente e aí 2016 estava vindo né, tava no horizonte, e aí eu comecei a contemplar o esporte paralímpico né, porque Olimpíada também, fiquei sabendo da Paralimpíada, e aí comecei a pensar no esporte paralímpico.
SAMUEL
Bom, e o primeiro passo pra pensar em praticar um esporte era trocar a cadeira de rodas...
DANIEL
... porque assim, a cadeira que eu tinha antes era um trambolhão né. Não era uma cadeira muito dinâmica. Aí essa cadeira nova que eu fui comprar era uma cadeira um pouco menor, um pouco mais leve, um pouco mais ágil. Aí normalmente o que acontece? Quando as pessoas sentam, mudam de uma cadeira grandona trambolho pra uma cadeira pequena e mais leve, ela tem um pouco de dificuldade, ela se sente meio assim sem muito equilíbrio. É um pouco estranho, as pessoas costumam estranhar. Só que eu sentei e eu não tive nenhum problema. Eu comecei a dar volta pela loja, a loja tinha os corredores lá, eu comecei a fazer ziguezague em volta da loja o cara falou tipo assim "oh, você leva jeito para jogar basquete, você já pensou em jogar basquete?".
SAMUEL
Aí o Dani falou...
DANIEL
... "olha eu estava pensando justamente em fazer algum esporte paralímpico mas eu não fazia, eu não faço a menor ideia onde procurar". Aí ele falou que eles tinham contato e aí foi assim que eu comecei.
SAMUEL
Então ele treinou basquete por um tempo e depois foi s...
5/28/2020 • 16 minutes, 39 seconds
#92 – Quarentena – OK, computador
Você sabia que seu computador pode ajudar na luta ao novo coronavírus? Nesse segundo episódio do QUARENTENA, falamos sobre um jeito de ajudar no combate a COVID-19 sem sair de casa – como recomendam as autoridades sanitárias do mundo todo. É isso mesmo, tratam-se de projetos que envolvem a computação distribuída/paralela, como o Folding@Home, Rosetta@Home e o Open Pandemics da IBM. Quem falou sobre isso foram: Sarita Bruschi, cientista da computação e professora da USP, e Benilton de Sá Carvalho, – estatístico e professor da UNICAMP.
O Quarentena é um projeto ligado ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor/Nudecri/Unicamp e ao Lab 19, proposta de cobertura da Covid-19, dos alunos do curso. Mais informações sobre o Lab-19 em: http://www.comciencia.br/especial-sobre-a-pandemia-da-covid-19/
Esperamos que você goste do programa e compartilhe com seus amigos. Se quiser, comente nas nossas redes sociais - Twitter (twitter.com/castquarentena), Instagram (https://www.instagram.com/castquarentena/) e Facebook (https://www.facebook.com/quarentenapodcast/) e nas redes sociais do Oxigênio (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias) ou escreva para [email protected].
E aqui vai o conteúdo completo do EPISÓDIO 02 - OK, COMPUTADOR
Carol: Ok, Google.
Google: Olá, como posso ajudar?
Carol: Play Quarentena Podcast.
Google: Tocando Quarentena Podcast.
Carol: No passado, muitas pessoas se dedicaram a imaginar um futuro para a humanidade. Nas telonas, a mensagem era muito clara: carros voadores, hologramas e até mesmo um mundo formado apenas por droids, os robôs inteligentes. Embora essa seja uma visão deturpada da realidade que conhecemos, não podemos negar o fato de que as máquinas têm evoluído e colaborado na construção de um presente repleto de facilidades. No atual cenário de pandemia, os computadores já ocupam um local de destaque. A vida em rede tem permitido que cientistas desenvolvam novos conhecimentos na batalha contra o novo coronavírus. Assim, nossos próprios computadores podem ser utilizados nas pesquisas sobre a COVID-19.
Carol: Você está ouvindo o QUARENTENA. Eu sou a Carol e no episódio de hoje falaremos sobre a tecnologia como aliada no combate ao novo coronavírus.
Carol: O conhecido autor de ficção científica, Isaac Asimov, estabelecia três leis para a robótica em seu livro “Eu, robô”, um retrato da relação tênue entre homem e máquina. A primeira falaria justamente sobre essa relação.
Google: “Primeira lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal”
Carol: Em um paralelo com a realidade, temos tentado cumprir a lei. No atual cenário da pandemia, o que buscamos é justamente remediar ou extinguir a doença que nos tem causado mal, usando, entre outras coisas, a computação a nosso favor. No entanto, a tecnologia precisou evoluir para chegar onde estamos hoje. Se hoje buscamos por respostas de forma mais rápida, é porque antes criamos ferramentas para isso. Sobre esse desenvolvimento da tecnologia, a cientista da computação e professora da USP, Sarita Bruschi, tem algo a nos dizer.
Sarita: Realmente são vários episódios que, ao logo da história na evolução da tecnologia, merecem um grande destaque. Eu vou destacar aqui dois que foram particularmente importantes pra evolução da área de computação distribuída, que são: as redes de computadores e a miniaturização dos componentes eletrônicos. Sem a comunicação permitida pelas redes, não seria possível transmitir os dados entre os computadores da maneira rápida, confiável e segura que temos hoje. Também sem o advento dessas redes de computadores, a gente não teria hoje essa grande rede mundial que é a Internet.
Carol: A Internet, pela qual estamos conectados agora.
Sarita: O outro advento que eu considero muito importante é em relação ao processo de fabricação do principal componente dos circuitos eletrônicos,
5/14/2020 • 19 minutes, 45 seconds
#91 Oxilab: Ciência nas crônicas de Machado
Em “Ciência nas crônicas de Machado”, falamos sobre como o escritor Machado de Assis abordou a ciência em suas crônicas, de forma bem humorada e também crítica. A nossa entrevistada foi a Ana Flávia Cernic Ramos, que hoje é professora do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia e fez seu doutorado em História Social da Cultura na Unicamp, sobre a participação do Machado na série de crônicas “Balas de Estalo”.
OSCAR XAVIER: Aos quarenta anos casou com Dona Evarista, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele admirou-se de semelhante escolha e disse-lhe. Simão Bacamarte explicou-lhe que Dona Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas de preocupação de um sábio, Dona Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
LAÍS TOLEDO: Esse é um trecho de “O alienista”, do Machado de Assis. Esse conto foi publicado, aos poucos, entre 1881 e 1882, em um jornal carioca.
THAIS OLIVEIRA: O conto narra a história de Simão Bacamarte, um médico que era interessado pelos mistérios da mente humana. Naquela época, esse tipo de médico era chamado de alienista, daí o título do conto.
LAÍS: O doutor Bacamarte vivia em função da ciência e construiu uma espécie de hospício. Lá, ele abrigava quem ele achava que era louco, para poder estudar essas pessoas. Só que chegou uma hora que quase todo mundo da cidade acabou internado. Então, o doutor Bacamarte teve que rever sua teoria sobre a loucura...
THAIS: O Machado usava muitas vezes o absurdo e o riso para provocar indagações. Isso acontece em “O Alienista”, que mostra, por exemplo, que o limite entre uma pessoa “louca” e uma “normal” não é tão claro assim. Com isso, o Machado mostra também que a ciência não é nem objetiva nem inquestionável. E essa forma crítica de retratar a ciência pode ser encontrada em seus contos, romances e também em crônicas.
LAÍS: Esse episódio do Oxigênio é sobre como o Machado de Assis tratou a ciência em suas crônicas, uma parte menos conhecida de sua obra. Para falar desse tema, entrevistamos a Ana Flávia Cernic Ramos, professora da Universidade Federal de Uberlândia.
THAIS: Ao longo de quase meio século, o Machado escreveu, sozinho ou com outras pessoas, algumas séries de crônicas. Uma delas se chamava “Balas de Estalo”. E a Ana Flávia pesquisou no seu doutorado a participação do Machado nessa série.
ANA FLÁVIA CERNIC RAMOS: Essa série foi publicada num dos maiores jornais do Rio de Janeiro, no final do século XIX. O Machado de Assis escrevia junto a outros jornalistas e literatos, e o Machado usava o pseudônimo Lélio nessa série de crônicas, que eram publicadas quase diariamente nesse jornal do Rio de Janeiro. E essa série era humorística. O Machado de Assis escolhe um personagem que explicita esse caráter humorístico, que é o Lélio, que é uma personagem tirada do teatro italiano, da Commedia dell’arte, no qual você comenta e critica e observa o mundo a partir de um viés humorístico. Rindo você critica ou aponta possíveis transformações ou reformas da sociedade.
LAÍS: Depois, a pesquisa da Ana Flávia deu origem ao livro As máscaras de Lélio - Política e humor nas crônicas de Machado de Assis (1883-1886), publicado pela Editora da Unicamp. Hoje, a nossa conversa vai ser sobre um Machado de Assis que talvez você ainda não conheça. Eu sou a Laís Toledo...
THAIS: ... eu sou Thais Oliveira. E esse é o Oxilab “Machado de Assis: jornalismo, ciência e outras cousas mais...”.
THAIS: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839 no Morro do Livramento, próximo ao centro do Rio de Janeiro.
5/12/2020 • 17 minutes, 28 seconds
#90 Série Corpo, episódio 3 – Doze por oito
Em “doze por oito”, terceiro episódio da série Corpo, abordamos os vários sentidos da pressão alta. Os entrevistados são o professor Bruno Rodrigues, da FEF/Unicamp, que estuda os efeitos do exercício físico em pacientes com hipertensão resistente, e a professora Soraya Fleischer, antropóloga da UnB que publicou uma etnografia sobre a população hipertensa de um bairro da Ceilândia. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
SAMUEL RIBEIRO: Esses são relatos que eu recebi por Whatsapp agora durante a quarentena. Eu queria encontrar uma pessoa com hipertensão pra me contar um pouco da sua experiência com a doença, só que eu acabei encontrando muita gente.
SAMUEL: Assim... toda família tem alguém com pressão alta. Aquela tia que passa mal nos aniversários, o avô que tá sempre com a caixinha de remédio do lado, prima, pai, mãe, enfim. A gente tá tão acostumado que nem para pra pensar na quantidade de gente no mundo que tem a mesma doença crônica.
SAMUEL: Tem um dado do SUS que diz aqui no Brasil mais ou menos 1 a cada 4 mulheres e 1 a cada 5 homens têm hipertensão. E no caso das pessoas mais velhas, esse número aumenta muito: a hipertensão pega mais de 60% dos idosos. A gente tá falando de milhões de pessoas com o mesmo problema.
SAMUEL: E já que afeta tanta gente, o que não falta é informação sobre o assunto. Pra controlar a pressão, além dos remédios e da alimentação correta, todo mundo sabe rezar a cartilha: exercício físico ajuda a prevenir a pressão alta! Quem tem pressão alta precisa fazer exercício físico! Exercício físico... exercício físico... exercício físico...
SAMUEL: Tá. Vamos falar disso... Eu sou o Samuel Ribeiro, e esse é o Corpo, um podcast pra falar de pessoas e de movimento. E a gente começa...
BRUNO RODRIGUES: ... tá me ouvindo bem, tá sem barulho?
SAMUEL: ... com o Bruno.
BRUNO: O meu nome é Bruno Rodrigues, eu sou professor da Faculdade de Educação Física da Unicamp. O meu foco maior é trabalhar pesquisando efeitos e benefícios e adaptações do exercício em portadores de doenças cardiovasculares.
SAMUEL: Um parênteses. Além de ser o entrevistado, o Bruno me orienta na produção do podcast, e isso é até engraçado porque apesar da gente ter algumas coisas em comum, viemos de áreas bem diferentes: ele é pesquisador da área biológica e eu sou um cara super das ciências humanas.
BRUNO: Samuel?
SAMUEL: Por causa da pandemia, a gente teve que fazer uma entrevista à distância...
BRUNO: Samuca?
SAMUEL: ... e mesmo a ligação caindo algumas vezes, deu pra gente conversar bastante coisa.
BRUNO: O grande problema da hipertensão é que ela é uma doença silenciosa, normalmente. Então a gente, no meio da correria do dia a dia, a gente não percebe. Mas é, eu me lembro dos picos hipertensivos que minha mãe tinha, os picos de pressão alta que minha mãe tinha... ela passava mal, e a gente tinha que correr com ela, as poucas vezes que ela teve as crises fortes, assim, a gente tinha que correr com ela pro hospital porque realmente tava grave.
SAMUEL: Lá no começo da carreira o Bruno se apaixonou pela fisiologia e por entender não só como o corpo funcionava, mas também quando e por quê não funcionava direito.
BRUNO: Eu comecei a me interessar muito pela doença, né. Ao contrário de muitos que vão por conta da saúde. Aí eu comecei a estudar mais, entrei pra um laboratório de neurofisiologia. A gente estudava Parkinson em animais, e aquilo foi apaixonante!
SAMUEL: Isso foi lá atrás, ainda na graduação. Logo em seguida ele se envolveu com uma pesquisa sobre exercício físico em pacientes com AIDS, e por causa dessa pesquisa ele foi procurar um professor em São Paulo que era especialista em HIV. O Bruno chegou lá querendo fazer pós-graduação...
BRUNO: Mas ele disse pra mim, falou “não, Bruno, eu não tô mais estudando HIV,
5/1/2020 • 32 minutes, 37 seconds
#89 Quarentena, episódio 1 – Mundo a distância
Este é o primeiro episódio da série QUARENTENA, um podcast criado pela Carolina Sotério e pela Raquel Torres, para tratar de questões relacionadas ao período de isolamento social imposto à população brasileira, assim como em outras nações, devido à Covid-19. A ideia é mostrar como as pessoas estão lidando com a quarentena, com os cuidados para evitar contágio e disseminação da doença, com os medos, as incertezas e possibilidades de ocupar o tempo. Também vão mostrar como a tecnologia está auxiliando nesse período e o que os cientistas estão trazendo de descobertas e soluções, e outros assuntos relevantes para atravessarmos esse período estranho que estamos vivendo. A cada quinze dias a Carol e a Raquel vão trazer um novo episódio da série, que é parte do Trabalho de Conclusão do Curso das duas alunas no curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor.
Esperamos que você goste do programa e compartilhe com seus amigos. Se quiser, comente nas nossas redes sociais do Oxigênio: Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias) ou escreva para [email protected]. O Quarentena também tem página no Facebook. Entra lá pra conhecer: fb.com/quarentenapodcast. E se quiser falar com as autoras do podcast os contatos são: @casoterio e fb.com/raquel.montantorres.
E se tiver um tempinho, colabore respondendo nossa pesquisa sobre podcasts. São apenas cinco minutinhos, e vai nos ajudar muito a conhecer nossos ouvinte. É só clicar aqui.
E lembre-se de colaborar com o distanciamento social. A quarentena é importante para salvar vidas neste momento #Ficaemcasa!
********************
Segue a transcrição completa do programa.
Como diria Raul Seixas, “Foi assim no dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa”. A partir das recomendações da Organização Mundial da Saúde e órgãos competentes sobre a pandemia do novo Coronavírus, o isolamento social foi decretado. Todos foram orientados a permanecer em quarentena e adaptar suas rotinas ao home office. Assim, instaurou-se a QUARENTENA.
No entanto, migrar para um mundo à distância exige uma série de medidas as quais não pudemos nos preparar anteriormente, desde questões materiais até questões que envolvem nossa própria mentalidade. É uma essa discussão que o Oxigênio traz à tona: Como está a real situação das famílias com seus trabalhos? E quem não possui ferramentas digitais para se adaptar à educação e/ou trabalho à distância? Estamos incluindo ou excluindo digitalmente as pessoas?
Colaboram conosco neste episódio: Carolina Marangoni (estudante de arquitetura do IAU/USP que estava em intercâmbio na Itália durante a pandemia de Coronavírus), Nicole Flores (servidora do IBGE/MG, mãe e estudante da modalidade EaD), Bernardo Sorj (professor aposentado da UFRJ, sociólogo e autor de trabalhos sobre o impacto social das tecnologias) e Christian Dunker (professor da USP e psicanalista).
O programa compõe a série QUARENTENA, idealizada e produzida por Carolina Sotério e Raquel Torres, sob orientação da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor/Unicamp. A narração é de Carolina Sotério. Este episódio integra a força-tarefa do LAB-19 na cobertura sobre o novo Coronavírus.
Carol: Ainda ontem as ruas estavam cheias. Eram carros, ciclistas, pedestres e o mundo todo a milhão. De uma hora pra outra, acordamos num planeta vazio. Algo muito menor que nós mesmos foi ganhando forças e deu origem a um problema de ordem mundial. Reuniões canceladas, prateleiras vazias, indo de um extremo ao outro na questão da empatia.
Agora somos todos internautas vivendo dentro de um telão. Muitos de nós sendo parte das estatísticas na televisão. Em meio a tantas questões, tudo ficou à distância. A COVID-19 trancou a porta de nossas casas e nos colocou em um momento de profunda reflexão. A Internet, que rompeu tantas fronteiras, hoje reforça a nossa distância. Como adaptar as nossas rotinas ao meio digital?
4/16/2020 • 22 minutes, 1 second
#88 Série Corpo, episódio 2 – Gente forte
"Gente forte" é o segundo episódio da série Corpo. Traz histórias de pessoas que queriam ser fortes, que treinaram pra isso, e/ou estudam o tema. Os entrevistados foram a halterofilista paralímpica Maraísa Proença, apelidada de“Boneca de Ferro”, e os professores Marco Carlos Uchida e Renato Barroso, da Faculdade de Educação Física da Unicamp, e que entendem tudo de movimento e força.
A série Corpo é produzida pelo Samuel Ribeiro, e faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que fala de pessoas, de movimento e de pesquisa e de Educação Física. É financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelos professores Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp) e Marina Gomes, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, da Unicamp.
Um lembrete: o Oxigênio está fazendo uma pesquisa de público! Não esqueça de responder. A equipe toda agradece. É só clicar aqui.
Segue a transcrição completa do programa.
∗∗∗∗
Samuel: No ano passado eu decidi que ia praticar Powerlifting, que é um esporte de levantamento de peso, e esse som que você tá ouvindo é lá das aulas que são oferecidas na minha faculdade. Mas calma, deixa eu explicar melhor...
Samuel: Eu não sou um cara forte, mas eu sou fascinado pela força.
Samuel: Uma coisa que me marcou quando eu era criança eram as histórias que meu avô Mário contava. O Mário era alto e tinha um bigodão, tinha sido caminhoneiro a vida inteira e se gabava de ser um homem muito forte. Ele contava que arremessava sacos de batata pra cima do caminhão usando uma mão só. Que quando era mais novo levantava o carro do amigo e mudava a posição que tava estacionado, só de sacanagem. E que tinha pescado um peixe de mais de 100 quilos e tirado da água sozinho.
Samuel: Eu não sei até onde essas histórias são verdade, porque além de caminhoneiro meu avô também era pescador. Mas a presença daquele homem forte ficou gravada na minha imaginação. E é por isso...
Samuel: ... que eu precisava falar desse assunto.
Samuel: Eu sou o Samuel Ribeiro, e este é o Corpo, podcast da Unicamp que fala de pessoas e de movimento. E neste episódio a gente vai falar de força, de músculos e dos pesos que a gente é capaz de levantar.
Samuel: E já que eu tava falando da minha infância...
Samuel: ... eu quis começar perguntando pra Maria Fernanda, minha sobrinha, que não chegou a conhecer o bisavô Mário, se ela conhecia alguém que fosse muito forte.
Maria Fernanda: Ninguém que eu saiba.
Samuel: ... e depois de alguma insistência...
Maria Fernanda: A Capitã Marvel, porque ela consegue voar e ela tem bastante força. Ela tem bastante força, acho que ela consegue levantar 100 kg ou mais e ela consegue tirar do chão uma barra bem pesada.
Samuel: Então eu segui a dica da minha sobrinha e fui procurar alguém que conseguisse levantar uma barra bem pesada.
Maraísa Proença: É, na verdade eu fazia academia, mas nada pensando no esporte. Na verdade eu nem conhecia o...
Samuel: Essa é a Maraísa Proença.
Maraísa: ... Powerlifting né, paralímpico, nem nada. Eu treinava normal, pra não ficar sedentária.
Samuel: Ela é atleta de Parapowerlifting, ou halterofilismo paralímpico.
Maraísa: ... vai fazer 5 anos que eu tô no esporte. Assim, nunca me imaginei uma atleta mas, depois que eu conheci o esporte me apaixonei e não parei mais.
Samuel: A Maraísa nasceu com uma malformação e usa prótese de perna desde pequena. Ela começou a se envolver com o esporte praticando o Powerlifting convencional. Depois ela passou para a modalidade paralímpica, e os resultados que ela tem alcançado renderam até um apelido pra ela...
Maraísa: ... Boneca de Ferro [risos]... uma vez eu tava em um evento e aí veio um pessoal pra fazer entrevista também, e aí a repórter acabou mencionando depois alguma coisa de boneca de ferro e eu acabei adotando né, gostei, achei até uma música depois, que é o nome de Boneca de Ferro, uma letra bem legal, e aí acabei adotando [risos].
Samuel: Pra quem não conhece,
3/31/2020 • 22 minutes, 26 seconds
#87 Temático: Uma velha nova epidemia
O mundo está vivendo, desde o final do ano passado, uma pandemia causada por um vírus. Um coronavírus, altamente contagioso e letal, que se espalhou pelos cinco continentes, já deixando um rastro de mortes. Em nosso dia a dia, convivemos com muitas epidemias, podemos dizer que estamos acostumados com elas, mas não devíamos.
Diferentemente desse novo coronavírus que estamos enfrentando, muitas doenças epidêmicas poderiam ser evitadas, com prevenção em relação aos hábitos comportamentais ou vacinas. Esse é o caso da sífilis, uma doença causada por uma bactéria, que esteve controlada no passado e que nos últimos anos voltou a crescer no Brasil. Para se ter uma ideia, de 2010 a 2018, a quantidade de pessoas infectadas pela doença aumentou em 75%.
É sobre a Sífilis que o Oxigênio 87 vai tratar. Uma velha conhecida que vem aterrorizando o sistema público de saúde do Brasil.
As entrevistadas foram a Edy, pessoa trans não-binária que teve sífilis e resolveu tratar abertamente do tema nas redes sociais, a sexóloga Natalia Fernandes, infectologista Ruth Khalili, da Fundação Oswaldo Cruz e a professora do programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza, Maria Alix.
O programa foi produzido pelo Rafael Revadam e pelo Samuel Ribeiro. A apresentação é do Rafael e da Natália Flores, com coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor. O programa conta ainda com trabalhos técnicos do Gustavo Campos e do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e divulgação de Samuel Ribeiro e Helena Ansani.
Músicas:
An Oddly Formal Dance.mp3
Valantis.mp3
Vienna Beat.mp3
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Obs. Deixamos aqui nossos votos para que a pandemia de Covid-19 seja controlada o mais breve possível e que não seja tão severa no Brasil como foi em outros países. E nossa solidariedade a todos aqueles que têm sido afetados por essa terrível doença.
Roteiro completo
Edy: É... isso aconteceu em 2017. E aí eu fui, fiz o teste rápido e tal, e aí deu positivo. Pra mim foi tipo bem... foi bem estranho, foi bem ruim pra falar a verdade, porque... porque por mais que tenha muita informação na internet, ainda... ainda existia e ainda existe né, um senso comum que nos coloca, principalmente quando a gente vai falar de pessoas LGBT, enquanto vetor de doenças sexualmente transmissíveis. E... e aí foi um choque pra mim por conta disso, sabe, não por conta da infecção em si, até porque eu conversei com os médicos, soube que existia um tratamento e que era um tratamento bem tranquilo, precisava fazer um acompanhamento durante um curto período de tempo e tal. Isso até que me aliviou um pouco, mas era mais pela condição social em que as pessoas enxergam, e como as pessoas enxergavam o meu corpo.
Natália: EPIDEMIA. Este é o termo que especialistas usam ao falar da sífilis no Brasil.
Rafael: De acordo com dados do Ministério da Saúde, 18 novos casos de sífilis surgem a cada hora. De 2010 a 2018, a quantidade de pessoas infectadas pela doença aumentou em 75%.
Natália: Mas como uma doença que tá aqui faz séculos ainda segue em alta nos dias de hoje? Para pesquisadores, enquanto falar de sexo ainda for um tabu, doenças que envolvem seu universo continuarão presentes.
Rafael: Porque, na realidade, a sífilis é um problema sério, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. E como qualquer problema de saúde, só dá pra pensar nela se a gente conversar de forma aberta e sem preconceitos.
Natália: E no episódio de hoje, a gente vai fazer exatamente isso. Eu sou Natália Flores.
Rafael: E eu sou o Rafael Revadam, e este é o Oxigênio!
Natália: A gente tá vivendo uma epidemia de sífilis. Todo ano o Ministério da Saúde solta um boletim com os dados da doença,...
3/19/2020 • 23 minutes, 42 seconds
# 86 Série Corpo, episódio 1 – vinho e vinagre
Em “vinho e vinagre”, o primeiro episódio da Série Corpo, duas professoras da Faculdade de Educação Física da Unicamp contam tudo sobre envelhecimento e exercício. E um professor que estuda a história da velhice explica que ser velho pode ter mais de um significado. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
Lourdes: Ah, mas eu adoro!
Amiga: É, não, a gente vai pra dançar, a gente não vai pra arrumar namorado, não é pra nada disso. A gente vai pra dançar, se divertir.
Samuel: Onde que a gente tá indo?
Amiga: No Clube Aurélia.
Lourdes: Então, deixa eu pensar no caminho que eu tenho que fazer...
Samuel: Essa última voz que você ouviu é da minha mãe, que tá dirigindo o carro. A outra é da amiga dela. Faz alguns anos que elas se conhecem e tão sempre andando juntas, porque as duas têm uma paixão em comum: elas adoram dançar. E nesse dia, a gente foi pro baile.
Samuel: Eu sou o Samuel Ribeiro, e este é o Corpo, um podcast pra falar de pessoas e de movimento. Nesse primeiro episódio, vamos falar de como a vida fica quando o tempo passa. E a gente começa com a minha mãe...
Lourdes: Meu nome é Lourdes...
Samuel: ...que tem 67 anos...
Lourdes: ...eu sou uma dona de casa ativa ainda, com essa idade. Eu cuido da casa toda, de uma família toda, de neto, de filha. Faço compras, lavo, passo, cozinho. E gosto de dançar.
Lourdes: Quer ver? [quatro, cinco, seis, sete, oito...] Eu comecei a dançar... acho que 2010... dois mil e... pera aí [quatro, cinco, seis, sete, oito, nove...] 2009, depois que... depois de 5 anos que eu fiquei viúva eu comecei a ir no baile, com a minha irmã.
Samuel: O meu pai não saía pra dançar com a minha mãe, e ela, que era costureira, passava quase o dia inteiro trabalhando. Depois que ele morreu, essa irmã dela, que é minha tia Sueli, chegava na porta da oficina de costura e dizia assim:
Lourdes: "Mas larga isso daí, vamo no baile!". Até que um dia eu fui, era aniversário dela e ela disse "você vai".
Samuel: A minha mãe foi, e nunca mais parou de ir. Já são mais de 10 anos que ela dança quase toda semana. E dança muito bem.
Lourdes: Eu tenho assim uma dorzinha no joelho, mas quando eu vou dançar, eu fico boa! É falta de ir no baile! Juro! Porque cê fica o dia inteiro de pé aqui dentro, mas é diferente.
Samuel:Por que que é diferente?
Lourdes: Porque você anda pra lá, anda pra cá, mas cê não tá... dançando... dançando você... é diferente, não sei explicar.
Lourdes: Eu sei que quando eu vou ao baile, eu volto... quando eu tô no baile eu me sinto assim, como se eu tivesse 20, 30 anos... eu não tenho filho, eu não tenho casa, eu não tenho ninguém. Lá aquela música incorpora na gente, o pé acompanha o pé do parceiro, é uma delícia! Eu não lembro de nada, nada, nada! Se eu tiver algum problema, lá eu esqueço de tudo.
Samuel: A dona Lourdes é uma senhora com muita energia, e lá no baile tava cheio de gente que nem ela. Gente na casa dos 60, 70 e até mesmo 80, dançando, se divertindo, paquerando. Eu olhava praquele movimento todo durante as músicas e, pra ser sincero, depois de um tempo nem dava mais pra notar quem era velho e quem não era.
Samuel: Eu sou da Educação Física, então pra mim isso não é nenhuma novidade. A gente vê idosos correndo, levantando peso, fazendo ginástica, jogando bola, lutando... é a coisa mais normal do mundo. E até a minha mãe, que por enquanto só dança, falou esses dias que tá querendo fazer musculação porque ela acha que tá flácida.
Samuel: Aquela imagem dos livros infantis, da vovozinha sentada na cadeira de balanço, não dá mais conta de retratar os idosos de hoje. Mas mesmo assim, a gente sabe que envelhecer continua sendo uma coisa complicada. Pra entender melhor isso eu fui conversar com quem entende de envelhecimento e pesquisa os efeitos do exercício físico nessa fase da vida.
Mara Patrícia Traina Chacon-Mikahil: O vô Toninho?
2/28/2020 • 20 minutes, 34 seconds
#85 Oxilab: Nexus – Energia
O que significa segurança para você? A segurança da vida contemporânea depende de três elementos: energia, água e alimentos. O NEXUS dessa tríade impõe desafios para suprir as necessidades básicas da crescente população frente a crise climática.
No primeiro episódio da série Oxilab #85 - Nexus, conversamos sobre ENERGIA com o cientista Davi Gabriel Lopes, engenheiro agrônomo, pós-graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp. Ele fala sobre segurança energética, o sistema elétrico brasileiro e políticas públicas que prometem encaminhar o Brasil rumo a agenda do acordo de Paris.
O programa mostra como o país é um verdadeiro paraíso energético. No entanto, sem investimentos em ciência, tecnologia, inovação, infraestrutura e uma agenda política alinhada podemos ficar em apuros.
A entrevista, o roteiro e a narração são de Camila Cunha e a produção do Planteia, iniciativa de divulgação científica. A decupagem de entrevistas é de Paula Gomes; as sonoras e/ou apoio na produção são de Allison Almeida e Samuel Ribeiro; e social mídia por Helena Ansani. A coordenação é da Prof. Simone Pallone do Labjor - Unicamp e os trabalhos técnicos de Gustavo Campos e Jeverson Barbieri da Rádio Unicamp.
Deixe seu comentário contando o que achou do episódio. Você também pode mandar sugestões pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, envie um e-mail para [email protected].
Abaixo, a transcrição do episódio:
Camila Cunha: Nas manchetes dos jornais, os efeitos das mudanças climáticas já são rotina.
[Som de mudança de estações de rádio…]
Camila Cunha: Essa crise traz perigos e incertezas e os danos e riscos estimados por cientistas são alarmantes. O que fazer? Bom, precisamos que os governantes estimulem ações e mudanças via implementação de políticas públicas aqui e agora. Sem investimentos pesados e contínuos em ciência, tecnologia e inovação, além de infraestrutura e incentivos fiscais, as mudanças profundas que a economia, hoje movida a combustíveis fósseis, precisa será inviável. Em 2050 seremos 9 bilhões de habitantes e a necessidade de energia, água e alimentos será cada vez maior. A escassez ou limitada disponibilidade dessa tríade é crítica principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento. O desafio está na interdependência desses recursos - energia, água e alimentos. O aumento da oferta direta de um deles implica na depleção (ou redução) dos outros dois e nas suas respectivas cadeias produtivas.
Camila Cunha: Eu sou Camila Cunha e pensando nisso, nós do Oxigênio em parceria com a iniciativa Planteia de divulgação científica, preparamos uma série de quatro episódios para conversar sobre o status desses recursos no Brasil. No primeiro episódio da série, o tema é energia. Então, se liga, aí!
[Vinheta de abertura da Rádio Oxigênio]
Davi Gabriel Lopes: Eu sou engenheiro agrônomo de formação, me formei pela Universidade Federal do Ceará. Sou mestre e doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp. Sou atualmente pesquisador colaborador do Instituto de Biologia. A minha linha de pesquisa é células a combustíveis, utilizando o hidrogênio como vetor de energia, principalmente hidrogênio a partir de biocombustíveis, mas não só... A gente está desenvolvendo um projeto com gás natural veicular para diminuir a intensidade de carbono no transporte brasileiro.
Camila Cunha: Quem fala é o Davi Gabriel Lopes, pesquisador no Laboratório de Genômica e bioEnergia da Unicamp. As células a combustível que o Davi estuda são muito interessantes, pois usam hidrogênio para gerar energia elétrica para dispositivos de uso diário, como lâmpadas, eletrodomésticos e até motores de carros elétricos. O mais legal é que essas células a combustível liberam água ao invés de gases do efeito estufa. Isso mesmo, água! Claro, ainda são muitos os gargalos para que elas sejam usadas corriqueiramente,
2/14/2020 • 24 minutes
#84 Temático: Literatura e novela
Neste episódio #84, o Oxigênio trata da literatura apresentada nas novelas, seja em obras completas como em duas novelas no ar atualmente pelas redes Globo e SBT ou fazendo referências a diversas obras como a novela que se encerra hoje, Bom Sucesso, em transmissão na Rede Globo. E como elas podem estimular a leitura. O aumento em índices de procura por livros clássicos abordados nessas novelas, mostra o poder de comunicação da telenovela no Brasil. O programa contou com entrevistas de Rosane Svartman, uma das autoras da novela Bom Sucesso e da professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e doutora em comunicação, Daniela Jakubaszko.
O episódio foi apresentado por Samuel Ribeiro e Rafael Revadam. A produção, roteiro e as entrevistas deste episódio são de Rafael Revadam. A revisão do roteiro e coordenação são da professora Simone Pallone, do Labjor, e os trabalhos técnicos de Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Samuel Ribeiro: Das cinco novelas inéditas em exibição na TV aberta no Brasil atualmente, três giram em torno do universo literário.
Rafael Revadam: Duas delas, Éramos Seis e As aventuras de Poliana, são inspiradas em livros homônimos. A terceira, Bom Sucesso, tem uma editora como núcleo principal e utiliza trechos de obras literárias em sua história, mencionando os títulos e os autores.
Samuel: Estamos vivendo um momento em que produções culturais são questionadas por políticos e apoiadores. Como a censura a uma história em quadrinhos durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. E diante de fatos como esse, qual a importância de se falar em literatura? Eu sou o Samuel Ribeiro.
Rafael: Eu sou o Rafael Revadam, e no programa de hoje vamos abordar a literatura por trás das telenovelas.
(Vinheta de abertura do Oxigênio)
Samuel: Foi por causa de uma troca de exames, que a costureira Paloma, vivida por Grazi Massafera, e o editor Alberto, Antonio Fagundes, se conheceram. Ao perceberem a paixão em comum por livros, os dois se tornam amigos e passaram a refletir sobre a vida usando as obras da ficção.
Rafael: Esse é o começo da novela Bom Sucesso, atual novela das 7 da noite, da Rede Globo, escrita por Paulo Halm e Rosane Svartman. A ideia de trazer o universo literário para a televisão veio das vivências da própria Rosane, coautora da novela. É o que ela conta para nós.
Rosane Svartman: Há dois anos eu sou curadora da Arena Jovem, que é um espaço para debates e mesas dentro da Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, que é o maior evento da América Latina dedicado à literatura, né? São mais ou menos 600 mil pessoas que passam pela Bienal, e eu fiquei muito impressionada, como a literatura podia ser popular e como que esse evento, que é um evento comercial, como ele é impactante, como consegui enxergar ali um público muito diverso, interessado na literatura. Então, daí veio a ideia para uma das arenas da novela, né? Porque a novela fala de literatura, tem a editora, mas também fala de outros assuntos, claro. Mas a ideia de que um dos universos fosse uma editora e que a gente pudesse falar de literatura e dos livros, com certeza essa ideia veio por causa desse trabalho na Bienal.
Samuel: Rosane explica que os livros citados na novela são selecionados de acordo com o desenrolar da trama. Ela e a equipe buscam na literatura histórias que se encaixem nas situações da novela, mas admite que o contrário também acontece, de criar um roteiro para tratar do livro em questão.
Rosane Svartman: A narrativa da novela é o que mais importa. Então, na verdade, a gente vai pensando que livro se encaixaria na narrativa. É claro que, às vezes, vem a ideia de um livro super legal, de uma cena super legal, e a gente tenta fazer com que a história chegue naquele livro, mas é mais difícil disso acontecer. Geralmente é o contrário. A Paloma está na dúvida entre dois amores, nossa, “Dona Flor”, que é aquela mulher que consegue ter dois amores ao mesmo tempo poderia ser um l...
1/25/2020 • 17 minutes
#83 Oxilab: o museu que não pegou fogo
Em formato narrativo e duração de 13m08s, este episódio do Oxigênio partiu das memórias do incêndio do Museu Nacional para abordar o passado, o presente e o futuro do Museu Paulista da USP. Com a sede interditada desde 2013 por problemas estruturais, o museu acabou de ter a sua reforma iniciada, e a expectativa é que tudo esteja pronto até 2022, quando ele será reinaugurado durante as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. Para entender melhor esse contexto, o Samuel Ribeiro conversou com o professor Paulo César Garcez Marins, que é doutor em História e trabalha na divisão de acervo e curadoria do Museu Paulista. Eles falaram sobre o surgimento e a trajetória da instituição, seus primeiros diretores, suas atividades, como foi o processo de interdição do prédio e como será o novo museu após a reinauguração. Este Oxilab #83 foi produzido e narrado pelo Samuel, para a disciplina de História da Comunicação da Ciência, do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo Científico (Labjor), da Unicamp. Vamos ao programa!
ÂNCORA DE TV1: E atenção, uma notícia que acaba de chegar: um incêndio de grandes proporções está destruindo nesse momento o Museu Nacional no Rio de Janeiro.
ÂNCORA DE TV1: O fogo começou por volta das sete e meia da noite, aos poucos todo o prédio histórico foi tomado pelas chamas.
ÂNCORA DE TV2: As autoridades dizem que pouco ou nada vai sobrar do museu. Ainda não sabem o que terá provocado o incêndio combatido por bombeiros de vinte quarteis do Rio de Janeiro.
SAMUEL: A primeira vez que eu visitei o Rio de Janeiro foi no ano passado, e eu dei o azar de chegar bem no dia em que o Museu Nacional pegou fogo. Eu lembro que eu tinha acabado de chegar no quarto do hotel. Sentei na cama, liguei a TV e fiquei muito triste com aquelas cenas, porque eram séculos de história que eu nunca mais ia poder visitar.
SAMUEL: Pra mim os museus têm essa coisa louca. Cada um é de um jeito, e esse jeito de ser tá sempre mudando. Pode ser uma instituição educativa. Um lugar pra mostrar a ciência ou a arte de uma época. Pra contar as histórias de um povo, de um acontecimento, de um país. Tudo isso junto. Ou até alguma coisa diferente.
SAMUEL: E é por isso que é tão triste quando acontece um incêndio em um museu, porque não existem dois museus iguais por aí.
SAMUEL: Eu sou Samuel Ribeiro, e neste podcast vou falar sobre um museu que não pegou fogo: o Museu Paulista, fundado no século XIX e que foi o primeiro museu público do estado de São Paulo.
SAMUEL: Pra saber mais dessa instituição, eu conversei com o Paulo...
PAULO: Paulo César Garcez é... Marins... M-A-R-I-N-S... e eu sou docente e curador do Museu Paulista da USP, que é o Museu do Ipiranga.
SAMUEL: O Paulo, que tá lá desde 2004, trabalha na divisão de acervo e curadoria. Eu liguei pra ele porque eu queria conhecer melhor a história do museu, mas a gente acabou indo além disso e falamos também sobre o futuro da instituição.
SAMUEL: Se você não conhece ou nunca viu o Museu Paulista, procura uma foto aí no Google. A sede é uma construção antiga enorme, que fica dentro do Parque da Independência no bairro do Ipiranga, em São Paulo, e tá interditada desde 2013 por causa de problemas na estrutura das paredes. Depois de um período de planejamento, as reformas foram iniciadas agora, em 2019, e a previsão é de que a reinauguração do museu aconteça em setembro de 2022, no bicentenário da Independência do Brasil.
SAMUEL: O prédio do museu é um patrimônio tombado, assim como o seu acervo, que tem centenas de milhares de itens. Tem fotografias, quadros, esculturas, móveis, utensílios da vida cotidiana, documentos, enfim... tudo isso reunido e organizado ao longo de mais de um século de história.
PAULO: O Museu Paulista vai ser inaugurado e aberto ao público em 1895, na última década portanto do século XIX e num contexto importante de transição política do Brasil.
12/26/2019 • 13 minutes, 17 seconds
#82 Temático: Reinventando Moda
Neste episódio temático número 82 falamos sobre como a cultura do consumo, que introduziu no nosso cotidiano objetos cada vez mais baratos e descartáveis, e cada vez mais rápido, tem nos influenciado a adquirir e usar muito mais do que precisamos. Também falamos sobre algumas iniciativas e movimentos que incentivam um consumo mais consciente - como o Desapegue, a Mapeei e o Instituto Ecotece . Os padrões desse tipo de consumo no Brasil também são abordados no programa, a partir dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu.
A narração desse episódio foi de Natália Flores e Gustavo Campos. Produção, roteiro e entrevistas de Natália Flores, Júlia Ramos, Oscar Xavier de Freitas Neto e Camila Cunha. A revisão do roteiro foi feita pela Simone Pallone e pela Camila Cunha.
As trilhas são do Youtube Audio Library e foram escolhidas por Oscar Xavier de Freitas Neto. A coordenação é da professora Simone Pallone, do Labjor, e os trabalhos técnicos de Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Deixe seu comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, envie um e-mail para [email protected].
12/12/2019 • 23 minutes, 59 seconds
#81 Temático: Quando o aplicativo é seu chefe
Neste Oxigênio Temático número 81, nossos repórteres mostram uma nova categoria de trabalho, mediada por aplicativos de celular, que colocam os trabalhadores em uma grande fragilidade em relação a direitos trabalhistas e proteção. O fenômeno que tem sido chamado de "Uberização", por ter nessa plataforma de transporte um ícone dessa nova forma de precarização do trabalho, mas é observado em outros setores da economia.
A produção, roteiro e as entrevistas deste episódio são de Rafael Revadam e Samuel Ribeiro. Foi apresentado por Luciane Borrmann e pelo Samuel Ribeiro.
As trilhas são da Youtube Audio Library e do site Blue Dot Sessions, e foram escolhidas por Paula Gomes e Samuel Ribeiro. A revisão do roteiro é de Natália Flores. A coordenação é da professora Simone Pallone, do Labjor, e os trabalhos técnicos de Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp. A arte é de Luisa Kanashiro Gebara e a divulgação nas redes sociais de Helena Ansani.
Você pode acompanhar o Oxigênio nas redes sociais. Estamos no Facebook, (facebook.com/oxigenionoticias), no Instagram (oxigeniopodcast) e no Twitter (@oxigenio_news).
E você também pode deixar a sua opinião sobre este episódio e sugerir temas para os próximos programas. Basta deixar o seu comentário na plataforma de streaming que utiliza.
Até a próxima!
Passageiro: Opa, Ademir, boa noite.
Motorista: Samuel né?
Passageiro: Tudo bem?
Motorista: Vai pra onde?
Passageiro: Lá perto do Mackenzie… tudo bem?
Samuel Ribeiro: Se você já usou algum aplicativo de transporte, como Uber ou 99, esse foi um diálogo fácil de reconhecer. Todos os dias, milhões de pessoas pelo mundo usam o celular para chamar corridas que costumam ser mais baratas e mais práticas que os táxis convencionais.
Luciane Borrmann: É um mercado que movimenta muito dinheiro. Dados da Uber do ano passado mostraram que, só no Brasil, já eram mais de 22 milhões de usuários e 600 mil motoristas cadastrados.
Samuel: E isso é só em um aplicativo. Os números aumentam se juntarmos os outros e também as plataformas de entrega de produtos, como o iFood e o Rappi. Essas novas formas de consumir e de trabalhar são cada vez mais comuns e têm mudado nosso cotidiano.
Luciane: Mas como funciona a relação de trabalho entre os motoristas e essas plataformas? Para muitos pesquisadores, essa nova modalidade de prestação de serviços traz um quadro de precarização do trabalho no país. É o que explica a socióloga Ana Claudia Moreira Cardoso, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Ana Claudia Moreira Cardoso: A gente tem vários tipos de trabalhos hoje em dia que são mediados por plataformas. Agora, se a gente pega o trabalho material por demanda, qual a principal característica? É que essas empresas se colocam como se elas não fossem empresas empregadoras. Elas se colocam como se elas fizessem simplesmente a relação entre alguém que está pedindo um serviço e alguém que está querendo vender o serviço. Por exemplo, a Uber, ou as plataformas de entrega. Elas falam: “não, eu não sou uma empresa de transporte, eu simplesmente sou uma empresa tecnológica que produz uma plataforma. Ponto final”. A partir do momento que ela se coloca desta forma, ela diz: “Bom, se eu não sou uma empregadora, quer dizer que não há trabalhador. Portanto, se não há empregador, se não há trabalhador, não há direito do trabalho.
Samuel: A Uber e outras empresas do ramo chamam os seus trabalhadores de “parceiros cadastrados”. Na prática, essas pessoas não têm um salário fixo, limite de carga horária, décimo terceiro, férias e outros direitos comuns de profissionais em regime CLT.
Samuel Ribeiro: Eu sou Samuel Ribeiro.
Luciane: Eu sou Luciane Borrmann. E no Oxigênio de hoje vamos falar sobre Uberização, a precarização do trabalho que chegou com as plataformas digitais.
Motorista: Eu fui um dia, levando uma passageira. Não lembro ao certo de onde, eu acho que foi ali no Centro. E aí, ali Avenida do Estado,
11/15/2019 • 22 minutes, 4 seconds
#80 Oxilab: IA’rte: Inteligência Artificial nas Artes
Nesta edição de número 80 do Oxilab foi pensada especialmente pra você que curte inteligência artificial, que quer saber mais sobre o assunto. E, óbvio, vai contribuir muito também pra você que ainda não está bem familiarizado, mas que percebe que a IA está cada vez mais presente na sua vida.
Antes da gente começar a falar propriamente do uso de IAs na Arte, vamos recordar um pouquinho - o que significa Inteligência artificial? O termo que parece ter se popularizado recentemente não é algo tão novo assim. A primeira vez que falaram de Inteligência Artificial foi em 1956, em uma conferência que reuniu vários cientistas nos Estados Unidos. E, quem esteve por lá foi o cientista da computação John McCarth. Ele é o cara que criou a linguagem de programação conhecida por Lisp. A Lisp se tornou a principal linguagem de programação da comunidade de Inteligência artificial. De lá para cá, já se passaram sessenta e três anos, fizemos uma longa viagem no tempo, cheia de processos, mudanças e aperfeiçoamentos… agora estamos em 2019, e precisamos entender - o que é IA?
Então, para entender melhor esse conceito vamos imaginar aqui junto comigo…
Quando nós pensamos acionamos processos lá no nosso cérebro, certo?! a todo momento a gente interpreta coisas no nosso quotidiano e, até certa medida, seria o mesmo que dizer que processamos informações. Se por exemplo, a gente for atravessar uma rua e nela passam vários carros, interpretamos que ali existe um fluxo de tráfego e, por isso, precisamos calcular mais ou menos o intervalo de tempo que demoraremos para chegar do outro lado dela. Caso contrário, a gente pode ser atingido por algum veículo, ... e óbvio, isso não seria bom.
Agora vem a sacada para entender a IA...
Muito provavelmente a gente só sabe que deve ter essa atenção ao atravessar a rua, porque alguém em algum dia nos alertou sobre esse risco. Ou seja, alguém nos deu essa informação. É mais ou menos esse o funcionamento que constitui a Inteligência Artificial. Ela não interpreta como nós, mas processa informações e calcula dados que são inseridos nela pelo programador - quando falo de programadores, me refiro a essa galera aí que desenvolve pesquisa na área da IA, que criam os algoritmos, que nada mais são do que verdadeiras “receitas de bolo”. Por falar em algoritmo, esse termo se encontra ligado diretamente à IA, mas é um assunto que trataremos em outra edição. Voltando ao que compreendemos sobre IA, a inteligência artificial é uma espécie de imitação do nosso cérebro, sem influência dos nossos sentimentos. Como já cantava Gilberto Gil, “o cérebro eletrônico faz tudo, quase tudo” e é este "quase" o que diferencia a inteligência artificial da nossa de seres humanos.
O fato é que o uso de inteligência artificial (as IAs) nas Artes é uma prática cada vez mais comum. E quando eu falo de obras de arte realizadas por IAs, me refiro às pinturas, como a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci. Estou certo que você, ouvinte, já viu pelo menos a réplica do quadro da Mona Lisa, não é mesmo? Agora imagine que Da Vinci não tivesse utilizado pincel, nem tinta e nem quadro branco na produção da Mona Lisa, mas tivesse usado uma Inteligência Artificial. Conseguiu imaginar. Sim! Ou ainda não?
Tudo bem! então, fique ligado no episódio de hoje. Vamos falar sobre IA'rte, lembrando que este é um termo que eu criei carinhosamente para me referir a arte feita com IA, ou seja, IA'rte. Nessa prática, o artista troca o pincel pelo teclado, a tinta é o algoritmo e a tela branca é substituída pela tela do computador. E agora, ficou mais fácil de entender não é mesmo?! Então vem comigo que a gente vai junto descobrir mais desse universo, onde as cores da ciência são organizadas pela relação zero e um.
HistórIA
O pesquisador Fabrizio Poltronieri realizou uma palestra na Unicamp sobre Inteligência Artificial e Criatividade. Ele é professor na Universidade Pública De Montfort, localizada na cidade de Leicester, na Inglaterra.
11/1/2019 • 16 minutes, 35 seconds
#79 Temático: À sombra da floresta
Os Sistemas Agroflorestais misturam na mesma área culturas agrícolas e espécies arbóreas. A planta de origem sul-americana, cultuada por Olmecas e Maias, adora sombra e água fresca. Na verdade, é à sombra da floresta, que o cacau cresce e frutifica.
No episódio #79, vamos até a região Amazônica conhecer dois produtores de cacau do tipo bean-to-bar: Dona Nena e Gustavo Sartori, que exploram essa forma de plantio e criam seus próprios chocolates. Depois conversamos com Idalto Pereira, que deixou a pecuária para plantar cacau, e dois representantes do Projeto Cacau Floresta, iniciativa da ONG The Nature Conservancy, o Rodrigo Freire e a Thaís Maier.
No final, o pesquisador e engenheiro florestal Daniel Braga responde como o cacau ajuda a preservar florestas e a vida selvagem e a melhorar a qualidade de vida na zona rural. Uma viagem que nos leva às raízes da guloseima mais adorada do mundo: o chocolate!
O roteiro e a produção é de Camila Cunha. Entrevistas de Camila Cunha, Luciana Rathsam e Oscar Freitas. Narração de Camila Cunha e Gustavo Campos. Revisão de Natália Flores e Allison Almeida. Música de Caroline Maia. Mídia social e divulgação de Paula Gomes, Oscar Freitas Neto, Helena Ansani e Luísa Kanashiro. Coordenação de Simone Pallone e trabalhos técnicos, Gustavo Campos e Octávio Augusto da Rádio Unicamp.
Deixe seu comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, envie um e-mail para [email protected].
Abaixo, a transcrição do episódio.
música...
Camila Cunha - Olá, Ouvinte! Bem-vindos! Hoje vamos falar sobre uma planta sagrada de frutos grandes, que está contribuindo para frear o desmatamento de florestas e restaurar áreas degradadas. A cultura também aparece para agregar valor e melhorar a qualidade de vida de agricultores familiares. Você está achando que se trata de uma planta milagrosa? Arrisca um palpite sobre que planta é essa? Aqui vão mais algumas dicas. É uma planta de sombra e água fresca, encontrada naturalmente no sub-bosque de florestas. Seus Frutos, além de serem consumidos a mais de 5.300 anos por nativos do continente americano, vão do amarelo ao roxo e dão nos galhos como jabuticabas, pensos como lanternas. De tão importante para a sociedade, Jorge Amado, um dos maiores nomes da nossa literatura, escreveu um romance dedicado a cultura, que se estabeleceu no sul da Bahia na década de 30.
música...
Camila Cunha - Já sabe a resposta? Sim, estamos falando do cacau. Para antigas civilizações mesoamericanas, como os Olmecas e os Maias, os frutos do cacaueiro eram símbolo de poder social, econômico e político. Envolto em misticismo religioso, o cacau era o alimento dos deuses. Quando os espanhóis chegaram por aqui logo perceberam a magia dos frutos, que na Europa, no final da década de 1870, foram misturados a açúcar e leite pelas mãos engenhosas de suíços, produzindo a iguaria mais desejada do mundo, o chocolate.
Gustavo Sartori - Se você degustar um chocolate Europeu, um chocolate Suíço, você vai perceber um forte sabor de leite. Eu costumo até dizer que o europeu achou no cacau uma maneira de vender o leite deles, né? E nós estamos tentando trabalhar uma maneira de vender o nosso cacau e não o nosso leite.
Camila Cunha - Quem fala é o Gustavo Sartori, produtor de cacau e chocolateiro no Estado de Rondônia, que vamos conhecer neste episódio. Os grandes fabricantes de chocolate usam muito açúcar e gordura em suas preparações, muitas vezes mascarando o sabor de amêndoas de cacau de baixa qualidade. Produzir uma boa amêndoa, que valha um chocolate amargo, exige um manejo rigoroso da cultura, com investimento, tecnologia e mão-de-obra capacitada. Vários produtores, como o Gustavo, estão produzindo e beneficiando amêndoas e criando os seus próprios chocolates, que levam no sabor a identidade nacional.
10/15/2019 • 38 minutes, 33 seconds
#78 Oxilab: Rap e o Brasil atual
A sigla rap é a união das palavras em inglês rhythm and poetry, que significam ritmo e poesia. O gênero se caracteriza por letras marcantes, que relatam a vida na periferia das grandes cidades e batidas fortes. No Brasil, o rap surge em São Paulo nos anos 80 e ganha visibilidade com os Racionais MC’s.
Mas a partir de 2010 o Rap começa a ocupar locais mais diversos, como livrarias, Sesc, espaços culturais freqüentados por um elite intelectual. Essas mudanças no Rap são estudadas pela pós-doutoranda do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) Unicamp, Daniela Vieira dos Santos.
Você já ouvir falar sobre a Nova Geração do Rap?
Criolo e Emicida, compõem essa nova geração. No oxilab #78 a pesquisadora Daniela Vieira discute que mudanças aconteceram nas canções e na indústria fonográfica, que fizeram o RAP sair dos limites da periferia e ocupar espaços tão diversos.
O episódio de hoje foi produzido por Helena Ansani Nogueira, com colaboração e coordenação de Simone Pallone. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Abaixo, a transcrição do episódio.
A Música é um meio poderoso de expressão das nossas emoções. Por meio da letra e melodia de uma canção podemos transmitir sensações, pensamentos, compartilhar angústias e paixões. Alguns gêneros musicais demonstram também uma crítica social, canções de resistência surgem em períodos de instabilidade política, ditaduras e expressam um grito de liberdade.
Se você ouvinte se interessa por música me acompanhe até o final porque esse episódio é pra você!
Quem apresenta o programa é a Helena Ansani Nogueira. Os trabalhos técnicos foram feitos pelo Gustavo Campos e pelo Octávio Augusto, da Rádio Unicamp. Na coordenação do Programa, Simone Pallone.
Este é mais um episódio do Oxigênio. Vamos ao rap!
Helena Ansani Nogueira - O Rap surgiu nos Estados Unidos nos anos 70, a sigla rap é a união das palavras em inglês rhythm and poetry, que significam ritmo e poesia. O gênero se caracteriza por letras marcantes, que relatam a vida na periferia das grandes cidades e batidas fortes. No Brasil, o rap surge em São Paulo nos anos 80 e ganha visibilidade com os Racionais MC’s . Nas músicas eles contam como é a vida na periferia, relatando casos de racismo e violência policial. Outra característica do gênero é a presença do MC, que deriva do termo em inglês Masters of Ceremony, que em português significa Mestre de Cerimônias, ou seja, é aquele que interage com o público.
Helena – Entre 2016 e 2017 buscando aprofundar os estudos sobre RAP a pesquisadora Daniela Vieira viajou para a França, o segundo maior produtor de rap do mundo, e realizou um estágio de pós doutorado em Paris, estudando os rappers franceses. Mas a jornada até este dia foi longa, e ela nos conta um pouco da sua trajetória profissional.
Daniela Vieira - Eu faço meu pós-doutorado na Unicamp no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) com fomento da FAPESP. Esse interesse pela área de estudos de música e cultura começou desde a graduação, mas na graduação, na iniciação científica eu estudei um filósofo alemão chamado Walter Benjamim que tava pensando sobre cultura na década de 30 na Alemanha, mas eu já queria estudar cultura brasileira, cultura brasileira no período da ditadura militar e aí eu acho que em 2004 eu entrei em um grupo de pesquisa lá na Unesp, sobre cultura e política nos anos 70.
Helena - A Daniela conta que já no segundo ano da faculdade, antes de fazer a iniciação científica ela já queria fazer algum trabalho relacionado à música, mais especificamente, algo relacionado música à sociedade. Aí ela encontrou um outro grupo de pesquisa sobre teoria crítica,
10/4/2019 • 16 minutes
#77 Temático: CNPq: da criação à crise
Quanto vale para a construção de uma nação encontrar perspectivas para desenvolver uma produção científica e tecnológica perene? Em tempos sombrios, de escassez e ameaça ao financiamento público para a pesquisa, preparamos um episódio para contar a história do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq. Fundada em 1951 com a justificativa de defender a soberania nacional, a agência é hoje uma das principais financiadoras da pesquisa científica brasileira.
Para entender a importância do CNPq para a política científica brasileira e para pesquisadores e estudantes das mais diversas áreas, conversamos com a professora Lea Velho, do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp. Ela trabalhou por mais de 10 anos no CNPq e resgata a importância histórica da agência, avaliando também a sua atual crise financeira. Também conversamos sobre a dimensão do apoio dado pelo CNPq a pesquisadores com a Sabine Righetti, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, que em parceria com Estevão Gamba, da Unifesp analisaram quantos artigos científicos publicados na Web of Science.
Conversamos também com o Eduardo Flores, professor do setor de virologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria, que teve apoio do CNPq para a instalação de seu laboratório, para pesquisas e para a sua formação e de muitos de seus alunos; e a Olívia Moraes Ruberti, doutoranda do Programa de Pós-Graduação de Biologia Funcional e Molecular, do Instituto de Biologia da Unicamp, que teme que sua pesquisa seja interrompida, caso o CNPq suspenda os pagamentos das bolsas.
Acompanhe o porquê do CNPq ter se tornado referência histórica e um bom retrato de como o Brasil atual vem lidando com a ciência. O episódio foi produzido e apresentado por Natália Flores e Alisson Almeida. A produção também teve a colaboração de Samuel Ribeiro, Paula Gomes, Rafael Martins Revadam e Camila Cunha e coordenação da Simone Pallone. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos. Na seleção de trilhas Caroline Maia e Ana Paula Zaguetto e na divulgação Helena Ansani.
Abaixo, a transcrição do episódio.
Allison Almeida: A ciência brasileira tem estado na pauta nos jornais nos últimos meses.
Natália Flores: O tema vem mobilizando a comunidade acadêmica desde que o atual governo mostrou a clara intenção de diminuir substancialmente os investimentos públicos em pesquisas científicas, e nas universidades, colocando em risco a já frágil política científica nacional.
Natália: Você, ouvinte, já pensou quanto vale a ciência para um país?
Allison: Para a Alemanha vale bastante. Em junho deste ano, o governo de Angela Merkel anunciou um investimento da ordem de 160 bilhões de euros para universidades e centros de pesquisa. O valor será executado na próxima década e será recorde, segundo o jornal Deustche Welle.
Natália: E você consegue estimar o valor da formação de uma cultura educacional científica e tecnológica para superação da pobreza?
Allison: Novamente vamos dar um exemplo do exterior. Investindo pesadamente em educação, criando uma política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico e qualificando sua mão de obra, a partir de meados da década de 70 a Coreia do Sul superou a pobreza se tornando um dos principais casos de organização científica e tecnológica no mundo. Os sul-coreanos elevaram consideravelmente seus índices de desenvolvimento que até então eram semelhantes aos do Brasil.
Natália: E quanto vale a ciência para o Brasil?
Allison: Vamos responder essa questão contando para os nossos ouvintes, a história de um grande protagonista da ciência brasileira: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq. Ele é um dos principais órgãos de apoio e aperfeiçoamento da pesquisa científica nacional. Por isso, é bem conhecido do pessoal que trabalha em laboratórios de pe...
9/19/2019 • 36 minutes, 27 seconds
#76 Oxilab: Aves que comem de tudo: um ralo na evolução
Você sabia que há cerca de 10 mil espécies de aves na natureza? Imagine a diversidade de formas, cores e cantos que existem desde um bem-te-vi até uma harpia. São muitas possibilidades, não é? E tudo isso é fruto de um processo bastante intricado: a evolução biológica. Um aspecto muito interessante da evolução das aves é a dieta.
Como a evolução pode ter levado ao surgimento de algumas aves que dependem exclusivamente de frutos, néctar e outros vegetais, e de outras que caçam outras aves e pequenos mamíferos? Quais são as vantagens de se comer de tudo neste grupo animal? Como dieta e evolução se afetam mutuamente?
No episódio de hoje, o biólogo Gustavo Burin, do Programa de Pós-graduação em Ecologia da USP, vem discutir estas questões.
O episódio foi produzido por Luanne Caires, com apresentação de Bruno Moraes e coordenação de Simone Pallone. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas:
“Rainforest ambience” ou “Sunny day”. Trilha em domínio público disponível SoundBible.com.
“Future Proof”, by South London HiFi. Disponível Youtube Audio Library.
Renegade Jubillee, by The Whole Other. Disponível Youtube Audio Library.
Beginnings, by Unicorn Heads. Disponível Youtube Audio Library.
Imagem:
Aves: Shutterstock
Filogenia: Gustavo Burin
9/5/2019 • 18 minutes, 13 seconds
#75 Temático: Goles de Ciência: Três Barris de Conhecimento
Hoje é a nossa saideira… E, na saideira pode tudo: repetir a dose, se divertir e, por que não, falar de coisa séria? Vamos embarcar em uma seleção dos melhores momentos do Pint of Science Campinas 2019 nas três noites coordenadas pelo trio de apresentadores, Bruno Moraes, Camila Cunha e Natália Flores no bar Da Vinci, no Cambuí. O foco é na ciência, sem deixar de fora espaço para o debate sobre temas contemporâneos que afetam a divulgação científica, como a disseminação de desinformação na nossa sociedade. Toxicologia Forense e Política sobre Drogas foi o tema que abriu o festival no bar Da Vinci, com Silvia Cazenave e José Luiz da Costa. Na segunda e terceira noites, os debates foram pautados por temas do campo da biologia, com discussões sobre a Ser Humano na Era da Edição Genética, com Ana Arnt e Ângela Saito, e sobre Evolução com Mathias Pires e Pirula.
Nesse episódio em um tom mais intimista e pessoal, quase em formato de diário, nós buscamos entender como um evento de ciência pode afetar pessoas tão diferentes, incluindo organizadores voluntários, palestrantes, donos de bar e ouvintes. E como a divulgação científica pode adquirir um tom de resistência.
O fato é participar de um festival mundial de divulgação de ciência é contagiante e inesquecível!
Você é nosso convidado nessa conversa!
Uma ouvinte testando o etilômetro com ajuda da Silvia Cazenave.
Ouvintes com origami de DNA feito pela Ângela Saito.
Mathias Pires e Pirula com réplica de um crânio de tigre dente de sabre mostrando seus caninos!
Qual o episódio da série que você mais gostou? Comenta aí!
Depois de ouvir o podcast deixe aqui o seu comentário ou nas nossas mídias sociais: Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) ou Facebook (oxigenionoticias). Se preferir, envie um e-mail para [email protected]. Críticas e sugestões são sempre bem-vindas.
O roteiro e a apresentação do episódio foram feitas por Bruno Moraes, Camila Cunha e Natália Flores. Os trabalhos têm a coordenação da professora Simone Pallone, do Labjor. Nos trabalhos técnicos, Octávio Augusto e Jeverson Barbieri, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
Crédito das trilhas sonoras:
Fiddles McGinty de Kevin MacLeod
Tribal War Council de Doug Maxwell/Media Right Productions
Bar Crawl de JR Tundra
Night Snow de Asher Fulero
Night Drive de Quincas Moreira
Nota: Todas as músicas estão disponíveis na Biblioteca de Áudio do YouTube
Crédito de imagem:
Imagem de capa Barrel-beer-container-1267334.jpg de ELEVATE disponível em Pexel
Demais imagens por Camila P. Cunha
8/23/2019 • 42 minutes, 53 seconds
#75 Temático: Goles de Ciência: Desopilando o Cérebro
Depois do esquenta que fizemos no episódio anterior, convidamos você para desopilar o cérebro no segundo episódio da série "Goles de Ciência". Venha conosco refletir sobre os desafios da comunicação de ciência feita por cientistas para não-cientistas em um bate-papo com organizadores, palestrantes e ouvintes do festival Pint of Science 2019.
Muitos brasileiros têm interesse por ciência, mas poucos conhecem as pesquisas feita no país, suas instituições científicas e seus protagonistas. Num cenário de disseminação de informações e notícias falsas nas redes sociais, a divulgação científica assume um papel cada vez mais estratégico. Apesar disso, divulgar ciência ainda é uma prática vista com maus olhos por uma boa parte dos cientistas. O fato de não ser devidamente valorizada no meio acadêmico e institucional não ajuda muito também.
Além de enfrentar esses obstáculos, os cientistas que se aventuram na comunicação da ciência percebem que falar de temas científicos para um público não iniciado não é tão simples assim. É preciso saber comunicar e adaptar a linguagem. E é aí que entram iniciativas como o Pint of Science: um verdadeiro laboratório para os cientistas desenvolverem e testarem suas habilidades comunicativas. Experimentar novos formatos e novas linguagens... A ideia é sair da zona de conforto e estimular a criatividade.
Apesar do desafio, nesta época de corte de recursos para a ciência, comunicar ciência é mais que necessário, é obrigatório! A gente espera que esse episódio contagie você, cientista ou amante de ciência, a embarcar nessa jornada. Quem sabe você se sinta encorajado a, também, participar de projetos de divulgação científica?
O que você pensa sobre divulgação científica na academia?
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O roteiro e a apresentação do episódio foram feitas por Bruno Moraes, Camila Cunha e Natália Flores. Os trabalhos têm a coordenação da professora Simone Pallone, do Labjor. Nos trabalhos técnicos, Octávio Augusto e Jeverson Barbieri, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos. Social mídia por Helena Ansani.
Links para pesquisas de percepção pública da ciência:
Percepção Pública da C&T no Brasil 2015 realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI):
http://percepcaocti.cgee.org.br/
Percepção Pública da C&T no Brasil 2019 realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), colaboração do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) e apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC):
https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/CGEE_resumoexecutivo_Percepcao_pub_CT.pdf
Crédito das trilhas sonoras:
“Rollanddrop” de Jingle Punks
“Walking the dog” de Silent Partner
“How we like it” de Dan Lebowitz
Disponíveis na biblioteca de áudio do YouTube.
Crédito de imagem:
“aqua-beverage-clean-1615011.jpg” de rawpixel.com disponível em Pexel
8/15/2019 • 33 minutes, 24 seconds
#75 Temático: Goles de Ciência: O Esquenta
Cientistas falando sobre ciência em um bar, fazendo piadas e lançando desafios para a plateia?! Parece um tanto inusitado, mas essa iniciativa de levar a ciência para as ruas e bares tem se tornado cada vez mais pulsante. Começamos a nossa série "Goles de Ciência" com o episódio "O Esquenta".
Neste episódio, vamos conhecer a história do Pint of Science, criado em 2013, na Inglaterra, pelos pós-doutorandos do Imperial College de Londres Praveen Paul e Michael Motskin. A ideia de encorajar cientistas a saírem de seus laboratórios para falarem sobre suas pesquisas em pubs foi tão bem sucedida, que o projeto logo expandiu para outros 22 países e chegou no Brasil em 2015. Desde então, o número de cidades que organizam o evento vem crescendo no país. Em 2019, 85 cidades brasileiras participaram do Pint of Science. Em Campinas, a chegada do festival foi embalada pela energia do casal Rafael Bento e Isabela Schirato, que mantém um projeto parecido, o Chopp Com Ciência. Esses eventos vêm consolidando o cenário científico e cultural Brasil afora.
O que você acha de falar de ciência em bar?
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O roteiro e a apresentação do episódio foram feitas por Bruno Moraes, Camila Cunha e Natália Flores. Os trabalhos têm a coordenação de Simone Pallone, do Labjor. Nos trabalhos técnicos, Octávio Augusto e Jeverson Barbieri, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos. Social mídia por Helena Ansani.
Crédito das trilhas e efeitos sonoros:
“Move Up to the Mountains” de Aaron Lieberman
“Animaux Obscènes” de Dan Bodan
“Cat Circus” de Doug Maxwell
“Pyxis” de Home
“Bergerette” tocado por Zebu Trifásico
“Tiger Roar” de lauramellis, disponível em freesound.org
“Police2” de guitarguy1985, disponível em freesound.org
Crédito de imagem:
“alcohol-beer-beverage-1161466.jpg” de rawpixel.com, disponível em Pexel.
8/8/2019 • 29 minutes, 38 seconds
#74 Oxilab: Como evolui o campo magnético da Terra?
Você já ouviu falar em Anomalia Magnética do Atlântico Sul? E sabia que ela pode afetar o funcionamento de satélites e computadores? Também chamada de AMAS, ela é uma região do planeta que engloba boa parte da América do Sul, do oceano Atlântico e do continente africano e que está passando por um enfraquecimento em seu campo magnético.
Como o campo magnético terrestre funciona como uma barreira que protege o planeta das partículas emitidas pelo sol e por outros pontos da Via Láctea, esse enfraquecimento faz com que a região da anomalia fique menos protegida das variações do campo magnético externo. E isso acaba impactando tecnologias que funcionam em altitudes mais elevadas e distantes do ponto de geração do magnetismo, que ocorre no núcleo do planeta.
Por isso, resolvemos abordar essa anomalia magnética e seus impactos no Oxilab de hoje. Para falar sobre o tema, convidamos o geofísico Gelvam André Hartmann, do Instituto de Geociências da Unicamp, que vem pesquisando essa anomalia há cerca de 15 anos, com o objetivo de entender como ela evoluiu através do tempo. Recentemente, ele participou de um estudo sobre o magnetismo de estalagmites, que são rochas que se formam no chão de cavernas, para traçar as variações do campo geomagnético nos últimos 1500 anos.
O episódio de hoje foi produzido por Paula Penedo, com coordenação de Simone Pallone e colaboração de Eliane Fonseca. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Radio Unicamp, e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você também pode mandar sugestões pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Imagem:
ESA/ATG Medialab
Músicas:
Breathing Planet - Doug Maxwell
http://activeterium.com/21eY)
Cycles - Density & Time
https://www.youtube.com/audiolibrary
Weirder Stuff - Geographer
www.youtube.com/audiolibrary
7/1/2019 • 15 minutes, 56 seconds
#73 Temático: Vida de laboratório – parte 02
Este episódio do Oxigênio, Vida de Laboratório foi dividido em duas partes, porque havia muitas experiências para mostrar. Na parte 1, o Gustavo Burín contou um pouco sobre a rotina em um laboratório de macroecologia e macroevolução, no Instituto de Biociências da USP, e os professores Alexandre Falcão e Jancarlo Gomes falaram sobre o laboratório multidisciplinar que une saúde pública e computação, que fica na Unicamp.
E nesta segunda parte, os laboratórios abordados fogem ainda mais do estereótipo do laboratório, aquele com bancada, muita vidraria e pesquisadores de jaleco branco e óculos protetores, desses laboratórios de experiências físicas e químicas.
Aqui o ouvinte vai conhecer um pouco de como são os laboratórios da paleontologia, mais especificamente de Paleohidrologia, a partir da fala da paleontóloga Frésia Ricardi-Branco, professora do Instituto de Geociências da Unicamp.
Vamos ouvir também a experiência do João Roberto Bort, do Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena da Unicamp, que é antropólogo e vem estudando indígenas da etnia Xukuru-Kariri e considera seu próprio corpo parte do laboratório.
Por último, a Júlia Veras, da Universidade Federal de Ouro Preto, que é formada em Artes Cênicas e pesquisa direção teatral vai contar como ela foi descobrindo diferentes laboratórios possíveis para a área de interpretação e direção teatral.
O tema é muito vasto, caberiam muitas outras partes, mas essas experiências já dão o tom da diversidade que se tem no meio acadêmico. Pesquisas em diversos campos, que se conversam, e se tocam para seguir adiante.
O episódio foi apresentado por Paula Penedo e Bruno Moraes. A produção do roteiro foi feita por Luanne Caires, Camila Cunha, Paula Penedo e Priscila Ferreira, com coordenação da professora Simone Pallone, do Labjor. Nos trabalhos técnicos, Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
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Crédito das trilhas sonoras:
Like a Polaroid de Spazz Cardigan
Synergy de Geographer
Future Proof de South London HiFi
Crédito da imagem:
Pixabay
6/3/2019 • 25 minutes, 8 seconds
#73 Temático: Vida de laboratório – parte 01
Nas últimas semanas, o Ministério da Educação anunciou o bloqueio de 30% das verbas discricionárias das universidades federais do Brasil. Na prática, a medida reduz 7,4 bilhões de reais do orçamento de custeio que já havia sido aprovado por meio da Lei Orçamentária Anual (a LOA) de 2019 e compromete o funcionamento de atividades de ensino, pesquisa e extensão nas universidades.
No caso da pesquisa, a parte mais atingida foi a pós-graduação, com o recolhimento de bolsas consideradas ociosas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, a CAPES. O problema é que a CAPES não especificou os critérios utilizados para considerar as bolsas ociosas e muitas delas já estavam destinadas a novos alunos de mestrado e doutorado aprovados nos processos seletivos dos programas de pós-graduação.
A medida representa mais um dos ataques que vêm sendo feitos às universidades públicas, com mentiras e muita desinformação. Em entrevista à rádio Jovem Pan no dia 08 de abril, o presidente do país afirmou que “poucas universidades têm pesquisa e, dessas poucas, a grande parte está na iniciativa privada”, quando na verdade, é o contrário. Segundo o relatório feito em 2017 pela empresa Clarivate Analytics, sob solicitação da CAPES, de 2011 a 2016, 95% da produção científica do Brasil, reconhecida internacionalmente, foi feita nas universidades públicas.
Aparentemente, o presidente não sabe muito sobre como a pesquisa é feita no Brasil. E na verdade muita gente não sabe. E para mostrar um pouco sobre como é a rotina das milhares de pessoas que produzem ciência no país, dedicamos o episódio de hoje à Vida de Laboratório. E como o assunto é extenso, esse episódio foi dividido em duas partes.
Os entrevistados da parte 1 foram o Gustavo Burín, pós-doutorando no Laboratório de Macroevolução e Macroecologia do Instituto de Biociências da USP, o LabMeMe; e os professores Alexandre Falcão e Jancarlo Gomes, do Laboratório de Ciência de Dados de Imagens, chamado de LIDS, da Unicamp. Os três contam histórias interessantes relacionadas às suas áreas de pesquisa e de seus laboratórios.
O episódio Vida de Laboratório foi apresentado por Bruno Moraes e Paula Penedo. As entrevistas e produção do roteiro foram feitos por Luanne Caires e Camila Cunha, com ajuda do Allison Almeida, sob coordenação da professora Simone Pallone, do Labjor. Nos trabalhos técnicos, Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
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Músicas:
RobinHood 76
https://freesound.org/people/Robinhood76/sounds/62282/
Future Proof
Like a Polaroid
Imagem
Jarmoluk/Pixabay
5/25/2019 • 24 minutes, 18 seconds
#72 Oxilab: Transgênicos no Brasil: 20 anos
O plantio de lavouras de soja transgênicas é aprovado no Brasil desde 1998. Nesses 20 anos, novas culturas agrícolas foram aprovadas para comercialização no país, mas também produtos derivados de microrganismos transgênicos, como vacinas, hormônios e enzimas para produção de alimentos.
Os transgênicos são encarados pela sociedade com desconfiança e medo. Mesmo assim, a produção e o consumo crescem no país. Como são poucos os que conseguem definir o que são transgênicos e quais são as implicações de seu uso, os mitos ao redor do tema se multiplicam.
O episódio de hoje vem para discutir estas questões: definições e uso de transgênicos no dia a dia, o papel da transgenia na sociedade, segurança alimentar e seus potenciais impactos no ambiente.
Nossos convidados são: Gonçalo Amarante Guimarães Pereira (IB - Unicamp), Heidge Fukumasu (USP, campus Pirassununga), Mathias Mistretta Pires (IB - Unicamp).
O episódio foi produzido por Allison Almeida, Luanne Caires, Camila Cunha e Bruno Moraes, com apresentação de Camila Cunha e coordenação de Simone Pallone. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas:
“Acoustic breeze” e “Enigmatic” de Bensound.com. Disponível em: https://www.bensound.com
“Bring me your sorrow” de Dan Lebowitz, biblioteca de áudio do YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/audiolibrary/music?ar=2
Som de apito. Disponível em: https://www.freesfx.co.uk/sfx/referee
5/3/2019 • 18 minutes, 37 seconds
Especial Semana Acadêmicos Indígenas da Unicamp
No episódio passado, o Oxigênio tratou da questão indígena no país, enfocando alguns avanços e muitos retrocessos. Entre os avanços, apontamos a realização do primeiro vestibular indígena realizado pela Unicamp, que trouxe para a universidade um grupo de 72 indígenas de diferentes etnias e lugares do país. Não foi possível conversar com eles na época, mas agora, o Marinaldo Almeida Costa e o Anderson Jesus Viana Arantes, ambos da etnia Tukano, da Amazônia, conversaram com o repórter Bruno Moraes. Eles falaram sobre a importância de estar na Universidade, para dar voz a esses povos brasileiros.
Na entrevista eles tratam de questões relacionadas a sua cultura, à diversidade, ao estilo de vida mais coletivo e também sobre os preconceitos e a ideia colonializada dos indígenas, por parte da sociedade e das universidades brasileiras.
E para promover a integração desses novos alunos com a comunidade a qual estão se inserindo, eles organizaram a Primeira Semana dos Acadêmicos Indígenas da Unicamp, que tem início no dia 15 de abril e vai até o dia 17, com uma programação intensa, com mesas redondas, palestras, exibição de documentários, apresentação de danças, mostra de artesanato e venda de comidas tradicionais.
A programação completa pode ser vista no site do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (IFCH): https://bit.ly/2ItcQou. Assista também o vídeo de divulgação do evento no YouTube: https://youtu.be/FLokOT22k9U
As entrevistas e roteiro deste episódio foram realizados por Bruno Moraes. A apresentação foi do Bruno e da Simone Pallone e trabalhos técnicos do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Deixe um comentário contando o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas:
As músicas utilizadas no programa foram gentilmente cedidas pelo projeto Cantos da Floresta, que reuniu cantos tradicionais de diversos povos indígenas brasileiros. As canções pertencem ao legado das etnias ancestrais Krenak, Guarani-Kaiowá e da comunidade Bayaroá. Você pode ouvir essas e outras canções indígenas no site: www.cantosdafloresta.com.br
4/11/2019 • 22 minutes, 29 seconds
Oxidoc: Sempre há um antes: a história do Nudecri
No início dos anos 1980, o linguista Carlos Vogt era professor do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. Naquela época estavam começando a ser implementados na universidade os Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa. Foi quando o Vogt, ao lado do artista João Batista da Costa Aguiar, pensaram na criação do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, o Nudecri.
“O Núcleo nasceu com essa vocação para abrigar atividades, ações e programas, não-ortodoxos, não inscritos necessariamente na linha de cursos regulares. O Nudecri foi, nesse sentido, pioneiro. Porque ele trouxe para dentro da Unicamp essas atividades que eram mais ou menos marginais”, conta Vogt.
O Nudecri foi criado oficialmente em 1985. A professora Eni Orlandi e o professor Eduardo Guimarães eram colegas de departamento do Vogt no Instituto de Estudos da Linguagem, e faziam parte do grupo que embarcou nessa ideia.
Para Orlandi, os núcleos foram pensados para “movimentar a universidade em torno de programas que exigiam conhecimento, mas que, ao mesmo tempo, também proporcionassem uma relação com a sociedade de maneira clara”. Guimarães acrescenta que o Nudecri, em particular, surgiu como um espaço para “ideias variadas e uma certa novidade dentro das Ciências Humanas e na relação com as artes”.
Neste Oxidoc, a repórter Beatriz Guimarães entrevista Carlos Vogt, Eni Orlandi e Eduardo Guimarães para compreender um pouco da história do Nudecri e de seus laboratórios, o Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) e o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor).
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Este episódio também está disponível em apps agregadores como iTunes, CastBox e PocketCast.
Produção, gravação e edição: Beatriz Guimarães.
Supervisão: Simone Pallone e Claudia Pfeiffer.
4/4/2019 • 26 minutes, 6 seconds
#71 Temático: A questão indígena no Brasil
Residentes originais do Brasil, os índios enfrentaram séculos de exploração, expropriação e preconceito antes de alcançarem direitos fundamentais à terra e ao respeito de sua cultura. Conquistas importantes vieram com a constituição de 1934, a criação da Funai na década de 1960 e a Constituição Federal de 1988. Mais recentemente, outro passo rumo à igualdade de oportunidades e à valorização cultural foi dado pelas universidades que implementaram os vestibulares voltados para povos indígenas e pelo fortalecimento de veículos de comunicação feitos por e para estes povos.
No entanto, a falta de investimento nos órgãos responsáveis pela gestão indígena no país e o endurecimento do discurso político contra direitos fundamentais têm colocado muitas conquistas em risco. O episódio de hoje vem para discutir estas questões, o papel da cultura indígena na nossa identidade enquanto povo e os desafios que enfrentamos para valorizar a diversidade cultural brasileira.
Nossos convidados são: Artionka Capiberibe (IFCH - Unicamp), Henyo Trindade Barretto (UnB), José Alves de Freitas e Juliana Sangion (Comvest - Unicamp) e Anápuáka Muniz Tupinambá (Rádio Yandê).
O episódio foi produzido por Allison Almeida, Luanne Caires, Camila Cunha e Bruno Moraes, com apresentação de Camila Cunha e Bruno Moraes e coordenação de Simone Pallone. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas:
Gwyrá Mi, por Memória Viva Guarani (álbum Ñande Reku Arandu - 2000)
Mãduvi'ju'i, por Memória Viva Guarani (álbum Ñande Reku Arandu - 2000)
Yaklethxa Yakytoasáto (Canto de Todos os Povos), por Wakay e participantes da tribo Kariri Xocó (álbum "Matydy Ekytoá" Caminho de todos - 2000).
Música Guarani - https://www.youtube.com/watch?v=jEBzFy6kCvE&feature=youtu.be
Raminô, por Yawanawa (Canto Mulheres Indígenas)
Imagem: Grafite no campus da Unicamp (Rios 2015)
3/29/2019 • 42 minutes, 57 seconds
Oxidoc: Pelas ruas, pelas telinhas
Cristiane Dias é pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) da Unicamp. Para ela, a linguagem, a cidade e a tecnologia formam um casamento perfeito. E atualmente ela coordena um projeto que nasce justamente desse casamento. Trata-se de um aplicativo em que as pessoas poderão falar da relação delas com as cidades, contando memórias e vivências de certos lugares.
“O sujeito vive, anda, caminha pela cidade, mas dificilmente ele para pra olhar pra um lugar e lembrar como aquele lugar significa na vida dele, que memória aquele lugar tem pra ele. A gente quer que o aplicativo sirva para as pessoas olharem pro espaço onde elas estão e pensem: ‘como é importante eu estar aqui’. Ou ‘como esse lugar foi importante pra mim’.”
Ela diz que não vê a hora do aplicativo ficar pronto para que ela possa contar de suas experiências em Campinas, cidade onde ela vive hoje e com a qual ela já teve uma relação difícil.
Este Oxidoc também conta com a participação do jornalista Felipe Lavignatti, um dos criadores do projeto Mapas afetivos, que reúne diferentes relatos sobre a cidade de São Paulo. “Toda grande emoção que você vive está ligada a um lugar. A notícia de que você passou na faculdade, que você vai virar mãe, o lugar onde você foi pedido em namoro. Sempre tem um lugarzinho específico assim. E a gente queria contar as histórias a partir dos lugares.”
O Felipe conta que ouvir os relatos de outras pessoas muda a forma como ele vivencia São Paulo. Quando passa em frente ao Conjunto Nacional, por exemplo, ele olha para a rampa e se lembra de alguém que já andou por ali de mobilete e que guarda com afeto aquele canto da cidade.
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Este episódio também está disponível em apps agregadores como iTunes, CastBox e PocketCast.
Produção, gravação e edição: Beatriz Guimarães.
2/19/2019 • 27 minutes, 7 seconds
Especial Mulheres e meninas na ciência
Dia 11 de fevereiro é o dia mundial das mulheres e meninas na ciência. Considerando que menos de 30% das pesquisadoras do mundo são mulheres, a data é extremamente importante para refletirmos sobre os avanços conquistados pelas mulheres nos últimos anos e também sobre as barreiras que ainda existem para a representatividade feminina no meio acadêmico. No episódio de hoje, conversamos com pesquisadoras e alunas da Unicamp sobre o assunto. As convidadas foram: Maria Conceição da Costa (IG), Anne Bronzi (IMECC), Marcela Medicina (IMECC), Teresa Atvars (IQ), Sophia La Banca (Labjor) e Sarah Giannasi (IB).
O episódio foi produzido por Paula Penedo e Luanne Caires, com apresentação de Paula Penedo e Graciele Oliveira, coordenação de Simone Pallone e colaboração de Bruno Moraes. Os responsáveis pelos trabalhos técnicos são Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, Allison Almeida e Gustavo Campos.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas:
Peace Out by Airtone is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
LongasBar by Airtone is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Lil Cookie by William Rosati is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Watch me by Geographer is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Imagem:
Sergey Nivens (Shutterstock)
2/11/2019 • 33 minutes, 37 seconds
#70 Oxilab: Dosando genes
As informações contidas nos genes são fundamentais para definirem as características dos organismos. Dentro do núcleo das células, os genes encontram-se nos cromossomos, sendo que o número de cópias dos cromossomos pode variar de uma espécie para outra.
Nós, humanos, temos duas cópias de cada cromossomos, mas nas plantas esse número pode ser muito maior. Isso acontece em muitas plantas de interesse agronômico, que podem chegar a ter doze cópias de cada cromossomo. Com o maior número de cópias, maiores os desafios para os pesquisadores estudarem e melhorarem as características das plantas.
O pesquisador Augusto Garcia do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz, em Piracicaba, debruça-se justamente nessa questão. Ele utiliza ferramentas da genética estatística para entender melhor o genoma das plantas poliploides (que contém mais de duas cópias dos cromossomos). Em recente trabalho publicado na revista Genetics, Garcia e os autores David Gerard, Luis Felipe Ventorim Ferrão e Matthew Stephens exploram aspectos do estudo de poliploides. O Oxigênio conversou com Garcia para entender melhor os desafios e as perspectivas do estudo de poliploides.
Esse Oxilab foi produzido, gravado e editado por Maria Letícia Bonatelli e faz parte do projeto Mídia Ciência da Fapesp "Produção jornalística das pesquisas realizadas no Departamento de Genética da ESALQ/USP, com especial enfoque para o Laboratório de Genética de Microrganismos Prof. João Lúcio de Azevedo".
1/24/2019 • 7 minutes, 20 seconds
Oxidoc: Nós em redes
Rede. Substantivo feminino. Entrelaçamento de fibras ligadas por nós.
Comunitário(a). Adjetivo. Qualidade daquilo que é comum a várias pessoas. Ação realizada por quem vive no mesmo território e/ou compartilha dos mesmos interesses.
Rede comunitária. Entrelaçamento de pessoas de um mesmo território e/ou com interesses em comum. Sistema de comunicação e compartilhamento de saberes pensado e utilizado por uma determinada comunidade, tendo em vista seus valores e necessidades. Pode ser, por exemplo, um jornal operário, uma rádio local ou uma malha de conexão sem fio que se espalha de roteador em roteador, de nó em nó. É desta última que falamos no Oxidoc: Nós em redes.
O principal entrevistado do programa é Diego Vicentin, pesquisador de pós-doutorado no Labjor/Unicamp. Ao investigar as redes que surgem do encontro entre a computação e o cotidiano de diferentes comunidades, ele levanta questões sobre o mercado da conexão e suas exclusões e sobre a apropriação tecnológica como caminho de resistência.
Também participa do programa a geógrafa Daiane Araújo, da Associação Casa dos Meninos, em São Paulo. Localizada no Jardim São Luiz, zona sul da cidade, a associação conta com um sistema de intranet que cobre mais de um quilômetro quadrado de território, criando conexões e trocas entre cerca de 20 mil moradores.
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Este episódio também está disponível em apps agregadores como iTunes, CastBox e PocketCast.
Produção, gravação e edição: Beatriz Guimarães.
1/16/2019 • 23 minutes, 51 seconds
#69 Oxilab: Quem tem medo da leishmania?
E se uma simples picada de mosquito trouxesse, além da coceira, um baú de enigmas e histórias? No Oxilab de hoje, “Quem tem Medo da Leishmania?”, o Oxigênio conversou com o professor Danilo Ciccone, do Departamento de Biologia Animal da Unicamp sobre um ser vivo microscópico e impressionante: os protozoários do gênero das Leishmanias. O professor Danilo tem dedicado mais de uma década de sua vida a estudar essas criaturas, para entender não apenas a doença que elas causam e descobrir novas formas de tratar a leishmaniose, mas também para conhecer mais de perto os mistérios desses verdadeiros “agentes secretos” do mundo imunológico. Venha com a gente para saber mais sobre cachorros, protozoários e sobre as suas próprias células de defesa, o famoso sistema imune.
12/21/2018 • 29 minutes, 28 seconds
#68 Oxilab: “De repente, uma doença”
Mudanças ambientais e novas interações entre espécies podem fazer com que vírus, bactérias ou outros patógenos comecem a afetar grupos de organismos diferentes, levando ao aparecimento de novas doenças. É o caso da AIDS, da doença causada por vírus Ebola e da doença causada por Zika vírus, que preocupam autoridades de saúde pública ao redor do mundo. A resistência ou tolerância a essas infecções depende de vários fatores: características dos patógenos e das espécies infectadas, o passado das espécies e da interação, além das possibilidades de tratamento. Para entender melhor o assunto, é só assistir ao episódio de hoje.
Nesta edição do Oxigênio conversamos com Camila Beraldo sobre seu mestrado no Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade de São Paulo (USP).
O programa é produzido, apresentado e divulgado por Luanne Caires, com coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor. Os trabalhos técnicos foram feitos por Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas
Channel Chasing by Spazz Cardigan is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Let it happen by South London HiFi is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Milos by Eveningland is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Toe Jam by Diamond Ortiz is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
O que vamos comer hoje? Vamos sair ou ver Netflix? Começar ou não um relacionamento? Em quem votamos na última eleição? Com diferentes níveis de complexidade, as decisões fazem parte de todos os aspectos da nossa vida. Às vezes elas podem ser tomadas de forma mais racional, outras de forma mais emocional, mas em todos os casos razão e emoção trabalham juntas na análise de riscos e benefícios. Além da reflexão consciente, outros fatores podem influenciar como fazemos escolhas: personalidade, grupos sociais, mídia, doenças e até o inconsciente têm papel fundamental! Apesar de toda essa complexidade, é possível trabalharmos nossa mente para melhorar o processo de decisão. Quer saber como? Vem descobrir no episódio de hoje.
Nesta edição do Oxigênio conversamos com Oswaldo Amaral, do Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp; Fábio Rocha, do Centre for Neuroscience in Education da Universidade de Cambridge; Samira Mansur, da UFSC; Álvaro Machado, da Unifesp; Marcelo Caetano, da UFABC e Rodrigo Pavão, também da UFABC.
O programa é produzido por Sophia La Banca de Oliveira, com colaboração de Luanne Caires e Allison Almeida. A apresentação é de Sophia La Banca de Oliveira e Leonardo Fernandes, com coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor. O programa conta ainda com trabalhos técnicos feitos por Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp, e divulgação por Sophia La Banca de Oliveira.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Músicas
V for Victory by Audionautix is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Crimson Fly by Huma-Huma is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Total Totallity by The 126ers is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Follow the Shadows by The 126ers is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
Keep Dreaming by Topher Mohr & Alex Elena is part of the Youtube Audio Library and it is licensed under a Creative Commons License (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en_US)
11/29/2018 • 24 minutes, 27 seconds
Oxidoc: Boca suja
Um jogo de futebol, uma sessão no Congresso, um semáforo fechado, um ponto de ônibus. Tudo parece normal quando, de repente: insulto! Sai de uma(s) boca(s) algo que não deveria sair. Um furo na atmosfera dos bons modos. O Oxidoc Boca suja fala sobre o insulto. O que ele é, como opera, como circula pela cidade, o que tem a ver com o ódio e o que tem a ver com o tempo em que vivemos.
Para Marcos Barbai, pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) da Unicamp, o insulto é “um asco de linguagem”. E justamente por isso ele se interessou por pesquisar esse assunto. “O meu grande lugar de pesquisa e de interrogação com a cidade e a linguagem é a lata do lixo. Eu gosto de olhar para os restos, tudo aquilo que a gente descarta e bota pra fora”, ele diz.
Para a psicanalista Ana Laura Prates, atualmente pesquisadora-colaboradora do Labeurb, o insulto tem uma relação íntima com o ódio. “A palavra que insulta é a que tem a capacidade de aniquilar, de subordinar o outro ao seu modo de vida, aos seus critérios e às suas normas, não levando em conta a diferença do outro”, ela comenta.
Marcos Barbai e Ana Laura Prates são os entrevistados deste programa. Contamos, ainda, com relatos enviados por diferentes pessoas que passaram por situações envolvendo insultos, seja na posição de insultado ou insultador. O episódio foi produzido e editado por Beatriz Guimarães, com apoio técnico de Octávio Augusto (da Rádio Unicamp) na gravação.
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Créditos de trilha sonora:
Investigations by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100646
Artist: http://incompetech.com/
Danse Macabre - Isolated Harp by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://freepd.com/Classical/Danse%20Macabre%20-%20Isolated%20Harp
Artist: http://incompetech.com/
Percussion groove (Blip&Conga) by Roxxom is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: https://freesound.org/people/roxxom/sounds/331433/
11/28/2018 • 28 minutes, 21 seconds
#65 Oxilab: Tristeza tropical: mudanças ambientais e sofrimento
Quando se fala em zonas litorâneas e cidades pequenas do interior, é comum associarmos a cenários paradisíacos ou bucólicos, onde se predominam as belezas naturais, uma rica biodiversidade, ou onde o tempo passa mais devagar e as pessoas são mais felizes e solidárias. O litoral Norte de São Paulo, bem como alguns municípios localizados ao longo do eixo rodoviário Dom Pedro I – Tamoios poderiam ser um belo exemplo. O problema é que, se a gente coloca uma lente nesse olhar superficial, percebemos nessas regiões um expressivo número de casos diagnosticados de depressão, e um sentimento de tristeza generalizado, causados pelas condições precárias de vida.
É o que revelam mais de 25 anos de estudos feitos pela professora e doutora em Ciências Sociais, Sônia Regina da Cal Seixas, pesquisadora do Nepam (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp). O projeto de pesquisa interdisciplinar, financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sugere um novo olhar sobre os impactos das mudanças ambientais sobre as pessoas, tanto na saúde mental quanto no bem-estar subjetivo, o que poderíamos chamar de “dores da alma”.
Os resultados mostram que as transformações provocadas pela especulação imobiliária, pelo turismo e por projetos de desenvolvimento econômico, não só causaram sérios impactos ambientais, mas também alteraram gravemente os modos de vida. Compreender as transformações socioambientais num mundo em constante mudança a partir de um olhar sobre o sofrimento é uma tarefa que Sônia realiza desde os anos 1990.
Neste Oxilab, ela conta sobre sua trajetória de pesquisa e ressalta a importância de se pensar caminhos de resistência e adaptação às mudanças. A pesquisadora fala também da necessidade de se realizarem mais estudos e pesquisas nesse campo, que ainda é muito pouco falado dentro das ciências.
Este Oxilab foi produzido, gravado e editado por Alessandra Marimon, com colaboração e trabalhos de técnicos de Octávio Augusto da Rádio Unicamp e divulgação com apoio de Sophia La Banca de Oliveira. O episódio faz parte do projeto “Divulgação científica das pesquisas do Nepam (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais) da Unicamp”. O projeto está integrado ao programa Mídia Ciência, da FAPESP.
Músicas utilizadas:
Impact Prelude, de Kevin MacLeod
Dark Fog, de Kevin MacLeod
Deep Haze, de Kevin MacLeod
Impact Andante, de Kevin MacLeod
11/22/2018 • 29 minutes, 28 seconds
#64 Oxilab: Melhoramento participativo
As plantas que possuem interesse agronômico, principalmente aquelas que servem de alimento, são o foco de pesquisa de muitos melhoristas vegetais. Eles procuram melhorar a produtividade da planta, seu aspecto, seu valor nutricional e quaisquer outras características que possam contribuir para um melhor produto final.
Na linha de produção de alimento o agricultor exerce um papel de destaque. É ele o responsável pelo cultivo das plantas, pelo seu manejo em campo e é o mais interessado em obter um bom retorno na venda do seu produto. Ele detém um grande conhecimento empírico sobre diversas espécies vegetais e, tal conhecimento, muitas vezes não é compartilhado com o pesquisador.
Mas no melhoramento participativo há o alinhamento do conhecimento de pesquisador e produtor para a produção de espécies vegetais mais produtivas e com maior potencial de venda. Para isso, os estudos realizados dentro da universidade consideram a demanda do produtor, e ainda levam em contam a expertise do agricultor na hora de selecionar plantas com as melhores características agronômicas.
O professor José Baldin Pinheiro da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" em Piracicaba realizou o melhoramento participativo do gengibre, juntamente com a professora Elizabeth Ann Veasey e as doutoras Nancy Farfan Carrasco e Eleonora Zambrano Branco, todas da mesma instituição. O professor Pinheiro contou como acontece o melhoramento participativo de uma espécie e em que pé está o melhoramento participativo do gengibre, espécie importante para produção de alimentos e produtos medicinais.
Esse Oxilab foi produzido, gravado e editado por Maria Letícia Bonatelli e faz parte do projeto Mídia Ciência da Fapesp "Produção jornalística das pesquisas realizadas no Departamento de Genética da ESALQ/USP, com especial enfoque para o Laboratório de Genética de Microrganismos Prof. João Lúcio de Azevedo".
11/8/2018 • 8 minutes, 3 seconds
Oxidoc: Dados em jogo
Em 28 de setembro de 2018, dia em que o roteiro deste Oxidoc começou a ser escrito, os jornais anunciavam que um ataque hacker teria atingido 50 milhões de usuários do Facebook. Boa parte dessas pessoas ficou apavorada ao saber que seus dados pessoais e suas conversas privadas estavam em risco. Mas esse foi apenas um dos tantos sinais que há tempos nos indicam: nas redes, estamos vulneráveis e todos fazemos parte de um grande sistema de circulação e extração de dados.
No Oxidoc Dados em jogo, a repórter Beatriz Guimarães conversa com dois integrantes do grupo de pesquisa Informação, Comunicação, Tecnologia e Sociedade, sediado no Labjor/Unicamp, para entender como funciona a extração de dados, quem está por trás desse jogo, onde todos nós estamos nesse tabuleiro e quais são as possibilidades de resistência à essa vigilância que envolve tudo e todos. Os entrevistados são Marta Kanashiro e Leonardo Cruz.
Marta Kanashiro é uma cientista social que investiga diferentes aspectos da relação entre a sociedade e as tecnologias, com foco justamente nas formas pelas quais somos vigiados e capitalizados nesta era da internet. Ela é pesquisadora do Labjor/Unicamp e integra a Lavits, a Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade. Para a Marta, a vigilância ainda é pouco questionada, muitas vezes ainda vista como paranóia ou fruto de teorias da conspiração. Depois de muito tempo pesquisando as relações de poder escondidas por trás da vigilância, ela decidiu partir para um outro olhar dentro desse mesmo cenário: as resistências cotidianas (ou microrresistências) e as relações de aliança que podem ser abertas com as máquinas.
Leonardo Cruz também é cientista social. Ele terminou recentemente um pós-doutorado no Labjor/Unicamp e agora é professor da Universidade Federal do Pará. Na pesquisa de pós-doutorado, ele investigou os efeitos e as consequências de um acordo firmado entre algumas universidades públicas brasileiras e o Google Suite for Education, que é um conjunto de aplicativos e serviços da Google para o ensino. Ele buscou entender como se deram as discussões que resultaram nessa parceria - imaginariamente gratuita - que acabou capitalizando os dados de estudantes e funcionários dessas instituições.
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Este episódio também está disponível em apps agregadores como iTunes, CastBox e PocketCast.
Produção, gravação e edição: Beatriz Guimarães.
Material relacionado:
Entrevista com Ernesto Oroza: https://www.youtube.com/watch?v=v-XS4aueDUg
Instruções para Faraday bag: https://www.youtube.com/watch?v=CLfEGA5PACA
Créditos de trilha sonora:
Kool Kats by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100601
Artist: http://incompetech.com/
Drums of the Deep by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1400021
Artist: http://incompetech.com/
Granite Blocks by GR3AVE5Y is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/)
Source: https://freesound.org/people/GR3AVE5Y/sounds/120828/
Apesar da venda e distribuição de álcool para menores de 18 anos ser ilegal no Brasil, o álcool é a droga de abuso mais usada por adolescentes. Isso traz uma série de riscos para esses adolescentes, o que leva os pais e professores a tentar prevenir esse tipo de comportamento. E com isso surgem várias perguntas sobre qual é a melhor estratégia para reduzir o consumo dessa droga e o risco associado a ele.
Nesse programa conversaremos com Elaine Lucas dos Santos, pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Unifesp, sobre seu trabalho com prevenção de abuso de álcool na adolescência.
O programa foi produzido e apresentado por Sophia La Banca de Oliveira com participação de Maria Letícia Bonatelli. A coordenação geral é da Simone Pallone e os serviços técnicos foram de Octávio Augusto da Rádio Unicamp. Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Créditos:
Imagem em domínio público
Músicas
Look Ahead - Grand Banks - YouTube Audio Library
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Tomb Raider - Yung Logos - YouTube Audio Library
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Butchers - Silent Partner - YouTube Audio Library
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Born Again - Jorge Hernandez - YouTube Audio Library
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Long Life - Bobby Renz - YouTube Audio Library
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
10/18/2018 • 16 minutes, 24 seconds
#61 Oxilab: Dormindo na rede
Redes sociais são um novo fenômeno que redesenhou completamente o mundo humano. Enquanto isso, redes de interações ecológicas — que acabam funcionando de maneira parecida, em alguns aspectos — são estudadas desde o Século XIX, e mesmo antes de serem estudadas já estavam ocorrendo na natureza, modelando o nosso mundo e até a nossa própria evolução.
Nesta conversa com o professor Mathias Pires, do Instituto de Biologia da Unicamp, você vai descobrir algumas coisas interessantes sobre como o Facebook e a natureza têm seus paralelos, e também sobre como o trabalho de pesquisa em torno da questão das redes de interações ecológicas pode informar as decisões que teremos de tomar, como humanidade, para garantir o futuro dos nossos ecossistemas — e de nós mesmos.
O Oxilab foi apresentado e roteirizado por Bruno Moraes, com apoio de Luanne Caires e da coordenadora do Oxigênio, Simone Pallone, com trabalhos técnicos de Octávio Augusto da Rádio Unicamp.
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Crédito das imagens:
Internet Map by opte.org / CC-BY-2.5
Glyptodon por Heinrich Harder / Domínio Público (Public Domain)
Skeleton and shell of Glyptodon clavipes, exhibited in the Museum für Naturkunde in Berlin by H. Zell / CC-BY-2.5
Female Worker Bee by CSIRO [CC BY 3.0 (https://creativecommons.org/licenses/by/3.0)], via Wikimedia Commons
Créditos de Trilha Sonora:
"Industrious Ferret" Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0
Neo Western" Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
"River Fire" Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Thank you very much for your compositions, Mr. MacLeod.
10/13/2018 • 26 minutes, 56 seconds
#60 Temático: Serviços Ecossistêmicos
A princípio pode parecer estranho, mas a natureza nos presta vários serviços. A polinização das plantas cultivadas, a proteção das nossas reservas de água e várias outras coisas que são essenciais para nossa qualidade de vida. Mas o desmatamento e as mudanças climáticas podem colocar em risco esses ecossistemas e, por consequência, os serviços que eles nos prestam.
Nesta edição do Oxigênio conversamos com Alexandre Uezu, do Instituto de Pesquisas Ecológicas; Carlos Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp; Patricia Ruggiero, do Instituto de Biociências da USP; Cristiana Seixas, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp; Oremê Ik-peng, técnico em agroecologia do Médio Xingu, e Mercedes Bustamante, da UnB.
Errata: Neste episódio, falamos um pouco a respeito do efeito de anos eleitorais sobre a perda de vegetação nativa. No minuto 20:14, cometemos um equívoco na síntese: a pesquisa da Dra. Patricia Ruggiero demonstra que há um aumento da perda de vegetação nativa em ano de eleição estadual, e não uma redução. Fica aí a informação corrigida e nossas desculpas.
O programa é produzido por Luanne Caires, Paula Drummond e Alessandra Marimon e apresentado por Alessandra Marimon e Simone Pallone. Conta com a colaboração de Bruno Moraes e divulgação por Sophia La Banca de Oliveira, além da coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo, do Labjor. Os trabalhos técnicos foram feitos por Gustavo Campos e Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
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Links citados no programa:
Análises feitas na área de Direito à Cidade, do Instituto Pólis: http://polis.org.br/noticias/o-direito-a-cidade-na-eleicao-presidencial-de-2018/
Propostas sobre questões cruciais para a política do Clima no Brasil: http://www.observatoriodoclima.eco.br/o-clima-nas-eleicoes/
Músicas
Industrious Ferret by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: Clique aqui
I Dunno by Grapes is licensed under a Creative Commons Attribution license (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: Clique aqui
Memories by Jaime Bertin is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: Clique aqui
Handpans and the Hang by Aaron Ximm is licensed under a Attribution-Noncommercial-Share Alike 3.0 United States License.
Source: Clique aqui
Essence 2 by Audionautix is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: Clique aqui
Imagem:
Kayna Agostini
10/3/2018 • 36 minutes, 44 seconds
#59 Oxilab: Canções Escravas
Antes mesmo da invenção do disco e do rádio, a indústria musical já prosperava com a venda de partituras para pianos. No final do século XIX, a sociedade abastada do Rio de Janeiro mostrava seu enriquecimento comprando pianos e um de seus maiores passatempos eram os bailes e os saraus feitos em casa. Foi a partir da comercialização das partituras de música que os ritmos afro-brasileiros começaram a ganhar popularidade nos teatros de revista, nos clubes dançantes e nas salas de estar das elites brancas. Mesmo tendo que lutar contra o preconceito, a música negra ajudou a criar todo um mercado e deu visibilidade aos descendentes de africanos.
Nesta edição do Oxigênio conversamos com a historiadora Martha Abreu, professora titular do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre à efervescente cena cultural que deu origem ao samba e que moldou a cultura brasileira como conhecemos. A pesquisadora é autora do livro “Da senzala ao palco: canções escravas e racismo nas Américas”. Publicado pela Editora da Unicamp, o e-book faz parte da coleção Históri@ Illustrada e resgata a música negra nas Américas após a Abolição.
O programa é produzido e apresentado por Leonardo Fernandes e conta com a colaboração de Sophia La Banca de Oliveira e Sarah Azoubel Lima, além da coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo do Labjor. Os trabalhos técnicos foram feitos por Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected]. Se quiser saber mais sobre o assunto, você pode adquirir o
e-book “Da senzala ao palco” no site da Editora da Unicamp: www.editoraunicamp.com.br.
Créditos de trilha sonora:
“Canoa Virada” de Eduardo das Neves, 1907-1912. Domínio público.
“Jongo de pretos”, de Freire Jr., por Eduardo das Neves e Coro, 1912-1915. Domínio público.
“Gargalhada” (“Pega na chaleira”), por Eduardo das Neves, 1907-1912. Domínio público.
“Dor de cabeça”, por Fernando de Albuquerque; Jazz-Band Sul Americano
Romeu Silva, 1925. Domínio público.
“Imitação de um batuque africano”, por Cesar Nunes, 1908-1912. Domínio público.
“Nêgo Bamba”, interpretado por Otília Amorim, em gravação de 1930. Domínio público.
“Odeon”, de Ernesto Nazareth, 1910. Domínio público.
“Cakewalk”, de Artur Camilo, 1904-1908. Domínio público.
“The Cake-Walk in the Sky”, de Ben Harney, 1899. Repertório ragtime de Dorian Henry. Domínio público.
Imagem: Imagem d’Os Oito Batutas. In: Hermano Viana. O mistério do samba. Rio de Janeiro, Jorge Zahar /Editora da UFRJ, 1995.
9/25/2018 • 15 minutes, 51 seconds
Oxidoc: Estranha célula das entranhas
Um dia, a antropóloga Daniela Manica, hoje pesquisadora do Labjor/Unicamp, andava por São Paulo quando viu a seguinte frase pichada num muro: “Mulheres são estranhas, sangram pelas entranhas”. Naquela época, ela já pesquisava as relações entre cultura e natureza, gênero e medicina, fluidos corporais e tecnociência. E para ela, aquela frase no muro representava duas ideias: o estranhamento em relação ao corpo das mulheres, e a visão do útero e da menstruação como coisas assombrosas e repulsivas.
Pensando sobre como a menstruação é percebida, a Daniela caiu numa outra possibilidade: a de ver e entender o sangue menstrual não como um dejeto e nem como indicativo de falha na reprodução - como muitas vezes ele é tratado -, mas como uma fonte de produção de sangue. E aí ela começou a olhar para o uso da menstruação na arte e na ciência. Uma das pesquisas que ela desenvolve atualmente reflete sobre o uso das células do sangue menstrual (CeSaM) em pesquisas com células-tronco, especificamente no Laboratório de Cardiologia Celular e Molecular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ.
No Oxidoc Estranha célula das entranhas, a repórter Beatriz Guimarães conversa com a antropóloga Daniela Manica para entender as relações entre gênero, menstruação e ciência, e vai até a UFRJ para conhecer as CeSaM e as pesquisadoras que têm desenvolvido essa pesquisa de forma pioneira: a Regina Goldenberg e a Karina Asensi.
O radiodocumentário faz parte do projeto Narrando ciências, linguagens e comunicações, que tem o objetivo de divulgar as pesquisas do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb). Os dois laboratórios fazem parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto é financiado pela FAPESP, por meio do programa Mídia Ciência.
Este episódio também está disponível em apps agregadores como iTunes, CastBox e PocketCast.
Produção, gravação e edição: Beatriz Guimarães.
Créditos de trilha sonora:
Covert Affair - Film Noire by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100795
Artist: http://incompetech.com/
Drums of the Deep by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1400021
Artist: http://incompetech.com/
Klockworx by Kevin MacLeod is licensed under a Creative Commons Attribution license (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Source: http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100392
Artist: http://incompetech.com/
9/20/2018 • 30 minutes, 53 seconds
#58 Temático: Seria esse o fim?
Bolsas de pesquisa em risco de serem cortadas. Universidades e institutos de pesquisa com as contas no vermelho. Problemas estruturais nos prédios de instituições públicas de pesquisa. Mais recentemente (depois da gravação do programa), o museu mais antigo do país foi engolido por descaso e chamas.
O Brasil passa por uma das piores crises da nossa história política e econômica recente. No Temático #58, tratamos um pouco do fato de que, para sair dessa crise, nossas autoridades estão indo na contramão ao cortarem investimentos justamente na educação e na pesquisa, que já se mostraram excelentes motores para o crescimento e a retomada de outros países em crise no passado. Na resistência contra essas decisões destrutivas, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) comemora seus 70 anos, fazendo o que sempre fizeram de melhor: defendendo a pesquisa e o ensino brasileiros. E nós estivemos lá no dia do evento, quando também foi organizada uma Marcha Pela Ciência na Avenida Paulista.
Nesta edição do Oxigênio, conversamos com o professor Ildeu de Castro, atual presidente da SBPC, além da professora Roseli Lopes, tesoureira da instituição, que nos contaram um pouco a respeito dessa trajetória de décadas, e deram seus pontos de vista a respeito da importância da pesquisa para um país como o Brasil. Também conversamos um pouco a respeito de ciência e atuação política com o biólogo e divulgador de ciência Luciano Queiroz, do Dragões de Garagem e com o professor do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, Walter Neves, que também é candidato a Deputado Federal pelo PPL.
Este programa é dedicado à SBPC e ao Museu Nacional e sua equipe, e foi apresentado por Bruno Moraes e Alessandra Marimon, e contando com a colaboração de Allison Almeida, Carla Lopes, Gustavo Campos, Sophia La Banca de Oliveira e nossa coordenadora, Simone Pallone de Figueiredo. Os trabalhos técnicos foram feitos por Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Depois de ouvir, deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
9/5/2018 • 27 minutes, 48 seconds
#57 Temático: Morrendo pela boca
Pense na sua comida favorita. Provavelmente ela está contaminada. Traços de agrotóxicos estão presentes em frutas, verduras, carnes, leite, bebidas e em produtos industrializados. De acordo com um estudo da Embrapa, o consumo anual de agrotóxicos no Brasil é estimado em 300 mil toneladas. E isso não é de agora, nos últimos quarenta anos o consumo desses químicos cresceu 700 por cento no país.
Apesar do dado alarmante, o governo brasileiro está disposto a aumentar ainda mais o uso desses produtos químicos. Está em discussão no congresso brasileiro a PL 6299/02, idealizada em 2002 pelo então deputado Blairo Maggi, atual ministro da agricultura, e que modifica o marco regulatório do uso de agrotóxicos criado em 1989.
A "PL do Veneno", como vem sendo popularmente chamada, vem sendo denunciada por “flexibilizar” a responsabilidade de quem não faz o uso correto de agrotóxicos, permitindo o uso abusivo de defensivos agrícolas.
Entidades governamentais como a Anvisa, o Ibama e o Ministério Público Federal já se manifestaram contrários às mudanças no marco regulatório da lei dos Agrotóxicos.
Nesta edição do programa Oxigênio vamos (literalmente) a campo para tentar entender os dois lados essa polêmica. Entrevistamos Larissa Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da USP; Silvia Fagnani, diretora executiva do Sindiveg, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal; Ivan Valente, deputado federal do PSOL e um dos legisladores que se opõe ao PL; Marina Lacorte, especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace; Maria Ileide Teixeira, criadora e presidente da Associação de Mulheres Agroecológicas do Vergel (AMA) e uma das coordenadoras dos diversos grupos sociais do assentamento do Vergel; e a produtora rural Inês Carneiro
O programa de hoje foi apresentado pelo Bruno Moraes e por Sophia La Banca de Oliveira, com colaboração de Allison Almeida, Beatriz Guimarães, Sarah Lima, Leonardo Fernandes, Maria Letícia Bonatelli, Alessandra Marimon, Francielly Baliana, Letícia Guimarães, Luanne Caires, Marcos Botelho Júnior, Ruam Silva.
Trabalhos técnicos do Octávio Augusto aqui da rádio Unicamp e coordenação geral da professora Simone Figueiredo do Labjor.
Músicas utilizadas: The Order’s Theme, de myuu;
Marimba on The Hunt, de Daniel Birch;
Creative Minds, de Bensound.com;
Clipes de áudio: Agenda Götsch e Globo Paraná;
Foto da divulgação: SamahR
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7/10/2018 • 36 minutes, 2 seconds
#56 OxiLab: Educação: Para quem? Para quê?
Quem é o público atendido pelo Ensino Superior brasileiro hoje? E quem fica de fora? Como a renda e a raça do estudante afetam esse acesso? Como microdados e séries históricas podem ajudar a responder essas perguntas? E, que tem sido feito lá no comecinho da trajetória acadêmica, na educação infantil, pra melhorar esses números?
Nesse OxiLab, entrevistamos duas pesquisadoras de políticas públicas de educação do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da UNICAMP em busca de respostas para essas questões. Cibele Yahn de Andrade é socióloga e usa dados estatísticos para entender o acesso ao Ensino Superior no Brasil. Roberta Rocha Borges, por sua vez, é pedagoga e estuda educação infantil com enfoque numa metodologia que prioriza a pesquisa desde o início da formação do estudante.
Ouça o OxiLab #56 e descubra porque analisar o acesso ao ensino superior implica entender quantos e quais alunos completam o ensino fundamental e médio - e qual a importância de novas metodologias e políticas de permanência e progressão nos níveis básicos de ensino.
A apresentação do programa foi de Suzana Correa Petropouleas, com trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
Depois de ouvir, conta pra gente se você gostou do episódio #56 em nosso Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Para conhecer mais sobre as pesquisas de Cibele e Roberta, acesso o site e o Facebook do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da UNICAMP.
6/26/2018 • 13 minutes, 50 seconds
#55 Temático: Não é sobre futebol
Poder, dinheiro, hooliganismo, doping, Síria, censura, racismo, LGBTfobia e, como cereja do bolo, Vladimir Putin. São tantas coisas que vem à cabeça quando se pensa na Copa do Mundo 2018 que até se esquece do futebol. Parece que, de fato, esta Copa não é sobre futebol.
No Temático #55, buscamos entender as controvérsias e os jogos de interesses que estão envolvidos nos bastidores da Copa da Rússia. Para isso, contamos com os seguintes entrevistados: Marcelo Proni, professor do Instituto de Economia da Unicamp, com pesquisas em economia do esporte; Jamil Chade, jornalista que atua como correspondente internacional do Estadão na Europa há quase 20 anos, cobrindo, inclusive, o Comitê Olímpico Internacional, a FIFA e a ONU; e Bernardo Buarque de Hollanda, professor da Escola de Ciências Sociais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), com pesquisas na área de história social do futebol e torcidas organizadas.
Além disso, tivemos a participação do fotojornalista Rodrigo Villalba, que está indo cobrir a sua terceira Copa do Mundo. Ele conversou com a equipe Oxigênio sobre suas expectativas para os jogos e sobre as longas viagens de trem que ele fará nas terras russas para seguir os passos da Seleção Brasileira.
Este programa foi apresentado por Sarah Azoubel Lima e Beatriz Guimarães e contou com a colaboração de Maria Letícia Bonatelli, Bruno Moraes, Alessandra Marimon, Allison Almeida, Leonardo Fernandes e Sophia La Banca de Oliveira. Os trabalhos técnicos são de Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Depois de ouvir, deixe um comentário contando para a gente o que achou do episódio. Você pode mandar sugestões também pelo Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
6/12/2018 • 30 minutes, 12 seconds
Avaliação de Programas de Renúncia Fiscal no Brasil
A avaliação de programas de renúncia e subsídio fiscal (que só em 2017 representaram quase 285 bilhões de reais não arrecadados pelo governo) é o tema do especial do podcast Oxigênio organizado pela pesquisadora de políticas públicas Ana Carneiro e a jornalista Simone Pallone. Em comemoração a Semana da Avaliação na América Latina e Caribe, elas entrevistaram especialistas em avaliação e em diversos programas desse tipo para discutir a importância e desafios para sua avaliação.
Para ver a programação completa da semana visite o site: www.clear-la.org/semana-de-la-evaluacion/brasil-eval2018/
6/5/2018 • 30 minutes, 43 seconds
#54 Oxilab: Esse tal de Genoma
Você já deve ter ouvido falar sobre genoma, seja em notícias sobre as recentes descobertas do genoma humano ou sobre algum mecanismo de edição genômica que promete auxiliar no tratamento de doenças. Mas, você sabe o que é o genoma? Sabe para que ele serve?
No genoma nós encontramos as informações que definem quem aquele organismo irá ser - seja um micro-organismo, uma planta ou um ser humano - e, inclusive, as características que irão diferenciar uma pessoa da outra.
E para entender um pouco mais como os pesquisadores estudam o genoma dos organismos, falamos com a professora Maria Carolina Quecine-Verdi, do Departamento de Genética da ESALQ/USP. Ela estuda o micro-organismo Austropuccinia psidii, um fungo responsável pelo aparecimento da doença ferrugem no Eucalipto.
A Maria Carolina investiga as informações contidas no genoma do fungo para entender melhor a biologia desse organismo: como ele vive, qual sua resposta a diferentes estímulos do ambiente e quais mecanismos ele utiliza para infectar o eucalipto. Mas, nesse estudo, a professora não imaginava encontrar algumas interessantes particularidades sobre o genoma desse fungo!
Ouça o episódio #54 Oxilab: Esse tal de Genoma e descubra o que os pesquisadores realmente sabem sobre esse tal de genoma.
A apresentação do programa foi de Maria Letícia Bonatelli com colaborações da Sarah Azoubel Lima e Beatriz Guimarães e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
Depois de ouvir, nos diga: gostou do episódio #54? Fala para a gente seus comentários e sugestões. Estamos no Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
5/29/2018 • 17 minutes, 41 seconds
#53 Temático: Maconha – Vide bula
Atualmente, a ANVISA autoriza que alguns pacientes e famílias importem medicamentos à base de maconha para tratar epilepsias graves que não respondem a outros tratamentos. Desde 2014, cerca de 3000 pessoas conseguiram o aval da agência para a importação da droga. Em alguns casos, em parte devido ao custo elevado da importação, pacientes também conseguiram na justiça o habeas corpus para o autocultivo da planta.
Internacionalmente, há uma tendência da regularização do uso medicinal da maconha. Os efeitos da planta e de seus princípios ativos estão sendo estudados em doenças neurodegenerativas, dores crônicas, alívio dos sintomas da quimioterapia, no autismo, entre outras condições. Entretanto, no Brasil, as pesquisas e o desenvolvimento de drogas com a planta são limitados pela proibição do cultivo para fins científicos.
Na tentativa de descobrir qual o futuro do uso da maconha medicinal no país, a equipe do Oxigênio conversou com os especialistas Fabrício Pamplona, diretor científico da Entourage Phytolab, startup farmacêutica que está desenvolvendo uma droga a partir do óleo de cannabis e forjou uma parceria com a Unicamp; Katy Albuquerque, chefe do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que desenvolve um estudo sobre as propriedades terapêuticas da planta; e Giordano Magri, advogado que trabalha com direitos humanos e faz parte da associação Cultive, voltada ao uso terapêutico da cannabis.
O episódio ainda conta com o depoimento de Maria Aparecida Carvalho, mãe de Clárian, que utiliza medicamento a base de maconha para controlar as convulsões da filha, que é portadora da Síndrome de Dravet. Também ouvimos o designer Gilberto Elias Castro, que usa a maconha para aliviar os sintomas da esclerose múltipla.
A apresentação do programa foi feita por Beatriz Guimarães, Sarah Azoubel Lima e Leonardo Fernandes. Tivemos a colaboração da Maria Letícia Bonatelli, Sophia La Banca de Oliveira, Bruno Moraes e Allison Almeida. E os trabalhos técnicos foram do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
Se você gostou do episódio, deixe a avaliação ou comentário para o Oxigênio no aplicativo que você usa pra ouvir podcasts. Isso ajuda outras pessoas a encontrarem o programa. Você também pode mandar uma mensagem para gente pelo (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Queremos saber mais sobre você! O Oxigênio está realizando uma pesquisa sobre o consumo de podcasts. Você encontra o questionário aqui. Agradecemos sua contribuição!
5/15/2018 • 25 minutes, 17 seconds
Especial: Pint of Science
Sem apresentação de slides, mas com cerveja na mão. Essa é a proposta do Pint of Science, um festival que leva cientistas para falar dos mais diversos temas, no bar. O Pint of Science irá acontecer nos dias 14 e 16 de maio em todo o mundo. No Brasil, o evento ocorrerá em 56 cidades - para saber quais, acesse aqui.
Nesse episódio, falamos com o organizador do evento em Campinas, o professor Luiz Carlos Dias, que nos contou um pouco sobre a organização e o que ele espera do evento. Falamos ainda com a professora Sonia Regina de Cal Seixas que irá falar sobre o tema Sustentabilidade Urbana na apresentação Para quem produzimos a cidade? e com o reitor da Unicamp Marcelo Knobel que irá abordar com tema Ciência e Pseudociência na sua apresentação Por que falar de ciência é importante? E ainda contamos com a participação pesquisadora Germana Barata, que participou da organização do primeiro Pint of Science em Campinas.
Esse programa foi apresentado pela Sarah Azoubel Lima e Simone Pallone, com colaboração de Beatriz Guimarães e Maria Letícia Bonatelli e trabalhos técnicos de Octávio Augusto.
5/8/2018 • 12 minutes, 17 seconds
#52 OxiLab: Defesa Vegetal
O aparecimento de doenças e pragas nas plantações de cana-de-açúcar, milho, soja e outras culturas importantes para o país podem representar perdas significativas na produção e estima-se que gerem um prejuízo de centena de bilhões de dólares por ano no mundo. Por conta disso, muitos pesquisadores focam em entender os mecanismos envolvidos no aparecimento e estabelecimento da doença na planta, bem como nos mecanismos envolvidos na defesa da planta frente à essa ameaça.
Nesse episódio, nós falamos com a professora Cláudia Barros Monteiro Vitorello da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) sobre a pesquisa que ela tem desenvolvido em seu laboratório para tentar entender melhor a doença carvão da cana-de-açúcar.
A doença carvão é causado por um fungo e primeiro perguntamos: será que todo micro-organismo presente na planta representa uma ameaça? E depois quisemos entender: como o fungo é capaz de provocar a doença na planta? E quais os mecanismos envolvidos nesse processo? Por último perguntamos: será que a planta não tenta se defender também? Ouça o programa #52 OxiLab: Defesa Vegetal para saber a resposta para essas e outras perguntas!
A apresentação do programa foi de Maria Letícia Bonatelli com colaborações da Sarah Azoubel Lima e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
Depois de ouvir, nos diga: gostou do episódio #52? E do novo formato do programa, o OxiLab? Fala para a gente seus comentários e sugestões. Estamos no Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
Se você quiser conhecer mais as pesquisas desenvolvidas pela professora Cláudia e seu grupo de pesquisa, eles já publicaram sobre o genoma completo do fungo Sporisorium scitamineum causador da doença carvão, a colonização desse fungo em plantas de cana-de-açúcar resistentes e susceptíveis à doença e também os metabólitos envolvidos nessa doença.
5/1/2018 • 14 minutes
#51 OxiLab: Mindfulness e insônia
A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns na sociedade contemporânea, e com ela vem o uso de medicamentos para dormir. O problema é que esses medicamentos – os hipnóticos – podem causar dependência, e não existem muitas estratégias que os médicos podem usar para tratar essa dependência.
Nesse programa conversamos com a psicóloga Viviam Vargas de Barros sobre o seu projeto de doutorado, onde ela usou a técnica de mindfulness como uma terapia complementar para tratar a dependência dos medicamentos para dormir e a própria insônia. O projeto foi desenvolvido no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sob orientação da professora Ana Regina Noto.
A apresentação do programa foi de Sophia La Banca de Oliveira com colaboração de Bruno Moraes, Beatriz Guimarães e Sarah Azoubel Lima e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
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4/17/2018 • 6 minutes, 15 seconds
#50 Temático: Quem matou a última preguiça gigante?
Por muito tempo, a América do Sul foi uma terra de gigantes. Andaram por aqui tatus do tamanho de fuscas, tigres-dente-de-sabre, mastodontes e as nossas favoritas: as preguiças gigantes, pesando até quatro toneladas. Então, há cerca 10 mil anos, essas espécies da megafauna desapareceram. No Oxigênio #50, buscamos os responsáveis pela extinção das preguiças gigantes e dos outros grandões.
Será que as preguiças gigantes foram caçadas pelos homens, que chegaram no continente justamente nesse período? Será que morreram por conta das intensas variações climáticas que ocorreram no final do Pleistoceno e começo do Holoceno? Ou será que foram extintas por conta de uma combinação das duas coisas: a ação humana e o clima?
A equipe do Oxigênio conversou com três especialistas para tentar entender esse crime: Mathias Pires, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Bernardo Araújo, doutorando em Ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Alex Hubbe, professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A apresentação do programa foi de Sarah Azoubel Lima e Bruno Moraes, com colaboração de Maria Letícia Bonatelli e Beatriz Guimarães e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
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ERRATA: diferentemente do que foi dito no programa, rinocerontes-brancos têm chifres de queratina, não de marfim.
4/3/2018 • 28 minutes, 15 seconds
#49 – Giro de notícias: Pinguim que não acaba mais (e o pinguim que acabou)
O Giro de Notícias #49 falou de dois assuntos muito importantes: o estudo que revelou uma super colônia de pinguins na Antártida e a criação de quatro unidades de conservação marinha no Brasil.
A colônia que foi encontrada conta com 1,5 milhão de pinguins-de-adélia e está localizada na ponta mais ao norte da península Antártida, em um arquipélago chamado Danger. Alguns estudos e observações anteriores já haviam notado a existência de pinguins na região, mas os estudos que indicavam uma população maior só foram possíveis com o uso de imagens de satélites e drones. O achado gerou comoção porque os pinguins-de-adélia podem ser considerados uma espécie indicadora dos efeitos das mudanças climáticas.
Já a notícia sobre as unidades de conservação marinha diz respeito ao decreto assinado em 19 de março que definiu as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e os Monumentos Naturais (Mona) dos arquipélagos São Pedro e São Paulo, no litoral de Pernambuco, e de Trindade e Martim Vaz, no litoral do Espírito Santo. Com isso, o Brasil passará de 1,5% para 25% de áreas marinhas protegidas.
A apresentação do programa foi de Maria Letícia Bonatelli, Leonardo Fernandes e Sophia La Banca de Oliveira, com a colaboração de Beatriz Guimarães, Bruno Moraes e Sarah Lima. Trabalhos técnicos de Octávio Augusto.
O Oxigênio é parte da campanha "O Podcast é Delas 2018", que incentiva a participação de mulheres em podcasts. Acompanhe a hashtag #OPodcastEDelas2018 nas mídias sociais.
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3/20/2018 • 16 minutes, 25 seconds
#48 Temático: E aí, doutor?
No último programa, nós falamos sobre a autoridade da ciência; neste, mudamos um pouco o enfoque para falar sobre a autoridade médica. Será que a relação entre médicos e pacientes é equilibrada ou será que existe uma visão do médico como autoridade inquestionável? Quem é que toma as decisões dentro do consultório quando o assunto é você e o seu corpo? Como podemos construir uma relação mais horizontal, em que médicos e pacientes se comuniquem e cheguem juntos às decisões? Essas e outras questões foram tratadas ao longo do “Oxigênio #48 – E aí, doutor?”.
Para discutir o tema, fizemos entrevistas com os professores Gustavo Tenório Cunha, do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, e Reinaldo Ayer de Oliveira, do Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho da Faculdade de Medicina da USP. Além disso, contamos com o depoimento da Sophia La Banca de Oliveira, colaboradora do Oxigênio, que falou de sua experiência com o processo transexualizador, e com a participação do Fernando Calderan, que é psiquiatra do Núcleo Trans Unifesp e comentou esse mesmo assunto a partir do ponto de vista médico.
O objetivo do programa foi tentar entender a causa do distanciamento entre médicos e pacientes e os caminhos para melhorar essa relação que tanto faz parte do nosso cotidiano. Falamos da ética, da humanização na medicina e da necessidade de dar voz e autonomia às pessoas para que possam participar das decisões que envolvem seu corpo e seu tratamento médico.
A apresentação do programa foi de Beatriz Guimarães e Sarah Lima, com colaboração de Bruno Moraes, Sophia La Banca de Oliveira, Leonardo Fernandes e Maria Letícia Bonatelli, e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
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3/6/2018 • 23 minutes, 51 seconds
#47 Temático: A autoridade da Ciência
O que é ciência, e como ela se diferencia de outras formas de conhecimento humano? Como a ciência se estabeleceu como autoridade no estudo e nas explicações sobre como funciona a natureza? Qual o histórico da relação entre essa autoridade da ciência e a sociedade? Ela é aceita por todos? Com ou sem ressalvas? E como o conhecimento científico se firma em meio à pseudociência, anticiência e desinformação na era da internet? Essas são algumas das questões que fizeram parte de nosso programa temático #47.
Para tratar dessas questões, contamos com a colaboração de quatro especialistas: Lea Velho, professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp; Marcos Barbosa de Oliveira, professor associado da USP no Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação; Maira Monteiro Fróes, Professora no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ; e Reinaldo José Lopes, jornalista de ciência e blogueiro da Folha de São Paulo.
A apresentação do programa foi feita por Maria Letícia Bonatelli e Bruno Moraes, com colaboração de Beatriz Guimarães e Sophia La Banca de Oliveira, e trabalhos técnicos de Octávio Augusto Fonseca.
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2/21/2018 • 29 minutes, 13 seconds
#46 – Giro de notícias: expedição na costa australiana, febre amarela e bugios, crianças e tecnologias, publicações de acesso aberto e preprints
O Oxigênio #46 traz um Giro de Notícias com os seguintes assuntos: acionistas da Apple pedem que a empresa tome atitudes para reduzir e controlar o uso de tecnologias por crianças; esclarecimentos sobre a relação entre os primatas e a transmissão da febre amarela; as publicações de acesso aberto no Brasil e a popularização dos preprints nas ciências biológicas. O programa conta, também, com relatos sobre a expedição marítima 369-Australia Cretaceous Climate and Tectonics, trazidos pela colaboradora do Oxigênio Cristiane Delfina, que participou dessa viagem.
O aumento dos casos de febre amarela e a má informação da população quanto ao modo de transmissão dessa doença tem feito crescer os episódios de ataques a macacos. Na capital paulistana, por exemplo, 105 animais foram encontrados mortos entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Os ataques, além de não impedirem a propagação do vírus, ameaçam comunidades locais de primatas e, ainda, prejudicam o trabalho dos laboratórios que analisam a febre amarela, visto que todos os animais encontrados mortos precisam passar por exames.
No final de 2017, um documentário lançado pela Netflix colocou os bugios na lista dos 72 animais mais perigosos da América Latina, com a justificativa de que eles são transmissores da febre amarela. O equívoco provocou manifestações na comunidade científica, originando um abaixo-assinado para que a produtora tire o filme do ar.
Outra pauta foi a carta aberta enviada à Apple, em janeiro deste ano, por dois de seus grandes acionistas, pedindo que a empresa crie mecanismos para ajudar pais e mães a controlarem o acesso e o uso de smartphones e tablets por suas crianças. Segundo a carta, o uso dos aparelhos estaria gerando “consequências negativas involuntárias”, tais como ansiedade, depressão, desatenção e falta de sociabilidade.
Por fim, o programa abordou a notícia de que o Brasil é o país com mais publicação científica em acesso aberto, conforme relatório da empresa norte-americana Science-Metrix. Também entrou em debate a recente popularização dos repositórios de preprints - manuscritos publicados antes da avaliação por pares - na área das ciências biológicas, além da adoção dessa modalidade pelo SciELO, prevista para junho deste ano.
A apresentação do Oxigênio #46 foi de Maria Letícia Bonatelli, Bruno Moraes, Cristiane Delfina e Beatriz Guimarães.
2/7/2018 • 32 minutes, 46 seconds
#45 Temático: O futuro dos transportes
Como serão os meios de transportes no futuro? Os veículos serão ultratecnológicos e inteligentes como no filme "Minority Report"? Ou, quem sabe, serão voadores como em "De volta para o futuro"? Os carros particulares darão lugar aos transportes coletivos e compartilhados? E quais combustíveis usaremos para abastecer esses veículos? Ou será que todos funcionarão à base de energia elétrica? Essas são algumas das questões que fizeram parte de nosso programa temático #45.
Para falar sobre esse assunto tão amplo, contamos com a colaboração de dois especialistas: Flávia Consoni, professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Unicamp, onde é líder do grupo de pesquisa LEVE - Laboratório de Estudos do Veículo Elétrico; e Danilo Alves de Lima, professor do Departamento de Engenharia (DEG) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), atuando nas áreas de Robótica, Visão Computacional e Automação Industrial.
A apresentação do programa foi de Maria Letícia Bonatelli, Bruno Moraes e Beatriz Guimarães, com trabalhos técnicos de Douglas Vasquez e Octávio Augusto Fonseca.
Depois de ouvir o #45, mande para a gente seus comentários e sugestões. Estamos no Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected].
1/23/2018 • 25 minutes, 52 seconds
#44 – Giro de notícias: lixo eletrônico, motos com motor flex, asteroide invasor, tratamento para fibrose
O programa 44 do Oxigênio traz em seu Giro de Notícias temas como Lixo eletrônico, motos com motor flex, asteroide invasor, terapia para fibrose humana, além de uma entrevista com Rodrigo Guerra, micropaleontólogo, que está realizando pesquisas a bordo do programa Expedição 369 – Australia Cretaceous Climate and Tectonics.
Estudo realizado pela ONU revelou que a quantidade de lixo eletrônico gerada no mundo alcançou o recorde de quase 45 milhões de toneladas. Isso é resultado do descarte de TVs, celulares, tablets e outros produtos.
Além do desperdício dos aparelhos, esse lixo contém metais como ouro e cobre, e outros que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana, como mercúrio, cádmio, fósforo. O estudo mostra que o volume aumentou 8% em relação a 2014. A reportagem do Oxigênio traz dicas de como reduzir o desperdício, seja reciclando ou simplesmente ampliando o tempo de vida dos aparelhos.
Outra notícia é sobre o asteroide interestelar Oumuamua (“primeiro mensageiro”, em havaiano), o primeiro objeto interestelar a entrar no nosso Sistema Solar, que veio de outro sistema solar e gerou perguntas se está vindo alguma coisa, algum alienígena junto com ele. Será? Os cientistas dizem que é uma chance muito pequena, mas não deixa de ser interessante brincar com essa possibilidade.
Uma pesquisa sobre fibrose realizado por cientistas sob a coordenação de David Lagares, do Hospital de Massachussets, e publicado na revista Science, propõe uma alternativa para doenças com envolvimento de fibrose, que pode ocorrer em órgãos. Os jornalistas do Oxigênio alertam para o fato de a nova droga estar ainda em estágio de ensaio clínico e que pode demorar para chegar ao mercado para uso humano.
Outro estudo, publicado na Revista Brasileira de Inovação de dezembro, mostra o avanço dos estudos com o motor flex para motos. Essa inovação ajudou a Honda a incrementar suas vendas e recuperar a liderança no mercado. Vale a pena lembrar que em cada quatro veículos um é motocicleta, e o impacto das emissões desses veículos não pode ser ignorado.
O programa traz também uma entrevista com o micropaleontólogo Rodrigo Guerra, embarcado no navio Joides Resolucion. Ele fala sobre a sua pesquisa que está sendo feita durante a expedição 369, pela costa da Austrália, e também sobre a sua trajetória como cientista, desde como surgiu o interesse pela área de geologia e de paleontologia.
12/22/2017 • 30 minutes, 53 seconds
Algoritmos
Provavelmente você já precisou utilizar um celular para se locomover em uma cidade desconhecida. Se não tem carro, pode ser que tenha pedido, via algum aplicativo, um veículo que o levasse a uma reunião do outro lado da cidade enquanto, no caminho, lia as principais notícias do dia e, revezando as janelas no navegador, curtia as fotos de seus amigos na festa do final de semana postadas em uma rede social. Quando voltou, à noite e com fome, utilizou outro aplicativo para pedir o jantar que não teve tempo de preparar, e o saboreou ouvindo uma playlist de indie rock fornecida por um outro app, sugerido por uma amiga em uma mensagem instantânea que há pouco recebera. Apesar de você, talvez, não ter se dado conta, esse processo todo só foi possível por causa de um grande número de algoritmos.
Podendo ser, simplificadamente, definidos como um conjunto de regras ou etapas que um computador vai seguir para desempenhar uma determinada função, os algoritmos são, como vimos no dia hipotético acima, indissociáveis de grande parte de nossas atividades cotidianas. Apesar das inegáveis vantagens, seu uso suscita preocupações de igual magnitude.
Sobre esse tema, o Oxigênio realizou, dentro do projeto Matemática no Ar, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2017, uma entrevista, mediada por Gustavo Almeida, com o Engenheiro da Computação Alan Godoy, do CPqD e o Cientista Social Rafael Evangelista, do Labjor/Unicamp.
Os algoritmos estão presentes em “tudo que é computação hoje em dia”, afirma Godoy, explicando que foi nas primeiras décadas do século XX que matemáticos como Alan Turing e Alonzo Church começaram a estabelecer as bases para torná-los o que são atualmente.
No século XXI seu uso tem se expandido cada vez mais, e, além das aplicações mais corriqueiras, têm sido usados até mesmo para influenciar cenários políticos, intensificar a vigilância sobre as pessoas e guiar seus hábitos de consumo. “Há menos de exagero e mais de um temor fundamentado sobre usos complicados que os algoritmos podem ter”, adverte Evangelista, para quem os algoritmos correm o risco de caírem sob domínio de grupos a serviço de um modelo econômico injusto e centralizador de poder.
A discussão ganha relevância, na visão dos entrevistados, a partir do momento que somos nós, enquanto usuários, que fornecemos as informações para alimentar os algoritmos, a cada clique, “like” na rede social, ou aplicativo acionado. Godoy diz que quando se está numa rede social, por exemplo, ela capta uma quantidade imensa de informações, para fornecer ao usuário uma experiência mais individualizada, em virtude do que você tende a achar mais interessante – o chamado engajamento. “Você recebe sugestões que são personalizadas para o seu gosto”. Evangelista complementa que “todos os usos que fazemos geram rastros, e estes rastros alimentam bancos de dados que não são só utilizados para aquele aplicativo que a gente os está fornecendo”.
Essa quantidade enorme de dados, levou à criação do conceito de Big Data (grandes dados, em tradução livre), que serve como “alimento” para os algoritmos, que visam, como diz Godoy, “olhar pro histórico pra tentar prever o futuro” e, assim, lhe oferecer produtos, notícias, canais de entretenimento, para receber seu dinheiro ou, quem sabe?, tentar mudar suas opiniões políticas.
Oxigênio na SNCT 2017
Esta entrevista fez parte do projeto “Matemática no Ar”, que integrou a programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Foi uma realização do programa de rádio e podcast Oxigênio por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. O projeto ainda contou com a colaboração do PHALA (Grupo de Pesquisa em Educação, Linguagem e Práticas Culturais), da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, além do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Governo Federal.
12/15/2017 • 1 hour, 1 minute, 15 seconds
De que matemática estamos falando?
“De que matemática estamos falando?” é o tema desta conversa com Denise Vilela, docente pelo Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Antonio Miguel, docente pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ambos são integrantes do Grupo Interinstitucional de Pesquisa PHALA (Educação, Linguagem e Práticas Culturais), também da Faculdade de Educação da Unicamp, que se preocupa com a problematização da relação entre linguagem e as atividades humanas e as práticas culturais.
A conversa gira em torno da reflexão sobre as possibilidades para se pensar a matemática. O debate gerado contrapõe o discurso de uma matemática única e edificada à ideia de "matemáticas", no plural, produzidas dentro do campo da atividade humana. Críticas ao atual cenário educacional brasileiro também permeiam a entrevista.
Antonio Miguel traça um panorama histórico para discutir a construção, recorrente e habitual, de uma noção da matemática enquanto disciplina curricular, ou enquanto atividade profissional do matemático, acadêmico, que desenvolve pesquisas em matemática pura e aplicada. Ao fazer um recuo histórico na educação brasileira, localiza quando a matemática passa a incorporar os currículos escolares nacionais com o nome “Matemática”, na década de 1930. Ele pontua que até então a matemática não era tida como um campo unificado, mas sim campos como Trigonometria, Álgebra, entre outros.
Denise destaca que a concepção de uma matemática central e instituída pode ser vista como uma formação discursiva da contemporaneidade, que visa justificar e valorizar a importância da matemática como área de conhecimento e/ou de ensino. Decorrente do eurocentrismo, foi enquadrada em um perfil tradicional e conservador, socialmente constituído, que passou a ser considerado academicamente válido, verdadeiro e único. Sem espaço para questionamentos.
Durante a conversa, a matemática é desconstruída, passa a ser pensada como prática, como um conhecimento produzido na e durante a atuação humana. Miguel e Denise alertam que a matemática vista como prática, de maneira plural, não viria a substituir ou se sobrepor à matemática como um domínio do conhecimento, internamente organizado e estruturado, que tem sua tradição vinda da origem grega. A ideia é de distinção e descolamento das formas de pensar a matemática.
A conversa também trata da matemática no âmbito escolar, o espaço que muitas vezes é tido como culpado pelo suposto desinteresse da sociedade pelo o que venha a ser considerado como matemática. Fala-se ainda sobre as reformas na Base Curricular e propostas como a Escola Sem Partido, pontos muito preocupantes no cenário educacional brasileiro e que precisam ser revistos, debatidos e desconstruídos em prol de uma educação igualitária e inclusiva. Ouça a entrevista!
Oxigênio na SNCT 2017
Esta entrevista fez parte do projeto “Matemática no Ar”, que integrou a programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Foi uma realização do programa de rádio e podcast Oxigênio por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. O projeto ainda contou com a colaboração do PHALA (Grupo de Pesquisa em Educação, Linguagem e Práticas Culturais), da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, além do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Governo Federal.
12/13/2017 • 1 hour, 17 minutes, 26 seconds
A presença das mulheres nas ciências exatas
Algumas áreas das ciências atraem mais mulheres do que homens, mas a matemática, a estatística ou a física não estão entre elas. E quais seriam as razões que limitam a participação das mulheres nas ciências exatas, da terra e engenharias? Como fazer com que as novas gerações sejam estimuladas a atuar nessas áreas? Como ampliar a representação da mulher e a inclusão no mercado de trabalho tecnológico? Essas foram algumas perguntas da entrevista realizada com Sandra Augusta dos Santos, professora do Departamento de Matemática Aplicada, do Instituto de Matemática Estatística e Ciência da Computação da Unicamp e com a Flavia Roberta Silva, gerente de projetos de uma das maiores empresas de tecnologia de informação do mundo, a IBM.
Apesar de um aumento na submissão de projetos de mulheres para as agências de fomento, menor na área de ciências exatas e da terra, e nas engenharias, as duas entrevistadas concordam que ainda é incipiente a presença das mulheres nessas áreas. As duas contam um pouco de como foram as suas trajetórias, marcadas por um grande apoio dos pais para que seguissem a vocação para a matemática e interesse pela ciência da computação. Mas ambas reconhecem que eram exceções. Mesmo assim seguiram adiante e são hoje referências positivas na participação da mulher nas exatas.
Sandra e Flavia falam também sobre os movimentos que têm atraído mais mulheres, tanto para as matemáticas quanto para as tecnologias. Movimentos de mulheres, brancas e negras, de diferentes faixas etárias, que procuram mostrar sua força, competência, e também que as exatas não são só para os homens. As entrevistadas ressaltam que as mulheres nessa área se mostram mais empoderadas e engajadas, dando mais visibilidade para a exclusão e como elas têm rompido os padrões.
A entrevista trata também de representatividade nos diferentes ambientes, seja na academia, na escola, no cinema, lembrando de personagens que têm feito diferença ao mostrar sucesso nas carreiras, e o quanto podem contribuir nessas áreas. Exemplos como as cientistas negras que tiveram um papel fundamental no programa espacial americano, retratadas no filme Hidden Figures, e cientistas premiadas como a matemática iraniana Maryam Mirzakhani, única mulher a receber a Medalha Fields. Na entrevista são lembradas também várias mulheres que se destacam em suas áreas, como a física Sônia Guimarães, do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), ou as mulheres negras empreendedoras, líderes de startups, como a Patricia Santos de Jesus, do Empregueafro ou a Maitê Lourenço, da Black Rocks, consultoria para aceleração de startups. Sandra e Flavia ressaltam como devem ser mostrados esses exemplos, principalmente em relação às mulheres negras, criando outros referenciais sobre mulheres na ciência e nas ciências exatas. Ouça a entrevista!
Oxigênio na SNCT 2017
Esta entrevista fez parte do projeto “Matemática no Ar”, que integrou a programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Foi uma realização do programa de rádio e podcast Oxigênio por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. O projeto ainda contou com a colaboração do PHALA (Grupo de Pesquisa em Educação, Linguagem e Práticas Culturais), da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, além do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Governo Federal.
12/6/2017 • 57 minutes, 33 seconds
Estatística no cotidiano
A estatística é uma ciência que serve para coletar, analisar e interpretar dados. Ela é usada em diversas áreas, como no setor financeiro, nos estudos climáticos, na medicina, entre outros. Usamos a estatística para analisar fenômenos do passado, mas ela também serve para prevermos a probabilidade de eventos futuros. Afinal, quem nunca quis saber se aquela viagem à praia no final de semana não seria prejudicada com a chegada de uma frente fria?
Para contar pra gente como são realizados os estudos estatísticos e onde eles são aplicados, conversaram conosco Jefferson Mariano, analista socioeconômico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Julio Stern, professor do departamento de matemática aplicada da Universidade de São Paulo. A entrevista é conduzida por Marina Gomes e Paula Pereira.
Conversamos com Jefferson Mariano sobre o uso da estatística no dia a dia e ele citou exemplos de situações onde a estatística é usada de forma tão usual que às vezes mal percebemos. Como exemplo ele citou o uso do cálculo que determina se é mais vantajoso abastecer um carro flex com álcool ou gasolina e também mencionou os índices dos jogos de futebol. “As pessoas não percebem que, hoje, no futebol, há uma enxurrada de utilização de indicadores e médias que as pessoas utilizam. E muitas vezes as pessoas fazem essas contas ou começam a perceber que intuitivamente a matemática, em específico, a estatística, está presente em todos esses eventos”, contou Jefferson Mariano.
As informações finais obtidas com uso da estatística são úteis, porém, fazer um levantamento estatístico tem seus desafios. O professor Júlio Stern apontou alguns dos desafios mais comuns: “Quando a gente vai trabalhar com um estudo a gente sempre quer ter o banco de dados organizado, limpinho e sem erros. E isso nunca acontece. O dado que a gente tem é sempre incompleto, geralmente desorganizado, invariavelmente corrompido, invariavelmente afetado de erro, invariavelmente afetado de outros efeitos que a gente não controla e muitas vezes, não na quantidade que a gente quer. O nosso banco de dados ou é pequeno demais ou é grande demais”.
Nesta entrevista, nossos convidados falaram sobre vários aspectos da estatística. Discutimos sobre o que são as margens de erro num cálculo estatístico; sobre o que acontece quando nem todos os dados podem ser obtidos e mesmo o que pode significar, para um estudo, quando algumas pessoas não passam informações verdadeiras em um levantamento. Falamos também sobre formas de coleta de dados e descobrimos como jogar dados ou girar uma roleta, pode às vezes servir como procedimento científico para adquirir conhecimento. Se quiser saber a resposta dos nossos entrevistados, confira a entrevista na íntegra!
Oxigênio na SNCT 2017
Esta entrevista fez parte do projeto “Matemática no Ar”, que integrou a programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Foi uma realização do programa de rádio e podcast Oxigênio por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. O projeto ainda contou com a colaboração do PHALA (Grupo de Pesquisa em Educação, Linguagem e Práticas Culturais), da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, além do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Governo Federal.
12/5/2017 • 58 minutes, 20 seconds
#43 – Giro de notícias: terapia gênica, mulheres pré-históricas, relatório do Banco Mundial e indígenas nas universidades.
O Oxigênio #43 inaugura o formato giro de notícias da nova fase do programa. Para quem não está sabendo, o Oxigênio tem agora dois formatos que vão ao ar quinzenalmente: um programa temático, com entrevistas e comentários sobre um mesmo assunto, e um giro de notícias, em que são discutidos os tópicos mais recentes e empolgantes sobre ciência, tecnologia e cultura.
No programa #43, começamos falando sobre terapias gênicas que estão revolucionando o tratamento de doenças (https://goo.gl/cizAGg) e, ao mesmo tempo, os riscos e desafios éticos envolvidos na manipulação genética humana. Depois, conversamos sobre uma pesquisa que comparou a ossatura de mulheres pré-históricas com a de remadoras profissionais da atualidade (https://goo.gl/oPZmD3). Em seguida, partimos para uma questão polêmica sobre a cobrança de matrícula em universidades públicas no Brasil e as possíveis consequências dessa taxação (https://goo.gl/UEhv9p). Por fim, falamos sobre a importância do Vestibular Indígena que será implementado na Unicamp.
Participaram do Oxigênio #43 a Beatriz Guimarães, a Sarah Lima, a Simone Pallone e o Valério Paiva. A discussão está muito interessante e, se fosse você, corria logo para saber mais sobre esse giro. E claro, depois de ouvir, mande suas sugestões e comentários. Nós estamos no Twitter (@oxigenio_news), Instagram (@oxigeniopodcast) e Facebook (/oxigenionoticias). Se preferir, mande um e-mail para [email protected]!
12/5/2017 • 29 minutes, 27 seconds
Modelagem matemática: da evolução das espécies à agrometeorologia
A modelagem matemática é uma forma de descrever e compreender matematicamente um fenômeno, seja ele do campo da economia, biologia, engenharia, física, agricultura, entre outros. Utilizando equações, é possível, por exemplo, fazer projeções do impacto das mudanças climáticas sobre as culturas agrícolas ou entender o surgimento de novas espécies animais na natureza.
Esses foram alguns dos pontos abordados na entrevista realizada pelas jornalistas Joice Santos e Beatriz Guimarães com as pesquisadoras Priscila Coltri, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, e Flávia Marquitti, pós-doutoranda do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. Priscila é engenheira agrônoma, mestre em Agronomia e doutora em Engenharia Agrícola. Já Flávia é graduada em Ciências Biológicas e em Matemática Aplicada, além de ser mestre e doutora em Ecologia. Ouça na íntegra clicando no player acima.
Os modelos matemáticos são desenvolvidos levando em consideração as diferentes variáveis envolvidas no fenômeno que se quer descrever. Priscila explica que, para antever se uma plantação sofrerá com determinada praga, pode-se reunir em equações os dados históricos daquela região, aspectos de nutrição das plantas, técnicas e tecnologias utilizadas naquela cultura, entre outros elementos que contribuem para um entendimento integrado do sistema. “Na área agrícola, ir ao campo é muito caro e as áreas normalmente são imensas. Se a gente conseguir modelar isso e estimar isso antecipadamente, evitando idas ao campo, vale muito mais a pena”, acrescenta.
Quanto aos modelos matemáticos aplicados à agrometeorologia, Priscila conta que é possível fazer projeções sobre o comportamento de diferentes culturas agrícolas em prazos mais alargados, chegando a 100 anos. Nesses casos, o ideal é que o índice de acerto chegue, no mínimo, a 75%. No Cepagri, um dos principais usos da modelagem matemática se dá como apoio ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), instrumento adotado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desde 1996 com o objetivo de evitar perdas em produções agrícolas ocasionadas por fenômenos climáticos adversos.
Na área da ecologia e dos estudos de espécies animais, a modelagem matemática torna-se importante pela possibilidade de simplificação de cenários complexos. “Se você for realmente olhar para cada detalhe de cada espécie, às vezes fica complicado trabalhar com tantas variáveis ao mesmo tempo. Então, quando você formaliza um modelo matemático aplicado à biologia, você pode simplificar e pegar os principais pontos daquelas espécies para entender o essencial daquele sistema”, descreve Flávia. Ela tem usado a modelagem para observar como diferentes espécies interagem entre si, além de investigar o surgimento de novas espécies na natureza e as variáveis envolvidas nesse processo.
Flávia destaca, também, que muitos pesquisadores do campo da biologia sentem-se intimidados frente aos números e equações e acabam não levando a modelagem matemática para seus estudos, apesar de compreenderem os benefícios trazidos por essa união de conhecimentos. “Mas isso está melhorando. Tenho boas perspectivas para o futuro porque, no fim das contas, a modelagem matemática é uma ferramenta que só vem para ajudar as diversas áreas”, completa.
Ainda foram abordados na entrevista assuntos como o uso e desenvolvimento de softwares para a modelagem matemática; as principais tendências e perspectivas futuras do uso da modelagem matemática nas áreas de agrometeorologia e ecologia; e os desafios e soluções referentes ao armazenamento e ao compartilhamento de dados de pesquisa.
Oxigênio na SNCT 2017
Esta entrevista fez parte do projeto “Matemática no Ar”, que integrou a programação da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Foi uma realização do programa de rádio e podcast Oxigênio por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em par...
11/30/2017 • 1 hour, 5 minutes, 59 seconds
#42 – Temático: O Guia do Mochileiro das Galáxias
O Oxigênio #42 marca o início de uma nova fase do programa. Nós continuamos a falar sobre ciência, tecnologia e cultura, mas agora nosso episódios são quinzenais e alternam entre dois formatos: um programa temático (como o #42), com entrevistas e comentários em torno de um mesmo assunto, e um giro de notícias, em que a equipe se reúne no estúdio para compartilhar novidades, polêmicas e dicas sobre o universo da ciência.
Em nosso episódio #42, escolhemos falar sobre o Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, e sua relação com a ficção científica, o ensino de ciências e o humor. Afinal, quem conhece essa história sabe que 42 é a grande resposta da vida, do universo e tudo mais.
Contamos com entrevistas de Naiara Santos, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) na área de Letras; João Eduardo Ramos, doutor em Ensino de Ciências na modalidade Física e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Rui Carlos Sá, que é físico e cientista da Universidade da Califórnia.
Depois de ouvir, não esqueça de nos contar o que achou do programa por meio de nossas páginas no Twitter e Facebook! Ou, se preferir, mande um e-mail para [email protected].
11/21/2017 • 26 minutes, 6 seconds
#41 – Semana Nacional de Ciência e Tecnologia; Marcha pela Ciência; Peter Medawar e mais
A #Pauta Principal do programa Oxigênio nº 41 traz um histórico do evento no país e várias entrevistas avaliando a importância e os impactos da Semana . Na coluna #Inovação e Patente professor Marcio Nascimento, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o tema tratado foi também bastante curioso: Como e quando foi criado o papel higiênico.
A sessão #Caleidoscópio trata você vai conhecer fatos super interessantes do biólogo Peter Medawar, falecido há 30 anos.
Em #Entrevistas às apresentadoras do programa, pesquisadoras da Unicamp contam sobre os projetos que irão realizar nesses dias. Outros temas são a Terceira Marcha pela Ciência, e os destaques do dossiê da ComCiência: Violência.
Pesquisas, cultura, política, história e curiosidades da ciência e tecnologia para ler e ouvir, online e offline. Conte o que você achou do programa, avalie pelo aplicativo do celular (Podcast no iOS, Castbox no Android ou outros) e acompanhe as novidades nas nossas páginas no Twitter ou Facebook!
10/21/2017 • 35 minutes, 35 seconds
#40 – Preconceito contra mulheres na tecnologia; Blogs de ciência; Primeiras patentes; Dunkirk
A #Pauta Principal do programa Oxigênio nº 40 trata da participação das mulheres na área de tecnologia, muitas vezes consideradas inaptas para atuar no ramo. Na coluna #Inovação e Patente o professor Marcio Nascimento, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), conta sobre as primeiras patentes concedidas no mundo.
A sessão #Caleidoscópio trata do filme Dunkirk, sobre uma operação ocorrida na Segunda Guerra, para a retirada da Força Expedicionária Britânica e de outras tropas aliadas do porto de Dunkirk, cercado pelas forças nazistas.
Em #Notasdeciência o programa fala sobre os blogs de ciência da Unicamp e também de uma polêmica nos editoriais da revista Nature, que envolve racismo. Outros temas são a Terceira Marcha pela Ciência, e os destaques do dossiê da ComCiência: Ritmos da Ciência.
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9/25/2017 • 33 minutes, 29 seconds
#39 – Animação brasileira; Bicentenário da bicicleta; Aleitamento materno e mais
A #Pauta Principal do programa Oxigênio nº 39 A matéria principal de hoje 100 anos do primeiro filme de animação brasileiro, intitulado O Kaiser, uma sátira política sobre os esforços imperialistas de Guilherme Segundo, o imperador alemão do começo do século 20.
O professor Marcio Nascimento, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), fala sobre o bicentenário da primeira patente de bicicleta, criada pelo alemão Karl Drais. Ouça na coluna #Inovação e Patentes.
A sessão #Caleidoscópio traz uma resenha do livro “O palácio da memória”, uma reunião de histórias verídicas sobre temas diversos, entre eles vários sobre fatos científicos apresentados desde 2008 no podcast de mesmo modo, conduzido pelo radialista e escritor norte-americano Nate Dimeo.
Na #Reportagem de parceiros do programa, Ética e tecnologia na saúde é o tema do podcasta Saúde Com Ciência, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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8/29/2017 • 34 minutes, 20 seconds
#38 – Engenharia genética, História do uso de agrotóxicos, Empreendedorismo e mais
A #Pauta Principal do programa Oxigênio nº 38 A matéria principal de hoje é sobre o uso da CRISPR, uma ferramenta que permite ao homem alterar a genética de organismos. Além de mostrar como essa tecnologia funciona, a reportagem traz a análise de pesquisadores de diferentes áreas sobre as possibilidades que se abrem com essa nova tecnologia e os desafios sociais e éticos que estão envolvidos.
Em #Entrevista para o Oxigênio, a editora da revista Ciência e Cultura, Patrícia Mariuzzo, fala dos destaques da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Na coluna #Inovação e Patente professor Marcio Nascimento, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), fala sobre mulheres que, para levarem a público suas invenções, desafiaram um sistema onde os homens são a maioria. Um exemplo é Joy Mangano, uma empreendedora que inspirou o filme Joy, lançado em 2016.
A sessão #Arquivo da Ciência aborda a questão do uso dos agrotóxicos no Brasil, um dos maiores consumidores desses produtos no mundo. O tema é tratado a partir do artigo “Defensivos” ou “agrotóxicos”? História do uso e da percepção dos agrotóxicos no estado de Santa Catarina, Brasil, 1950-2002", dos pesquisadores Miguel de Carvalho, Eunice Nodari e Rubens, publicado na revista História, Ciências, Saúde, Manguinhos.
Na #Reportagem de parceiros do programa, o Podcast Unifesp, da Universidade Federal de São Paulo contribui com a matéria que explica atividades do Projeto Xingu, uma iniciativa de proteção à saúde indígena.
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8/11/2017 • 43 minutes, 54 seconds
#37 – Agropecuária, Saúde, Museu de ciências, inovações e mais.
A #Pauta Principal do programa Oxigênio nº 37 informa e reflete sobre a produção agropecuária e como ela se relaciona com a economia, com as disputas de terras, com a preservação ambiental e outros setores e questões da realidade brasileira.
Assim, com a participação do professor Gerd Sparovek da USP (Universidade de São Paulo), um dos responsáveis pelo Atlas da Agropecuária Brasileira, e do Vinícius de Faria vamos ampliar o nossos conhecimentos sobre a situação fundiária no Brasil.
Nessa edição também conta com a estreia a coluna #Inovação e Patente com o professor Marcio Nascimento, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que vai começar falando da origem das patentes, o que são e como funcionam esses registros.
Já a sessão #Caleidoscópio traz a vocês uma indicação de programa cultural cheio de diversidade: uma exposição "Inovanças: Criações à brasileira", contando com inovações criadas por brasileiras e brasileiros de todas as regiões do país, no Museu do Amanhã do Rio de Janeiro.
Esta e outras questões são respondidas pelo professor Marco Bortoleto coordenador do grupo de pesquisa Circus na Unicamp em entrevista à repórter Nádia Salmeron.
Confira também o lançamento de variedades de cana-de-açúcar mais produtivas e o estudo que avalia os comitês de ética em pesquisa no Brasil. E mais: Você sabe que significam os seus sonhos? De onde vêm? Como se relacionam com a sua saúde? Tudo isso em #Reportagem.
Dia 01 de julho, das 9h às 15h, o Centro Nacional de Pesquisa e Energia e Materiais, o CNPEN, em Campinas, vai abrir para visitas seus 4 Laboratórios. Vai ser um dia cheio de atrações em comemoração aos 30 anos do Laboratório Luz Síncroton. Programação para todas as idades com atividades, exposição, palestras informais, food truck. É gratuito e mais informações no site www.pages.cnpem.br/cienciaaberta.
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6/29/2017 • 39 minutes, 56 seconds
#36 – Pesquisas sobre circo, punição na ciência, alimentação sustentável e mais
O programa Oxigênio nº 36 traz o circo para a #Pauta Principal. Como as artes circenses se relacionam com a educação e diferentes âmbitos da sociedade atual?
Essa e outras questões são respondidas pelo professor Marco Bortoleto coordenador do grupo de pesquisa Circus na Unicamp em entrevista à repórter Nádia Salmeron.
O programa tem também o #Arquivo da Ciência com uma matéria sobre o tema punição na ciência. O repórter Gustavo Almeida aborda como cientistas lidam com os limites entre a liberdade e a punição para expressar suas teorias e pensamentos.
A coluna #Alimentação e Saúde tem a participação de Jorge Behrens, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Em seus comentários, Behrens explica a relação entre a nossa alimentação e a sustentabilidade econômica, social e ambiental do planeta.
O programa tem ainda a participação do Podcast Unesp com uma #Reportagem sobre o aumento da violência no campo.
Nas #Notas de Ciência, a repórter Carol Gama traz os destaques de um encontro em São Paulo que debateu a cultura matemática. Roberto Takata e Simone Pallone trazem um alerta de cientistas sobre os riscos de dados abertos sobre espécies raras.
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6/6/2017 • 37 minutes, 52 seconds
#35 – Marcha pela Ciência, Museu do Ar e do Espaço e mais
A Marcha pela Ciência está na #Pauta Principal desta edição nº 35 do Oxigênio. A mobilização aconteceu em diversas cidades do mundo, inclusive no Brasil, em 22 de abril, data em que se comemora o Dia da Terra.
Para falar sobre a Marcha pela Ciência, o repórter Gustavo Almeida fez um bate-papo com convidados: Dayane Machado e Flavia Virgínio, organizadoras do evento em São Paulo; Alberto Akel, organizador em Belém; e Roberto Lombardo, divulgador científico participante na capital paulista.
A seção #Caleidoscópio traz uma matéria exclusiva produzida pela repórter Cristiane Paião que esteve no Museu do Ar e do Espaço, na França. Você vai saber qual é a sensação de visitar o Concorde e outras aeronaves legendárias, os recursos para os visitantes do museu e diversas curiosidades.
#Alimentação e Saúde é o tema da nossa coluna com convidados. Desta vez, Cinthia Betin, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fala sobre a importância dos cuidados com a alimentação para evitar as doenças crônicas não transmissíveis. Elas representam um dos desafios em saúde mais importantes na atualidade.
O Podcast Unifesp é o parceiro Oxigênio convidado para este programa com uma #Reportagem sobre células-tronco. Entenda os usos e o armazenamento desses elementos que originam todas as nossas células.
Nas #Notas de Ciência, a repórter Carolina Medeiros fala sobre novidades na pesquisa sobre canabidiol, medicamento produzido a partir da Cannabis sativa, a planta da maconha. E tem ainda a matéria de Juan Mattheus sobre o projeto que resultou em um jogo de tabuleiro para, através da brincadeira, desenvolver as habilidades de escrita de crianças do ensino fundamental.
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5/5/2017 • 55 minutes, 8 seconds
#34 – Saúde mental, Teoria da Evolução, química e mais
A saúde mental está em destaque nesta que é a edição nº 34 do Oxigênio. O programa traz resultados de pesquisa e pontos para o debate sobre a assistência psicológica e psiquiátrica no meio acadêmico. Saiba mais sobre esse tema e confira outros temas nesta edição:
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Ao ingressar na universidade, estudantes de graduação e pós-graduação passam por inúmeras mudanças colocando à prova a saúde mental. Esse é o contexto do estudo de Cláudia Franulovic Campos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), assunto da seção #PautaPrincipal.
O trabalho analisou características de mais de 1200 estudantes que buscaram assistência psicológica e psiquiátrica no serviço especializado oferecido pela Unicamp entre 2004 a 2011. Os estudantes atendidos demonstraram menores taxas de evasão.
A coluna #Alimentação e Saúde conta com a participação de Jorge Behrens, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Ele fala sobre a química presente no nosso dia a dia através da alimentação, um papo de dar água na boca.
O #Arquivo da Ciência aborda a pesquisa de Danilo Brancalhão Berbel, da Universidade Federal de São Carlos. Ele analisa a visão sobre a Teoria da Evolução no século XIX no Brasil a partir de artigos publicados no jornal “A Província de São Paulo”. O autor observa como a imprensa foi um dos espaços para o debate entre homens de ciência e de outras esferas de poder, defendendo seus pontos de vista sobre o Evolucionismo.
Mais um parceiro Oxigênio participa desta edição com uma #Reportagem. O podcast Saúde Com Ciência preparou uma série de matérias sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A gente mostra a primeira delas: entenda a diminuição da miséria e da pobreza no Brasil; e ainda os riscos que se apresentam sob as condições políticas e econômicas do país.
Nas #Notas de Ciência, confira novidades na pesquisa sobre zika e sobre o mosquito Aedes aegypit; e ainda informações sobre a febre amarela no Brasil. Tem também um estudo sobre o uso de fertilizantes na América Latina.
Para colocar na agenda
Informe-se sobre a Marcha pela Ciência que acontece no dia 22 de abril com manifestações em diversos países, inclusive no Brasil (São Paulo-SP, Natal-RN, Rio de Janeiro-RJ e Porto Alegre-RS).
Nos dias 25 e 26, a Unicamp sedia o Edicc - Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura que está com inscrições abertas.
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4/7/2017 • 44 minutes, 26 seconds
#33 – Lei de Migrações, inflamação intestinal, 100 anos sem Oswaldo Cruz e mais
Nesta edição nº 33 do programa Oxigênio, você vai se entender a proposta da Lei de Migrações, se informar sobre a doença inflamatória intestinal, e ainda conhecer mais sobre a vida Oswaldo Cruz entre outros temas em pauta. Confira:
Abertura
Notas de Ciência: Oficina de rádio no assentamento do MST
Notas de Ciência: Oficina de rádio no assentamento do MST
Pauta Principal: Entrevista com Bela Feldman-Bianco
Reportagem: Lesões Musculares
Coluna: Doença inflamatória intestinal
Arquivo da Ciência: Oswaldo Cruz
Encerramento
Vivemos uma crise humanitária com mais de 240 milhões de pessoas - mais do que a população brasileira inteira - deslocadas de seus locais de origem por conta de guerras e desastres em busca de refúgio. É nesse contexto que a antropóloga Bela Feldman-Bianco concede entrevista em nossa #PautaPrincipal sobre a nova Lei de Migrações que entrará em discussão no Senado brasileiro. Como o Brasil tratará o estrangeiro com a nova lei?
Na Coluna #Alimentação e Saúde, Cinthia Betim explica a ligação de nossos hábitos alimentares com o aumento de doenças inflamatórias do intestino, especialmente em países industrializados.
No #Arquivo da Ciência relembramos a trajetória de Oswaldo Cruz. Neste ano completam-se 100 anos do falecimento do cientista, mas ainda podemos perceber seu legado em instituições como a Fundação Oswaldo Cruz e a pesquisa epidemiológica e sanitária no país. Conhecido pela polêmica da Revolta da Vacina, sua contribuição foi muito além disso.
Na #Reportagem de nosso parceiro, o Podcast Unifesp, conheceremos mais sobre as pesquisas de um mal que acomete tanto atletas quanto pessoas comuns: as lesões musculares. Como lidar com elas?
Nas #Notas, como o Brasil está em atividades de inovação? O levantamento Pintec faz o diagnóstico do cenário brasileiro. Conheça também a oficina realizada pelo programa Oxigênio com moradores do assentamento Milton Santos, em Americana, SP.
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3/13/2017 • 37 minutes, 28 seconds
#32 – Jornalismo científico, obesidade, mudanças climáticas e mais
Conheça mais sobre o universo da ciência, tecnologia e inovação! Aqui você se informa sobre novidades recentes e também ouve análises em profundidade e dicas culturais, tudo relacionado à CT&I. Veja só os destaques desta primeira edição do Oxigênio em 2017, nosso segundo ano online:
#Pauta Principal: O jornalismo faz parte das atividades que fomentam a cultura científica. Um estudo espanhol analisa a importância de políticas públicas para que a atuação da imprensa se aprimore. A autora Ana Victoria Pérez Rodríguez (Univ. Salamanca) e o professor Wilson da Costa Bueno (Univ. Metodista) comentam o tema. Está imperdível!
#Coluna: Ano novo, coluna nova! A professora Cinthia Betim da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp estreia sua participação no Oxigênio. Na coluna Alimentação e Saúde, o primeiro tema é obesidade. Entenda o contexto desse que é um problema global.
#Caleidoscópio: Como os cientistas chegaram à conclusão de que a humanidade vem alterando o clima da Terra? Quais as consequências desse impacto? Esse é o foco da resenha do livro ‘A espiral da Morte’, de Claudio Angelo.
#Reportagem: Drones, robôs, impressoras 3D e outros assuntos ligados à tecnologia e robótica estão na matéria do Podcast Unesp, uma produção da Universidade Estadual Paulista, conteúdo selecionado pelo Oxigênio para você.
#Notas de Ciência I: Uma campanha quer maior presença das mulheres entre as personalidades que dão nomes a ruas de São Paulo. Cientistas brasileiras estão entre as possíveis homenageadas. Conheça a iniciativa e participe!
#Notas de Ciência II: Os recursos para financiar a pesquisa brasileira estão sob ameaça de cortes. Sociedades científicas e grupos independentes têm reagido às medidas governamentais. Fique por dentro dos acontecimentos recentes.
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2/21/2017 • 40 minutes, 50 seconds
#31 – Biênio da Matemática no Brasil, quadro clínico do AVC, terra indígena e mais
Informe-se, não enrole-se! A visão da academia, os desdobramentos das políticas públicas no setor e as novidades no campo da ciência e tecnologia estão aqui. Dá uma olhada no que a gente preparou para última edição do Oxigênio em 2016:
#Pauta Principal: A matemática não significa só cálculos e números. Isso é o que o Biênio da Matemática pretende mostrar, entre diversas ações no Brasil, de 2017 e 2018. Professores, escolas e outras organizações estão convidados a participar e ajudar a divulgar o tema no Brasil.
#Reportagem: Sífilis: o que você sabe sobre essa doença? Não dá para explicar tudo em uma única reportagem, é por isso que o programa Saúde com Ciência, da UFMG, preparou uma série sobre o assunto. A primeira parte você ouve no Oxigênio.
#Arquivo da Ciência: Que ideia é essa de terra indígena? Entenda a história desse conceito jurídico, como vem sendo ressignificado, e os direitos constitucionais envolvidos nessa disputa. Dê o play no Arquivo da Ciência.
#Coluna: Chegou ao fim! Essa é a última participação da médica neurologista Elizabeth Quagliato no Oxigênio com seu quadro “AVC Sem Mistério”. Venha entender mais sobre o quadro clínico de um Acidente Vascular Cerebral. Isso pode salvar a sua vida e a de quem você ama!
#Notas de Ciência I: O fim da emergência de zika definido pela OMS significa que é o fim do perigo? Pelo contrário, há muito a ser feito ainda. Entenda o porquê em poucos minutos.
#Notas de Ciência II: Companhias aéreas não querem mais ratinhos e outros animais destinados à pesquisa em suas aeronaves. Ninguém confirma, mas tudo indica que as empresas estão preocupadas em não caçar encrenca com ONGs protetoras de animais. O que você acha?
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Abertura
Notas de Ciência: Fim da emergência de zika
Notas de Ciência: Cias aéreas e animais para pesquisa
Pauta principal: Biênio da matemática
Reportagem de parceiro: Sífilis (Saúde com Ciência)
Coluna: Quadro clinico do AVC
Arquivo da Ciência: Terra indígena
Encerramento
12/17/2016 • 39 minutes, 48 seconds
#30 – Fashion Purple Day, combate ao AVC, a crítica de Guilherme de Almeida e mais
Aqui tem informação - sem enrolação! - a partir de pesquisas, políticas públicas, eventos e de tudo o que acontece no campo da ciência e tecnologia. Confira matérias sobre o Fashion Purple Day, combate ao AVC, a crítica de Guilherme de Almeida entre os assuntos neste que é o programa número 30:
#Pauta Principal: o pesquisador e professor Li Li Min, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, fala sobre epilepsia, como pacientes lidam com a doença nos dias de hoje, e uma ação que propõe unir arte, moda e informação para combater o preconceito contra a doença.
#Reportagem: conheça uma experiência de mostras de ciência no Rio Grande do Sul, como driblaram o desafio do financiamento e mobilizaram escolas, estudantes e professores do ensino básico. Esta é uma participação do programa web rádio TransCiência, parceiro do Oxigênio.
#Caleidoscópio: no início do século XX o cinema era uma novidade no Brasil e as críticas escritas por Guilherme de Almeida entre 1926 e 1942 compõem um panorama sobre o pensamento da época. Conheça o livro que aborda essa importante personalidade para a história do cinema no país.
#Coluna: na última participação da médica neurologista Elizabeth Quagliato, o quadro “AVC Sem Mistério” explica a importância do socorro imediato às vítimas de AVC e da mudança de hábitos para prevenir novos episódios da doença.
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Abertura
Nota: a árvore tropical recordista
Nota: a reativação do CCT
Pauta Principal: Fashion Purple Day
Reportagem: mostras de ciência no RS (via TransCiência)
Coluna AVC Sem Mistérios: tratamento e prevenção
Encerramento
Encerramento
11/26/2016 • 50 minutes, 1 second
Banco de alimentos garante que doações cheguem ao destino
O Banco de Alimentos de Campinas foi o assunto desta entrevista com a nutricionista Bruna Saleh de Angelis, das Centrais de Abastecimento (Ceasa Campinas). A conversa, com a repórter Ana Paula Zaghetto, aconteceu no dia 22 de outubro e você pode ouvir na íntegra clicando no player acima.
Coordenadora no Banco de Alimentos de Campinas, de Angelis explicou que a instituição funciona desde 2013 por meio de um convênio entre a prefeitura - a quem pertence - e a Ceasa - que o administra.
Cabe ao Banco de Alimentos receber doações de produtos, fazer a triagem e a distribuição garantindo que estejam seguros para o consumo em entidades como casas de atenção a idosos, crianças e pessoas em tratamento.
O Banco de Alimentos de Campinas tem sido referência para outros municípios do país que buscam criar instituições do gênero. “Já recebemos representantes de Maceió/AL, Poços de Caldas/MG, Itu/SP, Mogi Mirim/SP, Jundiaí/SP. As prefeituras vêm, conhecem nossa estrutura e nossos projetos para depois implementar em seus municípios”, diz de Angelis.
Em parceria com universidades, estudantes de nutrição desenvolvem projetos de estágio nas entidades assistenciais, sob supervisão do Banco de Alimentos e da universidade de origem. As empresas parceiras, oferecem doações e podem receber benefícios fiscais.
O banco atende atualmente a 105 entidades assistenciais, que são previamente cadastradas na Secretaria de Assistência Social de Campinas. De Angelis explica que as doações são direcionadas de acordo com o perfil dos beneficiários a fim de evitar desperdícios. O banco verifica nas entidades: o número de atendidos, tipos de alimentos normalmente consumidos, suas necessidades nutricionais, se já recebem assistência de outros órgãos, entre outras questões.
Além do gerenciamento e distribuição das doações, a instituição faz visitas técnicas frequentes nas entidades para levantar as necessidades de doações. O banco desenvolve ainda projetos de educação alimentar e de prevenção ao desperdício na forma de palestras e cursos.
“Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem ligar para o Banco de Alimentos para retirarmos a doação no local”, informa Angelis. Os interessados podem entrar em contato com a instituição pelo telefone (19) 3746-1063 ou pelo site. Para quem é de outras cidades, a dica é se informar sobre os bancos de alimentos ou instituições similares da região.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/19/2016 • 40 minutes, 9 seconds
Perfil de consumo de alimentos: lição para aprender na escola
A qualidade do que encontramos no supermercado depende do interesse do consumidor e de mudanças nos hábitos alimentares, ressaltaram Jorge Behrens e Cinthia Betim, ambos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “O dia em que o mercado começar a fazer exigências mais realistas, a própria indústria vai se transformando; ela não vai sobreviver se não colocar um produto que seja adequado”, acredita Behrens. “No passado, a preocupação da indústria era quantitativa, produzir o maior número possível, hoje, o objetivo é mais a qualidade”, pontua Betim.
Os comentários fizeram parte da entrevista realizada pela repórter Kátia Kishi no dia 22 de outubro. Ouça na íntegra clicando no player acima.
E qual o peso da publicidade e da mídia na escolha dos consumidores? Na análise de Betim, o Ministério da Saúde tenta coibir abusos na publicidade e na propaganda. No entanto, há muito apelo para o público com a profusão de blogs e outras mídias sociais que difundem, por exemplo, dietas perigosas para o emagrecimento.
Behrens nota o perigo da criação de um círculo vicioso em que a sociedade cria demandas, que são atendidas pela mídia e pela indústria, e ao mesmo tempo, move o mercado motivado pela conveniência e indulgência.
Outro ponto comentado na entrevista é quanto ao Programa Nacional de Alimentação Escolar. Referência internacional, a iniciativa está inserida na cadeia produtiva envolvendo pequenos produtores no fornecimento dos alimentos para as merendas nas escolas.
No entanto, a execução do programa ainda tem problemas. “A merenda é uma representação social da alimentação escolar fortemente enraizada em nossa cultura”, diz Behrens. “Só que ela remete a um passado assistencialista, quando a ideia era fornecer alimentação a uma criança sem recursos como uma espécie de caridade prestada pelo estado”.
Essa visão traz prejuízos amplos, da gestão à formação dos alunos. Para Bahrens é preciso ver a alimentação escolar como direito do estudante em que a qualidade das refeições e também a educação alimentar devem ser enfatizadas.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/18/2016 • 59 minutes, 4 seconds
Pesquisadora explica conceitos e dá dicas sobre alimentos funcionais
Além de qualidades nutritivas, os alimentos funcionais ajudam a prevenir doenças ou a manter a saúde dos indivíduos. Nossa convidada para falar sobre o assunto foi a pró-reitora de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Glaucia Pastore.
A entrevista foi realizada pelos repórteres Simone Pallone e Gustavo Almeida no dia 18 de outubro. Ouça na íntegra clicando no player acima.
A pesquisadora explicou que para um produto alimentício ser comercializado como funcional é preciso que suas propriedades sejam comprovadas em pesquisas. A partir disso, o produto deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre as dicas para os ouvintes apresentadas na entrevista, Pastore explicou que o consumo do alimento integral é preferível ao dos componentes ativos isolados - salvo em casos de indicação médica. O motivo é que o alimento integral tem outros compostos que podem facilitar a absorção e a disponibilidade dos componentes ativos.
Ela ressaltou também a importância da ingestão de frutas e verduras variadas para prevenir e corrigir disfunções metabólicas, conforme tem sido verificado em pesquisas. “É extremamente importante que estejam disponíveis para crianças nas escolas e em casa. São importantes também frente ao envelhecimento da população”, disse.
Ao falar sobre maneiras de aproveitar as características funcionais dos alimentos, a pesquisadora explicou que nem sempre produtos in natura (crus) são mais saudáveis do que aqueles que passaram por algum processamento. Isso acontece porque o processamento, em certos casos, pode eliminar o efeito funcional e, em outros casos, pode intensificá-lo.
O alho cru, por exemplo, tem propriedade vasodilatadora, de redução da pressão arterial. Essa característica se perde com o cozimento. Um contra-exemplo é o tomate: na forma de molho, com o aquecimento, são liberados pigmentos como licopeno oferecendo mais funcionalidades do que o tomate cru. O mesmo ocorre com a cenoura, com sua fervura, o beta-caroteno fica mais disponível.
Em outro momento da entrevista, Pastore também esclareceu que não há estudos conclusivos em relação ao benefício de alimentos orgânicos sobre os convencionais quanto às características funcionais. O diferencial é em relação à presença de resíduos de agrotóxicos. Para a pesquisadora o acesso e disponibilidade de produtos orgânicos deverá ser feito por meio de programas governamentais.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/17/2016 • 30 minutes, 27 seconds
Aquicultura cresce; pesquisa e divulgação são necessárias
A aquicultura, o cultivo de organismos aquáticos - peixes, algas, camarões e outros - de modo controlado, tem crescido no mundo a um ritmo maior do que outros setores consolidados como a criação de bovinos e aves.
Para falar sobre o assunto, a repórter Simone Pallone entrevistou, no dia 20 de outubro, Juliana Schober, professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS) onde desenvolve pesquisas sobre aquicultura orgânica. Ouça essa conversa na íntegra clicando no player acima.
A aquicultura produz alimentos de alta qualidade e é também fonte importante de recursos econômicos, especialmente em nações mais pobres, no hemisfério Sul. Segundo, Schober, como as populações de muitos desses países são ligadas à pesca, sua dieta baseia-se fortemente em pescados, o que contribui para o desenvolvimento acelerado da aquicultura.
O trabalho desenvolvido pela pesquisadora procura entender as formas de produção dos cultivos aquáticos. A partir disso, visa introduzir conceitos agroecológicos no sistema com melhorias que diminuem seu impacto ambiental, além de promover condições sociais e econômicas aos produtores.
Atualmente o modo de produção da aquicultura assemelha-se mais aos sistemas convencionais do agronegócio, mas, segundo Schober, uma mudança está em curso para inserir os pequenos produtores. Para eles, a produção representa uma importante fonte de proteínas e também de renda.
A pesquisadora ressaltou que um desafio importante nesse campo é a comunicação sobre a aquicultura para ampliar o conhecimento dessa produção entre diferentes públicos, além do envolvimento das universidades realizando pesquisas no setor.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/16/2016 • 47 minutes, 48 seconds
Alimentos industrializados: informação para escolhas saudáveis
Dúvidas que sempre surgem a respeito de produtos industrializados: ele são práticos; mas são saudáveis? Há limites para seu consumo? A entrevistada sobre o tema foi a pesquisadora Alline Tribst, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA/Unicamp). Ouça na íntegra clicando no player acima.
Às repórteres Paula Penedo e Luana Campos, no dia 21 de outubro, ela explicou que o papel básico da indústria é permitir que alimentos produzidos em uma determinada região cheguem a consumidores em outro local, de forma estável e segura. Visto assim, o consumo em si não é o problema, e sim as escolhas que fazemos.
De acordo com a pesquisadora, os aditivos usados pela indústria de alimentos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os testes prevêem o consumo regular e também eventuais efeitos cumulativos desses produtos no organismo: os tipos e as concentrações máximas de aditivos por produto são determinados a partir de um cenário de um consumo abusivo de alimentos industrializados.
Para Tribst, as escolhas devem partir tanto do Estado, através da regulamentação e fiscalização, quanto das famílias. No caso da publicidade infantil, a pesquisadora observa que é um público sem capacidade de discernimento e conhecimento necessários para fazer sua própria escolha. É o caso em que o sistema regulatório deve criar políticas públicas para coibir o incentivo práticas abusivas.
Oxigênio na SNCT
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11/15/2016 • 52 minutes, 36 seconds
Dietas vegetariana e vegana: pela saúde e pelos animais
Dietas veganas e vegetarianas: quais os seus conceitos? O que são mitos e verdades? O que dizem as pesquisas sobre o tema? Quem explica sobre essas opções é Julicristie Machado de Oliveira, pesquisadora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA/Unicamp) em Limeira-SP.
A entrevista, realizada pelo repórter Juan Matheus, aconteceu no dia 23 de outubro e você pode ouvir na íntegra clicando no player acima.
Julicristie explica que a opção pelo vegetarianismo é restrita à alimentação e, embora exclua carnes em geral, pode manter o consumo de produtos como ovos, mel e laticínios. Já o veganismo, além de não ter alimentos de origem animal, busca consolidar e ampliar os seus direitos excluindo outros produtos, sejam eles testados ou de origem animal.
Embora as opiniões dos especialistas variem, a American Dietetic Association em 2009 declarou que dietas vegetarianas e veganas são compatíveis com a saúde.
Além disso, há estudos que associam essas dietas com a redução da incidência de câncer no trato gastrointestinal e benefícios cardiovasculares. Se as dietas forem bem planejadas, não há riscos muito aumentados de osteoporose, diz Oliveira.
Mas é preciso que a dieta seja variada e com a suplementação de vitaminas, particularmente a B12. Sua deficiência pode afetar a memória e causar outros problemas neurológicos.
Atletas, grávidas e crianças, segundo a pesquisadora, podem adotar dietas veganas desde que façam substituições adequadas para suas necessidades fisiológicas e nutricionais.
Por exemplo, gergelim, tofu, várias hortaliças escuras como escarola e brócolis, e amêndoas são boas fontes de cálcio, podendo substituir o leite como fonte desse mineral e evitar riscos de osteoporose, afirma Oliveira.
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11/13/2016 • 52 minutes, 39 seconds
Mulheres na agroecologia resistem aos transgênicos
Qual o papel da mulher na produção de alimentos? Quais são suas lutas, dificuldades e propostas? Essas reflexões fizeram parte da entrevista com a pesquisadora e jornalista, Marcia Tait, que integra a Rede de Agroecologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autora do livro “Elas dizem não: mulheres camponesas e a resistência aos cultivos transgênicos”.
A entrevista, que você ouve na íntegra clicando no player acima, foi realizada pelas repórteres Fabiana Silva e Paula Penedo, no dia 21 de outubro.
Dentre os assuntos na entrevista, houve questões do ecofeminismo, da economia feminista e, como destaque, a atuação das mulheres contra os transgênicos.
De acordo com Marcia Tait, os produtos geneticamente modificados são centrais na disputa entre as grandes empresas produtoras, os cartéis entre indústrias farmacêuticas e químicas e, de outro lado, os pequenos produtores.
A pesquisadora explicou, porém, que a questão da agroecologia e da agricultura familiar não se resume aos transgênicos.
O principal ponto é a produção de alimentos para consumo direto pelas pessoas, já que no Brasil as culturas como soja e milho são destinadas principalmente à ração animal.
Oxigênio na SNCT
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11/12/2016 • 1 hour, 8 minutes, 37 seconds
Programa Ponte discute educação ambiental e alimentos
Tivemos uma conversa sobre “Consumos de alimentos e educação ambiental” com Filipe Salvetti, mestrando na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
A entrevista, que você pode ouvir na íntegra clicando no player acima, aconteceu no dia 19 de outubro, conduzida pela repórter Ana Paula Zaguetto.
Filipe atua na coordenação técnica do Programa Ponte, uma iniciativa de extensão universitária que realiza intervenções educacionais em escolas estaduais de Piracicaba, interior de São Paulo.
Mas, afinal, qual a concepção de educação ambiental? Para o especialista, esse é um termo em disputa e seu significado tem sido lapidado.
De acordo com Salvetti, há uma educação ambiental mais voltada para o mercado de produção e consumo. Ela considera o desenvolvimento sustentável mantendo o sistema de produção atual, assim como os padrões de consumo; se preocupa com a gestão de resíduos por meio da reciclagem, por exemplo.
Outra concepção de educação ambiental, trabalhada dentro do Ponte, enfatiza a crítica aos modos atuais de produção e consumo, procurando transformar a visão dos indivíduos por meio de ações participativas.
Na visão do entrevistado, a sociedade está em crise econômica, social, ambiental e política. A educação ambiental ajuda a enfrentar essa crise ao formar cidadãos críticos capazes de interferir na nossa sociedade a partir de suas atitudes e reflexões.
Oxigênio na SNCT
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11/11/2016 • 51 minutes, 6 seconds
Agroecologia propõe repensar a cadeia de produção de alimentos
Em entrevista ao Oxigênio, o pesquisador Wilon Mazalla Neto, que integra a Rede de Agroecologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), falou sobre esse modelo de produção e também sobre a relação da produção de alimentos com a reforma agrária.
Esta entrevista, que você pode ouvir na íntegra clicando no player acima, foi feita pela repórter Ana Paula Zaguetto no dia 19 de outubro.
O pesquisador analisou ainda a maneira como nos relacionamos com a alimentação atualmente, e sintetizou: “hoje em dia, as pessoas não sabem onde foi produzido seu alimento, como foi produzido ou quem produziu. Não muito longe no período histórico da vida brasileira, as cidades eram bem menores, o rural brasileiro era muito maior. As cidades eram cidades rurais, as pessoas sabiam quem estava produzindo seu alimento, elas conheciam nominalmente, elas sabiam qual o sítio onde eram produzidos seu alimento. Isso é um processo que tem mudado de uma forma muito brutal e muito veloz na sociedade, a ponto de hoje, em várias situações em que a gente vai fazer debate, vai conversar nas escolas e em outros espaços, as crianças acham que o leite vem da caixinha e da fábrica.”
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/10/2016 • 55 minutes, 57 seconds
Agrotóxicos: ganhos e perdas
A questão dos agrotóxicos desperta muita polêmica. O assunto foi pauta do programa Oxigênio em entrevistas com diferentes pesquisadores da área. Um deles é Hamilton Humberto Ramos, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), entrevistado pelo repórter Erik Nardini no dia 20 de outubro.
Nesta conversa (que você ouve na íntegra clicando no player acima), ele destacou as técnicas e métodos que devem ser aplicados para atingir apenas a cultura para a qual o pesticida foi desenvolvido e, assim, diminuir os impactos ambientais e os danos à saúde do trabalhador.
A ideia central foi a seguinte: a aplicação de agrotóxico não se resume a comprar o produto e espalhar pela plantação.
Segundo Ramos, a tecnologia da aplicação ajuda a tornar o uso de agrotóxicos mais seguro e econômico visando a que o produto aplicado chegue exatamente onde está a praga ou a doença.
Para ele não deve haver conflito entre a agricultura convencional com aplicação de agrotóxicos e a orgânica. Há espaço para ambos, cada um atendendo às diferentes necessidades do mercado e da população.
O pesquisador também destaca que não se pode depender somente de agrotóxicos, devendo se utilizar outras medidas como o manejo integrado de pragas e o controle biológico.
Nos próximos dias, nós publicaremos também outras entrevistas que comentam sobre o uso de agrotóxicos. Acompanhe aqui!
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/9/2016 • 53 minutes, 30 seconds
Agricultura de precisão agrega valor a cultivos grandes e pequenos
Toda a cadeia de produção de alimentos tem um papel importante na sociedade, no meio ambiente, na economia, e outros campos. Uma perspectiva adotada no setor é a da agricultura de precisão, assunto da entrevista do pesquisador e professor Paulo Graziano, Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) à repórter Patricia Santos no dia 18 de outubro.
De acordo com o professor, a agricultura de precisão envolve técnicas e tecnologias que são utilizadas para entender como as características que interferem na produção mudam de um ponto a outro do terreno: acidez, níveis de nutrientes, densidade, etc.
Esse monitoramento é feito em áreas menores que na produção tradicional, algo entre 1 a 5 hectares. Em vez de se trabalhar com uma média no modelo convencional, verifica-se como os valores variam ao longo da área de plantio.
A partir disso, a aplicação de fertilizantes, por exemplo, pode ser feita em níveis específicos: mais fertilizante onde há menos nutrientes no solo e menos onde há mais.
“Isso evita o desperdício e a contaminação do ambiente. Princípio semelhante é utilizado para a aplicação de agrotóxicos, verificando como a presença e a intensidade de pragas varia em cada ponto da cultura”, afirma Graziano.
A agricultura de precisão é mais aplicada em grandes culturas como milho e soja, mas produções menores com alto valor agregado, como o cultivo de uva para vinhos também podem se beneficiar.
Essa prática começa antes do plantio e segue mesmo após a colheita, como explica o professor na entrevista que você pode ouvir na íntegra clicando no player acima.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista foi realizada como parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/8/2016 • 44 minutes, 36 seconds
Alimentos, uso da água e geração energia são indissociáveis
A relação entre água, alimento e produção de energia é o assunto desta entrevista com a doutoranda Tatiane Tobias, realizada no dia 23 de outubro pelos repórteres Gustavo Almeida e Simone Pallone.
Na Unesp de Guaratinguetá-SP, ela desenvolve pesquisa relacionada com análises energéticas e técnicas de captura e armazenamento de CO2. O estudo tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Sabemos que água, energia e alimentos são recursos fundamentais para nossa vida. E também sabemos que vivemos em um planeta com recursos finitos. Para Tatiane Tobias, está mais do que na hora de começarmos a pensar em como fazer uso desses recursos de maneira mais consciente.
Como a produção de alimentos, por exemplo, impacta no uso da água? Qual o consumo de energia para abastecer uma cidade com água? Essas são questões indissociáveis, segundo a pesquisadora.
“Não tem muito como separar isso, uma coisa está ligada à outra. E, a partir do momento em que o cidadão tem consciência das interligações dessas questões, fica mais fácil para ele ver como pode ajudar, como pode usar esses recursos de uma maneira melhor para contribuir para o desenvolvimento sustentável, para o futuro das próximas gerações que estão vindo para que tenham acesso também a energia, água e alimentos”, disse Tatiane na entrevista (confira na íntegra clicando no player acima).
Na entrevista, Tatiane também falou sobre o projeto de pesquisa de que participa com foco na análise da percepção de crianças e jovens sobre o nexo entre alimento, água e energia. A iniciativa está associada à uma competição internacional que premiará estudantes pelos melhores vídeos sobre o tema “Alimentação, água e energia na minha vida cotidiana”. Confira:
Agência Fapesp: Unesp e University of Birmingham promovem competição entre jovens videomakers
Food-Water-Energy Challenge
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista foi realizada como parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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11/7/2016 • 37 minutes, 43 seconds
#29 – Alimentos e alimentação: 1, 2 Feijão com Arroz, 3, 4 Ciência no Rádio
Esta edição de Oxigênio tem um sabor diferente. Ela é dedicada inteiramente ao projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio” realizado por nossa equipe durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, entre 17 e 23 de outubro. Foram duas entrevistas diárias, transmitidas ao vivo, a partir do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O tema dessas conversas foi o mesmo da SNCT 2016: “Ciência alimentando o Brasil”. Especialistas de diversas áreas conversaram conosco sobre alimentos e alimentação sob abordagens variadas: cultura, meio ambiente, nutrição, saúde, economia, política, entre outras.
Clique no player acima e ouça no programa 29 os melhores momentos das seguintes entrevistas e temas:
Tatiane Tobias (Unesp-Guaratinguetá)
"Alimento, água e energia"
Paulo Graziano (Feagri/Unicamp)
"Agricultura de precisão"
Hamilton Humberto Ramos (IAC)
"Tecnologia de aplicação de agrotóxicos"
Filipe Salvetti Nunes (Esalq/USP)
"Consumo de alimentos e educação ambiental"
Glaucia Pastore (FEA-PRP/Unicamp)
"Alimentos funcionais"
Wilon Mazalla Neto (Rede de Agroecologia/Unicamp)
"Agroecologia na reforma agrária"
Marcia Tait (DPCT/Unicamp)
"Mulheres na produção de alimentos"
Cinthia Betim e Jorge Behrens (FEA/Unicamp)
"Perfil de consumo de alimentos no Brasil"
Alline Tribst (NEPA/FEA-Unicamp)
"Industrialização de alimentos - mitos e verdades sobre os processos e tecnologias em alimentos"
Julicristie Machado de Oliveira (FAC/Unicamp)
"Dietas vegana e vegetariana"
Juliana Schober L. Gonçalves (UFS/Labjor)
"Aquicultura e sistemas agroecológicos"
Bruna de Angelis (Ceasa/Campinas)
"O Banco de Alimentos Campinas"
Ao longo da semana, publicaremos também aqui no site as entrevistas na íntegra.
O projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio” é uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto conta também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
Saiba mais:
Programação nacional da SNCT
Programação da Unicamp na SNCT
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11/5/2016 • 54 minutes, 34 seconds
#28 – Médicos no SUS, combate ao AVC, Johanna Döbereiner e mais
Nova edição de Oxigênio no ar! Aqui você acompanha novidades sobre diferentes áreas da ciência e tecnologia, além de conhecer história e curiosidades. Confira o que nós preparamos para o programa número 28:
#PautaPrincipal: a falta de médicos na rede pública é assunto conhecido. Mas uma pesquisa demográfica traz dados sobre a situação atual desses profissionais no país e quais são as tendências no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
#Reportagem: novamente, o Oxigênio compartilha matérias de outros programas de rádio e podcasts de ciência. Nesta edição, o Podcast Unesp traz uma análise sobre o desempenho das escolas no ENEM.
#Arquivo da Ciência: a trajetória da engenheira agrônoma Johanna Döbereiner é retratada nesta sessão do programa. Conheça a importância dos trabalhos desta cientista e os principais momentos de sua carreira.
#Coluna: a sessão “AVC Sem Mistério” traz um tema oportuno para este dia 29 de outubro, Dia Mundial de Combate ao AVC. A médica neurologista Elizabeth Quagliato fala sobre os sintomas que aparecem antes de um episódio da doença que também é conhecida como derrame cerebral.
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Abertura
Nota: traduções de Freud para o português
Pauta Principal: os médicos no SUS
28-04-reportagem-SUS
Podcast Unesp: Enem Escolas
Coluna AVC Sem Mistério: sintomas e prevenção
Arquivo da Ciência: Johanna Döbereiner
Encerramento
10/15/2016 • 39 minutes, 46 seconds
#27 – Hack Town, riscos em AVC, documentário Dr. Melgaço e mais
Chegamos com mais uma edição inédita do Oxigênio trazendo notícias e curiosidades sobre ciência, cultura e tecnologia. Não tem muito tempo pra se inteirar sobre tudo o que está acontecendo? O O2, em seu novo formato, está mais dinâmico na forma de transmitir informação. Confira o que preparamos para este programa:
#PautaPrincipal: Descubra como o festival Hack Town está reunindo mentes criativas para pensar no futuro da inovação - em alta velocidade!
#Reportagem: o Oxigênio passa a compartilhar matérias de outros programas de rádio e podcasts parceiros do programa. Nesta edição, a matéria é sobre aplicativos usados em prol da saúde, uma produção do “Saúde com Ciência”, programa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
#Caleidoscópio: Melgaço (PA) é uma cidade com pouco mais de 26 mil habitantes e detentora de um triste dado: o município tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País. Além do mais, a pequena cidade vive uma situação de emergência na área da saúde. É sobre isso que trata o documentário “Dr. Melgaço”, dirigido por Alice Riff.
#Coluna: “AVC sem mistério” é o nome da Coluna que estreia nesta edição. A neurologista Elizabeth Quagliato, médica formada pela Unicamp, traz informações valiosas sobre o Acidente Vascular Cerebral, principal causa de mortalidade no Brasil.
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Abertura
Nota: o caso Macchirini
Nota: genética artificial
Pauta Principal: festival HackTown
Saúde com Ciência: saúde em aplicativos
Coluna AVC Sem Mistério: estreia
Caleidoscópio: Dr. Melgaco
Encerramento
9/24/2016 • 37 minutes, 56 seconds
#26 – Vitória-régia para comer, realidade virtual e saúde, a botânica Maria Bandeira, a milonga em pesquisa e muito mais
Aqui está mais uma edição do programa Oxigênio para você que se interessa por assuntos de ciência e tecnologia e não quer perder tempo para se inteirar sobre as novidades e curiosidades da área. Confira o que nós preparamos para este programa:
#Reportagens:
Vitória-régia: pesquisadores estão investigando o potencial da vitória-régia e de outras plantas alimentícias não convencionais.
Realidade virtual: é um recurso que pode auxiliar pacientes e especialistas nas sessões de fisioterapia e terapia ocupacional.
#Entrevista: a pesquisadora Paula D. Paro Costa, da Unicamp, é uma das organizadoras de um encontro sobre divulgação científica em ambientes pré-universitários. Nesta entrevista, ela compartilha resultados do evento, experiências e perspectivas sobre projetos desenvolvidos por cientistas e professores nas escolas.
#Arquivo da Ciência: Maria Bandeira foi a primeira botânica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Conheça a pesquisadora, reconhecida na época pela competência, mas que interrompeu a carreira de forma inesperada.
#Coluna: para ficar ainda mais “De Olho no Clima”, saiba mais sobre a relação das mudanças climáticas com a produção de alimentos na coluna da Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI.
#Caleidoscópio: uma pesquisa sobre a milonga investiga como esse estilo de música e dança é influenciado ao longo do tempo pelas mudanças culturais.
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Abertura
Nota: novidades da astrobiologia
Nota: terapias com o uso de ventosas
Reportagem: a realidade virtual na fisioterapia
Reportagem: vitória-régia é comestível
Entrevista: Paula Costa e a divulgação de ciência nas escolas
Arquivo da Ciência: conheça a botânica Maria Bandeira
Coluna: qual a relação entre clima e alimentos?
Caleidoscópio: o tango sob o olhar da pesquisa
Encerramento
9/3/2016 • 55 minutes, 37 seconds
#25 – Saneamento básico, recursos naturais, cortes em C&T, violência contra a mulher, Raízes do Brasil
O programa Oxigênio está de volta após o período de férias! O programa 25 traz matérias inéditas para você. Confira os destaques desta edição:
#Entrevista: a geógrafa e pesquisadora canadense Nathalie Gravel fala sobre a gestão dos recursos naturais e a importância do envolvimento da população na tomada de decisões.
#Reportagens: Alunos do ensino médio de Manaus recebem prêmio por criarem um dispositivo que pode ajudar a combater a violência contra a mulher.
Saneamento básico: O país está distante de alcançar as metas no setor e pesquisadores da área analisam saídas para a situação.
#Arquivo da Ciência: Você vai saber sobre a edição comemorativa aos 80 anos do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. A obra é uma das mais importantes reflexões sobre a identidade do país.
#Coluna: continuamos “De Olho no Clima” com a coluna da Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI.
#Caleidoscópio: saiba mais sobre o que acontece nos museus e centros de ciência mundo afora. Dessa vez, você vai conhecer o Planetário de Cozumel, no México.
Cultura, ciência e tecnologia para você ler e ouvir. Acompanhe-nos nas redes sociais e fique por dentro das próximas edições!
Abertura
Nota: Cortes em C&T
Nota: INPI
Reportagem: Dispositivo anti violência
Reportagem: Saneamento básico
Entrevista: Nathalie Gravel
Arquivo: Raízes do Brasil edição especial
Coluna: De Olho no Clima
Caleidoscópio: planetário Cozumel
Encerramento
8/13/2016 • 47 minutes, 20 seconds
#24 – Fusão MCTI, carros a óleo diesel, revistas científicas e muito mais
Chegou a última edição de Oxigênio deste semestre! Partiremos por um breve período de férias e em agosto seguiremos com nossa programação normalmente.
Confira os destaques desta edição:
Abertura
Nota: Uso frequente de tênis de corrida altera a musculatura do pé
Nota: Mulheres ajudam a recrutar integrantes para o Estado Islâmico em redes sociais
Reportagem: Uso do óleo diesel em carros leves: bom pra quê?
Reportagem: Os atuais desafios dos periódicos científicos
Entrevista: Prof. Antônio Videira sobre fusão dos Ministérios
Arquivo da ciência: Método Científico
Coluna "De Olho no Clima"
Caleidoscópio: coleção Sesmarias ...
Encerramento
#Entrevista: o professor Antônio Videira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) comenta a fusão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, com o Ministério das Comunicações. Essa foi uma das primeiras mudanças no governo interino de Michel Temer. A fusão tem sido criticada pela comunidade científica.
#Reportagens: acompanhe o que está em debate sobre o projeto para aprovar o uso de óleo diesel para veículos leves. Conheça também os desafios das revistas científicas para dar visibilidade internacional à pesquisa brasileira.
#Arquivo da Ciência: as primeiras experiências que motivaram o desenvolvimento do método científico datam do século 18. Nós contamos essa história e o que isso tem a ver com a contemporânea “pílula do câncer”, a fosfoetanolamina.
#Coluna: continuamos “De Olho no Clima” com a coluna da Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI. Ela fala sobre as mudanças que temos percebido no clima e como nosso estilo de vida o influencia.
#Caleidoscópio: pesquisas sobre o cotidiano, a escravidão, a imigração, a flora e fauna da região de Campinas estão na coleção de livros “Sesmarias, engenhos e fazendas do arraial de Souzas, Joaquim Egídio e Jaguary”.
7/2/2016 • 45 minutes, 45 seconds
#17 – Desinformação em tempos de zika, educação no zoológico, microcefalia e muito mais
Você se interessa por ciência, cultura e tecnologia? Então está no lugar certo! A equipe Oxigênio acaba de lançar mais um programa! Ouça, comente e compartilhe com seus amigos. Adoraríamos saber qual sua opinião sobre os assuntos abordados!
Ah! E não esqueça que você está convidado a assistir a 3ª edição do EDICC, o Encontro de Divulgação Científica e Cultural que ocorre na Unicamp entre os dias 29 e 31 de março! Mais informações, aqui.
Reator multipropósito; projeto brasileiro com investimento de peso
Encontro de divulgação científica e cultural (EDICC) se aproxima!
Desinformação em tempos de zika
Zoológicos: por que eles ainda existem? (parte I)
Professor Maurício Barreto comenta a divulgação sobre microcefalia
Mudança para o sinal digital e os 90 anos da primeira demonstração de TV
Coluna de Grizendi: a transmissão de dados a partir de tecnologia óptica
Resenha da peça de teatro Galileu Galilei
6/23/2016 • 46 minutes, 15 seconds
#23 – Comunicação da ciência, observação de aves II, drones e muito mais
Confira nessa edição do programa:
# Entrevista: Nosso convidado é o especialista em comunicação da ciência, Malcolm Love. Ele viaja pelo mundo todo fazendo treinamentos para cientistas sobre comunicação com o público.
# Arquivo da ciência: O Arquivo da Ciência conta a história de um dos grandes nomes que ajudaram a desenvolver a fotografia. Nós vamos falar de Hercule Florence que também ilustrou muito do que viu por expedições científicas pelo Brasil no século 19.
# Coluna: nossa convidada Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI, conta como são feitas as medições de gases de efeito estufa e a importância de monitorar esse impacto.
# Reportagens: Nesta segunda reportagem sobre observação de aves você fica sabendo como a observação de aves pode ser importante para o turismo e a economia.
#Caleidoscópio: Você sabia que os Pokemons têm sido usados para a divulgação de conceitos científicos? Curioso, não é? Confira agora!
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6/18/2016 • 52 minutes, 44 seconds
#22 – Ciência no bar, birdwatching, percepção da ciência na educação e muito mais
Confira nessa edição do programa:
# Entrevista: A pesquisadora Márcia Azevedo Coelho fala como professores percebem as questões da ciência & da tecnologia e a relação dessa percepção com o ensino básico.
# Arquivo da ciência: Que tal conhecer a história do Observatório da Imprensa? Saiba como ele surgiu e a importância desse acervo para estudos de comunicação.
# Coluna: Inauguramos neste programa a coluna da pesquisadora Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI.
# Reportagens:
Primeira parte da reportagem sobre "Birdwatching", e como entuasiastas e cientistas têm contribuído com dados científicos sobre essa atividade.
Conheça na outra reportagem alguns dos eventos que buscam reunir cientistas e o público geral para discutir ciência fora da sala de aula.
#Caleidoscópio: Nesta seção a gente conta a história do maior planetário do mundo e o que ele tem de especial, o Planetário de Nagoya, no Japão!
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Nota: Dengue e Olimpíadas
Nota : Aceso aberto
Reportagem: Pint of Science
Reportagem: Observação das aves
Entrevista: Márcia Azevedo
Arquivo da Ciência: Observatório da Imprensa
Estreia da coluna "De olho no clima"
Caleidoscópio: Planetário Nagoya
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Gostou do programa, tem comentários ou sugestões? Vem conversar com a gente pelo Facebook e pelo Twitter. Até mais!
6/4/2016 • 47 minutes, 19 seconds
#21 – FabLabs, modelagem matemática, Brain Computer Interface e muito mais
Programa novinho e cheio de novidades! Confira nessa edição:
# Entrevista: A matemática está presente em muitas coisas do nosso cotidiano e a gente nem se dá conta. Nesta edição, nós conversamos com o pesquisador da Faculdade de Medicina da USP, Luis Fernandes Lopes. Ele explica como a modelagem matemática ajuda a entender a dinâmica das epidemias e a planejar as medidas para controlar as doenças.
# Arquivo da ciência: Nós estamos cercados por seres invisíveis, e não, não estamos falando de algo sobrenatural. Na seção Arquivo da Ciência, você vai relembrar como as bactérias passaram a ser conhecidas pela ciência, e vai conhecer evoluções recentes no ramo da bacteriologia.
# Coluna: Nosso colunista Eduardo Grizendi, diretor de Engenharia e Operações da RNP, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, volta no tempo, mais precisamente ao século XIX para explicar o surgimentos dos cabos telegráficos submarinos.
# Reportagens: Na seção de reportagens, você vai saber mais sobre a interface cérebro-computador, um campo da neurotecnologia que tem auxiliado pessoas com limitações motoras a ter mais independência. Saberá também o que são os FabLabs, como esses espaços surgiram e suas principais tendências.
#Caleidoscópio: 2016 é o ano em que o poeta Manoel de Barros completaria seu centenário. Duas vezes vencedor do prêmio Jabuti, o poeta mato-grossense é destaque da seção Caleidoscópio nessa edição de Oxigênio.
Gostou do programa? Deixe seus comentários e compartilhe essas informações com seus amigos! Se quiser ficar por dentro desta e de mais edições por vir, siga-nos no Facebook e Twitter!
Abertura
Nota: Evolução das plantas carnívoras
Nota: código florestal em debate
Reportagem: Neurociência e a Brain Computer Interface (BCI)
Reportagem: Conheça as FabLabs
Entrevista: Aline Bruni e as ciências forenses
Arquivo da Ciência: oligopólio das editoras científicas
Coluna: Eduardo Grizendi
Caleidoscópio: Poeta Manoel de Barros
Encerramento
5/21/2016 • 49 minutes, 5 seconds
#20 – Ciência Forense, percepção pública da ciência, jornalismo e muito mais
Programa 20 no ar! Confira nesta edição:
# Entrevista
Como é a ciência forense no Brasil? Será que se parece do jeito que vemos em seriados policiais?
A entrevistada é Aline Bruni, professora da USP Ribeirão Preto, que também faz parte da diretoria da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses.
# Reportagens
- Avanços nas pesquisas de percepção do público sobre ciência.
- Você vai se atualizar sobre as mudanças e tendências para o jornalismo.
# Coluna de Eduardo Grizendi
Nesta edição, Grizendi fala sobre a imensa rede de cabos submarinos que conecta a internet entre os continentes.
# Arquivo da Ciência
As revistas científicas são o principal espaço para publicar os resultados de pesquisas. Em Arquivo da Ciência você vai entender por que os pesquisadores acabam ficando dependentes das editoras comerciais.
# Caleidoscópio
Conheça o tradicional museu que pertence ao Instituto Florestal de São Paulo e une ciência, história e arte em um mesmo espaço.
Abertura
Notas de Ciência: realidade Virtual
Notas de Ciência: médicos e pacientes negros
Reportagem: pesquisas de percepção pública na Ibero-américa
Reportagem: mudanças no jornalismo
Entrevista: Aline Bruni e as ciências forenses
Arquivo da Ciência: oligopólio das editoras científicas
Coluna: Eduardo Grizendi
Caleidoscópio: Museu Florestal
Encerramento
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5/7/2016 • 51 minutes, 58 seconds
#19 – Mudanças climáticas, medicina de precisão, CPI dos crimes cibernéticos e muito mais
Programa 19 no ar! Confira nesta edição:
Em entrevista, Marko Monteiro fala sobre mudanças climáticas sob outra perspectiva. Marko é coordenador do grupo de estudos interdisciplinares em ciência e tecnologia.
Em nossa primeira reportagem o assunto é medicina de precisão, um conceito que propõe um olhar ainda mais científico para o cuidado com a saúde no século XXI.
Na outra reportagem você fica sabendo sobre os resultados da CPI dos crimes cibernéticos.
No bloco arquivo da ciência tem curiosidades sobre a passagem de Einstein no Brasil. Você vai saber mais sobre o contexto dessa visita.
Em caleidoscópio a gente conta um pouco sobre o filme "Decisão de Risco". O enredo aborda conflitos éticos no uso militar dos drones e mais do que isso, mostra como civis são afetados em confrontos.
Na coluna desta edição, Eduardo Grizendi continua a falar sobre as redes sem fio!
Abertura
Nota 01: Aniversário Oxigênio
Nota 02: El Salvador realiza pesquisa de C&T
Reportagem: Crimes Cibernéticos
Reportagem: BIPMED
Entrevista: Marlo Monteiro
Arquivo da ciência: 91 anos da visita de Einstein ao Brasil
Coluna: Eduardo Grizendi
Caleidoscópio: resenha do filme Decisão de Risco
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4/23/2016 • 47 minutes, 54 seconds
#18 – Administração pública, pesquisa no zoo, marco legal da C&T e muito mais
Progama novo chegando! Confira nesta edição:
#notas
- Cientistas de São Carlos desenvolvem stents reabsorvíveis; tecnologia usada para tratar o entupimento de artérias e vasos sanguíneos, desta vez com a vantagem de que podem ser reabsorvidos pelo organismo;
- Fique por dentro da “polêmica estatística” sobre os comentários da Associação Americana de Estatística a respeito do indicador “Valor p”;
#reportagens
- Parte II da reportagem especial sobre zoológicos. Nesta edição falamos sobre a importância dessas instituições como centro de pesquisa e preservação.
- Marco Legal de Ciência e Tecnologia: repercussão e pontos vetados na nova lei;
#entrevista
Administração pública: Novidades que as pesquisas acadêmicas trazem sobre este tema. Formação e preparo dos administradores públicos.
Entrevistado: Fernando Ramalho Martins, vice-coordenador do curso de Graduação em Administração Pública da Universidade Estadual Paulista, Unesp, de Araraquara.
#arquivo da ciência
A história das tecnologias de prevenção de desastres naturais e o acordo entre o Brasil e Japão.
#caleidoscópio
Confira esta resenha sobre o livro “Urbanização e desastres naturais”, da geógrafa Lucí Hidalgo Nunes.
#coluna
Eduardo Grizendi fala sobre as redes sem fio!
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18-04-reportagem-marcolegaldeCT
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18-08-Caleidoscopio-LivroDesastres
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4/9/2016 • 45 minutes, 59 seconds
#16 – Popularização da ciência, parceria Unicamp e Google, Museu do Amanhã e muito mais
Olá, bem-vindos à primeira edição de Oxigênio de 2016.
Este ano trazemos novidades. Agora, em novo formato, Patrícia Santos apresenta o programa com Erik Nardini. Você vai ouvir nesta 16ª edição:
Nota: A Lei Rouanet em debate
Nota: O cientista Hicheur e a acusação de seu envolvimento com terrorismo
Reportagem: As campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti mobilizam a população?
Reportagem: Parceria entre Unicamp e Google preocupa comunidade acadêmica
Arquivo da Ciência: As leguminosas e sua importância na produção sustentável de alimentos
Entrevista: Martha Marandino (USP) fala sobre as políticas públicas para popularizar a ciência
Coluna: Eduardo Grizendi fala sobre a RNP, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
Caleidoscopio: Conheça o Museu do Amanhã
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Até a próxima,
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Abertura Programa 16
A Lei Rouanet em debate
O cientista Hicheur e a acusação de seu envolvimento com terrorismo
As campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti mobilizam a população?
Parceria entre Unicamp e Google preocupa comunidade acadêmica
As leguminosas e sua importância na produção sustentável de alimentos
Entrevista com Martha Marandino sobre as políticas públicas para popularizar a ciência
Coluna de Grizendi sobre a RNP, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
Museu do amanhã
Encerramento Programa 16
3/12/2016 • 44 minutes, 37 seconds
#15 – Impactos da mineração, ciência e gastronomia, jovem hacker e muito mais
Confira nesta 15ª edição de Oxigênio:
Entrevista: A antropóloga Gabriela Scotto fala sobre os impactos socioambientas da mineração e comenta sobre o desastre ocorrido na barragem de Mariana, em Minas Gerais.
Arquivo da ciência: Você sabia que a primeira pessoa a fazer programação foi uma mulher? Pois é, e no quadro arquivo da ciência você fica sabendo sobre quem foi Ada Lovelace.
Veja os temas das notícias desta edição:
Energia eólica – Sarah
Plágio de revistas – Katia
Apicultores pré-históricos
Caleidoscópio: Ciência e gastronomia! Esta é a dica para quem “aprecia conhecimento científico”. No caleidoscópio a gente fala mais sobre o livro “O frango de Newton”, de Massimiano Bucchi.
Reportagens:
“Jovem hacker”, por Sarah Schimidt
Saiba mais sobre o projeto social que ensina jovens a desenvolverem games e sites.
“Tecnologia assistiva”, por Fernanda Grael
Nesta reportagem nossa repórter Fernanda Grael fala sobre um software que permite que pessoas com deficiência tenham acesso à tecnologia digital.
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A equipe Oxigênio deseja a todos boas festas e até 2016!
Ano que vem, teremos novidades para você!
Os casos de plágio aumentaram 10 vezes nos últimos 20 anos.
Apicultores pré-históricos
Projeto social focado em cultura hacker
Projeto de software permite que pessoas com deficiência tenham acesso a tecnologia digital
Bicentenário da primeira programadora: Ada Lovelace
Entrevista com Maria Gabriela Scotto sobre impactos socioambientais da mineração
Livro “O frango de Newton: a ciência na cozinha”, divulgação científica com culinária
12/17/2015 • 35 minutes, 12 seconds
#14 – Pornô feminista, divulgação científica em sala, mobilidade urbana e muito mais
Confira nesta 14ª edição de Oxigênio:
Neste programa a gente traz o tema mobilidade em uma entrevista com André Trigueiro que, além do jornalismo passa pela educação, literatura e outros caminhos para abordar o tema. Em uma das reportagens você vai saber também sobre o pornô feminista, um movimento que questiona paradigmas e é tema de pesquisa no brasil. Em outra reportagem, o assunto é a divulgação científica como parte das aulas de graduação. Dois professores contam sobre essa experiência. No arquivo da ciência vamos falar sobre Simone de Bouvoir e a polêmica no último Enem. A coluna de saúde é sobre exercícios regulares e estresse, com a educadora física Ester Mendes. E no final do programa, a gente tem um convite para um evento de Radiojornalismo.
Pesquisa indica que maioria dos adultos tem dificuldades em matemática básica
Criminalidade cai no horário de verão
Experiências na formação de futuros divulgadores científicos
Movimento pornô feminista
Simone de Beauvoir e a luta pela transformação da mulher
Entrevista com o jornalista André Trigueiro sobre mobilidade sustentável
Coluna de Ester Mendes sobre exercícios e o alívio do estresse
Exposição de Patrícia Piccinini
11/19/2015 • 45 minutes, 13 seconds
#13 – ‘Perdido em Marte’, mimetismo viral, crustáceos no Nordeste e muito mais
Confira nesta 13ª edição de Oxigênio:
ENTREVISTA com a pesquisadora Juliana Schober Lima sobre o impacto da criação de crustáceos da região Nordeste.
REPORTAGENS: Você vai conferir uma reportagem sobre a pesquisa liderada por um brasileiro no Canadá que é promissora para o tratamento de câncer. Outra reportagem traz um pouco das discussões que aconteceram no fórum sobre estado laico e intolerância, realizado na Unicamp.
COLUNA SOBRE SAÚDE: A coluna de saúde, com Ester Mendes, é sobre a relação entre exercício, redução de gordura abdominal e do nível de glicose.
ARQUIVO DA CIÊNCIA: conheça um pouco da história de 15 anos da Estação Espacial Internacional
CALEIDOSCÓPIO: na seção caleidoscópio a gente conta um pouco sobre o filme “Perdido Em Marte”, do diretor Ridley Scott.
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Estudo analisa percepção da desigualdade social por meio de redações
Pesquisas com experimentação animal melhoram
Nova técnica ajuda o corpo a enxergar células cancerosas como se fossem vírus
Fórum debate laicidade e intolerância
Estação Espacial Internacional completa 15 anos
Entrevista com Juliana Schober Lima sobre a carcinicultura
Coluna de Ester Mendes sobre gordura abdominal e do nível de glicose
Filme “Perdido em Marte”
11/6/2015 • 42 minutes, 54 seconds
#11 – Dicas para bons artigos, tráfico de fósseis I, programa nuclear no Japão e muito mais
Confira na edição deste programa:
Em entrevista o Professor da UNESP- Botucatu, Gilson Volpato, dá dicas de como produzir bons artigos científicos;
Confira as seguintes reportagens sobre:
- O tráfico de fósseis no Brasil
- A retomada do programa nuclear no Japão depois de quatro anos do acidente em Fukushima
Na seção ARQUIVO DA CIÊNCIA, conheça os acervos do Instituto Agronômico de Campinas, o IAC, que vão ser transferidos para São Paulo; uma decisão que preocupa pesquisadores da área.
Estreia da COLUNA da educadora física, Ester Mendes, com o tema “Obesidade e Exercício”.
Confira também uma resenha do livro “A sexta extinção”.
Se você se interessou pelos temas desta edição, comente! Gostaríamos de saber sua opinião!
Ministro da educação do Japão toma medidas que afetam os cursos de humanas das universidades nacionais japonesas
A importância do “Estatuto Jurídico das Aguas no Brasil”
Drones: entre o bem e o mal
Tráfico de fósseis no Brasil
Japão retoma programa nuclear
Transferência dos acervos do IAC preocupa pesquisadores da área
Gilson Volpato dá dicas de como produzir artigos científicos
COLUNA da educadora física, Ester Mendes, com o tema “Obesidade e Exercício”.
Resenha do livro “A 6ª extinção”, de Elizabeth Kolbert.
10/6/2015 • 43 minutes, 20 seconds
#10 – Bomba nuclear, radiação emitida por celulares, 350 anos de revistas científicas e muito mais
Confira neste programa:
A entrevista com o físico e professor da UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, em que ele fala sobre bomba nuclear.
Em “Arquivos da ciência” saiba qual é a revista científica que, com 350 anos, é considerada a mais velha do mundo em atividade.
Na “Coluna sobre filosofia e percepção da ciência”, o professor Márcio Barreto fala sobre Newton e o cálculo que define a data do Natal.
E, na seção “Caleidoscópio”, conheça o livro “O jogador científico” de Ariel Arbiser que é um convite para pensar sobre diversão e ciência.
Ouça também em Notas de Ciência:
Nota 01 – Nanossatélite desenvolvido por universitários brasileiros está pronto para entrar em órbita - matéria de Roberto Takata.
Nota 02 – Acordo econômico entre Brasil e Alemanha visa acelerar as negociações entre o Mercosul e a União Europeia - matéria de Carolina Medeiros.
Nota 03 – Marinha Brasileira prevê para 2025 o término da construção do primeiro submarino brasileiro - matéria de Fernanda Grael.
Reportagem:
RADIAÇÃO
Efeitos da radiação emitida por celulares e roteadores – são eles inofensivos? - Reportagem de Erik Nardini.
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Abertura
Notas - Nanossatélite brasileiro, acordo Brasil-Alemanha, submarino brasileiro
Reportagem - Efeitos da radiação emitida por celulares
Entrevista - Professor Luiz Pinguelli Rosa fala sobre a bomba nuclear
Arquivo da Ciência - Conheça a revista científica mais antiga em atividade
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência - Marcio Barreto fala sobre Newton e o cálculo do Natal
Caleidoscópio - Livro aborda jogos e ciência
Encerramento
9/15/2015 • 35 minutes, 9 seconds
#9 – Literatura marginal, desigualdade de renda, Olimpíada de História e muito mais
Esta edição traz o tema literatura marginal e jornalismo na entrevista com Jéssica Balbino.
Em reportagem, pesquisador fala sobre estudo que analisa a influência do Estado na desigualdade de renda no país.
Outro destaque é o resultado da Olimpíada de História que empolgou jovens estudantes e professores.
O quadro Arquivo da Ciência aborda os 70 anos do ataque nuclear ao Japão.
Confira também os comentários sobre filosofia e percepção da ciência com o professor Marcio Barreto que aqui fala sobre divisão por zero. Ouça!
Imagem baseada em Miuenski Miuenski CC BY-NC-SA
Notas de Ciência - Facebook lança patente | Trabalho no judiciário | Hiperautoria
Reportagem - A participação do Estado na desigualdade de renda no Brasil
Reportagem - Olimpíada de História termina com emoção e medalhas
Arquivo da Ciência - 70 anos da bomba atômica
Entrevista - Literatura marginal e jornalismo - Jéssica Balbino
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência do Prof. Marcio Barreto - A divisão por zero
Caleidoscópio - Exposição Cor da Luz em Campinas-SP
8/28/2015 • 35 minutes, 26 seconds
#8 – Internacionalização das ciências humanas, políticas para o lixo, estudos feministas e muito mais
Nota - Tratamento Câncer
Nota - Scielo
Nota - Edital Biografias
Nota - Simpósio Estudos Feministas
Internacionalização da pesquisa brasileira em ciências humanas
Arquivo da Ciência - D. Pedro II e a invenção do telefone
Entrevista - Prof. Sandro Mancini fala sobre pesquisas e políticas para o lixo
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência. Prof. Márcio Barreto: matemática e infinito
Caleidoscópio - Dom Pedro II dá um empurrãozinho à invenção do telefone
8/13/2015 • 36 minutes, 54 seconds
#7 – Arte e ciência, desafios para museus, saúde para bolivarianos no Bom Retiro e muito mais
Nota - Sonda espacial explora detalhes do planeta Plutão
Nota - Brasil se destaca em olimpíadas de ciência
Nota - Encontro durante a SBPC analisa disputa eleitoral de 2014
Nota - Debate sobre proteção de dados pessoais contribui para anteprojeto de lei
Reportagem - Evento internacional discute desafios para os museus e espaços de ciência
Reportagem - Estudo analisa os desafios para a saúde no atendimento a bolivianos no Bom Retiro
Arquivo da Ciência - Os 90 anos do 'Julgamento do Macaco'
Entrevista - Stevens Rehen fala sobre exposição que une arte e ciência no aeroporto Tom Jobim, RJ
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência - Prof. Márcio Barreto - O tempo, Einstein e Bergson
Caleidoscópio - O céu da comunidade indígena Tukano
7/31/2015 • 38 minutes, 19 seconds
#6 – Dicas para a carreira científica, Nerdologia no Youtube, percepção pública em MG e muito mais
Nota - Burocracia é barreira para a inovação
Nota - Sociedade deve participar das decisões sobre ciência
Nota - Pesquisa traz dados sobre a percepção do brasileiro sobre a ciência
Reportagem - Cientista-divulgador conta sobre a experiência do canal Nerdologia no Youtube
Reportagem - Pesquisa em MG traz novos aspectos à analise da percepção pública da ciência
Arquivo da Ciência - Conheça a história das reuniões da SBPC
Entrevista - Professores Cristina Brasão e Eduardo Bessa dão dicas sobre carreira acadêmica
Coluna Filosofia e Percepção Pública da Ciência | Prof. Marcio Barreto - Cinema e ciência
Caleidoscópio - Paleontólogo comenta Jurassic World
7/15/2015 • 38 minutes, 20 seconds
#5 – Mobilidade a pé, cirurgia bariátrica, TDAH e muito mais
Ouça nesta edição:
Notas De Ciência - Álcool e Drogas, Mulheres na Ciência, Babaçu
Reportagem Cirurgia Bariátrica
Reportagem TDAH
Arquivo Da Ciência - Exposições Universais
Entrevista Mobilidade A Pé Meli Malatesta
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência | Prof. Marcio Barreto
Caleidoscópio - Sem Limites
Curta, comente e compartilhe!
6/24/2015 • 41 minutes, 15 seconds
#4 – Vigilância tecnológica, ecoturismo e agroturismo, Alzheimer e muito mais
Notas de Ciência - Alzheimer, Famílias, Prêmio
Reportagem - Ecoturismo e Agroturismo
Arquivo da Ciência - Vital Brasil
Entrevista - Marta Kanashiro (Lavits/Labjor)
Coluna Filosofia e Percepção da Ciência | Prof. Marcio Barreto
Caleidoscópio - Documentário A Lei da Água
6/12/2015 • 31 minutes, 12 seconds
#3 – Marketing na ciência, cuidados paliativos, marco civil da internet e muito mais
Confira neste programa:
Notas de Ciência
Reportagem - Marketing na Ciência
Reportagem - Pesquisa em cuidados paliativos
Reportagem - Marco civil da internet
Arquivos da Ciência - 2015 Ano Internacional da Luz
Entrevista com Gladis Cagliari (Unesp)
Agenda - Exposição sobre petróleo no Espaço Catavento
Caleidoscópio - Documentário Cidadão4
5/25/2015 • 25 minutes, 19 seconds
#2 – Suicídios no Brasil, ciência no esporte, livro ‘Futuros do bioetanol’ e muito mais
Bem-vindos ao programa Oxigênio!
Oxigênio é um programa de jornalismo e divulgação científica produzido em parceria entre o Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo/Unicamp) e a Web Rádio Unicamp, em Campinas-SP.
Nesta primeira edição do programa você ouve:
Entrevista: com o pesquisador Gabriel Monteiro sobre a ciência brasileira produzida na Antártica. Ele também vai falar sobre como tem divulgado esse tema até no metrô de São Paulo. Ele é do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de pesquisas ambientais, o INCT-APA. O pesquisador também convida escolas e universidades a receber a exposição de fotos, as palestras e o documentários que divulgam a ciência brasileira produzida na Antártica.
Reportagem: Hoje as redes sociais têm um papel de destaque nas manifestações públicas e até impactam no debate sobre esses movimentos. Confira o que o sociólogo Marcos Nobre fala sobre esse tema na reportagem de Carolina Medeiros.
Reportagem: O Fórum Brasileiro de Segurança Pública propõe que o Brasil adote metas e mudanças concretas para diminuir a violência no país. Os homicídios, por exemplo, podem ser reduzidos em 65,5% até 2030. Sobre esse assunto, conversamos com Renato Sergio de Lima, que é vice-presidente do fórum e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
Você também vai conhecer os minicursos em biologia abertos para todos os públicos e o evento em Goiás que está com chamada aberta para trabalhos em arte e cultura visual. A seção de curiosidades é sobre o dia mundial das doenças raras e tem ainda a resenha sobre a peça “Insubmissas: mulheres na ciência”.
Estas e outras informações em Oxigênio!